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3 1 O Programa

3.1. PROGRAMA EXPOSITIVO

A construção da narrativa expositiva subjacente à organização do Centro Interpretativo das Salinas de Porto Inglês assenta nos seguintes pressupostos:

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• Constitui-se como um local de valorização da auto estima da comunidade, onde esta vê retratado o seu Ser e saber-fazer.

Num 1º momento, o movimento é “do exterior para o interior” pois a organização do Centro é realizada com a participação ativa da comunidade, sendo o seu espólio constituído, predominantemente, por contributos de objetos, textos/depoimentos e imagens de representantes da comunidade.

• Estes elementos expositivos, do quotidiano e de uso comum, adquirem um novo estatuto e tornam-se símbolos, revalorizando a comunidade e a sua identidade. Esta dinâmica também permite que o edifício, recentemente construído, seja apropriado pela comunidade e o Centro e o património aí representado seja um “espelho” das gentes do Maio.

• Não se pretende que o Centro se constitua num repositório de artefactos que apenas ilustra, de forma estática, a extração do sal e o património local. Se o 1º momento da sua organização se faz “da comunidade para o Centro, o 2º momento obriga a um movimento deste para o exterior, para o Mundo, ao agregar valor acrescentado e novas dinâmicas em vários patamares: • Local e Nacional: associando e dinamizando o tecido

empresarial local e criando roteiros e parcerias dentro do território nacional; gerando conhecimento pelo contacto com escolas e outras instituições de ensino e

investigação. • Internacional: organizando itinerários supra nacionais que associam e ligam locais pelo Mundo tanto nas formas de fabrico, na proteção dos contextos, na investigação/conhecimento, assim como na divulgação e valorização de Centros de Interpretação e Reservas da

Biosfera da UNESCO.

O Centro Interpretativo das Salinas: - convoca a comunidade para a sua organização, com o seu saber fazer, as suas memórias, herança e tradição – não sendo um modelo estático, isolado e “construído de fora para dentro”; - o património em presença conduz à interpretação e ao conhecimento dos significados e símbolos; - agrega valor com outras sinergias identitárias e constitui-se como polo empreendedor.

• O Centro Interpretativo constitui-se como um “fórum” que se estende ao território e propõe, a partir da sua dinâmica interna, a organização de iniciativas que permitem ao visitante a participação no saber fazer – com a definição de circuitos temáticos sobre a produção do queijo, as condições geográficas e naturais, a gastronomia, entre outras, - disponibilizando as vias de acesso e os meios (nomeadamente percursos). Desta forma, o Centro é gerador de empreendedorismo social promovendo a criação de novas iniciativas privadas que respondem aos desafios que um novo fluxo turístico-cultural propõe.

• Também, a aposta é inverter o papel habitualmente passivo e meramente observador do visitante e integrá-lo como ativo nas memórias do Centro Interpretativo - para que cada um se sinta parte integrante, construtor de um movimento que parte da ancestralidade rumo ao futuro.

• A relação do visitante com o património cultural estabelece-se pela transferência de conhecimento que está associado aos elementos expositivos, mas, também, pela ligação com contextos e pessoas associadas. Deste facto a importância do levantamento e registo de “narrativas de memória” de elementos da comunidade, para serem presentes no Centro, para que o conhecimento das “peças” e dos contextos não se circunscreva a um aspeto meramente descritivo, mas narrativo e afetivo.  Rotas turísticas  Pontos de observação de aves  Produção de flor de sal  Formação profissional  Modernização  Filmes promocionais  Melhoria das condições das atividades tradicionais  (…)