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GERONTO GERONTO+

Qualidade de vida é sempre prioridade

TRANSIÇÃO

E

Inovações e Desafios no Cuidado Integral à Pessoa Idosa

ARevista Geronto+, dedicada à gerontologia e ao cuidado da pessoa idosa, apresenta sua quarta edição com um conjunto de artigos que refletem as mais importantes questões e inovações neste campo. A publicação continua a ser um ponto de encontro para profissionais, especialistas e leitores interessados em aprofundar o conhecimento e melhorar as práticas relacionadas ao envelhecimento, com um olhar atento à inclusão, qualidade de vida e bem-estar.

Iniciando as reflexões, a gerontóloga Kátia Martins traz o artigo "Transição demográfica brasileira e o papel do Gerontólogo nesse contexto", discutindo como o Brasil, diante do envelhecimento populacional, deve se adaptar e quais são as principais demandas para uma ação efetiva do gerontólogo, destacando a urgência de políticas públicas para atender a essa nova realidade.

A gerontóloga Christianne Strazer, no artigo "Cuidados Paliativos da perspectiva do manejo na pessoa idosa", propõe uma abordagem sensível e técnica para o manejo de cuidados paliativos, destacando a importância de oferecer uma assistência de qualidade no final da vida, com foco no alívio do sofrimento e respeito às necessidades da pessoa idosa.

O gerontólogo Alex Santana aborda temas fundamentais que reforçam a importância de uma abordagem multidisciplinar e integrada para o cuidado à pessoa idosa:

- No artigo "Gerontologia: uma abordagem multidisciplinar para o cuidado integral à Pessoa Idosa", Alex enfatiza a necessidade de colaboração entre diversos profissionais da saúde para garantir um atendimento completo, que aborde não apenas as questões físicas, mas também os aspectos emocionais, sociais e culturais do envelhecimento. Ele explica como a integração de áreas como fisioterapia, nutrição, psicologia e gerontologia é essencial para um cuidado efetivo e humanizado.

- Em "Prevenção de Quedas: Estratégias Essenciais para Segurança

e Qualidade de Vida", ele detalha estratégias preventivas que buscam garantir a segurança da pessoa idosa, evitando acidentes que possam comprometer sua saúde e sua autonomia.

- No texto "Racismo e Envelhecimento: a Luta por Respeito e Igualdade", Alex aborda os desafios enfrentados pelas pessoas idosas negras, apontando para a necessidade de inclusão social e igualdade de direitos para garantir uma velhice digna e respeitosa.

- Em "Deficiência e Envelhecimento: a Luta por Direitos e Inclusão", ele analisa a interseção entre envelhecimento e deficiência, oferecendo soluções para um envelhecimento mais inclusivo e acessível.

- No artigo "Enfrentando as Dificuldades de Locomoção na Pessoa Idosa: Desafios e Soluções", Alex traz um olhar abrangente sobre os obstáculos enfrentados pela pessoa idosa em relação à mobilidade, propondo intervenções eficazes para melhorar a qualidade de vida e a autonomia.

- Por fim, em "Novembro Azul: Incentivando o Autocuidado e Prevenção ao Câncer de Próstata para Homens na Terceira Idade", Alex destaca a importância da conscientização sobre a saúde do homem idoso, especialmente no que diz respeito ao câncer de próstata, e o papel fundamental da prevenção no aumento da longevidade com qualidade.

A especialista Laura Fabel, em "A importância da Longevidade e os desafios para o envelhecimento saudável: perspectivas e soluções", explora como a ciência e a pesquisa podem contribuir para a promoção de um envelhecimento mais saudável, apontando para soluções que busquem garantir bem-estar e qualidade de vida em todas as fases do envelhecimento.

Na área das terapias complementares, Leila Ecard compartilha os benefícios da "Musicoterapia: a música como aliada na vida da pessoa idosa com Alzheimer", evidenciando o impacto positivo que a música pode ter no cuidado das pessoas idosas que

enfrentam Alzheimer, promovendo a estimulação cognitiva e emocional.

O gerontólogo Raimundo Lima aborda o ambiente propício para que a pessoa idosa tenha uma vida ativa em "A atuação em casas de convivência".

A fisioterapeuta Larissa Ramos aborda os benefícios do "Pilates para a pessoa idosa", explicando como essa prática pode ajudar na manutenção da mobilidade, força e equilíbrio, fatores essenciais para o envelhecimento saudável.

A prática da atividade física é discutida ainda mais por Luciana Nunes, que fala sobre "Avaliação em academia para melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa", e por Joelso Ferrari, que compartilha em "Adaptando treinos físicos para a pessoa idosa" a importância de um treinamento personalizado, respeitando as necessidades e limitações de cada indivíduo para garantir resultados positivos e seguros.

A gerontóloga Taffness Siqueira traz para a discussão regional o artigo "Envelhecimento Saudável: Uma perspectiva integrada da Gerontologia em Arcoverde, Pernambuco", apresentando iniciativas locais e como elas podem contribuir para um envelhecimento saudável, adaptado às realidades e necessidades regionais.

Na seção "Histórias que Inspiram", celebramos a trajetória de Silvio, um atleta que desafia os limites do envelhecimento. "A Saga de Um Herói das Pistas e da Vida" é um relato inspirador que mostra como a perseverança e a dedicação podem ultrapassar barreiras e servir de exemplo para todos.

A Revista Geronto+ segue como um espaço indispensável para fomentar debates, compartilhar conhecimentos e promover ações concretas que transformem o cuidado à pessoa idosa no Brasil. Que esta edição inspire leitores, profissionais e a sociedade a caminhar rumo a um envelhecimento mais digno, saudável e inclusivo.

Kátia Martins
Gerontóloga, especialista em Estimulação Cognitiva em Idosos e Adultos

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA BRASILEIRA E O PAPEL DO GERONTÓLOGO NESSE CONTEXTO

Atransição demográfica é um dos processos mais marcantes do Brasil atualmente. Em poucas décadas, o país vivenciou mudanças profundas na composição etária de sua população, movendo-se de uma sociedade predominantemente jovem para uma estrutura em que as pessoas idosas ocupam um espaço cada vez maior.

Esse fenômeno apresenta desafios econômicos, sociais e culturais significativos, mas também abre oportunida-

des para novos modelos de políticas públicas e estratégias de desenvolvimento.

Dentro desse cenário, a gerontologia desponta como uma área essencial para lidar com as demandas do envelhecimento populacional. Através deste artigo, busco explorar o panorama da transição demográfica brasileira e destacar o papel do gerontólogo em promover um envelhecimento saudável, inclusivo e ativo, considerando os impactos em dife-

rentes setores da sociedade.

A Transição Demográfica no Brasil: Um Fenômeno em Aceleração

A transição demográfica é definida como o movimento de uma sociedade de altas taxas de natalidade e mortalidade para um padrão de baixas taxas em ambas. No Brasil, esse processo começou a se intensificar nas décadas de 1960 e 1970, quando o país experimentou avanços na saúde pública, saneamento básico e acesso a serviços médicos, que reduziram drasticamente a mortalidade infantil e aumentaram a expectativa de vida.

Paralelamente, a urbanização acelerada e mudanças socioculturais contribuíram para a queda na taxa de fecundidade, que passou de cerca de 6 filhos por mulher na década de 1960 para menos de 2 filhos por mulher atualmente. Segundo o IBGE, a expectativa de vida ao nascer, que era de cerca de 45 anos em 1940, ultrapassou os 75 anos em 2020.

Essas transformações resultaram em uma mudança expressiva na pirâmide etária brasileira. Se em 1980 a base da pirâmide era ampla, refletindo uma população jovem, atualmente essa base está mais estreita, enquanto o topo, que representa as pessoas idosas, está cada vez mais largo. Estima-se que, até 2030, o número de pessoas com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças e adolescentes (0-14 anos). Até 2050, aproximadamente 30% da população brasileira será composta por quem tem 60 anos ou mais.

O envelhecimento populacional traz implicações para diversas áreas da sociedade. Entre os principais desafios estão:

Sistema Previdenciário e Econômico

Com o aumento da população 60+, o Brasil enfrenta uma pressão significativa sobre o sistema de previdência social. A relação de contribuintes em idade ativa para beneficiários está diminuindo, o que demanda reformas estruturais para garantir a sustentabilidade do sistema.

Além disso, a menor proporção de jovens em idade produtiva pode desacelerar o crescimento econômico, enquanto os custos associados a aposentadorias, pensões e cuidados de saúde para pessoas idosas aumentam.

Sistema de Saúde

O envelhecimento populacional eleva a prevalência de doenças crônicas e degenerativas, como hipertensão, diabetes, Alzheimer e outras formas de demência. Isso exige um sistema de saúde mais robusto, focado na prevenção, diagnóstico precoce e cuidados de longo prazo.

Mudanças Sociais e Culturais

O envelhecimento impacta as relações intergeracionais, a estrutura das famílias e a percepção social da pessoa idosa. Questões como preconceito etário (ageismo) e a necessidade de valorização da experiência e sabedoria das pessoas idosas tornam-se centrais.

