Receba!

Page 1

DESDE 2022

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS COM: BRUNO GIUFRIDA E ROQUE MARQUES UM POUCO DO MENINO QUE ENCANTOU O MUNDO

Editora: MEGAZORD DE QI


A revista Receba! foi criada por alunos do curso de Jornalismo, atualmente no terceiro semestre, na Universidade Anhembi Morumbi do Campus Vila Olímpia, e ser utilizada para compor a nota da A3 da matéria de Laboratório de Projetos Editoriais

A revista foi produzida com os seguintes integrantes Guilherme Tanabe - 125111373303; João Zunega - 125111347354; Lucas Frasson - 125111358990; Lucas Peçanha - 125111351134; Murillo Amorim - 125111363406; Pedro Aguirra - 125111349508; Pedro Lucas - 125111354998; Pedro Luvizotte - 125111343503

2


Receba, a melhor de todas

Na era das redes sociais é comum os jovens ficarem famosos produzindo vídeos, sejam eles relacionados a diversos temas, como: esporte, tutoriais, lifestyle. O caso do baiano Iran Ferreira (mais conhecido digitalmente como Luva de Pedreiro), 20, não foi diferente, começou gravando vídeos virais em que ele chutava ao gol e na hora de comemorar saia falando: "Siuu... RECEBA, é o cara da luva de predero o melhor de todos graças a Deus". "Luva", como muitos famosos o chamam, possui milhares de seguidores em suas redes sociais, são cerca de 15,1 milhões de seguidores no TikTok (rede em que viralizou), 13,3 milhões no nstagram, 849 mil no Twitter e 1,4 milhão no YouTube. Esse sucesso repentino foi algo novo na vida do jovem que levava uma vida simples no sertão da Bahia, tanto é que muitas comidas comuns para pessoas que vivem em grandes cidades ele nunca havia experimentado, por exemplo batata frita, pizza, sorvete. Por isso o nome escolhido para a revista, RECEBA!, com o intuito de trazer ao público uma publicação simples e leve, mas ao mesmo tempo com a capacidade de entretê-los.

Luva de Pedreiro realizando o sonho de encontrar o Ronaldinho Gaúcho - Reprodução: Instagram @luvadepedreiro

3


Esporte:

O Fracasso Italiano

Mais uma vez a seleção italiana deixou escapar a chance de ir à Copa do Mundo. Desta vez derrotada pela Macedônia do Norte Por: Guilherme Tanabe e Murillo Amorim

Em noite trágica na Sicília a tetracampeã do mundo perde e fica fora de mais um mundial - GettyImages

Numa fatídica quinta-feira, 24 de março de 2022, foi confirmada a eliminação da seleção italiana da repescagem europeia para a Copa do Mundo do Catar. Essa eliminação fez com que a Azzurra ficasse fora de uma Copa do Mundo pela segunda vez seguida. Desde o tetracampeonato mundial em 2006 na Alemanha, a seleção italiana não foi mais a mesma. Em 2010 na África do Sul, e em 2014 no Brasil foram eliminados na fase de grupos. Já em 2018 aconteceu o mesmo fracasso que o deste ano, não conseguindo se classificar e indo para repescagem enfrentar a Suécia em duas oportunidades e na 1ª partida perdeu de 1 a 0 para os suecos e na 2ª empatou sem gols, ficando assim, 4

fora de sua terceira Copa do Mundo. Após esses vexames, a Itália demitiu o treinador Gian Piero Ventura, em maio de 2018 anunciou Roberto Mancini que a princípio ficaria até o fim da Eurocopa de 2020. Durante esse meio tempo entre a Copa do Mundo de 2018 e a de 2022, a Itália passou por uma grande reformulação sob o comando de Roberto Mancini, que em teoria seria um ponto de ruptura na cultura do futebol italiano (conhecido por ser muito defensivo), já com o novo treinador a tendência seria de praticar um futebol ofensivo. Essa reformulação também se deu no âmbito de novas estrelas surgirem, como Gianluigi Donnarumma, Nicolò Barella, Federico Chiesa, e o brasileiro naturalizado italiano Jorginho tornou-se


