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Qualidade de vida é sempre prioridade

Reflexões sobre envelhecimento, festividades e novas perspectivas

Reflexões sobre envelhecimento, festividades e novas perspectivas

Àmedida que o fim de mais um ano se aproxima, é tempo de celebração, reflexão e planejamento para um futuro mais promissor. As festividades do Natal e do Ano Novo representam não apenas momentos de confraternização, mas também uma oportunidade para revisitar questões essenciais que impactam nossa sociedade. Neste editorial, destacamos uma série de artigos inspiradores que discutem o envelhecimento com dignidade, a integração da pessoa idosa nas celebrações de fim de ano e os desafios e oportunidades de viver bem após os 50 anos.

Envelhecer com dignidade: como será a pessoa idosa de 2025**

A gerontóloga Kátia Martins projeta um futuro em que a Gerontologia desempenha um papel essencial na transformação da sociedade, defendendo o protagonismo da pessoa idosa. Ela antevê uma sociedade que valoriza a experiência e promove políticas inclusivas, onde a pessoa idosa não é vista apenas como dependente, mas como uma peça fundamental na construção de uma comunidade mais justa e solidária. Para ela, a Gerontologia não é apenas uma ciência, mas um campo de atuação que promove mudanças profundas na maneira como vemos e tratamos pessoas idosas.

Pessoas Idosas, Natal e Ano Novo

A gerontóloga Christianne Strazer analisa o impacto das festividades de fim de ano na vida das pessoas idosas, destacando como a proximidade familiar e os momentos de afeto são essenciais para combater a solidão. O Natal e o Ano Novo oferecem uma oportunidade única de revitalizar os laços sociais e emocionar aqueles que, muitas vezes, enfrentam o isolamento. A autora enfatiza a importância de se criar ambientes acolhedores e participativos, nos quais as pessoas idosas possam vivenciar as celebrações com alegria e dignidade.

Festas de Fim de Ano: promovendo o bem-estar e fortalecendo laços

O gerontólogo Alex Santana sugere práticas simples, mas poderosas, para garantir a inclusão das pessoas idosas nas celebrações de fim de ano. Desde ajustes no cardápio até atividades que incentivem a interação social, ele destaca como pequenas ações podem promover o bem-estar físico e emocional. A ideia é transformar o Natal e o Ano Novo em momentos de compartilhamento, respeito e renovação das relações familiares.

Como proteger a população idosa do calor intenso do Verão

Em mais um artigo relevante, Alex Santana oferece orientações práticas para cuidar da saúde da pessoa idosa durante o verão. Destacando a importância da hidratação adequada, proteção solar e ambientes ventilados, ele reforça a necessidade de um cuidado constante para evitar complicações que possam ser agravadas pelas altas temperaturas. O verão pode ser um período desafiador para a população idosa, mas com os cuidados certos, é possível garantir o seu conforto e bem-estar.

A comunicação com pacientes com Alzheimer: linguagem e emoção

Leila Ecard aborda a importância da empatia e das estratégias de comunicação eficazes no trato com pacientes que convivem com Alzheimer. Ela propõe que a comunicação vai além das palavras, envolvendo também gestos, expressões e a linguagem emocional, para criar uma conexão significativa e respeitosa. A autora alerta que a empatia é essencial para reduzir o sofrimento emocional e para oferecer um cuidado de qualidade.

Reinventando a vida profissional após os 50 anos

A gerontóloga Alciony Silva compartilha histórias inspiradoras de

pessoas que reinventaram suas trajetórias profissionais após os 50 anos. Ele mostra como o envelhecimento pode ser uma oportunidade para redirecionar a carreira e dar um novo significado à vida profissional. Silva acredita que envelhecer não significa o fim da atividade, mas uma chance de aprender, crescer e explorar novos caminhos, destacando a importância da valorização da experiência no mercado de trabalho.

Gerontologia e Terapias Integrativas

A gerontóloga e terapueta Adriana Silva explora a integração das terapias complementares, como yoga, meditação e reiki, aos cuidados gerontológicos. Ela defende que essas práticas são aliadas importantes na promoção de um envelhecimento saudável, pois favorecem a saúde mental, o equilíbrio emocional e o bem-estar geral da pessoa idosa. A autora reforça que a Gerontologia deve abraçar abordagens holísticas para atender às diversas necessidades das pessoas idosas.

O papel dos Gerontólogos na conexão e autonomia da Terceira Idade

Em outro artigo de destaque, Alex Santana enfatiza como os profissionais da Gerontologia desempenham um papel fundamental na criação de uma sociedade mais inclusiva e no fortalecimento da autonomia da pessoa idosa. Ele argumenta que a Gerontologia, por meio de um olhar multidisciplinar e integrado, pode proporcionar qualidade de vida, promovendo a inclusão, o respeito e a independência da terceira idade em todas as esferas da sociedade.

Por novas perspectivas para a pessoa idosa

O deputado federal Alexandre Lindenmeyer discute a necessidade de políticas públicas mais eficazes para assegurar direitos e oportunidades para a população idosa. Ele defende que o envelhecimento não deve ser visto como uma fase de declínio, mas

como uma etapa de enriquecimento e potencial. Para isso, é fundamental ampliar as políticas públicas que garantam acesso à saúde, educação, cultura e lazer para as pessoas idosas, permitindo que vivam plenamente e com dignidade.

Superando desafios e buscando qualidade de vida

Luciana Nunes compartilha estratégias para superar os desafios do envelhecimento, destacando o papel fundamental do apoio social e emocional. Ela sugere que as redes de apoio, tanto familiares quanto comunitárias, são essenciais para garantir que pessoas idosas envelheçam com qualidade de vida. Nunes também sublinha a importância de um envelhecimento ativo e de políticas públicas que promovam a inclusão e a participação social.

Gerontologia em Ação no interior do Amazonas

O gerontólogo Ednaldo Dávila traz um exemplo inspirador de iniciativas gerontológicas que têm transformado a vida das pessoas idosas em comunidades distantes do Amazonas. Ele narra histórias de como a Gerontologia tem impactado positivamente essas populações, promovendo o envelhecimento saudável e a integração social, mesmo em locais de difícil acesso.

Como ajudar a pessoa idosa a lidar com perdas e saudade

Alex Santana oferece sugestões valiosas para apoiar emocionalmente as pessoas idosas que enfrentam perdas, especialmente em períodos festivos como o Natal e o Ano Novo. Ele propõe abordagens empáticas e compreensivas, que envolvem a es-

cuta ativa, o acolhimento e a criação de espaços de expressão para que a população idosa possa lidar com seus sentimentos de saudade e dor.

Prevenção da Saúde na Terceira Idade

A gerontóloga Taffness Siqueira analisa como as relações familiares e o apoio social são fundamentais para a promoção da saúde entre as pessoas idosas. Ele enfatiza que um envelhecimento saudável não depende apenas da medicina, mas também do cuidado preventivo, das atitudes de autocuidado e do suporte emocional contínuo proporcionado por familiares e amigos.

Políticas públicas para a pessoa idosa

A gerontóloga Ana Lúcia Fuscio realiza uma análise crítica dos avanços e desafios na formulação de políticas públicas voltadas para o envelhecimento ativo. Ela discute as lacunas existentes e propõe medidas concretas para garantir que os direitos a população idosa seja efetivamente respeitada e que a sociedade se torne cada vez mais acessível e inclusiva.

Demência: o mal do século

A gerontóloga Karine Conceição Silva alerta para o aumento dos casos de demência e a necessidade urgente de mais investimentos em prevenção, diagnóstico precoce e cuidados especializados. Ela destaca que a demência representa um dos maiores desafios para o envelhecimento saudável e que a sociedade precisa se mobilizar para enfrentar essa epidemia.

Cuidados essenciais para a pessoa idosa em viagens de fim de ano Alex Santana oferece dicas práticas para garantir viagens

seguras e confortáveis para pessoas idosas durante o período de festas. Ele sugere cuidados com a saúde, planejamento de itinerários adequados e a atenção aos detalhes para tornar a viagem uma experiência agradável e segura para todos.

Espiritualidade na Terceira Idade

Alex Santana reflete sobre como a espiritualidade pode ser uma fonte de conforto e propósito para a pessoa idosa. Ele acredita que a conexão com a espiritualidade ajuda a lidar com os desafios do envelhecimento e oferece um caminho para o fortalecimento emocional e mental.

Direitos do Consumidor na Terceira Idade

Por fim, Alex Santana aborda os direitos do consumidor para a população idosa, destacando as garantias que a legislação oferece, mas também os desafios enfrentados no mercado de consumo. Ele sugere que é essencial promover a educação financeira e o acesso a informações claras para que as pessoas idosas possam exercer seus direitos de forma plena e segura.

O trabalho do Educador Físico com a população idosa: cuidando da saúde e bem-estar na melhor idade

Antônio Kleber Souza da Silva compartilha sua dedicação em promover saúde e qualidade de vida para pessoas idosas por meio da atividade física. Ele descreve como exercícios adaptados ajudam na mobilidade, autoestima e bem-estar, reforçando o papel essencial do educador físico no envelhecimento saudável.

Redação: Alex Santana - Mtb 33023 / SP

Edição, Diagramação e Produção: AS Comunicação

Neste Natal, que a paz, o amor e as conexões verdadeiras se espalhem por todos os lares, especialmente entre aqueles que, com sabedoria e experiência, nos ensinam sobre a vida.

Que o Ano Novo traga saúde, prosperidade e novas oportunidades para todos, com ênfase na construção de uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para a população idosa.

Boas festas!

GERONTO

Envelhecer com dignidade: como será a pessoa idosa de 2025 e o papel transformador da Gerontologia

Kátia Martins Gerontóloga, especialista em Estimulação Cognitiva em Idosos e Adultos

Asociedade está em constante evolução, e com ela, a maneira como entendemos o envelhecimento. As previsões indicam que, até 2025, o número de pessoas idosas no mundo aumentará substancialmente, desafiando preconceitos, estigmas e a visão antiquada sobre a velhice. As novas gerações de pessoas idosas, que já fazem parte do cenário social, estão mais ativas, saudáveis e determinadas a contestar os conceitos ultrapassados sobre o envelhecimento. Para que esses indivíduos possam desfrutar de uma velhice digna, saudável e plena, é essencial compreender suas necessidades e comportamentos, contando com o suporte dos profissionais da gerontologia.

O Estigma do Envelhecimento: um conceito engessado

Durante muito tempo, a velhice foi associada a fraqueza, dependência e declínio. Esse conceito estigmatizado não reflete a realidade de muitas pessoas idosas contemporâneas, que continuam a desempenhar papéis ativos na sociedade, na família e no mercado de trabalho. A visão tradicional de envelhecimento está sendo gradualmente substituída por um olhar mais plural e realista sobre a terceira idade. Ao invés de uma fase de “decadência”, o envelhecimento pode ser compreendido como um período de continuidade de vida, repleto de possibilidades e novas experiências.

No Brasil, essa concepção ultrapassada sobre o envelhecimento também está sendo desafiada, embora o estigma ainda persista em várias áreas. A população idosa brasileira, cada vez mais bem informada e conectada, está mostrando que envelhecer não é sinônimo de declínio, mas sim uma fase de reinvenção, aprendizagem e descoberta. Apesar de avanços, a mudança de mentalidade em relação à velhice ainda é um desafio

O envelhecimento de forma consciente

Envelhecer com qualidade de vida não significa apenas viver mais, mas viver melhor.

A nova geração de 60+ será marcada por uma busca ativa por saúde física e mental, bem-estar social e inclusão. O envelhecimento correto envolve cuidados com o corpo e a mente, mas também com as relações interpessoais e com o ambiente. Ser uma pessoa idosa em 2025 será um reflexo de uma vida ativa, de escolhas conscientes e de adaptação às novas condições da longevidade. Envelhecer não é sinônimo de decadência, mas de transformação e reaproveitamento de habilidades e potencialidades.

No Brasil, as políticas públicas de envelhecimento têm avançado, mas ainda são insuficientes para atender a todas as necessidades da população idosa. O conceito de envelhecimento ativo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem ganhado força, mas seu alcance no país é desigual. Muitos indivíduos enfrentam barreiras como o acesso limitado a serviços de saúde, transporte público inadequado e falta de espaços públicos inclusivos. As questões de acessibilidade e mobilidade ainda são grandes desafios, especialmente em áreas rurais e nas periferias das grandes cidades.

O conceito de envelhecimento ativo, conforme a OMS, sugere que as pessoas idosas possam continuar a participar de diversas atividades sociais, culturais e econômicas, mantendo sua autonomia e saúde. A promoção de um envelhecimento bem-sucedido depende do desenvolvimento de políticas públicas e programas de saúde que incentivem a participação social e a inclusão dos sexagenários em to-

das as esferas da vida. Em países como o Brasil, um modelo de envelhecimento ativo deve ser cada vez mais priorizado, proporcionando não apenas cuidados de saúde, mas também acesso a atividades culturais, educação e um ambiente que favoreça o envelhecimento com dignidade.

Os novos 60: Ativos e Empoderados O perfil dos "novos 60" é muito diferente do que se imaginava nas gerações anteriores.

Aqueles que chegam aos 60 anos em 2025 não são mais vistos como aposentados ou pessoas que se retiram da vida social. Pelo contrário, eles são pessoas que continuam a ser ativas, engajadas e dinâmicas. Muitos estão ainda no mercado de trabalho, desenvolvendo novos projetos, investindo em empreendimentos próprios ou mantendo uma vida profissional de longo prazo. Eles têm mais acesso à educação e se beneficiam de tecnologias digitais, o que os torna mais conectados ao mundo e capazes de explorar novas oportunidades.

Além disso, a saúde física e mental dessa nova geração de pessoas idosas é um reflexo dos avanços no acesso a cuidados médicos, nutrição e práticas de bem-estar.

Muitos praticam exercícios físicos regularmente, têm consciência sobre alimentação saudável e se preocupam com a manutenção da saúde mental. A prática de atividades como yoga, caminhada, meditação e até viagens têm se tornado comuns entre os 60 anos mais ativos, refletindo uma atitude positiva em relação ao envelhecimento.

No Brasil, esse novo perfil é particularmente notável entre as classes médias e altas, mas é importante destacar que há um movimento crescente para garantir que esses benefícios cheguem a

todas as camadas da população idosa. A busca por conhecimento e por reinvenção, como por exemplo, a retomada dos estudos e a participação em cursos e atividades culturais, tem sido uma constante entre as pessoas de 60 anos ou mais.

Essa geração também se destaca pelo ativismo social e político, participando de movimentos que buscam melhores condições de vida para a terceira idade, com foco em acessibilidade, dignidade e direitos. Muitos se envolvem com a educação de jovens e até mesmo de sexagenários como eles, atuando como mentores ou voluntários em escolas e organizações comunitárias.

Como a Gerontologia Pode Liderar o Novo Envelhecer

A gerontologia, ciência dedicada ao estudo do envelhecimento, tem um papel fundamental em adaptar a sociedade e as políticas públicas para atender às novas demandas dessa população crescente. O gerontólogo, profissional especializado nesse campo, poderá ajudar a combater estigmas, promover a qualidade de vida e criar alternativas que possibilitem o envelhecimento ativo. As novas pessoas idosas de 2025 terão necessidades específicas, incluindo cuidados especializados em saúde, acessibilidade e, sobretudo, apoio psicossocial para que possam continuar participando ativamente da sociedade.

No Brasil, os gerontólogos têm se destacado no desenvolvimento de programas de promoção da saúde, prevenção de doenças crônicas, e na capacitação de cuidadores e profissionais de saúde para melhor atender essa população. Esse profissional será fundamental no combate ao isolamento social, um problema crescente entre as pessoas idosas,

especialmente em áreas com falta de infraestrutura e recursos.

O gerontólogo será o líder em orientações, planos de cuidados e intervenções que promovam a saúde física, mental e social. Além disso, a atuação do gerontólogo será essencial para sensibilizar a sociedade sobre as reais necessidades dos 60+ e para promover um envelhecimento mais justo e igualitário.

Estimativas para as pessoas idosas em 2025 no Brasil

As estimativas para a população idosa no Brasil apontam que, em 2025, cerca de 30% da população terá 60 anos ou mais. Esse aumento será impulsionado pela maior expectativa de vida e pelos avanços na medicina, mas também trará desafios para o sistema de saúde e para a sociedade em geral. A prevalência de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares, exigirá um fortalecimento das políticas públicas de saúde, com foco na prevenção e no tratamento adequado.

Além disso, a população idosa brasileira será cada vez mais diversificada, com um número crescente de indivíduos ativos, trabalhando, estudando e contribuindo para a sociedade de várias maneiras. Isso exigirá uma adaptação das estruturas de trabalho, com políticas que incentivem a permanência de pessoas idosas no mercado de trabalho, e uma reavaliação dos modelos de aposentadoria e de seguridade social.

Para que esse envelhecimento ativo seja possível, é necessário que o Brasil invista em políticas de inclusão digital, educação contínua e adaptações nas infraestruturas urbanas, para garantir a acessibilidade e a participação social das pessoas idosas.

Enfim....

A forma como veremos o envelhecimento nos próximos anos será profundamente influenciada pela evolução da sociedade e pelo papel fundamental dos profissionais da gerontologia. O envelhecimento de 2025 não será uma extensão do envelhecimento do passado, mas uma nova fase da vida que exige respeito, reconhecimento e apoio. Combatendo estigmas, promovendo a inclusão e oferecendo recursos e cuidados adequados, as novas pessoas idosas terão uma vida plena e satisfatória, desafiando as limitações que muitas vezes foram impostas ao envelhecer.

A gerontologia e o gerontólogo, com seu vasto conhecimento e capacidade de intervenção, serão peças-chave para liderar esse novo envelhecer, garantindo que a velhice seja um período de conquista e não de declínio. O futuro do envelhecimento dependerá da nossa capacidade de integrar as pessoas idosas de forma digna, ativa e saudável, adaptando o mundo para que todos possam envelhecer com qualidade.

