Revista Sagrado - Edição 2020

Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus

Ano XXVIII - nº 68

JANEIRO / JUNHO 2020 Curitiba - PR

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ESPIRITUALIDADE

DESTAQUE

colégIo Imaculada conceIção: 120 ANOS DA OBRA DE AMOR QUE DEU INÍCIO À EDUCAÇÃO DO IASCJ NO BRASIL

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história do Colégio Imaculada Conceição integra e mescla-se com a história do Bairro de Santa Felicidade, em Curitiba (PR).

Os imigrantes italianos, aqui chegando no século dezenove, trouxeram, de forma particular, os valores da fé e da educação. Já de início sentiram a falta da catequese e escola para seus filhos. Expuseram sua preocupação ao pároco Pe. Brescianini. Este, atento e solícito aos pedidos das famílias italianas vai à Itália e pede a seu fundador Dom Scalabrini que envie religiosas para ocuparem-se de tão importante missão.

Foi então que D. Scalabrini falou com Madre Clélia Merloni – fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus – pedindo a ela o envio de religiosas para o Brasil. A Congregação só tinha seis anos de existência, mesmo assim, Madre Clélia não hesitou em enviar quatro de suas primeiras e muito amadas religiosas a fim de atender as necessidades dos imigrantes em Santa Felicidade. As pioneiras: Ir. Josefina D’Ingenhein, Ir. Irene Viganó, Ir. Eufrozina Inverzine e Ir. Carolina Squasi, chegam em Curitiba, Santa Felicidade, no dia 04 de dezembro de 1900. Logo a seguir, no dia 08 dezembro, iniciam as inscrições das crianças para a catequese e para a Escola Paroquial. Aqui decola uma obra de amor que deu início à ação educativa do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus no Brasil.

As aulas tiveram seu início em 08 de janeiro de 1901, quando 60 educandos ocuparam as salas de aula na casa das Irmãs. As Apóstolas dedicavam-se ao ensino da leitura e escrita, cálculo, bordado, cos-

Fachada da 1ª residência das Irmãs e, ao lado, Curso Ginásio Imaculada Conceição em 1957

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tura e catequese, tudo em italiano, pois o objetivo era manter viva a língua e a cultura dos imigrantes. O cuidado das Irmãs era ilimitado para o bem de todos, sempre motivadas pelo único desejo de amar e ver triunfar o Sagrado Coração de Jesus.

Em 1902, algumas famílias pediram às Irmãs uma educação mais aprimorada e mais religiosa para as suas filhas. Então inaugurou-se um internato na residência das Irmãs. As 200 meninas internas, com as quais as Irmãs trabalhavam, eram de temperamento dócil, cheias de entusiasmo, movidas a trilhar o caminho do “sempre mais”. Assíduas e atentas às aulas buscavam enriquecer e aprimorar seu conhecimento intelectual e virtudes morais.

Nos relatos desta história registra-se que as construções, reformas e pinturas eram feitas pelas mãos dos próprios colonos que, com alegria e disposição, aos sábados, domingos e nas “tardinhas” generosamente vinham ajudar as Irmãs a erguerem novas salas para abrigar mais e mais educandos. Pedras, tijolos, telhas e outros ma-

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teriais para as paredes das novas construções, no início, foram corajosamente carregados pelas Irmãs e educandos nos intervalos de muitos recreios. São inúmeras as recordações dos primeiros tempos! As Irmãs, exigentes sim, porém, extremamente bondosas.

Em 1939, a Escola passa a denominar-se Externato Santa Felicidade, oferecendo as quatro séries do Curso Primário. Na década de 1940, durante a 2ª Guerra Mundial, por medo de que os imigrantes italianos e alemães organizassem grupos de apoio à Itália e Alemanha, adversários do Brasil, houve a proibição das aulas na língua italiana.

No dia 18 de setembro de 1955, deu-se o lançamento da pedra fundamental para outra nova construção. Inaugurou-se, assim em 1957 a primeira ala do prédio destinada ao curso ginasial. Em homenagem à Mãe de Deus, a partir de então a escola passou a chamar-se Ginásio Imaculada Conceição. Na sequência, atendendo à demanda, deu-se a construção de

mais um bloco onde foram contemplados também o auditório, a capela e a parte administrativa.

De 1963 a 1969, sempre respondendo às necessidades de cada época, ofereceu o Curso Normal para formação de professoras.

Em 1973, recebeu o nome da Escola Imaculada Conceição, oferecendo à comunidade de Santa Felicidade a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.

O ano 2000 marcou festivamente o primeiro centenário da presença das Apóstolas e da Escola Imaculada Conceição, no Brasil. Momento celebrado com grande pompa, alegria e gratidão de toda a Comunidade Educativa, pelos grandes feitos desta primeira missão em terras brasileiras.

Em 2002, com a reforma e ampliação da estrutura física e a implantação do Ensino Médio, a Escola passou a denominar-se Colégio Imaculada Conceição.

Várias gerações se passaram, inúmeras famílias vindas da região de Vêneto (norte da Itália) estudaram no “Imaculada”. Com satisfação, seus descendentes usufruem, hoje, deste ambiente de aprimorada educação.

Em sua trajetória centenária, o Colégio, soube sempre acompanhar o processo evolutivo educacional e responder à realidade em sintonia com a Igreja, com a comunidade e com as leis vigentes.

Adequando-se aos tempos e necessidades da educação, passou por diversas transformações: seus espaços físicos foram modificados, outros foram construídos e as novas tecnologias passaram a fazer parte do cotidiano escolar. Sempre atento, continua avançando pelos caminhos da modernidade, com força e o carisma de suas origens, sem esquecer os valores de sua etnia: a família, o trabalho e a fé.

O Colégio Imaculada Conceição faz parte do SAGRADO – Rede de Educação. Em todas as suas ações e relações educativas prioriza uma educação que passa pelo coração deixando marcas indeléveis - há doze décadas - no coração de Santa Felicidade, por fazer da Educação uma Obra de Amor!

Celebração dos 100 anos

Ir. Mareliz com educandos - 2001

Celebração dos 115 anos

Ir. Maria Zorzi Diretora Administrativa e Pedagógica Colégio Imaculada Conceição - Curitiba/PR Visita das Conselheiras Gerais do IASCJ

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PEDAGÓGICO

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o falarmos sobre aprendizagem é preciso termos em mente o funcionamento do nosso cérebro, pois é por meio dele que se dão os processos cognitivos, afetivos, sensoriais e sociais. Com as mudanças do nosso mundo, o cérebro foi se adaptando e, como consequência, transformando a maneira como aprendemos.

Vivemos hoje em uma era de nativos digitais onde, desde a tenra idade, as crianças já têm contato com tecnologias, tornando-se fluentes e, por vezes, até ensinando os mais velhos a respeito dessa nova realidade. O fluxo de informações é constante e tudo acontece a uma velocidade espantosa. Por estarem imersas nesse ambiente acabam desenvolvendo diversas outras maneiras de aprender.

Em meio a esse cenário a educação precisou repensar suas formas de transmitir conhecimentos, de forma que faça sentido para essa nova geração e suas demandas tão peculiares.

Valendo-se do mundo on-line e das ferramentas digitas para beneficiar a prática pedagógica, as metodologias ativas surgi-

Sala de Aula Invert e Ensino Híbrido ram como resposta a estas necessidades e mostraram-se como excelentes ferramentas para potencializar o processo de aprendizagem em meio as constantes transformações em que todos os atores deste processo estão inseridos.

