Revista Itinerários Formativos 2024

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SUMÁRIO

ARTIGO DE ABERTURA

Não, a nova geração não é tecnológica! A importância de ensinar tecnologia com propósito. 5

ARTIGOS CIENTÍFICOS

1. Transformando resíduos em energia: o futuro sustentável dos biodigestores que convertem restos de alimentos de restaurantes em biogás .

9

2. A mobilidade e a inovação no maquinário agropecuário 16

3. Casa autossustentável no Brasil 30

4. Formas de prevenir e recuperar os estragos em pontes do Rio Grande do Sul causados pelas enchentes de maio de 2024 e análises dos impactos naturais e estruturais que afetam a economia do estado 36

5. O uso exagerado de recursos naturais que prejudicam o meio ambiente 45

6. ReEsponjando: Uma nova vida para as esponjas 56

ARTIGOS JORNALÍSTICOS

1. “O Poder do Mito: da literatura aos games” 64

2. “Horta sustentável: explorando a conexão entre a ciência e o cultivo” .

66

3. Perícia criminal forense: análise e identificação dos principais métodos e técnicas 68

4. Tecnologia e educação: compreendendo suas relações e impactos na cognição 71

5. Arquitetura e urbanismo: estética, sustentabilidade e acessibilidade 75

6. Aromaterapia e saúde mental: a inovação da Matricaria no tratamento natural 79

7. SUS: criação, manutenção e funcionalidade

81

8. Saúde e bem-estar: a arte como via para qualidade de vida 86

9. Aceitação e amor próprio: a missão da Papillon de Beauté para mulheres cacheadas

88

10. Mater Chefe: receitas sustentáveis e alimentação saudável 90

NÃO, A NOVA GERAÇÃO NÃO É TECNOLÓGICA!

A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR TECNOLOGIA COM PROPÓSITO.

Atualmente, vivemos em uma era de telas, redes sociais e avanços digitais que moldam as nossas vidas, especialmente entre os mais jovens. Muitas vezes chamados de “nativos digitais", esses jovens estão imersos em um mundo tecnológico desde cedo, mas será que realmente dominam as ferramentas ao seu redor? A realidade, segundo estudos e experiências em Sala de Aula, indica o oposto. Apesar de estarem sempre em contato com a tecnologia, muitos jovens não possuem as habilidades básicas necessárias para usá-la de forma produtiva. A facilidade de acesso e o uso constante estão interferindo no desenvolvimento de outras competências fundamentais, como a coordenação motora e a atenção.

Esse gap entre o acesso e o domínio da tecnologia é abordado por um estudo recente publicado pelo Washington Post [1]. O estudo afirma que, embora os jovens aparentam dominar as redes sociais ou jogos digitais, eles frequentemente carecem de habilidades essenciais, como organização de arquivos, verificação de informações e análise crítica de fontes. Em minha própria experiência, noto que muitas crianças têm dificuldade em conduzir tarefas mais detalhadas ou que exijam um pensamento sequencial (ou computacional). Essa dificuldade em permanecer focados e engajados parece estar relacionada ao excesso de uso das tecnologias sem uma finalidade positiva. Estão acostumados com a recompensa instantânea proporcionada pelas redes sociais e pelo conteúdo rápido da internet, o que torna mais desafiador engajá-los em tarefas escolares que exigem paciência e esforço contínuo.

Uma pesquisa feita pela Adobe [2] enfatiza que a chamada “alfabetização digital” envolve muito mais do que apenas saber usar dispositivos; trata-se da capacidade de analisar criticamente informações, organizar o conhecimento de maneira eficiente e usar a tecnologia para criar, não apenas consumir. Eles são rápidos em abrir um aplicativo ou iniciar um vídeo, mas hesitam quando precisam criar um projeto digital ou lidar com tarefas que exigem mais do que um toque rápido na tela.

O impacto de ser um mero usuário da tecnologia não se limita apenas ao campo digital. Entre os alunos do Ensino Fundamental, vemos cada vez mais uma falta de 05

habilidades motoras básicas, resultado de uma interação limitada com o mundo físico em comparação com a digital. Em uma Sala de Aula, isso pode se manifestar em dificuldades de coordenação fina, como recortar, segurar um lápis corretamente, abrir ou fechar um estojo e até mesmo habilidades de escrita. Muitos desses alunos estão acostumados a usar apenas os polegares em jogos ou aplicativos, o que limita seu desenvolvimento motor e, muitas vezes, sua autoconfiança em tarefas que envolvem outras habilidades manuais.

Esses desafios que surgem na Sala de Aula deixam claro o quanto é essencial ensinarmos tecnologia com propósito. Não basta apenas oferecer o contato com dispositivos; é preciso desenvolver uma educação tecnológica que instigue a curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico. Como educadores, podemos ajudar a direcionar esse contato passivo para um uso mais significativo e criativo, ensinando não só a usar a tecnologia, mas a entender como ela pode ser uma ferramenta para desenvolver habilidades importantes. Só assim vamos formar uma geração que entende e usa a tecnologia de um jeito realmente produtivo e responsável, capaz de resolver problemas e trazer melhorias sustentáveis para o mundo, garantindo uma vida melhor para todos no futuro.

REFERÊNCIAS

[1] Bowles, N. (2019, November 16). Today’s kids may be digital natives. A new study shows they aren’t close to being computer literate. The Washington Post https://www. washingtonpost.com/education/2019/11/16/todays-kids-may-be-digitalnatives-newstudy-shows-they-arent-close-being-computer-literate/

[2] Adobe. (n.d.). Digital native doesn’t mean digitally literate: What Adobe’s study reveals. The Chronicle of Higher Education. https://connect.chronicle.com/rs/931EKA-218/images/DigitalNative_Adobe_ResearchBrief.pdf

[3] Al-Qahtani, N. A. (2021). Effect of using educational technology on students’ performance in educational psychology. International Journal of Education and Practice, 9(2), 250-258. https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1313488.pdf

[4] Rahmat, M., Ibrahim, M. I., & Zaid, M. A. (2021). The impact of digital technology in teaching and learning. Environment-Behaviour Proceedings Journal, 6(18), 13-18. https://ebpj.e-iph.co.uk/index.php/EBProceedings/article/view/2374

[5] Aithor. (n.d.). The impact of technology on student engagement and learning outcomes in classes. https://aithor.com/essay-examples/the-impact-of-technologyonstudent-engagement-and-learning-outcomes-in-classes

[6] Gabriel, M. (2013). Educação na era digital. Editora Atlas.

[7] UConn KIDS (Kids in Developmental Science). (2022, September 23). Screen media is affecting children’s fine motor skills. University of Connecticut https://kids.uconn. edu/2022/09/23/screen-media-is-affecting-childrens-fine-motorskills/

RESUMO

O objetivo principal da pesquisa é demonstrar como a tecnologia de biodigestores pode transformar restos de alimentos em biogás, um recurso valioso que contribui para a sustentabilidade e a redução do desperdício, além de projetar um biodigestor mais acessível economicamente. Ao converter resíduos orgânicos em gás, essa tecnologia não só gera uma fonte alternativa de energia, mas também oferece uma solução para mitigar os impactos ambientais associados ao desperdício de alimentos.

Palavras-chave: Tecnologia; Sustentabilidade; Impactos Ambientais

ABSTRACT

The main objective of the research is to demonstrate how biodigester technology can transform food waste into biogas, a valuable resource that contributes to sustainability and waste reduction. Additionally, the project aims to design a more economically accessible biodigester. By converting organic waste into gas, this technology not only generates an alternative energy source but also provides a solution to mitigate the environmental impacts associated with food waste.

Keywords: Technology, Sustainability; Environmental Impacts

INTRODUÇÃO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROJETO

Segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), anualmente, desperdiça-se 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, sendo isso, um terço do que é produzindo no mundo. O Brasil, de acordo com índices de World Resources Institute (WRI), está entre os 10 países que mais desperdiçam alimentos mundialmente — e 15% dessa perda ocorre em restaurantes.

É de discernimento comum o uso de matérias orgânicas para produção de biocombustíveis por meio de um biodigestor que reverte essa matéria em energia, – exemplos de biocombustíveis obtidos dessa forma incluem etanol, produzido a partir da cana-deaçúcar, e biodiesel, derivado de girassol – essa reversão é obtida pela decomposição desses compostos por bactérias anaeróbias, resultando na geração de biogás, que é composto principalmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) – gases esses principais responsáveis pelo efeito estufa (MOLION 2008).

Ao analisar o desperdício excessivo de alimentos em restaurantes e a possibilidade de transformar matéria orgânica em energia, torna-se evidente que a conversão de resíduos orgânicos em biogás oferece benefícios significativos. Essa transformação não apenas reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros, mas também diminui a emissão de gases de efeito estufa, promovendo uma economia circular mais eficiente. Nesse contexto, desenvolver um modelo de biodigestor para o tratamento de resíduos orgânicos alimentares em restaurantes, com foco na produção e aproveitamento de biogás, surge como uma solução prática e sustentável. Tal modelo permitirá a gestão eficiente dos resíduos gerados, convertendo-os em biogás utilizável, contribuindo para a redução do impacto ambiental e fomentando uma abordagem mais sustentável na operação dos estabelecimentos.

O objetivo principal da pesquisa é demonstrar como a tecnologia de biodigestores pode transformar restos de alimentos em biogás, um recurso valioso que contribui para a sustentabilidade e a redução do desperdício, além de projetar um biodigestor mais acessível economicamente. Ao converter resíduos orgânicos em gás, essa tecnologia não só gera uma fonte alternativa de energia, mas também oferece uma solução para mitigar os impactos ambientais associados ao desperdício de alimentos.

2. PÚBLICO-ALVO

População interessada em formas alternativas de conseguir energia limpa e renovável, além de reduzir a geração de resíduos e promover práticas sustentáveis

DESENVOLVIMENTO

3. MATERIAIS DE PESQUISA

O projeto foi pensado a partir da proposta dada pelo educador de pesquisar mais a fundo sobre formas alternativas de energia limpa. Com a apropriação das pesquisas e as discussões feitas em sala, o grupo entrou em consenso para explorar os resultados da transformação de resíduos em biocombustível.

A contar com o tema definido, elencamos Coelho (2006) para a nossa fundamentação, pois ela nos conta que “O biogás é uma mistura gasosa combustível, resultante da degradação anaeróbia de matéria orgânica [...]” (p.3). Ainda de acordo com as pesquisas, vimos que Nogueira (1986) expõe que no século XIX, Ulysse Grayon, um aluno de Louis Pasteur, conduziu um experimento envolvendo fermentação anaeróbica com uma mistura de estrume e água a 35°C. Esse experimento resultou na produção de 100 litros de gás por metro cúbico de matéria. Posteriormente, essa fermentação foi considerada uma fonte viável de aquecimento e energia.

Baseando-se em Paixão (2018), vimos que para o funcionamento eficaz do biodigestor, o mesmo deve possuir: quantidade de resíduos alimentares igual a quantidade de água (para evitar o entupimento das tubulações) e operação em temperatura ambiente, além da implantação em local adequado e esteticamente agradável para proprietário, funcionários e clientes do restaurante. Ainda destacamos o uso opcional de vermicompostagem para acelerar a decomposição da matéria orgânica. Paixão também aponta que: 140 kg de resíduos alimentares produzidos por um restaurante tem a produção diária de 14 m3 de biogás.

Com base nas pesquisas realizadas, exploramos alternativas para o desenvolvimento de um biodigestor que seja mais acessível economicamente e que ofereça um retorno financeiro mais rápido em comparação aos modelos atualmente disponíveis no mercado. O objetivo é criar uma solução que seja tanto eficiente quanto custo-efetiva.

Para isso, elaboramos uma lista detalhada dos materiais necessários para a construção do biodigestor, incluindo suas especificações. Essa abordagem visa fornecer uma visão clara dos investimentos necessários e facilitar a avaliação da viabilidade econômica do projeto.

Com o destino a criação de um sistema de biofertilizante e biogás, o processo começa com a instalação de uma flange de 50 mm, devidamente vedada a um registro de 50 mm, para permitir a saída do biofertilizante. Esta flange é conectada a um tambor de 100 litros que será utilizado para armazenar a matéria orgânica. Para inserir os resíduos no tambor, utiliza-se um tubo de PVC de 100 mm com 1,5 m de comprimento. Para a transferência do biogás gerado, um tubo de PVC de 50 mm e 50 cm de comprimento

é empregue para conectar o tambor de armazenamento ao próximo componente do sistema. Após a produção do biogás, ele passa por uma etapa de filtragem para remover gases corrosivos. Neste estágio, uma mangueira de jardim de 1,6 m é conectada a um tubo de PVC de 1 m de comprimento e 50 mm de diâmetro, que contém palha de aço em seu interior para filtrar os gases. Finalmente, o gás purificado é direcionado por uma mangueira de comprimento variável até o fogão, onde será utilizado.

Para esse projeto, considerando as pesquisas sobre os materiais necessários, o custo total estimado ficou em aproximadamente R$ 679,00.

CONCLUSÃO

4. BENEFÍCIOS E IMPACTOS DA PROPOSTA

Ao implementar o projeto, esperamos alcançar diversos impactos positivos que promoverão a sustentabilidade e a inovação ambiental. Em primeiro lugar, o objetivo é focar na redução, reutilização e reciclagem de resíduos alimentares. Isso será alcançado através de processos adequados que não apenas tratam os resíduos de maneira ambientalmente responsável, mas também garantem a disposição final dos rejeitos de forma a minimizar impactos ao meio ambiente.

Outra vertente importante é a adoção de uma tecnologia limpa. Além disso, o trabalho se propõe a reduzir a emissão de gases poluentes por meio da gestão eficiente dos resíduos. Esperamos contribuir para a diminuição desses gases, o que ajuda a melhorar a qualidade do ar e reduz os efeitos negativos das emissões sobre a saúde humana e o meio ambiente.

Um aspecto significativo do projeto é o novo destino para alimentos desperdiçados. Os alimentos que de outra forma seriam descartados serão convertidos em recursos valiosos, contribuindo assim para a redução do esperdício e promovendo uma economia circular.

Por fim, o biodigestor irá gerar gás e biofertilizante. O gás produzido poderá ser utilizado como combustível para fogões, enquanto o biofertilizante natural resultante pode ser aplicado em hortas. Isso não só promove a agricultura sustentável, mas também aproveita de maneira eficiente os recursos gerados pelo processo de manejo de resíduos.

Esses impactos refletem nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação ambiental, buscando soluções que beneficiem tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais. A implementação do projeto visa criar um ciclo virtuoso de aproveitamento de resíduos e redução de impactos ambientais.

REFERÊNCIAS

FAO. 30% de toda a comida produzida no mundo vai parar no lixo. Nações Unidas Brasil, 14 nov. 2017. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/78207-fao-30-de-todacomida-produzida-no-mundo-vai-parar-no-lixo#:~:text=Em%20semin%C3%A1rio%20 online%20promovido%20na,das%20cadeias%20produtivas%20de%20alimentos. Acesso em: 31 jul. 2024.

FOOD CONNECTION. Restaurantes desperdiçam de 4 até 10% dos alimentos antes que cheguem ao prato do cliente: como mudar esse cenário? 41 mil toneladas de comida vão para o lixo durante o ano. Food connection, 2023. Disponível em: https:// www.foodconnection.com.br/food-service/restaurantes-desperdicam-de-4-ate10-dosalimentos-antes-que-cheguem-ao-prato-do. Acesso em: 31 jul. 2024.

MOLION, Luiz Carlos Baldicero. Aquecimento global: uma visão crítica. Revista Brasileira de Climatologia, ago. 2008. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/rbclima/ article/view/13512/6930. Acesso em: 31 jul. 2024.

COELHO, Suani Teixeira. A conversão da fonte renovável biogás em energia. Research Gate, jan. 2006. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/228452829_A_ conversao_da_fonte_renovavel_biogas_em_energia. Acesso em: 1 ago. 2024.