No Brasil, isso é especialmente importante, pois o país ainda enfrenta muitos desafios, mas também tem um enorme potencial para transformar a vida de seus sexagenários,permitindo que eles vivam com mais saúde, dignidade e participação social.

Em 2025, o Brasil verá sua população idosa como exemplo de sabedoria, força e vitalidade, com um envelhecimento ativo e digno, onde cada geração contribui para uma sociedade mais inclusiva e cheia de oportunidades para todos. Esse é o meu desejo de ano novo, um país que celebra o envelhecer da mesma forma que o nascer.

Feliz Natal e um ótimo 2025 para todos nós... Saiba mais sobre Kátia Martins em https://www.instagram.com/ stories/gerontologakatiamartins/

Pessoas Idosas, Natal e Ano Novo

Com o final do ano muitas emoções, questionamentos, lembranças etc. permeiam o inconsciente coletivo. Não é diferente com as pessoas idosas.

Nesta época do ano ao mesmo tempo em que muitos estão eufóricos já em contagem regressiva outros estão ansiosos, outros estão tentando resolver pendências e muitos devido ás contingências da vida nem pensando nestas festividades estão.

Quando esta época é observada da ótica do idoso este carrossel de sentimentos vem com tintas mais fortes. Á medida que a idade avança a pessoa idosa deixa de ser a provedora de todos os preparativos. Independente de classe social, credo, raça este papel passa a ser dos seus descendentes e os mesmos ficam em sua maioria colocados ¨no canto da sala¨, isso quando estão incluídos nos festejos.

Essas palavras podem soar exageradas, só que infelizmente é a realidade de muitos idosos. As pessoas acham que basta uma visitinha, e quando fazem... um presentinho e está tudo certo.

O que ocorre é que do mesmo modo que nós ficamos envolvidos nesta atmosfera nossos idosos também ficam, a menos que vivam isolados do mundo. E não estou aqui sendo demagoga.

Vários idosos devido á sua condição de saúde não têm conseguem de participar das reuniões familiares, acompanharem o horário dos festejos e até mesmo se alimentarem com os mesmos pratos do cardápio da época.

Gerontóloga, Pós-graduanda em Psicogerontologia

O que estou trazendo aqui é a forma como nos posicionamos diante das pessoas idosas. E essas festividades são só um exemplo de quão necessário repensarmos a maneira que estão inseridas esta parcela da sociedade na vida cotidiana. Qual nossa contribuição para mudar essa cultura de que por ter idade avançada à pessoa não é mais um integrante tão participativo quanto os mais jovens. Essa inclusão deve ser uma bandeira urgente. Todos respeitando suas limitações devem de forma razoável participar de todo contexto social, cultural, religioso, político. Ninguém dever ser colocado á margem.

Essa época em questão é tão singular que devido à ansiedade, solidão, sensação de abandono afeta inclusive a imunidade e em alguns casos ocorre um aumento de adoecimento e até de hospitalização.

Se fazer presente da forma que é possível! Manter a pessoa idosa inserida neste contexto de festas reforça sua saúde emocional, o se sentir pertencente traz sensação de bem-estar, energia vital do idoso.

Principalmente o Natal que tem esse poder de nos trazer lembranças do passado, familiares, uma nostalgia que paira no ar, é uma data onde devemos prestar mais atenção de qual maneira traremos uma sensação de aconchego, de que a pessoa é necessária, imprescindível ao convívio de seu meio. E isso não se resume apenas ao contexto familiar. Também deve ser pensado para as pessoas idosas que já não estão mais no ceio de seu contexto afetivo.

Estamos vivendo o fenômeno do aumento de pessoas 60 mais, a diminuição da taxa de natalidade. As famílias com menos integrantes. Ao menos até os próximos 100, 150 anos creio que o Natal impacte a maioria da humanidade. Daí a necessidade de refletir ainda mais sobre esta questão.

Diante de tantos desafios que a sociedade terá que enfrentar com o aumento de pessoas idosas no mundo, até pode parecer de pequena monta as consequências emocionais e de saúde que a solidão e exclusão no Natal causam em idosos. Afinal é só um momento do calendário que impacta uma parcela considerável e crescente de nossa sociedade.

Aproveito a ocasião e época deste edição desta revista tão necessária para desejar a todos os Gerontólogos, leitores e colaboradores da Geronto+ um Feliz Natal. Que o Menino Jesus renasça em nossos corações trazendo paz, saúde e um 2025 cheio de vitórias e realizações.

Com muito carinho e gratidão por este ano de trocas incríveis recebam um grande abraço virtual, Christianne Strazer. Gerontóloga, pós graduanda em Psicogerontologia

E apaixonada por esta ciência cada vez mais necessária, e principalmente apaixonada por gente!

Saiba mais sobre Christiane Maria Strazer Lima em https://www.instagram.com/oflgerontologia

Christianne Maria Strazer Lima

Festas de Fim de Ano: promovendo o bem-estar e fortalecendo laços com pessoas idosas

Alex Santana Gerontólogo,

Pós-graduado em Saúde Mental, Gestão em Saúde Pública e Privada, Geriatria e Gerontologia, Técnico em Enfermagem e CEO da revista Geronto+

As festas de fim de ano são um período de celebração e reflexão para milhões de famílias ao redor do mundo. As reuniões familiares, seja no Natal, Ano Novo ou outras celebrações, oferecem uma oportunidade única para fortalecer os laços afetivos e criar memórias compartilhadas. No entanto, a importância dessas celebrações vai além da simples confraternização. Diversos estudos revelam que o convívio familiar durante esse período pode ter um impacto profundo na saúde mental, emocional e até mesmo física dos indivíduos. A convivência entre gerações é, sem dúvida, um fator essencial para o bem-estar psicológico de todos os membros da família, mas o que os dados estatísticos dizem sobre isso? Quais são os benefícios reais da união familiar durante as festas?

A tradição familiar e a continuidade intergeracional

A celebração das festas de fim de ano tem um valor simbólico importante, especialmente no que diz respeito à continuidade das tradições familiares. Em muitas culturas, esses momentos são encarados como rituais de renovação, onde valores

familiares são passados de geração para geração. As celebrações de fim de ano são fundamentais para fortalecer os laços familiares e reforçar o senso de pertencimento.

Durante esses encontros, as histórias de vida, experiências e tradições são transmitidas, mantendo vivas as memórias familiares e a conexão entre diferentes gerações. Esse processo de passagem de conhecimento não só preserva a história, mas também oferece uma oportunidade para refletir sobre o ano que passou e planejar o futuro.

Reforço dos laços afetivos e a saúde emocional

O convívio familiar durante as festas de fim de ano é um dos principais fatores para o fortalecimento dos laços afetivos entre pais, filhos, avós, tios, netos e outros membros da família. Estudo da **Universidade de Harvard** revela que o apoio social proporcionado pela família tem um impacto direto na redução de níveis de estresse, ansiedade e até depressão. Em um país como o Brasil, onde a família é o principal suporte emocional para muitos, essa relação é essencial para a manutenção da saúde mental.

No contexto das festas, o simples ato de compartilhar momentos de alegria, troca de presentes e a convivência próxima pode criar experiências que favorecem o sentimento de pertencimento e segurança emocional. Esse apoio mútuo, fundamental para o bem-estar, é especialmente importante em um cenário de crescente individualismo nas sociedades urbanas.

A saúde mental e a redução de estresse nas festividades

Em um período marcado por tensões financeiras e sociais, o Natal e o Ano Novo podem ser uma válvula de escape para as famílias que buscam aliviar o estresse do cotidiano. Dados da **Organização Mundial da Saúde (OMS)** indicam que a presença da família em momentos de celebração reduz significativamente os índices de ansiedade e solidão, duas condições frequentemente associadas ao fim de ano. Uma pesquisa conduzida pelo **Instituto de Psicologia da USP** revelou que 67% dos participantes relataram uma melhora significativa no estado emocional após a convivência com familiares durante as festividades.

Para muitas pessoas, as festas de fim de ano oferecem uma pausa do ritmo acelerado da vida cotidiana e uma oportunidade para se reconectar com os entes queridos. Esse tipo de suporte emocional é especialmente importante para as populações mais vulneráveis, como idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A contribuição do apoio social para o bem-estar psicológico

Em diversos momentos da vida, o apoio da família se torna um fator crucial para a saúde mental, e as festas de fim de ano são uma excelente oportunidade para reforçar esse suporte. A pesquisa realizada pelo **Centro de Estudos de Gerontologia da Universidade de São Paulo** indica que 72% dos idosos que passam o fim de ano com a família reportam uma melhoria no seu estado psicológico e emocional, com redução nos índices de solidão e aumento na satisfação com a vida.

Além disso, a celebração em família é um fator de proteção contra o estresse e a ansiedade, proporcionando um ambiente acolhedor e de apoio. A participação ativa em festas e encontros também pode ajudar os mais velhos a se sentirem valorizados e parte integrante da dinâmica familiar, o que contribui para uma melhor qualidade de vida.

Implicações sociais e econômicas das festividades de fim de ano

Embora as festas de fim de ano envolvam gastos financeiros com presentes, viagens e alimentação, elas também podem ter um efeito positivo nas relações sociais e no apoio econômico entre os membros da família. Em um estudo conduzido pela **Fundação Getúlio Vargas (FGV)**, foi constatado que, em muitas famílias, a divisão de custos para a celebração de fim de ano ajuda a aliviar as dificuldades econômicas de alguns membros. Essa cooperação não só reforça os laços familiares, mas também cria uma rede de apoio social que beneficia todos os envolvidos.

A preparação conjunta de refeições e o compartilhamento de presentes

também fortalecem o sentido de comunidade, onde o coletivo prevalece sobre o individualismo, contribuindo para o bem-estar de todos os membros da família.

Celebrando a diversidade familiar e a aceitação intergeracional

A diversidade familiar é um aspecto importante das festas de fim de ano. Cada membro da família traz consigo um conjunto único de histórias, valores e experiências, o que torna as celebrações uma oportunidade de aprendizado mútuo. Em uma pesquisa sobre diversidade familiar realizada pelo **Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)**, 68% das famílias brasileiras afirmaram que as festas de fim de ano são uma excelente oportunidade para promover o respeito e a aceitação das diferenças geracionais e culturais dentro da família.

Esses momentos de convivência intergeracional ajudam a promover a compreensão mútua e a inclusão, o que resulta em relações mais harmoniosas e solidárias entre os membros da família.

Impacto nas crianças e jovens: educação familiar e transmissão de valores

As festas de fim de ano têm um impacto positivo no desenvolvimento das crianças e jovens. Durante essas celebrações, eles têm a chance de aprender mais sobre suas raízes familiares e culturais, além de adquirir valiosas lições de vida com os membros mais velhos, como avós, tios e pais. Estudos da **Fundação Abrinq** apontam que 74% das crianças que participam de encontros familiares nas festas de fim de ano se sentem mais seguras emocionalmente e desenvolvem uma maior compreensão sobre os valores da família.

Além disso, o convívio com avós e outros familiares mais velhos é uma oportunidade para as crianças aprenderem sobre respeito, empatia e solidariedade, criando uma base sólida para o desenvolvimento de suas próprias habilidades sociais e emocionais.

Convivência familiar como prevenção de conflitos e melhora na comunicação

As festas de fim de ano também servem como um espaço para resolver e atenuar conflitos familiares. A convivência em um ambiente descontraído e de celebração favorece a comunicação aberta e o entendimento mútuo, o que pode ser fundamental para a resolução de desentendimentos. Segundo uma pesquisa realizada pela **Universidade de São Paulo**, 59% das famílias brasileiras acreditam que as festas de fim de ano são momentos cruciais para reatar laços e resolver conflitos passados, promovendo um ambiente mais saudável e harmonioso.

Este processo de resolução de conflitos durante as festas pode ter efeitos duradouros, ajudando a promover a paz e a coesão dentro da família.

Os Desafios das Festas de Fim de Ano: Quando a Convivência Familiar Pode se Tornar Tensa**

Embora as festas de fim de ano sejam, em sua maioria, momentos de alegria e união, é importante reconhecer que também podem ser desafiadoras para muitas famílias. Conflitos não resolvidos, expectativas não atendidas e até questões emocionais complexas podem surgir durante essas celebrações. Estudo realizado pela **Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)** aponta que cerca de 22% das famílias brasileiras relatam tensões durante as festividades de fim de ano, muitas vezes ligadas à convivência forçada em grandes reuniões familiares. Para algumas pessoas, o retorno à casa dos pais ou o reencontro com parentes pode trazer à tona velhos conflitos não resolvidos, seja em relação à educação dos filhos, questões financeiras ou mesmo a diferença de valores e estilos de vida entre os membros da família.

Esses conflitos podem afetar negativamente a saúde emocional dos envolvidos, contribuindo para níveis elevados de estresse e até para um sentimento de desconforto. É fundamental que, ao vivenciar esses momentos, a família esteja disposta a trabalhar a comunicação de forma

empática, buscando resolver diferenças de maneira construtiva. A chave para evitar que esses momentos de tensão se tornem situações prejudiciais é garantir um espaço seguro de diálogo, onde as emoções possam ser expressadas sem julgamentos.

A inclusão das pessoas idosas nas festas de Fim de Ano: benefícios para a Saúde Mental e física

A inclusão da pessoa idosa nas celebrações de fim de ano é particularmente importante, uma vez que o isolamento social tem efeitos negativos comprovados sobre a saúde mental e física, principalmente na terceira idade. Dados do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon indicam que 29% das pessoas idosas brasileiras relatam solidão durante as festas de fim de ano, uma vez que muitos não têm com quem compartilhar esses momentos. A solidão é um fator de risco para várias condições de saúde, incluindo depressão, hipertensão e doenças cardiovasculares, conforme indica a Organização Mundial da Saúde (OMS)

O envolvimento da população idosa nas celebrações familiares pode ter um impacto positivo não só na saúde mental, como também no fortalecimento de sua autoestima e na percepção de um papel ativo dentro da família. Participar das festividades de fim de ano proporciona as pessoas idosas uma sensação de pertencimento e relevância, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades para interações significativas com filhos, netos e outros familiares. Além disso, esses encontros podem ser uma chance para que compartilhem suas sabedorias e experiências de vida, ensinando as gerações mais jovens sobre suas tradições familiares e culturais.

Festas de Fim de Ano: o papel das tradições culturais e religiosas

Outro aspecto relevante das festas de fim de ano são as atividades e tradições que as acompanham. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que, no Brasil, mais de 80% das famílias partici -

pam de alguma atividade cultural ou religiosa durante esse período. Seja na ceia de Natal, no culto religioso de Ano Novo ou nas festividades de outras celebrações, essas práticas proporcionam uma sensação de unidade, pertencimento e continuidade cultural. As tradições, como o ato de compartilhar uma refeição, cantar músicas típicas ou até mesmo a troca de presentes, reforçam os laços familiares e criam memórias afetivas duradouras.

Além disso, o envolvimento nas tradições pode ter efeitos benéficos para o bem-estar psicológico, uma vez que elas oferecem uma sensação de previsibilidade e segurança, fatores importantes para a saúde mental. A repetição de atividades significativas ao longo dos anos cria um senso de estabilidade emocional, permitindo que as pessoas se sintam mais conectadas e seguras em suas relações familiares.

O efeito das Festas de Fim de Ano nas relações conjugais e parentesco

O impacto das festas de fim de ano nas relações conjugais também merece destaque. Para casais, esse período pode ser tanto uma oportunidade de fortalecimento do vínculo afetivo quanto um momento de tensão.

Quando se trata de parentes, o reencontro pode ser uma oportunidade de aprofundar vínculos, mas também pode despertar antigas tensões. A convivência prolongada com familiares distantes pode exigir paciência e compreensão mútua, e a maneira como essas interações são conduzidas pode ter um grande impacto na harmonia familiar.

O Papel dos Avós nas Festas de Fim de Ano: contribuição para a estabilidade familiar

A presença de avós nas festas de fim de ano não é apenas uma questão de tradição, mas também uma maneira fundamental de promover a estabilidade e a continuidade familiar. Para muitos jovens, a convivência com os avós durante as festas de fim de ano é uma experiência formado -

ra, permitindo uma maior compreensão das raízes e da história familiar. Além disso, o envolvimento dos avós nas festividades também é benéfico para eles, que, muitas vezes, experimentam uma sensação de renovação e vitalidade ao estarem cercados de seus filhos e netos.

Os avós desempenham um papel fundamental na transmissão de valores, na mediação de conflitos familiares e na manutenção da coesão entre as gerações. Muitas vezes, suas histórias e conselhos oferecem uma perspectiva valiosa, proporcionando uma base sólida para que as gerações mais jovens enfrentem os desafios da vida com mais confiança e resiliência.

O Valor das Festas de Fim de Ano para a Família e a Sociedade

Ao refletirmos sobre o impacto das festas de fim de ano nas famílias, é importante reconhecer que esses momentos, além de promoverem a alegria e a celebração, também têm um efeito profundo no fortalecimento das relações familiares e na saúde emocional de todos os envolvidos. As festas de fim de ano têm o potencial de melhorar o bem-estar psicológico, reduzir o estresse e promover uma maior coesão familiar.

Embora os desafios e as tensões possam surgir, o valor de compartilhar esses momentos com os entes queridos é incomparável. O reforço dos laços afetivos, a transmissão de valores entre gerações e a promoção de um ambiente de apoio social são aspectos fundamentais que não apenas enriquecem as festividades, mas também contribuem para o fortalecimento de uma sociedade mais empática, coesa e saudável.

Em um mundo cada vez mais agitado e individualista, as festas de fim de ano se apresentam como um lembrete de que, acima de tudo, o que realmente importa são os laços de afeto, o cuidado com os outros e a celebração das relações humanas.