As Metodologia Ativas podem englobar diferentes estratégias em sala de aula. Todas têm, em comum, o objetivo de fazer o educando participar ativamente de sua jornada educativa. Passando a ser responsável pela construção do próprio saber. São exemplos de metodologias ativas o Ensino Híbrido, Gameficação, Design Thinking, PBL (aprendizagem baseada em problemas) e outros.

Ensino Híbrido Ao encontro desse cenário, o Ensino Híbrido é uma metodologia ativa que traz em sua proposta transformar a educação e possibilitar uma aprendizagem mais significativa, motivadora e transformadora. Por meio desta estratégia de ensino, o educando tem acesso às aulas presenciais 10

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tida e on-line, e passa a ser o protagonista, participando ativamente da construção do conhecimento.

Durante este processo, trabalha aspectos pedagógicos como a aquisição dos objetos de estudo, e desenvolve habilidades essenciais para a sua formação como um todo. O Ensino Híbrido ensina a aprender, pois a criança o faz de diversas formas, interagindo, construído e debatendo.

A Sala de Aula Invertida A sala de aula invertida é um modelo híbrido e, como o próprio nome diz, traz a inversão da lógica tradicional em que o sistema de aprendizagem foi construído. O início do processo acontece ainda em casa, quando o educando, por meio de ferramentas digitais, tem um primeiro contato com o objeto de estudo e internaliza os conceitos básicos do que será trabalhado. Na próxima etapa, já munido de questionamentos, junto com a turma discute os conhecimentos adquiridos com educador. Enriquecendo o debate e trazendo a turma discussões mais aprofundadas do que as

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que teriam em relação a uma aula somente expositiva. Ao educador, cabe o papel mediador, fazendo a ponte entre o conhecimento prévio e qualificando cada vez mais o nível de envolvimento com o conhecimento.

Quando o educador utiliza a Sala de Aula Invertida, possibilita ao educando tornar-se responsável pelo processo de aprendizagem e, como consequência, tornando-o mais engajado ao assumir um papel menos passivo e a aprendizagem em si mais significativa.

Mas na prática, como isso acontece no dia a dia?

Cabe ao educador preparar os recursos para o primeiro contato dos educandos com o objeto de estudo. Esse mergulho inicial pode ser feito por meio de um vídeo instrucional gravado por ele mesmo abordando os conceitos básicos do que será estudado. Animações, textos para leitura, podcasts ou até mesmo uma pesquisa direcionada também enriquecem este contato inicial. À criança, cabe apropriar-se do

Como é a dinâmica em sala de aula?

Partindo do princípio que a criança já possui um embasamento prévio quando chega em sala, o educador, agora como uma espécie de companheiro da jornada do aluno e não uma figura isolada e superior, detentora e repassador de conhecimento, pode valer-se disso para promover atividades mais significativas que permitam elaborar conceitos mais profundos. Com o papel de mediador, o educador encontrará uma turma ativa, pois pelo fato de já terem experienciado o assunto, serão capazes de estimular as suas habilidades cognitivas mais complexas, como: analisar, aplicar, debater, concluir e criar.

A interação oportunizada pela sala invertida, potencializa a aprendizagem e com isso o educador tem um papel muito importante para promover uma aula envolvente promovendo atividades interativas, deixando as crianças se destacarem e assim, valorizando o conhecimento que foi construído. O educador lapida, desafia e oportuniza avanços cognitivos frente ao aprofundamento do objeto estudo.

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A aula invertida permite ao educador sair de cena e deixar o educando ser protagonista. A aula expositiva não seria mais necessária, pois em casa a criança foi autônoma para construir o seu conhecimento prévio. Diante dessa alta conectividade, a aula presencial ganha mais significado, pois o tempo em sala de aula será para aprofundar conhecimentos e praticar, assim, o educador consegue promover na criança um crescimento intelectual.

São diversas as formas como aprendemos, com educadores, sozinhos, com amigos, desconhecidos. Aprendemos de modo intencional ou de forma espontânea. Comemorando o sucesso ou amargando fracassos. Quando estudamos e quando nos divertimos.

Ou seja, tudo pode se transformar em aprendizado. Quem aprende, sempre estará aberto a todas essas formas. Por que deveríamos focar em apenas uma única forma de ensinar, desperdiçando inúmeras oportunidades para construir o conhecimento?

conhecimento prévio, estimulando assim, suas habilidades de compreensão. Com o objetivo de desenvolver a interação e as habilidades sócio emocionais, o educador também poderá promover a interação on-line entre os educandos, oportunizando desafios, games, resolução de problemas reais e fóruns de discussão.

Essa estratégia tem como objetivo desafiar o educando com recursos motivadores, instigando a estudar e se apropriar da aprendizagem por conta própria. Durante o processo de construção do co-

nhecimento em casa, o cérebro dessa criança está formando memórias relacionadas ao objeto de estudo. Quando ela traz isso à sala de aula, essas memórias tornam-se mais efetivas quando a nova informação, aprofundada pelo educador em sala, é associada ao conhecimento prévio.

Thaisa Rafaela Garais Educadora Colégio Imaculada Conceição – Curitiba/PR

REFERÊNCIAS BERGMANN, Jonathan. Aprendizagem invertida para resolver o problema do dever de casa. Porto Alegre: Penso, 2018.

BACICH Lilian, NETO Adolfo, TREVISANI Fernando (orgs). Ensino Híbrido personalização e tecnologia na educação.

Porto Alegre: Penso, 2015.

CONSENZA Ramonn, GUERRA Leonor. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

GABRIEL Martha. Revolução digital na educação. Editora Saraiva.

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ARTIGO

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Educação em tempos febris Será realmente necessária uma pandemia para entendermos qual é o significado real de educar?

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o final do ano de 2019 um “inimigo invisível” surgiu: o novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan, na China, e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa. Enquanto as notícias estavam localizadas no Oriente e posteriormente no Ocidente, o otimismo, para não dizer a indiferença brasileira, manteve-se e suas festividades anuais continuaram, como se nada pudesse afetar o nosso país-continente. Entretanto, entre os dias 9 e 21 de fevereiro de 2020, um homem residente da capital paulista havia feito uma viagem

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para a Itália e no retorno, apresentando problemas respiratórios, procurou um serviço de saúde, após inúmeros exames foi constatada a infecção da COVID-19. Em seguida, outras 30 pessoas foram colocadas em observação.

Assim, quando as mídias televisivas deram a notícia do primeiro caso de falecimento, o otimismo e a indiferença foram dando lugar à insegurança e ao medo. No dia 12 de março de 2020 a vítima de 57 anos foi internada, no Hospital Municipal Doutor Carmino Cariccio, na Zona Leste da cidade de São Paulo, um dia antes de falecer em decorrência da doença. Atualmente, já são 155.962 mortes pela doença desde o início da pandemia, com 5.323.630 casos confirmados da infecção no Brasil.

Para a educação, a data de 20 de março de 2020 entrará para a história. Em nenhum outro momento observaríamos todas as nossas certezas serem diluídas e o se reinventar deixando de ser um discurso pedagógico e se transformando numa realidade concreta. Nos momentos mais desafiadores, que todos os seres humanos enfrentam, seja em situações inusitadas ou em aspectos do nosso cotidiano, buscam-se saídas para enfrentar as dificuldades. Assim foi o ano de 2020 para todos os professores, educandos e profissionais da educação que tiveram que lidar com as circunstâncias mais inusitadas de suas carreiras, pois nunca poderíamos pensar em uma escola em que a interação fosse inexistente. O isolamento social substituiu o convívio e a interação o estudo remoto.