peça chave da seleção comandada por Mancini. A Eurocopa de 2020 acabou acontecendo somente em 2021, por conta da pandemia da Covid-19. Nessa Euro a Azzurra sagrou-se campeã, trazendo uma euforia para as rodadas finais das eliminatórias europeias para a Copa. No entanto, a Azzurra ficou apenas em 2° no seu grupo, fazendo com que decidisse a sua classificação na repescagem. Acabou caindo na mesma chave da seleção de Portugal, contudo não foi eliminada por Cristiano Ronaldo e seus companheiros, mas sim pela pouco conhecida Macedônia do Norte, em que saiu derrotada por 1 a 0 com um gol já nos acréscimos da partida. Buscando trazer a opinião de um especialista no jornalismo esportivo, entrevistamos Bruno Giufrida, setorista do Santos F.C. no Globo Esporte.com. Ao ser questionado sobre o declínio italiano após o título mundial em 2006, ressaltou que “esse declínio é muito por culpa de uma falta de planejamento para o futuro, uma preparação para mudança de geração, as trocas não são bem feitas” Já em relação a reconstrução que passou a ser mais acelerada a partir de 2014

quando foram eliminados pela 2ª vez consecutiva na fase de grupos da Copa do Mundo, Bruno afirmou que essas modificações não foram boas pelo fato de terem ficado fora das edições da Copa do Mundo posteriores a esse início de reformulação. Em relação às possibilidades de a tetracampeã do mundo retornar ao topo em um futuro próximo. Afirmou que “para voltar ao topo precisa de um planejamento, não irá chegar ao topo sem um planejamento bem feito”, continuou Bruno. Sabendo que a Itália está fora da Copa do Mundo que será realizada neste ano, no Qatar, Bruno ao ser questionado sobre qual seleção leva essa Copa, declarou: “acho que o Brasil ganha a copa, seleção está muito forte com grandes jogadores e vem em evolução, então acho que tem tudo para ganhar essa copa no Qatar”. Uma seleção histórica como a italiana ficar fora de mais uma Copa do Mundo é algo trágico. Para muitas pessoas, o encanto de um mundial está em ver jogar as equipes mais tradicionais, e quando se fala em tradicionalismo não se pode deixar de citar a tetracampeã do mundo.

Grafico criado por excel, na qual mostra todos os resultados da Itália em Copas do Mundo

5


A Corrida pelo MVP A disputa pelo prêmio de melhor jogador da temporada está a cada ano mais acirrada Por: Pedro Lucas e Pedro Aguirra A corrida pelo MVP da temporada da NBA foi muito acirrada entre as principais estrelas que jogam a liga, na disputa estão Nikola Jokic, Giannis Antetokounmpo e Joel Embiid. E o fato que mais se destaca é que nenhum dos concorrentes pelo prêmio é Americano. Mas para sabermos um pouco mais desse prêmio e como ele é avaliado precisamos saber como acontece a temporada e quais os critérios aplicados para ser o destaque da Liga. A temporada da NBA é dividida em 2 partes, a fase classificatória que é composta pelas conferências leste e oeste e a fase dos playoffs que é mata-mata melhor de 7. Quem joga os playoffs são os times que se saem melhor durante a temporada regular e ficam entre os 8 primeiros da tabela. O atual campeão é a franquia do Milwaukee Bucks, liderados pelo Grego Giannis Antetokounmpo, que foi MVP das finais, enquanto o sérvio Nikola Jokic conquistou o prêmio de MVP pela temporada que fez. O prêmio de MVP (Most Valuable Player) é dado ao jogador que tem mais destaque durante a temporada, de acordo com a média de pontos por partida, rebotes e assistências.

O vencedor do prêmio de MVP dessa temporada foi o sérvio do Denver Nuggets, Nikola Jokic. Levando o troféu pela segunda vez consecutiva. Os principais nomes que estavam na disputa, são: Nikola Jokic, que terminou a temporada regular com médias de 27 pontos, 13.7 rebotes e 7.9 assistências por jogo. Joel Embiid com 26.2 pontos, 11.3 rebotes e 2.3 assistências e Giannis Antetokounmpo com 28.6, 13.4 rebotes e 6.2 assistências. Dois dos três nomes citados já ganharam o prêmio, sendo Jokic o atual detentor do prêmio, e Antetokounmpo que ganhou nas duas temporadas anteriores. Um fato curioso é que fazem 4 anos que um americano não ganha o prêmio de MVP, o último a levantar o troféu foi James Harden, que na época jogava no Houston Rockets, em 2018. Os EUA podem acabar ficando sem MVP por um bom tempo na NBA, levando em conta que a maioria dos jogadores em ascensão não são americanos, um grande exemplo é o esloveno Luka Doncic, cotado para ser o melhor da liga nos próximos anos.

