




Nesta edição da Revista SAGRADO, queremos celebrar um marco significativo para as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, pois o Instituto celebra 130 anos de fundação. O sonho da Bem-Aventurada Clélia Merloni, Mãe e Mestra, iniciado no dia 30 de maio de 1894, em Viareggio – Itália, espalhando-se pelo mundo.
As Apóstolas chegaram ao Brasil em 1900, fazendo da educação um campo propício para amar e fazer amar o Coração de Jesus, com a missão de levar a todos um raio da Sua ternura.
No contexto dos 130 anos do Instituto, três Unidades Educacionais do SAGRADO – Rede de Educação celebraram datas significativas em 2024: o Colégio Coração de Jesus, de Nova Esperança/PR, celebrou 70 anos; a Escola de Educação Básica São Domingos, em Torres/RS, também completou 70 anos; e a Escola de Educação Infantil Lar do Bebê – Pupileira, chegou a 60 anos de educação em Porto Alegre/RS. Gratidão a todas as Irmãs e educadores que construíram esta história e deixaram marcas de amor e esperança em nossas Unidades Educacionais.
Também nesta edição, encontraremos temáticas que colocam a educação no centro das grandes discussões contemporâneas, desde a sustentabilidade até a transformação digital e o impacto humanitário. Abordamos como a formação das novas gerações não pode mais se dissociar de um compromisso responsável com o mundo e com as pessoas ao nosso redor.
A integração dos princípios ESG (ambiental, social e de governança) nas práticas educacionais também está moldando uma geração consciente de seu papel na construção de um futuro justo e sustentável. O SAGRADO – Rede de Educação assume esses valores para formar crianças, adolescentes e jovens comprometidos com a ética, a
inclusão e o respeito ao meio ambiente. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Laudate Deum, nos dirige um forte chamado à ação diante das urgências climáticas. Este apelo ecoa nos ambientes educacionais, incentivando uma cultura de responsabilidade ecológica e cidadania global.
Nesta interface, refletimos como a inteligência artificial (IA) pode ser aliada na personalização do aprendizado sem perder de vista o essencial: o desenvolvimento integral do ser humano. Entendemos que a conexão entre educação, natureza e os avanços tecnológicos são primordiais para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação do meio ambiente. Abordamos práticas pedagógicas que integram o contato com a natureza como parte do currículo, promovendo o respeito e o cuidado com o planeta desde a infância.
Diante de um mundo cada vez mais interconectado, a internacionalização se torna uma necessidade. O SAGRADO - Rede de Educação tem promovido oportunidades e formação, capacitando educadores, educandos, famílias e sociedade para, juntos, enfrentarmos os desafios complexos e contribuir para um mundo solidário e fraterno.
Diante desses olhares, caminhamos sempre inspirados pelos ensinamentos de Madre Clélia, mulher exemplar, de uma liderança compassiva e atenta à realidade do seu entorno. Seu forte apelo: “abrir os olhos do coração para ver onde a caridade é necessária e executá-la com prontidão e alegria”.
Que a leitura desta edição da Revista SAGRADO inspire a todos na construção de um futuro no qual o saber e o cuidado caminham juntos, em sintonia com os valores cristãos e clelianos.
Que Madre Clélia abençoe a todos com 100 corações! editorial
O Colégio Coração de Jesus, de Nova Esperança/PR; a Escola de Educação Básica São Domingos, em Torres/RS; e a Escola de Educação Infantil Lar do Bebê – Pupileira, em Porto Alegre/RS, celebraram datas significativas em 2024.
2024 foi um ano especial e significativo para as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, pois o Instituto celebrou 130 anos de fundação. O sonho
da Bem-Aventurada Clélia Merloni, iniciado no dia 30 de maio de 1894, em Viareggio – Itália, espalhou pelo mundo o lema “Caritas Christi urget nos” (A caridade de Cristo nos impele).
Com a missão de “levar a todos um raio da ternura do Coração de Jesus”, as Apóstolas chegaram ao Brasil em 1900, fazendo da educação um campo propício para amar e fazer amar o Coração de Jesus.
No contexto dos 130 anos do Instituto, três Unidades Educacionais do SAGRADO – Rede de Educação celebraram datas significativas em 2024.
70 ANOS DO COLÉGIO CORAÇÃO DE JESUS, EM NOVA ESPERANÇA/PR Uma história de excelência na Educação!
O Colégio Coração de Jesus, em Nova Esperança/PR, celebra seu septuagésimo aniversário. Fundada em 1954, a Unidade Educacional tem sido um pilar de educação e fé, moldando gerações e contribuindo para o desenvolvimento da região.
Fundado pelo Padre José Antonio Roldan, o Colégio surgiu em resposta à demanda por educação na cidade. Inicialmente chamado de Escola Nossa Senhora da Esperança, começou com humildes instalações de madeira na praça da Igreja Matriz. A chegada das Irmãs Apóstolas
do Sagrado Coração de Jesus, em 1959, marcou um ponto de virada. Convidadas pelo Bispo, Dom Jaime Luiz Coelho, as Religiosas assumiram a missão de educar com fervor, refletindo a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, herança da Fundadora, a Bem-Aventurada Clélia Merloni.
Nos primeiros anos, o Colégio enfrentou desafios, incluindo a necessidade de novas instalações. Em 1960, mudou-se para um terreno próprio e iniciou a construção de um prédio de alvenaria. Durante a transição, as aulas continuaram na residência das Irmãs, um testemunho da dedicação das educadoras. A década de 1960 foi de expansão. Em 1966, o Colégio introduziu o Curso Gi-
nasial, complementando o Jardim de Infância e o Curso Primário. Com a conclusão do novo prédio, em 1968, o número de matrículas cresceu, tornando-se um farol de educação na região.
Nas décadas seguintes, o Colégio se destacou pela qualidade da educação e pelo compromisso com questões sociais e ambientais. Nos anos 1980 e 1990, firmou-se como uma Instituição respeitada, preocupada com a excelência acadêmica e a formação de cidadãos conscientes e responsáveis.
O novo milênio trouxe novos desafios e oportunidades. As Apóstolas garantiram que o Colégio mantivesse seu status de referência educacional, equiparando-se a instituições de cidades maiores. Essa dedicação assegurou que as famílias de Nova Esperança pudessem conceder uma educação de alta qualidade a seus filhos sem a necessidade de enviá-los para outros municípios.
Atualmente, o Colégio Coração de Jesus conta com uma equipe de educadores comprometidos. A Instituição continua a ser um espaço para a formação de cidadãos éticos, justos e solidários. Esse compromisso é a marca registrada da Unidade Educacional, que se orgulha em ofertar uma educação que passa pelo coração. Ao celebrar os setenta anos de existência, o Colégio planeja continuar sua trajetória de excelência e inovação pelos próximos anos vindouros.
Uma história de amor às infâncias
ROSE MARY ARAKAKI SEVERO - Educadora
A solidez de uma obra consiste em ser edificada sobre rocha firme. A Escola de Educação Infantil Lar do Bebê - Pupileira, ao contemplar 60 anos de existência, olha para sua história e constata que o respeito à vida, desde a sua concepção, foi o alicerce que moveu pessoas. Essas traziam consigo os valores cristãos que encontraram nas Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus e a segurança para responder aos anseios da sociedade com boas ações, bons exemplos e o trabalho de cuidar do próximo, em especial da infância.
Em 21 de maio de 1963, o casal Luiz e Lydia Moschetti construiu em sua própria residência, situada na Rua Fernando Gomes, 156, no bairro Moinhos de Vento, na cidade de Porto Alegre/ RS, uma Pupileira, isto é, um “Lar de Bebês”. O objetivo foi acolher os recém-nascidos abandonados e os órfãos, ampará-los em suas necessidades até que lhes fosse encontrado um lar definitivo, sem distinção de cor, credo ou nacionalidade. Ao mesmo tempo, os fundadores buscavam uma entidade que aceitasse enfrentar os desafios de uma obra social inédita para a época.