Nesse cenário, competências socioemocionais têm sido ainda mais importantes para

gestores, educadores e educandos atravessarem esse período e pensarem em soluções alternativas para o processo de aprendizagem. As competências socioemocionais podem ser definidas como as capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes dos seres humanos, essas competências estão ligadas às interações consigo mesmo e com os outros e na forma como mantemos o equilíbrio para tomar decisões e enfrentar situações adversas ou novas.

O Instituto Ayrton Senna, em parceria com a CONSED, elencou as macrocompetências que mais se destacaram no período da pandemia.

São elas: autogestão; engajamento com os outros; amabilidade; resiliência emocional e abertura ao novo.

Contudo, antes de analisar o ano de 2020 se faz necessário observar, mesmo que de forma superficial, o que era a educação até esta fatídica data. Grosso modo, se pensarmos em termos históricos, mesmo com o aparecimento de inúmeras tendências pedagógicas, a escola manteve-se de forma tradicional. Em outras palavras, ao longo do século XX, o conceito de educação sofreu muitas alterações devido à adequação às demandas sociais por parte dos sistemas educacionais. Entretanto, como aponta Subirats (2000, p. 195): “a educação continua tendo um forte componente artesanal principalmente devido ao produto da educação ainda ser escassamente planejado”.

Mesmo que questionamentos sejam frequentemente traçados (De quais conhecimentos necessitam as novas gerações? De quais atitudes e valores? O que é preciso transmitir para

Para a educação, a data de 20 de março de 2020 entrará para a história.

Em nenhum outro momento observaríamos todas as nossas certezas serem diluídas e o se reinventar deixando de ser um discurso pedagógico e se transformando numa realidade concreta.

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que ocorra o alcance entre ser e conhecer?), ocasionalmente são levados em conta para a elaboração de currículos e na aplicação nas salas de aula.

Essa análise denota uma situação educacional generalizada, uma dificuldade intrínseca que acompanha todos os profissionais da educação desde sua formação. Todavia, a partir de 2020 a finalidade da educação parece ter ficado cada vez mais clara. “Mais do que transmitir conhecimentos, a educação deve formar indivíduos capazes de manejar e buscar por sua conta os conhecimentos que lhe são necessários” (SUBIRATS, 2000, p. 196). Assim, conceitos antes discutidos como, autonomia, responsabilidade, empatia e capacidade de aprender tornaram-se necessários e sua falta evidente. Então fica a pergunta: Será realmente necessária uma pandemia para entendermos qual é o significado real de educar?

A ideia de uma educação menos epistêmica não exclui o conhecimento, pois é evidente a necessidade de certo repertório cultural e informacional para que o ser humano se relacione de forma consciente no mundo. Entretanto, em 2020 as capacidades socio­emocionais ganharam mais evidência. No que concerne à educação, na atualidade o mais importante está na forma de lidar com os conhecimentos do mundo, ou seja, a relação que o ser humano tem com aquilo que aprendeu ou está aprendendo. Assim, os aspectos socioemocionais devem ser igualmente valorizados, em conjunto com as questões cognitivas sempre supervalorizadas.

Deste modo, o ano de 2020 marcou a vida

de gestores, educadores, estudantes e famílias que tiveram que se reorganizar e desenvolver a capacidade de autogestão, com determinação e responsabilidade diante dos desafios propostos.

Suas certezas foram questionadas e o engajamento com outro que até então era algo existente, mas oculto ganhou força, junto com a amabilidade nas relações, necessitando de empatia, respeito e confiança.

Ante a esse mundo conturbado, de inúmeras dificuldades cotidianas, indivíduos que desenvolvem resiliência emocional conseguem lidar com situações adversas com tranquilidade e positividade. Por fim, abertura ao novo é a disposição a ser aberto a novas experiências.

O indivíduo aberto a novidades tem atitude investigativa, é curioso sobre o mundo, flexível e receptivo a diferentes ideias.

A pandemia confirmou que precisamos de uma educação humanizada, que não se limita a fornecer um serviço de formação, mas está atenta aos seus resultados no quadro geral das capacidades pessoais, morais e sociais dos partícipes do processo educativo; uma educação que não pede simplesmente ao professor para ensinar e ao educando para aprender, mas exorta cada um a viver, estudar e agir através de premissas humanas.

Rafael Lima Historiador e Pedagogo Especialista em Literatura; Gestão Pedagógica e Orientação Educacional Assessor Pedagógica SAGRADO – Rede de Educação

REFERÊNCIAS INSTITUTO AYRTON SENNA, CONSED. Competências socioemocionais para contextos de crise. Link de Acesso: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html SUBIRATS, M. A educação do século XXI: a urgência de uma educação moral.

IMBERNÓN, F.(Org.) A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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PEDAGÓGICO

A importância do Ensino Técnico na atualidade 20

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Ensino Técnico representa para muitas famílias o caminho mais rápido para um jovem ocupar vaga de qualidade no mercado de trabalho. Trata-se de um sonho de boa parte dos brasileiros. Além desta finalidade, os egressos de Cursos Técnicos podem ter como objetivo a continuidade de seus estudos no Ensino Superior.

Geralmente, educandos de Curso Superior que tenham concluído o Ensino Técnico no Nível Médio apresentam melhor rendimento, desenvolvem os trabalhos acadêmicos com mais qualidade e conseguem aproveitar melhor as oportunidades profissionais, independente das áreas dos cursos escolhidos. Nas duas situações, para o técnico-profissional ou para técnico-aluno de Curso Superior, a especificidade e a visão prática do Curso Técnico são essenciais e caracterizam o diferencial deste sistema de ensino.

A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, como formalmente é denominado o Curso Técnico, e o Ensino Médio, podem ser articulados de três formas nas escolas:

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integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o educando à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, contando com matrícula única para cada educando;

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concomitante, oferecida somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental ou esteja cursando o Ensino Médio;

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subsequente, oferecida somente a quem já tenha concluído o Ensino Médio. Com a implantação da reforma do novo Ensino Médio a

A exemplo de países com setor produtivo desenvolvido e exportadores de qualidade, o Brasil necessita estimular o Ensino Técnico, atendendo o chamado por empresas modernas e conectadas globalmente.

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partir de 2022, a discussão sobre como compatibilizar essas duas modalidades ganhou muita força, pois a principal mudança trazida pela nova legislação é a previsão de oferta, entre outras opções, da formação técnica e profissional. Neste ponto é importante destacar que a preparação de um educando para a formação técnica no Nível Médio pode ser iniciada desde a Educação Infantil e Ensino Fundamental, através de oficinas práticas, tais como robótica, programação, desenho, maker, entre outras, normalmente ofertadas no contraturno ou como atividades extracurriculares.

De acordo com dados da OCDE, observa-se poucos jovens procurando pelo Ensino Técnico no Brasil, somente 8% entre 15 e 19 anos optam por este modelo de formação. Em contrapartida, em muitos países desenvolvidos há, atualmente, um crescimento da procura pelo

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Ensino Técnico, destacando-se o Reino Unido (63%), Estados Unidos (60%) e Finlândia (55%). Na América do Sul, Chile e Argentina destacam-se com uma procura de jovens pelo Ensino Técnico de 31% e 34%, respectivamente. Neste ponto é necessário aprender com a experiência de quem está à frente do processo, onde atividades de profissionais com Ensino Superior e com Ensino Técnico se complementam. Os postos de trabalho técnico são essenciais ao funcionamento de uma empresa e devem ser igualmente valorizados aos quadros de nível superior.

