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PRÉ-COMPRA
from O Carreteiro 551
by GGMídia
DESCOMPASSO NA LINHA
O aumento de preço previsto para os caminhões produzidos a partir de 01 de janeiro de 2023 devido a nova motorização que atende a fase P8 do Proconve leva os transportadores a anteciparem as compras, por outro lado as montadoras enfrentam o desafio da falta de componentes na linha produção
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JOÃO GERALDO
Oingresso dos motores com a tecnologia de emissões Euro 6, para atender a fase P8 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que trará aumento de preço dos veículos, tem sido um dos principais aceleradores de vendas de caminhões este ano. No entanto, a falta de componentes na cadeia de fornecimento tem sido uma das barreiras para montadoras conseguirem atingir um dos seus maiores volumes de produção e vendas dos últimos anos.
Com isso, a previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao final de junho conta de que esse ano os números da indústria de caminhões serão parecidos aos de 2021, quando foram produzidos 158.810 caminhões a partir de 3,5 toneladas de PBT e licenciados 122.824 nacionais, mais 5.855 importados.

Fotos DIVULGAÇÃO e O CARRETEIRO

Apesar das limitações impostas à produção pela falta de componentes, as vendas de grandes lotes de caminhões têm acontecido, mesmo que seja para serem entregues ano que vem, uma vez que modelos produzidos até 31 de dezembro de 2022 poderão ser faturados até o final de março de 2023.
Seguindo a realidade do mercado brasileiro de que o agronegócio é o maior comprador de caminhões pesados, uma das grandes vendas provocada pelo movimento de pré-compra - para evitar o aumento dos caminhões Euro 6 produzidos a partir de 01 de janeiro de 2023 - envolveu 400 unidades do FH 540 6x4 e outros 40 da linha VM. Desde 2019 o FH 540 ocupa o posto de caminhão mais vendido Brasil. Em 2021 foram 8.395 unidades.
O negócio foi fechado com a Amaggi, a maior empresa de grãos e fibras do Brasil com a comercialização de 17,8 milhões de toneladas no ano passado; e também uma das maiores produtoras mundiais de grãos, cuja produção própria anual de grãos e fibras é de cerca de 1,1 milhão de toneladas.
Os caminhões FH 540 irão transportar produtos agrícolas produzidos no Centro-Oeste até os terminais de transbordo da região Norte, enquanto os modelos VM serão utilizados em operações de apoio. “Estamos expandindo nossa operação logística e melhorando a integração entre os sistemas rodoviário, hi-

droviário e ferroviário, proporcionando mais economia, aumentando a agilidade e diminuindo o impacto ambiental”, declarou o gerente de logística da empresa, Anilton Carmo. Com a aquisição a frota da Amaggi passará a contar com 600 caminhões.
Ainda de acordo com o executivo, uma parte dos novos veículos irá rodar já este ano pela BR-163 no trecho entre os Estado do Mato Grosso e Pará, abrangendo regiões mato-grossenses de cidades como Sorriso, Sinop e Matupá, até chegar a Miritituba (PA), onde os grãos são descarregados em uma estação de transbordo e em seguida serem exportados.
A empresa utiliza rodotrens Librela-
FH 540 6X4 é o caminhão mais vendido no mercado brasileiro desde 2019. Ano passado foram licenciadas 8.395 unidades

Alcides Cavalcanti, da Volvo, satisfeito com o fechamento da venda para um dos maiores grupos do agronegócio no País

to basculantes com duas caçambas de aço e basculamento de 40graus. A outra parte da frota rodará no Corredor Madeira, entre Mato Grosso e Rondônia, também com destino aos terminais portuários do Norte do Brasil.
“É uma enorme satisfação fechar mais um negócio com a Amaggi, um dos maiores grupos mundiais do agribusiness e genuinamente brasileiro”, afirmou Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões da Volvo no Brasil.
Outra venda também anunciada em julho envolveu a negociação de 124 caminhões pesados Iveco Hi-Way 6x4 e seis modelos semipesados Tector 6x4 para a Inpasa, considerada a maior produtora de etanol de milho da América Latina, com três unidades no Brasil (Sinop e Nova Mutum/MT e Dourados/ MS) e duas no Paraguai. Anualmente a empresa produz 1 bilhão de litros de etanol, 50 mil toneladas de óleo de milho e 570 mil toneladas de DDGS (nutrientes para ruminantes, aves, peixes, equinos e pets).
Eder Lopes, diretor da Inpasa, destacou que a aquisição dos novos caminhões tem como objetivo fortalecer as operações de transporte da empresa. Acrescentou que os veículos irão ampliar a eficiência e trazer redução de custos, destacando que o conforto é um diferencial para os motoristas, principalmente porque as operações envolvem da viagens em rotas de longas distâncias.
Caminhões Iveco Hi-Way vão fortalecer a frota da Inpasa nas operações de longas distâncias

O diretor comercial da Iveco, Ricardo Barion, por sua vez reforçou que a estratégia adotada pela montadora de crescer de forma sustentável tem trazido resultados muito positivos, tanto no aumento das vendas quanto em relação à satisfação dos clientes de todos tamanhos que operam com veículos da marca. Entre janeiro e junho desse ano a Iveco registrou o emplacamento de 5.363 veículos. Esse volume representou crescimento de 59,2% em relação às 3.508 unidades registradas no mesmo período de 2021. Além das vendas no mercado brasileiro, a montadora comemorou também no mesmo período o crescimento das exportações, com o envio de aproximadamente 1.000 veículos entre caminhões e ônibus.
O presidente da Iveco para a América Latina, Marcio Querichelli, acrescentou que a estratégia da montadora permite o avanço no continente junto a grandes grupos, como a Andes Motors, no Chile e no Peru, e o Grupo Santa Rosa, no Uruguai. “Nossa participação de mercado na região é reflexo da força que temos entre transportadores autônomos e operadores de diferentes países, promovendo o melhor custo total de propriedade do mercado”, complementou. A montadora concluiu recentemente a negociação de 26 unidades do Tector Premium com a Partry, empresa de coleta de resíduos urbanos do município de Canelones, no Uruguai.