O PAPEL DO GERONTÓLOGO NA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Frente aos desafios e oportunidades apresentados pela transição demográfica, o gerontólogo desempenha um papel crucial. Este profissional é capacitado para compreender o envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social, propondo soluções que promovam o bem-estar e a qualidade de vida dos 60+. A seguir, destacam-se

algumas áreas de atuação do gerontólogo nesse contexto:

Promoção do Envelhecimento Ativo

O conceito de envelhecimento ativo, proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), valoriza a participação contínua das pessoas idosas na sociedade em aspectos econômicos, sociais, culturais e cívicos. O gerontólogo atua no desenvolvimento de programas que incentivem a autonomia, o protagonismo e a integração social dos 60+, combatendo o isolamento e promovendo a inclusão.

Educação

e Sensibilização

O gerontólogo desempenha um papel educativo, tanto no trabalho direto com as pessoas idosas quanto na conscientização da sociedade. Por meio de palestras, oficinas e campanhas, ele ajuda a desmistificar preconceitos sobre o envelhecimento e a disseminar informações sobre saúde, direitos e autocuidado.

Planejamento de Políticas Públicas

O gerontólogo contribui para a elaboração e implementação de políticas públicas que respondam às demandas do envelhecimento populacional. Isso inclui estratégias para adaptar os serviços de saúde, assistência social e transporte, bem como para garantir moradias acessíveis e ambientes urbanos amigáveis para todas as idades.

Cuidados de Longo Prazo e Paliativos

Com o aumento de doenças crônicas e degenerativas, a demanda por cuidados de longo prazo é crescente.

O gerontólogo está apto a coordenar equipes multiprofissionais, apoiar famílias e planejar intervenções que respeitem a dignidade e as necessidades das pessoas idosas.

Economia Prateada

O envelhecimento populacional cria novos mercados, desde produtos tecnológicos voltados para o público 60+ até turismo e lazer adaptados. O

gerontólogo pode atuar como consultor ou empreendedor, desenvolvendo serviços e produtos inovadores para esse público.

Desafios para a Profissão

Embora o papel do gerontólogo seja essencial, sua atuação enfrenta desafios. A profissão ainda é pouco conhecida por grande parte da população e subestimada em algumas áreas de atuação. Além disso, há uma necessidade de regulamentação e reconhecimento formal da profissão em diferentes níveis governamentais.

Por outro lado, a crescente visibilidade da questão do envelhecimento e a expansão de cursos e formações na área indicam um futuro promissor para a gerontologia.

Oportunidades no Contexto da Transição Demográfica

Apesar dos desafios, a transição demográfica também oferece oportunidades valiosas. A adaptação às mudanças demográficas pode estimular a inovação, gerar empregos e promover uma sociedade mais inclusiva e preparada para o envelhecimento. O gerontólogo está na linha de frente dessa transformação, desempenhando um papel estratégico na construção de um futuro mais equilibrado e sustentável.

A transição demográfica no Brasil representa um desafio significativo, mas também uma oportunidade para construir uma sociedade mais inclusiva e preparada para o envelhecimento. Os gerontólogos têm um papel vital nesse processo, trabalhando em diversas frentes para promover a saúde, o bem-estar e a dignidade das pessoas idosas. Com abordagens interdisciplinares e colaboração entre setores, é possível enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades trazidas pelo envelhecimento populacional, garantindo que todos possam envelhecer com qualidade de vida.

Saiba mais sobre Kátia Martins em https://www.instagram.com/stories/ gerontologakatiamartins/

Christianne Maria Strazer Lima Gerontóloga, Pós-graduanda em Psicogerontologia

Cuidados Paliativos da perspectiva do manejo na pessoa idosa

Falar em cuidados paliativos é estar alinhado com o avanço da busca em proporcionar a melhor qualidade de vida possível a quem necessite desse suporte durante toda trajetória de uma doença crônica, degenerativa ou câncer até o momento do óbito e posteriormente aos familiares/ cuidadores do paciente no luto.

Mesmo o envelhecimento não sendo sinônimo de doença e por mais que a pessoa idosa consiga manter sua autonomia e independência até a mais tenra idade, chega um momento em que se faz necessário alguns cuidados e adaptações para a melhor qualidade de vida.

Certos cuidados se tornam imprescindíveis, ainda mais se nesta fase da vida ocorre algum diagnóstico de demência ou doença degenerativa e progressiva. A cada etapa para que o idoso tenha máximo conforto o cuidado paliativo traz em seus fundamentos a viabilização de práticas que fazem toda diferença na rotina do idoso doente e de seus familiares.

Falar em cuidados paliativos é falar de equipe multidisciplinar. É falar de humanização e individualidade. É falar na dignidade do paciente. É falar de uma equipe horizontal e coesa. Onde cada profissional contribui com sua especialidade para que seja alcançado o objetivo final de possibilitar para seu assistido e para seus familiares e/ou cuidadores uma rotina estável, confortável e linear.

Existem casos onde essa atuação paliativista dura anos e até que chegue a fase “terminal”, todo este trabalho faz total diferença na vida do paciente e seus familiares e/ou cuidadores. E certamente por ter ocorrido esta intervenção multidisciplinar, esses anos foram mais leves e de melhor qualidade para todos os envolvidos neste processo.

A cada etapa para que o idoso tenha máximo conforto o cuidado paliativo traz em seus fundamentos a viabilização de práticas que fazem toda diferença na rotina do idoso doente e de seus familiares

Assistir ao vídeo da palestra da Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, autora do livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, trouxe um olhar de quão necessária são os cuidados paliativos.

São esses cuidados que proporcionam ao paciente algo além do que a medicina tradicional pode ofertar. Esse manejo viabiliza ao paciente condição de no momento de seu falecimento e nos momentos, dias etc. que o precede humanizar e dignificar um fenômeno que ocorrer sem exceção a qualquer um! Morrer é condição “sine qua non” de quem está vivo.

Quando se trata de pessoas idosas, essa realidade fica cada vez mais próxima.

Esta proximidade traz a reflexão de como passar este momento e em que condições passar por ele. Principalmente quando a pessoa está acometida por uma doença que não tem cura e que progride debilitando o doente á medida que o tempo passa. Poder oferecer neste processo cuidados paliativos faz com que todos que estejam no processo tenham suporte para viver esse ciclo de forma mais humana e branda.

Ter uma equipe que esteja focada em fazer deste processo o mais con-

fortável, controlando sintomas, evitando dor e trazendo inclusive amparo espiritual é ter a possibilidade de dar a este idoso uma morte digna e dar a seus familiares a tranquilidade de que o melhor foi oferecido a seu ente querido. Fazendo inclusive que o luto seja menos pesado, cheio de culpas e arrependimentos, pois durante esta trajetória até a oportunidade de perdões e arestas aparadas houve.

Escutar a Dra. Ana Claudia discorrer sobre a importância de promover um cuidado paliativo individualizado e humanizado, vê-la demonstrar com sua vivência que ter esta ótica de que tem sim muito a ser feito por um paciente seja no tempo que for e mesmo a cura não sendo possível traz para a realidade dos idosos o conforto de poder pensar um cuidado paliativo não está ligado ao fato da morte estar tão próxima e que junto com ela vem o abandono. Mas sim, que existe a possibilidade de viver o tempo que resta assistido por profissionais empenhados a proporcionar a melhor qualidade de vida possível de acordo com sua condição biológica, emocional, social e espiritual.

Pelo tempo que for necessário e que até seu último suspiro, você estará rodeado de amor, no local escolhido de acordo com suas possibilidades clínicas.

Ter essa possibilidade traz conforto emocional e consequentemente tornam os dias que restam mais leves e prazerosos. Deixando a vida sem o peso e nebulosidade que o envelhecer ainda traz consigo.

Saiba mais sobre Christiane Maria Strazer Lima em https://www.instagram.com/oflgerontologia

Gerontologia: uma abordagem multidisciplinar para o cuidado integral à Pessoa Idosa

Explorando a importância da colaboração entre profissionais da saúde e o papel do poder público na promoção de um envelhecimento saudável

Omodelo de cuidado centrado no paciente é um reflexo da evolução da medicina, onde o foco é não apenas tratar doenças, mas também entender as necessidades globais do paciente. No caso do idoso, essa abordagem se torna ainda mais crucial, pois envolve uma série de complexidades físicas, emocionais e sociais que impactam sua saúde e qualidade de vida. A equipe multidisciplinar, composta por gerontólogos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos, atua em conjunto para criar um plano de cuidados que aborde todos esses aspectos. Esse trabalho em equipe permite uma compreensão mais holística do paciente, considerando não apenas suas condições de saúde, mas também seu contexto familiar, social e emocional.

Os gerontólogos desempenham um papel central nesse modelo, utilizando seu conhecimento especializado para avaliar continuamente as necessidades dos idosos. Eles realizam avaliações abrangentes que incluem a análise de aspectos físicos, como mobilidade e saúde mental, além de fatores sociais, como o suporte familiar e a capacidade de viver de forma independente. Essa avaliação contínua é vital, pois as necessidades dos idosos podem mudar rapidamente. Ao identificar essas mudanças, a equipe pode adaptar os cuidados e intervenções de forma eficaz,

Alex Santana Gerontólogo,

Pós-graduado em Saúde Mental, Gestão em Saúde Pública e Privada, Geriatria e Gerontologia, Técnico em Enfermagem e CEO da revista Geronto+

garantindo que o idoso receba o suporte necessário para manter sua autonomia e qualidade de vida.