Diversos segmentos do setor produtivo brasileiro precisam preencher demandas próprias, que podem ser ocupadas por técnicos, criando uma estrutura funcional organizada e, principalmente, especializada, com responsabilidades e conhecimentos específicos, trazendo melhorias

aos processos operacionais. A exemplo de países com setor produtivo desenvolvido e exportadores de qualidade, o Brasil necessita estimular o Ensino Técnico, atendendo o chamado por empresas modernas e conectadas globalmente.

A demanda por mão de obra qualificada é consequência direta do progresso tecnológico do setor produtivo, seja pelos novos processos de produção ou pelas máquinas e equipamentos que os compõem. O avanço tecnológico impactou diretamente na procura por profissionais especializados em determinado conhecimento. A opção de seguir uma carreira técnica, que necessita crescer no Brasil, pode trazer muitos benefícios considerando a oferta de vagas em abundância e a falta de profissionais em grande parte das áreas do conhecimento.

Muitas empresas apresentam dificuldades de preencher seus quadros técnicos.

A formação técnica precisa ser amplamente discutida e assimilada como fator essencial ao desenvolvimento da produção nacional por todos os atores envolvidos neste processo: nas escolas com a oportunidade do “Novo Ensino Médio” poder ofertar à sociedade opções de Cursos Técnicos integrados ao Ensino Médio; nas famílias com o momento de discutir que o Ensino Técnico além de ser profissionalizante, serve como diferencial ao cursar o Ensino Superior; nas empresas que precisam criar meios de integrar os profissionais técnicos, valorizando sua contribuição; e no governo, com definição de diretrizes educacionais associadas à políticas de desenvolvimento social.

Marco Antonio Busetti de Paula

A formação técnica precisa ser amplamente discutida e assimilada como fator essencial ao desenvolvimento da produção nacional por todos os atores envolvidos neste processo.

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ENTREVISTA

Novo Ensino Médio traz desafios para educadores e estudantes O Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Eduardo Deschamps, comenta sobre as principais mudanças

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estrutura do ensino médio vem passando por um processo de modificações desde quando foi sancionada a Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

A reforma, conhecida como Novo Ensino Médio amplia o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e define uma nova organização curricular composta por uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pela oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes. Esta parte flexível do currículo são os itinerários formativos, que permitirão ao estudante direcionar e aprofundar os conhecimentos em uma ou mais áreas de seu interesse.

O Novo Ensino Médio também envolve aumento da oferta de ensino em tempo integral, im24

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plementação do Projeto de Vida (para que educadores identifiquem competências que viabilizem a trajetória acadêmica, profissional e emocional do educando) entre outros fatores que visam o aprimoramento desta etapa do ensino, incentivem o educando a continuar os estudos e faça uma conexão mais próxima com o mundo do trabalho.

O anúncio das mudanças vem despertando muitas dúvidas entre educandos e educadores.

Conversamos com o Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), o catarinense Eduardo Deschamps, que comenta e esclarece algumas das principais questões que envolvem o Novo Ensino Médio.

Revista Sagrado: Como a implementação do Novo Ensino Médio e de sua Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem avan-

çar entre 2020 e 2021?

Eduardo Deschamps: A lei da reforma no Ensino Médio indicava que os sistemas de ensino devem elaborar os cronogramas de implementação, que envolvem desde a aprovação de normas complementares pelos sistemas de ensino, conselhos estaduais, secretarias de educação, rede privada, até o momento em que devem ser aprovados os currículos e quando deve iniciar o processo de implantação nas escolas, em quantas escolas deve ser implementado o Novo Ensino Médio naquele momento, culminando, obviamente com o Enem, já no novo formato para o Novo Ensino Médio, com etapa para formação geral básica e outra etapa para os itinerários, mas essa data ainda não está definida pelo Ministério da Educação. Esse programa depende dessa elaboração por parte dos sistemas de ensino, para ficar mais claro em quando deve acontecer cada uma das ações. Ao mesmo tempo, em função da pandemia, esses cronogramas certamente serão revisados pelos sistemas de ensino estaduais ou os sistemas que tenham oferta de ensino médio. Essa é a definição do

cronograma de implementação. Ela agora deve passar por alguma revisão onde já foi feita.

Onde não foi feita ainda, certamente falta essa definição para ficar claro como deve avançar essa reforma do ensino médio em 2020 e 2021.

Revista Sagrado: Qual deverá ser o impacto da adoção dos itinerários formativos, que vão compor a parte flexível do currículo?

Eduardo Deschamps: Esse impacto é basicamente dar protagonismo para o jovem, as escolhas que ele pode ter em relação aos aprofundamentos que ele quer realizar, de acordo com as carreiras que ele quer seguir ao final do Ensino Médio. Se ele vai seguir por uma carreira universitária, certamente vai escolher os itinerários propedêuticos, que são focados em áreas de carreiras universitárias. Se ele quiser uma habilitação técnica, vai buscar o itinerário 5, que são trilhas focadas em formações técnico-profissionalizantes através de cursos técnicos ou um conjunto de cursos de qualificação profissional. Lógico que muito disso tem a ver com a definição do Enem, das escolhas dos

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itinerários formativos, por exemplo. Também é importante deixar registrado que quem seguir por um itinerário técnico-profissionalizante não será impedido de também buscar uma vaga na universidade.

Revista Sagrado: Uma parte obrigatória do Novo Ensino Médio é o Projeto de Vida para identificar as capacidades e afinidades do educando. Como as escolas vão implementar o Projeto de Vida?

Eduardo Deschamps: Já existem várias experiências no Brasil várias experiências de implementação de Projeto de Vida, tanto de escolas públicas quanto privadas. Em Santa Catarina, por exemplo, no Ensino Médio em tempo integral, já tínhamos definição do Projeto de Vida em um trabalho que realizamos com o Instituto Ayrton Senna. Em outro exemplo, o ensino médio em tempo integral de Pernambuco também já tinha muita lógica do Projeto de Vida.

Várias escolas privadas já tinham também. O Projeto de Vida deve ser desenvolvido preferencialmente antes do início do ensino médio, pelo menos do 9º ano do Ensino Fundamental, nos anos finais, em que se pode fazer um trabalho com o estudante para que ele faça um autoconhecimento e definir quais são as principais características, pontos fortes e fracos dele, para que ele possa construir correções e melhorias desses seus pontos ao longo do Ensino Médio, já orientando ele para uma carreira profissional que ele queira seguir.

Revista Sagrado: Nos últimos anos, o conceito de interdisciplinaridade tem sido uma constante na Educação. Comente sobre a estrutura curricular interdisciplinar no Novo Ensino Médio.

Eduardo Deschamps: Essa é uma novidade que a própria base trouxe. As diretrizes curriculares nacionais do Ensino Médio dizem que na formação geral básica deve ser feita de forma interdisciplinar a relação dos conhecimentos que estão elencados. A própria base trabalhou muito

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nessa lógica. Ela quebra a lógica disciplinar. A base do ensino médio não está organizada por disciplinas, e sim por grandes áreas do conhecimento. A partir daí você trabalha com o desenvolvimento de competências e habilidades com foco interdisciplinar. Lembrando que o mundo e os problemas não são disciplinares. Os problemas são interdisciplinares e você reúne e organiza os conhecimentos disciplinares de forma a mobilizar solução para aqueles problemas. É a lógica das habilidades e competências. Isso está colocado. O próprio PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) também já começa a sinalizar para isso. É uma novidade, um processo que vai envolver não só mudanças no currículo, mas também mudanças na formação de educadores.