Assim, a providência divina proporcionou este encontro: o casal confiou a continuidade dos trabalhos para as Irmãs Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus (nome utilizado na época pelo Instituto). No dia 06 de junho de 1964, formou-se então a primeira Comunidade Religiosa da Pupileira, tendo Ir. Lúcia Bernardes como Superiora, além da Ir. Teresa Ana Sofiatti e da Ir. Conceição Concli. No dia 1 de outubro de 1964, foi realizada em cartório a escritura de doação da propriedade.
O tempo passou e a dinâmica social requisitou adaptações. Em 1983, a atuação foi como creche social, acolhendo as solicitações das famílias, cujas mães atuavam no mercado de trabalho e necessitavam de um lugar seguro para deixar seus filhos. Para atender a demanda crescente, foi projetada a ampliação das instalações. Em 1998, foram inaugurados os novos espaços. A partir de então, tornou-se Escola de Educação Infantil, contemplando do Berçário (a partir de 4 meses) ao Infantil V (5 anos), promovendo uma educação integral que contempla os valores do humanismo cristão.
Cada Apóstola que passou, e as que ainda virão, assim como os educadores, benfeitores e famílias, contribuem para o fortalecimento e propagação da Educação Cleliana fundamentada nos Valores do Evangelho, em uma educação que passa pelo coração, idealizada pela Bem-Aventurada Clélia Merloni, a Apóstola do Amor, que no seu fazer pedagógico levava a todos um raio da ternura do Coração de Jesus.
ANOS
No passado, a inspiração... no presente, a ação... no futuro, a construção!
RICARDO ROCHA – Diretor Pedagógico
A Escola de Educação Básica São Domingos, hoje Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, neste ano completa 70 anos de um trabalho consolidado junto à comunidade de Torres/RS e região.
Fundada em 1954, na ocasião a cargo das Irmãs Dominicanas, a Escola sempre promoveu uma educação confessional católica de extrema propriedade.
Em 2006, com o carisma e o ideal que emanam da Fundadora, a Bem-Aventurada Clélia Merloni, as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus assumem o legado das Irmãs Dominicanas, continuando a oferecer uma educação qualificada, pautada em princípios, acendendo os valores do Evangelho, da Espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus, da Pedagogia Cleliana e do Ser Presença cuidadosa junto à Comunidade Educacional.
Por meio do efetivo exercício da cidadania, a Unidade Educacional forma para valores que dignificam, protegem, sustentam e promovem a vida pessoal, do próximo e da natureza. Além disso, envolve a Comunidade Educacional em ações da Pastoral Escolar, bem como em campanhas e promoções que contribuem para o enriquecimento da excelência humana enquanto Escola Confessional Católica.
Desde sempre, fomos desafiados em manter a tradição estabelecida, mas, ao mesmo tempo, prontos para revelar o Carisma das Apóstolas nas obras educacionais que somos responsáveis.
Acreditando que “a educação é obra de amor”, tudo o que foi criado ou ampliado proporciona algum tipo de acréscimo à educação dos educandos da Unidade Educacional, pois se pratica uma “educação que passa pelo coração”.
Nesses 70 anos, nos adaptamos a novas realidades e ressignificamos as práticas pedagógicas, nos apropriando das novas políticas educacionais, legislações e necessidades socioambientais, com olhar responsável, voltado à Casa Comum e ao humanismo solidário cristão. Entendemos que a educação é dinâmica, logo, é necessário olhar para o futuro de forma inovadora, sem modismos, mas conscientes de nosso papel social e educativo, primando por nossas raízes e fortalecendo o fazer educativo.
espiritualidade
TIAGO APARECIDO RODRIGUES
Gestão de Pastoral Escolar do SAGRADO – Rede de Educação
Desejando amar e fazer amar o Sagrado Coração de Jesus, a Bem-Aventurada Clélia Merloni fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) no dia 30 de maio de 1894. Entre as primeiras formas de viver e testemunhar essa ternura, destacavam-se o cuidado de senhoras idosas, o amparo de órfãs e a educação de meninas. Desde o início, a caridade de Cristo doa um carisma que se coloca a serviço de Deus e do mundo comunicando o amor humano e divino do Senhor por meio da formação de almas segundo o Coração do Criador. Ao longo da sua linda história, essa promoção humana integral foi se atualizando e adquirindo os contornos exigidos por cada tempo e lugar. Ao completar 130 anos de existência, o Instituto ganha do Divino Coração uma afável dádiva: a “Carta Encíclica Dilexit nos – sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus”, publicada pelo Papa Francisco em outubro de 2024.
Observando algumas características da sociedade atual (vida apressada e superficial, escravidão a um mercado que não se interessa pelo sentido da existência, domínio dos ritmos e ruídos da tecnologia...), a encíclica propõe a necessidade de se regressar ao coração, entendido como o centro da pessoa, como lugar da autenticidade e fonte de proximidade, dos vínculos autênticos. O Santo Padre chega a advogar: “É preciso afirmar que temos um coração e que o nosso coração coexiste com outros corações que o ajudam a ser um ‘Tu’” (n. 12). De fato, o Papa reconhece que o coração faz a ligação paradoxal entre a sadia valorização de si e a abertura aos outros. Sensível a essa verdade que transcende o tempo e o es-
paço, a experiência afetiva de Madre Clélia com o Divino Mestre (coração a coração) a fez intuir as implicações espirituais e sociais do doce amor redentor: viveu o perdão e a assistência aos mais necessitados. Exemplo disso é o envio missionário de Irmãs para atuar na educação e auxílio aos imigrantes italianos que vieram para o continente americano. Assim, as Apóstolas erigiram escolas paroquiais, uniram colégios em Rede (CIESC – Centro Integrado de Educação Sagrado Coração) e, mais recentemente, constituíram o SAGRADO –Rede de Educação.
Alinhado ao magistério da Igreja, o IASCJ promove uma educação que passa pelo coração, intuindo que “Ele [o amor de Cristo] é capaz de dar coração a esta terra e reinventar o amor lá onde pensamos que a capacidade de amar esteja morta para sempre” (n. 218). Esse entendimento leva a compreender que educar vai muito além da formação acadêmica e preparo para o mercado de trabalho, abarcando também valores cristãos, formação do caráter e fomento de uma vida de serviço, justiça e solidariedade. Em suma, uma promoção humana verdadeira, um desenvolvimento integral. Esse compromisso com a educação integral é a essência do SAGRADO - Rede de Educação, que busca ser uma autêntica expressão do Coração de Jesus no mundo contemporâneo. Tal proposta ressoa diretamente com os apelos da Dilexit nos, que leva a entender a educação como um ato de amor (de cooperação com Cristo), que não fecha os educandos em si mesmos, mas os predispõe ao encontro e serviço, conduzindo-os a uma maior consciência de si, do outro e de Deus.
Assim, a encíclica se torna um convite para que as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus e cada educador de suas Unidades Educacionais redescubram o sentido mais profundo e a atualidade de sua missão. Uma missão que leva a “(...) promover o encontro feliz com o amor de Cristo que abraça e salva” (n. 208). Uma missão que vê no lado aberto de Cristo uma fonte que nunca se esgota e reconhece que “Só o seu amor tornará possível uma nova humanidade” (n. 219). Mais que celebrar um feito do passado, a comemoração dos 130 anos do Instituto
fundado por Madre Clélia descobre, na publicação da encíclica Dilexit nos, uma preciosa oportunidade para revigorar o ardor apostólico, unindo a rica história da congregação ao apelo do Papa Francisco por uma espiritualidade viva. De fato, o carisma doado à Bem-Aventurada Clélia Merloni pelo Divino Coração não apenas se revela atual, mas também necessário, e chama cada Irmã, cada educador e cada família a revigorar o compromisso de “Levar a todos um raio da ternura do Sagrado Coração de Jesus” (Madre Clélia).
espiritualidade
MARCELO GUINDANI
Educador do Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Bento Gonçalves/RS
Muitas são as falas que nos alertam sobre os fenômenos cataclísmicos que cercam a sociedade moderna. Antigamente consideradas naturais, hoje sabemos que a grande maioria das catástrofes ambientais é fruto proeminente da ação humana na degradação de nossa Casa Comum. O Papa Francisco, já em 2015, em sua encíclica "Laudato Si", delineou de forma abrangente a grande conexão que existe entre a crise climática e o ser humano, em seu modo agressivo de agir com o ambiente ao seu redor. Ainda no documento, instiga os líderes mundiais a assumirem suas responsabilidades morais e éticas no intuito de proteger a grande criação divina, nossa casa. “Estar em inanição perante a tudo que está acon-
tecendo terá sequelas devastadoras que atingirão a todas as classes sociais de forma abrupta e inabalável”, comenta o líder religioso.
