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Apelo sentidosaos
Andar de moto é um conceito que difere muito de motociclista para motociclista, ou de utilizador para utilizador. Há quem pretenda economia e versatilidade diária, outros premeiam a capacidade desportiva, outros a capacidade de aventura e ainda há os que procuram transmitir um “status” diferenciado, uma extensão do estilo “cool”, bom gosto e requinte. É para estes últimos que a Ducati Diavel existe, fazendo sonhar todos os outros, até aqueles para os quais a motos são vistas como uma espécie de “eletrodoméstico”. A Diavel é incrivelmente brutal!

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Uma das perguntas mais frequentes que me fazem é sobre qual é a minha moto favorita. Por norma, respondo que não sei, enumerando diversas opções, representativas de vários segmentos. Não é que seja uma questão de ética, mas antes por haver tantas e tão boas ofertas no nosso mercado, que a escolha acaba por ser tornar muito difícil. No entanto, bastou uma semana ao guiador da nova Ducati Diavel V4 para que esta passasse e configurar na minha lista de preferências. E até mesmo os quase 27 000€ que custa não são descabidos, pois conseguimos ver com clara evidência, onde estão empregues...
ÚnicA e exclUsivA são talvez dois dos adjetivos que melhor ajudam a definir a personalidade deste modelo, detentora de uma personalidade exuberante. E para 2023 essa personalidade ganha nova dimensão, muito por culpa da introdução do novo motor V4 Granturismo, de 1158 cc (quatro cilindros em V a 90º), que nos coloca “entre as pernas” 168 atléticos cavalos e um avassalador binário de 126 Nm às 7500 rpm. Uma moto musculada, com traços desportivos, mas com uma qualidade e requinte dos acabamentos única entre as opções disponíveis de momento no nosso mercado. Com prestações que só não nos surpreen- deram porque já conhecíamos as anteriores versões, onde o que acabou por nos impressionar mais foi no trabalho feito na impactante (e larga) frente, que mesmo sem para-brisas, mostra uma eficácia notável no capítulo da aerodinâmica. Isso mesmo podemos comprovar, por diversas vezes, em auto estrada, onde rodávamos a velocidades mais elevadas do que era suposto, mas com um conforto e estabilidade inabaláveis que parecia que íamos a metade da velocidade indicada (no momento) no painel de instrumentos. Além do excelente desempenho dinâmico, há ainda que referir o impacto que a estética e componentes, criteriosamente escolhidos, causam naqueles que connosco se cruzam na estrada ou quando estacionamos a Diavel. Qualquer enquadramento é bom para registar esta V4 em fotografia e para isso, muito contribui a iluminação em LED, principalmente na traseira, onde a grelha colocada por cima da ótica traseira faz um efeito absolutamente incrível. A cereja no topo do bolo, é o conforto geral.
Um míssil!
Para esta nova geração da Diavel, a Ducati optou pelo motor V4 Granturismo, um elemento central do design da moto, mas também pela potência e tecnoligia empregues neste bloco, como por exemplo a escolha de uma cam-
26.795 euros
POntUaÇÃO ducati DiaVEL V4

Estética
Prestações
Comportamento
Suspensões
Travões
Consumo
Preço
Veja aqui o Vídeo
https://clicamotos.pt/ ducati-diavel-v4-em-video/



ficha técnica ducati DiaVEL V4
Motor
Distribuição
Cilindrada
Potência Máxima
Binário Máximo
Versão limitada A2
Embraiagem
Final Caixa
Quadro
Suspensão
Dianteira
Suspensão
Traseira
Travão Dianteiro
Travão Traseiro
Pneu Dianteiro
Pneu Traseiro
Comp. Máximo
Largura Máxima
Altura Máxima
Altura do Assento
Distância entre Eixos
Depósito
Peso (ordem de marcha)
Cores
Garantia
Importador
PVP
Quatro cilindros em V a 90º Granturismo, 4t, refrigerado por líquido Duas árvores de cames à cabeça, oito válvulas
1158 cc
168 cv às 10 750 rpm
126 Nm às 7500 rpm
Não
Multidisco em banho de óleo, deslizante
Por corrente
6 velocidades, quick shift bi-direcional monocoque em alumínio
Forquilha invertida, 50 mm, ajustável
Monoamortecedor, ajustável
Dois discos, 330 mm, pinças radiais Brembo 4 pistões, ABs cornering Disco, 265 mm, pinça de 2 pistões, ABs cornering
120/70-17”
240/45-17” n.d. n.d. n.d.
790 mm
1593 mm
20 L
236 kg
Preto com dois discos na frente bota contrarrotante, que reduz o efeito giroscópico e aumenta a agilidade da moto. são uns expressivos 168 cv, acompanhados por um binário muito forte, o que torna este modelo num autêntico míssil, principalmente quando rodamos acima das 6000 rpm. Abaixo disso também não há queixas, com as acelerações e recuperações sempre fortes e imediatas. Mas para ajudar a domar a “fera” e abrir a porta a qualquer utilizador, independentemente da experiência que tenham (o assento colocado a 790 mm do solo permite-nos apoiar ambos os pés no chão e transmite muita confiança aos menos experientes) temos quatro modos de condução, com diferentes níveis de entrega de potência e intervenção das ajudas eletrónicas. Contamos com a ajuda dos modos sport, touring, Urban e um novo, o Wet. sendo o sport aquele em que temos as ajudas eletrónicas a intervir o mínimo possível na condução e a entrega de potência no máximo, o touring e o urban acabam por ser mais comedidos. Para dias de chuva, pavimento mais degradado ou utilizadores com menos experiência, o modo wet é o mais indicado. Isto significa que todos vamos conseguir desfrutar, aprender e evoluir a nossa condução com este modelo! Das ajudas à condução na Diavel V4 contamos com o controlo de tração (DtC) agora também em curva, o ABs em curva e o controlo anti-cavalinho. Para as viagens mais longas, gozamos do contributo do sempre útil cruise control. Uma coisa é certa, indepententemente do regime de rotação em que rodemos, rodamos o punho do acelerador e a Diavel dispara para a frente como uma autêntica bala (principalmente no modo sport), levando-nos a parecer que entramos em modo “fast forward”, pois tudo à nossa volta parece parar...
O motor V4 é só por si uma verdadeira peça de arte e ocupa um merecido lugar de destaque no conjunto. Além disso, resulta muito potente neste conjunto.
O escape, com quatro silenciadores transmite-lhe uma imagem algo bélica... faznos lembrar um lança granadas ou até uma metralhadora rotativa...