Revista Sagrado: Como será a capacitação de educadores para atender às mudanças na estrutura do ensino médio? Como estas mudanças vão impactar a vida dos educadores junto aos educandos?

Eduardo Deschamps: A formação de educadores pode se organizar de várias maneiras. A principal delas é poder trabalhar com educadores que hoje são formados de maneira mais disciplinar para que eles se preparem para o trabalho mais interdisciplinar através de projetos, de metodologias ativas. Então essa capacitação passa eventualmente por uma segunda licenciatura. E as próprias diretrizes de formação de educadores do Conselho Nacional de Educação já sinalizam para isso, foram aprovadas no final do ano passado. Ao mesmo tempo preparar para que eles possam permanecer mais tempo na escola. Essa talvez seja uma das grandes mudanças que o Novo Ensino Médio traz. A lógica de organizar de forma interdisciplinar por área permite que um educador com carga horária muito fragmentada, o que leva, se ele quiser, a um contrato de 40 horas, a ter que atuar em várias escolas, poder fazer esse trabalho dentro de uma escola só. Alguns projetos de escolas em tempo integral já lidam dessa maneira e permite

a permanência dos educadores por mais tempo.

A forma de trabalhar com os estudantes vai mudar bastante porque a lógica passa a ser muito mais na solução de problemas, focar muito mais no aspecto interdisciplinar, olhando muito para as carreiras e projetos de vida dos estudantes do que apenas aquela lógica de que “eu domino o conteúdo e vou te passar um conteúdo que depois vai te formar apenas para um processo seletivo de universidade”. A lógica aqui muda bastante, mas ela enseja certamente uma forma diferente de capacitar os educadores.

Revista Sagrado: Como deverá ser o aumento da oferta do ensino em tempo integral deste novo modelo? Também haverá ampliação da carga horária no Novo Ensino Médio.

Como estes fatores influenciarão a demanda por educadores para suprir o quadro?

Eduardo Deschamps: O aumento das escolas em tempo integral vai se dar de acordo com o que está planejado no Plano Nacional de Educação e nos respectivos Planos Estaduais de Educação, sobre o volume percentual de escolas que serão levadas para esse modelo. A própria Lei 13.415/2017 já trazia o programa de fomento a escolas em tempo integral no Brasil. Isso vai demandar, sim, recursos adicionais para que isso possa ser realizado. Mas é importante lembrar que a partir de 2022 as escolas deverão passar para 3.000 horas, mesmo não sendo escolas em tempo integral (hoje o ensino médio tem 2.400 horas). Com carga maior você eventualmente vai precisar de mais educadores. Mas com a formatação de pensar nos educadores atuando mais por área, é muito provável que a gente consiga melhorar a carga horária e o contrato dos educadores atuais. Lógico, complementando com algumas contratações novas. Isso vai depender muito da estrutura de cada rede. É prematuro falar desse impacto de maneira mais global e muito mais de cada rede está estruturada, se carga horária dos educadores é maior ou menor dentro da estrutura de contratação que elas têm hoje.

Revista Sagrado: Qual o papel dos gestores de colégios nessa mudança?

Eduardo Deschamps: É um papel vital. A gestão das escolas vai passar por uma transformação. Você vai precisar reorganizar a escola do ponto de vista de espaço físico, currículo, projeto pedagógico, formação de educadores, contratação de educadores, material didático que vai ser utilizado. Exige um esforço grande, mas é superimportante. Os gestores vão ter que ter esse olhar para fazer um bom desenho de como vão ser feitas as escolhas dos itinerários que vão ser ofertados pela escola. E nisso os gestores vão ter um papel fundamental.

Revista Sagrado: Como as mudanças poderão contribuir para um maior interesse do jovem em acessar e permanecer na escola?

Eduardo Deschamps: Essa é a essência do Novo Ensino Médio. A reforma está sendo feita pois no formato anterior atendia um grupo muito pequeno de educandos. O Chico Soares, meu colega no Conselho Nacional de Educação, sempre dizia que o Ensino Médio brasileiro atual é feito para poucos. Muitos não chegam. Dos que chegam, muitos não ficam. Dos que ficam, muitos não veem sentido para o que efetivamente aprenderam. Então tem a questão da qualidade e a questão da permanência. Falta incentivo às vezes porque o Ensino Médio totalmente focado apenas para uma formação que o educando faça um processo de acesso ao ensino superior, não é necessariamente algo que resolva para uma grande maioria dos estudantes. Basta ver que dos que conseguem concluir o Ensino Médio, 40% sequer se inscrevem no Enem. Então é um Ensino Médio que não faz muito sentido para esses estudantes. A ideia aqui é fazer um Ensino Médio que dê de maneira igual aquilo que é essencial, mas permita também um pouco de escolhas de aprofundamento dos estudantes de acordo com o projeto de vida que ele tem. Essa é a ideia básica que a gente procura realizar.

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GESTÃO

Home Office e novas tecnologias em tempos difíceis

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pandemia do coronavírus e os meses de quarentena se tornaram um momento de readaptação para muitas pessoas, negócios e empresas, principalmente, quando falamos de tecnologia. É comum ouvirmos que não foi o gestor, o setor de TICs ou o de inovação que têm gerado e precipitado as transformações digitais radicais em nosso dia a dia profissional.

A grande responsável pela aceleração do processo de transformação digital das empresas, e aqui estão incluídas as escolas e a educação, tem sido sim a pandemia da COVID-19. Todos os processos de inovação e adoção de novas práticas baseadas em tecnologias que estavam latentes ou sendo postergados, passaram a ser adotados em uma velocidade nunca antes vista, pois era extremamente necessário reformular a forma de trabalhar, educar, para se adequar a um novo perfil de negócios, de consumo e de comportamento.

De acordo com a revista Forbes, a Disney+ (canal de streaming) apresentou um crescimento de mais de 200% durante o período de quarentena. Outros serviços similares como HBO Now e Netflix cresceram 90% e 47% respectivamente. No comércio eletrônico, 40% dos consumidores fez sua primeira compra online 28

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durante este período.

Tudo que sabemos é que este movimento veio para ficar. Nada será como antes: as compras, as aulas, os pagamentos, as consultorias etc. Voltaremos a ter experiências como as anteriores? Em alguns casos sim, em outros, em grau muito menor, mas é muito importante estarmos conscientes que o “mundo on-line” agora, mais do que nunca, passou a ser parte do nosso mundo, veio para ficar e precisamos

nos adequar. Graças a tecnologia muitos setores, que se reinventaram, estão vencendo a crise mundial e se refazendo.

Vivemos uma espécie de “hora da verdade” onde cada empresa precisa se adequar a um novo perfil de mercado, e cada colaborador precisa se adequar a uma nova realidade de trabalho, pois o futuro é, e será, digital como nunca. Muito importante não esquecer quão verdadeira é a expressão “mar tranquilo nunca fez bons marinhei-

ros”. Seguramente este período também está servindo para revelar os “bons marinheiros, assim como os bons comandantes e os bons imediatos” em cada empresa e cada escola. Pois alguns “marinheiros” perderam infelizmente seu cargo e outros mesmo “perderam seu navio”.

Os tempos desafiadores sempre permitem, às empresas e aos gestores, perceber nitidamente quais colaboradores realmente estão engajados, agregam valor real ao negócio e contribuem de R EVI STA SAG RA DO

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forma definitiva para os resultados. Cabe aos gestores avaliar e identificar os colaboradores que estejam engajados, buscando soluções, ajudando com ideias e participando ativamente da implantação. Cabe aos colaboradores, mais do que nunca, participar ativamente da implementação das ideias, projetos e inovações que irão salvar não apenas a empresa onde atuam, mas também seus empregos e sua fonte de renda. Pois empresas rápidas, assertivas e ativas digitalmente, são as que conseguem adequar seu modelo de negócio ao novo perfil demandado pelo mercado, sobreviver em tempos de crise e lançar as bases para sair ainda mais fortalecidas da experiência.