“O melhor jogador da temporada” - Isaiah J. Downing/Usa today sports

6


Efeito Liberty Media Como o grupo está conquistando mais fãs da Fórmula 1

Por: João Zunega e Lucas Frasson Nos últimos anos, a Fórmula 1 ganhou muitos espectadores novos, tanto no Brasil, quanto no mundo. As brigas entre o heptacampeão Lewis Hamilton e Max Verstappen atraiu muitos espectadores principalmente do ano passado, brigas essas que culminou no primeiro título do piloto holandês, porém a grande responsável pelo crescimento da categoria principalmente em solo Americano, foi o Liberty Media, empresa americana de mídia de massa. No ano de 2016 o Liberty Media comprou a Fórmula 1 por 4,4 bilhões de dólares, o grupo sabia que seria fundamental aumentar o número de acompanhantes de categoria. Uma forma de fazer isso foi entrar em um meio que os antigos donos não atuavam. Em 2014, Bernie Ecclestone, mantinha uma ideologia totalmente inversa ao grupo que viria comprar a categoria posteriormente, chegou até a dizer: “Prefiro um velho rico de 70 anos do que jovens como público da Fórmula 1, que não sabem o que querem, nem compram nada!” Frase esta que ficou muito marcada, porém caiu por terra, desde a primeira temporada de “Drive to Survive” série da Netflix em que é mostrado os bastidores da Fórmula 1, o público da categoria aumentou e atraiu muito mais fãs.

Segundo o site Grande Prêmio, o “Liberty Media também registrou um aumento no engajamento nas redes sociais da F1. Em suas contas no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, o público total alcançou a marca de 24,9 milhões, com 32,9% de alta na comparação com 2018. Além disso, a categoria registrou um aumento de 48,3% no número de impressões (15,5 bilhões), 60,3% a mais de visualizações em vídeos (3,1 bilhões) e 405 milhões de interações nas suas quatro redes sociais, o que significa um aumento de 82% em relação ao ano anterior. No Brasil, em 2020, o ex coach de CS:GO e streamer Alessandro “Apoka” Marcucci, começou a fazer transmissões estilo “radinho de pilha” na plataforma twitch que hoje em 2 anos de projeto tem números expressivos, de em média 3000 a 5000 espectadores simultâneos, a sua inspiração para começar a fazer essas transmissões foi justamente a serie “Drive to Survive”. Alessandro, ou Apoka, como é conhecido faz parte da tribo, maior grupo de streamers do país, que tem como seu principal nome Alexandre “Gaules” Borba, que em parceria com o Liberty Media transmitiu o Grande Prêmio do Brasil com imagens no ano de 2021, transmissão essa que bateu 80 mil espectadores.

Max Verstappen celebrando o título mundial de 2021. Foto: XPB Images

7


8


9 Gráfico de crescimento de transmissões esportivas no ano de 2019. Reprodução: Liberty Media


Dinheiro ou Felicidade Histórico time brasileiro de CS:GO decide se juntar em sua última dança Por: Lucas Frasson e Murillo Amorim Os esportes eletrônicos a cada ano se tornam mais populares no Brasil, principalmente pela polarização que sofreu seja nas redes sociais onde encontram assuntos sobre o tema, ou então em livestreams de transmissões de campeonatos profissionais. Entre 2016 e 2017 um time brasileiro de Counter Strike Global Offensive(CSGO) foi extremamente dominante mundialmente, tornando-se bicampeão mundial e emplacando o brasileiro Marcelo “Coldzera” David como melhor do mundo 2 vezes. No final de 2021 e começo de 2022 a base desse time histórico formada por Gabriel “FalleN” Toledo, Fernando “fer” Alvarenga, e Lincoln “fnx” Lau decidiu se juntar na equipe brasileira Imperial Esports adicionando Vinicius “Vini” Figueiredo e Ricardo “Boltz” Prass para buscarem novamente o topo do mundo. Pouco tempo depois de se juntarem já tiveram um grande desafio, a classificatória sul americana para o RMR das Américas que foi realizado na Romênia e garantiu a vaga para o Major (mundial de CSGO), nesse torneio a Imperial foi vice-campeã e conseguiu a vaga para o RMR, realizado entre 11 e 14 de abril em Bucareste. Imaginava-se que teriam algumas dificuldades como o problema de entrosamento por serem um time novo e que haviam disputado poucos campeonatos juntos antes do qualificatório. Mas, no geral, foram muito bem e fizeram uma campanha com 3 vitórias e 1 derrota, consequentemente avançando para o Major e ficando com status de challengers. A chegada ao Major da Antuérpia para essa line-up já é uma grande remontada, porque segundo o capitão do time Gabriel “falleN” durante uma livestream na Twitch, ele disse que esperava que o time conseguisse se classificar apenas para o Major de novembro, que será realizado no Rio de Janeiro. A classificação representa uma virada de chave na carreira de alguns desses jogadores 10