Saiba mais sobre Alex Santana em https://www.instagram.com/ alexsantanapinda/

Como proteger a população idosa do calor intenso do Verão

Com o avanço das mudanças climáticas, os períodos de calor extremo se tornam cada vez mais frequentes, representando um risco significativo para a saúde de populações mais vulneráveis, especialmente as pessoas idosas.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira acima de 60 anos continua a crescer, representando uma parte significativa da sociedade, o que torna ainda mais urgente a necessidade de proteção dessa faixa etária contra os efeitos do calor intenso.

No Brasil, a população idosa está em constante crescimento e, em 2022, já ultrapassava os 32 milhões de pessoas, conforme estimativas do IBGE. Isso significa que a quantidade de pessoas suscetíveis ao calor e suas complicações de saúde continua a aumentar.

O corpo da pessoa idosa e o impacto do calor excessivo

À medida que envelhecemos, o corpo humano passa por uma série de alterações fisiológicas que afetam a capacidade de se adaptar a variações extremas de temperatura. Nas pessoas idosas, a termorregulação – a capacidade do corpo de regular sua temperatura interna – se torna menos eficiente devido à diminuição da resposta dos mecanismos naturais, como a transpiração. A redução da capacidade de suar e a sensação de sede menos pronunciada são alguns dos fatores que dificultam a manutenção da temperatura corporal em níveis seguros.

Além disso, o envelhecimento também está associado a um aumento da vulnerabilidade a doenças crônicas, como hipertensão, doenças cardiovasculares e respiratórias,

que podem ser exacerbadas pelo calor intenso. Para a terceira idade, as ondas de calor são um fator de risco adicional, pois o calor extremo pode resultar em desidratação severa, sobrecarga cardíaca, insolação e até mesmo em complicações renais.

O corpo da pessoa idosa também apresenta uma maior propensão a sofrer de hipernatremia, condição associada ao aumento da concentração de sódio no sangue devido à desidratação. Essa condição pode causar sintomas como confusão mental, agitação, fraqueza muscular e até coma. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que a população idosa pode não perceber os sinais precoces de desidratação ou de insolação, o que torna a identificação precoce e o tratamento rápido ainda mais críticos.

Estatísticas de hospitalizações e mortes relacionadas ao calor

Os efeitos adversos do calor intenso sobre a saúde da população idosa é amplamente documentada em estudos sobre hospitalizações e taxas de mortalidade. Durante as ondas de calor de 2022, o Brasil registrou um aumento significativo nas hospitalizações devido a doenças relacionadas ao calor, como desidratação, insuficiência renal aguda, AVEs (acidente vascular encefálico) e doenças cardíacas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 12% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS) durante os picos de calor em 2022 foram atribuídas diretamente a complicações causadas pelo calor excessivo.

A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 30% nas internações de pessoas idosas com doenças cardíacas e respira -

tórias durante as ondas de calor no verão de 2022. No estado do Rio de Janeiro, as internações por desidratação aumentaram em 20% no mesmo período, com a maior parte das vítimas sendo pessoas idosas que vivem em áreas mais periféricas e com menos acesso à assistência médica e serviços de prevenção.

Estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) indicam que a mortalidade entre população idosa devido ao calor pode ser três vezes mais alta do que entre as pessoas mais jovens, especialmente durante ondas de calor prolongadas. A pesquisa sugere que o impacto do calor nas taxas de mortalidade de pessoas idosas é significativamente maior em áreas de maior vulnerabilidade social, onde as condições de moradia e o acesso a serviços médicos de qualidade são limitados.

Prevenção: estratégias para proteger pessoas idosas durante o Verão

A prevenção de complicações relacionadas ao calor exige uma abordagem multifacetada que envolve o fortalecimento da educação sobre os riscos, a melhoria das condições de vida da terceira idades e a implementação de práticas de cuidados adequados.

1. Hidratação e alimentação Adequada

A hidratação é um dos pilares mais importantes para a prevenção dos efeitos do calor. A população idosa deve ser incentivada a consumir líquidos regularmente, mesmo que não sinta sede. A ingestão de líquidos deve ser feita de forma gradual ao longo do dia, preferencialmente em pequenas quantidades. Além da água, sucos naturais, água de coco e bebidas isotônicas são recomendados para repor os eletrólitos perdidos com o suor.

Uma alimentação rica em frutas e vegetais frescos, que são naturalmente ricos em água, também ajuda na hidratação. Alimentos como melancia, abacaxi, pepino e laranja, além de promoverem a hidratação, fornecem vitaminas e minerais essenciais para a manutenção da saúde. A dieta também deve ser leve e de fácil digestão, evitando alimentos pesados e ricos em gordura, que dificultam a digestão e sobrecarregam o sistema cardiovascular.

Estudos indicam que a ingestão de alimentos ricos em potássio, como bananas, abacates e tomates, pode ajudar a reduzir o risco de complicações cardíacas associadas ao calor. A reposição de eletrólitos é crucial para evitar desequilíbrios que podem levar a problemas sérios, como arritmias cardíacas.

2. Cuidados Ambientais e de Habitação

Durante o verão, é fundamental garantir que pessoas idosas tenham acesso a ambientes frescos e ventilados. A instalação de ventiladores, ar-condicionado ou o uso de cortinas que bloqueiem a luz solar direta pode ajudar a manter a temperatura interna das residências mais amena. O uso de roupas leves e de cores claras também ajuda a minimizar o impacto do calor.

No caso da terceira idade que vive em regiões com altas temperaturas constantes, as políticas públicas podem se tornar um fator essencial. Em algumas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, programas como a distribuição de ventiladores e a instalação de sistemas de resfriamento em áreas públicas têm mostrado eficácia na proteção da população idosa. Além disso, a criação de espaços de resfriamento, como centros comunitários refrigerados, como já acontece em algumas cidades, pode oferecer um local seguro para pessoas idosas se refugiarem durante os períodos de calor extremo.

Monitoramento e acompanhamento médico da Saúde

A monitoração contínua da saúde da pessoa idosa, especialmente durante o verão, é vital. A visita regular a profissionais de saúde, como médicos, nutricionistas, enfermeiros, com o apoio de gerontólogos ajuda a identificar precocemente problemas relacionados ao calor, como desidratação ou doenças cardiovasculares.

A realização de exames médicos periódicos pode evitar complicações mais sérias e ajudar a ajustar tratamentos para condições preexistentes, como hipertensão e diabetes.

De acordo com especialistas da área de gerontologia, é fundamental que as famílias e cuidadores estejam

atentos aos sinais de alerta, como tonturas, cansaço excessivo, confusão mental e fraqueza, que podem indicar desidratação ou insolação.

O Papel das Autoridades e Ações Públicas de Prevenção

O governo e as autoridades de saúde pública desempenham um papel essencial na criação de condições que protejam a saúde da pessoas idosas durante o calor intenso. Desde 2021, o governo de São Paulo implementou o programa “Idoso Saudável”, que oferece orientação, distribuição de ventiladores e até mesmo um sistema de transporte gratuito para as pessoas idosas se dirigirem aos centros de saúde e espaços de resfriamento.

Além disso, muitas cidades têm investido em campanhas educativas para alertar a população idosa sobre a importância da hidratação e dos cuidados necessários durante o calor. A conscientização sobre os sinais de risco e a necessidade de agir rapidamente quando esses sinais aparecem é fundamental para reduzir a mortalidade e as complicações durante o verão.

O caminho para um cuidado eficaz e sustentável

Diante do aumento das temperaturas e da crescente população idosa no Brasil, a proteção durante os períodos de calor extremo precisa ser uma prioridade nacional. A combinação de cuidados preventivos, como a hidratação adequada, alimentação balanceada, monitoramento médico contínuo e melhorias nas condições de habitação, é crucial para evitar complicações relacionadas ao calor.

Ao adotar estratégias integradas que envolvem não apenas os familiares, mas também os profissionais de saúde, autoridades públicas e comunidades, será possível mitigar os impactos negativos do calor na saúde da terceira idade, promovendo um envelhecimento saudável e seguro. A ação conjunta e eficaz pode transformar esse desafio em uma oportunidade para criar um Brasil mais justo, solidário e atento às necessidades da população idosa.

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APRENDIZADO

A comunicação com paciente com Alzheimer: linguagem e emoção

Leila Ecard

Graduanda em Gerontologia, Cuidadora integral de Margarida com Alzheimer há quase 10 anos

Comunicar-se com alguém que tem Alzheimer exige um tipo especial de paciência e resiliência. Às vezes, pode parecer que nada está funcionando, que o esforço de explicar, repetir ou esperar não está surtindo efeito.

Nessas horas, lembre-se: mesmo quando a pessoa não responde da forma que você espera, ela sente a sua presença, o seu cuidado e a sua intenção.

É fundamental também cuidar de si. Tirar um tempo para respirar, buscar apoio em grupos de cuidadores e compartilhar suas experiências faz toda a diferença.

Quando você está bem, consegue oferecer o melhor para quem está ao seu lado.

PEQUENOS GESTOS, GRANDES IMPACTOS!

A comunicação com pessoas com Alzheimer é construída em pequenos gestos que tocam o coração.

Por exemplo:

Ao ajudá-la a se vestir, escolha as roupas junto com ela. Mostre duas opções e pergunte qual ela prefere, mesmo que a resposta não seja verbal. O simples ato de incluí-la nessa decisão reforça a sensação de autonomia.

Durante as refeições, fale sobre os alimentos, suas cores e sabores. Dizer: “Esse bolo é o seu preferido, lembra?” pode despertar uma memória feliz, mesmo que breve.

Outra estratégia é criar rituais de conexão. Pode ser algo tão simples quanto começar o dia com uma oração ou uma música favorita. Essas rotinas trazem segurança e ajudam a fortalecer a relação.

Um Final Repleto de Significado

No final das contas, a comunicação com um querido com Alzheimer não é sobre o que é dito, mas sobre como é sentido. É sobre os momentos de presença plena, os sorrisos trocados e os olhares que dizem mais do que mil palavras.

Seja na alegria de uma memória despertada ou na tranquilidade de um toque reconfortante, cada interação é uma oportunidade de criar um momento especial. Comunicar-se com amor é o maior presente que podemos oferecer a quem vive com Alzheimer.

E lembre-se: mesmo quando as palavras se perdem, a emoção fica. O coração sempre sabe como encontrar o caminho.

Alguns estudos científicos relevantes que podem ser úteis para você explorar a linguagem corporal e a emoção em pessoas idosas com Alzheimer:

1. Linguagem Corporal e Comunicação Não-Verbal:

Um artigo publicado na SciELO aborda a importância da comunicação não-verbal, especialmente em contextos de saúde. Ele destaca que expressões corporais, gestos e posturas desempenham um papel crucial na comunicação com pessoas idosas, incluindo aqueles com Alzheimer. A cinésica (linguagem corporal) é vista como essencial para decodificar mensagens em interações profissionais e pessoais, permitindo compreender melhor as emoções muitas vezes não expressas verbalmente.

Mais detalhes:

https://www.scielo.br/j/rlae/a/ tDnHtdjX3DGwKb8TMCLPJCq/

2. Percepção de Expressões Emocionais:

Outro estudo investiga como a doença de Alzheimer afeta o reconhecimento de expressões faciais emocionais. Ele mostra que idosos com Alzheimer podem ter dificuldades em reconhecer emoções como alegria e tristeza, relacionadas a alterações no sistema emocional do cérebro. O artigo sugere que a preservação parcial dessas habilidades pode ser explorada para criar formas de comunicação mais significativas.

Leia mais em:

https://www.scielo.br/j/prc/a/ SWwx9KjtSQ8NdfKtKFZ8WQg/

3. Estratégias de Comunicação com Idosos com Demência:

Uma revisão sistemática avalia as estratégias utilizadas por cuidadores para melhorar a comunicação com idosos com demência. Entre as práticas destacadas estão ajustes no ambiente para reduzir a agitação e o uso de apoio verbal e não-verbal. Essas estratégias ajudam a interpretar sinais emocionais e reduzir comportamentos desafiadores.

Mais informações estão disponíveis em:

https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/8q5hFkK5Z3t4YHTcMYtTpDF/

Esses artigos podem fornecer insights valiosos sobre como a linguagem corporal e as emoções podem ser abordadas em interações com idosos com Alzheimer. Recomendo ler os textos completos para explorar essas perspectivas em maior profundidade.

Saiba mais sobre Leila Ecard em https://www.instagram.com/ leilaecard/

e sobre https://www.instagram. com/margaridinhaecard/

Reinventando a vida profissional após os 50 anos

Alongevidade está transformando o mercado de trabalho, abrindo espaço para profissionais mais velhos e exigindo novas formas de se adaptar as mudanças de um mundo cada vez integrado em tecnologias inovadoras. Com isso é preciso se atualizar e se reinventar para adquirir habilidades se quiser se integrar a essa nova fase.

Mas nem tudo é fácil existe um importante caminho a ser percorrido para combater o Etarismo e a discriminação por conta da idade. Segundo Já Morris Litvak CEO fundador da Maturi, maior empresa brasileira focada em recolocação e desenvolvimento profissional " O Etarismo é embasado em um estereótipo de realidade que não é mais nossa em 30 anos a sociedade Brasileira mudou muito.

MINHA TRANSIÇÃO

Aos 44 anos decidi me atualizar para entrar no mercado de trabalho, fiz um curso profissionalizante e depois de várias tentativas e entrevistas fui contratada para trabalhar numa multinacional. Só que eu era uma das que tinha mais idade e isso me exigiu competência e esforço pois precisava me destacar. Com o passar do tempo fui adquirindo experiências e me destacando, só que com a mudança de liderança foi ficando estressante e já não tinha mais o entusiasmo, ouve demissões e isso sobrecarregou os que ficaram, pedi demissão pois não tinha mais qualidade de vida. Novamente desempregada saberia que não seria fácil me recolocar no mercado de trabalho pois agora já tinha 50 anos.

Comecei a pensar em seguir uma nova trajetória profissional, mas

a decisão não foi fácil. Foi um processo de reflexão dúvidas e medos. Será que vou conseguir? Não estou velha demais? E mesmo receosa pesquisava sobre fazer uma faculdade e nessas pesquisas me identifiquei com a área da Gerontologia.

O RETORNO AOS ESTUDOS

Enfrentei a tela do computador para mexer em uma plataforma totalmente nova para mim, tive rotinas de estudos, pesquisas, livros, professores, provas, metas ,muitas vezes pensei em desistir sentia que as pessoas não levavam a sério a minha transição de carreira.

Com o aprofundamento das pesquisas percebi que a Gerontologia me ensinou conceitos sobre a área do envelhecimento com ênfase em potencialidades e qualidades que justamente é nessa fase de vida que estamos prontos para recomeços e descobertas incríveis.

MOMENTOS MARCANTES

Um dos momentos mais marcantes foi onde comecei a compartilhar o que estava aprendendo, seja em pequenos grupos, entre amigos ou em palestras onde me davam oportunidade de falar. Percebi que essa graduação trazia es-

Alciony Silva Gerontóloga, especialista em Envelhecimento Saudável

perança e qualidade de vida e está experiência me incentivou a seguir em frente na certeza que estava no caminho certo.

HOJE UMA NOVA VERSÃO DE MIM

Hoje olho para trás e vejo como essa graduação mudou o meu modo de pensar é agir, nessa trajetória tive a oportunidade de participar de Seminários um deles foi na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Participei de eventos, um deles no Predio do Ministério Público do Rio de Janeiro e também de palestra na casa de Cultura, Arte e Longevidade. Quem quiser saber mais da uma passadinha no meu Instagram @Alcionysilva7.

Por fim para o ano que se inicia quero fazer pós graduação pois é só o começo de uma grande trajetória.

Aos 50 anos ainda há muitas páginas em branco para escrever por isso siga em frente e faça sua própria história.

Agradeço pela oportunidade de está relatando minha história de vida, nessa grande e maravilhosa revista.

Saiba mais sobre Alciony Silva em https://www.instagram.com/ alcionysilva7/

Adriana Silva Graduada em Gestão de Pessoas, em Terapias Integrativas e Gerontologia. Pós Graduanda em Naturopatia

QUALIDADE DE VIDA

Gerontologia e Terapias Integrativas: a sinergia para o envelhecimento saudável

Oenvelhecimento populacional é uma realidade global, trazendo consigo desafios e também oportunidades. No Brasil, onde a população idosa hoje ultrapassa os 37 milhões, cresce a busca por estratégias que promovam um envelhecimento ativo e saudável. A Gerontologia, ciência dedicada ao estudo do

envelhecimento, encontra nas Terapias Integrativas também conhecidas como PICS, uma grande aliada para melhorar a qualidade de vida em todas as fases do envelhecimento.

As PICS são abordagens terapêuticas que têm como objetivo maior prevenir,

promover e recuperar a saúde diante dos agravos em todas as fases da vida de forma não invasiva e natural, enfatiza a escuta acolhedora e o despertar do autoconhecimento, e conecta o ser humano ao meio ambiente e a diversidade da sociedade entre diferentes culturas e gerações.

As Terapias Integrativas são práticas aprovadas e reconhecidas pela OMS, e no Brasil pelo Ministério da Saúde, e atualmente são aprovadas 29 práticas.

Terapias como a Naturopatia, Fitoterapia, Aromaterapia, Auriculoterapia e Acupuntura, associadas a técnicas de relaxamento como Mindfulness auxiliam no tratamento de sintomas físicos, mentais e emocionais.

Pesquisas apontam que práticas integrativas podem reduzir níveis de depressão, ansiedade, dores crônicas, melhorar a mobilidade, fortalecer o sistema imunológico e inclusive prevenir declínios cognitivos.

De acordo com vários estudos e pesquisas publicadas, terapias como a Acupuntura e Auriculoterapia mostram resultados significativos na redução da dor crônica em idosos, contribuindo para uma maior funcionalidade física e emocional.