O Home Office e os cursos a distância oferecem várias vantagens. Entre elas a economia de tempo e dinheiro com transporte, maior controle sobre a administração do seu tempo e a possibilidade de executar as tarefas onde for mais conveniente – no escritório de casa, ou até mesmo na praia. Porém, em ambos os casos é preciso estar atento, pois podem ser prejudicados pelo individualismo e pelo isolamento excessivos ou ainda outros inimigos da produtividade e das boas experiências.

Algumas recomendações são extremamente importantes e relevantes neste momento, estando atentos ao desenvolvimento de suas competências:

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Autonomia e autogestão para saber e dar os passos necessários para que as tarefas e processos sejam realizados, assim como os resultados sejam atingidos, dando passos além de sua área de atuação e zona de conforto, sempre que necessário e urgente para o atendimento de algum resultado crítico ou rotina diária. Desculpas e resultados nunca convivem no mesmo ambiente, sempre busque o segundo;

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Capacidade de organização, não só do ambiente de trabalho, das tarefas e atividades, mas também do próprio tempo. A retenção dos talentos nas áreas e atividades críticas se faz muito

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presente neste momento. Talentos são aqueles colaboradores diferenciados e importantes para preservar o funcionamento com adequado padrão de qualidade no curto prazo e que serão imprescindíveis para a retomada no médio prazo;

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Mudar a cultura pessoal focada em padrões, crenças e comportamentos ultrapassados. Engajar-se no aprendizado e na utilização das novas ferramentas tecnológicas e metodologias. Este comportamento inclusive nos aproxima de pais e alunos, diminuindo o distanciamento tecnológico existente;

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Buscar capacitação sempre que necessário, estar disposto a aprender, buscar formas adicionais e criativas de fazer ainda melhor.

O Youtube está repleto de tutoriais completos e gratuitos. Os educandos percebem e se engajam, também os pais neste momento estão muito mais próximos e cientes. Compartilhar o conhecimento adquirido e boas práticas desenvolvidas também é a chave, pois isso gera cooperação, admiração e contribui para com o clima laboral positivo de todos;

5

Buscar ajuda sempre que necessário em cada instância. Não ter acanhamento ou receio de perguntar é muito importante. Ninguém sabe tudo o tempo todo, a humildade da pergunta e da busca do auxílio, aproxima as pessoas de forma positiva, não perca esta oportunidade;

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Tenha sempre foco no educando e em seu aprendizado, em fazer mais e melhor com os recursos disponíveis e, em caso de necessidade, encontrar formas criativas para suprir limitações ou deficiências impostas;

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Sempre teste ideias novas, erre sem medo nos testes, mas identifique o problema e corrija rápido. Quanto mais rápido você se prepara e corrige seus erros, mais rápido terá resultados de suas ações;

8 Crie um espaço adequado e reservado para trabalhar, mantenha todas as ferramentas necessárias ao seu alcance, garanta que seus equipamentos e sua conexão de internet são adequados e confiáveis, se necessário, esta pode ser a hora de investir em melhorias, sempre de forma consciente; 9

Utilize a tecnologia a seu favor, para eliminar trabalhos repetitivos, automatizar tarefas e fazer render o seu tempo, há um número grande de ferramentas gratuitas disponíveis on-line;

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Crie uma rotina, através de cronogramas de atividades e listas de tarefas, imponha-se prazos e cumpra rigorosamente as datas e os horários estabelecidos;

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Vista-se adequadamente, isso ajuda muito a criar o próprio ambiente profissional e nos coloca em predisposição produtiva. Lembre-se também de acordar previamente com seus familiares a não ocorrência de interrupções e interferências;

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Lembre-se que a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados trouxe uma série de normatizações muito rigorosas para o tratamento de informações sensíveis. Trate os dados a que tem acesso e os sistemas que utiliza com toda responsabilidade inerente a um ambiente profissional e seguro.

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Lembre-se de cuidar de você, se hidrate de forma continuada, tenha uma alimentação balanceada, faça pausas regularmente, se dê, de forma equilibrada, pequenas indulgências e pequenos mimos de tempos em tempos. Ao final do dia saia do ambiente de trabalho, mude de ares e realize atividade física. Cuide de sua saúde física, emocional, psíquica e religiosa;

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Por fim, tenha em mente que “quanto mais evolui a tecnologia, mais importante o

ser humano”. Busque e mantenha contato humano, isso ajudará a ir além da frieza dos sistemas e a customizar seus diálogos, sua interação e suas práticas de forma a entender que além da tecnologia que é apenas uma intermediária, do outro lado, existe outra alma humana.

A pandemia e as incertezas da economia brasileira são realidades, vieram para ficar e afetam diretamente o mercado e o nosso ambiente de trabalho. Empresas, cargos e vagas de emprego desaparecem e o ambiente se torna cada vez mais competitivo. Ser resiliente e buscar sempre alcançar as metas e os objetivos são a chave para continuar. Mesmo em situações desafiadoras é possível enfrentar as adversidades e as pressões com felicidade. Coloque-se no lugar do outro, tenha empatia, seja participativo, cultive bons relacionamentos, afaste-se do que lhe faz mal, trate todos com respeito, tolere as diferenças e entenda que as pessoas são diferentes, agem diferentemente, aprendem diferentemente e cada um tem seu tempo, seu jeito.

Por fim busque um nível de consciência que lhe permita, de forma coerente e consciente, avaliar a própria performance no trabalho, detectar e buscar as oportunidades de melhoria.

Pergunte-se “Como você avaliaria o seu trabalho se fosse seu líder, seu par, seu liderado, seu cliente, seu educando, pai ou responsável? Reflita sobre isso. Preste atenção nos feedbacks, mesmo os implícitos ou subliminares, sendo eles formais ou não. Ter a consciência do seu real desempenho o torna mais confiante e, consequentemente, mais apto a contribuir para com o ambiente de trabalho e colaborar com outros profissionais, sendo também um dos principais elementos para atrair felicidade e realização na sua vida pessoal e profissional.

Prof. Alexandre Weiler Instrutor Empresarial e Professor de MBA

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RESENHA

Para vencer a morte, hรก que se acreditar na vida 34

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ndiscutivelmente uma das obras mais importantes da literatura brasileira, e por que não, universal, Morte e Vida Severina, do gênio João Cabral de Melo Neto, torna-se um oásis de esperança em tempos de cuidados cada vez maiores com a vida. A obra, escrita entre 1945 e 1946, reproduz o cenário que marcou a literatura modernista em sua terceira geração: o olhar para o social, valorizando o universalismo e, ao mesmo tempo, o regionalismo marcante de nossa cultura.

Feita em versos, a obra trata da saga de Severino, retirante que decide ir para o Recife em busca de uma vida melhor. Mas talvez seja apenas em busca de vida: é a morte quem surge muitas vezes na história, como uma protagonista silenciosa, mas onipresente. O eu lírico vê-se em muitas situações em que ela surge para o levar aqueles que sucumbem ao sofrimento, a seca, a fome, e trazer, a muitos, oportunidades de sobreviver por conta de sua ação implacável.