como: o “fer” que estava sem time e desacreditado desde o fim de 2020, sendo stand-in para o antigo time da Imperial no meio de 2021, mas de forma apagada; “fnx”, abreviação de Fênix que busca ressurgir mais uma vez em sua vitoriosa carreira no Counter Strike, onde é 6 vezes campeão mundial; “FalleN” que havia sido substituído em seu antigo time, a organização holandesa Team Liquid por conta dos péssimos resultados ao longo de 2021; “Vini” também foi substituído, mas, foi na organização brasileira FURIA e “Boltz” que está vindo de uma longa má fase sobre o banner da histórica organização brasileira MIBR, hoje gerenciada pela IGC (Immortals Gaming Club). Buscando a visão de um profissional especializado nos e-sports, principalmente no CSGO, entrevistamos o jornalista Roque Marques atualmente no site Dust2 Brasil, um braço ligado a HLTV (site especializado em CSGO). A principal indagação foi sobre a importância da equipe Imperial para o cenário mundial de CSGO, na visão dos estrangeiros. Ele declarou que é um time muito marcante para o torcedor brasileiro, e como o público brasileiro é conhecido por ser uma torcida muito calorosa, consequentemente isso atrai muitos fãs para o Counter Strike universal. Já os brasileiros possuem um carinho maior por esses atletas por eles estarem nas principais conquistas em âmbito mundial.. Porém segundo o mesmo a Imperial não tem chances de ser campeã pois apesar de todos os jogadores experientes, a expectativa é somente classificar da primeira fase, ainda mais devido ao pouco tempo de treino, cerca de 3 a 4 meses Ao ser questionado sobre quais são suas expectativas em relação ao “fnx” neste retorno ao competitivo, Roque afirmou que ele possui um talento natural para o jogo, mas, desde jovem ele possui esse problema de foco, não conseguindo render nos treinamentos, além de não querer viver essa intensidade da rotina de jogador profissional.


Algo já comentado pelo capitão do time, Gabriel “FalleN”, em entrevistas ele diz que quer manter o fnx focado, fazendo com que ele renda ao longo do tempo. Mas enxerga ele longe da forma ideal, mesmo que tenha tido alguns bons rounds e ajudado muito o time. Para finalizar questionamos o Roque sobre qual a expectativas dele para esse Mundial: “Minhas expectativas é de que será um dos Majors mais legais dos últimos tempos, por conta desse período sem mundial pela pandemia. No final do ano passado teve major, mas em Estocolmo todos já sabiam que aquele major era da NaVi, só um desastre tiraria aquele título deles. Agora a gente chega em um momento muito diferente do competitivo com a NaVi seguindo ainda como uma das favoritas, mas com a FaZe Clan no topo do ranking mundial jogando muito bem tendo vencido algumas das principais “lans” do ano, tem outros times muito fortes como a Ence que chega numa fase muito boa, a própria FURIA que chega em sua melhor condição de todos os tempos.

Eu como telespectador e alguém que vive o CS tenho muitas expectativas que a FURIA possa chegar a brigar pelo título ou até ser campeã acho que é um momento bom pra eles porque no CS que proporciona isso, não tendo nenhum time muito acima dos outros, mas, se fosse pra cravar um favorito hoje, cravaria a FaZe pelo que eles vem jogando, mas não se sabe como a NaVi vem se preparando nesse meio tempo, por ter questões muito particulares com a guerra da Ucrânia, situações familiares, das organizações é difícil prever o que vai sair dali, é nítida a queda desempenho de muitos times como a VP (que está jogando como Outsiders) e a própria NaVi. Mas acho que vai ser um dos majors mais interessantes no sentido de ser imprevisível, a gente vem de uma era que a Astralis chegava pra ganhar todos os majors, depois veio esse Major de Estocolmo que a NaVi tranquila e sendo campeã, faz tempo que eu não chegava no major com tanto incerteza, acho que vai ser com certeza um dos majors mais legais”, declarou.