Outras pesquisas destacaram os benefícios da Aromaterapia na melhora daqualidade do sono e na redução de sintomas nas síndromes e transtornos comportamentais como por exemplo a Ansiedade, TDAH, TEA, Par-

kinson e Alzheimer entre outras comorbidades, pois age diretamente no nosso sistema imunológico e sistema nervoso central.

A Naturopatia (área a qual eu atuo nas Terapias), vem atuando como uma prática terapêutica natural para promover a homeostase (equilíbrio do nosso organismo) através de associações terapêuticas, podendo auxiliar diretamente no tratamento de condições crônicas como diabetes, hipertensão, fibromialgia, processos inflamatórios ligados a epigenética ou seja ao estilo de vida que é um dos pilares que quando não orientados e tratados podem comprometer o envelhecer com qualidade.

Outra terapia importante é a Arteterapia que comprovadamente em estudos e pesquisas ajudam a criar novas conexões cerebrais, assim como a Musicoterapia ajuda a resgatar memórias e traz relaxamento em episódios de transtornos comportamentais e nos processos avançados de doenças neurodegenerativas.

Recentemente eventos que são direcionados para o Envelhecimento e a Longevidade como Brain on Congress, GeriatRio e Longevidade Expo Fórum,

abordaram temas terapêuticos ligados ao número crescente de pessoas idosas e suas necessidades assistenciais.

Ao integrar as práticas terapêuticas de forma segura é possível não apenas tratar as doenças já existentes, mas também estimular toda a conexão do ser humano proporcionando não somente saúde, como também o bem estar, pois fortalece a abordagem e o cuidado de forma holística e humanizada, que enxerga e avalia o indivíduo como um todo – o físico, mental, ambiental e social, ou seja o olhar biopsicossocial semelhante ao da Gerontologia.

Adotar essas práticas de forma preventiva e personalizada é um passo essencial para promover a longevidade. Com o apoio de profissionais qualificados é possível sim implementar intervenções seguras e eficazes desde que respeitem a individualidade de cada pessoa.

O atendimento Gerontológico associado às Práticas Integrativas transforma-se em uma experiência ativa, autônoma e cheia de vitalidade. É voltar às raízes do conhecimento nos cuidados resgatados da nossa ancestralidade, porém estando em conexão com tempos modernos, e assim assumir uma nova identidade social com consciência de si, e praticar essa consciência diariamente.

Afinal, o envelhecer ativo e saudável que tanto falamos é uma construção diária que precisa começar agora.

Mais sobre Adriana Silva em https://www.instagram.com/ adrianasilva_terapeutageronto/

REFERÊNCIAS

https://doi.org/10.36557/ 2674-8169.2023v5n5p5381-5396. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/35935

https://core.ac.uk/download/ pdf/229059509.pdf

https://rsdjournal.org/index.php/ rsd/article/view/10329

https://dspace.ismt.pt/bitstream/123456789/149/2/ Anexo%20I.pdf

http://musicoterapia.revistademusicoterapia.mus.br/index.php/rbmt/ article/view/216

O papel dos Gerontólogos na conexão e autonomia da terceira Idade

Ainclusão digital da pessoa idosa é um dos maiores desafios e oportunidades da sociedade moderna, onde a tecnologia permeia quase todos os aspectos da vida cotidiana. O acesso à internet e ao uso de dispositivos digitais oferece à população idosa uma chance de ampliar horizontes, de se manter conectada com familiares e amigos, e de acessar uma infinidade de serviços essenciais que promovem a autonomia e qualidade de vida. No entanto, a introdução da tecnologia na vida da pessoa idosa precisa ser realizada com atenção e cautela, considerando suas necessidades e limitações físicas e cognitivas. Nesse contexto, os gerontólogos desempenham um papel essencial, pois são profissionais capacitados a compreender as especificidades do envelhecimento e a adaptar as tecnologias de forma acessível, promovendo uma inclusão digital que respeite os limites e as potencialidades dessa faixa etária.

Este texto explora as oportunidades da inclusão digital da pessoa idosa, o papel crucial dos gerontólogos nesse processo, e os diversos programas nacionais e internacionais que buscam promover a integração da pessoa idosa ao mundo digital, com dados e informações relevantes que ilustram os benefícios e os cuidados que precisam ser tomados nesse processo.

A Importância da Inclusão Digital para a Pessoa Idosa

A inclusão digital da pessoa idosa é uma questão de saúde pública e cidadania. O envelhecimento da população mundial, impulsionado pelo aumento da longevidade, coloca a inclusão digital como uma das principais estratégias para garantir que os idosos possam participar ativamente da sociedade contemporânea. A tecnologia oferece inúmeras vantagens, especialmente para uma população que, muitas

vezes, enfrenta desafios como o isolamento social, limitações físicas e dificuldades no acesso a serviços de saúde e informações.

Entre os principais benefícios da inclusão digital, podemos destacar:

- Acesso a informações de saúde: A pessoa idosa pode acessar conteúdos educativos sobre doenças, tratamentos e cuidados médicos, além de manter contato com profissionais de saúde, facilitando o monitoramento de condições crônicas.

- Redução do isolamento social: As tecnologias de comunicação, como redes sociais e aplicativos de mensagens, permitem que os idosos mantenham contato regular com familiares e amigos, diminuindo a solidão, um dos principais fatores de risco para a saúde mental e emocional na terceira idade.

- Autonomia e independência: O uso de ferramentas digitais permite que a pessoa idosa tenha mais controle sobre sua vida cotidiana, como realizar compras online, agendar compromissos médicos, pagar contas e realizar transações bancárias, sem precisar sair de casa ou depender de outras pessoas.

- Estimulação cognitiva e mental: O aprendizado e o uso contínuo de tecnologias exigem habilidades cognitivas, o que pode ajudar a manter a mente ativa e retardar o declínio cognitivo. Pesquisas indicam que o uso de dispositivos digitais estimula áreas do cérebro relacionadas à memória, concentração e raciocínio.

No entanto, apesar dos benefícios evidentes, a inclusão digital da pessoa idosa também apresenta desafios significativos. Muitos idosos enfrentam dificuldades relacionadas ao aprendizado de

novas tecnologias, especialmente por conta de problemas de visão, audição e mobilidade. Além disso, a falta de experiência prévia com ferramentas digitais pode tornar o processo de adaptação mais desafiador, levando à frustração ou mesmo ao abandono da tecnologia.

O Papel do Gerontólogo na Inclusão Digital da Pessoa Idosa

O gerontólogo é o profissional especializado no estudo do envelhecimento humano e, portanto, é fundamental na promoção de uma inclusão digital responsável e saudável para a pessoa idosa. Seu conhecimento sobre os processos fisiológicos, psicológicos e sociais do envelhecimento torna-o a pessoa ideal para orientar a adaptação das tecnologias às necessidades específicas dessa faixa etária.

O gerontólogo desempenha um papel importante em várias frentes:

- Desenvolvimento de metodologias pedagógicas adaptadas: A pessoa idosa tem necessidades de aprendizado diferentes das de pessoas mais jovens, e o gerontólogo pode adaptar os métodos de ensino de forma que considerem as limitações de memória, percepção e habilidades motoras. Isso pode incluir o uso de interfaces mais simples, aulas em pequenos grupos e a repetição de conceitos até que o aprendizado seja consolidado.

- Treinamento de instrutores e facilitadores: O gerontólogo pode também atuar no treinamento de instrutores e voluntários que trabalham diretamente com a pessoa idosa, capacitando-os para fornecer um aprendizado mais eficaz e empático. Isso envolve a compreensão das barreiras cognitivas e emocionais que a pessoa idosa pode enfrentar, além da necessidade de um ensino gradual e no ritmo do aprendiz.

- Garantir o equilíbrio no uso das tecnologias: Um dos principais desafios do uso de tecnologia entre os idosos é a dependência digital , o que pode levar ao aumento do isolamento social, problemas de saúde (como sedentarismo e fadiga ocular) e dificuldades cognitivas. O gerontólogo, com sua formação em envelhecimento, pode ajudar a equilibrar o uso da tecnologia, incentivando atividades físicas e sociais, além de promover o uso consciente das ferramentas digitais.

- Monitoramento de impactos na saúde: O gerontólogo também tem o papel de monitorar os impactos do uso da tecnologia na saúde mental e física dos idosos. O tempo excessivo em frente a telas, por exemplo, pode causar cansaço visual, estresse e afetar o sono, além de contribuir para a inatividade física. A orientação sobre pausas e atividades complementares é fundamental para garantir que o uso da tecnologia seja saudável e equilibrado.

Programas de Inclusão Digital da Pessoa Idosa no Brasil

Diversos programas e iniciativas têm sido criados no Brasil para promover a inclusão digital da pessoa idosa, com o objetivo de reduzir a exclusão social e garantir o acesso às novas tecnologias. Entre as principais iniciativas, podemos destacar:

1. Programa "Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável" O programa Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável tem como principal objetivo promover a saúde e o bem-estar da pessoa idosa por meio de cursos e oficinas de informática , oferecendo a oportunidade para a terceira idade aprender a utilizar computadores, smartphones e tablets.

Essas atividades ajudam a combater a exclusão digital, promovem a comunicação e permitem o acesso a informações essenciais, além de estimular o aprendizado contínuo, o que é fundamental para a manutenção da saúde mental. Este programa é uma importante ação para a promoção do envelhecimento saudável, com ênfase na qualidade de vida e na participação ativa dos idosos em uma sociedade cada vez mais digital.

2. Inclusão Digital para Idosos

O IDIS (Inclusão Digital para Idosos) é um projeto que oferece cursos gratuitos de inclusão digital , ensinando a pessoa idosa a usar ferramentas como e-mail, redes sociais e a internet em geral. O objetivo do programa é promover o acesso à informação e ao aprendizado digital para a população idosa, incentivando a sua inserção no mundo digital. Além disso, o projeto também promove a interação social, oferecendo um ambiente de aprendizado colaborativo onde os idosos podem compartilhar experiências e superar barreiras tecnológicas juntos.

3. Ação "Internet para Todos"

O programa Internet para Todos , desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil e outras entidades, busca levar acesso à internet para as zonas rurais e periferias urbanas, além de promover o uso responsável da internet, especialmente para a população idosa. A capacitação inclui desde o uso básico de computadores até o aprendizado em redes sociais e ferramentas de comunicação. Este projeto tem como objetivo não apenas ampliar o acesso à tecnologia, mas também garantir que todos, independentemente da localização ou condição social, possam aproveitar os benefícios da internet.

4. Cursos de Informática do SESC

O Serviço Social do Comércio (SESC) oferece diversos cursos de informática e educação digital em várias unidades do Brasil. Esses cursos têm uma abordagem inclusiva, considerando as necessidades específicas da pessoa idosa. São oferecidas aulas presenciais e à distância, com materiais didáticos adaptados para garantir o aprendizado de todos. O SESC também promove atividades de socialização e intercâmbio de experiências entre os idosos, utilizando a tecnologia como um meio de integração e capacitação.

5. Projeto "Conecte-se"

O Projeto Conecte-se , implementado no estado de São Paulo, tem como objetivo facilitar o acesso à internet para a pessoa idosa por meio de treinamentos gratuitos que ensinam como navegar na web, usar redes sociais, e gerenciar a segurança online. A iniciativa também oferece suporte contínuo, com instrutores capacitados para tirar dúvidas e ajudar a pessoa idosa a resolver problemas técnicos. O projeto visa reduzir a exclusão digital, proporcionando o empoderamento dos idosos para utilizar as tecnologias de forma eficaz e segura.

6. Programa "Digitaliza Idoso"

Em Minas Gerais, o programa Digitaliza Idoso oferece oficinas de informática e internet para a população idosa em diversas cidades do estado. O programa inclui ensinamentos sobre o uso de aplicativos de mensagem, videoconferências e redes sociais, além de proporcionar treinamentos sobre como manter a segurança digital ao navegar na internet. O objetivo do programa é integrar a pessoa idosa ao ambiente digital de forma segura e produtiva, promovendo a inclusão social e o envelhecimento ativo.

7. Projeto "Idoso Conectado"

Na Bahia, o programa Idoso Conectado visa ensinar noções básicas de informática e promover o uso de redes sociais, e-mail e outras ferramentas digitais. O projeto oferece uma série de cursos presenciais e online, com foco na capacitação dos idosos para que possam utilizar a tecnologia em seu dia a dia, promovendo tanto a interação social quanto o acesso à informação.

Iniciativas Internacionais

Além das iniciativas brasileiras, existem diversos programas internacionais que promovem a inclusão digital da pessoa idosa. Alguns exemplos incluem:

- Programa "SeniorNet" (EUA)

O SeniorNet é uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que oferece cursos de tecnologia para população idosa. O foco do programa é ensinar aos

idosos como usar a internet de forma eficaz e segura, com cursos sobre e-mail, redes sociais e navegação na web. A organização também oferece treinamento para que os idosos possam ensinar outros, criando uma rede de aprendizado entre eles.

- Digital Unite (Reino Unido)

O Digital Unite no Reino Unido oferece cursos online e presenciais de inclusão digital para pessoas idosas. O programa envolve a criação de centros comunitários e digitais que oferecem treinamento para idosos que desejam aprender a usar a internet e dispositivos tecnológicos. A Digital Unite também desenvolve conteúdo para treinamento digital adaptado às necessidades da terceira idade.

A inclusão digital da pessoa idosa é um passo fundamental para garantir um envelhecimento mais ativo, saudável e conectado. Com o

apoio de programas de inclusão, a sociedade está cada vez mais atenta à necessidade de integrar essa faixa etária ao universo digital.

A atuação dos gerontólogos nesse processo é fundamental, pois são profissionais capazes de adaptar tecnologias e metodologias pedagógicas para que os idosos se sintam à vontade no uso dessas ferramentas, preservando sua saúde física e mental. Além disso, é necessário um cuidado contínuo para evitar a dependência digital, incentivando o uso equilibrado e consciente das tecnologias. O envolvimento das políticas públicas, empresas e profissionais de diversas áreas é crucial para garantir que ninguém seja deixado para trás na revolução digital. A inclusão digital é um direito da pessoa idosa, e, ao promovê-la, estamos contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária para todas as gerações.

POLÍTICAS PÚBLICAS

POR NOVAS PERSPECTIVAS PARA A PESSOA IDOSA

Alexandre Lindenmeyer Deputado Federal (PT-RS), membro titular da Comissão do Idoso da Câmara dos Deputados

Ainversão da pirâmide etária, com menos jovens na base e mais idosos do topo, é uma questão cada vez mais viva e importante, tanto no Brasil como no mundo. O novo cenário exige mudanças de cultura, de olhares e, sobretudo, de políticas públicas que garantam essa nova ordem da sociedade. Precisamos preparar o nosso país para essas mudanças que já estão acontecendo. Ao sairmos às ruas, encontramos cada vez mais pessoas acima dos 60 anos, seja no supermercado, nos eventos sociais, nos parques, mas também nas farmácias e hospitais.

... A capacidade de contribuir não acaba com o tempo, apenas muda a forma, a abordagem, garantindo que os conhecimentos adquiridos se perpetuem como patrimônio da sociedade... "

Para encarar essa nova realidade, ainda estamos pouco equipados, seja por estruturas físicas, seja, principalmente, por estratégia e planejamento. A boa notícia é que os debates acerca do tema estão avançando. Com a volta do Governo Lula, foi criado o Programa Envelhecer nos Territórios, para ampliar o cuidado às pessoas idosas. Também foi preparado um grupo de trabalho para pensar numa política especial voltada ao público.

Na Câmara Federal, sou titular da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso). Ali temos buscado o diálogo com as representações ligadas ao tema, para que possamos atuar proativamente através de audiências públicas, reuniões deliberativas, seminários e até missões oficiais para estimular a troca de ideias com a sociedade. Sim, porque esse é um assunto de todos nós, já que afeta a vida em todas as idades.

Na Comissão, aprovamos 52 projetos de lei e 60 requerimentos

Entre os principais tópicos do documento, incluem-se o papel do poder legislativo na formulação de políticas públicas que assegurem direitos e promovam inclusão social; a adaptação das cidades e dos serviços públicos para atender a uma população envelhecida, abrangendo mobilidade urbana, saúde, segurança e acessibilidade; combate ao preconceito, desconstruindo estigmas; e a importância da Política Nacional do Cuidado para oferecer suporte adequado às necessidades dos idosos e seus cuidadores. Portanto, considero uma participação importante da Cidoso nesse processo amplo e também detalhista, que busca levar luzes para uma questão mundial que já se manifesta com fortes evidências no Brasil.

"em 2024, todos na busca incessante de soluções que assegurem o bem estar e os direitos da pessoa idosa. Tratamos do aumento da violência contra essa faixa etária, do fortalecimento das redes de apoio e implementação de políticas efetivas para graves problemas que cercam essa realidade. O grande momento da Comissão neste ano talvez tenha sido a participação no encontro do G20, que reuniu as principais potências mundiais aqui no Brasil em novembro. Nesse evento tão significativo, além de promovermos o seminário intitulado “Transição demográfica: desafio para o envelhecimento ativo e saudável”, entregamos à cúpula dos líderes documento com propostas que visam incluir a transição demográfica e a inversão da pirâmide populacional como tema prioritário no relatório final.

Na nossa cultura atual, a sociedade vem limitando a capacidade e a potencialidade das pessoas idosas, colocando sobre elas, muitas vezes e sem intenção, um selo de fragilidade e finitude. Entretando, precisamos lembrar e insistir que o passar da idade nos traz sabedorias e experiências que podem e devem ser compartilhadas com as gerações, sendo protagonistas para que tenhamos um futuro melhor. A capacidade de contribuir não acaba com o tempo, apenas muda a forma, a abordagem, garantindo que os conhecimentos adquiridos se perpetuem como patrimônio da sociedade. Com esse olhar, também estaremos oferecendo novas perspectivas à pessoa idosa, fazendo-a participante, importante e até fundamental em cada momento de vida. Que assim seja, e que possamos continuar atuando para que a inversão da pirâmide não seja um fardo, mas uma mão na roda para a construção do país que queremos. Contem sempre com o nosso mandato.