No início do poema, Severino se apresenta e busca, sem sucesso, particularizar-­se em meio a tantos “Severinos” que sofrem, que lutam pela vida, mas perdem a batalha para o abandono a que são submetidos. Ao longo da trajetória até seu destino pré-determinado, ele encontra razões para desistir, como a morte atuante em muitos momentos, e, ao chegar ao Recife, não vê razões para viver. É somente no final da história que se percebe toda a fagulha, por menor e mais frágil que seja de vida, é uma vitória sobre a morte, elevando a todos sentimentos de confiança e esperança de dias melhores.

Percebe-se a inclusão de momentos bastante importantes na leitura da saga do retirante. A começar pelo rio Capibaribe, sua companhia e bússola. Mas ao vê-lo secar, Severino desanima de seu intento, achando que até o rio havia desistido de tudo. Outro momento marcante é o

E em versos curtos, com melodia e ritmos matematicamente encadeados, essa grande criação merece um lugar especial entre as obras da literatura brasileira. diálogo entre dois coveiros e que Severino escuta. Nessa conversa, o julgamento feito pelos homens em relação aos retirantes marca que, para muitos, fugir na morte é, na maioria das vezes, apenas despistá-la por algum tempo.

Mas o “poeta engenheiro”, como João Cabral de Melo Neto era conhecido, não tinha pretensões de dar a ela, a morte, vitória. Ela protagonizou junto com Severino a história. É justamente a certeza de que a vida sempre vence, que faz com que um mestre carpinteiro, de nome José, com um filho para nascer a qualquer momento, revele a Severino que a busca pela vida é justamente acreditar nela.

E em versos curtos, com melodia e ritmos matematicamente encadeados, essa grande criação merece um lugar especial entre as obras da literatura brasileira. Com seus elementos de introspecção, na medida em que Severino busca em seus pensamentos resposta e solução, o autor marca sua geração que produziu obras além do peso das Grandes Guerras e da Era Vargas.

Hoje, ela é mais uma vez celebrada, como um modelo de esperança na vida, contra a morte que, anunciada ou não, se revela sem pedir licença. Que a severidade dos dias não tire, em nós, a certeza da vida. Na vida que sempre se renova, como a simplicidade do nascimento do filho do carpinteiro, que nasce há mais de dois mil anos para renovar a esperança de dias melhores.

Sílvia de Oliveira Santos Educadora Língua Portuguesa Colégio Social Madre Clélia – Curitiba/PR R EVI STA SAG RA DO

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Tic’s e Tech

Microsoft Teams como ferramenta educacional O mundo está em constante mudanças, e não é novidade que o advento da tecnologia veio para mudar e melhorar vidas e processos 36

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pesar de todo o avanço tecnológico deixar evidente a necessidade de se adaptar ao novo, muitas pessoas e até mesmo empresas, acharam que a educação 4.0 não só em computadores, mas em metodologias e ferramentas mais avançadas, estaria ainda em um futuro distante. Porém, 2021 chegou com tantas surpresas que nos tirou do eixo, do modo tradicional de vida e também do modelo educacional, no qual estávamos acostumados.

E forçou o “futuro” que estava distante, a ser o hoje e agora.

Felizmente, estas mudanças alteraram não somente o presente e a forma de nos relacionar, mas também modelos de trabalho e de ensino.

E nunca foi tão importante uma estruturação tecnológica para conseguir manter o “convívio” em sociedade, o fluxo de trabalho e o andamento do ano letivo, que até então seguiam um fluxo totalmente diferente.

Na área educacional, a educação 4.0, que é uma menção à quarta revolução industrial, já vem sendo aplicada em escolas por meio da internet, da coleta e análise de dados, na utilização de sistemas para gestão escolar, uso de computadores, tablets, celulares e outras tecnologias dentro da escola.

A conectividade dos sistemas, facilidade de acesso ao conhecimento e a utilização das ferramentas adequadas, proporcionam não só preparar os educandos para o futuro e melhorar o engajamento em sala de aula, como também possibilita o desenvolvimento de novas habilidades e a oportunidade de desenvolvimento constante. E para isso, os recursos tecnológicos devem ir além do simples uso dos equipamentos, precisam facilitar e promover o processo de autoaprendizagem. Os educandos devem desenvolver desde cedo, com a ajuda dos educa-

dores, a capacidade de entender a necessidade do aprendizado contínuo, para que sejam capazes de aprender e/ou responder com rapidez às inovações tecnológicas.

Uma das tecnologias que facilitam a melhoria contínua da eficiência e da produtividade dos educandos, mostrando ser um fator-chave de sucesso na melhoria do engajamento e desenvolvimento tecnológico dos educandos é o Microsoft Teams.

O Microsoft Teams otimiza a comunicação desde da gestão escolar, até o preparo das aulas e a aplicação do conteúdo. Na gestão, com processos automatizados, ganha-se tempo e qualidade. O gestor e o educador têm acesso a todos os dados de que precisam na nuvem, além de realizarem aulas práticas que captam a atenção e possibilita maior engajamento entre os estudantes.

Além de proporcionar um espaço de trabalho baseado em chat preserva conversas em um só lugar, facilitando a pesquisa e a revisão delas. Ele armazena arquivos, anotações e outros dados diretamente ao lado da janela de chat.

Você pode até mesmo revisar as sessões de chat geradas durante as chamadas de voz ou vídeo para obter mais contexto sobre o que ocorreu em uma aula.

O Teams permite também, uma abordagem mais espontânea para a criatividade em grupo.

Quando os educandos tiverem ideias ou dúvidas, poderão compartilhá-las na janela de chat.

Iniciar uma aula planejada usando mensagens, vídeo, voz ou todos os três, aumenta a interação e o interesse da turma.

Colaboração sem complexidade, o Teams permite que você trabalhe em conjunto com seus educandos em tempo real de qualquer lugar usando aplicativos conhecidos do Office na

O Microsoft Teams otimiza a comunicação desde da gestão escolar, até o preparo das aulas e a aplicação do conteúdo.

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área de trabalho ou no navegador. Esse recurso de coautoria facilita o trabalho em grupo e o educador consegue ver se todos os envolvidos estão a bordo. Quando alguém faz uma alteração, o educador pode vê-la de uma só vez e, portanto, é fácil coordenar as edições. Quando um documento é aberto e compartilhado, as alterações ficam claramente marcadas.

Isso facilita a correção de trabalhos e provas, evitando problemas de controle de versão de trabalhos e provas.

Outra facilidade são os aplicativos do Office 365 incorporados ao Teams, incluindo Word, Excel, PowerPoint e SharePoint, você pode criar no Teams usando os aplicativos que já tem familiaridade.

Dentre outras facilidades o Teams permite que: Equipes de classe As equipes de classe fornecem recursos especiais adaptados ao ensino e à aprendizagem 1- Adicione canais e gerencie sua equipe Você pode alterar as configurações da equipe, adicionar membros à equipe de classe e adicionar canais.

2- Abra Tarefas e Notas O recurso tarefas permite que os educadores criem e distribuam atividades. Os educandos podem realizar e entregar suas atividades sem sair

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do aplicativo. Os educadores podem usar a guia Notas para fornecer feedback sobre as tarefas e acompanhar o progresso dos educandos. Os educandos também podem ver seu progresso.

3- Adicione guias Explore e fixe aplicativos, ferramentas, documentos e muito mais para enriquecer sua aula.

Estamos sempre adicionando mais guias específicas de educação. Confira com frequência.

4- Compartilhe arquivos Permita que os educandos vejam um arquivo ou trabalhem juntos nele.

