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Áreas protegidas

No Maio existem áreas protegidas donde se destaca:

• - O Parque Natural do Norte do Maio – inclui as Terras

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Salgadas, o maior ecossistema de salinas de Cabo Verde, com uma extensão de terras com alto teor de sal, dunas (destacando-se as dunas do Morrinho como 1 das maravilhas naturais) e uma vasta extensão de depósitos sedimentares que albergam uma avifauna limícola e também aves migratórias.

• - A Paisagem Protegida das Salinas do Porto Inglês - inclui um dos maiores ecossistemas de salinas do Maio com 2 lagoas principais: uma mais pequena usada para extração de sal de forma tradicional e a maior classificada como zona de proteção integral.

• Esta área protegida é também classificada como um Sítio

RAMSAR (o 4º de Cabo Verde e o 1º do Maio), ou seja, um lugar internacionalmente reconhecido pela sua importância para aves migratórias, entre outros aspetos. Foram observadas mais de 44 espécies diferentes de aves nas lagoas desta área protegida que alberga a maior população estudada de borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus). • Estas paisagens são protegidas de acordo com o quadro de ação nacional e cooperação internacional para a conservação e uso racional de zonas húmidas e dos seus recursos, pela sua importância na ocorrência de espécies vegetais halófitas, como pela presença, habitat e reprodução de aves (umas migratórias e outras endémicas como é o caso do borrelho-de-coleira-interrompida e da corredeira (Cursorius cursor exsul), espécies aquáticas, tartarugas marinhas. Proporciona “enormes” benefícios económicos, nomeadamente no abastecimento de água (quantidade e qualidade), pesca, agricultura (manutenção de lençóis freáticos e a retenção de nutrientes), biodiversidade, oportunidades de recreação e turismo, entre outros.

• - A Paisagem Protegida de Barreiro Figueira – bacias de aluvião com alguns dos terrenos mais férteis da ilha.

• Ribeira de D. João – que apresentou no passado o maior número de palmeiras e coqueiros da ilha.

• Ribeira do Morro – com terrenos agrícolas, extração de pedras e cascalho nas proximidades do Monte Batalha e de argilas próprias para cerâmica na zona de Pedregal.

A orla litoral é plana, com praias de areia branca.

Baía de Baxona (na Calheta) e praia de Bitche Rotcha (2 das 7 maravilhas naturais da ilha), Praia Gonçalo e Pilão Cão (zona de nidificação da tartaruga), Praia Real, Galeão, Baía de Santana, as praias da Cadjetinha, Pau Seco e ainda as praias de Morro, Porto Cais, Ponta Preta e Praiona. Ponta dos Flamengos, Praias de Cais e Ribeira Funda, João Martinho, Praias de Boca Lagoa e Seada, praias de Soca a Pau Seco e a Praia de Boca Ribeira.

A flora da ilha do Maio é fundamentalmente constituída por espécies adaptadas à condição de aridez ou extrema aridez. Desempenha um papel importante na luta contra a desertificação, na conservação de água no solo, na preservação da paisagem e nas condições de vida das populações.

Na ilha encontramos o maior perímetro florestal do arquipélago, uma das 7 maravilhas naturais da ilha, que se localiza na zona da Calheta, estendendo-se por cerca de 500 hectares, onde se fixaram variadas e numerosas espécies de plantas, sobressaindo a “acácia Martins” (nome do administrador nomeado em 1918, na época da plantação) e a “acácia americana”.

A produção de carvão vegetal que deriva diretamente da plantação das acácias (no centro zootécnico, criado na primeira metade século XX) tem uma expressão notável para a economia da ilha, abastecendo, nomeadamente, os mercados da vizinha ilha de Santiago.

A purgueira foi o ouro verde da ilha do Maio. Sendo uma planta nativa da América Central ganhou importância nos séc. XVIII e XIX para o fabrico de biodisel. Nos anos 30 e 40 do século XIX, o óleo extraído da purgueira que chegava a Portugal, vindo de Cabo Verde, era utilizado para iluminar as ruas de Lisboa (mais de 2.000 candeeiros) e, também, a cidade do Rio de Janeiro, para além do uso no fabrico de sabões.

O dragoeiro foi uma planta existente na ilha do Maio cuja caraterística mais particular é a seiva de cor vermelha que, segundo a lenda, é o sangue do dragão das cem cabeças. Esta planta utilizada pelo seu poder e qualidades curativas (graças às suas propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e antioxidantes), tintureiras e xamânicas foi um símbolo sagrado para os índios guanchos (comunidade ancestral das Ilhas Canárias).

A FAUNA TERRESTRE A ilha é um importante ecossistema e apresenta uma notável biodiversidade: é habitat para invertebrados

(aranhas, baratas), répteis (lagartixas, osgas), uma

variedade de avifauna considerável que inclui a

cotovia (Alaemon alaupides), a calandra das dunas (Ammomanes cinctura), a galinha-da-guiné (Numida meleagris), o borrelho- de- coleira- interrompida (Charadrius alexandrinus), o britango/ abutre do Egipto (Neophron percnopterus), o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus), a águia pesqueira (Pandion haliaetus), a passarinha (Halcyon leucocephala), para além dos animais domésticos e de criação.