Contamos ainda com o sistema de arranque assistido Ducati Power Launch (DPL) e ainda o quick shift bi-direcional. toda esta gestão tecnológica pode ser (facilmente) feita a partir dos comandos colocados em ambos os punhos, e para isso basta seguir as indicações que nos vão sendo dadas e apresentadas no painel tFt a cores de 5”. Ainda no campo da tecnologia, a ordem de ignição twin Pulse, juntamente com um sistema de escape dedicado (estilo lança rockets), desenvolvido com grande atenção à “qualidade do som”, marca o V4 Granturismo. O sistema de desativação dos cilindros traseiros, que permite ao motor operar como um bicilíndrico ou como um quatro cilindros, com uma transição gradual e, por isso, impercetível, gera uma alteração no tom do escape quando muda de um modo para o outro. Um som mais profundo, com frequências mais baixas, caracteriza o V4 Granturismo quando apenas os dois cilindros dianteiros estão ativos. Essas frequências, por outro lado, tornam-se mais altas quando todos os quatro cilindros estão a funcionar. só a título de curiosidade, a Diavel permite acelerar dos 0 aos 100 km/h em menos de três segundos...




A adoção do V4 Granturismo também tem efeitos positivos nos custos de manutenção, que são reduzidos devido a intervalos extremamente longos: uma mudança de óleo é necessária a cada 15.000 quilómetros, enquanto o ajuste das válvulas é aos 60.000 quilómetros. Um valor recorde, mesmo considerando as prestações de que esta moto é capaz.
Power modes & riding modes
A cada “Riding Mode” está associado um dos três Power Modes: High, Medium, Low. Os Power Mo- des High e Medium permitem ao motor V4 Granturismo entregar a sua potência total, 168 cv às 10 750 rpm, com um valor máximo de binário de 125,7 Nm às 7500 rpm, mas com diferentes definições dos mapas Ride by Wire. O Power Mode

High, associado por defeito ao Riding Mode sport, é desenhado para condução desportiva e oferece uma resposta direta e visceral aos comandos do acelerador. O Power Mode Medium, por sua vez associado por defeito ao Riding Mode touring, caracteriza-se por uma resposta mais progressiva e suave do motor às solicitações do condutor.

O Power Mode Low, associado por defeito aos Riding Modes Urban e Wet, foi desenhado para utilização em superfícies de baixa aderência, limitando a potência máxima da moto a 115 cv às 8.750 rpm e o binário máximo a 114,4 Nm às 5.750 rpm, e oferecendo uma resposta ao acelerador particularmente controlável.