MORAIS, Marcelo Antonio. Estudo experimental e avaliação econômica da operação de biodigestores tubulares para a produção de biogás a partir de resíduos da suinocultura. Repositório UNIFEI, dez. 2012. Disponível em: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/ bitstream/123456789/1094/1/dissertacao_morais_2012.pdf Acesso em: 31 jul. 2024.

PAIXÃO, Simone Karine Silva da. Produção de biogás a partir de resíduos de alimentos. DSPACE, jul. 2018. Disponível em: https://repositorio.ifpe.edu.br/xmlui/ handle/123456789/39?show=full. Acesso em: 29 jul. 2024.

ANEXOS E ILUSTRAÇÕES

MODELO DO BIODIGESTOR

RESUMO

Ao longo da história, o trabalho foi central para a vida humana, mas foi caracterizado por desigualdades sociais que afetaram o acesso a direitos como saúde, seguridade social e assistência social no Brasil. Os trabalhadores rurais enfrentam diversas formas de violência e condições precárias, com consequências em suas vidas, saúde e trabalho. A Constituição de 1988 estabeleceu a segurança social para garantir condições mínimas de vida para todos, incluindo os trabalhadores migrantes.

No entanto, ainda existe uma lacuna nos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, especialmente em termos de pensões. O depoimento de um gestor de benefícios da Previdência Social destacou a necessidade de os trabalhadores rurais comprovarem sua atividade agrícola para receberem os benefícios, que sempre foram baseados no saláriomínimo. A segurança social visa garantir a saúde e a existência digna dos cidadãos, do qual é necessária a comprovação da produção através de documentos como blocos ou faturas do produtor. Cada venda implica em um desconto de 2,2% sobre o valor total, sendo o comprador responsável pela transferência.

Em 1966, o agrônomo Willian Gown criou o termo “Revolução Verde” para descrever inovações agropecuárias, como mecanização, monocultura e uso de químicos, visando aumentar a produção de alimentos durante a Guerra Fria. No entanto, a falta de reforma agrária em países como África e Sudeste Asiático resultou em êxodo rural. Essas práticas intensivas causaram impactos ambientais e sociais, incluindo erosão genética e poluição. No Brasil, a Revolução Verde impulsionou o “milagre econômico” durante o regime militar, com foco na produção de milho e soja para exportação e a criação da Embrapa em 1973.

A qualificação da produção agropecuária vem crescendo ao longo dos anos, derivada dos primórdios da Revolução Industrial e aumentando com as migrações vindas ao Brasil assim evoluindo o maquinário agrícola. Desse modo, o controle da produtividade nas mais diversas regiões brasileiras por meio de órgãos nacionais, como a Embrapa e programas sociais como o CAR, traz benefícios relacionados à qualidade dos alimentos produzidos, assim como, no planejamento sustentável do reaproveitamento dos restos fabricados.

Palavras-chave: Agricultura; Desigualdade; Revolução Verde; Segurança social; Sustentabilidade; Trabalho.

ABSTRACT

Throughout history, work has been central to human life but has been marked by social inequalities that have affected access to rights such as health, social security, and welfare in Brazil. Rural workers face various forms of violence and precarious conditions, with consequences for their lives, health, and work. The 1988 Constitution established social security to ensure minimum living conditions for all, including migrant workers. 17

However, there is still a gap in the rights of urban and rural workers, particularly regarding pensions. A testimony from a Social Security benefits manager highlighted the need for rural workers to prove their agricultural activity in order to receive benefits, which have always been based on the minimum wage. Social security aims to guarantee citizens’ health and a dignified existence, requiring proof of production through documents such as producer invoices. Each sale implies a 2.2% deduction from the total value, with the buyer responsible for the transfer.

In 1966, agronomist Willian Gown coined the term “Green Revolution” to describe agricultural innovations such as mechanization, monoculture, and the use of chemicals, aimed at increasing food production during the Cold War. However, the lack of agrarian reform in countries like those in Africa and Southeast Asia led to rural exodus. These intensive practices caused environmental and social impacts, including genetic erosion and pollution. In Brazil, the Green Revolution boosted the “economic miracle” during the military regime, focusing on corn and soybean production for export and the creation of Embrapa in 1973.

The qualification of agricultural production has been growing over the years, stemming from the early stages of the Industrial Revolution and increasing with migrations to Brazil, evolving agricultural machinery. Thus, productivity control in various Brazilian regions, through national bodies like Embrapa and social programs such as CAR, brings benefits related to the quality of the food produced, as well as sustainable planning for the reuse of manufacturing waste.

Keywords: Agriculture; Inequality; Green Revolution; Social security, Sustainability, Work.

1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, os seres humanos se adaptam de acordo com a demanda e necessidade em que seu grupo se encontra. Os primeiros registros dessas adaptações evolutivas, surgiram no período Neolítico, quando os seres humanos deixaram de ser nômades e tornaram-se sedentários. Com o passar do tempo, tecnologias como a charrua, a rotação de culturas e até instrumentos feitos de ossos passaram a ser utilizados. Esses processos são denominados de modernização rural, ou seja, a evolução e implantação de novas tecnologias para a produção do meio agrário.

A partir de 1700, nos Estados Unidos e Inglaterra, criou-se o primeiro maquinário agrícola, a colheitadeira. Visando colher em maiores quantidades e em um período menor, essa criação foi um marco para a produção agrária. Porém, a partir da Revolução Francesa, em 1780, ideias inovadoras relacionadas aos direitos humanos representaram um marco no trabalho rural. Juntamente às inovações tecnológicas do campo, políticas direcionadas aos trabalhadores agrários foram se tornando itens fundamentais, diretamente ligadas à eficiência e qualidade do trabalho realizado. Sentenças como salário-mínimo, jornada de trabalho e horas extras, benefícios previdenciários, férias anuais e aposentadoria, são fatores cruciais nesse ramo árduo.

Apenas a partir do ano de 1950, durante o processo de industrialização do governo de Getúlio Vargas, que o Brasil começou a utilizar todos os benefícios. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, nos últimos 47 anos, a agropecuária cresceu 3,22% ao ano. Assim, de 1995 a 2017, o valor bruto da produção dobrou, sendo que a tecnologia foi responsável por mais de 60% desse crescimento, atingindo a média de 300 milhões de toneladas por safra. Desse modo, neste trabalho propõem-se estudar as principais nuances relacionadas à modernização do campo que estão evoluindo constantemente em conjunto com seus maquinários e a advocacia desses trabalhadores.

2. DESENVOLVIMENTO

O Século XV no Brasil foi caracterizado pelo descobrimento do território nacional por parte dos portugueses. Entretanto, na mesma época, já existiam aproximadamente 3,5 milhões de índios que habitavam o local, os quais eram divididos em quatro grupos distintos pela língua e pela cultura: jê, tupi, aruaque e caraíba. Independente das tribos em que se encontravam, os indígenas compartilhavam das mesmas técnicas rudimentares para obtenção de alimentos, sendo elas caça, pesca e coleta, desconhecendo muitos métodos de agricultura, e praticando-a apenas nas florestas, onde o território é mais fértil.

Entretanto, no dia 22 de abril de 1500, uma expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, chegou ao Brasil representando o início do Período Colonial, caracterizado por civilizar, povoar, exterminar, conquistar e dominar o território brasileiro. Assim, se deu início ao

sistema conhecido por Plantation, ou seja, método em que predominavam os latifúndios, a monocultura, a mão de obra escrava e a produção voltada ao mercado externo. Tal sistema, fez com que o Brasil se tornasse uma colônia completamente submissa à Portugal.

A monocultura da época se destinava principalmente à produção de cana de açúcar, na Zona da Mata, que se estende em uma faixa litorânea, do Rio Grande do Norte ao Recôncavo Baiano. O processo passava pelo plantio, colheita e a transformação da cana em grãos de açúcar, utilizando ferramentas como o arado de lâmina feito de madeira, o abanador, ceifadoras e semeadoras mecânicas movidos à tração animal ou humana.

A partir do século XVIII, o Brasil começou a diversificar a produção, com destaque no cultivo do café. Tal produto impulsionou o desenvolvimento da economia do país. Segundo Odilon Matos, em 1870 a Província de São Paulo possuía 830 mil habitantes, 60 milhões e 462 mil pés de café e 139 quilômetros de ferrovias. Já em 1900, o Estado de São Paulo suportava 2 milhões e 279 mil habitantes, mais de 220 milhões de pés de café, e 3.373 quilômetros de ferrovias (MATOS, 1990).

É importante ressaltar, que a mão de obra no período era escravizada, sendo composta por negros e indígenas. Fazia parte do cotidiano dos escravizados trabalhos de 20 horas diárias, alimentação pobre, tarefas exaustivas e perigosas, além dos tenebrosos maus tratos. Contudo, no ano de 1888, em razão da pressão e do engajamento da população brasileira, a Lei Áurea foi imposta, pela princesa Isabel, que proibia essa forma desumana de exploração de trabalho.

Simultaneamente, na Inglaterra, um movimento denominado Revolução Industrial, que já estava em sua segunda fase, trouxe consigo o aprimoramento de técnicas, o surgimento de máquinas e a introdução de novos meios de produção. Como representantes da segunda fase, encontram-se o petróleo, a eletricidade e o aço, que possibilitaram a produção em massa, a automatização do trabalho e o surgimento de diversas indústrias. Contudo, como dito anteriormente, em razão do Pacto Colonial, não era permitido a abertura de indústrias no Brasil, cabendo aos colonos comprarem produtos manufaturados de Portugal. Assim, foram os ricos cafeicultores, com capital de sobra, que começaram a investir no setor industrial.

Com a abolição da escravidão, uma imigração em massa subsidiada de portugueses, chegou ao Brasil, concentrando-se principalmente na zona urbana brasileira. Com o aumento da população urbana e a diminuição da população rural, e consequentemente, o menor número de trabalhadores agrícolas e o aumento da demanda, novas ferramentas precisavam ser desenvolvidas para produzir maior quantidade de alimento, em menos tempo.

Desse modo, com a chegada da segunda metade do Séc. XIX, surgiu o primeiro trator movido a diesel, criado por John Froelich, um inventor e empresário americano. Contudo, 20

tal criação começou a ser utilizada a rigor apenas 20 anos depois, com a chegada da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Apesar da sua pequena participação na guerra, o Brasil, devido à sua economia agroexportadora, focada no café, foi afetado indiretamente pelo conflito, com a diminuição das vendas ao mercado europeu e americano. Contudo, com a queda do valor dos grãos, e consequentemente com a desorganização do comércio internacional, a crise impulsionou esforços de modernização e melhorias no escoamento da produção cafeeira da região.

Cada novo invento levava a uma cadeia de inovações que, por sua vez, abria perspectivas e projeções inéditas. Dos inventos fundamentais e importantes aos mais surpreendentes e inutilizados, das grandes estruturas aos pequenos detalhes, uma cartografia de novidades cobria os olhos daqueles homens, perplexos com suas máquinas maravilhosas (COSTA; SCHWARCZ, 2000). Entretanto, simultaneamente a pensamentos inovadores da época, existiam grupos antirrevolucionários que contestavam a utilização dessas novas tecnologias. Entre os motivos, destacavam-se a redução de trabalhadores na lavoura, causando problemas na hora da colheita, o descontrole das lâminas no arado, colocando em risco, pelo corte, as raízes das mudas.

No ano de 1966, Willian Gown, agrônomo responsável por pesquisar ativos para resistência do trigo à pestes, desenvolveu o termo “Revolução Verde”, em uma conferência em Washington. Tal termo, refere-se ao conjunto de mudanças e desenvolvimento de técnicas agropecuárias para produção. Dentre as alterações, destacou-se a mecanização do campo, a monocultura, utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas e sementes transgênicas.

Em meio a Guerra Fria, com a necessidade da alta produção de alimentos, com o objetivo de prevenir manifestações populares, altos insumos foram destinados à produção, focados no cultivo em massa, principalmente de cereais e tubérculos. Contudo, países que não realizaram a reforma agrária, como África e Sudeste asiático foram impactados por altos índices de êxodo rural, em razão das maiores taxas de mecanização do campo, que fez com que a mão de obra fosse reduzida.

Entretanto, a elevada utilização de tais recursos impactaram altamente a sociedade e o meio ambiente. A erosão genética, a necessidade de compra e reposição constantes de sementes e fertilizantes, a impossibilidade da soberania alimentar, compactação do solo e poluição causada pelos produtos químicos, causaram e causam, até hoje, índices elevados de desequilíbrio ambiental. Já no Brasil, as inovações da Revolução Verde chegaram durante o regime militar, caracterizando o famoso ‘milagre econômico”. Com a produção em grande escala, com enfoque principalmente no milho e na soja, direcionada ao mercado externo, inúmeras organizações para controle e pesquisa foram criadas, entre elas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, criada em 1973.

2.1 Evolução agrícola e maquinários no Brasil

Sabe-se que a área da agricultura e da pecuária brasileira vem passando por muitas transformações desde 1960. Essas inovações revolucionaram os métodos de produção e impulsionaram o setor agropecuário do país. Desse modo, com o avanço tecnológico, foi possível a utilização de insumos agrícolas mais eficientes, como fertilizantes e pesticidas. Essas contribuições também favoreceram para o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos. Além disso, impulsionaram o crescimento econômico do país e fortaleceram a competitividade no mercado internacional.

A partir da expansão do cultivo da soja que houve o aumento dos investimentos, para esse aumento significativo, foi preciso expandir a área cultivada com o uso de técnicas modernas, como a implementação de tratores e máquinas, que foi um passo crucial para impulsionar o crescimento da agricultura e da pecuária.

Essa modernização resultou em uma significativa redução da dependência da mão de obra, o que diminuiu os custos de produção e tornou os processos de plantio, cultivo e colheita mais ágeis e eficientes, otimizando o tempo de cada fase do ciclo produtivo. Inicialmente, o trator foi utilizado para substituir a força animal pela mecanização, porém o objetivo foi mudando conforme as necessidades da espécie humana ao longo dos anos.

A mecanização agrícola pode ser dividida em cinco fases. A primeira etapa começou um pouco antes de 1950, com tratores menos potentes. Para industrializar o Brasil, o governo da época, de Juscelino Kubitschek, acreditava que a indústria de tratores era o último estágio para o desenvolvimento da indústria automobilística no país. Todavia, em meados de 60, houve a necessidade de mecanizar a agricultura para o aumento da produção. A produção passaria de subsistência para atender as demandas internas e o início das externas, ou seja, as exportações. A segunda, terceira e quarta etapas ocorreram entre 1960 e 1980.

Devido ao crescimento das indústrias brasileiras e por maior busca por trabalhadores nas fábricas, o êxodo rural aumentou e agravou a escassez de mão-de-obra no campo. Entre as décadas de 1980 e 1990, houve o crescimento de semeadeiras, plantadeiras, colheitadeiras e tratores. Assim, houve a necessidade do surgimento de censos agropecuários. Um novo ciclo da agricultura foi iniciado com o uso do sistema de plantio, que possibilitou a otimização do uso do solo das lavouras no Brasil. Além disso, houve uma conexão entre a indústria de máquinas e implementos agrícolas.

A Revolução Verde, por sua vez, avivou a utilização das máquinas e de produtos químicos, desenvolvendo máquinas mais potentes e robustas para responder às diversas necessidades e exigências dos solos brasileiros. Assim, faz-se necessário ressaltar que o aumento do consumo de máquinas foi um reflexo do bom período do agronegócio no Brasil, com exceção do ano de 2005, no qual houve uma queda na produção relacionada

a áreas plantadas. Os principais fatores que contribuíram para a crise foram as condições climáticas e questões econômicas, como o aumento da taxa de juros, ruptura do câmbio que afetou as exportações.