Este ano, o Papa Francisco, de forma a repetir e intensificar suas palavras, lança a exortação apostólica Laudate Deum, complementando o texto de 2015, que, pelo Vatican News, foi chamada de "um grito por uma resposta à crise climática”. Neste intuito, faz todo o sentido utilizar a palavra "grito" por se tratar de algo que afeta a civilização, mas parece que ecoa de forma surda e pobre, principalmente aos ouvidos de quem tem o poder de mudar algo. O ser humano, ao impor seu próprio ritmo em uma natureza que por si só já é entrópica, causa fenômenos de graves consequências que dificilmente podem ser controlados. A exortação do Papa veio de encontro com a COP28, realizada em Dubai, em março, em uma tentativa de limitar o aquecimento global, algo que em uma sociedade industrial moderna se torna quase inviável.
De forma muito forte e emocional, este ano o Rio Grande do Sul foi acometido pela pior enchente já registrada na história. Cidades que possuíam suas estradas de chão batido, cercadas de flores e árvores frutíferas com casas humildes, mas ricas de amor pelas famílias, hoje são longas ruas sem rumo, pálidas e cheias de destruição. As imagens da destruição desses locais passam a sensação de impotência e solidão perante a força da natureza, preço que pagamos e pagaremos pela nossa ousadia destrutiva. E de quem é a culpa? Pergunta que ecoa em cada canto do estado, do país e até do mundo. Muitas são as reportagens que mostram que uma reduzida porcentagem mais rica do planeta polui mais do que a 50% mais pobre. Fato esse nos mostra
que cada um de nós tem sua pequena parcela de culpa, uma vez que, assim como afirmado inúmeras vezes pelo Papa, a casa é de todos. Claro, quanto mais poder, mais responsabilidade, porém grandes empresas e marcas que poderiam mudar algum rumo parecem se preocupar em produzir cada vez mais a um custo cada vez maior. É uma grande bola de neve.
Humanos, animais e natureza, na destruição eram todos iguais. Famílias feridas física e emocionalmente e que neste momento precisam mais do que nunca de apoio e solidariedade. Precisam recomeçar. Mas, por onde? Como garantir que nos próximos meses ou anos seus olhos não verão mais este cenário devastador? Nas palavras de Francisco, "aquilo que estamos a assistir é uma aceleração insólita do aquecimento global". De fato, dentro da Biologia, cabe um esclarecimento: o aquecimento é um fenômeno deveras natural. O que está acontecendo é uma grande intensificação deste fenômeno. Gases poluentes, lixo e exageros, subprodutos de uma espécie que, no planeta, se considera a mais evoluída, mas que abusa desenfreadamente do meio em que vive. No segundo capítulo de Laudate Deum, nosso Papa faz uma afirmação muito dura e verdadeira sobre nós: nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma e nada garante que o
utilizará bem, sobretudo se considerar a maneira como o está a fazer.
Na docência, em especial de Biologia, Componente Curricular que trabalha questões ambientais e crises climáticas, busca-se ensinar para um educando com pensamento crítico, capaz de fazer algo e não apenas repetir os mesmos erros. Apesar de observar-se que a nova geração é imediatista e por vezes até mesmo optante por pensamentos menos analíticos, existe sim uma preocupação com o futuro, com a casa em que eles viverão, o local em que construirão suas famílias, as próximas gerações. Não é incomum o questionamento sobre o que fazer, ou como mudar, ou mesmo tentar frear o que já foi feito, e sabemos que não tem volta. Um mundo com sede de novidade, com vontade de mudanças. Cabe nos inspirar nas belas palavras do Papa Francisco, que diz: "não há mudanças duradouras sem mudanças culturais".
Isso reforça nosso compromisso diário na docência, reafirmando o quanto precisamos nos unir, nos esforçar para que os indivíduos poluam menos, reduzam esbanjamentos e consumam de forma sensata a fim de que esta nova cultura que começa em cada lar, povoe a sociedade e quem sabe o mundo, trazendo uma luz de esperança na construção de um mundo melhor.
artigo - capa
CARMEM MURARA
Diretora de Relações Institucionais, Governamentais e Sustentabilidade do Grupo Marista
RAFAEL MACHADO
Educador de Geografia no SAGRADO – Rede de Educação
O conceito de ESG (Environmental, Social and Governance), introduzido pelo Pacto Global das Nações Unidas, propõe uma abordagem para avaliar o desempenho das empresas e instituições nos pilares ambiental, social e de governança, enfatizando a importância de operar de maneira sustentável, justa e ética. Essa evolução reflete uma crescente conscientização e preocupação com os desafios ambientais, sociais e de governança global, destacando o papel crucial das instituições na construção de um futuro mais promissor. (PACTO GLOBAL, 2004).
Para alcançar um mundo verdadeiramente sustentável e equitativo é essencial que a Educação também direcione seu foco para o ESG, preparando as próximas gerações para liderar e sustentar essa transformação. Ao integrar de maneira abrangente a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a governança ética nos currículos escolares, as instituições educacionais ampliam a conscientização sobre os desafios globais urgentes e fomentam a inovação e o pensamento crítico necessários para enfrentá-los.
Quando não há um entendimento profundo dos conceitos de sustentabilidade, indivíduos e organizações podem não identificar a urgência de adotar práticas de ESG. Neste quesito, a educação tem o poder de fornecer o conhecimento necessário para compreender os desafios ambientais e sociais que a sociedade enfrenta.
A conscientização a respeito de questões ambientais, sociais e de governança (ESG) está se tornando essencial para as instituições educacionais que buscam preparar jovens responsáveis e comprometidos com um futuro sustentável. O Pacto Global fortalece esses esforços ao promover Dez Princípios universais derivados de acordos e declarações internacionais, abrangendo desde direitos humanos até a proteção ambiental e o combate à corrupção. As organizações que se unem ao Pacto Global se comprometem a aplicar esses princípios em suas atividades diárias (PACTO GLOBAL, 2023).
Com a inclusão dos conceitos de direitos humanos e de sustentabilidade ambiental em todos os níveis de ensino, a educação brasileira precisa avançar para garantir que os jovens tenham uma compreensão profunda de seu papel e de sua responsabilidade no contexto global e local, promovendo uma relação mais harmoniosa e sustentável com o planeta.
A boa educação estimula o pensamento crítico, a consciência ambiental e a cidadania global, pontos fundamentais para caminharmos na mesma direção da proteção da nossa Casa Comum, como nos convida Papa Francisco.
A integração dos princípios de ESG na educação é uma necessidade presente não apenas no Brasil, mas globalmente. Países ao redor do
mundo têm reconhecido a importância de alinhar os sistemas educacionais com as diretrizes de sustentabilidade e de responsabilidade social.
Nos países nórdicos e na Escandinávia, por exemplo, a educação ambiental está incorporada ao currículo desde a Educação Infantil. Em algumas regiões da Alemanha, a educação para a sustentabilidade permeia as áreas do conhecimento de forma transversal, estimulando os educandos a desenvolverem pensamento crítico sobre como suas ações impactam o planeta.
A integração dos princípios de ESG é parte de um movimento educacional mais amplo, que reconhece a importância de preparar os jovens para os desafios complexos e interconectados da atualidade. A educação não apenas capacita os educandos com conhecimentos técnicos, mas também os instrui sobre a importância de valores éticos, sociais e ambientais, fundamentais para construir um futuro mais sustentável e justo.