Luciana Nunes Graduanda em Gerontologia, Técnica em Enfermagem

Superando desafios e buscando qualidade de vida para pessoas idosas

Écom grande alegria que compartilho um pouco da minha trajetória, repleta de vivências, desafios, dificuldades e barreiras que enfrentei ao longo da minha formação acadêmica como gerontóloga.

Minha jornada começou com a formação em 2004 como Técnica de Enfermagem, que logo me inseriu no mercado de trabalho. Escolhi atuar com pessoas idosas, começando em um lar de idosos e em uma clínica geriátrica. Com o tempo, percebi que poderia fazer ainda mais para contribuir para a qualidade de vida da população idosa e, assim, decidi seguir o caminho da gerontologia, ciente de que enfrentaria grandes desafios.

A falta de um conselho profissional, protocolos e parâmetros de atuação tornava a caminhada ainda mais árdua, mas também muito gratificante.

Durante minha formação, as disciplinas básicas oferecidas me proporcionaram uma sólida base de conhecimento. No entanto, a maior dificuldade surgiu ao tentar aplicar esses conhecimentos na prática, especialmente em um ambiente de trabalho multiprofissional.

Como as atribuições da gerontologia ainda não são claramente definidas, percebi que havia uma linha tênue entre o que poderia ser feito por mim e o que cabia a outros profissionais.

Foi nesse momento que decidi realizar meu estágio em uma academia, a qual trabalharia de forma

mais individual acreditando que, ao desenvolver um trabalho de qualidade com os clientes 60+, poderia influenciar de forma positiva na qualidade de vida dessas pessoas.

A gerontologia, em minha visão, pode ser aplicada em qualquer lugar e a qualquer pessoa, visando sempre melhorar a qualidade de vida.

Durante o período de estágio, uma das principais dificuldades que encontrei foi a falta de suporte da faculdade. Não houve uma orientação clara e consistente quanto ao processo de busca por um local de estágio, o que exigiu de nós, alunos, a responsabilidade de procurar e estabelecer um local para realizar a prática. Além disso, a tarefa de encontrar um profissional da área para supervisionar e assinar as atividades foi desafiadora, principalmente porque, em minha região (Santa Maria - RS), não há muitos profissionais formados em Gerontologia atuando ativamente. Isso gerou uma grande dificuldade para mim e para outros colegas, alguns dos quais ainda não conseguiram uma vaga de estágio.

Outro ponto que contribuiu para a complexidade do processo foi o fato de que o suporte da faculdade vinha de uma região distante da minha, o que dificultou ainda mais a comunicação. Os orientadores, muitas vezes, não eram tão precisos nas respostas aos meus questionamentos, o que gerou incertezas em algumas situações e prejudicou meu aprendizado. No entanto, apesar desses obstáculos, essa ex-

periência acabou por me tornar mais independente e resiliente, pois tive que buscar soluções por conta própria e me adaptar à falta de orientação próxima. Isso, de certa forma, fortaleceu minha capacidade de enfrentar desafios e seguir em direção aos meus objetivos profissionais.

Quanto às minhas expectativas para a área, sei que os desafios continuam, mas tenho claro para mim que onde quer que eu esteja, me disponibilizarei para ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Estou sempre em busca de aperfeiçoamento e de aprender para aplicar os conhecimentos adquiridos em benefício da nossa população idosa. A luta pelo reconhecimento da profissão também é uma prioridade para mim, e acredito que em breve nossas atribuições serão formalmente definidas. Meu próximo desafio será desenvolver meu próprio método de trabalho, buscando sempre a melhor adaptação para as necessidades dos meus clientes.

Essa é a minha história, repleta de desafios, mas também de muita gratidão e paixão pela gerontologia. O caminho é árduo, mas a recompensa de proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas idosas é indescritível.

Saiba mais sobre Luciana Nunes em https://www.instagram.com/ lcnnunessilva/ e mais sobre https://www.instagram.com/ troia_academia/

Ednaldo Júnior dos Santos Dávila Gerontólogo

Gerontologia em Ação: Um exemplo inspirador no interior do Amazonas

No município de Coari, no interior do Amazonas, minha trajetória como tecnólogo em Gerontologia representa mais do que um trabalho. É uma missão que nasceu do amor e da vontade de entender e cuidar melhor do meu avô, que convivia com a doença de Alzheimer. Minha escolha por essa profissão foi motivada pelo desejo de aprender mais sobre a doença e oferecer cuidados específicos que proporcionassem conforto e qualidade de vida a ele.

Hoje, como o único profissional formado em Gerontologia da região, atuo no Centro de Convivência da Pessoa Idosa, onde dedico minha formação e experiência a transformar a vida dos idosos. Minha rotina semanal é planejada com cuidado para atender às diversas necessidades dessa população, combinando acolhimento, escuta ativa e ações práticas.

Às segundas-feiras, meu trabalho começa com atendimentos internos. Dedico o dia a cadastrar novos idosos, orientá-los sobre os serviços disponíveis e realizar encaminhamentos para a rede socioassistencial e também consultas médicas ou psicológicas. Este é o momento em que estabeleço o primeiro contato e procuro entender suas histórias, necessidades e expectativas.

Nas terças e quintas, realizo visitas domiciliares em parceria com a fisioterapeuta do centro de convivência. Durante essas visitas, aten-

demos idosos acamados, oferecendo cuidados essenciais e avaliando suas condições de saúde. Essa proximidade nos permite identificar não apenas suas necessidades físicas, mas também emocionais, conectando-os a outros serviços e profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, quando necessário.

As quartas-feiras são dedicadas às atividades de estimulação cognitiva. Em grupo ou individualmente, trabalho para fortalecer funções como memória, atenção e raciocínio. Essas sessões vão além do cuidado técnico; elas criam um espaço de interação social e promovem autoestima, algo fundamental para o bem-estar dos idosos.

Meu trabalho também envolve dar suporte a outros profissionais da equipe multidisciplinar, como psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. Em casos mais simples, realizo escuta ativa e ofereço apoio psicológico, enquanto os casos complexos são encaminhados para especialistas. Essa integração é essencial para garantir um atendimento humanizado e completo.

Além dessas atividades, considero de extrema importância as palestras que ministro para os idosos, seus familiares e a comunidade. Trago temas como direitos da pessoa idosa, saúde, educação e outros assuntos essenciais. Acredito que, por meio da informação, podemos conscientizar e capacitar

as pessoas para cuidarem melhor de si mesmas e dos outros.

Minha escolha pela Gerontologia foi pessoal, mas os impactos vão além da minha história familiar. Venho de uma realidade humilde e sempre carreguei comigo o desejo de mudar o rumo da minha família e da minha comunidade. Hoje, ao cuidar dos idosos de Coari, sinto que estou retribuindo tudo o que aprendi com meu avô e ajudando a construir um futuro mais digno para aqueles que já fizeram tanto por nós.

A Gerontologia ainda é pouco reconhecida em muitos lugares, mas sua relevância é imensa. Aqui, em Coari, trabalho todos os dias para mostrar que cuidar de quem cuidou de nós é mais do que uma profissão, é um ato de amor e respeito. Espero que minha atuação inspire outras pessoas a enxergarem o potencial transformador dessa área e a valorizarem cada etapa da vida humana.

No Centro de Convivência da Pessoa Idosa, encontramos histórias de superação, resiliência e afeto. São essas histórias que me motivam a continuar, sempre com o objetivo de oferecer um cuidado integral, humanizado e digno. Que possamos juntos construir um mundo onde o envelhecimento seja sinônimo de respeito e oportunidade.

Saiba mais sobre Ednaldo Dávila em https://www.instagram.com/ gerontologoednaldo/

Como ajudar a pessoa idosa a lidar com perdas e saudade

Ofim de ano é tradicionalmente associado a momentos de celebração, união e renovação. Entretanto, para a população idosa, essa época pode trazer à tona sentimentos mais complexos, como saudade e tristeza, especialmente quando confrontada com memórias de perdas acumuladas ao longo da vida. Entender essas emoções e oferecer apoio adequado é essencial para transformar o período em uma oportunidade de conforto e fortalecimento emocional.

Datas como Natal e Ano Novo frequentemente remetem à infância, juventude e momentos especiais que marcaram a trajetória de vida das pessoas idosas. Ao revisitar essas lembranças, elas podem se deparar com ausências significativas, como a de familiares que já partiram ou mudanças em suas condições de saúde e autonomia. A saudade, emoção tão característica do brasileiro, torna-se ainda mais intensa nessa fase da vida, exigindo estratégias cuidadosas para lidar com ela.

O papel da família no apoio à pessoa idosa

A família é a principal rede de apoio emocional para a população idosa, especialmente em épocas comemorativas. Criar um ambiente acolhedor, onde a pessoa idosa se sinta parte das atividades, é essencial. Convidá-la a participar na preparação da ceia, decorar a casa ou compartilhar histórias pode reforçar seu sentimento de pertencimento. Além disso, incluir essas memórias nas celebrações, com fotos antigas e relatos, ajuda a valorizar o legado da pessoa idosa, transformando a saudade em um sentimento de gratidão.

É igualmente importante

ouvir ativamente o que a pessoa idosa tem a dizer. A escuta atenta permite que ela expresse suas emoções, revisite memórias de forma saudável e construa novos significados para essas vivências. Porém, é crucial respeitar seus limites, evitando pressioná-la a participar de atividades que possam causar desconforto físico ou emocional.

Atenção aos sinais de tristeza e isolamento

Embora seja normal sentir saudade e melancolia nesse período, é fundamental estar atento a sinais que indiquem uma tristeza mais profunda. Alterações no apetite, insônia, isolamento e apatia podem ser indícios de depressão e requerem atenção profissional. Gerontólogos, psicólogos e outros especialistas em saúde mental podem oferecer suporte especializado para lidar com essas questões.

A espiritualidade também desempenha um papel importante no conforto emocional da pessoa idosa. Práticas religiosas ou reflexivas podem trazer esperança e renovação, ajudando-a a enfrentar momentos difíceis com mais resiliência.

Atividades que Promovem Conexão e Sentido

Envolver a pessoa idosa em atividades que promovam o senso de utilidade e conexão é uma estratégia poderosa. Pequenos gestos, como escrever cartões de Natal, organizar um amigo-secreto ou liderar um momento simbólico durante as comemorações, ajudam a reforçar seu papel ativo na família.

Para aqueles que possuem limitações físicas ou de mobilidade, é importante adaptar

as atividades, garantindo sua participação sem sobrecarga. Esse cuidado demonstra respeito e reforça a autonomia da pessoa idosa, fortalecendo sua autoestima.

A Importância das Redes de Apoio

Além da família, redes de apoio externas podem desempenhar um papel crucial. Grupos de convivência, comunidades religiosas e terapias de grupo oferecem um espaço seguro para compartilhar emoções e experiências, criando um senso de pertencimento e solidariedade.

A interação intergeracional também pode ser uma fonte de alegria para a pessoa idosa. Momentos com netos ou outros jovens da família trazem leveza e energia às celebrações, ajudando a reduzir a sensação de solidão.

Planejando um Novo Ano com esperança

Encerrar o ano com reflexões positivas pode ser transformador. Estimular a pessoa idosa a estabelecer pequenas metas para o próximo ano, como aprender algo novo ou participar de atividades sociais, renova seu entusiasmo pela vida e ajuda a olhar para o futuro com esperança.

Com amor, empatia e ações simples, é possível transformar o fim de ano em um momento de reconexão, superação e fortalecimento emocional. Apesar das saudades e das perdas, há sempre a possibilidade de ressignificar memórias, celebrar conquistas e cultivar novas experiências. O cuidado com a pessoa idosa, nesses momentos, vai muito além do suporte emocional: é um gesto de reconhecimento e valorização de sua história e legado.

Há 19 anos cuidando da pessoa idosa e seu familiar, garantindo o cuidado diário de forma acolhedora, respeitosa e digna.

Desde 2005, somos mais do que uma instituição de cuidado para idosos – somos uma família. Em nosso espaço, cada idoso é acolhido com amor, respeito e dignidade. Ao longo de 19 anos, construímos um ambiente onde o bem-estar físico, emocional e social caminha lado a lado, proporcionando um lar seguro e acolhedor.

Nossa equipe qualificada se dedica de coração para fazer a diferença na vida dos nossos residentes. Aqui, o cuidado vai além do corpo, tocando a alma. Venha nos conhecer e descubra por que somos referência no cuidado a idosos. Mais do que um local de cuidado, somos uma família que cuida e ama.

NOSSOS SERVIÇOS

Equipe Multidisciplinar

Profissionais qualificados em cuidados, medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia, recreação e gerontologia.

Atividades Recreativas

Recreação, oficinas, atividades religiosas e festas.

Serviço de Refeição

Oferecemos 6 refeições diárias, completas, prescritas por nutricionista e preparadas em nossa cozinha totalmente equipada. Todas as refeições são acompanhadas por cuidadoras, auxiliadas se necessário e servidas conforme a necessidade individual de cada hóspede, respeitando sempre suas condições de saúde e preferências.

Venha conhecer nossas redes para se manter atualizado com tudo que acontece em nossa casa.

Atendimento Personalizado

Plano de atenção específico e serviços personalizados para cada residente. Respeitando sempre a cultura e costumes de cada hóspede.

Serviço de Lavanderia

Todas as roupas são processadas em lavanderia terceirizada, apta para o atendimento. Elas são diariamente retiradas e devolvidas, devidamente higienizadas e esterelizadas, promovendo cuidado e segurança aos hóspedes.

Serviços Extras

- Manicure - Pedicure

Podologia - Fonoaudiologia

Acompanhamento externo

PLANEJAMENTO

Prevenção da Saúde na Terceira Idade: o papel das relações familiares e do apoio social

Taffness Siqueira

Gerontóloga

Pós graduada em Neuropsicologia e Psicanálise

Oenvelhecimento saudável exige mais do que a ausência de doenças. Ele demanda uma abordagem integrada, que considere as dimensões física, emocional e social da pessoa idosa. Na terceira idade, a prevenção ocupa lugar central, destacando-se pela necessidade de vigilância contínua, como a realização de exames regulares e a participação em programas de saúde.

Essas práticas são fundamentais para identificar riscos precocemente, evitando o agravamento de condi-

ções preexistentes e promovendo o bem-estar geral.

Entretanto, o sucesso dessas iniciativas vai além da esfera clínica. Ele depende de uma rede de apoio que inclua não apenas profissionais de saúde, mas também o envolvimento ativo da família e do círculo social.

Relações familiares saudáveis e solidárias desempenham um papel crucial nesse processo, incentivando a adesão aos cuidados médicos e a adoção de hábitos de vida que favore-

çam o envelhecimento ativo e digno. Na gerontologia, reforçamos a importância de enxergar a pessoa idosa em sua totalidade, reconhecendo que a prevenção efetiva nasce da interação entre ciência, afeto e suporte humano.

O impacto das relações familiares no envelhecimento saudável

O ambiente familiar exerce uma influência direta e significativa na saúde física e mental da pessoa idosa, funcionando como um alicerce essen-

cial para o bem-estar nessa fase da vida. Famílias que cultivam relações positivas e solidárias criam um espaço seguro e acolhedor, promovendo não apenas o fortalecimento emocional da pessoa idosa, mas também incentivando sua adesão a tratamentos médicos e práticas preventivas.

Um estudo brasileiro realizado por Wegner e Benitez (2013) destaca que a união familiar, o afeto e a paciência são fatores essenciais na qualidade do cuidado ofertado as pessoas idosas, proporcionando-lhes maior segurança e bem-estar. Essa conexão entre família e pessoa idosa não apenas fortalece os vínculos afetivos, mas também contribui diretamente para a manutenção da saúde física e mental dos envolvidos.

Além disso, a comunicação aberta no ambiente familiar é fundamental. Um diálogo constante e respeitoso permite a identificação precoce de problemas de saúde, além de criar um espaço favorável para que a pessoa idosa se sinta confortável em expressar suas preocupações. Isso reforça o papel do núcleo familiar como suporte indispensável para a prevenção, o tratamento adequado e o envelhecimento ativo e saudável .

A importância do apoio social para a saúde da pessoa idosa

O apoio social é um pilar fundamental para a saúde e o bem-estar das pessoas idosas, especialmente quando se considera a complexidade das necessidades que surgem na terceira idade. O engajamento com amigos, vizinhos e a comunidade é vital para mitigar o impacto do isolamento social, que representa um dos maiores fatores de risco para o declínio da saúde física e mental.

A interação social proporciona as pessoas idosas um sentido de pertencimento, vital para a manutenção da saúde emocional e psicológica. Participar de atividades comunitárias, grupos de apoio ou programas sociais não apenas melhora a autoestima, mas também promove um estado emocional equilibrado, essencial para o envelhecimento saudável.

Além disso, o apoio social desempenha um papel importante na prevenção de doenças. Ao terem acesso a redes de apoio, seja por meio de amigos, vizinhos ou instituições, as pessoas idosas se sentem mais motivados a seguir programas de saúde, acessar serviços médicos e participar e atividades preventivas. A constante interação social aumenta a disposição para a adoção de hábitos saudáveis e a continuidade do cuidado especializado, elementos chave para um envelhecimento mais autônomo e com melhor qualidade de vida.

É fundamental ressaltar que a construção de redes de apoio é uma estratégia eficaz para promover o envelhecimento ativo, que vai além das questões clínicas, abordando também as dimensões emocionais e sociais do processo de envelhecimento.

Integração de Estratégias de Prevenção e Apoio

A integração de estratégias de prevenção em saúde com o apoio familiar e social é essencial para garantir um envelhecimento saudável e de qualidade. Quando as pessoas idosas têm acesso a cuidados regulares, adotam hábitos saudáveis e seguem tratamentos adequados, esses fatores são potencializados pela presença ativa de suas redes de apoio. A família e os amigos desempenham um papel crucial, incentivando a adesão a essas práticas e ajudando a manter a motivação para cuidados contínuos.