Além disso, a atuação conjunta da equipe permite a implementação de intervenções preventivas que são essenciais para o envelhecimento saudável. Por exemplo, o trabalho dos gerontólogos pode incluir a introdução de atividades físicas adaptadas que ajudam a prevenir quedas, uma preocupação comum entre idosos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de exercícios pode reduzir em até 30% o risco de quedas em idosos, demonstrando a importância de intervenções proativas. Essas atividades não apenas fortalecem a condição física, mas também promovem a interação social e melhoram o estado emocional dos participantes.

As estratégias desenvolvidas em equipe vão além do aspecto físico. A saúde mental é uma prioridade no cuidado ao idoso, e os psicólogos da equipe podem oferecer suporte fundamental. O combate à solidão e à depressão, que são comuns entre idosos, é parte integrante desse cuidado. Programas que incentivam a socialização, como grupos de terapia ou atividades recreativas, podem ser implementados para promover o bem-estar emocional. O impacto positivo dessas intervenções é amplamen-

te reconhecido, e estudos demonstram que a interação social pode melhorar significativamente a saúde mental e a qualidade de vida dos idosos.

Outro aspecto importante da atuação multidisciplinar é a educação em saúde. A equipe pode trabalhar junto aos idosos e seus familiares, fornecendo informações sobre condições de saúde, medicações e autocuidado. Essa abordagem educacional não só capacita os idosos a gerenciar suas próprias condições de saúde, mas também envolve as famílias, criando um ambiente de apoio. Ao entender as necessidades e os desafios enfrentados pelos idosos, os familiares podem ser mais eficazes em sua função de cuidadores, contribuindo para um cuidado mais integrado e completo.

Por fim, a equipe multidisciplinar tem a responsabilidade de avaliar e monitorar os resultados dos cuidados implementados. Essa avaliação não se limita apenas a verificar a saúde física, mas também considera aspectos emocionais e sociais. Por meio de reuniões regulares e revisões de casos, a equipe pode discutir as melhorias observadas, as dificuldades enfrentadas e as mudanças necessárias nos planos de cuidado. Esse ciclo contínuo de avaliação e adaptação é essencial para garantir que os cuidados oferecidos sejam sempre os mais adequados e eficazes para cada idoso.

O Gerontólogo e os Caminhos para Atuação na Equipe

Multidisciplinar

A atuação do gerontólogo é multifacetada e se estende a diversos ambientes, incluindo hospitais, clínicas, lares de idosos e programas de atenção domiciliar. Em cada um desses locais, os gerontólogos trazem seu conhecimento especializado em envelhecimento, saúde e bem-estar. Nos hospitais, por exemplo, eles podem integrar equipes de emergência para avaliar rapidamente as necessidades dos pacientes idosos, contribuindo para decisões de tratamento que considerem as particularidades do envelhecimento. Essa abordagem colaborativa é fundamental em um contexto hospitalar, onde o tempo é essencial e uma compreensão abrangente do paciente pode impactar significativamente os resultados clínicos.

Nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), os gerontólogos têm um papel vital na criação de ambientes que promovam a autonomia e a dignidade dos residentes. Eles colaboram na organização do espaço físico e no planejamento de atividades diárias que incentivam a socialização e o envolvimento dos idosos. Isso pode incluir desde atividades recreativas até programas de exercícios físicos, todos voltados para estimular a capacidade funcional e a qualidade de vida. Ao implementar práticas que promovem a interação social, os gerontólogos ajudam a prevenir o isolamento, um fator de risco significativo para a saúde mental na terceira idade.

Nos centros de convivência, os gerontólogos atuam como facilitadores de ações que buscam fortalecer os vínculos sociais entre os idosos. Eles desenvolvem programas que estimulam a participação ativa em atividades comunitárias, promovendo um senso de pertencimento e identidade. Além disso, esses profissionais podem atuar como educadores, oferecendo workshops e palestras sobre te-

mas relevantes, como nutrição, saúde mental e autocuidado. Essa educação é crucial para capacitar os idosos a tomarem decisões informadas sobre suas próprias vidas, promovendo um envelhecimento ativo e saudável.

Uma das áreas de atuação significativa dos gerontólogos é na prevenção de quedas, uma preocupação predominante entre a população idosa. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que as quedas são uma das principais causas de morte acidental entre os idosos. Por isso, é essencial que os gerontólogos desenvolvam programas específicos em colaboração com fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Essas iniciativas podem incluir a avaliação do ambiente domiciliar e a implementação de modificações que reduzam o risco de quedas, além de promover atividades que melhorem o equilíbrio e a força.

Outra área importante é a promoção da saúde mental dos idosos. Os gerontólogos podem conduzir avaliações que identifiquem sinais de depressão e ansiedade, condições

frequentemente subdiagnosticadas nessa faixa etária. A implementação de programas de intervenção precoce, que podem incluir terapia individual ou em grupo, é fundamental para melhorar a qualidade de vida. Além disso, a orientação a familiares sobre como apoiar a saúde mental de seus entes queridos é uma extensão importante do trabalho do gerontólogo, ajudando a construir um ambiente familiar mais acolhedor e compreensivo.

Os gerontólogos são essenciais na promoção da formação continuada de cuidadores e profissionais que atuam com idosos. Eles podem oferecer treinamento e orientação sobre as melhores práticas de cuidado, sensibilizando os cuidadores sobre as necessidades específicas dos idosos. Ao empoderar esses profissionais, os gerontólogos ajudam a garantir que os cuidados oferecidos sejam de alta qualidade e respeitem a dignidade dos idosos. Essa abordagem não apenas melhora a experiência de cuidado, mas também contribui para a sustentabilidade dos serviços oferecidos à população idosa.

O

do poder público no apoio e expansão de programas de Gerontologia

A atuação do poder público é fundamental para a ampliação e eficácia dos programas de gerontologia no Brasil. É necessário um compromisso governamental que reconheça a importância do envelhecimento ativo e da saúde dos idosos. Para isso, o investimento em formação e capacitação de gerontólogos e outros profissionais de saúde é essencial. Municípios e estados devem estabelecer parcerias com instituições de ensino e organizações não governamentais para promover cursos e treinamentos que preparem adequadamente os profissionais para as demandas específicas dessa população.

Uma das principais estratégias que o poder público pode adotar é a implementação de programas de assistência gerontológica em postos de saúde. Essa ação não só amplia o acesso ao cuidado, mas também garante que as necessidades dos idosos sejam atendidas de forma regular e integral. O fortalecimento da atenção básica é um passo crucial, pois permite que os gerontólogos realizem avaliações e intervenções preventivas, evitando a progressão de doenças e promovendo o bem-estar. Para garantir que as unidades básicas de saúde estejam adequadamente equipadas, o governo deve assegurar que as equipes sejam compostas por profissionais capacitados, incluindo gerontólogos.

A criação de programas de envelhecimento ativo é outra medida significativa que pode ser promovida pelo poder público. Esses programas devem incentivar práticas de atividades físicas adaptadas, além de oferecer capacitação para cuidadores de idosos. Dados do Ministério da Saúde mostram que investir em envelhecimento ativo pode resultar em melhorias significativas na saúde física e mental dos idosos, além de reduzir hospitalizações. No entanto, a realidade é que apenas uma pequena

fração das cidades brasileiras possui programas estruturados para atender essa população, o que evidencia a necessidade de políticas mais robustas e abrangentes.

Além disso, a criação de redes de suporte para idosos que vivem sozinhos ou têm mobilidade reduzida é crucial. O poder público deve fomentar a integração de serviços de saúde e assistência social, garantindo que os gerontólogos desempenhem um papel central na formulação de protocolos para atendimentos domiciliares regulares. Essas redes de suporte podem incluir visitas programadas de profissionais de saúde, facilitando o monitoramento contínuo da saúde dos idosos e evitando hospitalizações desnecessárias. Isso não só melhora a qualidade de vida, mas também promove uma maior sensação de segurança e bem-estar para os idosos.

Outra proposta relevante é a colaboração com universidades para a supervisão de estágios de estudantes de gerontologia. Essa parceria pode

aumentar a presença de profissionais capacitados em comunidades e instituições, atendendo à crescente demanda por cuidado especializado. Além disso, a formação prática dos estudantes em ambientes de cuidado ao idoso permite a troca de experiências e a construção de vínculos entre gerações, enriquecendo o aprendizado e preparando os futuros profissionais para as realidades do campo.

É essencial que o poder público promova campanhas de conscientização sobre os direitos dos idosos e a importância de cuidar dessa população. Essas campanhas devem abordar não apenas os aspectos de saúde, mas também questões de dignidade e respeito. O empoderamento dos idosos, ao torná-los conscientes de seus direitos, pode levar a uma maior participação na sociedade e à promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Isso exige um compromisso contínuo do governo e da sociedade civil, reforçando que todos têm um papel na construção de um futuro mais justo e acolhedor para os idosos.