Educadores e lideranças educacionais devem ter o compromisso de resgatar em seus educan-
dos o amor pela Terra, pelos animais e pelas plantas. E assim transformar o pânico que hoje crianças e jovens sentem, ao verem um planeta em destruição, em ação positiva, canalizando para a construção de um futuro mais sustentável e de respeito ao meio ambiente.
Nesse cenário, o SAGRADO – Rede de Educação reafirma seu compromisso com o desenvolvimento integral de seus educandos, incluindo práticas ESG em todas as Unidades Educacionais. Conscientizar e modificar comportamentos são pilares indispensáveis, sendo que a educação desempenha um papel basilar em ampliar a compreensão sobre sustentabilidade, responsabilidade social e governança ética.
A boa educação estimula o pensamento crítico, a consciência ambiental e a cidadania global, pontos fundamentais para caminharmos na mesma direção da proteção da nossa Casa Comum, como nos convida Papa Francisco.
Ao incorporar esses princípios nos currículos escolares, capacitamos os estudantes a adotar práticas mais responsáveis, e estimulamos o desenvolvimento do pensamento crítico e da inovação, habilidades essenciais para enfrentar os desafios complexos que nossa sociedade enfrenta atualmente. Nas Unidades Educacionais da Rede, o foco na conservação dos recursos naturais e na adoção de energias limpas e renováveis é acompanhado por uma gestão eficaz de resíduos.
Além disso, o SAGRADO – Rede de Educação promove uma educação inclusiva e cidadã, valorizando a diversidade e os direitos humanos. Projetos comunitários e parcerias locais enriquecem a experiência dos educandos, preparando-os para se tornarem agentes de transformação
social. A governança nas Escolas é pautada pela transparência e ética, com uma gestão participativa que envolve toda a Comunidade Educacional. A integridade e a responsabilidade guiam as decisões administrativas e pedagógicas, consolidando um ambiente educacional que prepara os educandos para os desafios do século XXI.
O impacto positivo das práticas ESG ultrapassa os limites do ambiente escolar, influenciando profundamente a formação de indivíduos conscientes e responsáveis. Essas iniciativas contribuem para um meio ambiente mais saudável e inspiram os educandos a se tornarem líderes comprometidos com o bem comum. Em um contexto global em que a sustentabilidade e a responsabilidade social são primordiais, o SAGRADO – Rede de Educação reafirma seu compromisso em formar
uma nova geração de cidadãos conscientes e engajados. As práticas ESG refletem o compromisso duradouro de toda a Comunidade Educacional em construir um futuro sustentável e responsável.
Ao promover uma educação que valoriza o pensamento crítico, a consciência ambiental e a cidadania global, estamos moldando uma nova geração de líderes que não só entendem, mas tam-
bém agem em prol da sustentabilidade e da responsabilidade social. O compromisso do SAGRADO – Rede de Educação em integrar práticas ESG em suas Unidades Educacionais fortalece o ambiente escolar e inspira uma mudança cultural mais ampla, sustentada por uma Comunidade Educacional comprometida com um futuro mais sustentável e justo para todos.
O advento das tecnologias de inteligência artificial (IA) tem impactado as relações humanas, influenciando também o processo de aprendizagem de educandos. Muitas são as discussões sobre a regulamentação destas tecnologias e, também, a respeito do uso consciente.
Sobre o assunto, a Revista SAGRADO conversou com a Professora Thuinie Daros, Mestra em Educação, com MBA em Gestão da Aprendizagem, pós-graduada em Docência no Ensino Superior.
Revista SAGRADO: A chegada da inteligência artificial (IA) tem impactado todos os setores da sociedade, inclusive a educação. Como você avalia esse impacto?
Thuinie Daros: A inteligência artificial (IA) está redefinindo os paradigmas educacionais, inaugurando uma nova era de oportunidades transformadoras. Encaro a IA como um acelerador revo-
lucionário no processo de ensino-aprendizagem, oferecendo uma personalização sem precedentes que coloca o aluno e o educador no centro de um ecossistema de aprendizado dinâmico e interativo. Com a IA, cada estudante pode usufruir de uma experiência educativa adaptada às suas necessidades e ritmos individuais, potencializando o engajamento e a eficácia do aprendizado.
Entretanto, para que essa revolução seja realmente benéfica, é imperativo que sua implementação seja orientada por princípios éticos robustos. A educação deve transcender a mera automatização de respostas; deve preservar e valorizar o papel insubstituível dos educadores e a riqueza da experiência humana no aprendizado. A IA deve ser vista como uma parceira estratégica na construção de uma educação mais inclusiva, criativa e empática, onde a tecnologia é uma facilitadora, e não uma substituta, da conexão humana. Assim, construiremos uma educação que não só abraça a inovação, mas que também
respeita e enaltece o potencial humano em todas as suas dimensões.
Revista SAGRADO: Na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2024, ao falar sobre inteligência artificial e sabedoria do coração, o Papa Francisco defende que “o homem não se torne um alimento para os algoritmos”. Como interpretar a IA e a humanização a partir desse olhar?
Thuinie Daros: A fala do Papa Francisco ressoa profundamente com as discussões que venho promovendo sobre a ética na educação com IA. Quando ele nos adverte para que o homem não se torne alimento para os algoritmos, está nos alertando sobre a necessidade de garantir que a tecnologia permaneça sob nosso controle, e não o contrário. No contexto educacional, isso significa que precisamos desenvolver e implementar tecnologias de IA que respeitem e promovam a dignidade humana, em vez de subjugá-la a processos automatizados que podem desumanizar as relações educacionais. A humanização da IA
requer que ela seja usada como uma ferramenta para amplificar nossas melhores qualidades — nossa empatia, nossa capacidade de resolver problemas de forma criativa e colaborativa. A inteligência artificial deve ser o que complementa, não o que define a experiência educacional.
Revista SAGRADO: Na mesma mensagem, o Papa diz que “cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo, segundo a orientação do coração”. Isso faz refletir sobre o uso da inteligência artificial com responsabilidade e bom senso. Você entende que o ser humano está fazendo uso consciente da IA?
Thuinie Daros: Essa é uma questão crucial. A IA, como qualquer tecnologia, é neutra em si mesma; o que importa é como a utilizamos. Acredito que, embora estejamos começando a entender os potenciais e os riscos da IA, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de uso consciente. O coração da questão é: estamos usando a IA para expandir o potencial humano ou para limitá-lo? A resposta depende de como
implementamos a tecnologia, das regulações que colocamos em prática e da formação ética que damos tanto aos desenvolvedores quanto aos usuários. O uso consciente da IA requer uma reflexão contínua sobre suas implicações, não apenas tecnológicas, mas também sociais e humanas.
Outro ponto que precisa ser considerado, neste contexto, é que na medida que integramos a IA em setores críticos como a educação, é vital considerarmos não apenas seus benefícios, mas também o impacto ambiental associado. O consumo de energia por tecnologias de IA, especialmente por sistemas avançados como o ChatGPT da OpenAI, é notável. Estudos recentes, incluindo um da Agência Internacional de Energia, destacam que uma única interação com ChatGPT consome 2,9 watt-hora de energia, em comparação com apenas 0,3 watt-hora para uma pesquisa no Google. Projeções indicam que até 2026, o consumo de energia pela indústria de IA poderá aumentar dez vezes em relação ao já consumido no ano de 2023. A magnitude deste consumo se torna mais clara ao compararmos com o uso diário de energia em residências nos EUA, que é de aproximadamente 29 quilowatts-hora. Para colocar em perspectiva, o ChatGPT utiliza mais de 17 mil vezes essa quantidade todos os dias para processar cerca de 200 milhões de solicitações.
O uso consciente da IA requer uma reflexão contínua sobre suas implicações, não apenas tecnológicas, mas também sociais e humanas.