Entretanto, é fundamental que as famílias estejam cientes das limitações físicas e cognitivas das pessoas idosas, oferecendo cuidados que respeitem as necessidades e a autonomia dos mesmos. Esse envolvimento consciente não só promove a adesão aos tratamentos, mas também assegura que os cuidados prestados sejam adequados e dignos, contribuindo para o bem-estar emocional e físico das pessoas idosas. O apoio social, quando combinado com o acompanhamento especializado, fortalece a prevenção e a detecção precoce de doenças, resultando em

uma vida mais saudável e plena para as pessoas idosas.

Como as famílias podem se envolver?

Para apoiar a saúde das pessoas idosas de maneira eficaz, as famílias podem adotar algumas práticas simples e eficazes. Agendar e acompanhar consultas de equipe multidisciplinar participar de atividades físicas e recreativas juntos, e manter um diálogo constante sobre os cuidados necessários são ações que contribuem significativamente para o bem-estar da pessoa idosa. A criação de um ambiente de suporte mútuo, onde tanto as necessidades de saúde quanto as emocionais são atendidas, é um investimento importante para um envelhecimento saudável e pleno.

O cuidado com a saúde na terceira idade é uma responsabilidade que transcende o indivíduo e envolve uma rede de apoio composta por família, amigos e a sociedade como um todo. A prevenção de doenças e a promoção do bem-estar requerem não apenas ações clínicas bem estruturadas, mas também relações humanas que priorizem o acolhimento, o respeito e a participação ativa da pessoa idosa em seu próprio processo de envelhecimento.

Quando integramos estratégias de saúde a um ambiente familiar positivo e a uma rede social ativa, estamos não apenas prolongando a vida, mas garantindo que ela seja vivida com qualidade, autonomia e significado. É nesse equilíbrio entre ciência e afeto que encontramos o caminho para um envelhecimento pleno, onde cada etapa da vida é valorizada e cada desafio é enfrentado com o suporte necessário para preservar a dignidade e a alegria de viver. Como gerontóloga, reforço a importância de que essa visão integrada guie todas as ações voltadas para as pessoas idosas, promovendo não apenas longevidade, mas também um legado de cuidado e humanização para as gerações futuras.

Saiba mais sobre Taffness Siqueira em https://www.instagram.com/ gerontologa_taffnnes/

Políticas públicas para a pessoa idosa

Oambiente que vivemos desempenha um papel fundamental em nossas vidas, transmitindo uma sensação de proteção ao contarmos com um lar. Isso está ligado ao que estabelece a Lei 10.741 de 2003, que faz parte do Estatuto do Idoso:

CAPÍTULO IX – Da Habitação Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada

Embora nossa situação seja bastante distinta em comparação com outros países, é interessante abordar uma nova modalidade de habitação que vem se espalhando e ganhando espaço no Brasil de inovação em moradia (cohousing).

Trata-se de uma ideia já consolidada em vários países e uma tendência crescente no âmbito das políticas habitacionais. Constitui-se em grupos de pessoas que incluem amigos, conhecidos e indivíduos interessados em compartilhar experiências e também que tenham afinidades e que possam oferecer apoio mútuo em uma moradia colaborativa na busca de uma boa convivência, respeitando a privacidade de cada um. Nos anos 1960, na Dinamarca, surgiu a ideia do cohousing

quando Jan Gudmand Hoyer, descontente com o estilo tradicional demoradia, reuniu amigos para criar um novo conceito de habitação.

Esse modelocombina a privacidade de cada moradia com espaços comuns e atividades quepromovem a interação entre os vizinhos. A importância do suporte emocional é destacada como um dos motivos para a adoção desse formato de convivência.

Na cidade de São Paulo, temos uma iniciativa localizada no bairro do Pari, a Vilados Idosos, um empreendimento de locação social que é um modelo de política pública, necessária para suprir a necessidade dessa população cada vez maior. Essas moradias habitacionais tendem a se multiplicar. Esse programa oferece subsídios para populações vulneráveis e de baixa renda no acesso à moradia, eles contam com assistência médica pelo Programa de Atendimento ao Idoso (PAI), além de acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais contratados. Há um espaço comum que foi projetado para atender às necessidades desse público com salas para TV, jogos, salão de festas, cozinha comunitária e também uma horta comunitária.

No entanto, é preciso ressaltar

outras questões abordadas em políticas públicas, já que o envelhecimento da população brasileira está ocorrendo rapidamente e é crucial estarmos preparados para lidar com essa situação.

Algumas ações necessitam de avaliação e planejamento adequado e, dentro desse contexto, elaboramos um esboço para abordar esses problemas urgentes que demandamatenção.

Vivemos em um ritmo acelerado de envelhecimento, segundo projeções do IBGE: a diminuição da natalidade, baixa taxa de fecundidade e o aumento da população com 60 anos e mais impactam diretamente na necessidade de elaboração de políticas públicas tão necessárias em seus diversos âmbitos dentro de nossa sociedade. Segundo Coleman (2001), o envelhecimento populacional é uma das mais importantes transformações sociodemográficas em curso nas sociedades humanas.

O assunto do envelhecimento da população não recebe a devida atenção nos debates sobre a importância de tratar com mais cuidado essas questões, possivelmente, devido às peculiaridades culturais e históricas. Reduzir as diferenças presentes diante das desigualdades sociais visíveis, abrir caminhos

para a participação dessas políticas, ter um olhar mais empático direcionado aos idosos mais vulneráveis e necessitados de atenção e garantir o cumprimento dos direitos estabelecidos no Estatuto do Idoso são fatores prioritários, além do que, a maioria desconhece seus direitos de forma adequada!

No Brasil, a desigualdade social continua sendo um problema predominante, háum elevado contingente de pessoas vivendo em condições precárias de saneamento básico, com ausência de atendimento médico adequado, deficiências educacionais, carência de moradia e insegurança alimentar, que são apenas alguns dentre inúmeros fatores necessários que demandam a elaboração de políticas públicas inclusivas. Essas questões são temas depreocupação prioritária no processo de envelhecimento da população se não forem pensadas rapidamente.

O Brasil é o nono país mais desigual do mundo. O 1% mais rico recebe 32,5 vezes mais que os 50% mais pobres. A pandemia acentuou as desigualdades estruturantes, piorando as condições de vida dos mais pobres, das mulheres e da população negra. (IBGE, 2022)

Além da falta destas tão imprescindíveis políticas públicas, lidamos com a falta de preparo de profissionais de diversas áreas para atender a essa demanda.

Essa questão deve ser uma preocupação constante, pois é necessário e urgente que providências sejam tomadas, pois, não estamos preparados para atender às exigências atuais e futuras.

O crescimento da dinâmica demográfica impactará não apenas a quantidade, mas também as mudanças na distribuição etária, resultando em menos crianças e mais idosos. A camada populacional em

idade produtiva também sentirá os efeitos desse desenvolvimento, tanto em termos de quantidade como de qualidade, o que provocará efeito na economia de modo geral. Mantendo esse ritmo e sem a implementação de medidas populacionais, a dinâmica demográfica nos levará ao inexorável envelhecimento com consequências que podem ser danosas ao desenvolvimento econômico e social do país.

Além disso, as políticas públicas baseiam-se na cronologização para acrescentarprogramas específicos para cada uma dessas fases, mas, segundo Debert (2004), diante de profundas mudanças ocorridas na segunda metade do séculoXX, no mercado de trabalho, nos novos formatos de famílias, ela diz que é preciso haver uma descronologização para mensurar cada etapa de transição eassim definir o caráter do curso da vida como instituição social, ou seja, temos que inverter a ordem temporal e dessa forma determinar a natureza do percurso da vida enquanto construção social. Essa institucionalização abrange, praticamente, todas as dimensões, do mundo familiar, do trabalho, na organização do sistema produtivo, nas instituições educativas, no mercado de consumo e nas políticas públicas que cada vez mais tem como alvo, grupos etários específicos.

Em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo, em 2050, a população de 65 anos e mais ascenderia a 38 milhões de pessoas, superando a de jovens. Em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 essa proporção era de 9,2% (19,2 milhões). Já os jovens (0 a 14 anos) deverão representar 13,9% da população (33,6 milhões) em 2060, frente a 21,9% (44,5 milhões) em 2018. (IBGE, 2022)

De acordo com as projeções da

ONU, esse fenômeno mundial teve início no século XX e se estenderá até 2050. Em 2050, dois bilhões de pessoas em todoo mundo será de idosos. A população idosa brasileira passará de 7,8% para 23,6%, enquanto a jovem reduzirá de 28,6% para 17,2% e a adulta de 66,0% para 64,4%. (Wong; Carvalho, 2006).

É preciso repensar as políticas públicas para que elas representem pautas próprias, levando em conta os anseios e as necessidades desse contingente populacional, compreender a realidade embasada em nossa organização social, considerando não apenas o que ela traduz, mas também a sua construção histórica e as relações de poder existentes na sociedade. (Oliveira, Salvador, Lima, 2023)

Segundo Camarano & Pasinato (2004) para que as políticas voltadas para o envelhecimento populacional possam ser efetivas é necessário que apresentemuma abordagem integrada em seus diversos setores específicos: saúde, economia, mercado de trabalho, seguridade social e educação.

As políticas voltadas para idosos devem fomentar a solidariedade entre as diferentes gerações, visando equilibrar as demandas dos idosos com as de outros segmentos populacionais.

Se tais medidas não forem postas em prática, a situação em que estamos vivendo no atual momento permanecerá a mesma. É fundamental unirmos esforços de forma imediata para evitar que as condições piorem, afetando a qualidade de vida dessa crescente população.

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo-demografico-2022.html

Saiba mais sobre Ana Lúcia Fuscio em https://www.instagram.com/ dignidade.ana/

REFERÊNCIAS

Agência Senado; PNAD, 2022 (IBGE)

ANTÔNIO, M. - Envelhecimento ativo e a indústria da perfeição. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 29, n.1, 2020.

DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: Edusp, 2004.

CAMARANO, Ana Amélia; PASINATO, Maria Tereza. O envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas. IPEA, 2004.

COLEMAN,D.A.Transações Filosóficas da Royal Society of Londres B: Ciências Biológicas, 2001. https://sermodular.com.br/2022/09/09/comunidades-

-intencionais-formadas-por-pessoas-maduras-podem-ser-solucoes-viaveis-na-velhice

Oliveira, T.R - Revista brasileira de geografia econômica - Envelhecimento populacional e políticas públicas: desafios para o Brasil no século XXI - IV, Número 8, 2016

Oliveira, W.I.F; Salvador, P.T.C.; Lima, K.C. - Aspectos determinantes para construção social da pessoa idosa a partir das políticas públicas no Brasil: Saúde Soc. São Paulo, v.32, 2023

ROUGEMONT, F. Medicina anti-aging no Brasil: controvérsias e a noção de pessoa no processo de envelhecimento. Revista de Antropologia, São Paulo, 2019

Wong; Carvalho, R. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 23, jan./ jun. 2006

Demência, o mal do século

Karine Conceição Silva

Gerontóloga, Enfermeira e Cuidadora de Idosos

Quando falamos sobre demência, o que nos vem a cabeça, é o Alzheimer, mas existem vários tipos de demência, com diagnóstico parecido do Alzheimer.

Existe a demência senil que é a demência que ocorre a partir dos 65 anos e é caracterizada pela perda das funções intelectuais.

Ainda o Parkinson que surge com consequências de alterações que ocorrem no cérebro devido a

alterações na cognição e comportamento da pessoa.

Existe também a frontotemporal que é caracterizada pela atrofia e perdas de células nervosas, de um ou ambos os lobos frontais e temporais do cérebro.

Demência de Pick onde os principais sintomas é a diminuição da capacidade de raciocínio, dificuldade de falar, confusão mental, instabilidade emocional e alterações de personalidade.

Demência com corpos de Lewy, corresponde ao comprometimento de regiões específicas do cérebro devido a presença de estruturas proteícas, conhecidas como corpos de Lewy. Se desenvolve dentro das células cerebrais e provoca degeneração e morte, resultando na demência .

Demência por álcool, ainda está em estudo, isso porque o álcool pode ter efeito nocivo ao cérebro para células nervosas, alterando o seu funcionamento e resultando nos sintomas de demência.

E por último, mas a mais conhecida o Alzheimer que é caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios e comprometimento das funções cognitivas.

Esses vários tipos de demência sempre tem que ser avaliados, por um neurologista com objetivo de diagnosticar e começa a tratar a demência de forma correta, para que o paciente consiga viver com dignidade. Sempre busque um especialista para diagnosticar a pessoa que você ama (pai, mãe, tio,tia) para que ela e a família não sofra, busque um neurologista e um geriatra capacitado.

Saiba mais sobre Karine Silva em https://www.instagram.com/ karine9876/

PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE

Metas conjuntas para fortalecer os laços familiares na terceira idade

EEstabelecer objetivos compartilhados entre pessoas idosas e suas famílias, como criar uma horta comunitária, planejar passeios ou aprender algo novo juntos, pode fortalecer os laços familiares e criar momentos memoráveis ao longo do ano.

A relação entre gerações, especialmente entre pessoas idosas e suas famílias, desempenha um papel central na qualidade de vida da população idosa. Manter laços familiares fortes e ativos é essencial não apenas para o bem-estar emocional, mas também para a saúde física e mental da terceira idade. Com o envelhecimento populacional crescente, como o observado no Brasil, é cada vez mais importante incentivar essas conexões familiares para enfrentar os desafios que surgem com o passar dos anos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, a população de pessoas idosas (com 60 anos ou mais) no Brasil superou os 35 milhões, o que representa cerca de 17,7% da população total. Essa faixa etária está crescendo rapidamente, o que exige novas abordagens para a promoção do envelhecimento saudável e da integração social. Neste contexto, a participação ativa da família é uma das chaves para garantir que a população idosa viva de maneira plena, com bem-estar e qualidade de vida.

Metas Compartilhadas: um caminho para o Envelhecimento Ativo

Estabelecer metas comuns entre pessoas idosas e suas famílias é uma das estratégias mais eficazes para fortalecer os vínculos e

promover o envelhecimento ativo. A criação de projetos compartilhados não apenas traz benefícios para a pessoa idosa, mas também fortalece os laços familiares, criando uma rede de apoio sólida e engajada. Além disso, ao engajar a população idosa em atividades que envolvem tanto os membros mais velhos quanto os mais jovens da família, as atividades em conjunto têm um grande impacto na saúde emocional de todos os envolvidos.

Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o envelhecimento ativo, caracterizado pela participação plena da pessoa idosa na sociedade, ajuda a prevenir doenças físicas e mentais, ao mesmo tempo em que promove a independência e a dignidade. Ao envolver a população idosa em metas compartilhadas com seus familiares, es -

ses objetivos ganham significado e relevância, criando oportunidades para interação social, aprendizado e lazer, fatores essenciais para a saúde mental e emocional.

Criando uma Horta Comunitária: benefícios para a Saúde e Bem-estar

Uma das metas mais eficazes para promover a interação familiar é a criação de uma horta comunitária. Essa atividade simples pode envolver todos os membros da família, proporcionando momentos de lazer e de aprendizado mútuo. Além disso, as hortas urbanas são uma excelente forma de promover hábitos alimentares saudáveis, ao mesmo tempo em que oferecem uma série de benefícios terapêuticos para a saúde.

Pesquisas da American Horticultural Therapy Association (AHTA) demonstram que a jardinagem tem um impacto significativo na saúde mental, contribuindo para a redução do estresse e da ansiedade. Para a população idosa, essa atividade pode proporcionar uma sensação de propósito e satisfação, além de ser uma excelente maneira de se manter fisicamente ativo. O contato com a natureza tem o poder de melhorar a saúde cardiovascular, estimular a produção de vitamina D e aumentar o bem-estar geral.

Passeios em Família:

Estímulo à Socialização e à Diversão

Outra forma de fortalecer os laços familiares é por meio de passeios regulares. Viajar ou simplesmente explorar novos lugares juntos pode ser uma excelente maneira de promover momentos de diversão e socialização. A participação em atividades externas ajuda a reduzir o isolamento social, um problema crescente entre a população idosa. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 5,2 milhões de pessoas idosas brasileiras vivem em situação de isolamento social, o que pode contribuir para o surgimento de problemas de saúde como depressão e doenças cardiovasculares.

Passeios familiares, como visitas a parques, praças, museus ou mesmo viagens curtas, são maneiras eficazes de estimular a interação entre diferentes gerações. Eles não apenas oferecem a oportunidade de criar memórias afetivas, mas também de promover a saúde mental e emocional da pessoa idosa. Estudo publicado na Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences apontou que atividades sociais regulares ajudam a prevenir a depressão e a solidão na população idosa, além de contribuir para um envelhecimento mais saudável e ativo.

Aprendizado Contínuo: desafiando as gerações a crescer juntas

Estabelecer metas de aprendizado conjunto é uma excelente maneira de engajar pessoas idosas e suas famílias em atividades que promovam o crescimento pessoal e a comunicação. Ao aprender algo novo juntos, as gerações se conectam de maneira profunda, compartilhando experiências e criando novas formas de interação. O aprendizado contínuo tem sido apontado como uma das melhores maneiras de manter a saúde cognitiva da população idosa. Pesquisas da Universidade de Harvard indicam que atividades que envolvem o aprendizado, como cursos de arte, culinária ou até mesmo o aprendizado de um novo idioma, são eficazes na prevenção do declínio cognitivo e no estímulo à plasticidade cerebral.