Cuidados, direitos fundamentais e integração entre gerações

O envolvimento da sociedade civil na promoção de um envelhecimento saudável também é essencial. Programas de voluntariado que estimulem a interação entre diferentes gerações podem ser uma solução eficaz para combater o isolamento social. Iniciativas que promovem a inclusão da população idosa na vida comunitária e cultural são vitais para que esses cidadãos se sintam valorizados e respeitados.

Um exemplo disso é o projeto "Intergeracionalidade", que une jovens e pessoas idosas em atividades culturais e recreativas, promovendo o aprendizado mútuo e o respeito entre as gerações. Os resultados têm mostrado um aumento na autoestima da população idosa participante e um impacto positivo na formação de valores nos jovens envolvidos.

A acessibilidade nos espaços públicos e privados é uma questão que precisa ser abordada. Muitas vezes, a terceira idade enfrenta barreiras físicas que dificultam seu acesso a serviços e atividades essenciais. O poder público deve garantir que os espaços sejam adaptados para atender às necessidades dessa população, promovendo um ambiente inclusivo e acessível. Isso inclui a instalação de rampas, elevadores e banheiros adaptados, além da oferta de transporte público adequado.

A implementação de cuidados paliativos deve ser uma prioridade nas políticas de saúde voltadas para as pessoas idosas. Muitas vezes, o envelhecimento é acompanhado de doenças crônicas e condições que exigem cuidados especializados. A inclusão de gerontólogos em equipes de cuidados paliativos é fundamental para garantir que a população idosa receba o suporte necessário durante essa fase da vida, priorizando a qualidade de vida e o conforto.

Um exemplo notável é o programa de cuidados paliativos implementado pelo Hospital das Clínicas de São Pau-

lo, que se destaca pela abordagem humanizada e pela integração de equipes multidisciplinares. Este programa não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também oferece suporte emocional às famílias, demonstrando a importância de um cuidado holístico.

É essencial ressaltar que a luta contra o preconceito e a discriminação em relação as pessoas idosas deve ser uma questão prioritária. A sociedade precisa reconhecer o valor e a contribuição da terceira idade, não apenas como cidadãos, mas também como portadores de experiências e conhecimentos valiosos. Campanhas de conscientização que promovam uma visão positiva do envelhecimento podem ajudar a mudar a percepção pública sobre a terceira idade, promovendo um envelhecimento digno e respeitoso.

O cuidado a população idosa no Brasil enfrenta uma série de desafios, mas também apresenta oportunidades significativas para a melhoria dos serviços prestados. A atuação de gerontólogos em equipes multidisciplinares é essencial para garantir um

atendimento de qualidade, centrado nas necessidades do paciente.

Para que essa realidade se concretize, é imprescindível que o poder público atue de forma proativa na formulação de políticas voltadas para o envelhecimento. Investir em formação, capacitação e em serviços de saúde voltados para a população idosa é um compromisso que deve ser assumido por todos.

O futuro do envelhecimento saudável no Brasil depende das ações que tomamos hoje. A promoção de um envelhecimento ativo e dignificante é uma responsabilidade compartilhada entre o governo, os profissionais de saúde e a sociedade civil. Por meio de uma abordagem integrada e multidisciplinar, podemos transformar o cuidado a pessoa idosa, garantindo que cada indivíduo tenha acesso a serviços de saúde adequados, suporte emocional e oportunidades de participação na sociedade.

Saiba mais sobre Alex Santana em https://www.instagram.com/ alexsantanapinda/

EXEMPLOS DE SUCESSO EM EQUIPES MULTIDISCIPLINARES

1. Programa de Envelhecimento Ativo da Prefeitura de Horizonte, CE

A Prefeitura de Horizonte implementou um programa voltado para o envelhecimento ativo que envolve a participação de pessoas idosas em atividades físicas, culturais e sociais. A iniciativa, coordenada por gerontólogos e educadores físicos, visa promover a saúde e a socialização entre os participantes. Os resultados demonstram uma redução significativa em casos de depressão e ansiedade entre a terceira idade, além de aumento na adesão a hábitos saudáveis. O programa também foi responsável por criar uma rede de apoio entre os participantes, promovendo um ambiente de acolhimento e amizade.

2. Projeto "Cuidando de Quem Cuida" em São Paulo, SP

Projeto desenvolvido para apoiar cuidadores de pessoas idosas, muitas vezes sobrecarregados e em risco de esgotamento. A iniciativa oferece capacitação para cuidadores familiares e profissionais, abordando aspectos como saúde mental, manejo de estresse e técnicas de cuidado. A participação em grupos de apoio tem mostrado um impacto positivo no bem-estar dos cuidadores, refletindo diretamente na

qualidade do atendimento prestado a população idosa. Além disso, o projeto promove a troca de experiências, fortalecendo a rede de apoio e solidariedade entre cuidadores.

3. Clínica de Gerontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

A UFRJ desenvolveu uma clínica de gerontologia que atua como um espaço de atendimento integrado às pessoas idosas da comunidade. A clínica oferece serviços de avaliação geriátrica, acompanhamento psicológico, fisioterapia e atividades recreativas. O modelo multidisciplinar permite um atendimento completo, com um foco especial na prevenção de doenças. A iniciativa tem sido um sucesso, com a participação ativa da comunidade e a formação de alunos em gerontologia, que têm a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

4. Programa de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas de São Paulo

Este programa é um exemplo notável da integração de equipes

multidisciplinares em um ambiente hospitalar. Com uma abordagem centrada no paciente, os gerontólogos, enfermeiros, médicos e assistentes sociais trabalham juntos para oferecer cuidados personalizados a pessoas idosas com doenças avançadas. O programa tem demonstrado não apenas melhoria na qualidade de vida dos pacientes, mas também proporcionou suporte emocional às suas famílias, destacando a importância de um cuidado humanizado.

5. Projeto "Intergeracionalidade" em diversas cidades

O projeto une jovens e pessos idosas em atividades culturais e recreativas, promovendo o aprendizado mútuo e o respeito entre as gerações. As atividades incluem oficinas de artesanato, aulas de dança e passeios culturais. Os resultados têm mostrado um aumento na autoestima da população idosa participante e um impacto positivo na formação de valores nos jovens envolvidos, evidenciando a importância da interação intergeracional na promoção de um envelhecimento ativo e saudável.

Esses estudos de caso exemplificam como a implementação de programas centrados na gerontologia e na atuação de equipes multidisciplinares pode impactar positivamente a vida da pessoa idosa, promovendo um envelhecimento ativo e saudável. Eles ressaltam a importância de políticas públicas que incentivem a formação e capacitação de profissionais da saúde, bem como a necessidade de iniciativas que promovam a inclusão e o respeito à população idosa.

A gerontologia e a atuação de equipes multidisciplinares são fundamentais para enfrentar os desafios do envelhecimento da população brasileira. Por meio de iniciativas inovadoras e integradas, podemos garantir que as pessoas idosas tenham acesso a cuidados de qualidade, promovendo um envelhecimento ativo, saudável e digno.

O futuro da saúde da pessoa idosa no Brasil depende do compromisso coletivo em priorizar o cuidado a essa população e em desenvolver políticas públicas que atendam suas necessidades de maneira eficaz e respeitosa.

HÁBITOS SAUDÁVEIS

A importância da Longevidade e os desafios para o envelhecimento saudável: perspectivas e soluções

Oprocesso de envelhecimento é um fenômeno natural, que, em muitos casos, pode ser acompanhado de ganhos significativos em sabedoria, experiência e qualidade de vida. Contudo, alcançar a longevidade de maneira saudável demanda cuidados especiais e a adoção de hábitos que nem sempre são fáceis de implementar. Com a população mundial envelhecendo a passos largos, a importância do envelhecimento saudável se torna um tema central para os indivíduos, suas famílias e os profissionais que atuam com esse público.

O Desafio do Envelhecimento Saudável

Envelhecer com qualidade de vida envolve muito mais do que evitar doenças. Requer uma combinação de cuidados físicos, emocionais e cognitivos que permitem que o indivíduo se sinta bem consigo mesmo, mantenha sua independência e continue a desfrutar da vida. No entanto, muitos idosos enfrentam desafios significativos para implementar essas práticas no seu cotidiano. As dificuldades começam, muitas vezes, com a resistência a mudanças de estilo de vida, o que é natural à medida que a pessoa envelhece e estabelece rotinas. A presença

Laura Maia Rodrigues Fabel

Especialista em Gerontologia,

Sócia Fundadora da Presença Assistência Integral Humanizada

de condições de saúde, como doenças crônicas (hipertensão, diabetes, osteoporose etc.) e limitações físicas, muitas vezes torna a prática de exercícios, a alimentação equilibrada e até mesmo o simples ato de socializar, um verdadeiro obstáculo.

Outro fator que dificulta o envelhecimento saudável é a diminuição das redes de apoio. A perda de amigos e familiares ao longo do tempo, a redução da mobilidade e o sentimento de solidão podem afetar diretamente a saúde mental do indivíduo, levando a quadros de depressão e ansiedade, que impactam sua disposição para cuidar de si e de sua saúde.

A situação se complica para as famílias, que frequentemente enfrentam dilemas sobre como oferecer suporte sem invadir a autonomia do idoso. A falta de informação sobre como gerenciar de forma eficaz o envelhecimento e os cuidados com a saúde gera estresse e dificuldades nas relações. Além disso, muitas vezes as famílias precisam conciliar o cuidado com suas próprias atividades profissionais e pessoais, o que gera sobrecarga emocional e física.