Esta realidade nos impulsiona a uma gestão mais consciente e sustentável do progresso tecnológico. É crucial que desenvolvedores, usuários e reguladores colaborem para reduzir o consumo de energia em aplicações de IA e investigar fontes energéticas mais limpas e eficientes. Assim, podemos avançar de forma responsável, garantindo que o uso da inteligência artificial no setor educacional seja não apenas inovador, mas também ético e ambientalmente sustentável.
Revista SAGRADO: E como podemos pensar a inteligência artificial e a humanização no ambiente escolar, a partir das perspectivas de educandos e educadores?
Thuinie Daros: A integração da inteligência artificial (IA) na educação é, sem dúvida, um marco transformador que nos desafia a reimaginar o ambiente escolar sob novas perspectivas.
A IA, ao se tornar uma presença ativa na Sala de Aula, pode funcionar como um assistente inteligente, proporcionando um nível de personalização e suporte que antes era inimaginável.
A IA, neste contexto, deve ser vista como uma aliada poderosa, mas sempre em segundo plano, facilitando o trabalho do educador, sem jamais substituí-lo. O ponto crucial aqui é garantir que a tecnologia seja uma parceira estratégica no processo educativo, e não uma substituta. Os educadores devem ter o controle sobre como a IA é utilizada, moldando-a de acordo com as necessidades de seus alunos e as particularidades de suas metodologias pedagógicas. A experiência humana, a criatividade e a empatia devem permanecer no coração da educação, com a IA
atuando como um suporte que amplifica, e não substitui, esses elementos fundamentais. Dessa forma, construímos um ambiente escolar onde a inovação tecnológica e a humanização caminham juntas, promovendo uma educação mais inclusiva, eficaz e inspiradora.
Revista SAGRADO: Na sua visão, como os educadores podem utilizar as tecnologias de inteligência artificial para potencializar o trabalho e o processo de aprendizagem dos educandos?
Thuinie Daros: Pensar a IA no ambiente escolar envolve entender que a tecnologia deve estar a serviço de uma educação mais humana, e não o contrário. É fundamental que as interações humanas continuem a ser o núcleo da experiência escolar. Para os educadores, a IA deve ser uma
ferramenta que libera tempo e energia para o que realmente importa: a conexão com os alunos, a inovação pedagógica e a criação de um ambiente de aprendizado inspirador e seguro. Em última análise, a inteligência artificial na educação deve ser um meio para humanizar ainda mais o processo educacional, reforçando valores como empatia, criatividade e colaboração.
A experiência humana, a criatividade e a empatia devem permanecer no coração da educação, com a IA atuando como um suporte que amplifica, e não substitui, esses elementos fundamentais.
MARCELO NARCIZO BUENO JUNIOR
Jornalista, professor universitário, empresário e doutorando em Mídia e Tecnologia (Unesp)
LUCIANA GALHARDO BATISTA SIMON
Jornalista, professora universitária, gestora de marketing e doutoranda em Mídia e Tecnologia (Unesp)
John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, protagonistas da famosa banda Os Beatles, lançaram, em 2023, uma nova música: Now and Then . A frase anterior poderia ser considerada “normal” se John Lennon e George Harrison não tivessem falecido em 1980 e 2001, respectivamente, o que sugere que a nova canção contou com apoio da inteligência artificial e, só por isso, foi possível de ser executada. Paul McCartney, de 81 anos, já havia anunciado o lançamento como sendo "a última música dos Beatles".
Jovens do 7º ao 9º ano de um colégio particular católico do Rio de Janeiro, suspeitos de usar inteligência artificial para remover as roupas de fotos de 20 jovens, passaram por investigação pela Polícia Civil após as imagens virem à público em grupos de WhatsApp. O caso aconteceu no final de 2023 e, segundo informações da Polícia, os acusados teriam manipulado as imagens com suporte de um aplicativo (APP) e disparado as imagens adulteradas entre grupos. O delegado do caso informou que a investigação envolveu outros agentes como pais, familiares e a Escola¹.
1. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/11/alunos-de-colegio-catolico-no-rio-sao-investigados-por-manipular-e-divulgar-nudes-de-colegas.shtml
Um exemplo positivo relacionado à cultura e outro no extremo oposto relacionado à, no mínimo, violação de privacidade podem ser uma boa estratégia para apresentar o cenário em que a inteligência artificial (IA) se encontra atualmente, em 2024:
• sem regulação na maioria dos países;
• financiada por capital particular, onde “o céu é o limite” ou não;
• tendo como público-alvo a sociedade, caracterizada pelo desconhecimento total ou parcial dos riscos e possibilidades.
Assim, ela, essa tecnologia que representa um dos maiores avanços dos tempos atuais, está no centro de discussões importantes e afeta economias, sociedades e indivíduos.
As novas empresas de tecnologia começam a mudar diferentes mercados. As plataformas que reúnem os recursos de aprendizado de máquina, somado a uma imensa capacidade de interpretação dos dados disponíveis na internet, passam a ser ferramentas essenciais para o desenvolvimento de diferentes funções profissionais que necessitam criar, conversar, ouvir, ler, analisar, aprender e ensinar, ou seja, quase todas. A adoção destas ferramentas, como o ChatGPT 2 , demonstra que a sociedade atual está cada vez mais acostumada à mediação tecnológica em sua vida.
2. https://www.tecmundo.com.br/software/259681-chatgpt-bateu-1-milhao-usuarios-5-dias-diz-openai.htm
EducaMídia lança e-book sobre educação midiática e inteligência artificial:
Acompanhar o avanço das tecnologias é uma tarefa que pode ser considerada impossível. Contudo, naquilo que é possível para cada ser humano, é fundamental ter a participação dos responsáveis pelo jovem – principalmente este grupo social - nesse processo de contato com novas ferramentas, sejam elas de interação social, jogos ou aprendizado, por exemplo. Como responsáveis estão, além do grupo escolar, os amigos e familiares, principalmente. Partindo do pressuposto de que temos a inteligência artificial cada vez mais perto de nós, chegando nos computadores, nos celulares e até em situações que não sabemos, mas tem a presença IA; preparar a sociedade para esse novo cenário tem a educação como a base de todo o processo, especialmente a educação midiática e informacional.
O papel do educador neste novo e ainda inexplorado cenário se torna mais importante. Os educandos, nascidos na geração mais integrada com a tecnologia, não terão a necessidade de se adaptar. Dentro dos muros das Escolas, todos os demais vão precisar repensar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a Sala de Aula, as Escolas e o ensino formal se tornam cada vez mais importantes ao passo que educadores têm a chance de colaborar com jovens a desenvolverem senso crítico para as causas, os efeitos e as consequências da IA e da ação dos algoritmos. Dessa forma, a educação capacita usuários responsáveis, criadores de tecnologia socialmente íntegros, com o potencial de serem multiplicadores em cenários onde a população já não pertence mais ao sistema de ensino, como os adultos, idosos ou os desertos digitais e educacionais. Enquanto a regulação da IA não é estabelecida no Brasil, cabe a ética e a prática da autonomia responsável e do respeito como valor humano fundamental.
TIAGO ANTÔNIO ZILIO
Diretor Administrativo e Pedagógico do Colégio Sagrado Coração de Jesus - Garibaldi/RS
Em tempos de alta performance, a liderança tornou-se um tema recorrente. O mercado e as redes sociais nos pressionam a nos adaptar, e liderar ou almejar estar em um espaço de liderança é o imperativo, muitas vezes às custas de muito trabalho e sacrifício. Mas é vital perguntar: "A que projeto eu sirvo?" Antes de perseguir este sucesso, devemos entender os propósitos e valores que orientam a nossa jornada.
Segundo Madre Clélia Merloni, a liderança é uma prática de humildade, serviço e escuta atenta. Ela ensinava que um líder deve ser um servo dedicado, guiado pelo amor e pela caridade, sempre atento às necessidades específicas de cada contexto. Como nossa Madre Fundadora escreveu às suas Irmãs: “Sejam generosas como Jesus”, a liderança Cleliana envolve uma escuta ativa e compassiva, essencial para entender as necessidades reais das pessoas e responder a elas com eficácia e amor.