Além disso, o aprendizado em conjunto pode fortalecer ainda mais os laços familiares, criando momentos de colaboração e suporte mútuo. A aprendizagem de novas habilidades também ajuda a combater o estresse e a melhorar a autoestima, proporcionando uma sensação de realização pessoal. A importância da família no envelhecimento saudável

O apoio da família é fundamental para garantir que a população idosa tenha a oportunidade de vi -

ver de forma saudável e ativa. O envelhecimento saudável não se limita à saúde física, mas também envolve o bem-estar emocional e social, que podem ser significativamente promovidos pela presença e apoio da família. Ao estabelecer metas compartilhadas, como as mencionadas acima, a família se torna um pilar de suporte emocional, ajudando a pessoa idosa a manter sua autonomia e qualidade de vida.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, aproximadamente 80% das pessoas idosas brasileiras vivem em domicílios com pelo menos um membro da família. Este vínculo familiar é essencial para garantir que a pessoa idosa tenha acesso a cuidados e apoio contínuos. Quando as famílias estão ativamente envolvidas nas atividades da população idosa, como o cultivo de uma horta ou a participação em passeios, o impacto na saúde física e emocional é amplamente positivo.

Construindo uma longevidade com laços fortes

Estabelecer metas compartilhadas entre pessoas idosas e suas famílias é uma estratégia simples, mas poderosa, para promover um envelhecimento saudável e ativo. Ao envolver-se em atividades como a criação de hortas comunitárias, passeios em família ou o aprendizado contínuo, as gerações podem criar memórias afetivas duradouras, fortalecer seus vínculos e contribuir para uma vida mais satisfatória e gratificante para todos.

O apoio familiar é a chave para que a população idosa possa envelhecer de forma digna, independente e com qualidade de vida. Essas metas compartilhadas não são apenas atividades divertidas, mas são uma maneira de garantir que o envelhecimento seja um processo dinâmico, enriquecedor e que envolva todos os membros da família, tornando o envelhecimento um período de crescimento contínuo e aprendizado mútuo.

CONFORTO E ACESSIBILIDADE

Cuidados essenciais para a pessoa idosa em viagens durante o Fim de Ano

As viagens durante o período de fim de ano são uma oportunidade importante para muitas famílias, proporcionando momentos especiais de união, descanso e confraternização. Para a população idosa, esses deslocamentos representam um momento de lazer e interação com familiares, mas também trazem desafios específicos, que exigem cuidados adequados para garantir uma experiência segura, confortável e sem complicações de saúde. Este artigo se propõe a oferecer uma análise detalhada e orientações sobre como planejar viagens para a população idosa durante o fim de ano, garantindo seu bem-estar e segurança em todas as etapas da jornada.

PREPARANDO A SAÚDE DA PESSOA IDOSA PARA A VIAGEM

Consulta Médica:

O Passo Inicial e Fundamental

Antes de embarcar em qualquer viagem, especialmente se ela envolver longas distâncias ou condições de clima adversas, a primeira recomendação é sempre realizar uma

consulta médica completa. Para a pessoa idosa, essa consulta é ainda mais importante, pois muitas condições de saúde podem passar despercebidas ou não ser tratadas adequadamente antes de uma viagem. O médico irá avaliar o histórico médico da pessoa idosa, identificar possíveis riscos de complicações relacionadas a doenças crônicas como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas ou respiratórias e recomendar os ajustes necessários.

Além disso, o médico pode prescrever exames laboratoriais, como exames de sangue e avaliação cardíaca, para garantir que tudo esteja em ordem. Se a pessoa idosa estiver tomando medicação regular, é fundamental garantir que ela tenha o suficiente para o período da viagem, além de orientações sobre como tomar a medicação de forma correta durante o deslocamento. Também é essencial verificar as vacinas, principalmente se o destino for internacional, garantindo que todas as imunizações estejam em dia.

A consulta médica também é uma oportunidade para discutir ajustes

na dieta, especialmente se a pessoa idosa tem restrições alimentares. O médico pode aconselhar sobre a alimentação durante a viagem, como manter o controle sobre a ingestão de sal, açúcares ou outros elementos que podem impactar negativamente a saúde da pessoa idosa.

Escolha do Destino: Considerações para Garantir Conforto e Acessibilidade

Ao escolher o destino para a viagem de fim de ano, a acessibilidade e a infraestrutura devem ser as prioridades. Para a população idosa, destinos que ofereçam boas condições de saúde e transporte acessível são essenciais. Isso inclui a proximidade de hospitais ou clínicas, bem como a facilidade de locomoção por meio de transporte público adaptado ou táxis com acesso para cadeirantes.

A escolha do clima também é crucial. Destinos com temperaturas extremas, como calor excessivo ou frio intenso, podem ser prejudiciais para pessoas idosas com doenças cardíacas ou respiratórias. Em locais muito quentes, a desidratação é um risco constante, enquanto que em lugares muito frios, as condições podem agravar problemas articulares e respiratórios. Destinos com clima ameno e estável são preferíveis, pois reduzem os riscos à saúde e proporcionam maior conforto à pessoa idosa.

Além disso, o terreno deve ser levado em consideração. Locais com ruas planas, com calçadas adequadas e livre de obstáculos, são muito mais acessíveis para a população idosa, evitando quedas e outros acidentes. Evite destinos com muitos degraus ou terrenos irregulares, a menos que a pessoa idosa tenha boa mobilidade e possa contar com a ajuda necessária.

Transportes:

Conforto e Segurança Durante a Viagem

Transporte Aéreo: Planejamento para uma Jornada Confortável e Segura

Quando se trata de viagens aéreas, o planejamento é essencial. A pessoa idosa deve sempre priorizar

a escolha de assentos que ofereçam maior conforto e fácil acesso. Por exemplo, assentos na frente do avião oferecem mais espaço para as pernas, o que é fundamental para o bem-estar da pessoa idosa, que pode ter dificuldade em se mover por espaços apertados. Além disso, é recomendado que a pessoa idosa escolha assentos próximos aos banheiros, uma vez que pode precisar de acesso frequente durante o voo.

Outro aspecto importante é a comunicação prévia com a companhia aérea. Muitas empresas oferecem serviços adicionais para pessoas com mobilidade reduzida, como assistência para embarque e desembarque, uso de cadeiras de rodas e, em alguns casos, até embarque prioritário. Ao informar a companhia aérea com antecedência sobre as necessidades especiais da pessoa idosa, você garante que todos os cuidados sejam tomados para uma viagem tranquila.

É importante também verificar as políticas de alimentação, especialmente se a pessoa idosa tiver restrições alimentares. Muitas companhias aéreas oferecem opções de refeição adaptadas, mas é sempre bom confirmar essas opções antes de viajar. Evite, ainda, alimentos pesados e gordurosos, que podem causar desconforto digestivo, especialmente em longos períodos de inatividade.

Transporte Terrestre: Planejamento para Viagens de Longa Distância

Em viagens de ônibus ou trem, a escolha do assento e o planejamento das paradas são essenciais. Para viagens mais longas, é importante que a pessoa idosa tenha acesso a assentos com mais espaço, de preferência próximos aos corredores, o que facilita a locomoção para o banheiro ou para se alongar. Em alguns casos, as empresas de transporte oferecem assentos especialmente adaptados para pessoas com

mobilidade reduzida, o que pode ser uma excelente opção.

A cada duas ou três horas de viagem, a pessoa idosa deve ser incentivada a fazer paradas regulares para caminhar um pouco, alongar os membros e aumentar a circulação sanguínea. Isso é particularmente importante para prevenir trombose venosa profunda, um problema comum em viagens longas. Paradas frequentes também proporcionam uma oportunidade para a pessoa idosa descansar, hidratar-se e se alimentar adequadamente.

Acomodações:

Acessibilidade em Hotéis e Pousadas

Hospedagem: Escolhendo Locais

Adaptados para a População Idosa

A escolha da hospedagem é outro ponto fundamental para garantir a segurança e o conforto da pessoa idosa. Hotéis e pousadas devem ser avaliados não só pela localização, mas também pela infraestrutura que oferecem. Para garantir o máximo de conforto e segurança, é importante escolher acomodações com acessibilidade. Isso inclui rampas de acesso, elevadores, quartos espaçosos e banheiros adaptados com barras de apoio, pisos antiderrapantes e chuveiros de fácil acesso.

Se a pessoa idosa for cadeirante, a escolha de um quarto acessível é imprescindível. Deve-se verificar se o quarto fica no térreo ou se o hotel tem acesso fácil a elevadores. Além disso, a presença de serviços médicos ou enfermarias na hospedagem é um ponto importante, pois em caso de emergência, a proximidade com esses serviços pode fazer toda a diferença.

Outro ponto a ser considerado é o ambiente em si. Escolha acomodações que ofereçam um ambiente tranquilo e livre de ruídos excessivos. Muitas pessoas idosas têm dificuldades para dormir em ambientes muito agitados, por isso, um ambiente calmo e confortável é essencial para garantir boas noites de descanso.

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Cuidados com a Dieta: Manutenção de uma Alimentação Saudável

A alimentação durante a viagem deve ser cuidadosamente planejada, especialmente para a população idosa que pode ter condições de saúde que exigem dietas específicas. Durante viagens longas, as refeições podem ser alteradas, o que pode resultar em desconforto, como indigestão, constipação ou queda nos níveis de glicose. Assim, é fundamental planejar refeições balanceadas, levando lanches saudáveis e evitando alimentos gordurosos, pesados ou de difícil digestão.

Em viagens aéreas, é possível que a comida oferecida a bordo não atenda às necessidades alimentares da pessoa idosa, especialmente se ela tiver restrições como dietas sem glúten, com baixo teor de sal ou com restrições calóricas. Por isso, sempre verifique com a companhia aérea a disponibilidade de refeições adaptadas e, se necessário, leve seus próprios lanches.

Além disso, a hidratação é crucial, pois o ar seco das cabines de

avião ou as longas horas de viagem podem causar desidratação. A pessoa idosa deve ser incentivada a beber líquidos com frequência, como água, sucos naturais ou bebidas isotônicas, que ajudam na reposição de minerais.

Emergências Médicas: Preparando-se para Situações Inesperadas

Atenção às Emergências: Como Lidar com Imprevistos

Apesar de todo o planejamento, imprevistos podem acontecer. Portanto, é fundamental ter um plano de ação para lidar com emergências médicas durante a viagem. Antes de viajar, procure saber onde estão os hospitais mais próximos e as farmácias de plantão. Em destinos internacionais, certifique-se de que o seguro viagem cubra atendimento médico e emergência hospitalar.

Além disso, tenha sempre uma lista de medicamentos de uso contínuo da pessoa idosa, juntamente com os contatos do médico que a acompanha. Em casos de emergência, essas informações podem ser cruciais para que os profissionais de saúde ofereçam o tratamento adequado rapidamente.

Garantindo Bem-Estar e Segurança em Todos os Momentos

Viajar deve ser uma experiência prazerosa e enriquecedora, mesmo para a população idosa. No entanto, para que isso seja possível, é necessário um planejamento cuidadoso e uma atenção especial aos detalhes que impactam diretamente na saúde e segurança da pessoa idosa. Desde a escolha do destino e transporte até a hospedagem e alimentação, todos os aspectos da viagem devem ser pensados com a máxima atenção para garantir uma experiência segura, confortável e inesquecível.

Ao seguir essas orientações e preparar-se adequadamente para imprevistos, a pessoa idosa poderá desfrutar plenamente da viagem, compartilhando momentos especiais com a família e amigos. O planejamento não apenas minimiza os riscos de complicações de saúde, mas também proporciona tranquilidade e bem-estar, permitindo que a viagem se torne uma experiência realmente positiva e cheia de boas recordações. Ao considerar a saúde, a acessibilidade e o conforto em todas as etapas da viagem, podemos garantir que a população idosa aproveite a temporada de fim de ano com segurança e felicidade.

Alimentação Durante a Viagem: Dieta Equilibrada e Segura

Espiritualidade na Terceira

Idade: um caminho para paz e confiança em algo maior

A espiritualidade, na terceira idade, assume um papel de importância crescente, tornando-se um alicerce para a construção de um estado emocional mais equilibrado e sereno. Com o avanço da idade, questões como a reflexão sobre o sentido da vida, as perdas acumuladas, os desafios de saúde e a finitude da existência tornam-se mais presentes. A espiritualidade surge como uma força interna que ajuda a superar esses obstáculos, promovendo o bem-estar e a paz interior. Ao longo da vida, a busca por respostas para as grandes questões da existência é uma constante, mas é na maturidade que essa busca se intensifica, muitas vezes tomando forma nas mais diversas práticas espirituais.

A terceira idade é uma fase de grande reflexão, e, por isso, as pessoas idosas frequentemente buscam a espiritualidade para dar mais signi-

ficado a seus dias. Nesse processo, a conexão com algo maior se torna uma fonte de força emocional e psicológica. Com o tempo, a confiança em uma força superior, seja ela Deus, a natureza ou um princípio universal, oferece um senso de paz, esperança e resiliência que a população idosa tanto necessita. A prática espiritual se transforma, assim, em um caminho de cura, tanto para a alma quanto para o corpo, contribuindo para uma saúde emocional positiva e uma visão mais tranquila e esperançosa da vida.

A Meditação Como Caminho para a Serenidade e Bem-Estar

A meditação, uma prática espiritual que se tornou cada vez mais acessível e reconhecida como uma ferramenta valiosa para o bem-estar, tem se destacado especialmente para a população idosa. Meditar é uma forma de se conectar consigo mesmo, desacelerar

o ritmo acelerado do dia a dia e cultivar a serenidade. No entanto, os benefícios da meditação vão além da simples calma mental; ela tem o poder de reequilibrar o sistema emocional, reduzir o estresse, aumentar a concentração e promover uma sensação de relaxamento profundo.

A meditação regular ajuda a pessoa idosa a se distanciar da ansiedade, da preocupação excessiva com o futuro e da melancolia gerada pelas lembranças do passado. Ela proporciona um espaço interno para a reflexão, onde as tensões podem ser liberadas e a mente pode encontrar a paz. Além disso, a prática diária de meditação melhora a saúde física, auxiliando na redução da pressão arterial, no fortalecimento do sistema imunológico e na melhora do sono. Estes benefícios são particularmente valiosos durante a terceira idade, um período em que a saúde física e mental exige cuidados redobrados.

No contexto do Natal, a meditação pode adquirir um caráter ainda mais especial. Esta é uma época que frequentemente desperta um mix de emoções, como saudade, nostalgia e reflexões sobre a vida e a morte. Meditar durante o Natal pode ser uma maneira de ajudar a população idosa a se reconectar com sua espiritualidade, focando nas bênçãos e nas alegrias da vida. Ao dedicar alguns minutos do dia para meditar, a pessoa idosa é capaz de encontrar um momento de paz, equilíbrio e renovação, independentemente das circunstâncias externas.

A Força das Orações e Reflexões

Profundas para a pessoa idosa

A oração, em sua essência, é uma prática de entrega e confiança. Para muitas pessoas idosas, ela é um caminho para a reconexão com o divino, seja através de práticas religiosas tradicionais ou através de conversas internas com uma força superior. A oração, realizada de forma diária ou durante momentos de reflexão, permite que a pessoa idosa se sinta acolhida, compreendida e apoiada, especialmente quando enfrenta dificuldades. A oração também serve como uma forma de fortalecer a fé em momentos de incerteza, dando significado à dor, às perdas e aos desafios.

Durante o Natal, um período de introspecção e celebração, a oração se torna ainda mais poderosa. Ela oferece uma oportunidade única para refletir sobre o ano que passou, sobre as conquistas e as lutas enfrentadas, ao mesmo tempo em que permite pedir forças para o ano novo. Muitas pessoas idosas consideram o Natal como uma época de renovação espiritual, onde orar se torna uma forma de reavivar sua fé e gratidão pela vida. As palavras de oração, sejam elas ditas em voz alta ou em silêncio, têm o poder de fortalecer a confiança em algo maior, ajudando a dissipar as dúvidas e proporcionando uma sensação de paz interior.

A Espiritualidade nas Artes e na Conexão com a Natureza

Muitas pessoas idosas também encontram a espiritualidade em

atividades que podem parecer distantes das práticas religiosas convencionais, como as artes e a contemplação da natureza. A arte, seja ela pintura, escrita, música ou dança, é uma poderosa forma de expressão espiritual. Ao criar ou apreciar arte, a pessoa idosa tem a oportunidade de se conectar com seus sentimentos mais profundos, explorar suas emoções e dar vazão à sua criatividade, o que pode ser uma experiência espiritual transformadora.

A natureza, por sua vez, oferece um outro caminho de espiritualidade, uma vez que a conexão com o ambiente natural tem sido associada à sensação de pertencimento ao mundo e à compreensão de algo maior. Passar tempo ao ar livre, observar o movimento das árvores ao vento ou simplesmente respirar o ar fresco, permite que a pessoa idosa se sinta mais conectada com o universo. Essas experiências convidam a uma reflexão profunda sobre a vida, sobre a beleza efêmera da natureza e sobre a interconexão entre todos os seres. Durante o Natal, essas experiências podem ter um significado especial, pois convidam à contemplação e à gratidão pela vida e pelos momentos vividos.

Espiritualidade Como Rede de Apoio e Sentido de Comunidade

A espiritualidade também pode ser fortalecida através da convivência com outras pessoas, criando uma rede de apoio emocional e espiritual. Participar de grupos de oração, meditação ou encontros espirituais oferece à pessoa idosa a chance de se conectar com outros que compartilham de suas crenças, experiências e desafios. Essas conexões criam um ambiente de empatia e apoio mútuo, onde cada pessoa pode se sentir acolhida e valorizada.

Além disso, a participação em grupos espirituais oferece à população idosa a oportunidade de ser um ponto de apoio para os outros, criando um senso de propósito e pertença. Essas atividades não só promovem o fortalecimento da fé, mas também diminuem o isolamen -

to, um problema comum na terceira idade. Durante o Natal, as pessoas idosas podem se reunir com amigos e familiares para compartilhar momentos de reflexão, fortalecer seus laços espirituais e celebrar a vida em conjunto.