Do lado dos profissionais que atuam no campo geriátrico, a tarefa de promover o envelhecimento saudável também apresenta desafios. Muitos ainda enfrentam a escassez de recursos, como programas públicos de apoio e profissionais capacitados em áreas específicas, como a estimulação cognitiva, que é essencial para manter as funções mentais. A abordagem muitas vezes fragmentada e a falta de integração entre diferentes áreas da saúde (medicina, psicologia, fisioterapia, nutrição) dificultam a criação de estratégias eficazes para o envelhecimento saudável.

Soluções para Promover o Envelhecimento Saudável

Diante dos desafios apresentados, algumas soluções podem ser adotadas para promover o envelhecimento saudável e apoiar tanto os idosos quanto suas famílias e profissionais da saúde.

Educação e Conscientização: É fundamental investir em programas educativos que abordem a importância de práticas saudáveis, como alimentação balanceada, atividade física, estímulo cognitivo e o cultivo de relacionamentos sociais. Esses programas devem ser acessíveis a todos, sejam em centros comunitários, clínicas ou através de plataformas digitais, considerando a diversidade de acesso à informação.

Apoio Familiar e Social: A criação de grupos de apoio para familiares de idosos pode ser uma estratégia importante para reduzir a sobrecarga emocional e proporcionar orientação sobre como lidar com os desafios do envelhecimento.

Promover o engajamento social do idoso, por meio de clubes de convivência, atividades culturais e sociais, é essencial para reduzir o isolamento e melhorar a saúde emocional.

Estimulação Cognitiva e Prevenção: Investir na estimulação cognitiva desde as fases iniciais do envelhecimento pode reduzir o risco de demências e melhorar a qualidade de vida. Profissionais especializados podem oferecer atividades e estratégias que exercitem a memória, a atenção e a resolução de problemas, além de estimular a autonomia. Essas práticas, quando inseridas em uma rotina, ajudam a preservar as funções mentais e o bem-estar geral.

"Envelhecer bem não é uma questão de tempo, mas de escolhas"

Enfoque Multidisciplinar: A saúde do idoso deve ser tratada de forma global, com a colaboração de profissionais de diversas áreas. A integração entre médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, gerontólogos e terapeutas é essencial para desenvolver estratégias personalizadas que atendam a todas as necessidades individuais.

Tecnologia a Favor do Envelhecimento: O uso de tecnologias pode ser uma aliada no processo de envelhecimento saudável. Aplicativos que monitoram a saúde, oferecem programas de exercício e estimulam a mente com jogos e atividades cognitivas são exemplos de ferramentas que podem ser usadas de forma prática e acessível. so de tecnologias de comunicação, como videochamadas, pode ajudar a combater a solidão e manter o idoso conectado com amigos e familiares.

Políticas Públicas e Acessibilidade: Finalmente, é fundamental que os governos implementem políticas públicas que garantam acesso a serviços de saúde, atividades físicas, e programas de socialização para a população idosa. O incentivo à criação de ambientes urbanos amigáveis para os idosos, como calçadas seguras, transporte público acessível e espaços de lazer

inclusivos, contribui significativamente para o envelhecimento saudável.

O envelhecimento saudável é uma construção diária que envolve esforço tanto do idoso quanto das famílias e dos profissionais de saúde. Embora os desafios sejam muitos, as soluções existem e podem ser implementadas de maneira gradual, com a cooperação de todos os envolvidos. A longevidade, quando acompanhada de cuidados adequados e uma vida ativa, pode ser um processo de grande satisfação e realização. A promoção de um envelhecimento saudável, por meio de educação, apoio e recursos adequados, é a chave para garantir que todos possam aproveitar ao máximo essa fase da vida, com dignidade, saúde e qualidade de vida.

A grande questão agora é: o que você, enquanto indivíduo, pode fazer para promover o envelhecimento saudável? E mais: como você, seja como filho, cuidador ou profissional da saúde, pode ajudar a implementar práticas que garantam que todos possam envelhecer com mais qualidade de vida?

Talvez seja o momento de repensar os pequenos hábitos do dia a dia — como a alimentação, a atividade física, ou até mesmo como você interage com o idoso que está ao seu redor. É importante refletir sobre como podemos contribuir com uma sociedade mais inclusiva, que ofereça aos mais velhos não apenas cuidados, mas também respeito, oportunidades e amor.

Longevidade não é apenas uma questão de tempo, mas de qualidade de vida

Então, qual será a sua contribuição para um futuro em que envelhecer seja, de fato, sinônimo de bem-estar e felicidade? Está na hora de cada um de nós, em qualquer idade, tomar responsabilidade por essa jornada. A sua atitude hoje fazer a diferença amanhã, inclusive para você..

Saiba mais sobre Laura Fabel em https://www.instagram.com/laurafabel. geronto?igsh=MTl4c3g4OXdseDM3Yg==

e sobre a Presença em https://www.instagram.com/presencaintegral?igsh=emdhNDNocmdzbmVw

Musicoterapia: a música como aliada na vida da pessoa idosa com Alzheimer

Leila Ecard

Graduanda em Gerontologia, Cuidadora integral de Margarida com Alzheimer há quase 10 anos

Amúsica tem o poder de despertar emoções, reviver memórias e acalmar a mente. Para pessoas idosas com Alzheimer, ela vai além de simples entretenimento, tornando-se uma verdadeira ferramenta terapêutica. Diversos estudos têm mostrado que a musicoterapia pode transformar a vida de pacientes com Alzheimer , melhorando a qualidade de vida, trazendo conforto emocional e ajudando na comunicação com seus cuidadores e familiares.

O Impacto da Música no Alzheimer

A música ativa várias áreas do cérebro simultaneamente, incluindo aquelas relacionadas à memória e às emoções. No caso do Alzheimer, a doença destrói aos poucos as conexões cerebrais, prejudicando a capacidade de recordar informações recentes. Contudo, as memórias musicais muitas vezes permanecem intactas por mais tempo. É comum ver uma pessoa idosa com Alzheimer reconhecer músicas que ouvia na juventude, mesmo quando outras lembranças se perderam.

Cientificamente, a musicoterapia tem demonstrado benefícios como:

•Redução da ansiedade e agitação: O som de músicas familiares pode acalmar a pessoa idosa, diminuindo comportamentos agitados e agressivos, comuns em estágios mais avançados da doença.

•Melhora na comunicação: A música facilita a expressão emocional, especialmente para aqueles que têm dificuldades para falar. Mesmo que a pessoa idosa não consiga se expressar verbalmente, ele pode sorrir, bater palmas ou até cantarolar.

•Resgate de memórias: Ouvir músicas associadas a bons momentos do passado pode despertar lembranças adormecidas, proporcionando momentos de lucidez e reconexão com familiares.

Como introduzir a música na rotina da pessoa idosa

Incluir a música no cotidiano da

pessoa idosa com Alzheimer é simples e pode trazer resultados surpreendentes. Aqui estão algumas dicas práticas:

1. Crie playlists personalizadas: Reúna músicas que marcaram a vida da pessoa idosa. Pergunte a familiares sobre as músicas favoritas dela durante a juventude ou em momentos especiais da vida. Se possível, converse com a pessoa idosa para descobrir o que ele ainda gosta de ouvir.

2. Estabeleça uma rotina musical: Use a música em momentos estratégicos do dia. Por exemplo, tocar uma música tranquila na hora do banho pode ajudar a acalmar a pessoa idosa. Já canções mais animadas podem ser usadas durante atividades físicas ou interações sociais.

3. Incentive a participação: Se a pessoa idosa gostar, cante com ela, incentive-a a bater palmas ou até mesmo dançar. Mesmo que as palavras não venham, o ritmo da música pode fazer com que ela se engaje de alguma forma.

4. Explore aplicativos: Atualmente, há diversos apps que podem ajudar na prática da musicoterapia. Aplicativos como Spotify e YouTube Music oferecem uma grande variedade de playlists personalizadas.

A música, além de proporcionar prazer e lembranças, é uma poderosa aliada para trazer momentos de leveza na vida da pessoas idosas com Alzheimer e seus cuidadores. Comece hoje mesmo a explorar os sons que podem transformar a rotina e ajudar nesse cuidado tão especial!

A Musicoterapia tem demonstrado benefícios significativos para pessoas idosas com doença de Alzheimer, contribuindo para a melhoria da cognição, do humor e da qualidade de vida. Seguem alguns artigos científicos que abordam esses benefícios:

1. "A música como agente terapêutico no tratamento da Doença de Alzheimer".

Este artigo discute a influência da música na memória, cognição, an -

siedade, humor e comportamento de pacientes com Alzheimer, destacando a musicoterapia como uma intervenção promissora.

https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=1982-12472021000100 005-&script=sci_arttext

2. "Musicoterapia em pacientes com doença de Alzheimer – uma revisão."