O ponto de partida de qualquer relação deve ser a compreensão do outro. Quais são suas ambições, angústias e necessidades? Essas perguntas terão respostas diferentes em contextos distintos. A identidade de uma pessoa é moldada pelo ambiente em que ela foi formada, um espaço de relações de poder entre diferentes atores que procuram modificar a realidade. Na Geografia, o conceito de território é complexo, envolvendo dimensões simbólicas, culturais e políticas.
Neste contexto, os indivíduos surgem com suas vontades e expectativas, frutos do "vivido" individual e coletivo. Madre Clélia tinha uma visão sensível para as necessidades dos territórios onde atuava. Ela dizia: “É preciso, queridas filhas, abrir os olhos do coração para ver onde a caridade é necessária e executá-la com prontidão e alegria”. Este ensinamento destaca a importância de estar atento às demandas locais e adaptar ações conforme as particularidades de cada comunidade.
A liderança Cleliana implica em uma presença atenta e ativa no território, onde o líder deve conhecer profundamente o ambiente e as pessoas.
Esse conhecimento permite uma atuação eficaz, orientada pela caridade e pelo bem comum. Madre Clélia enfatizava uma abordagem personalizada, que valoriza a contribuição única de cada indivíduo e contexto.
Sinergia, conforme o Oxford Languages, é “ação ou esforço simultâneos; cooperação, coesão; trabalho ou operação associados”. Stephen R. Covey afirma que “a sinergia é a essência da liderança baseada em princípios”. Simplificando, sinergia significa que “o todo é maior do que a soma das partes”. Na natureza, a sinergia é evidente. Na fisiologia, ela se refere à ação conjunta de órgãos para uma função. Nosso corpo é sinérgico, assim como a concepção de uma nova vida a partir de dois organismos distintos também o é.
A sinergia valoriza as diferenças, investindo em pontos fortes e compensando fraquezas.
Jesus, como exemplo de liderança, estabelecia relações de respeito e igualdade com seus liderados. Sem imposições, o sucesso da equipe liderada por Jesus, mesmo com dissidências como a de Judas, consistia em fazer as pessoas se sentirem "olhadas". Lavar os pés dos discípulos exemplifica o “modelo de projeto a que servimos”.
O profundo amor que Jesus nutria pelas pessoas as transformava, curava e as tornava parte de
seu projeto, multiplicadoras de sua mensagem, sempre respeitando vontades e individualidades. Na vontade profunda das pessoas é que a sinergia acontecia. Abraham Lincoln afirmou que “a maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns”.
Para Madre Clélia, a escuta é um ato de amor e compaixão, essencial para a liderança. Um líder Cleliano deve ouvir com o coração aberto, buscando compreender as dores e necessidades dos outros para agir de forma justa e caridosa. Este tipo de liderança promove união e harmonia, criando um ambiente sinérgico.
A liderança Cleliana, fundamentada na humildade, caridade e escuta ativa, oferece um modelo inspirador para a gestão contemporânea. Em um mundo que busca líderes autênticos e compassivos, a visão de Madre Clélia Merloni se apresenta como um farol de esperança, orientando-nos a servir com amor e a ouvir com o coração aberto, valorizando cada pessoa e cada território de forma única e significativa.
Ao explorar a liderança Cleliana e a necessidade da escuta, somos convidados a refletir sobre como integrar esses princípios em nossa própria prática de liderança, promovendo unidade e bem-estar em nossas comunidades e organizações.
pedagógico
FABIOLA MACIEL CORRÊA
Coordenadora do Ensino FundamentalAnos Iniciais no SAGRADO - Rede de Educação
LUCIANA KADLUBITSKI
Coordenadora da Educação Infantil no SAGRADO - Rede de Educação
Em algumas culturas, a relação homem e natureza tem um sentido completamente integrado. Os povos indígenas, por exemplo, a compreendem a partir de um sentido global, incluindo o ser humano. Todos se encontram no mesmo nível de elementos da flora e da fauna. Esses povos veneram a natureza, pois é dela que recebem os recursos para a sua subsistência, desse modo, a relação não é de domínio, mas de reciprocidade.
Do mesmo modo, para a cultura africana, “o projeto maior da vida do homem é encontrar o equilíbrio, a harmonia entre o homem e a natureza no Universo. Mesmo engajado na obra moderna de transformação, sempre guarda certa docilidade profunda com a natureza. Trata-se de uma dimensão relacional de homem/natureza na sua indivi-
dualidade e coletividade integrada¹”. O homem tradicional africano não procura objetivá-la ou dominá-la, mas englobar a vida humana junto a ela.
Contudo, na cultura ocidental, o ser humano ao compreender os fenômenos naturais, sucedido pelo desenvolvimento da técnica, passa a fazer uso dos recursos da natureza desconsiderando a integração holística da vida, e entendendo o homem e a natureza como elementos dissociados, no qual ele é o ser que domina a ciência e, portanto, é capaz de decidir sobre o uso dos recursos naturais.
De modo mais acentuado, a Revolução Industrial do século XIX fortaleceu o propósito de dominar a natureza e obter dela o proveito em vista de suas necessidades e do poder econômico
1. DOMINGOS, Luis Tomas. A VISÃO AFRICANA EM RELAÇÃO À NATUREZA. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011. p.2. ISSN 1983-2859. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html. Acesso em 11/07/24 às 22h15.
capitalista. Essa visão utilitarista apresenta suas consequências e, especificamente a partir da década de 1970, identifica-se como o período em que o visível aumento da poluição, a degradação ambiental e a percepção do esgotamento dos recursos naturais passaram a gerar preocupações crescentes sobre o estado do meio ambiente e os impactos das atividades humanas sobre ele.
A conscientização sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas, bem como o reconhecimento de impactos globais, possibilitou a compreensão de que problemas ambientais requerem atenção e melhores práticas de gestão e prevenção por meio da cooperação internacional e ação coordenada.
Essas constatações resultaram no surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, em que é possível satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das futuras gerações, o que impulsionou a demanda por uma abordagem educacional que integre questões
ambientais em currículos escolares e programas educacionais formais e não formais.
No SAGRADO - Rede de Educação, a educação ambiental e a conscientização da relação de reciprocidade do ser humano com a natureza se dá nas práticas pedagógicas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, bem como nos processos de gestão.
A sensibilização da Comunidade Educacional sobre a concepção de que o homem é integrante da natureza e responsável pelo cuidado dela, enquanto Casa Comum, está alicerçada nos apelos atuais que compreendidos: pela Agenda 2030, a qual, em seu pilar ambiental promove a preservação e a defesa do meio ambiente, da biodiversidade, dos recursos naturais e dos ecossistemas; pelo chamado do Papa Francisco, por meio da Encíclica “Lautado Si”, de 2015, na qual destaca a importância do desenvolvimento de uma cultura ecológica e de ações concretas
em prol do compromisso com os recursos naturais; e pelo recente Relatório da Unesco de 2023, “ Reimaginar nossos futuros juntos: um novo Contrato Social para a educação”, o qual alerta sobre o consenso científico de que as décadas que levam a 2050, e a de 2020 em particular, serão fundamentais para o futuro dos humanos e de todas as outras formas de vida na Terra.
No que tange a gestão escolar, o SAGRADO - Rede de Educação possui um Programa de Responsabilidade Socioambiental (PRS) fruto da pesquisa de mestrado da Irmã Maria Vilma Ravazzoli, intitulado “Responsabilidade socioambiental e gestão escolar2”, e implementado gradativamente nas Unidades Educacionais da Rede.
Em consonância com o PRS e mais os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Pacto Educativo Global e as Competências Gerais da BNCC, o SAGRADO - Rede de Educação vivencia com as crianças da Educação Infantil práticas pedagógicas de contato da criança com elementos e ambientes naturais para que, nessa interação, ela brinque, interaja e aprenda, tendo a natureza como fonte de investigação e de experiências que nutrem uma infância conectada com o meio ambiente. Já o Ensino Fundamental - Anos Iniciais, além de
dar continuidade na proximidade dos educandos com a ecologia, desenvolve o projeto Ações para Melhorar o Mundo que, além das competências, conhecimentos e habilidades, mobiliza atitudes e valores necessários que transbordam o currículo por meio de questões referentes a uma consciência comunitária.