Confiança em Algo Maior: O Alicerce para o Futuro

A confiança em algo maior é, talvez, um dos maiores presentes espirituais que a terceira idade pode oferecer a si mesma. À medida que envelhecemos, lidamos com perdas, mudanças físicas e emocionais, e a iminência da morte. No entanto, aqueles que têm fé e confiança em uma força superior são mais capazes de enfrentar esses desafios com dignidade e serenidade. Essa confiança traz consigo uma sensação de paz que transcende as adversidades e permite que a pessoa idosa viva com mais coragem e aceitação.

A espiritualidade oferece à pessoa idosa a possibilidade de confiar que há um plano maior para sua vida, mesmo quando as circunstâncias parecem incertas. Essa fé proporciona um alicerce sólido sobre o qual a pessoa pode construir sua jornada, oferecendo-lhe força para superar desafios e confiança para seguir em frente. No Natal, esse sentido de confiança é ainda mais visível, pois é uma época que simboliza o renascimento, a esperança e a continuidade da vida. A pessoa idosa que confia em algo maior encontra consolo e segurança, independentemente dos obstáculos da vida.

Em última análise, a espiritualidade na terceira idade oferece à pessoa idosa não apenas uma fonte de apoio emocional, mas também um caminho para a paz interior e a renovação. Por meio da meditação, da oração, da arte e da conexão com a natureza, a espiritualidade transforma a experiência do envelhecimento, proporcionando significado e propósito. Assim, a população idosa pode encontrar não só o consolo em momentos de dor, mas também a esperança e a confiança em algo maior que os guia e os fortalece em sua jornada.

CIDADANIA

Oenvelhecimento da população brasileira tem trazido importantes reflexões sobre os direitos das pessoas idosas em diversos aspectos da vida social. Entre esses direitos, os relacionados ao consumo merecem destaque, dado o aumento da participação da terceira idade no mercado. Garantir que as pessoas idosas possam exercer sua cidadania de forma plena é essencial, e isso inclui assegurar que elas sejam tratadas com respeito, dignidade e equidade enquanto consumidoras.

Os direitos da pessoa idosa e o Código de Defesa do Consumidor

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) e o Código de Defesa do Consumidor (CDC, Lei nº 8.078/1990) formam a base legal que ampara a terceira idade nas relações de consumo. O Estatuto reconhece as pessoas idosas como sujeitos de direitos prioritários, enquanto o CDC assegura que todos os consumidores, independentemente da idade, sejam protegidos contra práticas abusivas e enganosas.

De acordo com o Estatuto, as pessoas idosas têm prioridade no atendimento em órgãos públicos e privados que prestam serviços à população, como bancos, hospitais e estabelecimentos comerciais. Além disso, o CDC protege a terceira idade contra publicidade enganosa, contratos abusivos e falta de informação clara e adequada sobre produtos e serviços.

Cobranças indevidas, fraudes bancárias e financeiras

Muitas pessoas idosas enfrentam dificuldades na interação com serviços financeiros, especialmente devido à complexidade dos contratos. Bancos e financeiras, frequentemente, apresentam documentos com termos técnicos

que dificultam a compreensão. Isso pode levar à assinatura de contratos desfavoráveis ou até mesmo à exposição a práticas abusivas, como taxas não informadas. Nesse contexto, é essencial que bancos forneçam atendimento personalizado e respeitem o direito à informação clara.

Outro desafio enfrentado pela terceira idade é a vulnerabilidade a golpes. Golpistas frequentemente utilizam abordagens persuasivas para enganar consumidores idosos, seja por telefone, mensagens de texto ou e-mails. Os bancos devem investir em campanhas educativas voltadas à prevenção desses golpes, orientando as pessoas idosas a evitar compartilhamento de dados pessoais e financeiros com desconhecidos.

Além disso, cobranças indevidas continuam sendo um problema recorrente. Cartões de crédito e débito frequentemente apresentam cobranças duplicadas ou desconhecidas, e a pessoa idosa, muitas vezes, não sabe como recorrer. O CDC garante que consumidores têm o direito de questionar essas cobranças e, em caso de erro, devem receber o valor em dobro, acrescido de juros e correção monetária.

O papel do Procon é fundamental para lidar com essas situações. Ao registrar uma reclamação, a pessoa idosa pode contar com assistência jurídica gratuita e mediação para resolver o problema. É importante destacar que as instituições financeiras têm a obrigação de respeitar as demandas dos consumidores e corrigir falhas rapidamente.

Campanhas de inclusão digital também são essenciais para capacitar a terceira idade a usar aplicativos bancários e serviços digitais com segurança. Muitos golpes são

aplicados por meio de aplicativos e sites falsos, reforçando a necessidade de programas educacionais voltados a esse público.

Por fim, é necessário investir em canais de atendimento diferenciados para pessoas idosas. Filas prioritárias e atendentes treinados para lidar com questões relacionadas à terceira idade podem minimizar riscos e aumentar a confiança nas instituições financeiras.

Planos de saúde e reajustes abusivos

A relação entre a população idosa e os planos de saúde é uma das mais conflituosas no Brasil. Por serem grandes utilizadoras dos serviços de saúde, as pessoas idosas muitas vezes enfrentam dificuldades para arcar com os altos custos dos planos, especialmente devido aos reajustes abusivos. Antes da entrada em vigor do Estatuto do Idoso, empresas de saúde suplementar frequentemente aumentavam os valores cobrados com base exclusiva na faixa etária, prática agora proibida por lei.

Mesmo assim, ainda há relatos de casos em que os reajustes são disfarçados em cláusulas contratuais que dificultam a identificação do abuso. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é o órgão responsável por regulamentar os reajustes e deve ser acionada sempre que houver dúvida sobre a legalidade das cobranças.

Outro desafio enfrentado pela terceira idade está relacionado à exclusão de coberturas essenciais. É comum que planos mais acessíveis para pessoas idosas tenham restrições para atendimentos como terapias intensivas ou exames de alta complexidade. Isso contraria os princípios do CDC, que assegura a prestação de serviços com qualidade e eficiência.

Além disso, a negativa de cobertura para doenças preexistentes é uma prática que merece atenção. O CDC considera abusivo que empresas de planos de saúde restrinjam o acesso a tratamentos ou exames sob justificativa de condições já existentes antes da contratação do plano.

Os direitos das pessoas idosas incluem o atendimento humanizado. Muitos relatam dificuldades para agendar consultas e exames, enfrentando longas esperas, o que desrespeita a prioridade no atendimento prevista pelo Estatuto do Idoso.

Por fim, as iniciativas públicas, como a ampliação do SUS, têm papel importante em suprir lacunas deixadas pelos planos de saúde. O fortalecimento da atenção primária e a criação de programas específicos para a terceira idade podem aliviar a dependência de serviços privados e garantir mais qualidade de vida à população idosa.

Transporte público e meia-entrada

O direito ao transporte público gratuito é uma conquista importante para a terceira idade no Brasil, mas sua implementação ainda enfrenta desafios. Pessoas idosas acima de 65 anos têm direito à gratuidade nos transportes públicos municipais, como ônibus, metrô e trem, bastando apresentar documento de identidade. Contudo, relatos de desrespeito, como motoristas que dificultam o acesso ou má conservação dos veículos, ainda são frequentes.

Em viagens interestaduais, as pessoas idosas podem usufruir de vagas gratuitas ou descontos de 50% no valor da passagem, conforme prevê o Estatuto do Idoso. No entanto, muitas empresas de transporte tentam burlar a legislação ao limitar o número de vagas ou criar dificuldades para a emissão dos bilhetes gratuitos. Nesses casos, é fundamental que o consu-

midor idoso denuncie a prática aos órgãos competentes, como o Procon e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Outro aspecto importante é a acessibilidade nos transportes. Ônibus e trens devem estar adaptados para atender às necessidades da terceira idade, com rampas, assentos prioritários e sinalização clara. A ausência dessas adaptações não apenas viola direitos, mas também coloca em risco a segurança das pessoas idosas.

A meia-entrada para eventos culturais, esportivos e de lazer também é um direito garantido à população idosa. Esse benefício é essencial para promover a inclusão social e o acesso à cultura. No entanto, ainda há empresas que tentam negar esse direito, exigindo comprovações indevidas ou criando obstáculos administrativos.

A fiscalização é um ponto crítico. É necessário que as autoridades

reforcem o cumprimento das leis e apliquem penalidades às empresas que desrespeitam os direitos da terceira idade. Paralelamente, campanhas de conscientização podem informar às pessoas idosas sobre seus direitos e como exercê-los.

A mobilidade é um dos fatores determinantes para a qualidade de vida na terceira idade. Além dos direitos legais, é preciso pensar em soluções de transporte público mais humanizadas e sustentáveis, que considerem as especificidades desse público, promovendo autonomia e dignidade.

Negativas de vendas e discriminação em estabelecimentos comerciais

Outro desafio enfrentado pela população idosa é a discriminação em estabelecimentos comerciais, que muitas vezes tentam negar ou dificultar a venda de produtos a pessoas idosas, com base em preconceitos sobre sua capacidade de consumo ou pela idade avançada. O Código de Defesa do Consumidor

claro ao garantir que o idoso tem direito a comprar produtos e serviços como qualquer outro cidadão, sem sofrer discriminação.

O que muitos não sabem é que o CDC também estabelece que as pessoas idosas têm prioridade no atendimento em situações de fila, em especial em supermercados e lojas de grande movimento. Essa prioridade se aplica não só em estabelecimentos públicos, mas também em serviços privados. No entanto, em muitos casos, estabelecimentos comerciais ainda ignoram ou não aplicam essas leis corretamente.

Além disso, a pessoa idosa tem o direito de ser tratada com respeito e dignidade. O uso de termos depreciativos ou atitudes condescendentes é ilegal e fere os direitos fundamentais da terceira idade. As empresas precisam garantir que seus funcionários sejam treinados para atender esse público de forma igualitária e sem julgamentos.

A recusa de vendas com base em idade é também um comportamento passível de punição. A prática de recusar a venda de produtos como celulares, eletrodomésticos e outros itens por supostas dificuldades de uso deve ser denunciada,

pois é uma forma de discriminação.

É importante destacar que as pessoas idosas possuem o direito de adquirir bens duráveis sem que sejam tratadas com desconfiança ou desrespeito. O preconceito contra a terceira idade muitas vezes está presente na forma como os consumidores são atendidos, o que resulta em menos oportunidades de compra, serviços inadequados e até mesmo preços abusivos.

As políticas públicas de proteção ao consumidor idoso precisam ser amplamente divulgadas para que o público tenha consciência de seus direitos. Somente com a combinação de fiscalização eficiente e programas de educação sobre os direitos do consumidor será possível combater de forma efetiva a discriminação no comércio e garantir que as pessoas idosas tenham acesso aos bens e serviços que desejam.

*5. A importância da educação financeira para a população idosa

Além dos direitos formais previstos em leis, uma das melhores formas de assegurar que as pessoas idosas possam exercer plenamente seus direitos como consumidores é por meio da educação financeira. A

maioria dos problemas que a terceira idade enfrenta no mercado de consumo tem origem na falta de informações claras sobre como lidar com questões financeiras.

Cursos e programas de educação financeira podem ajudar a população idosa a compreender melhor suas finanças, como controlar orçamentos, planejar gastos e evitar fraudes. Por exemplo, os idosos que não têm conhecimento sobre como funcionam os cartões de crédito e os empréstimos podem acabar caindo em armadilhas, como dívidas impagáveis ou taxas de juros abusivas.

A educação financeira também pode auxiliar as pessoas idosas a tomar decisões mais informadas sobre produtos bancários, investimentos e até mesmo o planejamento para a aposentadoria. O aumento do número de idosos ativos no mercado de trabalho e em novas atividades empreendedoras faz com que esse público se torne cada vez mais relevante no cenário econômico.

Outro aspecto importante da educação financeira é ajudar os idosos a proteger seus ativos. Informações sobre como evitar fraudes financeiras e o uso seguro da internet são fundamentais para evitar o impacto de golpes que visam explorar a vulnerabilidade desse grupo.

Além disso, é necessário que as instituições financeiras promovam produtos e serviços adequados à realidade dos consumidores idosos, com taxas de juros acessíveis, sem custos ocultos e com atendimento especializado.

Por fim, deve-se incentivar o uso de novas tecnologias e ferramentas financeiras, como aplicativos e plataformas online, para que as pessoas idosas possam gerenciar sua vida financeira de forma autônoma, segura e eficiente.

HISTÓRIAS QUE INSPIRAM

O Trabalho do Educador Físico com a população idosa: cuidando da saúde e bem-estar na melhor idade

Antônio Kleber Souza da Silva compartilha sua experiência e dedicação no trabalho com a população idosa, promovendo saúde e qualidade de vida por meio

da atividade física

Oenvelhecimento populacional é uma realidade mundial que traz desafios e oportunidades para profissionais da saúde, especialmente os educadores físicos. Entre os principais desafios está a promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Antônio Kleber Souza da Silva, educador físico com ampla formação e experiência, encontrou na terceira idade sua vocação e propósito de vida. Ele se dedica a transformar a qualidade de vida dessa população por meio de intervenções personalizadas e humanizadas.

Formado em Educação Física com licenciatura em 2018 pela Universidade da Região da Campanha e bacharelado pelo Claretiano em Porto Alegre, Antônio sempre foi atraído pelo impacto

social de sua profissão. Sua motivação para atuar com a população idosa surgiu durante a graduação, ao assistir a uma videoaula do professor doutor Mauro Ghisellini, que enfatizava o valor da atenção especializada a esse público. “A partir daquele momento, me apaixonei pelo trabalho com as pessoas idosas e comecei a buscar mais conhecimento. A terceira idade é uma fase rica em aprendizados e experiências, e trabalhar com ela é muito gratificante”, afirma Antônio.

Atendimento Personalizado

O trabalho de Antônio vai muito além de planejar exercícios físicos. Ele entende que cada pessoa idosa possui uma história, uma condição física e

emocional única, e que o atendimento deve ser adaptado às suas necessidades. “Os exercícios para mobilidade, estabilidade, lateralidade e fortalecimento muscular precisam ser cuidadosamente prescritos. É fundamental respeitar as limitações motoras e cognitivas de cada indivíduo. A abordagem não é apenas técnica, mas também social e emocional. O vínculo que criamos com a pessoa idosa é essencial para o sucesso do trabalho”, explica.

Além disso, Antônio ressalta a importância do cuidado no planejamento das atividades. Ele acredita que os exercícios físicos devem ser realizados com atenção aos detalhes, considerando não apenas os be -

nefícios físicos, mas também os ganhos na autonomia e no bem-estar emocional. "Cada movimento planejado é uma oportunidade para a pessoa idosa recuperar a confiança no próprio corpo, melhorar sua autoestima e reconquistar sua independência", enfatiza.

Atendimento Domiciliar

Antônio percebeu que muitos desafios enfrentados pela população idosa estão relacionados à locomoção e ao acesso a espaços adequados para a prática de exercícios. Por isso, ele decidiu se especializar no atendimento domiciliar. “Muitas vezes, os familiares desejam proporcionar uma atividade física regular para a pessoa idosa, mas encontram dificuldades em levá-la a academias ou centros de saúde. O atendimento em casa se torna uma solução prática e eficiente, além de fortalecer o vínculo entre o profissional e o paciente”, explica.

Esse modelo de atendimento permite que Antônio realize intervenções ainda mais personalizadas, focadas no conforto e na segurança da pessoa idosa. Ele utiliza esse contato direto para motivar seus pacientes a incorporar a atividade física à rotina, ajudando-os a lidar com condições como hipertensão, diabetes, obesidade, depressão e ansiedade, que são prevalentes na terceira idade.

Trabalho em projetos comunitários

Atualmente, Antônio atua em unidades básicas de saúde em São Gabriel (RS), onde desenvolve projetos específicos para a população idosa e outros grupos de risco. Ele trabalha com grupos de hipertensos, diabéticos, pessoas com obesidade e condições emocionais, como depressão e ansiedade. Esses projetos são fundamentais para integrar a atividade física à política de saúde pública, mostrando o impacto positivo da intervenção multiprofissional na vida da população idosa.

“Além de promover saúde, esses projetos têm um papel social importante. O convívio com outras pessoas em situações semelhantes cria uma rede de apoio que contribui para a saúde emocional. Para a terceira idade, essa interação é tão vital quanto a prática dos exercícios físicos”, destaca Antônio.

Pilar da qualidade de vida

Para Antônio, trabalhar com a população idosa é mais do que uma carreira: é uma missão de vida. Ele acredita que a profissão de educador físico é essencial para a construção de uma sociedade mais saudável e inclusiva. “O trabalho com a pessoa idosa dignifica e enobrece nossa profissão. Ver o progresso deles, o sorriso no rosto, a alegria de alcançar uma meta que parecia impossível é o que me motiva todos os dias”, reflete.

Ele enfatiza que a atividade física vai além da saúde física. Ela fortalece laços emocionais, melhora a autoestima e promove a inclusão social, elementos fundamentais para um envelhecimento ativo e com qualidade.

O trabalho com a população idosa

Com uma carreira dedicada à terceira idade, Antônio segue buscando novos conhecimentos e aperfeiçoando suas técnicas. Ele acredita que o trabalho com pessoas idosas continuará crescendo em importância, à medida que a sociedade reconhece o valor de investir na saúde e no bem-estar desse público.

“O envelhecimento é uma etapa da vida que merece todo o cuidado e respeito. Como profissionais, devemos continuar aprendendo e inovando, porque cada pessoa idosa traz um universo de experiências e lições. Trabalhar com elas é um privilégio e uma fonte inesgotável de inspiração”, conclui.

O exemplo de Antônio Kleber Souza da Silva é um testemunho do impacto transformador que a Educação Física pode ter na vida da população idosa. Sua dedicação, sensibilidade e visão humanizada do envelhecimento são inspirações para que outros profissionais da área sigam o mesmo caminho, promovendo saúde, dignidade e qualidade de vida na melhor idade.

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