A partir de 2008, o setor de máquinas agrícolas começou a apresentar uma recuperação significativa, devido às políticas governamentais, investimentos em tecnologia e condições climáticas favoráveis. A modernização da agricultura brasileira foi impulsionada pelas políticas públicas que ampliaram o crédito subsidiado (Pereira Et al., 2012). Além disso, programas de financiamento impulsionaram a demanda por equipamento no campo.

No ano de 2013, houve recorde nas vendas de máquinas, já em 2016 e 2017 ocorreu um aumento dos investimentos agropecuários, resultando em um bom desempenho da safra e de perspectivas favoráveis de empreendedores do agronegócio.

2.2 Qualificação da produção

A ascensão burguesa durante o período industrial, as suas necessidades e reivindicações no mundo do trabalho, tiveram consequências diretas nos modos que a agricultura era realizada. Dessa maneira, essas modificações foram intensificadas também na Segunda Guerra Mundial, em decurso da evolução contínua do armamento utilizado e da tecnologia implementada, o que gerou a adaptação dos maquinários presentes nos latifúndios e, por conseguinte, nos modos em que os camponeses trabalhavam.

Em extensão no Brasil, durante as décadas de 1960 e 1980, o aumento do crescimento populacional e as expressivas migrações que ocorreram entre as áreas rurais e urbanas, trouxeram a diminuição da população dos campos. De modo que, as cidades tornaram-se precursoras na criação de máquinas que buscassem por qualificar a produção e aumentálas em grande escala nos latifundiários. Nesse contexto, as modernizações no mundo rural brasileiro tiveram impactos significativos em toda a população, seja em âmbitos tecnológicos, sociais ou econômicos.

Assim, mesmo com muitos centros econômicos espalhados por todo país, ainda as áreas afastadas das cidades são ocupadas pelas fazendas privatizadas. Desse modo, a produtividade de terras é levada em conta pelas desigualdades regionais e pelas privatizações de terras, grandes lavouras e fazendas que ocupam grande parte de estados brasileiros como no Centro-Oeste e no Sul. Ou seja, a produtividade atual não busca mais um aumento horizontal que devasta mais áreas, mas sim um crescimento vertical, que tem objetivo na sustentabilidade a renovação de áreas já ocupadas, aumenta a rentabilidade e a ajuda ao meio ambiente e sua preservação.

Apesar disso, para uma renovação das áreas já utilizadas previamente, é necessário um maior cuidado com relação à produção, aos solos e a todos os agrotóxicos, visando sempre a evolução da sustentabilidade dentro do ambiente agropecuário. Por isso, em locais sem regularização ambiental e falta de segurança jurídica na agricultura moderna

essas nuances não avançaram, tendo poucos recursos para tal.

Ademais, em busca de regulamentar os cadastros em relação aos proprietários das terras, no ano de 2014 foi implementado o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro público eletrônico aos imóveis rurais, a fim de integrar uma padronização de todas as informações sobre as propriedades e criar um controle sobre o planejamento ambiental. Dessa maneira, há um maior controle e monitoramento das terras utilizadas, combatendo o desmatamento e integrando de maneira mais efetiva regiões afastadas, como a Amazônia Legal.

Desse modo, juntamente com o CAR, o Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abrange a realização de coordenadas geográficas nos rastreadores e programas de posicionamento global, a fim de oferecer as localizações dos diversos territórios rurais. Criou-se então uma pesquisa mais direcionada realizada pelo Embrapa, em decurso de um aprofundamento eficaz que possua informações referentes a intensificação agropecuária e a divisão territorial.

Destarte, todas as políticas implementadas, assim como, seus programas contribuíram para um melhor controle do potencial de produção das lavouras, de modo que, a mecanização agrícola brasileira foi desenvolvendo-se ao longo dos anos e comporta-se atualmente como grande parcela da economia. Por conseguinte, um dos produtos que é produzido em extensa escala é a soja, derivada de cruzamentos entre plantas selvagens nos territórios chineses, sendo este um exemplo de produção que cresceu rapidamente e vem estabilizando-se ao longo dos anos.

Em estados mais agrícolas, como o Rio Grande do Sul, a área cultivada segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em 2012 poderia chegar até 72 milhões de toneladas de grãos produzidos, demonstrando um crescimento anual que mesmo com as decaídas, ainda se mantém com grande relevância no contexto do Brasil. Contudo, essa produção não depende somente de fatores climáticos ou da demanda mundial, mas do maquinário agrícola, dos investimentos realizados por produtores rurais na compra de tratores e colheitadeiras mecanizadas e que possuam uma vida útil longa, o que gera por consequente a diminuição de custos a longo prazo.

Em vista disso, as máquinas agrícolas possuem o intuito de melhorar a eficiência das produções, evitar a perda de materiais que antes eram despejados ao meio ambiente e reduzir as contaminações arriscadas à natureza. Ademais, os produtores rurais devem sempre buscar por aumentar as capacidades de trabalho e diminuir as pausas para manutenções nos maquinários, para que consigam lucrar mais e possuir uma melhor qualidade de vida, utilizando-se por produtos e em vezes agrotóxicos, no objetivo de evitar grandes perdas durante as colheitas.

2.3 Direito dos trabalhadores rurais

O trabalho caracteriza o elemento essencial na vida do ser humano ao longo de toda a história, marcada pela desigualdade social no conjunto de ações destinadas a assegurar o direito à saúde, à previdência social e à assistência social na sociedade brasileira. Condição que expõe o trabalhador e sua família a diferentes formas de violências e precarização das condições de vida, saúde e trabalho.

Privilegiaram-se nesta investigação informações epidemiológicas de notificações de agravos à saúde dos trabalhadores do meio rural, passando por diversas configurações e reconfigurações, já atingiu diversos sentidos, desde castigo ou formas de insultar um indivíduo à forma de qualificar o homem, assim possibilitando uma vida digna.

Deste modo, plausível abordar a Constituição de 1988 que instituiu um sistema de proteção social denominado “seguridade social”, o qual tem como característica principal a universalidade, garantindo a todos condições mínimas de vida, nas situações geradoras de necessidades aos diversos trabalhadores de meio rural que constituem importante papel na economia e base para qualquer país do mundo, assim, a existência de diferenças de direitos entre estes trabalhadores e aqueles do âmbito urbano são uma grande problemática e estabelecer uma igualdade que leve em consideração as suas particularidades é de fundamental importância.

Para atingir a proteção de todos, a Constituição uniu três direitos sociais, os quais, trataremos das contribuições devidas por cada uma das espécies de trabalhador rural, bem como dos benefícios a que fazem jus, comparando-os com o sistema anterior e estabelecendo a diferença entre o trabalhador urbano e o rural, especialmente em relação à aposentadoria por idade, cada um dentro de sua área de atribuição, protegem seus destinatários e, no conjunto, todos são protegidos. Sobre isso, Sol, IV responsável pela gerência de benefícios da Previdência Social, enfatiza:

“O segurado especial é coberto pela Previdência Social desde que esteja exercendo a atividade, mas o que acontece é que muitas pessoas têm o bloco modelo 15 e moram na cidade e chega a hora de requerer o benefício, têm a documentação, mas não estão exercendo a atividade. Então o segurado especial tem esta dificuldade diferencial, porque tem uma legislação especial. O segurado especial é aquele que está colocando a mão na agricultura, que está plantando, que está colhendo, que está sol a sol, produzindo, está emitindo o seu bloco, está tendo a sua documentação para ter direito ao benefício. Ele não pode ter a terrinha arrendada e estar morando na cidade, aí ele não é segurado especial para a Previdência Social, ele é urbano. A legislação diz que qualquer outra fonte de renda descaracteriza o segurado especial. Aí, o Segurado Especial é o agricultor mesmo, aquele que trabalha e planta com sua esposa, seus filhos em regime de economia familiar.”’

Para tanto, o depoimento esclarece que o valor do benefício concedido aos trabalhadores será sempre, sem ressalvas, sobre um salário-mínimo. E para ter direito aos auxílios e benefícios é preciso comprovar com a produção declarada no seu bloco a seguridade social apresenta duas faces: uma delas visa garantir a saúde a todos, a outra tem por

objetivos a concessão de recursos para a sobrevivência digna dos cidadãos, os quais não podem ser obtidos pelo esforço próprio. Comprovando através do bloco de produtor ou de nota fiscal, que declara sua comercialização. Para cada transação realizada, apresenta uma nota declaratória, com o desconto de 2,2% do valor bruto da venda, ficando o repasse sob responsabilidade do comprador.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Desta maneira, é imprescindível enfatizar a importância da evolução histórica que compreende desde o período do descobrimento do Brasil em 1500 até os dias atuais, marcados pelas inovações da Indústria 4.0. Além disso, as principais máquinas construídas - ainda durante o período industrial - são presentes até a contemporaneidade, de modo que sofreram alterações para adaptarem-se ao longo dos anos. Sobretudo, a intensa Revolução Verde transformou as técnicas agropecuárias entre meio a produção, assim como, a modernização brasileira e suas políticas públicas, como o CAR, ocasionaram a quebra do paradigma antigo voltado à mão de obra exclusivamente escrava e humana.

Nesse contexto, a transição do agronegócio da terceira Revolução Industrial para a quarta é evidente, essa que trouxe, os adventos principais da inteligência artificial, da robótica avançada e da tecnologia que ocasionou a diminuição da mão de obra humana, trocando-a pelo maquinário. Ademais, a análise dos algoritmos, o controle de qualidade e a otimização dos recursos utilizados na agropecuária são fatores indispensáveis e que estão sendo exigidos ativamente no mercado interno e externo atual. Outrossim, o marketing digital e a nanotecnologia são processos que conectam a agricultura com a inovação trazida pela indústria 4.0, solucionando impasses na produção agrícola e na melhoria dos métodos de controle de resultados.

Por fim, é indispensável enfatizar a importância da escolha das melhores máquinas para os produtores rurais investirem seu dinheiro e seu tempo. Segundo Mialhe (1974), mecanizar racionalmente as operações agrícolas constitui o objetivo básico do estudo da mecanização agrícola. Dessa maneira, a execução das máquinas e a utilização dos equipamentos adequados interfere diretamente na qualidade da produção, do solo e do crescimento dos produtos agrícolas, além de garantir que o objetivo final do agricultor seja concluído com êxito.

4. CONSIDERAÇÃO FINAL

Em virtude dos fatos mencionados, é possível observar a trajetória da história humana e como a modernização agrícola transformou a produção agrária, principalmente no modo de trabalho, sendo antes com condições precárias. Desse modo, é fundamental apontar que o avanço tecnológico revolucionou a eficiência e a produtividade agrícola, diminuindo a dependência da mão de obra humana e animal.

A implementação de políticas públicas e programas de financiamento, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o apoio ao desenvolvimento de máquinas, impulsionou o setor, possibilitando ao Brasil se tornar destaque mundial de produtores agrícolas. A Revolução Verde, iniciada no século XX, trouxe a industrialização do campo, sendo um marco para a utilização de técnicas modernas e o uso de insumos agrícolas, o que permitiu ao Brasil abastecer as demandas internas e externas e impulsionar a economia.

Dessa forma, os direitos trabalhistas para os trabalhadores do campo foram decisivos para melhorar as condições de vida e trabalho, como a jornada de trabalho regulada, salário-mínimo e benefícios de segurança social. Assim, a inclusão de tecnologias é essencial para a inovação e sobretudo na competitividade do mercado mundial moderno. Além disso, as inovações são essenciais para um desenvolvimento sustentável e rentável, garantindo o bem-estar dos trabalhadores e do meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é criar uma casa autossustentável, podendo desse modo diminuir os custos e não afetar o meio ambiente. A casa terá uma calha que vai captar a chuva, assim levando-a a uma caixa contendo pás, um teto solar para gerar energia por raios solares, um cata-vento para gerar energia pelo vento e também integrará um produtor de biomassa na frente da casa como outra fonte de energia.

Palavras-chave: Casa; Autossustentável; Meio ambiente

ABSTRACT

The goal of this project is to create a self-sustainable house, thereby reducing its costs and minimizing environmental impact. The house will include a gutter system to collect rainwater, directing it to a tank with paddles. It will feature a solar roof to generate energy from sunlight, a wind turbine to harness wind energy, and will also integrate a biomass generator at the front of the house as an additional energy source.

Keywords: Home; Self-Sustainable; Environment

INTRODUÇÃO

O projeto da ONU consiste em ajudar a população, por meio do uso de energia sustentável e protegendo o meio ambiente e clima. Portanto o nosso objetivo é criar uma casa autossustentável, podendo desse modo diminuir os custos e não afetar o meio ambiente. A casa terá uma calha que vai captar a chuva, assim levando-a a uma caixa contendo pás, um teto solar para gerar energia por raios solares, um cata- vento para gerar energia pelo vento e também integrará um produtor de biomassa na frente da casa como outra fonte de energia.

DESENVOLVIMENTO

PROJETO DA CASA É DESTINADO À POPULAÇÃO MAIS

HUMILDE

A casa é destinada à população mais humilde, como em alguns lugares a conta de energia é mais cara, assim algumas pessoas podem não ter condições de pagar as contas. Ou a casa pode ir para lugares do interior, ou o poste de luz pode cair por causa de ventos ou chuvas fortes, fazendo com que a luz seja cortada e quando o poste cai pode gerar um acidente. É nesses lugares em que a chuva e ventos são frequentes que o uso da casa pode ajudar nesses momentos e na segurança.

OS MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA A CASA

Após algumas pesquisas realizadas por nossos integrantes, decidimos fazer um projeto baseando-se em uma ideia que encontramos - uma mini usina. Portanto, após analisarmos nossas opções, decidimos fazer uma casa sustentável, a qual com ajuda da chuva que irá ser recolhida pela calha - feita de PVC - e levada a um caixote, provavelmente de aço - será armazenada, e com a ajuda do cata-vento, instalado no topo da casa, fará com que as pás do gerador - caixote - girem, assim gerando energia. A moradia também terá uma espécie de painel solar que vai fornecer energia tanto para o gerador quanto para a casa, fazendo que o local tenha duas opções de “abastecimento de energia”. Portanto em etapas, a casa deve se sustentar de maneira que a chuva acumulada na calha vá para o caixote que contém as pás. Com o movimento do cata-vento e a luz solar fornecido pelo painel, a chuva será levada até as pás instaladas no caixote, assim concebendo energia.

Teto solar- R$ 2 mil a R$ 10 mil.

Micro Usina Hidroelétrica- R$ 8,5 mil a R$ 20 mil Calha- R$25 a R$70 (por metro)

Biomassa (opcional) - O valor do gerador de biomassa foi estimado em R$ 60.000,00

Cata-vento- R$ 2,7 mil a R$ 50 mil.

O material da casa é de escolha do morador, mas pela segurança evitar que seja feita de madeira, a biomassa localizada na frente da casa utiliza fogo na geração da energia e assim corre-se o risco em botar fogo na casa.

CONCLUSÃO

A casa trará benefícios como: ajudar a população menos favorecida, a redução do preço da conta de energia facilitará a vida, conseguir usar a energia o quando precisa, além de favorecer quem mora em locais que não são favoráveis para ter construções altas com um poste de luz, pois pode cair e ferir uma pessoa.

Essa casa também é ótima para lugares em que chove bastante, venta ou faz muito sol, assim gerando energia sempre para a casa.

O custo pode ser alto na compra, porém beneficia a segurança, mas logo após a compra trará lucros e ajudará o meio ambiente, já que não usa recursos da natureza que possa causar um grande impacto.

Esperamos que com este projeto auxilie o maior número possível de pessoas que passam por necessidades, assim como lugares que precisem de ajuda.

REFERÊNCIAS

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CARVALHO, Lívia. Energia eólica em casa: como produzir e quanto custa a instalação. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/diariodonordeste.verdesmares. com.br/negocios/amp/energia-eolica-em-casa-como-produzir-e-quanto-custa-ainstalacao-1.3140180. Acesso em: 08 ago. 2024.