Time da Imperial eSports comemorando a classificação ao Major da Antuérpia, com “fnx” em destaque - PGL eSports

11


Cultura:

Will Smith e Chris Rock O debate do “limite do humor”

Texto de Opinião por: Lucas Peçanha

Chris Rock (à esquerda) sendo esbofeteado Will Smith (à direita) durante a premiação - AFP or Licensors

Na noite do dia 27 de Março desse ano, a 94ª edição do Oscar foi palco de uma das maiores polêmicas da história da cerimônia, com a piada polêmica feita por Chris Rock sobre a aparência de Jada Smith, a esposa de Will Smith, que sofre de uma doença conhecida como “alopecia”, que causa perda de cabelo ou de pelos de outras partes do corpo. Após a piada, Will subiu ao palco e esbofeteou o comediante com um tapa, chocando toda a audiência e os convidados presentes na cerimônia. “Tire o nome da minha esposa da sua maldita boca”, disse Will à Chris Rock. Após o ocorrido, Will escreveu e compartilhou nas redes sociais uma nota desculpando-se sobre o acontecido na noite da cerimônia: “Gostaria de lhe pedir desculpa publicamente, Chris. Estava fora dos limites e estava errado. Estou envergonhado e 12

as minhas ações não foram indicativas do homem que eu quero ser. Não há lugar para a violência num mundo de amor e bondade.” No mesmo dia, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que organiza o Oscar, divulgou uma nota sobre o ocorrido, condenando a ação do ator e iniciando um processo formal para decidir as consequências. Com isso, Will Smith anunciou seu desligamento da Academia, dizendo que aceitará quaisquer outras consequências que o Conselho considere apropriado. O ator ainda diz que se sente arrependido por ter privado outros indicados e vencedores da oportunidade de comemorarem e serem exaltados por seu trabalho extraordinário. Não é a primeira vez que Chris Rock é convidado pela Academia para apresentar o Oscar


e inclusive não é de hoje que o comediante provoca Jada, que em 2016 não compareceu à cerimônia junto de seu marido em protesto pela falta de atores negros entre os indicados. No mesmo ano, Chris zombou da atitude de Jada logo em seu monólogo de abertura: “Jada fazendo boicote ao Oscar é como eu fazendo boicote às calcinhas de Rihanna… não fui convidado. Com isso, fica claro que o conflito entre Will e Chris não vem de hoje, não foi à toa que o ator teve aquela reação chocante durante o evento. Nesse cenário, nenhum dos dois está certo. Ao fazer uma piada, deve-se compreender o “distanciamento da piada”, que é o distanciamento geográfico/emocional, ou o distanciamento temporal. O primeiro consiste em fazer uma piada longe de uma ou mais pessoas que possam se ofender com o assunto, enquanto o temporal consiste no tempo no qual a piada foi contada, se foi em uma situação onde o acontecimento é recente ou não. No caso da piada de Chris, não havia nenhum dos dois distanciamentos, pois Jada estava presente no local e a situação ainda era muito recente. Não podemos afirmar ou negar se foi uma piada ou não, afinal pessoas riram com aquilo, mesmo tendo sido um momento desagradável.

Naquela situação, pensando na reação de Will, não cabia nenhum tipo de agressão, provavelmente as únicas alternativas que ele tinha no momento da piada eram subir ao palco, pegar o microfone e fazer uma piada de volta, ou então esperar acabar a cerimônia e reclamar da piada com o comediante. Por outro lado, é compreensível a reação de Will diante daquele comentário, pois é muito difícil ter sangue frio em uma situação dessas e não reagir a uma piada de mal gosto proferida contra uma pessoa que você ama. Sobre retirar o prêmio de Will, que foi uma das possibilidades consideradas, não consideraria certo punir o ator dessa maneira justamente pelo fato de ser muito difícil você escutar algo depreciativo contra uma pessoa de sua importância e não fazer nada sobre isso. Se Will tivesse seguido pelo caminho da não agressão, certamente mais pessoas estariam ao seu lado. Após toda essa polêmica, as coisas parecem ter ficado mais tranquilas entre os dois. Segundo o rapper Sean “Diddy” Combs, um suposto amigo da dupla, os dois já resolveram o conflito nos bastidores. “Isso não é um problema. Acabou. Posso confirmar isso. É tudo amor, eles são irmãos” disse rapidamente durante uma festa da revista Vanity Fair para o portal Page Six.