5- Inicie uma discussão com a turma Digite e formate sua mensagem ou aviso aqui. Adicione um arquivo, emoji, GIF ou adesivo para animar!

6- Adicione mais opções de mensagens Adicione novos recursos de mensagens como pesquisas, elogios e muito mais para enriquecer a discussão em sala de aula.

7- Formate sua mensagem Adicione um assunto, formate o texto, converta a mensagem em um aviso, publique em várias equipes ou controle quem pode responder e muito mais.

Toda equipe tem canais Cada equipe vem com um canal Geral. Abra as configurações de canal para adicionar novos canais, gerenciar notificações e outras configurações.

Agende uma reunião com sua equipe ou turma Realize aulas, reuniões de colaboração da equipe ou treinamentos em reuniões on-line Ao clicar em Reunir agora para iniciar a reunião imediatamente ou Agendar uma reunião para agendar a reunião para o futuro. Os membros do canal verão um convite para a reunião no calendário se você decidir agendá-la para mais tarde.

Tarefas Crie atividades de aprendizado para educandos com aplicativos integrados do Office Veja as próximas tarefas Veja as tarefas futuras e entregues por turma ou visualize-as em todas as suas turmas. A seleção de uma tarefa permitirá que você a entregue ou visualize comentários e pontuações.

Notas Deixe comentários para os educandos, avalie e acompanhe o progresso dos educandos na guia Notas.

Veja as próximas tarefas Veja as tarefas futuras e entregues por turma ou visualize-as em todas as suas turmas. A seleção de uma tarefa permitirá que você a entregue ou visualize comentários e pontuações.

Devolva e reveja tarefas usando o ciclo de feedback Deixe comentários, faça edições, atribua notas com critérios/padrões, verifique similaridades e muito mais na visualização das notas.

O Teams reúne as ferramentas e os recursos de que uma escola precisa para atender as demandas atuais integrando os educandos, permitindo a troca de arquivos e o melhor gerenciamento dos dados, em um único hub seguro.

Gisele Medeiros de Campos Nascimento Estratégias de Comunicação e Marketing/Big Brain

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ESPIRITUALIDADE

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educação católica, com suas numerosas instituições educativas, oferece uma contribuição relevante para a Igreja no processo de renovação que nos propõe o Papa Francisco, com o objetivo de forjar nas crianças, jovens e na cultura, os valores antropológicos e éticos que são necessários para edificar uma sociedade solidária e fraterna.

Nesta visão ampla da educação, menciono as características da Escola Católica que queremos.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE APOSTA 1 POR UMA MELHOR EDUCAÇÃO. Para enfrentar criativamente o momento educativo atual, devemos desenvolver mais e mais nossas capacidades, afinar nossas ferramentas, aprofundar nossos conhecimentos. Reconstruir nosso desanimado sistema educativo, desde o reduzido ou elevado lugar que nos toca ocupar, implica capacitação, responsabilidade, profissionalismo. Nada se faz sem os recursos necessários, e não só os econômicos, más também os talentos humanos. A criatividade não é coisa de medíocres. Porém, tão pouco de “iluminados” ou “gênios”: mesmo que sempre fazem falta os sonhadores e os profetas, sua palavra cai no vazio sem construtores que conheçam seu ofício.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE SEJA UM 2 LUGAR DE ACOLHIDA CORDIAL. A orfandade contemporânea, em termos de descontinuidade, desarraigo e caída das certezas principais que dão forma à vida, nos desafia a fazer de nossas escolas uma “casa”, uma “família” aonde as mulheres e os homens, as crianças, podem desenvolver sua capacidade de vincular suas experiências e de arraigar-se no seu chão e na sua história pessoal e coletiva, e ao mesmo tempo encontra as ferramentas e os recursos que lhe permitam desenvolver sua inteligência, sua vontade e todas suas capacidades.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE SEJA 3 UM LUGAR DE SABEDORIA. A escola deve ser um lugar de sabedoria, como uma espécie de laboratório existencial, ético e social, aonde as crianças e jovens possam experimentar que coisas lhes permitam desenvolver-se em plenitude e construir as habilidades necessárias para levar em frente seus projetos de vida.

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UMA ESCOLA CATÓLICA QUE EDUCA COM O TESTEMUNHO. A escola deve ser um lugar aonde maestros “sábios”, ou seja,

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pessoas cuja o cotidiano e projeção encarnam um modo de vida “desejável”. Preocupemo-nos para que nossos maestros, nossos diretores, nossos capelães, nossos administrativos, sejam realmente bons e sérios no que fazem.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE EDUCA PARA A VIDA 5 FRATERNA E COMUNITÁRIA. Muitas instituições promovem a formação de lobos, mais que de irmãos; em muitas aulas se premia ao forte e rápido e se despreza ao débil e lento. Em muitas se anima a ser o “número um” em resultados, e não em compaixão. Pois bem, nosso aporte especificamente cristão é uma educação que testemunhe e realize outra forma de seres humanos.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE EDUQUE A 6 INTELIGÊNCIA DO CORAÇÃO. Educar a inteligência do coração é retomar, na vida cotidiana da escola, alguma experiência humana frequente, como a alegria de um reencontro, as desilusões, ou medo à solidão, a compaixão pela dor do outro, a insegurança frente o futuro, a preocupação por um ser querido etc.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE FORME PARA UMA 7 CONSCIÊNCIA CRÍTICA. A escola deve formar crianças e jovens livres e responsáveis, capazes de interrogar-se, decidir-se, acertar ou errar e seguir caminhando, e não ser meras réplicas de nossos próprios acertos..., ou de nossos erros. E justamente para isso, sejamos capazes de fazê-los ganhar a confiança e segurança que brota da experiência da própria criatividade.

UMA ESCOLA CATÓLICA ATENTA AOS NOVOS COMPORTAMENTOS 8 DAS CRIANÇAS E JOVENS. Vivemos uma profunda mudança, especialmente nas crianças e jovens, os quais têm

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novas sensibilidades e estão em busca de novas experiências. Temos urgência de valorizar as novas maneiras de pensar e sentir de nossos estudantes, para aprender a encontrar-nos com eles, pois do contrário não só nos verão débeis em nossos propósitos, sem contar que nos verão perdidos e até desorientados.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE DIALOGA COM AS PEDAGOGIAS 9 CONTEMPORÂNEAS. Este diálogo, tão urgente como necessário, passa por uma posição sempre crítica que explora a potencialidade dos paradigmas com as condições reais nas que se expõem as propostas.

Se o nosso é fazer acessível à educação, promover os valores da solidariedade, da justiça, e da dignidade, construir pessoas e formar cidadãos, lutar pela equidade e as oportunidades para todos, então estes diálogos com as pedagogias contemporâneas são condição sine qua non para modernizar nossas propostas e expor os projetos contextualizados e que respondam aos mais sentidos anelos dos estudantes, crianças, jovens ou adultos, como das sociedades e grupos humanos aonde levamos nossa proposta. A educação católica não só deve ser consistente teoricamente e coerente metodologicamente, mas, também, explícita em seus meios e em seus fins.

UMA ESCOLA CATÓLICA QUE APOSTA PARA DAR 10 FRUTOS E RESULTADOS. A escola se propõe provocar em nossas crianças e jovens uma transformação que resulte em frutos de liberdade, autodeterminação e criatividade e, ao mesmo tempo, se visualizem em resultados, em termo de habilidades e conhecimentos realmente operativos, ou seja, pessoas com capacidade de transformar essa sociedade.

Oscar A. Pérez Sayago Secretário General Confederação Interamericana de Educação Católica - CIEC

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