ANEXOS E ILUSTRAÇÕES

Modelo da casa em 3D – feita no SketchUp

RESUMO

A enchente de maio de 2024, ocorrida no estado do Rio Grande do Sul (RS), foi um dos eventos mais devastadores registrados na região desde o ano de 1941. Esse desastre foi desencadeado por chuvas extremas advindas da Amazônia, causando danos significativos em várias infraestruturas. As pontes, que desempenham um papel crucial na mobilidade e economia regional, foram duramente atingidas. Uma das áreas afetadas foi o Vale do Rio Taquari, que engloba cidades como Arroio do Meio e Lajeado. Este trabalho teve como objetivo investigar os aspectos naturais e os componentes estruturais que promovem o enfraquecimento e/ou destruição da referida estrutura de ligação do RS. De modo a projetar uma prevenção sustentável e a sua recuperação, inicialmente, foram realizadas pesquisas bibliográficas, por meio de reportagens e artigos científicos do Google acadêmico e Scielo. Houve também uma investigação de quais foram as medidas já tomadas e outras possibilidades para minimizar os danos decorrentes de fenômenos naturais extremos, a fim de verificar sua aplicabilidade em outras estruturas por meio de parâmetros comparativos. Os casos internacionais bem-sucedidos de planejamento antienchente, como dos Estados Unidos e do Japão, serviram como exemplos de gestão e planejamento de métodos de preparação. A partir disso, foi traçado um foco a ser seguido, levando em consideração o que foi coletado. Teve-se como escolha de aprofundamento as pontes levadiças, que apresentaram melhor reação para tais eventos. A fim de ser testado, será utilizado uma maquete, com o objetivo de mensurar em escala diminuta a praticabilidade do projeto. Os indícios apontaram que as falhas estruturais foram agravadas pela falta de manutenção preventiva e pelo subdimensionamento das estruturas para enfrentar fenômenos extremos. Da mesma forma, foi possível perceber que arranjos estruturais sustentáveis em moradias, como áreas verdes, ajudam no escoamento de água da chuva, servindo como método de prevenção contra fortes desgastes. Por fim, conclui-se que a usabilidade de pontes levadiças se mostrou notável em precaver a desestruturação total de pontes, por conta do seu funcionamento e estruturação.

Palavras-chave: Recuperação; Sustentabilidade; Infraestrutura; Pontes.

ABSTRACT

The flood of May 2024, which occurred in the state of Rio Grande do Sul (RS), was one of the most devastating events recorded in the region since 1941. This disaster was triggered by extreme rainfall from the Amazon, causing significant damage and affecting various structures. The ports, which play a crucial role in the mobility and economy of the region, were severely affected. One of the areas affected was the Rio Taquari Valley, which includes cities such as Arroio do Meio and Lajeado. This study aimed to investigate the natural aspects and structural components that promote the weakening and/or destruction of this infrastructure in RS. To design sustainable prevention and recovery, initially, research was conducted through reports and scientific articles from Google Scholar and Scielo. It was also investigated what measures 37

have already been taken and other possibilities to minimize damage from extreme natural phenomena, to verify their applicability in other structures through comparative parameters. Successful international cases of prior planning, such as those from the United States and Japan, served as examples of management and planning of preparation methods. From this, a focus was then followed, taking into account what was collected. The choice was to deepen the study into levitated bridges, which showed better reaction to such events. To be tested, a scale model will be used, with the objective of measuring the practicality of the project. Indications pointed out that structural failures were aggravated by the lack of preventive maintenance and by the subdimensioning of structures to face extreme phenomena. In the same way, it was possible to perceive that some structures sustainably support the loads provided, helping to prevent major damage, even in severe, sustained wear conditions. Finally, it was concluded that the usability of the components can prevent the total destruction of bridges, with strategic importance for regional mobility.

Keywords: Recovery; Sustainability; Infrastructure; Bridges.

1. INTRODUÇÃO

As enchentes de maio de 2024, ocorridas no estado do Rio Grande do Sul, foram um dos eventos mais devastadores registrados na região desde o ano 1941. Essas enchentes foram desencadeadas por chuvas intensas provenientes da Amazônia e causaram danos significativos em várias infraestruturas, especialmente em pontes, essas que desempenham um papel crucial na mobilidade e economia regional. Uma das áreas afetadas foi o Vale do Rio Taquari, que engloba cidades como Arroio do Meio e Lajeado. Destaca-se a destruição da ponte da ERS-130 sobre o Rio Forqueta, um afluente do Rio Taquari.

O objetivo principal deste trabalho é investigar de que forma fatores naturais e estruturais contribuíram para o enfraquecimento e colapso dessas pontes, bem como analisar os impactos econômicos resultantes dessa calamidade. Esse trabalho busca identificar meios de recuperação dessas pontes e métodos sustentáveis de prevenção contra tal tipo de degradação.

2. DESENVOLVIMENTO

As enchentes classificam-se como o aumento significativo da água de rios em decorrência de chuvas intensas, rompimento de barragens ou o derretimento de locais de gelo. Como causas naturais as enchentes podem ocorrer devido ao descongelamento rápido da neve, enchentes pela costa, chuvas extremas ou cheias de rios (SILVA et al., 2020; EARTH NETWORKS, 2020).

Conforme os noticiários, 8 milhões de pessoas sofrem diariamente com a ameaça de enchentes ou deslizamentos de terra, e 2500 pessoas já morreram no Brasil devido a esses eventos, no período de 20 anos (SEGREDOS DO MUNDO, 2020). Dados referentes a enchentes ocorridas no mês de abril de 2024 no estado do Rio Grande do Sul (RS), demonstram que 478 munícipios foram afetados, 10.793 pessoas ficaram desabrigadas, 422.753 desalojadas, 806 feridos, 39 desaparecidos, além de 176 óbitos confirmados (RIO GRANDE DO SUL, 2024).

“O problema das enchentes é indissociável da mudança climática pela qual o globo passa: a mudança de temperatura contribui no aumento da incidência de chuvas intensas, tal qual o volume de água trazido consigo, que uma vez que aliado à canalização da malha fluvial urbana, resulta em enchentes mais pronunciadas e que impactam um número crescente de pessoas” (SILVA et.al, p. 33, 2020).

Outros locais brasileiros também sofrem com inundações e fortes chuvas como a cidade de São Bernardo do Campo, como relata o Diário do Grande ABC (DA REDAÇÃO, 2023): “A chuva forte que caiu no Grande ABC na tarde de ontem afetou o Centro de São Bernardo. A região central alagou, sobretudo na Rua Marechal Deodoro e Rua Miro Vetorazzo”.

Medidas paliativas podem ser tomadas para a redução dos impactos como Silva et al. (2020) abordam em sua pesquisa, considerando sempre fatores sociais, econômicos e geográficos.

Optou-se por utilizar a abordagem do design social como partido de projeto que compreende soluções socialmente benéficas na mesma medida em que há o comprometimento com a viabilidade econômica de suas execuções, chamando a atenção para a responsabilidade social e moral inerentes ao designer (PAZMINO, 2007; PAPANEK, 2005; SILVA et al., 2020).

Considerando que a mobilidade urbana é de extrema importância, um projeto que poderia solucionar o problema são as plataformas flutuantes.

“The Floating Piers, consiste em uma calçada flutuante que se estende em um percurso de 3 quilômetros sobre o lago Iseo, na Itália. Este projeto de Christo Vladimirov Javacheff foi iniciado em 2014 e entregue em 2016, ano no qual ficou aberto ao público por apenas 16 dias, do dia 18 de junho ao dia 3 de julho. Durante esse período foi possível transitar sobre as águas do rio Iseo entre a margem de Sulzano, uma comuna localizada a 100 km de Milão, a ilha de San Paolo e o monte Isola.” (SILVA et.al, 2020).

Outro exemplo a ser levado como inspiração para o enfrentamento das enchentes, além das cidades esponjas do Japão, vem dos Estados Unidos que agiram para minimizar os efeitos do furacão Katrina.

Giacomoni destaca a resposta dos EUA ao furacão Katrina, ocorrido em 2005, como um exemplo relevante para o futuro de Porto Alegre. Após o Katrina ter arrasado Nova Orleans, o governo investiu US$ 14,5 bilhões em um sistema de bombas, diques e muros mais robustos, resultando em uma redução significativa dos danos causados pelo furacão Ida, em 2021.” (DAY NEWS, 2024).

3. METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho, foram realizadas pesquisas bibliográficas, por meio de reportagens e artigos científicos do Google acadêmico e Scielo. Tal modelo é tido como qualitativo e quantitativo, isto é, com base em dados documentados e na investigação de informações, embasando-se na concepção de autores.

Inicialmente, métodos de planejamentos estruturais servirão como fatores de prevenção e recuperação da degradação de pontes quando postas em risco a fenômenos naturais extremos, traçando medidas que podem ser adotadas de acordo com a sua construção.

Juntamente a isso, o estudo e desenvolvimento acerca de meios sustentáveis de prevenção se dará pela utilização de elementos naturais para realizá-lo. Para a verificação dos impactos na economia estadual, serão observados dados estatísticos compreendidos até o momento atual.

Ademais, casos internacionais bem-sucedidos de planejamentos arquitetônicos voltados ao alagamento de cidades, como dos Estados Unidos e do Japão, serão utilizados como modelo para a proposição da construção de pontes levadiças. A partir disso será esboçado

o protótipo desse tipo de ponte paralelamente ao caso da ERS-130 sobre o Rio Forqueta - município de Lajeado, RS -, a fim de verificar sua aplicabilidade em outras estruturas por meio de parâmetros comparativos e sendo representada por meio da construção de uma maquete estrutural.

4. RESULTADOS E CONCLUSÃO

As enchentes de maio de 2024, no estado do Rio Grande do Sul, foram causadas principalmente pela alta quantidade de chuvas durante um curto período, condicionando este evento como um dos mais devastadores registrados na região desde 1941.

Em relação aos efeitos causados à economia estadual, foi possível observá-los com base em projeções feitas por economistas e indicadores fomentados a partir de dois meses após a enchente, com seu fim até o presente momento. Considera-se, portanto, intrínseca a relação entre o PIB estadual e nacional com os prejuízos de tal fenômeno ambiental, uma vez que houve retração econômica imediata, diminuindo o crescimento esperado pelo PIB deste ano no RS. Essa alteração deriva dos dois principais setores afetados: a agropecuária e a indústria, sendo esta última, em destaque, a de produção. É útil mencionar, então, a importância da produção agropecuária gaúcha, principalmente de arroz, o qual é consumido por 70% da população brasileira.

Valendo-se desse ponto, é notável que a queda de produção e comercialização de tal elemento culminou com veemência na aceleração da inflação de produtos alimentícios. Já o segundo, seus prejuízos somam-se análogos ao outro, principalmente pelo fato de que a catástrofe afetou os principais polos industriais do estado, comprometendo não somente danos ao capital dessas empresas, mas também a problemas logísticos de produção, que tendem a impactar em todas as cadeias econômicas do estado.

Ao analisar criteriosamente o eixo das pontes e a sua estruturação, pode-se considerar as seguintes características: elas são componentes fundamentais da infraestrutura de transporte e desempenham um papel crucial, especialmente em regiões sujeitas a eventos climáticos extremos, como inundações. Para tanto, pode-se descrever alguns dos principais tipos de elementos utilizados em construções civis, como o concreto e o aço, conhecidos por sua robustez e durabilidade. O primeiro mencionado, com sua alta resistência à compressão, é uma proteção eficaz contra cargas pesadas e impactos fortes, enquanto o segundo, conhecido por sua resistência à tração e flexibilidade, proporciona uma estrutura robusta que pode suportar várias cargas. Ao utilizar o concreto reforçado e aço, por exemplo, as pontes podem suportar cargas pesadas e resistir a eventos naturais extremos, mantendo sua integridade estrutural mesmo em condições adversas. A Ponte Gateway em Brisbane é um testemunho da resistência do concreto armado.

Dessa forma, os métodos preventivos de países como Japão e Estados Unidos servem como exemplos de destaque dessa prática. Em relação ao primeiro, tem-se como 41

características a realização de inspeções regulares a cada cinco anos e o emprego de tecnologias de averiguação não destrutivas para avaliar continuamente a condição das pontes. Ao buscar mais a fundo saber como essas abordagens ocorrem, encontra-se o chamado G-Cans Project (Projeto G-Cans, em português), que se trata de cinco enormes reservatórios subterrâneos capazes de gerar a evasão de cerca de 200 toneladas de água por segundo por meio de um gigante sistema de bombas em que a água, quando bombeada, é enviada para um armazenamento, e soltará o líquido somente quando os níveis dos rios próximos voltarem a normalidade. Tal sistema antienchente, até o momento, e denotado como “muito eficaz” em situações de urgência, já que é capaz de canalizar a água provinda de fortes chuvas e se mostra benéfico no sentido de incentivar outras nações a investirem no método.

Já o segundo, os focos centram-se na integridade estrutural e na necessidade de manutenção das pontes. Esses processos envolvem a inspeção de elementos específicos das pontes e o uso de critérios padronizados para determinar as condições e as ações de reparo necessárias. Outro conceito denomina-se de “cidades esponjas”, as quais estão diretamente ligadas na regularização eficiente do ciclo da água e das chuvas, visando à infiltração da água no solo de modo adequado utilizando os lençóis freáticos – canais naturais de fluxo aquático – para desviar o curso d’água e evitar o seu acúmulo na superfície. Em Nova Iorque, por exemplo, foram desenvolvidos dutos cobertos por vegetação absorvente, capazes de guiar a água para áreas que podem ser alagadas.

O termo “soluções baseadas na natureza” inclui a manutenção de banhados e áreas de várzea, plantação de mata ciliar e a vegetação nativa nas beiras dos rios e lagos. Devido à sua capacidade de absorver água, contribui para o controle e mitigação do fluxo e das variações de níveis de corpos d’água e é uma alternativa econômica para a perda de solo na agricultura. Juntamente, o reflorestamento de áreas destruídas pelas enchentes e a criação de barreiras naturais são essenciais para evitar que aconteça uma nova tragédia.

Em razão às análises apresentadas sobre planejamento urbano e a metodologia acerca de estilos sustentáveis de prevenção, pode-se considerar a aplicação de uma técnica estrutural de pontes. Traçando um paralelo entre a ponte ERS-130, imaginou-se e estipulou-se a aplicação nesse local da chamada “ponte levadiça”. Uma ponte levadiça é um tipo de ponte móvel, projetada para levantar-se, sendo frequentemente vistas em locais onde há tráfego marítimo ou fluvial intenso, mas também podem ser utilizadas em ambientes sujeitos a inundações ou situações em que há variações significativas nos níveis de água. Elas têm a vantagem de evitar o impacto direto das correntes e do volume de água elevado. Isso pode preservar tanto a estrutura da ponte quanto evitar a perda de conectividade rodoviária em tempos de desastre natural, o que é importante para os fatores econômicos. Também possuem uma vantagem em termos de manutenção, já que, como a estrutura pode ser elevada, os engenheiros têm maior facilidade de acesso às partes móveis e submersas para inspecionar e reparar eventuais desgastes, aumentando a vida útil da ponte.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises levantadas, compreende-se que a redução do percentual do PIB do RS tenderá, até que consiga se recuperar, em pressão de acréscimo do preço acerca de determinados insumos e o aumento da taxa de desemprego em certos municípios. Em relação à estruturação de pontes, é notável que a escolha dos materiais utilizados em sua construção é essencial para garantir resistência e durabilidade. Dessa forma, considerouse que a seleção de tais apetrechos deve basear-se em critérios de engenharia rigorosos para maximizar a resiliência estrutural e minimizar os custos de manutenção ao longo do tempo, assim como as condições ambientais e impactos sociais do local, como forma de garantir que essas estruturas permaneçam funcionais e seguras diante dos desafios impostos por eventos naturais adversos. Da mesma forma, observou-se que o uso de tecnologias de urbanismo atuais, juntamente com a preparação de cidades utilizando elementos naturais, são formas inteligentes de preveni-las contra desastre naturais semelhantes ao porte estudado e técnicas aliadas a sustentabilidade, pauta de destaque na atualidade. Por outro lado, a recuperação estrutural das cidades enfraquecidas pósdesastre deve ser feita com cautela, utilizando-se de recursos de manutenção descritos em planejamentos urbanos e em soluções baseadas em natureza. Em última estância, a construção de “pontes levadiças” demonstrara-se mais adequada para suportar enchentes do que as convencionais.