A partir de reflexões mediadas em diferentes situações de aprendizagem, os educandos de todos os segmentos problematizam o modo como os seres humanos se relacionam com o ambiente e entre si para buscar soluções práticas e criativas ao bem comum. A exemplo, podemos citar os projetos de coleta de tampinhas plásticas para reciclagem, de água da chuva por meio de instalação de cisternas, de óleo vegetal usado para produção de sabão artesanal, a horta comunitária, o plantio de mudas frutíferas, hortaliças, medicinais e de projetos de apicultura (com abelhas sem ferrão) nos quintais das Unidades Educacionais.
Desse modo, em uma perspectiva colaborativa, pequenas iniciativas no território – na própria Sala, na Escola, na família, no bairro, na cidade, etc. – geram um impacto na vivência para a sustentabilidade, as quais terão suas extensões na continuidade da caminhada da vida dos educandos em suas escolhas pessoais e profissionais.
2. Segue o acesso ao texto completo sobre o Programa de Responsabilidade Socioambiental e GestãoEscolar:https://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/ UNISINOS/10066/Maria%20Vilma%20Ravazzoli_.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Na história do ensino de Língua Inglesa no Brasil já foram ofertadas e vivenciadas diversas dinâmicas, sempre adaptadas às demandas educacionais do país, devido às novas gerações que trazem especificidades no quesito aprendizagem real e virtual, ou ainda demandas do mundo do trabalho e da própria globalização. Para Tanure (2006), diante da atual internalização cultural e da globalização econômica, o aprendizado de novas línguas, que não aquelas que se adquirem por meio do processo primário de socialização,
torna-se muito útil, já que o aprofundamento do processo de globalização tem provocado significativas mudanças no perfil, nas competências e no comportamento exigidos de todos.
Thiesen (2021) afirma que em um mundo cada vez mais conectado, a proficiência em outros idiomas tem sido tema recorrente de debates e, desta forma, entender o conceito de um mundo internacionalizado, e como esse processo acontece no dia a dia das Escolas, é essencial para a
formação integral dos educandos, o desenvolvimento de suas habilidades, a elaboração do projeto de vida e seu protagonismo no mundo.
Segundo Madeira e Marenco (2016), o grande desafio da internacionalização é conseguir preparar o educando não apenas linguisticamente, mas com as competências e habilidades necessárias para uma jornada global. Isso significa desenvolver a consciência das particularidades culturais, além de equipá-lo para lidar com a resolução das demandas complexas da vida cotidiana, sejam elas acadêmicas, profissionais ou pessoais.
Atento a essas mudanças mundiais, o SAGRADO - Rede de Educação busca uma abordagem mais contemporânea e expressiva no processo de ensino-aprendizagem, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Desta forma, se dá um novo olhar ao ensino da Língua Inglesa e busca-se a efetivação de um ensino mais significativo e eficaz.
O SAGRADO – Rede de Educação, em parceria com o Programa Bilíngue da UDP (Uni-
versity of Dayton Publishing), busca não somente a formação linguística do educando, mas o desenvolvimento integral do cidadão, propondo a Língua Inglesa como parte do cotidiano, trazendo realidades diversas para dialogar nos materiais didáticos, nas plataformas digitais de aprendizagem e através da investigação da sua própria realidade.
Outra ferramenta que está presente no Programa Bilíngue da UDP e que traz esse olhar para a internacionalização é a presença do exame TOEFL Primary no 5º ano e do TOEFL Junior no 9º ano. Ter a experiência de participar de uma certificação internacional promove o senso de responsabilidade do educando, a preparação da Instituição e o reconhecimento da comunidade para o ensino oferecido. Desta forma, os educandos do SAGRADO – Rede de Educação têm seu nível linguístico validado por um exame internacional, o mais reconhecido no mundo.
Outra ação do SAGRADO – Rede de Educação, buscando atingir a real internacionalização, é o Itinerário Formativo Simulação da ONU. Simulações como os debates no modelo ONU são ferramentas educacionais inestimáveis, pois proporcionam aos futuros líderes praticar diplomacia e vivenciar a complexidade das relações internacionais. Neste Itinerário, as atividades são estruturadas a partir de uma sequência didática, que parte da sensibilização e da investigação de
temas geopolíticos, econômicos e/ou ambientais de impacto global, ganham profundidade com uma produção textual de perfil científico e culminam na apresentação, quando efetivamente ocorrem os debates.
O SAGRADO – Rede de Educação proporciona o Itinerário Formativo de Simulação da ONU de forma optativa e no contraturno. Em 2023, essa atividade culminou na participação em um evento internacional em Nova Iorque, o 50º National High School Model United Nations
(NHSMUN), uma das maiores simulações ONU do mundo, recebendo mais de 4000 estudantes de diversos países.
Os participantes deste Itinerário desenvolvem habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas, empatia e colaboração, comunicação, comprometimento e oratória. Além disso, o processo de estudos e aprofundamento conceitual, aliado à experiência em internacionalização pelo uso contínuo da Língua Inglesa em eventos nacionais e internacionais, significa um largo passo em direção a uma educação mais significativa e globalizada em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, conforme as necessidades futuras.
Outra proposta de internacionalização que acontece anualmente no SAGRADO – Rede de Educação é a Imersão em Língua Inglesa para educandos do 5º ao 8º ano do Ensino Fundamental e o Programa de Intercâmbio para educandos do 9º ano e Ensino Médio.
Na Imersão em Língua Inglesa, realizada em parceria com a agência NR, os educandos do SAGRADO – Rede de Educação vivenciam um momento que simula uma viagem para o exterior. Em um ambiente adequado e com o acompanhamento de monitores bilíngues, essa experiência proporciona um verdadeiro “American Camp”. O objetivo desse projeto é proporcionar aos educandos a prática do inglês de forma alegre e prazerosa, trazendo uma imersão total no idioma, focando na comunicação efetiva e na compreensão. A programação deste evento é 100% em inglês, adequada ao nível de proficiência e à faixa etária dos participantes. Durante os dias de Imersão os educandos realizam vivências criativas, esportivas, de aventura e culturais, conduzidas em inglês, desafiando-os a usar o idioma em situações reais, proporcionando assim a internacionalização e uma aprendizagem significativa.
Já no Programa de Intercâmbio, o SAGRADORede de Educação, em parceria com a NR Intercâmbio, proporciona ao educando trilhar em outro país uma jornada de experiências relevantes, com alto impacto e sempre adequada à reali-
dade de cada participante, buscando desenvolver a autonomia, aumento da autoestima, fluência linguística, pensamento crítico, soluções de problemas e educação multicultural.
Em 2024, os educandos do SAGRADO –Rede de Educação tiveram a oportunidade de viajar para Londres, por um período de duas semanas, nas quais realizaram um curso prático de Língua Inglesa na Brunel University e participaram de atividades culturais e de lazer, vivendo uma verdadeira imersão em Língua Inglesa.
Através do Programa de Intercâmbio, o SAGRADO – Rede de Educação desenvolve a prática da internacionalização, possibilitando aos educandos uma convivência em um ambiente diverso, com pessoas de diferentes países, com origens distintas e bagagem cultural variada, permitindo o desenvolvimento da habilidade de lidar com as diferenças e enxergar o mundo por outras lentes.
Assim é a internacionalização no SAGRADO –Rede de Educação, proporcionando aos educandos uma formação integral para serem cidadãos globais.
Aprofunde como funciona a internacionalização no
SAGRADO - Rede de Educação ouvindo o SAGRADO Cast sobre o tema:
Referências: da Silva Thiesen, J. (2021). Currículo e internacionalização na educação básica. Pimenta Cultural. Madeira, R. M., & Marenco, A. (2016). Os desafios da internacionalização: mapeando dinâmicas e rotas da circulação internacional. Revista Brasileira de Ciência Política.