Este trabalho analisa os efeitos da intervenção da musicoterapia em pacientes com Alzheimer, focando nos sintomas comportamentais e na perda cognitiva.

https://musicoterapia.revistademusicoterapia.mus.br/index.php/ rbmt/article/view/16

3. "Benefícios da musicoterapia na memória de pessoas idosas com doença de Alzheimer"

O artigo descreve as contribuições das técnicas de musicoterapia nos processos de memória de epssoas idosas com Alzheimer.

https://repositorio.ucs.br/xmlui/ handle/11338/13017

4. A musicoterapia é uma prática respaldada por evidências científicas.

Estudos mostram que ela pode reduzir significativamente os sintomas de depressão e ansiedade em pacientes com Alzheimer, além de melhorar a socialização e a qualidade de vida em geral. Uma pesquisa publicada pela Frontiers in Psychology indicou que a musicoterapia pode ativar áreas do cérebro relacionadas à cognição, mesmo em pacientes com demência avançada.

Estudo da Frontiers in Psychology sobre a musicoterapia e Alzheimer. https://www.frontiersin. org/journals/medicine/articles/10.3389/fmed.2018.00279/full

Esses artigos fornecem insights valiosos sobre como a musicoterapia pode ser integrada ao cuidado de pessoas idosas com Alzheimer, promovendo melhorias em diversos aspectos de sua saúde e bem-estar.

A Musicoterapia é uma intervenção eficaz para pessoas idosas com Alzheimer, ajudando a melhorar a cognição, o humor, a comunicação e a interação social. Abaixo está uma lista de terapias baseadas em musicoterapia com explicações e orientações práticas.

1. Terapia de Reminiscência Musical

Como funciona:

•Use músicas populares da juventude da pessoa idosa para evocar memórias.

•Toque canções dos anos em que a pessoa idosa era jovem (20-30 anos).

•Incentive a pessoa idosa a compartilhar histórias ou emoções associadas às músicas.

Benefícios:

•Estimula memórias autobiográficas.

•Promove conexões emocionais.

•Reduz a apatia.

2. Canto e Coral Terapêutico

Como funciona:

•Crie sessões de canto com letras simples e melodias familiares.

•Use músicas que as pessoas ido -

sas possam cantar juntos.

•Inclua movimentos simples, como bater palmas no ritmo da música.

Benefícios:

•Melhora a linguagem e a coordenação motora.

•Aumenta a interação social.

•Reduz ansiedade e depressão.

3. Improvisação Musical com Instrumentos Simples

Como funciona:

•Forneça instrumentos de fácil manuseio, como pandeiros, chocalhos ou tambores.

•Incentive as pessoas idosas a criar ritmos ou sons de forma livre.

•Use batidas de fundo para manter a sincronia.

Benefícios:

•Estimula a expressão emocional.

•Melhora a coordenação motora e a concentração.

•Promove senso de autonomia.

4. Dança e Movimento ao Som da Música

Como funciona:

•Toque músicas animadas que esti -

mulem movimentos simples.

•Guie os participantes para balançar os braços, bater os pés ou marchar no lugar.

•Adapte os movimentos às capacidades físicas de cada pessoa idosa.

Benefícios:

•Estimula a circulação e a mobilidade.

•Melhora o humor e reduz o estresse.

•Fortalece a conexão mente-corpo.

5. Sessões de Relaxamento Musical

Como funciona:

•Toque músicas instrumentais suaves, como piano ou sons da natureza.

•Oriente as pessoas idosas a respirar profundamente e fechar os olhos.

•Crie um ambiente calmo com iluminação baixa.

Benefícios:

•Reduz agitação e ansiedade.

•Melhora a qualidade do sono.

•Promove um estado de relaxamento profundo.

6. Criação de Playlist Personalizada

Como funciona:

•Consulte familiares para criar uma playlist com músicas significativas para a pessoa idosa.

•Toque as músicas em momentos específicos, como durante refeições ou antes de dormir.

•Use fones de ouvido ou um ambiente com som claro para maior imersão.

Benefícios:

•Proporciona conforto emocional.

•Reforça a identidade da pessoa idoso.

•Facilita a transição em momentos desafiadores do dia.

7. Sessões de Composição Musical

Como funciona:

•Peça as pessoas idosas que criem versos simples ou frases relacionadas às suas memórias ou sentimentos.

•Ajude-os a transformar esses versos em melodias.

•Grave as composições para futuras sessões.

Benefícios:

•Estimula a criatividade.

•Melhora a autoestima.

•Promove interação social.

8. Terapia com Música ao Vivo

Como funciona:

•Convide músicos para tocar ao vivo ou use instrumentos simples para performances diretas.

•Encoraje os idosos a interagir, cantar ou tocar junto.

•Use repertórios conhecidos e adaptados à capacidade do grupo.

Benefícios:

•Cria um ambiente estimulante e dinâmico.

•Reforça conexões sociais.

•Aumenta a motivação e o engajamento.

9. Terapia de Ritmo e Sincronia

Como funciona:

•Use batidas regulares para guiar mo-

vimentos rítmicos com as mãos ou pés.

•Encoraje as pessoas idosas a acompanhar o ritmo com gestos simples.

•Altere os ritmos para desafiar a atenção e a coordenação.

Benefícios:

•Melhora a atenção e o tempo de resposta.

•Promove sincronia social em grupo.

•Reduz comportamentos repetitivos.

10. Histórias Musicais

Como funciona:

•Combine músicas com histórias ou poesias lidas em voz alta.

•Toque uma trilha sonora que complemente as emoções da história.

•Encoraje as pessoas idosas a ima -

ginar ou comentar a narrativa.

Benefícios:

•Estimula a imaginação e a cognição.

•Facilita a expressão verbal e emocional.

•Cria um momento de conexão e engajamento.

Essas terapias podem ser adaptadas conforme o estágio da doença e as preferências individuais. Documente o progresso para ajustar as sessões de acordo com a resposta de cada pessoa idosa

Saiba mais sobre Leila Ecard em https://www.instagram.com/leilaecard/ e sobre https://www.instagram.com/ margaridinhaecard/

A atuação em casas de convivência

Raimundo Rodrigues Lima Gerontólogo

Olá, meu nome é Raimundo Lima, filho de Maria de Nazaré e Manoel Viana. Sou Salinópolitano e paraense. Tenho 4 anos de experiência na área como técnico em enfermagem e dois anos como gerontólogo na área da gerontologia, onde trabalho como home care. Estou mui-

to animado para compartilhar minhas ideias e colaborar com todos vocês.

A gerontologia é o estudo do envelhecimento humano e dos processos relacionados a ele. Ela abrange aspectos biológicos, psicológicos e sociais do en-

velhecer, visando entender as mudanças que ocorrem ao longo da vida e melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas.

Profissionais dessa área podem atuar em saúde, assistência social, pesquisa e políticas públicas voltadas para a população idosa.

O meu primeiro contato com a população idosa foi no espaço de convivência Renascer, onde me foram abertas as portas, me acolheram com muito carinho, e foi através desse projeto que eu me apaixonei e me especializei na área da gerontologia me tornando hoje um profissional gerontólogo.

A atuação da gerontologia em espaços de convivência é essencial para promover o bem-estar, a socialização

e a qualidade de vida das pessoas idosas. Esses espaços, como centros de convivência, casas de repouso ou atividades comunitárias, fornecem ambientes propícios para que a pessoa idosa mantenha uma vida ativa, saudável e conectada socialmente. Na prática, os gerontólogos realizam atividades voltadas ao estímulo cognitivo, físico e emocional da população idosa.

Acompanha e desenvolve programas que podem incluir atividades físicas e recreativas, exercícios, dança, jogos, e outras práticas que promovem a mobilidade e ajudam a prevenir doenças associadas ao envelhecimento, como problemas cardíacos e musculares. Estimulação Cognitiva, Jogos de memória, oficinas de leituras.

As casas de convivência são espaços voltados para a integração e apoio de pessoas que, por diferentes razões, não podem ou não desejam viver em seus lares familiares.

Esses ambientes são projetados para proporcionar socialização, cuidados e uma rede de suporte emocional. Vamos explorar os motivos positivos e negativos de morar em uma casa de convivência.

Convivência e Socialização

Um dos principais benefícios das casas de convivência é a oportunidade de socializar. Muitas vezes, elas abrigam pessoas que, por questões de idade, saúde ou situação social, estão isoladas. Nesse tipo de ambiente, os moradores podem interagir, compartilhar experiências e formar laços afetivos, o que contribui significativamente para o bem-estar emocional.

A convivência em grupo também oferece suporte emocional. Moradores podem contar uns com os ou -

tros em momentos difíceis, criando um senso de comunidade e pertencimento. Além disso, muitas casas de convivência oferecem acompanhamento psicológico e atividades que promovem o desenvolvimento emocional e social dos moradores.

Para pessoas que precisam de assistência devido a limitações físicas ou mentais, essas casas geralmente oferecem suporte contínuo de profissionais de saúde, como enfermeiros, cuidadores e terapeutas. Isso garante que as necessidades básicas e de saúde sejam atendidas de forma constante.

Estimulação Cognitiva e Atividades

Muitas casas de convivência oferecem atividades programadas, como oficinas de arte, atividades físicas e grupos de discussão. Isso ajuda os moradores a manterem a mente ativa e a promover o envelhecimento saudável, quando se trata de pessoas idosas, por exemplo.