REFERÊNCIAS

DA REDAÇAO. Chuva forte causa alagamento no Centro de São Bernardo. [S. l.], 7 out. 2023. Disponível em: https://www.dgabc.com.br/Noticia/4058462/chuva-fortecausa-alagamento-no-centro-de-sao-bernardo. Acesso em: 26 jul. 2024.

DAY NEWS. Dos EUA ao Japão: mecanismos contra enchentes podem servir de lição para tragédia do Rio Grande do Sul. 2024. Disponível em: https://daynews.com.br/ dos-eua-ao-japao-mecanismos-contra-enchentes-podem-servir-de-licao-para-tragediado-rio-grande-do-sul/. Acesso em: 15 jun. 2024.

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PAPANEK, Victor; LAZARUS, Eric L. Design for the Real World: Human Ecology and Social Change. Ed. 2. 2005.

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SEGREDOS DO MUNDO. Enchentes no Brasil: quais as causas e os maiores desastres já registrados. 2020. Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/enchentesbrasil/. Acesso em: 17 jun. 2024

SILVA, E.; LANDIN, L.; RODRIGUES, P.; VITAL, V. Arquitetura da enchente. A luta de quem tem a casa invadida pelos alagamentos em SP. 32xsp, 2020. Disponível em: https://32xsp.org.br/especial/arquitetura-da-enchente/. Acesso em: 12 abril 2024

RESUMO

O presente artigo investiga a exploração exacerbada de recursos naturais e suas consequências desfavoráveis ao meio ambiente, a biodiversidade e a saúde humana. Inicialmente, o estudo aborda as causas multifacetadas dessa exploração, incluindo a falta de regulamentação, que resultam na poluição da água, degradação do solo e exploração mineral excessiva. A poluição da água, por exemplo, é destacada com dados preocupantes sobre a contaminação e seus impactos na saúde pública. A degradação do solo, causada por práticas agrícolas intensivas e urbanização, compromete a fertilidade do solo e a sustentabilidade dos ecossistemas.

O artigo também examina os efeitos das mudanças climáticas, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis e desmatamento, resultando em fenômenos como secas, inundações e o aumento do nível do mar. Além disso, destaca a exploração mineral e seu papel na poluição ambiental e mudanças climáticas. As consequências para a saúde humana, incluindo doenças respiratórias cardiovasculares, são abordadas, bem como a grave desigualdade social ocasionada pelo uso desproporcional dos recursos naturais.

Para ilustrar as respostas a esses desafios, nosso estudo apresenta exemplos de práticas sustentáveis em vários países, como a reciclagem na Suécia, energia renovável na Dinamarca, agricultura sustentável na Holanda e transporte público eficiente em Cingapura. Já a Costa Rica é citada por seus programas de educação ambiental e conservação da biodiversidade.

Além disso, o artigo enfatiza a necessidade de justiça ambiental e equilíbrio na distribuição dos recursos naturais, bem como a importância da pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras para enfrentar os desafios globais relacionados ao uso excessivo de recursos naturais.

Palavras-chave: Mudanças Climáticas; Poluição; Justiça Ambiental.

ABSTRACT

The present article investigates the exacerbated exploitation of natural resources and its adverse consequences on the environment, biodiversity, and human health. Initially, the study addresses the multifaceted causes of this exploitation, including the lack of regulation, which results in water pollution, soil degradation, and excessive mineral extraction. Water pollution, for example, is highlighted with alarming data on contamination and its impacts on public health. Soil degradation, caused by intensive agricultural practices and urbanization, compromises soil fertility and the sustainability of ecosystems.

The article also examines the effects of climate change, driven by the burning of fossil fuels

and deforestation, resulting in phenomena such as droughts, floods, and rising sea levels. Additionally, it highlights mineral extraction and its role in environmental pollution and climate change. The consequences for human health, including respiratory and cardiovascular diseases, are addressed, as well as the severe social inequality caused by the disproportionate use of natural resources.

To illustrate responses to these challenges, our study presents examples of sustainable practices in various countries, such as recycling in Sweden, renewable energy in Denmark, sustainable agriculture in the Netherlands, and efficient public transport in Singapore. Costa Rica is also cited for its environmental education programs and biodiversity conservation.

Moreover, the article emphasizes the need for environmental justice and balance in the distribution of natural resources, as well as the importance of research and the development of innovative solutions to address the global challenges related to the excessive use of natural resources.

Keywords: Climate Change; Pollution; Environmental Justice.

1. INTRODUÇÃO

É inegável que atualmente os seres humanos enxergam uma necessidade demasiada em utilizar dos meios naturais para suprir seus desejos. Com isso, cada vez mais a humanidade enfrenta desafios ameaçadores relacionados à preservação do meio ambiente e à sustentabilidade dos recursos naturais.

Contudo, entre esses desafios destaca-se o uso em grande escala e irresponsável desses meios que acabam por gerar consequências aos ecossistemas e devastam o equilíbrio ecológico do planeta. A exploração de recursos como a água, solo, florestas, combustíveis fósseis e até mesmo animais, comprometem a capacidade de regeneração e desenvolvimento gerando uma série de impactos ambientais negativos, como a escassez de água potável, a erosão do solo, desmatamento, extinção de espécies e a poluição.

A partir disso, torna-se indispensável a compreensão das causas e consequências desse exagero, bem como buscar alternativas sustentáveis para a administração desses recursos. Este artigo propõe uma análise aprofundada desse problema, examinando suas raízes históricas, os padrões contemporâneos de consumo e produção que o alimentam, e as perspectivas para uma abordagem mais equilibrada e responsável em relação a isso. Ao compreendermos melhor os impactos do uso exacerbado de recursos naturais, podese tomar medidas concretas para a diminuição desses efeitos e trabalhar em direção a um futuro mais sustentável e harmonioso com os ecossistemas terrestres.

2. DESENVOLVIMENTO

O uso exagerado de recursos naturais vem causando graves danos aos ecossistemas terrestres e até mesmo aquáticos, por todo o mundo. A destruição de habitats naturais para a realização de fins como a agricultura, a urbanização e a exploração mineral, resulta em uma perda significativa da biodiversidade e também na extinção de espécies. Todavia, a poluição da água, do ar e do solo provém das atividades humanas e acabam por afetar negativamente a saúde do meio ambiente, comprometendo a sua responsabilidade de sustentar a vida.

2.1. CAUSAS

As causas dessa exploração insustentável são multifacetadas e complexas. O contínuo crescimento populacional exerce uma pressão sobre os recursos naturais, principalmente em sociedades desenvolvidas, ao aumentar a demanda de água, alimentos e energia necessárias, assim gerando um desperdício e destruição ambiental. A falta de regulamentação permite que empresas explorem meios, sem considerar impactos a

longo prazo ao meio ambiente e a sociedade. negativamente a saúde do meio ambiente, comprometendo a sua responsabilidade de sustentar a vida.

2.2. POLUIÇÃO DA ÁGUA

Uma das principais vítimas desse processo é a água, caracterizada como recurso essencial para a vida no planeta. A sua grande procura, seja para uso agrícola, industrial ou doméstico, vem deixando a população em alerta ao quesito escassez pelo mundo todo, pois sem água não se vive. Os lençóis freáticos estão sendo esgotados em um ritmo avassalador, ocasionando secas prolongadas, desertificação de terras e a intrusão de água salgada em áreas costeiras.

Outros tipos de consequência perante a poluição da água é o surgimento de bactérias, vírus, parasitas, fertilizantes, pesticidas, medicamentos, uma série de agentes químicos como nitratos e fosfatos, chegando a poder ter até substâncias radioativas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as águas que são atingidas por poluentes provocam mais de 500.000 mortes por diarreia anualmente a nível mundial, transmitindo também doenças como cólera, disenteria, febre tifoide e poliomielite.

Uma pesquisa feita pela Fundação Sankat Mochan na índia, põem em pauta que por mais que se insinue que as águas do rio Ganges são limpas e cristalinas pela cidade de Rishikesh, a água que é vista entre as montanhas do Himalaia é um dos leitos fluviais mais poluídos do mundo, podendo ter uma concentração de bactérias que chegam até 31 milhões por cada 100 mililitros. Fazendo desse rio sagrado um símbolo da poluição aquática, esse problema de acordo com a ONU, afeta um de cada três habitantes do planeta.

2.3. DEGRADAÇÃO DO SOLO

O solo, por sua vez, tem sido submetido à uma intensa pressão devido à expansão da agricultura, da urbanização, atividades de mineração e exploração madeireira. A degradação, afeta a sua fertilidade, ocasiona fenômenos como a erosão, a desertificação e até mesmo a perda de biodiversidade. Como consequência, o solo perde a capacidade de sustentação do plantio de alimentos e muitas vidas são comprometidas prejudicando o equilíbrio dos ecossistemas.

“O ser humano esqueceu que a água vem da chuva e a comida vem do solo. Passamos a acreditar que a água e nosso alimento são produtos de uma corporação.” - Vandana Shiva

2.4. EXPLORAÇÃO DE MINERAIS

A exploração de minerais também ocasiona diversos impactos ambientais, a partir

da exploração do petróleo, de gases naturais e minérios, que comprometem habitats naturais, geram a poluição do ar, da água e do solo e contaminam os meios aquáticos. Além disso, o uso exacerbado de energia fóssil, contribui com as mudanças climáticas, com a liberação de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) que resultam na queima de recursos e contribuem para o aumento da temperatura global, o derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar, trazendo consequências graves para os seres vivos que se encontram expostos, e para o meio ambiente.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” - Artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

2.5. IMPACTOS NA SAÚDE HUMANA

Contudo, apresenta impactos diretos na saúde humana, devido a poluição do ar e da água, podendo causar uma série de problemas, como doenças crônicas, dermatológicas e até mesmo cardiovasculares. Além do mais, nas questões alimentares, a contaminação por meio de substâncias tóxicas resultantes de práticas agrícolas e industriais, representam um risco gravíssimo para a população.

“A humanidade é como um homem bêbado. Nunca conseguiremos entender completamente os danos que causamos a nós mesmos, ao nosso ambiente e à nossa casa comum, a Terra.”

- Jacques-Yves Cousteau

2.6. DESIGUALDADE SOCIAL

Além da saúde, esse uso desigual contribui para a desigualdade humana, enfatiza a pobreza e o desmembramento de comunidades vulneráveis. Os países mais ricos e industrializados consomem desproporcionalmente os recursos naturais do planeta, comparado aos que estão em desenvolvimento, deixando em evidência as diferentes condições socioeconômicas e ambientais entre as nações.

“O uso insustentável dos recursos naturais amplia as desigualdades sociais, prejudicando principalmente as comunidades mais vulneráveis e marginalizadas.” - Vandana Shiva

2.7. EXTINÇÃO DE ESPÉCIES ANIMAIS E VEGETAIS

O uso demasiado de recursos ambientais tem como principal consequência a destruição dos habitats naturais dos animais, podendo resultar na perda de áreas fundamentais para sua alimentação, reprodução e abrigo. Na pior hipótese, o uso exagerado desses recursos pode levar à extinção de espécies, isso acontece porque os animais não conseguem se ajustar às mudanças ambientais causadas pela exploração excessiva dos recursos ou quando seus habitats são destruídos por completo.

Como consequência disso, algumas espécies como tentativa de sobreviver, invadem

locais que são habitadas por outras, causando certo desconforto no ecossistema da área invadida. De modo que, junto com a destruição dessas áreas, várias espécies de vegetação sejam extintas. Isso se deve por conta da dependência dos ecossistemas e aos papeis específicos que as plantas exercem dentro dos seus territórios.

Algo importante de se colocar, é que no planeta Terra existem cerca de 30 milhões de espécies animais e vegetais diferentes no mundo. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), dentro dessas 30 milhões de espécies, 26.197 estavam ameaçadas de extinção.

2.8. MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O mundo segue enfrentando diversos desafios decorrentes das mudanças climáticas, impulsionadas principalmente pelo uso desenfreado de recursos. Essas consequências afetam profundamente ecossistemas, comunidades humanas e economias globais. A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, contribuem de forma significativa para as mudanças climáticas, ocasionando o aumento de temperaturas, eventos climáticos extremos, como secas, inundações e furacões, e a acidificação dos oceanos.

As ondas de calor, por exemplo, eram consideradas eventos raros e estão tornandose cada vez mais frequentes e intensas. Regiões que ainda não haviam experimentado altas temperaturas, agora enfrentam até mesmo secas prolongadas, incêndios florestais que resultam em devastações. Agricultores sofrem com perdas de colheitas, enquanto a escassez de água afeta a segurança alimentar de muitos.

Além das altas temperaturas, as mudanças climáticas desencadeiam outros fatores como, tempestades mais intensas e inundações catastróficas. Comunidades que vivem no litoral, enfrentam o aumento do nível do mar, resultando na erosão, perda de habitats e o deslocamento de populações. Os furacões originam-se de oceanos mais quentes e atingem áreas antes consideradas seguras, deixando para trás um rastro de desespero e destruição.

Esses impactos têm consequências devastadoras para os ecossistemas terrestres e marinhos, além de representarem uma ameaça à vida humana.

“A evidência científica é inequívoca: as mudanças climáticas são uma ameaça ao bem estar do ser humano e à saúde do planeta. Qualquer outro atraso em uma ação climática conjunta provocará uma perda na breve e rápida janela aberta para garantir um futuro habitável.” - HansOtto Portner

2.9. CONSEQUÊNCIAS

Com isso, pode-se perceber que a exploração excessiva de recursos naturais pode levar ao esgotamento desses, como por exemplo a escassez de água potável, o esgotamento

de minerais, a diminuição das reservas de petróleo, a degradação do solo e as emissões descontroladas de gases de efeito estufa. Essa problemática pode desencadear diversos conflitos e crises em diversas partes do mundo. Ao longo das últimas décadas, a humanidade tem explorado o meio ambiente de maneira desenfreada e insustentável, resultando em impactos devastadores aos ecossistemas. Esse uso irresponsável de recursos não renováveis, tem consequências graves a longo prazo, afetando não apenas as gerações presentes, mas também as futuras.

2.10. EXEMPLOS AO REDOR DO MUNDO

Ao redor do mundo, várias iniciativas têm sido implementadas para combater esse promovendo práticas mais sustentáveis. Um exemplo é a Suécia, que adotou uma abordagem inovadora para lidar com resíduos, alcançando grandes taxas de reciclagem por meio de sistemas eficientes de coleta e tecnologias avançadas de reciclagem. Além disso, foram implementados sistemas de coleta eficientes, como a separação de resíduos na fonte, e a disponibilização de instalações de reciclagem em todo o país.

A Dinamarca, por sua vez, se destaca como líder mundial em energia renovável, especialmente eólica, investindo em parques eólicos offshore, onde as condições de vento são mais favoráveis, bem como em infraestrutura para integrar eficientemente essa energia à rede elétrica nacional. Além disso, o país vem incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias aumentando a eficiência e a confiabilidade das turbinas eólicas.

Na Holanda, para garantir a segurança alimentar e reduzir o impacto ambiental, a prioridade do país é a agricultura sustentável, com inovações como o uso eficiente de água e energia, práticas de cultivo vertical, agricultura urbana e o uso de tecnologias de precisão para otimizar o uso de insumos agrícolas.