Tanure, B., Evans, P., & Cançado, V. L. (2010). As quatro faces de RH: analisando a performance da gestão de recursos humanos em empresas no Brasil. Revista de Administração Contemporânea.
Eu garanto. Não tem spoiler.
Divertidamente 2 é a sequência de uma animação que se passa entre as vivências e a "sala de controle" das emoções de Riley, uma menina que está entrando na adolescência.
As emoções já conhecidas no Divertidamente 1 – Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho – foram surpreendidas com a chegada de novos membros ao painel de comando - trata-se da Ansiedade, Inveja, Tédio, Vergonha e Nostalgia. O que parecia equilibrado até então, na mente de uma "menina legal" passa a ganhar complexidade, porque as novas emoções, especialmente a Ansiedade, também têm botões de controle e um arsenal para lidar com as experiências de Ri-
ley, que está com 13 anos e em plena puberdade. Não vou contar aqui sobre como a Ansiedade se comportou, mas posso dizer que meu filho de 13 anos se identificou muito com a trama.
Há algum tempo venho observando e fazendo pesquisas sobre como a geração a que a Riley pertence - Geração Alpha, nascidos a partir de 2010 - se comporta quanto à ecoansiedade. De acordo com a Associação Americana de Psicologia (APA) trata-se de "um medo crônico de catástrofes ambientais". No dicionário de Oxford o termo já está incorporado como "ansiedade climática".
A Geração Alpha e a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) manifestam níveis de preocupação elevada com os desafios ambientais.
A ansiedade de adolescentes e jovens de hoje tem forte conexão com as condições do Planeta, quanto ao bem-estar no mundo. Provavelmente você já presenciou crianças, adolescentes e jovens irritados com pessoas que não se importam com os outros, com pessoas que misturam os resíduos que são recicláveis com o material orgânico, ou ainda incomodados com produtos de beleza que não têm o selo "cruelty free". Eles também manifestam interesse por ações socialmente responsáveis.
É por este motivo que pais, mães, avós, avôs, tios, tias precisam estar por perto, endereçando às crianças e adolescentes gatilhos capazes de trabalhar com a ecoansiedade: não negando a existência dos desafios, que não são poucos, mas colocando-se lado a lado na construção de caminhos de ação que acionem emoções positivas como alegria, esperança e entusiasmo.
Os avós, por exemplo, precisarão entender que "naquele tempo" não sofriam dos mesmos medos e angústias que seus netos têm hoje.
As preocupações com herança deverão ser sobre: "que planeta está ficando para os filhos, netos, bisnetos...". - As árvores, matas, pássaros e
outros animais que eu conheci estão, ou estarão possíveis de se avistar, fruir e conviver?
Todas as gerações estão num fluxo só. Por isso, precisaremos conversar para construir, juntos, caminhos em que a ansiedade das nossas crianças, adolescentes e jovens, possa ser transformada em esperança, resiliência e regeneração para um mundo melhor.
Resenha:
Divertida Mente 2
Data de lançamento: 20 de junho de 2024 (Brasil)
Diretor:
Kelsey Mann
Produtoras:
Pixar, Walt Disney Pictures
Roteiro: Meg LeFauve, Dave Holstein
KAREN FRANKLIN
Pós-doutora em Filosofia pela PUC-RS e Professora do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação - UFPR
MAURÍCIO SOARES
Educador do Serviço de Orientação Pedagógica
Desde a Antiguidade, questões filosóficas eclodem em nosso cotidiano através das ocorrências da vida. Literatura, história, ciência ou artes sensibilizam as vivências humanas por meio da valorização de nossas questões éticas, políticas, morais ou científicas. A filosofia está em toda parte e a educação humanista potencializa mentes e corações para acreditar em um mundo mais humano.
Em um movimento comprometido com a qualidade da educação, a extensão universitária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) busca estreitar os laços com a comunidade, de forma a contribuir com o diálogo com a sociedade. A Escola é um lugar de saberes concretos que devem estar presentes no cotidiano universitário e, por isso, é importante que a relação entre a Universidade e a Escola seja estreita. É com esse propósito de troca de saberes que se desenvolve o Projeto Iniciação Filosófica no Ensino Fundamental
O Projeto Filosofia no Ensino Fundamental da UFPR, coordenado pela Profª. Karen Franklin (DTFE/ED), tem o intuito de produzir material para auxiliar na iniciação filosófica de crianças e adolescentes da Educação Básica. Desde sua concepção foram desenvolvidas muitas interfaces do Projeto que envolvem ensino, pesquisa e extensão universitária. Com a publicação da saga filosófica Uma viagem pela Filosofia – Encontro (2021), de Karen Franklin, iniciou-se a parceria com as Escolas com o objetivo de implementarem a iniciação filosófica no Ensino Fundamental.
Em 2023, o Colégio Social Madre Clélia, em Curitiba/PR, iniciou a aplicação do Projeto Filosofia no Ensino Fundamental - Anos Finais, com os educandos dos 6ºs anos, sob orientação do Serviço de Orientação Pedagógica. Esse Projeto integrou diferentes Componentes Curriculares, utilizando a obra “Uma Viagem pela Filosofia: o Encontro” como instrumento para um aprendizado mais profundo e reflexivo.
O Projeto proporcionou aos educandos uma aprendizagem lúdica e interdisciplinar, em que conceitos como ética, verdade e respeito foram explorados e debatidos. Por meio de ações direcionadas, permitiu que os educandos aprofundassem seu entendimento filosófico, indo além da leitura e interpretação de textos.
Cada capítulo do livro foi acompanhado por dinâmicas criativas e envolventes, como jogos, teatro de sombras, a reconstrução do Sistema Solar, a produção de autômatos, entre outras atividades. Essas dinâmicas não apenas reforçaram o conteúdo filosófico do livro, mas também incentivaram a criatividade e o trabalho em equipe entre os educandos, favorecendo o desenvolvimento de competências essenciais como a reflexão crítica e a capacidade de argumentação.
Em 2024, o Projeto se expandiu para incluir também os educandos dos 7ºs anos, com o objetivo de humanizar ainda mais o processo educativo. A continuidade da saga filosófica com o livro “Uma Viagem pela Filosofia – Felicidade",
de Karen Franklin, oportuniza novas discussões e percepções sobre si e o mundo.
Em suma, "Uma Viagem pela Filosofia - O Encontro" não é apenas um livro, mas uma porta de entrada para um projeto educacional que integra Filosofia e Literatura de maneira inovadora e envolvente, estimulando a curiosidade e o pensamento crítico dos jovens leitores.
O projeto Filosofia no Ensino Fundamental, da UFPR, representa um diferencial significativo para educandos, para o SAGRADO – Rede de Educação e para a sociedade. Para os educandos, oferece uma oportunidade única de desenvolver habilidades críticas e reflexivas desde cedo, por meio de métodos inovadores e interdisciplinares que tornam o aprendizado envolvente e significativo. Para a Rede, fortalece a colaboração entre a Universidade e as Unidades Educacionais, promovendo a integração de saberes e a aplicação prática de teorias filosóficas no contexto educacional básico. Para a sociedade, contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e críticos, capazes de refletir sobre questões éticas
e sociais com profundidade, criando uma base sólida para um futuro mais humano e justo.
Assim, a iniciativa não apenas enriquece o currículo escolar, mas também fomenta uma educação humanista que valoriza o diálogo, a ética e a cidadania.
Saiba mais sobre o Projeto Filosofia no Ensino Fundamental:
Nosso planeta está doente e os desastres climáticos no Rio Grande do Sul são sintomas claros dessa enfermidade. As mudanças climáticas intensificam inundações e tempestades, revelando a urgência de cuidar da Casa Comum, que é criação divina. Deus nos confiou a missão de proteger este presente sagrado. Cuidar do meio ambiente não é apenas uma necessidade, mas um ato de fé e amor, essencial para restaurar a saúde da Terra.