Will Smith erguendo o troféu de melhor ator que recebeu pela atuação em King Richard: Criando Campeões - Reproduçao GettyImages

13


Coach Carter Treino para a vida Texto de Opinião por: Pedro Luvizotte

Coach Carter em reunião com o elenco de Richmond - Reprodução: Cena do Filme

Em 1999, Ken Carter retorna para sua antiga escola em Richmond, Califórnia, aceitando se tornar o treinador do time de basquete para colocá-lo em forma. Com muita disciplina e regras duras, ele consegue fazer a equipe vencer. Mas quando as notas dos jogadores começam a baixar, Carter fecha o ginásio e interrompe o campeonato. O treinador é criticado pelos jogadores e seus pais, mas está determinado a fazer com que os jovens sejam vencedores tanto na escola quanto na quadra. Em 2005, ano de seu lançamento, o filme recebeu duas premiações da Black Movie Award, cerimônia de premiação exclusiva de cinema para afro-americanos. Além de ser um excelente filme baseado em uma história real, o filme passa várias lições de vida, conselhos e mensagens ao decorrer do longa. 14

A obra aborda vários assuntos sensíveis, como tráfico de drogas, violência e preconceito racial. O enredo retrata uma escola de periferia, contando com a sua maioria alunos pobres e com baixas chances de terem um futuro brilhante, ou no mínimo digno. O longa acompanha o time de basquete de Richmond, time que se apresenta bem inexperiente e que apenas vê o esporte como um passatempo, além de encararem como uma fuga para os problemas sociais enfrentados por cada um dos estudantes. Praticamente toda a produção é uma lição de vida que acompanha de mãos dadas fortes teores de críticas sociais. Podemos nos deparar com a sofrida vida dos alunos da periferia e como a estrutura escolar pode interferir em suas vidas e destinos acadêmicos, sendo assim proporcionando-os uma esperança para o futuro ou até mesmo arruiná-los.


Samuel L. Jackson entrega uma performance formidável como Carter, homem sério, rígido, disciplinado e extremamente autoritário, características estas que ao longo do filme são interpretadas quase que como uma reação paterna, visto que Carter tem como objetivo maior proporcionar uma vida digna para seus alunos, assim afastando-os do mundo do crime e garantindo bolsas para a Universidade. A princípio o basquete é o principal motivador para os alunos, sendo o esporte a principal causa que os levam para a escola todos os dias. Para os jovens, qualquer cobrança que seja fora do escopo esportivo soa como inútil. Carter incentiva e cobra seus alunos a tirarem boas notas, e ao longo da jornada mostra que é possível conciliar os estudos com o basquete.

O treinador os convence ao explicar o por quê é importante que se sobressaiam além do esporte. Fazendo paralelo com o mundo real, essa é a realidade de muitos jovens que possuem paixão pelos esportes e que encontram nas quadras, apoio para diversos problemas. O longa traz uma história densa e reflexiva, não se trata sobre aqueles filmes com final feliz de vitórias da equipe, mas sobre o desenvolvimento e amadurecimento de pessoas, seres humanos. A obra apresenta a perspectiva de que um bom acompanhamento direcionando a coisas boas, determinação, foco e esperança, possibilita que até mesmo os alunos de Carter que estavam fadados ao fracasso por conta de seus antepassados, possam mudar o curso das coisas e pelo menos terem uma chance de provarem o seu valor e vencer na vida.

Iran Ferreira (Luva de Pedreiro), conhecendo São Januário pela primeira vez - Reprodução: Vasco TV

Nota de Agradecimento Agora que você, leitor, chegou ao fim da revista, a equipe da Receba! queria agradecer à você, que se dispôs a ler esse material e à professora Helen Suzuki, que nos forneceu enorme apoio do início ao fim desse trabalho. Esperamos que você tenha adquirido algum conhecimento lendo essa revista, e que possa ter saído dessa leitura bem informado dos assuntos aqui abordados. Aguardem ansiosamente as próximas edições, pois nossa jornada está apenas começando. RECEBA! 15



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.