Em Cingapura, foi implementado um sistema de transporte público altamente integrado e eficiente, composto por ônibus, metrô e trens. Isso inclui a expansão da rede de transporte público para áreas suburbanas e rurais, bem como a implementação de tecnologias de gestão de tráfego para melhorar a questão dos congestionamentos e incentivando o uso de transporte coletivo sobre veículos particulares, reduzindo assim a dependência de recursos naturais e a poluição do ar.

Enquanto isso, a Costa Rica se destaca por sua ênfase na educação ambiental e na conservação da biodiversidade, investindo em programas educacionais. Com isso, o país aborda temas como conservação da biodiversidade, gestão de resíduos e uso sustentável dos recursos naturais para conscientizar a população sobre a importância desse assunto.

“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.” - Mahatma, Gandhi

3. CONCLUSÃO

Em virtude dos fatos mencionados, nosso estudo destaca a urgência de encerrar com essa problemática, reavaliando nossos padrões de consumo e desenvolvendo práticas sustentáveis. A mudança para uma abordagem mais equilibrada e consciente é essencial para a preservação da biodiversidade, para garantir a saúde dos ecossistemas e promover um futuro mais sustentável para as gerações presentes e futuras. Com isso, enfatizamos a importância de políticas públicas eficazes, educação ambiental, colaboração global e demais soluções que citaremos a seguir, para enfrentarmos esse desafio complexo.

Explorar as implicações econômicas desse uso exagerado, incluindo custos associados à degradação ambiental, à perda de biodiversidade e aos impactos das mudanças climáticas nas atividades econômicas são boas soluções relacionadas às consequências econômicas. Ainda tratando com o governo, proporcionar exemplos de parcerias eficazes com demais governos, setores privados, comunidades locais, entre outros, promovendo assim, o uso sustentável dos recursos e protegendo o meio ambiente.

Investigar os efeitos da poluição e contaminação resultantes do uso exagerado de recursos naturais, abordando questões como poluição do ar, da água e do solo, e seus impactos na saúde humana e ambiental. Além disso, analisar estratégias para promover o desenvolvimento urbano sustentável, incluindo a gestão eficiente de recursos naturais em áreas urbanas, o planejamento de cidades verdes e a promoção de transporte público e energias renováveis.

Explorar as disparidades socioambientais resultantes do uso desigual de recursos naturais, e como essas disparidades afetam comunidades marginalizadas e vulneráveis. Propor medidas para promover a justiça ambiental e equidade na distribuição dos recursos naturais. Investigar estratégias para a conservação e gestão sustentável da água, um recurso natural essencial, incluindo práticas de uso eficiente da água na agricultura, indústria e uso doméstico.

Abordar a importância da proteção da Floresta Amazônica como um dos principais reservatórios de biodiversidade do mundo e um regulador do clima global. Discutir iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável na região. Destacar a importância do monitoramento e avaliação ambiental para entender os impactos do uso de recursos naturais e informar políticas práticas de gestão ambiental.

Para finalizar com meios mais inovadores, a implementação de tecnologias verdes e a promoção da economia circular são medidas fundamentais para reduzir o desperdício e maximizar a eficiência no uso de recursos. Somente com esforços coordenados em níveis

local, nacional e internacional podemos esperar reverter os danos causados pelo uso descontrolado de recursos naturais e proteger o delicado equilíbrio dos ecossistemas do nosso planeta.

Além das medidas mencionadas, é fundamental promover a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras que possam ajudar na redução do consumo de recursos naturais, bem como na mitigação dos impactos ambientais. Investir em soluções como agricultura sustentável, eficiência energética e novos materiais “eco-friendly” é essencial para enfrentar os desafios globais relacionados à utilização excessiva de recursos naturais.

Essas iniciativas não apenas contribuem para a proteção do meio ambiente, mas também podem impulsionar o crescimento econômico e a criação de empregos verdes em todo o mundo.

REFERÊNCIAS

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O que o meio ambiente tem a ver com o nosso consumo? Disponível em: O que o meio ambiente tem a ver com o nosso consumo? Na Ponta do Lápis / G1 (globo.com)

Especialistas discutem clima e eventos extremos na Mata Atlântica | SOS Mata Atlântica. Disponível em: Especialistas discutem clima e eventos extremos na Mata Atlântica | SOS Mata Atlântica

ALVAREZ, S. Fome e clima: uma relação tumultuada. Disponível em: Fome e clima: uma relação tumultuada - INESC

Meio ambiente | IBGE. Disponível em: Meio ambiente | IBGE

A poluição da água: como não colocar em perigo a nossa fonte de vida. Disponível em: Poluição da Água | Causas e Consequências - Iberdrola

Poluição da água: tipos, causas e consequências - eCycle. Disponível em: Poluição da água: tipos, causas e consequências - eCycle

RESUMO

O projeto tratou da conscientização sobre os impactos ambientais do descarte inadequado de esponjas de poliuretano. Essas esponjas, comuns em ambientes domésticos, são altamente poluentes e de difícil decomposição, liberando microplásticos prejudiciais ao meio ambiente. O projeto apresentou a necessidade de descarte correto, promovendo a coleta dessas esponjas para envio à TerraCycle, uma empresa especializada em reciclagem. Além disso, incentivou o uso de alternativas mais sustentáveis, como a bucha vegetal, e destacou a importância de reduzir os resíduos plásticos. Durante o processo, os estudantes implementaram ações de sensibilização e coleta de esponjas usadas, obtendo resultados positivos, embora enfrentassem desafios para engajar uma parcela maior dos alunos.

Palavras-chave: Conscientização; Esponjas; Descarte.

ABSTRACT

The project focused on raising awareness about the environmental impacts of improper disposal of polyurethane sponges. These sponges, commonly used in households, are highly polluting and difficult to decompose, releasing microplastics harmful to the environment. The project educated students on the importance of proper disposal, promoting the collection of these sponges for shipment to TerraCycle, a company specializing in recycling. Additionally, the project encouraged the use of more sustainable alternatives, such as plant-based sponges, and emphasized the importance of reducing plastic waste. Throughout the process, students implemented awareness campaigns and collected used sponges, achieving positive results, though they faced challenges in engaging a larger portion of the student body.

Keywords: Awareness; Sponges; Disposal.

1. INTRODUÇÃO

“ReEsponjando” - projeto desenvolvido durante as aulas do Itinerário Formativo realizado pelos educandos do ensino médio do Colégio Sagrado Coração de Jesus tem como objetivo abordar a questão das esponjas de poliuretano, amplamente utilizadas para fins domésticos. Pesquisas revelaram que essas esponjas são extremamente poluentes ao meio ambiente e que a primeira esponja criada, até hoje, não foi decomposta. Diante dessas informações, o grupo decidiu elaborar o projeto com o intuito de conscientizar os educandos sobre a importância das escolhas e do impacto do descarte incorreto de buchas de poliuretano. O projeto também prevê a coleta dessas esponjas para envio ao TerraCycle, uma empresa de gestão de resíduos, onde serão encaminhadas para empresas de manufaturas que fabricam novos produtos, completando assim, o ciclo da reciclagem e garantindo um destino correto para as esponjas e resíduos.

Ao pesquisar sobre esse tema, percebe-se que a esponja de lavar louça tradicional é muito comum na cozinha dos brasileiros. Ela é composta de resíduos químicos que acabam sendo um material difícil e pouco viável de reciclar. Segundo o site “ecycle”, o poliuretano é um polímero que forma um material sólido com textura muito similar à espuma. Ele é utilizado em produtos que usamos dia a dia, como neste caso, a esponja. Esse material possui excelentes características para a indústria, incluindo flexibilidade, leveza, resistência ao corte e ao rasgo, e possivelmente formas diferenciadas. Mas uma vez descartado no meio ambiente, levará centenas de anos para se decompor, contribuindo significativamente para a problemática da poluição por plásticos.

Como diz no artigo de André Moreira Gonçalves, “Estudo de viabilidade econômica da reciclagem de poliuretanos e seu impacto ambiental” .

O Brasil é o maior consumidor de PU na América Latina, representando 50% do total em 2008, seguido do México com 20%. O consumo no Brasil vem crescendo ao longo do tempo [...]. Entretanto, quando é feito uma comparação do Brasil com países desenvolvidos o consumo per capita é bem inferior. Segundo os dados da ABIQUIM em 2003, os países do NAFTA consumem 5,4 quilos/habitante, a Europa 4,5 quilos/habitante, o Japão 4,1 quilos/habitante e o Brasil com 1,44 quilo/habitante. (GONÇALVES, 2013, p. 21)

De acordo com o “Projeto de Educação Ambiental do NDI”, mais de 90% das esponjas são enviadas para o lixo comum após serem utilizadas, normalmente a cada 7 a 15 dias. No entanto, esse descarte incorreto é levado até o meio ambiente, contribuindo com os impactos que causam na natureza. Ao se decompor, essas esponjas liberam micro plásticos, substâncias altamente poluentes para o meio ambiente. Infelizmente, muitas dessas esponjas acabam em lixões e aterros sanitários e podem ser levadas para oceanos e rios, por meio de chuvas fortes e ventos. Além disso, pesquisas da jornalista Ana Nóbrega, divulgadas no site “ecycle”, revelaram altos níveis de contaminação bacteriana nessas esponjas, chegando a cerca de bilhões de bactérias por centímetro quadrado. Esses fatores destacam a importância de buscar alternativas mais sustentáveis e conscientizar sobre a necessidade de um descarte adequado delas.

Figura 1 – Toneladas de plásticos e microplásticos (Foto: Sergio Hanquet / Biosphoto via AFP)

Fonte: Projeto Colabora (2021) Acesso em: 24 de ago. de 2024

Uma alternativa mais sustentável é a bucha vegetal, que segundo a UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco) é uma fruta que nasce de uma planta trepadeira alta. Ela é cultivada especialmente pelas fibras do fruto seco, que podem ser usadas como esponja de lavar louça, de banho, de limpeza e até mesmo como palmilha, porque tem menos contaminação bacteriana. As esponjas sintéticas têm inúmeras bactérias, e com o tempo, essas bactérias podem se espalhar pelo corpo, facilitando a contração de doenças. O site BBC news, destaca que pode haver mais germes e bactérias perigosas para o ser humano na esponja de lavar pratos do que na própria pia.

O estudo encontrou 362 tipos diferentes de bactérias nas esponjas de cozinha analisadas –muito mais do que as encontradas no banheiro. A recomendação dos especialistas é lavar as esponjas pelo menos uma vez por semana com cloro ou água sanitária, para evitar esse perigoso acúmulo de bactérias. (2023)

A maneira de ajudar a combater todos esses impactos é reciclar de forma correta,, buscando programas de reciclagem adequados. O projeto TerraCycle1 participa dessa ação de descarte correto das esponjas de maneira que cada um pode enviar suas esponjas que iam para o descarte para o local, por meio dos correios. As esponjas que são coletadas vão para a reciclagem, passando por higienização, separação, moagem, micronização e extrusão, sendo transformados em matéria-prima que pode ser vendida e transformada em vários objetos de plástico, lixeiras, bancos entre outros.

2. DESENVOLVIMENTO

Como cita Cleide Calgaro no livro “Relações de consumo e meio ambiente”, escrita na parte “Desenvolvimento sustentável e consumo: A busca do equilíbrio entre o homem e

o meio ambiente”.

Vivemos uma crise profunda, em que são necessárias mudanças de paradigmas e a busca da ética, para que possa haver o equilíbrio entre o homem e a natureza e para que não se instale o caos e a destruição do planeta. (CALGARO, 2009, p. 49) .

Essas ações contribuem para a redução dos impactos ambientais e para a conscientização sobre a importância da escolha sustentável e do descarte adequado das esponjas de poliuretano.

Com base no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12.5, que visa até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso, o Itinerário Formativo “ReEsponjando” tem como objetivo principal, orientar o descarte correto de buchas de poliuretano, minimizando o impacto ambiental, social e econômico. Além disso, busca promover a conscientização adequada entre os educandos.

A metodologia consistiu em pesquisar sobre os impactos das buchas de poliuretano e buscar maneiras de reduzir esses problemas. Além disso, analisar o projeto TerraCycle, que se dedica a descartar corretamente as esponjas já usadas. Com base nos resultados dessas pesquisas, o planejamento, dentro do Colégio Sagrado Coração de Jesus, foi de elaborar cartazes informativos e criar duas caixas de coleta para as buchas que seriam descartadas, a fim de encaminhá-las para o projeto TerraCycle. Como conclusão, houve a apresentação do Itinerário Formativo e das ações realizadas para conscientizar e engajar os educandos do colégio sobre a importância do descarte adequado das buchas de poliuretano.

Figura 2 – Cartaz sobre o projeto
Figura 3 – Caixa de arrecadação
Fonte: Thaís Vasselechen (2024)
Fonte: Thaís Vasselechen (2024)

A coleta começou no dia 24/04/2024, primeiramente foi feita a conscientização em todas as salas de aula do colégio, turma da manhã e tarde, explicando sobre o projeto e sua importância. Nesse período, os educandos e responsáveis depositaram suas esponjas usadas nas caixas de coleta. No dia 16/05/2024, a caixa do bloco A continha 33 esponjas, e a do bloco B 108, sendo no total 141 esponjas coletadas (aproximadamente 920g) que foram enviadas, via correio, em 20/05/2024 para o projeto de esponjas do TerraCycle.

Como resultado da coleta, alguns pontos positivos foram observados, como a conscientização do quão negativo é o impacto das esponjas de poliuretano em todas as áreas, e também a movimentação dos educandos trazendo as esponjas para a coleta, significando que entenderam a importância do projeto. Apesar de que teve de grande parte dos estudantes não entenderam a necessidade de cada um fazer a sua parte. A partir dessas informações finais, percebe-se que, se continuar assim, haverá uma certa redução de lixo plástico e uma conscientização ambiental melhor. Assim o objetivo, que era conscientizar os alunos para descartar as esponjas corretamente, foi alcançado.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos na aplicação do projeto indicaram progressos significativos em relação à conscientização e gestão de resíduos. A análise dos dados recolhidos apontou aumento na percepção sobre o impacto das esponjas de poliuretano em várias áreas. Observou-se, ainda, que a mobilização dos alunos na coleta das esponjas foi feita com base em crescentes entendimentos acerca da importância da iniciativa.

Entretanto, houve uma dificuldade em envolver toda a comunidade educativa, revelando um desafio contínuo para garantir a plena participação de todos no processo de descarte adequado. Esse elemento sugere a necessidade de abordagens adicionais para incrementar a adesão e a responsabilidade individual, resultando em maior alcance.

Em síntese, o projeto foi executado com excelência, alcançando seus objetivos de conscientização e mobilização, e serve como base para futuras iniciativas voltadas para a educação ambiental e gestão de resíduos.

REFERÊNCIAS

Esponjas de limpeza: impactos e alternativas - eCycle. Disponível em: <https:// www-ecycle-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/www.ecycle.com.br/esponjas-de-limpeza/ amp/?amp_gsa=1&amp_js_v=a9&usqp=mq331AQIUAKwASCAAgM%3D#amp_ tf=De%20%251%24s&aoh=17129591493365&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google. com&ampshare=https%3A%2F%2Fwww.ecycle.com.br%2Fesponjas-de-limpeza%2F>. Acesso em: 11 maio. 2024.

Esponja de lavar louça é reciclável? Entenda. Disponível em: <https://portais.univasf. edu.br/sustentabilidade/noticias-sustentaveis/esponja-de-lavar-lou ca-e-reciclavelentenda#:~:text=Al%C3%A9m%20de%20ser%20uma%20alternativa>. Acesso em: 11 maio. 2024.

Esponja de lavar louça acumula bactérias e fungos. Entenda - eCycle. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/esponja-de-lavar-louca-bacterias/>.

Esponja de lavar louça: bucha vegetal é opção ecológica. Disponível em: <https:// portais.univasf.edu.br/sustentabilidade/noticias-sustentaveis/esponja-de-lavar-loucabucha-vegetal-e-opcao-ecologica#:~:text=A%20bucha%20vegetal%2C%20ou%20 esponja>.