ciclísticA e ergonomiA
As prestações do motor V4 combinam-se com uma agilidade impressionante do conjunto. sem combustível apresenta um peso de 223 kg, que corresponde a uma redução de mais de 13 kg (-5 no motor, -8 no veículo) em comparação com a Diavel 1260 s. No entanto, nas manobras a baixa veloci-
A postura de condução colocanos num patamar intermédio entre as motos custom e as naked. Resulta confortável e transmite-nos muita segurança na condução dade faz sentir esse peso, embora distribuído de forma equilibrada. Na frente encontramos uma forquilha invertida de 50 mm e um amortecedor tipo cantiléver, ambos totalmente ajustáveis. O sistema de travagem é Brembo stylema, com dois discos dianteiros de 330 mm e um traseiro de 265 mm, com ABs cornering. A nova geração Diavel V4, além de apresentar mais 15 mm de curso no amortecedor traseiro, que permite mais conforto em viagem, passa a disponibilizar um assento mais espaçoso e confortável. Quando não rodamos com passageiro, colocamos a tampa no assento traseiro, preso com apenas dois parafusos. Por baixo do assento traseiro conseguimos libertar a pega traseira para o passageiro e os pousa pés deste funcionam como elementos estéticos de grande qualidade e requinte, quer abertos, como fechados.
O assento é independente para ambos os ocupantes e por baixo do traseiro temos acesso ao comando que nos permite soltar a pega traseira para o passageiro.
As suspensões são ajustáveis, mas dada a exclusividade do conjunto, umas suspensões eletrónicas ficavam-lhe a matar...
mAis qUe UmA moto, UmA exPeriênciA
O painel de instrumentos é um completo TFT a cores, de 5” que podemos operar a partir dos comandos colocados em ambos os punhos. A leitura é muito boa e a informação completa.
Podíamos resumir a Ducati Diavel V4 a isto, uma experiência! Mas uma experiência que nos marca, pelo desempenho do motor e cilística, mas também pelo conforto, versatilidade e exclusividade da estética e componentes. A imponência deste modelo reflete-se em qualquer ângulo que a olhemos, com a frente a apresentar-se muito compacta e musculada. A estabili- dade do conjunto, em qualquer ocasião, seja depressa ou devagar, é em grande parte conseguida graças à generosa distância entre eixos de 1593 mm e à postura comprida e baixa do conjunto. Já que estamos perante uma moto tão exótica, porque não irmos mais além de pedirmos uma versão equipada com suspensões eletrónicas e o sistema de radar da Ducati? Na dinâmica da moto, o único aspecto digno de nota, é que graças ao enorme pneu traseiro, um Pirelli Diablo Rosso III 240, temos uma moto que oferece alguma resistência inicial a entrar em curva e depois quando o faz, parece que cai para o interior. Passado o período de adaptação (que é rápido), ganhamos confiança e começamos a atirá-la (literalmente) para o “apex” das curvas, quebrando aquela “barreira psicológica” inicial e vemos que afinal não só curva, como o faz bem e com confiança, até chegarmos aos limites de inclinação, impostos pelos avisadores dos pousa pés. Dinamicamente é uma moto que se sente firme, não é incómoda mesmo na cidade, mas é uma moto que faz sentir o peso quando rodamos a baixa velocidade.
O painel é um tFt a cores, com toda a informação necessária, apresentada de forma explícita e com boa leitura. No painel, o consumo médio indicado no final do nosso teste era de 15,2 km/litro, que é qualquer coisa como 6,5 litros por cada 100 km percorridos, que podemos baixar facilmente, se fizermos uma condução mais tranquila. Esta moto apela aos nossos sentidos mais rebeldes, pois gosta de nos provocar e dasafiar, cabendo a cada um de nós ter a capacidade de não se deixar provocar... A postura de condução está entre as custom e as naked, com as pernas e braços ligeiramente esticados para a frente, sem exageros. A ignição é sem chave e temos tomada UsB no lado esquerdo do painel. Um dos grandes problemas que vamos ter com esta moto é tentar passar desapercebidos, o que vai ser praticamente impossível já que é uma moto que atrai todas as atenções e lentes das câmaras ou telemóveis. Uma moto que a Ducati tem conseguido manter a coerência e feito evoluir de forma interessante, continuando a fazer despertar o interesse por um modelo que é realmente particular. A postura de condução é confortável, os comandos dos punhos são retro-iluminados. Detalhes pensados ao pormenor para completar o todo e não funcionar de forma isolada.
Acessórios
Os entusiastas que queiram aumentar as capacidades turísticas da sua Diavel V4 irão encontrar diversas opções no catálogo Ducati Performance, começando pelas malas semirrígidas com uma capacidade total de 48 litros, para as quais a Diavel V4 está preparada (sem necessidade de estruturas), e que, em conjunto com o encosto para o passageiro e o para-brisas touring, permitem confortáveis viagens a dois.




O lado mais desportivo da Diavel V4, por seu lado, é sublinhado com o silenciador de escape homologado, com tampa e quatro terminais em carbono. Para aqueles que quiserem ir mais longe existe o sistema de escape de competição de design “spitfire”, com quatro saídas em linha, não homologado para a estrada, com coletores em aço, silenciador em titânio e tampa em fibra de carbono, que garante uma redução de peso de cerca de 11 kg e um aumento da potência máxima do V4 Granturismo de 12 cavalos, elevando o total para 180 cv.
Peças em alumínio feitas a partir do bloco, embraiagem a seco (apenas para uso em competição), jantes forjadas e pinças de travão em vermelho ou negro, ampliam ainda mais as possibilidades de customização da nova Diavel V4.

Disponível com base em preto/verde, ou branco/cinzento
Kawasaki Z400