Um dos maiores desafios de morar em uma casa de convivência é a separação da família. Para muitas pessoas, o vínculo com os familiares é essencial, e viver longe deles pode ser emocionalmente difícil. A falta de contato frequen-

te pode gerar sentimentos de solidão ou abandono, especialmente se a família não puder visitar com regularidade.

A mudança para uma casa de convivência pode ser um processo desafiador para muitos, especialmente para aqueles que têm dificuldades em se adaptar a novas rotinas e a convivência com pessoas desconhecidas. O novo ambiente pode gerar um sentimento de insegurança ou desconforto nos primeiros tempos, o que pode afetar o bem-estar do morador.

Ao viver em uma casa de convivência, a privacidade tende a ser mais limitada. A convivência constante com outras pessoas e a supervisão de profissionais podem fazer com que os moradores se sintam menos independentes ou sem espaço pessoal, o que pode ser um ponto negativo para quem valoriza sua privacidade.

Dificuldade de Manutenção da Autonomia

Para algumas pessoas, especialmente para aqueles que ainda mantêm alguma autonomia, a adaptação a regras e limitações impostas pela casa de convivência pode ser difícil. A necessidade de seguir horários estabelecidos, regras de convivência e ter cuidados constantes pode ser vista como uma perda de liberdade.

Em resumo, as casas de convivência podem ser uma solução valiosa para aqueles que buscam companhia, cuidados e suporte, mas também podem trazer desafios emocionais e de adaptação, especialmente no que se refere à distância da família e à perda de independência. A experiência de viver nesse tipo de ambiente depende muito das necessidades e da..

Avaliação em academia visa melhorar qualidade de vida da pessoa idosa

Na busca por uma melhor qualidade de vida e bem-estar, a prática regular de atividade física se revela como uma das principais aliadas da saúde, especialmente para a população idosa. No meu trabalho com pessoas idosas na academia, adoto uma abordagem holística e personalizada, que vai além do simples treinamento físico. A avaliação da saúde geral do cliente é o primeiro passo essencial, permitindo um olhar detalhado sobre o estado atual de cada indivíduo, suas limitações e necessidades específicas.

O processo de avaliação engloba aspectos como mobilidade, força, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, além de aspectos emocionais e cognitivos, garantindo que cada plano de treino seja adaptado para promover benefícios duradouros e melhorar a funcionalidade da pessoa idosa em suas atividades diárias.

A partir dessa avaliação, identifico os pontos a serem trabalhados, estabelecendo metas claras e realistas para o cliente, com foco na pre -

venção de doenças, redução de dores articulares e musculares, e melhoria da postura e equilíbrio.

A proposta é criar um ambiente de treino seguro, acolhedor e motivador, onde cada pessoa idosa se sinta valorizada e, principalmente, em constante evolução. Ao promovermos não apenas a saúde física, mas também o emocional e social, buscamos contribuir para que a terceira idade seja vivida com mais autonomia, disposição e qualidade de vida.

Luciana Nunes Graduanda em Gerontologia, Técnica em Enfermagem

Meu método de avaliação na academia é altamente inovador e se baseia em uma abordagem multidimensional, que visa entender o estado de saúde global do cliente, permitindo uma intervenção personalizada e eficaz. O processo começa com uma avaliação rápida, mas completa, que utiliza uma série de ferramentas e testes que me permitem identificar pontos fortes e áreas que precisam de atenção.

Primeiramente, utilizo o adipômetro, um instrumento de medição que avalia a espessura das dobras cutâneas em pontos estratégicos do corpo. Este é um indicador crucial para acompanhar a quantidade de gordura corporal, que é essencial para a saúde e o progresso nos treinos, principalmente em clientes que buscam mudanças significativas em sua composição corporal.

Em seguida, faço o cálculo do IMC utilizando a balança, conhecida cari-

nhosamente como "Amadinha" por alguns e odiada por outros. Embora seja uma ferramenta simples, o IMC fornece uma visão geral do estado nutricional do cliente, aferição da pressão arterial (PA), sempre observando como o cliente chegou até a academia (se caminhou, utilizou transporte público, etc.), uma vez que isso pode impactar o resultado da pressão arterial.

A avaliação da glicose é outro aspecto importante, especialmente para identificar possíveis riscos relacionados ao diabetes ou desequilíbrios metabólicos. Caso o cliente tenha exames laboratoriais recentes (feitos em um intervalo de até 6 meses), solicito a realização do teste de risco cardiovascular, o que me permite avaliar a predisposição do cliente a problemas cardíacos. (Franingham)

Realizo também o teste de equilíbrio, que é fundamental para a segu-

rança, especialmente em indivíduos mais velhos ou com histórico de quedas. Além disso, utilizo o teste EEBS (Exercise Benefits and Barriers Scale), que identifica a percepção do cliente sobre as barreiras encontradas para se manter fisicamente ativo, além de avaliar a percepção dos benefícios associados à prática regular de exercícios.

Após a entrevista inicial, onde obtenho informações detalhadas sobre o histórico de saúde e as expectativas do cliente, elaboro um relatório de evolução com os dados coletados. Esse relatório inclui pontos de melhoria e orientações específicas, como o retorno a consultas com oftalmologistas, acompanhamento com nutricionista, e orientações sobre exames periódicos.

No caso das mulheres, dou atenção especial às queixas hormonais, sempre orientando sobre a importância de exames regulares.

Uma vez que a evolução está pronta, faço a entrega de feedback detalhado tanto para o cliente quanto para o educador físico responsável pela elaboração do treino. O educador físico utiliza essas informações para criar um plano de treino individualizado, levando em consideração as necessidades e limitações específicas de cada pessoa, promovendo uma abordagem mais eficaz e segura.

Para mim, esse trabalho inovador em academia, realizado com o olhar atento de gerontóloga, tem sido uma experiência enriquecedora e única. A cada dia, aprendo com cada cliente avaliado e também com os retornos que recebo, o que me motiva ainda mais a contribuir para a qualidade de vida de cada um. Estou verdadeiramente feliz em poder desempenhar um papel tão importante no bem-estar das pessoas, promovendo saúde e vitalidade em cada etapa de sua jornada de fitness.

Saiba mais sobre Luciana Nunes em https://www.instagram.com/ lcnnunessilva/ e mais sobre https://www.instagram.com/ troia_academia/

EXERCÍCIOS FÍSICOS

Adaptando treinos físicos para a pessoa idosa

Ferrari Graduando em Educação Física e proprietário da Tróia Academia

Trabalhar com pessoas idosas para nós profissionais de educação física é sempre algo desafiador, tendo em vista que a pessoa idosa traz consigo, além das debilidades inerentes ao envelhecimento, uma série de vivências, tanto positivas, quanto negativas e toda essa bagagem tende a influenciar a sua experiência no que diz respeito ao treinamento físico. Veja bem, quando estamos trabalhando com adultos jovens, adolescentes e até mesmo crianças, conseguimos mesmo em um primeiro momento inserir um pouco mais de intensidade nos treinos, seja qual for o tipo de treino que o aluno escolha, musculação, treinamento funcional, Crossfit, calistenia, etc.

Essa intensidade mais elevada acaba maximizando os resultados de nossos alunos, já no caso da pessoa idosa, muitos profissionais acabam por adotar uma conduta muito mais cautelosa, limitando ao extremo a intensidade dos treinos e consequentemente o resultado dos seus alunos de mais idade. Esse

é, pra mim, um dos motivos pelos quais muitas pessoas idosas acabam desistindo da atividade física, por não verem um resultado satisfatório de seus esforços e acabar achando que por serem mais velhos é impossível de conseguirem obter bons resultados com a atividade física.

É verdade que o aluno idoso requer uma atenção especial por parte do profissional de educação física, porém uma vez que fizemos a avaliação individual desse aluno, descobrimos quais são os seus objetivos, suas aptidões e também as suas limitações, precisamos criar uma abordagem de treino que explore essas características do aluno, proporcionando um treino eficaz que gradualmente precisa ser modificado para que ele continue sinalizando ao corpo que ele precisa continuar evoluindo e isso requer toda uma atenção com esse aluno para que vejamos se ele realmente está extraindo o melhor da atividade proposta.

De tempos em tempos precisamos reavaliar esse aluno para que possa-

mos fazer as modificações necessárias ao treino.

Tenho tido a experiência de ter uma gerontóloga trabalhando juntamente conosco no ambiente da academia e isso nos trouxe uma segurança ainda maior no atendimento à pessoa idosa, pois recebemos a maior parte das avaliações prontas, bem como uma interpretação muito mais segura de exames médicos e laboratoriais, o que acaba nos deixando apenas a responsabilidade de montar o treino baseado nas informações recebidas e é realmente gratificante ver que aquela pessoa idosa que muitas vezes chega debilitada, está conseguindo com a nossa ajuda melhorar a sua qualidade de vida, sua saúde e auto estima.