GONÇALVES, A. M. ESTUDO DA VIABILIDADE ECONOMICA DA RECICLAGEM DE POLIURETANO E SEU IMPACTO AMBIENTAL. Disponível em: <https://repositorio. maua.br/bitstream/handle/MAUA/249/Andr%c3%a9%20Moreira%20Gon%c3%a7alves. pdf?sequence=1&isAllowed=y>.

4 coisas que você talvez não limpe em casa, mas deveria - BBC News Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/articles/crg5n6637yro>. Acesso em: 24 ago. 2024

SETIC-UFSC. Projeto de Educação Ambiental do NDI. Disponível em: <https:// projetoeducacaoambientalndi.paginas.ufsc.br/page/4/>. Acesso em: 27 ago. 2024.

CALGARO, cleide. Relações de consumo e meio ambiente. Universidade de Caxias do Sul. 2009

O mito é uma narrativa fantástica que possui o objetivo de explicar a origem da existência humana e do universo, apropriando-se de figuras divinas e heróis para justificar eventos até então desconhecidos à raça humana.

Embora o conceito e estudo da mitologia possam parecer algo vago e distante, foram os heróis gregos, deuses nórdicos, deidades orientais que moldaram muito da cultura geek e nerd dos últimos tempos; até mesmo sendo capazes de furar a bolha e fazerem parte de séries, livros e filmes de sucesso no mundo.

Os educandos do Itinerário de Humanas da Escola de Educação Básica São Domingos, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, começaram seu primeiro semestre de 2024 aprendendo um pouco da jornada do herói e estudaram epopeias como a Ilíada e a Odisseia. Em seguida, fizeram uma dinâmica, baseando-se naquilo que cada um dos educandos apresentava, de forma criativa, uma parte de um dos contos mitológicos mais impactantes do Mundo Ocidental: Odisseia, de Homero.

Em seguida, aprofundaram-se no mundo Celta-Cristão e Nórdico, que começou a se popularizar mais recentemente. Além disso, assistiram ao filme “Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, que traz consigo monstros e personagens da cultura dos povos Nórdicos, assim como uma forte inspiração do escritor pelas histórias do Rei Arthur e o mundo medieval europeu.

No final do semestre, para sintetizar os conteúdos vistos, foi proposta a criação de jogos de tabuleiros referentes ao mundo grego, ao celta-cristão, ao nórdico e ao medieval europeu, em que os educandos estavam livres para escolher o tema e qual o tipo de jogo que seria confeccionado. Os jogos foram posteriormente testados pelos educandos em uma manhã de atividades, proporcionando a interação e conhecimento sobre culturas que parecem tão distantes de nós, mas que estão enraizados na fundação da Cultura Ocidental como um todo.

Sustentabilidade, uma temática mundialmente popular, carrega em seu significado uma vasta responsabilidade, capaz de trazer à tona questionamentos que colocam em evidência a finitude do planeta e o envolvimento com a reciclagem. Nesse viés, no primeiro semestre de 2024, foi apresentado aos educandos da 2ª série da Escola de Educação Básica São Domingos, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, um projeto que objetivava a unificação dos Componentes Curriculares de Ciências da Natureza, Matemática Aplicada e Linguagens com o objetivo de proporcionar aos interessados um amplo convívio com a natureza, implementando técnicas sustentáveis e noções básicas do manejo com o solo e com os alimentos.

Ao longo do semestre, os educandos tiveram a possibilidade de entender com maior aprofundamento a respeito dos cuidados necessários com o solo para uma efetiva produção, dando ênfase à metodologia da compostagem, que proporciona inúmeros benefícios não só ao solo, sendo um esplêndido adubo natural, mas também ao planeta, reduzindo o aquecimento global. O cultivo de hortaliças, vegetais e legumes orgânicos foram práticas muito abordadas durante o processo de aprendizagem, permitindo o acompanhamento do seu desenvolvimento e de todo o processo necessário para que os alimentos cheguem às residências da comunidade.

Simultaneamente, nas áreas da Matemática e Linguagens, o estudo financeiro sobre os gastos e lucros impostos pela execução foram exibidos a partir de tabelas de fluxos, que forneceram maior conhecimento quanto à agricultura familiar, em que foi dada a oportunidade de frequentar a feira de agricultores local e compreender como se dá a vida desses indivíduos, entendendo os valores dos produtos, a burocracia para comercialização e até mesmo como enfrentaram as enchentes vivenciadas no estado do Rio Grande do Sul. Ao final, como fechamento, uma feira orgânica foi realizada na Unidade Educacional, permitindo a ampliação do conhecimento dos envolvidos e a angariação para uma nova colheita.

Portanto, percebe-se que o intuito desse Itinerário Formativo, em conjunto ao ensino básico, está em formar indivíduos com maior domínio e apreço pela natureza, além de oportunizar a cooperação, o convívio e a responsabilidade entre os educandos. Afinal, o conhecimento sobre ecologia, solo e biodiversidade se transforma em práticas que promovem o crescimento saudável das plantas, conservando recursos e proporcionando equilíbrio ambiental para o planeta.

No Itinerário Formativo de Ciências da Natureza, foram apresentados os principais conceitos referentes à perícia criminal forense, a forma de registro documental e a função dos especialistas, incluindo as áreas da Biologia, Física, Matemática e Língua Portuguesa. O tema, Perícia Criminal Forense, foi selecionado devido a afinidade e curiosidade dos educandos sobre o processo do princípio da investigação, até a acusação e solução de casos. Também foi visto o desenvolvimento de escrita e argumentação dos profissionais, com apresentações de diversas vertentes.

Dessa forma, foram apresentados conceitos acerca da anatomia e os sistemas gerais do corpo humano, além de citados órgãos responsáveis pela investigação como o Instituto Médico Legal (IML), Instituto Nacional de Criminalística (INC), Diretoria Técnica Científicos (Ditec) e Setores Técnicos Científicos (Setecs). Além disso, foi destacada a importância das estatísticas em diferentes tipos de gráficos e outros dados, bem como forças de curvas para análises de acidentes de automóveis.

Encerrando o semestre, os educandos divulgaram aos demais estudantes do Ensino Médio soluções dos casos que foram selecionados em categorias, em formato de Análise de Caso. Consequentemente, a proposta os ajudou a estimular nos educandos a criatividade, a colaboração em grupo, habilidade de exposição oral e intelecto mencionando cada Componente Curricular. Os temas estudados abordaram variadas situações, como explosão de uma fábrica, um episódio de homicídio e afogamento.

A seguir, fotos da apresentação final:

Fonte: Thaís Vasselechen (2024)

Figura 2 – Cartaz sobre o projeto

Como parte do processo avaliativo das apresentações, foi montada uma Banca Avaliadora com os educadores. A realização desse trabalho enriqueceu o aprendizado e promoveu discussões interdisciplinares para refletir toda a trajetória, reforçando a importância do tema perícias criminais forenses para a sociedade e inspirando pessoas ao reconhecimento dos procedimentos na busca por soluções e justiça, além de oportunizar estudos que viabilizam a prevenção de acidentes.

No Itinerário Formativo de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da 1ª série, os educandos desenvolveram estudos para compreender melhor a relação entre dois importantes campos de poder na cultura contemporânea, isto é, a Tecnologia e a Educação.

Os estudos do tema Tecnologia e Educação envolveram um trabalho interdisciplinar. Na Matemática, os educandos trabalharam sobre estatística, frequência, representação gráfica e medidas de tendência central. Na Filosofia, conceitos de filosofia da tecnologia em Andrew Feenberg, pensamento e tecnologia, Ontologia da tecnologia e cognição. Na Língua Portuguesa, preparação para exposição oral, mito da “regra das 10 horas”, conceitos de Daniel Goleman acerca do foco e atenção e, por fim, em Física, com princípio da independência dos raios de luz, objeto e imagem e espelhos esféricos.

Um dos conceitos centrais da relação entre Tecnologia e Educação foi o impacto dos artefatos tecnológicos na capacidade cognitiva, especialmente no que se refere a atenção. Segundo Daniel Goleman1 “A atenção funciona como um músculo: pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela melhora e se expande”. Nesse sentido, a atenção procura estímulo para manter o foco como, por exemplo, a dopamina, que consiste em um neurotransmissor responsável por levar informações até o cérebro e liberar a sensação de prazer e o aumento da motivação. Sob essa lógica, a falta desse neurônio pode levar a transtornos, como o TDAH e ansiedade, causando o famoso “jejum de dopamina”, afetando drasticamente as condições intelectuais dos educandos.

No final do semestre, os educandos realizaram uma apresentação expositiva diante de uma Banca Avaliadora para os demais educandos do Ensino Médio da Unidade Educacional. As apresentações abordaram temas como games, sistema de gratificação psicológica, habilidades socioemocionais, consumo tecnológico e produtividade.

Essa primeira fase foi profundamente relevante, pois ampliou o conhecimento acerca da relação entre tecnologia e educação, e tantas ramificações que estão atreladas à temática. Para o segundo semestre, os educandos estão se preparando para um projeto de desenvolvimento dos artefatos tecnológicos que podem auxiliar no desempenho cognitivo. Utilizando-se da gamificação, serão produzidos jogos on-line com o objetivo de facilitar a aprendizagem deixando-a mais divertida, sobretudo para pessoas com dificuldades para manter a atenção e foco.

Na sequência, imagens das apresentações:

1. Psicólogo, escritor e jornalista científico, conhecido por seus estudos sobre inteligência emocional.

Figura 1 - Educandos do Colégio Coração do Jesus, de Nova Esperança - PR

Fonte: Colégio Coração de Jesus, Nova Esperança - PR

A imagem mostra os educandos do Itinerário de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas realizando a sua apresentação da Análise de Caso para a Banca Avaliadora, como forma de concretização dos conhecimentos adquiridos na primeira fase do projeto.

Figura 2 - Banca avaliadora

Fonte: Colégio Coração de Jesus, Nova Esperança - PR

Presentes na imagem acima, os educadores de Filosofia, Matemática, Língua Portuguesa e 73

Física que analisaram e avaliaram os trabalhos. Compreende-se que o modo de avaliação oportunizou também uma experiência enriquecedora aos educandos.

A primeira fase do Itinerário foi muito importante para o entendimento de que o uso abusivo da tecnologia é prejudicial, pois pode acarretar ansiedade e, posteriormente, gerar depressão e isolamento social de adolescentes e crianças, o que causa um impacto em nosso processo educativo.

Por isso, é necessário que os Pais e/ou Responsáveis Legais controlem o uso dos meios tecnológicos de seus filhos através de estratégias, como: diminuir o tempo, construir hábitos saudáveis e definir metas desde pequenos, para não os afetar em seu futuro.

Durante o primeiro semestre, os educandos do Itinerário Formativo de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias da 2ª série do Colégio Coração de Jesus, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, mergulharam em visões multidisciplinares sobre o tema Arquitetura e Monumentos Históricos trabalhando conceitos matemáticos, históricos, filosóficos, linguísticos e estéticos.

Os estudos realizados nos Componentes Curriculares de Filosofia, Física e Linguagens auxiliariam os educandos na compreensão do tema, capacitando-os a desenvolverem uma visão crítica a respeito de construções arquitetônicas e seus impactos na vida social.

Ao longo do semestre, os educandos participaram de aulas de campo e palestras de profissionais e especialistas no assunto. Dessa forma, os educandos puderam construir um maior repertório acadêmico e conceitual.

Um dos autores trabalhados na área da estética filosófica foi o filósofo inglês Roger Scruton, em sua obra Estética da Arquitetura, na qual o autor afirma que “(...) uma compreensão histórica pode transformar a nossa experiência da arquitetura.” (2010, p. 130)1. Com isso, o filósofo argumenta que não podemos julgar a estética de algo sem antes conhecer seu propósito histórico.

Outro importante pensador da arquitetura trabalhado em Sala de Aula foi o arquiteto norte-americano Louis Sullivan (1856-1924)2 que em seus escritos salientava a importância de relacionar a forma e a função na análise arquitetônica, sobretudo defendendo que a forma deve seguir unicamente a função.

Os educandos puderam reconhecer outros conceitos relacionados à atuação da arquitetura atualmente. Assuntos e problemas envolvendo a sustentabilidade e a acessibilidade foram trabalhados e discutidos em Sala de Aula, como a relação entre a prática de incluir universalmente todos os indivíduos em um serviço ou ambiente e sua viabilidade arquitetônica. Além do mais, práticas sustentáveis no urbanismo que levam em consideração o meio ambiente e sua preservação também foram temas de debates e reflexões.

Os métodos usados durante o ensino-aprendizagem no primeiro semestre basearamse em pesquisas aprofundadas, análise de obras técnicas e exposições orais. O auxílio dos educadores foi de suma importância para o desenvolvimento do trabalho final, que consistiu em apresentações de pesquisas relacionadas ao tema do Itinerário diante de uma Banca Avaliadora, para incentivar a busca por conhecimento e apontar possíveis melhoras na oratória e postura.

A seguir, algumas imagens importantes que retratam o contexto do trabalho final que coroou um longo e árduo semestre de aprendizado da turma da 2ª série.

1 SCRUTON, Roger. Estética da Arquitetura. Lisboa: Edições 70, 2010.

2 Sullivan foi primeiro arquiteto moderno que defende que a forma segue a função.

1 - Banca avaliadora

Fonte: SAGRADO - Rede de Educação

Na foto acima, os educadores dos Componentes Curriculares de Filosofia, Matemática, Língua Portuguesa e Física atuando juntos como jurados, avaliando as apresentações das Análises de Caso da turma do Itinerário de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, e Linguagens e suas Tecnologias.

2 - Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus de Nova Esperança - PR

Fonte: SAGRADO - Rede de Educação

Figura
Figura

Educandos do Itinerário Formativo em uma Aula de Campo nas dependências internas da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, com o objetivo de analisar sua estrutura, associando ao propósito e simbologia estética.

Em suma, o projeto levantou diversas formas de aplicação da arquitetura no cotidiano. Os educandos adquiriram conhecimento por intermédio de pesquisas, diversos novos conceitos que usarão futuramente em suas vidas acadêmicas. Em um planeta onde a sustentabilidade e acessibilidade é um tema cada vez mais presente, foi de extrema importância enfatizar sua relação com os monumentos arquitetônicos.

Atualmente, problemas mentais têm maior visibilidade na sociedade. Com o avanço da medicina e da ciência, foram descobertas maneiras de tratar essas complicações. No entanto, muitas pessoas ainda não se sentem seguras com o uso de medicamentos pesados, que têm efeitos fortes ou potencialmente perigosos para o organismo, para tratar distúrbios como ansiedade, estresse, insônia e depressão.

Uma empresa que aborda essas questões é a Matricaria Aromaterapia, especializada em velas aromáticas fitoterápicas para auxiliar no tratamento dessas doenças. Idealizada por educandas do Ensino Médio do Colégio Imaculada Conceição, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, durante as aulas de Itinerário Formativo, a Matricaria utiliza a fitoterapia, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma terapia tradicional. A fitoterapia, ou “terapia pelo vegetal”, é cada vez mais utilizada, com o primeiro sistema fitoterápico tendo se desenvolvido há cerca de 4000 anos na Índia. A Matricaria escolheu a aromaterapia para sua missão de ajudar no tratamento de problemas mentais.

Após muitas pesquisas, as ervas escolhidas para compor suas velas foram: lavanda, camomila, capim-limão, ylang-ylang e flor de laranjeira. A vela de lavanda tem como principal função o tratamento da insônia, pois, segundo o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira de 2021, a planta é indicada para aliviar a ansiedade e insônia leve. A vela de camomila e capim-limão auxilia no tratamento de estresse e ansiedade, com a camomila sendo o principal agente. De acordo com a pesquisadora Virgínia Silveira da Universidade Federal de Ouro Preto, o óleo de camomila apresenta diversos benefícios no tratamento de transtornos de ansiedade. A vela de ylang-ylang e flor de laranjeira ajuda no tratamento da depressão. Em um experimento feito pela Revista da Escola de Enfermagem da USP em 2014, foi observada uma melhora na autoestima e redução da depressão dos participantes ao usar o ylang-ylang.

