
5 minute read
IVECO PÉGASO
from O Carreteiro 547
by GGMídia
O VOO DO CAVALO ALADO
JOÃO GERALDO
Advertisement
Quem gosta de caminhão tem sempre interesse em conhecer a origem e até mesmo um pouco da história de montadoras e veículos pesados fque fizeram história e contribuíram para o fortalecimento de marcas atualmente com grande projeção no mercado global de veículos comerciais. Uma dessas empresas é ENASA, fabricante espanhola dos caminhões e ônibus Pegaso adquirida pela Fiat em setembro de 1990. Os produtos da marca tiveram grande importância para o fortalecimento da Iveco.
Em fevereiro deste ano, a Pegaso completaria 76 anos de existência. Em 2016, no 70º aniversário da marca do cavalo alado, a Iveco lançou na Espanha uma edição especial do Stralis XP limitada a 70 unidades. A montadora italia-
O VOO DO CAVALO ALADO
Fotos DIVULGAÇÃO E ARQUIVO O CARRETEIRO
Em sua trajetória entre 1947 e 1990, quando foi adquirida pela Iveco, a Pegaso se destacou na produção de caminhões, ônibus e também no pioneirismo ao apresentar - no início da década de 1950 - o protótipo de um caminhão elétrico, e no final dos anos 80, um cavalo mecânico com as tecnologias incorporadas aos atuais extrapesados atuais


na, por sua vez, teve origem na Itália, em 1975, a partir da fusão de cinco empresas (Fiat Veículos Comerciais, Lancia Veículos Especiais, Unic e Magirus-Deutz) e cujo nome se refere à abreviação de Industrial Vehicle Corporation.
A história da Pegado começou na Espanha em janeiro 1947, quando a ENASA (Empresa Nacional de Autocamiones) adquiriu a Hispano-Suiza, fabricante de automóveis também espanhola fundada em 1904. Na aquisição, o acordo com a Hispano-Suiza não incluia a compra da marca, por isso em 30 de janeiro daquele ano o caminhão foi registrado como Hispano 66G. Seis meses depois, a ENASA mudou o nome para Pegaso, o cavalo alado da mitologia grega. O Pegaso II, primeiro caminhão com a marca nova estampada na parte frontal da cabine, começou a sair da linha de montagem no final de 1947. O veículo ti-

Em 1960, o Pegaso 1060 trouxe nova denominação aos caminhões da marca
nha o trem de força composto por um motor a gasolina de 5,65 litros, 6 cilindros e 110cv de potência a 2.750rpm. A caixa de marchas tinha 8 velocidades. Com PBT de 14,2 toneladas, das quais 8 eram carga útil, o veículo atingia velocidade máxima de 72km/hora e com consumo variando entre 40 e 46 litros a cada 100 quilômetros rodados, à época tido como um caminhão econômico.
Tanto o design cara chata da cabine quanto o espaço interno, eram superiores aos dos caminhões de outras marcas em produção naquele tempo. Assim sendo, a ENASA ateve-se apenas em promover mudanças para tornar o veículo mais eficiente e ainda econômico. A rotação do motor foi uma alterações, pois quando era produzido pela Hispano-Suiza o giro máximo atingia de 3.250rpm.
Porém, segundo consta no livro “Hispano-Suiza/Pegaso, um ciclo de caminhões e ônibus” publicação com a história da empresa, operações da ENASA não foram difíceis no início, principalmente diante das várias dificuldades enfrentadas com as instalações da fábrica destruídas pela Guerra Civil espanhola, ocorrida no período entre 1936 e 1945.
A linha de produção dentro da antiga instalação da Hispano-Suiza, em Barcelona funcionou até ser transferida em 1955 para a fábrica de Madrid. O caminhão Z-207 foi o primeiro Pegaso produzido na nova planta, onde atualmente funciona uma das mais modernas unidades industriais da Iveco. Em 1957, a ENASA ampliou suas atividades ao comprar a SAVA, fabricante de comerciais leves e médios.
Quando foi adquirida pela Fiat, em

Eurocargo com as duas marcas e edição especial do Stralis Pegaso lançada em 2016 em homenagem aos 70 anos da marca. dos lados, Daily e modelos feitos na Espanha durante transição das marcas
1990, a ENASA contava com seis fábricas, sendo quatro na Espanha (Madri, Barcelona, Valladolid e Mataró), uma em Oldham (Inglaterra) e outra em Cumaná (Venezuela). Enquanto esteve em atividade, a Pegaso foi uma marca de destaque, com vendas na Espanha atingindo 80 mil caminhões e 20 mil nos outros dois países.
Esse volume garantia à ENASA participação de quase 23% no mercado europeu de veículos comerciais acima de 6 toneladas. Após a negociação com a Fiat, por algum tempo os caminhões saiam da linha de produção com as marcas Pegaso e Iveco na cabine. São deste período os primeiros caminhões Eurocargo e também a Daily, produzida na Itália naquela época.
Enquanto esteve em atividade, a ENASA desenvolveu também o protó-
Ekus: parceria com MAN e VW, em 1987




Caminhão Hispano-Suiza apresentado em 1944 na feira de Valência

Pegaso II, o primeiro com o nome da nova fabricante. Abaixo, Iveco Eurotech-Pegaso
tipo de um midiônibus batizado de 5317 com suspensão pneumática, motor traseiro turbo de 170cv. Outro modelo foi o 6420 em parceria com a MAN. Outra ação, em 1984, foi a fundação da empresa Cabtec em parceria com a DAF. Com capital misto de 50% de cada parte, o objetivo foi desenvolver uma cabine de caminhão completamente nova, que entrou em produção partir de 1987.
Essa cabine foi usada pelo DAF 95, o Pegaso Troner e o Strato, modelo da marca inglesa Seddon-Atkinson, que já havia sido adquirida pela ENASA em 1983. Em outra parceria, junto com a MAN e Volkswagen, em 1987 a empresa lançou no mercado espanhol o modelo leve Ekus. O pioneirismo também fez parte da história empresa, ao produzir o primeiro protótipo de um caminhão elétrico, em


Caminhão elétrico com autonomia para 75 quilômetros ficou apenas no projeto
1952. Com autonomia para 75 quilômetros, o veículo podia ter a bateria carregada em cinco horas. Apesar de nunca ter sido produzido em série, o protótipo serviu de base para o desenvolvimento de trólebus. Outra demonstração pioneira foi a apresentação em 1989 do SOLO, um caminhão conceito bastante avançado para a época. O protótipo trazia sistema eletrônico computadorizado com controle geral do veículo e diagnóstico de avarias, assistência para otimização da condução, retrovisores com câmeras, tela com câmera infravermelho para melhorar a visibilidade, comunicação via satélite e motor eletrônico de 500cv entre várias outras novidades tecnológicas. A ENASA também fabricava carros e chegou a participar de campeonatos como o GP de Mônaco (1952), as 24 Horas de Le Mans (1953) e a
Protótipo do SOLO, apresentado em 1989