Dessa maneira, a ideia do projeto é a de que a Matricaria utilizaria meios naturais para a prevenção e recuperação da saúde mental dos usuários, reduzindo o consumo de medicamentos. As velas fitoterápicas possuem 100 gramas e seriam vendidas online, garantindo fácil acesso aos produtos. Assim, a empresa caminharia com o propósito de contribuir para os tratamentos relacionados à saúde psíquica. Afinal, de acordo com a OMS, a saúde mental é um estado de bem-estar que possibilita o desenvolvimento das habilidades para responder aos desafios da vida.

O Itinerário Formativo da área do conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas do Colégio Social Madre Clélia, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, investigou ao longo do ano sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Criado pela Lei nº 8.080 de 1990, o SUS é uma das maiores conquistas sociais do Brasil, oferecendo atendimento médico gratuito para toda a população.

De acordo com uma pesquisa da Fundação Fio Cruz, o SUS tem como objetivo garantir o acesso universal à saúde e reduzir desigualdades sociais. Quanto ao seu financiamento, o Governo Federal afirma que é tripartite, com contribuições das esferas federal, estadual e municipal, todas vinculadas ao orçamento da seguridade social. A Lei nº 141/2012 estabelece que os municípios devem investir 15% de suas receitas em saúde, os estados 12%, e a União deve manter o valor do ano anterior ajustado pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), como evidenciado no esquema elaborado a respeito do financiamento do SUS.

Fonte: Pagamentos e Gestão dos Recursos do SUS. Disponível em: https://portalfns.saude.gov. br/pagamentos-e-gestao-dos-recursos-do-sus/

A criação do SUS foi um marco na redemocratização do Brasil. Antes de sua implementação, o acesso à saúde era restrito a quem podia pagar ou tinha vínculos formais de emprego, deixando muitos brasileiros desassistidos. A necessidade de um sistema público e universal foi amplamente discutida na 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, um evento crucial para a formulação do SUS. Conforme o Dicionário de Políticas Públicas da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fio Cruz, a conferência que envolveu representantes do governo, profissionais de saúde e movimentos sociais, resultou na incorporação do SUS à Constituição de 1988, estabelecendo a saúde como um direito de todos e um dever do Estado.

De acordo com o site oficial do governo brasileiro, o SUS é organizado em três níveis de atenção à saúde: atenção básica (primária), média (secundária) e alta complexidade (terciária). A Atenção Primária à Saúde (APS) constitui a base dessas redes e é responsável por resolver mais de 85% dos problemas de saúde, focando em cuidados básicos e

integrais. A atenção secundária e terciária, por sua vez, fornece serviços especializados para casos mais complexos. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1998 e 2017, a APS no Brasil teve uma expansão significativa. O número de equipes de Saúde da Família aumentou de 2.054 para 41.619, e a cobertura cresceu de 4,4% para cerca de 70% da população, alcançando 143 milhões de pessoas. Esta expansão foi especialmente notável em municípios do interior, e outras estruturas de APS cobrem cerca de 20% da população, destacando o sistema brasileiro em um contexto global. Além disso, de acordo com o site do Governo Federal, o SUS opera em três níveis organizacionais: o Ministério da Saúde, que é responsável pela formulação de políticas nacionais e financiamento parcial dos serviços; as Secretarias Estaduais, que adaptam essas políticas às suas regiões, coordenam ações nos municípios e prestam serviços de média e alta complexidade; e as Secretarias Municipais, que, por sua vez, gerenciam localmente o SUS, oferecendo serviços de saúde primária como consultas e vacinação, além de implementar programas de saúde pública com a participação comunitária nos Conselhos de Saúde.

Apesar de desafios enfrentados, como a superlotação e a escassez de leitos, o SUS oferece benefícios significativos e recebe ótima avaliação da população.

Tabela 1: Qualidade e satisfação com serviços de saúde entre usuários do SUS numa comparação de 2003 е 2013

Fonte: MACINKO, J. A. Atenção primária à saúde: estratégia chave para a sustentabilidade do SUS no Brasil. Brasília: Seminário sobre atenção primária à saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, 2018. In: MENDES, Eugênio Vilaça. Desafios do SUS. Brasília-DF: CONASS, 2019.

Dados do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), publicados na revista The Lancet, em 15 de maio de 2017, mostram que o Brasil alcançou 99,7% de cobertura vacinal em 2016, refletindo a eficácia das campanhas de vacinação gratuitas do SUS. Em 2018, o sistema realizou cerca de 1,57 bilhão de procedimentos, conforme o Mapa Assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). É válido ressaltar também a universalidade do SUS e a porcentagem de pessoas dependentes do sistema, ilustrado no gráfico a seguir.

Fonte: Beneficiários SUS, não SUS e Total da População – Gráfico 1. Revista Doutrina. Série Histórica. 2008-2013.

Destaque no combate ao HIV/Aids

O Brasil é conhecido por seu eficaz programa de combate ao HIV/Aids, iniciado em 1996 com medicamentos gratuitos, prevenindo cerca de 18 milhões de casos até 2018. Desde 2019, o país investiu mais de R$ 6,6 bilhões no tratamento, oferecendo 19 antirretrovirais em 1.212 unidades de saúde e ampliando a distribuição de medicamentos para até 90 dias devido à pandemia. O SUS também introduziu o autoteste de HIV e a profilaxia préexposição (PrEP), com 77.217 pessoas iniciando o tratamento entre 2019 e 2022. Enquanto a PrEP custa cerca de US$ 47.500 por ano nos EUA (giv.org.br), no Brasil é gratuita, com um custo médio de R$5.342,31 por paciente, destacando a eficácia das políticas brasileiras em contraste com os elevados custos americanos.

O sistema de saúde do Brasil, Estados Unidos e Canadá

Comparando o sistema de saúde brasileiro com o norte-americano (Estados Unidos e Canadá), de acordo com o artigo “O sistema de saúde americano e seus aspectos jurídicos”, da UNIESP, o sistema de saúde dos Estados Unidos é amplamente criticado por sua estrutura complexa e altos custos, sendo o maior gastador em saúde per capita e o mais ineficiente e seletivo. Programas como Medicare, Medicaid e Veterans Affairs foram criados para oferecer cuidados a idosos, pessoas de baixa renda e veteranos, mas ainda assim cerca de 46 milhões de americanos não têm cobertura adequada. Em 2010, o Obamacare foi implementado para aumentar a cobertura e reduzir exclusões, incentivando a competição entre seguradoras para diminuir custos e melhorar serviços. Apesar disso, o sistema continua enfrentando desafios para garantir cuidados acessíveis e abrangentes.

O sistema de saúde canadense, por outro lado, é conhecido por sua universalidade e

acessibilidade, oferecendo cuidados financiados pelo governo a todos os cidadãos, desde serviços primários até tratamentos especializados. No entanto, enfrenta desafios, como a descentralização, já que cada província e território administra seus próprios serviços. Apesar disso, o sistema mantém alta qualidade, com profissionais qualificados e infraestrutura moderna.

Portanto, o SUS, com suas conquistas e desafios, permanece um pilar essencial da saúde pública no Brasil e um exemplo significativo de como sistemas universais podem impactar positivamente a saúde da população.

Na primeira parte do segundo semestre de 2024, os educandos do Ensino Médio do Colégio Mater Amabilis/RS, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, realizaram, no Componente Curricular Itinerário Formativo, uma pesquisa sobre saúde e bem-estar. No desenvolvimento do projeto, compreenderam que, em pleno século XXI, a ocorrência de doenças ainda está relacionada à carência nutricional, a negligência de exercícios físicos e ao declínio psicossocial.

Acerca dessas temáticas centrais, foram estudados métodos que visavam uma melhoria nesses impasses. Com esses estudos, entendemos que é necessária uma reformulação.

Tomamos a decisão de ter como tema central a arteterapia que proporciona saúde e a qualidade de vida, abrangendo hoje as mais diversas linguagens: plástica, sonora, literária, dramática e corporal, a partir de técnicas expressivas como desenho, pintura, modelagem, música e poesia.

Diante dos temas citados, foram escolhidos três principais: música, pintura e dança, os quais desenvolvemos com a turma do 7º ano, que apresentava maior número de educandos e desafios comportamentais. A escolha foi feita pelos educadores e abordada para os educandos do Itinerário Formativo B2, que se dividiram em três grupos. Cada grupo pensou em uma dinâmica a ser realizada para aprimoramento do entrave.

No grupo da pintura, foram pensadas atividades que proporcionassem interação e relaxamento. Foram escolhidos três subtemas para a produção de um cartaz: os esportes, a alimentação e os hobbies. Após o sorteio dos tópicos, o grupo colocou em prática sua criatividade elaborando a junção dos itens. Ao final da atividade, o conjunto de ideias foi exposto no corredor da Unidade Educacional, possibilitando que todos os educandos pudessem ver os desenhos.

O grupo da dança optou por uma atividade integrando o jogo de videogame “Just Dance” como uma proposta de coletividade e movimentação corporal. As equipes foram separadas com o objetivo de competirem entre si, desenvolvendo um espírito de competição saudável. Enquanto seguiam os passos guiados pelo jogo, os grupos desenvolviam coordenação motora e se exercitavam. Durante e ao final da atividade, os educandos demonstraram uma agitação controlada e muito bem aproveitada.

Por fim, o grupo responsável pela atividade recreativa da música realizou uma dinâmica com o objetivo de mostrar os diferentes ritmos da música e como ela é realizada, com instrumentos e apresentações acerca do conteúdo. A atividade foi proveitosa, sendo visível a melhora da coordenação e entendimento do que é a música por parte dos educandos. A proposta foi realizada em Sala de Aula com instrumentos como guitarra, violão, trompete, tambores e chocalhos. Inicialmente, foram apresentadas as notas e escalas básicas. Em seguida, os educandos realizaram uma brincadeira para definir qual era a música com poucos segundos de duração. Para finalizar, foram disponibilizados tambores para aprender os ritmos na prática, depois foram tocadas músicas para mostrar as diferentes sensações e sentimentos que uma canção pode proporcionar.

Você se aceita como é? A triste realidade é que a maioria das meninas e mulheres com cabelos ondulados, cacheados e crespos enfrenta dificuldades para se aceitar diariamente. Com o objetivo de mostrar a verdadeira beleza dessas mulheres, nasce a Papillon de Beauté, uma empresa criada por educandas da 2ª série do Colégio Imaculada Conceição, Unidade Educacional do SAGRADO - Rede de Educação, como atividade do Itinerário Formativo de 2024.

A iniciativa surgiu a partir dos desafios que elas mesmas enfrentaram. Isabela Melcher, uma das integrantes, conta: “Durante minha infância, passei por muitas dificuldades. Eu sofria bullying por causa do meu tipo de cabelo. Uma vez, minha madrasta disse que meu cabelo era feio e que, para ser bonito, tinha que ser liso e loiro. Eu era muito pequena na época e fiquei muito triste. Quando cheguei em casa, cortei um pedaço do meu cabelo escondido. Quando minha mãe descobriu, ela conversou comigo sobre isso e parou de fazer progressiva no cabelo para ensinar a me aceitar. Hoje, amo muito meu cabelo e sou muito grata à minha mãe por isso. Espero que, com nossa empresa, possamos ajudar meninas e mulheres a não passarem por essas dificuldades.”

Pensando nessa e em tantas outras situações que acometem inúmeras garotas ao redor do mundo, as educandas resolveram encontrar uma maneira de ajudar e trazer essa discussão para a Sala de Aula. “A ideia central da nossa empresa é oferecer uma assessoria completa para as onduladas, cacheadas e crespas. Seria um trabalho personalizado para cada mulher, em que analisaríamos as particularidades de cada cliente, como tipo de pele e cabelo, rotina e preferências. Conversaríamos, tomaríamos um café e, claro, faríamos um spa day caprichado, colocando em prática todos os aprendizados obtidos ao longo do processo”, explica Anna Luísa, outra integrante do grupo.

O assunto “cabelos cacheados” vem sendo cada vez mais discutido nos últimos anos. Segundo uma pesquisa de 2023, encomendada pela Unilever à Opinion Box, cerca de 70% dos brasileiros têm cabelos cacheados, ondulados ou crespos. Apesar de representarem mais da metade da população, 31% acreditam que não há produtos suficientes no mercado que ajudem a cuidar devidamente das madeixas. Pesquisas como essa sugerem que ideias como a Papillon de Beauté são extremamente necessárias e procuradas pelo público brasileiro atualmente.

A ideia da empresa surgiu como uma resposta necessária às dificuldades enfrentadas por muitas meninas e mulheres com cabelos ondulados, cacheados e crespos. Através de uma abordagem personalizada e acolhedora, a Papillon não só oferece cuidados estéticos, mas também promove a aceitação e o amor-próprio. Em um mundo em que a pressão para se conformar com padrões de beleza muitas vezes irreais é intensa, iniciativas como essa são essenciais para mostrar que a verdadeira beleza está na diversidade e na autenticidade. O desejo é que cada mulher possa encontrar em si mesma a força e a beleza que sempre existiram, e que a Papillon de Beauté seja um farol de esperança e transformação para todas.

No segundo semestre de 2024, os educandos do Ensino Médio do Colégio Mater Amabilis, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação em Nova Araçá/RS, realizaram no Itinerário Formativo, na linha A2, o projeto “Mater Chefe”. No desenvolvimento deste projeto, compreenderam a nutrição como algo essencial para a saúde das pessoas, e que está sendo cada vez mais buscada pelos jovens nos últimos anos. Neste contexto, as receitas sustentáveis surgem como uma alternativa para preservar o meio ambiente, e, ao mesmo tempo, manter uma alimentação saudável.

Acerca dessa temática central, foram efetuadas palestras com profissionais da área da nutrição com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre os alimentos e sua utilização na cozinha. Foram apresentadas diversas formas de preparação desses alimentos e as possíveis substituições inteligentes que poderiam ser feitas. Também foram comentadas ideias sobre como poderia ser a elaboração de um prato sustentável e os possíveis ingredientes a serem utilizados.

A partir disso, os educandos das turmas do Ensino Médio foram divididos em grupos para a organização e elaboração do prato proposto pelos educadores. A receita escolhida foi o Arroz Colorido, cujos principais ingredientes, além do arroz, eram frango e beterraba. Dessa forma, o grupo de educandos responsáveis pela compra direcionou-se até o mercado com a consciência dos valores a serem pagos; e o grupo responsável pelo preparo da comida iniciou o cozimento dos alimentos. Enquanto isso, o grupo responsável por um site iniciou sua editoração, enquanto a equipe de produção escrita relatava as informações acerca da receita do prato.

Durante o processo de cozimento dos alimentos, o grupo responsável pelas fotos e vídeos registrou todo o preparo na cozinha. Os registros foram enviados, juntamente com as escritas, para o grupo do site, para a alimentação dele. Após o término do cozimento dos alimentos e montagem dos pratos, a cozinha ficou liberada para o grupo da limpeza realizar seu trabalho: lavar a louça, limpar o fogão e varrer todo o ambiente, deixando os utensílios utilizados em seus devidos lugares.

Com tudo organizado, os educandos apresentaram os pratos para os educadores, explicando sua composição e o processo de preparo. Em seguida, tiveram a oportunidade de saborear a receita com a finalidade de avaliarem de maneira singular. Posteriormente, os avaliadores repassaram seu aval para os educandos, comentando sobre os pratos que, além de saborosos, poderiam sofrer alguns ajustes para uma melhor experiência.

Ademais, é possível concluir que fazer escolhas saudáveis para a rotina é de extrema importância para melhorar a qualidade de vida. A experiência foi muito proveitosa para os educandos, que levarão as dicas para suas vidas.

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