Saiba mais sobre Joelso Ferrari em https://www.instagram.com/ joelsoferrari/ e mais sobre https://www.instagram.com/ troia_academia/

Joelso

CONSCIENTIZAÇÃO

Prevenção de Quedas: Estratégias Essenciais para Segurança e Qualidade de Vida

Cuidados no ambiente doméstico, calçados adequados, iluminação apropriada e apoio de profissionais especializados são fundamentais para reduzir o risco de quedas entre idosos

OBrasil atravessa uma transição demográfica acelerada, com o aumento expressivo da população idosa. Conforme o IBGE em 2023, a população com 60 anos ou mais já corres

As quedas entre a população idosa representa um dos maiores riscos para a saúde e a manutenção da independência nessa fase da vida. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% das pessoas idosas brasileiras sofrem pelo menos uma queda por ano, e os resultados podem ser graves, incluindo fraturas e até hospitalizações prolongadas.

Essa realidade torna urgente a conscientização sobre a prevenção de quedas, que envolve desde adaptações no ambiente doméstico até a escolha de calçados, iluminação e práticas de fortalecimento físico. O apoio de profissionais como gerontólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais é fundamental para promover um envelhecimento mais seguro e saudável.

Adaptações no Ambiente: organização dos móveis e pisos antiderrapantes

Para prevenir quedas, a organização do ambiente doméstico deve ser pensada de forma a facilitar a mobilidade da pessoa idosa e reduzir os obstáculos que possam provocar tropeços ou escorregões. Os móveis, como mesas, cadeiras e sofás, devem ser dispostos de modo que permitam uma circulação ampla e segura, evitando o acúmulo de objetos no caminho. Outra recomendação importante é optar por móveis com quinas arredondadas, que minimizam o risco de ferimentos em caso de acidentes.

O uso de tapetes e objetos pequenos no chão deve ser evitado, já que eles podem se transformar em armadilhas invisíveis que aumentam a chance de quedas.

Os pisos também precisam ser adaptados, especialmente em áreas onde o contato com água é mais frequente, como cozinhas e banheiros. Pisos antiderrapantes são uma excelente escolha, mas, caso não seja viável realizar reformas, pode-se investir em

faixas antiderrapantes que garantem maior aderência ao chão. Além disso, para a pessoa idosa que utiliza auxiliares de locomoção, como andadores ou bengalas, pisos mais firmes e estáveis são indispensáveis para garantir segurança. Outra medida de proteção é a instalação de rampas para eliminar desníveis e corrimões nas áreas de circulação.

No banheiro, um dos locais mais propensos a quedas, é fundamental adicionar barras de apoio próximas ao vaso sanitáriv e no box do chuveiro. Essas barras ajudam na movimentação com mais estabilidade e facilitam os movimentos de levantar e sentar. Tapetes de borracha antiderrapantes também são recomendados no box para evitar escorregões. Outra medida eficaz é o uso de um banco para banho, permitindo tomar banho sentado e com segurança. Com essas pequenas adaptações, o banheiro pode se tornar um espaço mais seguro e prático.

O quarto também merece atenção especial. A cama deve estar em uma altura que permita a pessoa idosa se levante e deite sem esforço excessivo. Uma mesa de apoio ao lado da cama é útil para que manter objetos importantes ao alcance, como óculos e telefone.

Luzes noturnas próximas à cama e ao longo dos corredores ajudam a iluminar o caminho durante a noite, reduzindo o risco de acidentes ao se levantar.

Para avaliar essas necessidades, a presença do terapeuta ocupacional e do gerontólogo são essenciais.

O terapeuta ocupacional pode realizar uma análise completa do ambiente e indicar as melhores mudanças para promover a segurança e o conforto da pessoa idosa.

O gerontólogo tem papel relevante nesse contexto, uma vez que compreende as especificidades do envelhecimento e pode propor intervenções adaptadas às condições de cada pessoa idosa, sempre priorizando a autonomia e o bem-estar.

Iluminação Adequada: melhorando a

visibilidade e reduzindo riscos

A iluminação adequada é um fator determinante para a segurança da pessoa idosa, pois a visão tende a se deteriorar com a idade. Doenças como catarata, glaucoma e degeneração macular tornam a população idosa mais vulnerável a quedas, já que dificultam a percepção de obstáculos no caminho. Para prevenir acidentes, é essencial garantir uma boa iluminação nos espaços de maior circulação, como salas, corredores e escadas. Lâmpadas de LED são recomendadas, pois proporcionam uma iluminação mais intensa e clara, ideal para ambientes que necessitam de visibilidade contínua.

Sensores de movimento e luzes noturnas são outros recursos que melhoram a segurança.

Sensores, que acionam a iluminação ao detectar movimento, são muito práticos em áreas como corredores e banheiros, pois evitam que a pessoa idosa precise procurar o interruptor no escuro. Luzes de presença de baixa intensidade também podem ser instaladas ao longo dos corredores e próximas à cama, orientando a pessoa idosa ao levantar-se durante a noite e reduzir o risco de tropeços.

No banheiro, uma iluminação intensa e direta é essencial para visualizar com clareza o ambiente ao redor, evitando escorregões e colisões. A colocação de luzes adicionais sobre o espelho e na área da pia também é recomendada, pois facilita a realização de tarefas como higiene pessoal. Interruptores de fácil acesso, posicionados próximos das portas, são indispensáveis, evitando a necessidade de atravessar o ambiente no escuro para acender a luz.

Em áreas externas, como quintais e garagens, a segurança também depende de uma boa iluminação. Refletores de luz forte, posicionados de maneira estratégica, ajudam a identificar possíveis obstáculos e desníveis. Interruptores de fácil acesso próximos às entradas garantem que a pessoa idosa possa acender as luzes rapidamente ao entrar ou sair desses locais, promovendo um ambiente mais seguro.

Essas adaptações de iluminação devem ser realizadas com o acompanhamento de profissionais, como o gerontólogo, que pode orientar as melhores práticas de acordo com as necessidades de cada pessoa idosa. Iluminar o ambiente adequadamente é uma medida simples, mas que impacta profundamente na segurança e no conforto da população idosa, proporcionando maior autonomia nas atividades diárias.

Escolha do Calçado: conforto e segurança para o caminhar

O calçado é um elemento fundamental para a prevenção de quedas, pois sapatos inadequados aumentam o risco de escorregões e tropeços. Calçados antiderrapantes são especialmente recomendados para as pessoas idosas, principalmente para uso em pisos lisos. Solados de borracha, que garantem uma melhor aderência, são ideais tanto para ambientes internos quanto externos. Modelos fechados, que oferecem maior

estabilidade ao pé, também são preferíveis, pois evitam que o pé escorregue durante a caminhada.

Além do solado antiderrapante, o calçado ideal deve ter fechamento ajustável, como velcro ou zíper, o que facilita o uso e evita quedas. Modelos fechados são mais seguros que chinelos e sandálias, pois proporcionam maior segurança e evitam que o pé deslize.

A pessoa idosa que apresentaa condições de saúde nos pés, como artrite ou esporão de calcâneo, pode se beneficiar de calçados ortopédicos, que oferecem suporte adequado e ajudam na distribuição do peso corporal, aliviando dores e melhorando o equilíbrio.

Para quem precisa de maior apoio, algumas marcas oferecem calçados ortopédicos com palmilhas personalizáveis, que se ajustam ao formato dos pés, oferecendo conforto e segurança adicionais. Esses calçados reduzem o

impacto sobre as articulações e facilitam o caminhar, prevenindo dores e promovendo uma postura mais segura.

Ao escolher um novo calçado, é importante que a pessoa idosa experimente o modelo, garantindo que seja confortável e seguro para uso prolongado.

A escolha do calçado adequado pode ser feita com a orientação de fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais, que podem avaliar o melhor modelo para cada situação. Em ambientes externos, como parques e áreas de caminhada, recomenda-se calçados com solado mais rígido, enquanto em ambientes internos, modelos mais leves e flexíveis são preferíveis.

O uso de calçados apropriados promove não só a segurança, mas o bem-estar e a confiança da pessoa idosa, facilitando a manutenção de sua independência e autonomia. É uma medida simples, mas eficaz, que ajuda a prevenir quedas e melhorar a qualidade de vida.

Exercícios Físicos: fortalecimento e equilíbrio

Exercícios físicos regulares desempenham um papel essencial na prevenção de quedas, pois fortalecem a musculatura e melhoram o equilíbrio. Atividades supervisionadas, como fisioterapia, pilates e tai chi, são ideais para pessoas idosas, pois oferecem um trabalho de fortalecimento e flexibilidade adaptado às condições e limitações de cada indivíduo. Essas atividades fortalecem a musculatura das pernas e braços, essenciais para

a postura e a estabilidade, fatores que reduzem significativamente o risco de quedas.

O fortalecimento muscular é particularmente importante para prevenir quedas, pois pernas e tronco mais fortes ajudam na estável ao caminhar.

Exercícios de equilíbrio, como ficar em uma perna só ou caminhar em linha reta, auxiliam na percepção corporal, sendo eficazes na prevenção de tropeços. Atividades como yoga também oferecem benefícios, pois tra-

balham o equilíbrio, a flexibilidade e a coordenação motora, fundamentais para a segurança.

Atividades aeróbicas leves, como caminhadas e natação, são recomendadas para melhorar a saúde cardiovascular e a disposição física. Essas práticas, supervisionadas por profissionais, garantem que a pessoa idosa realize os exercícios com segurança.

Os exercícios físicos têm ainda impacto positivo na saúde mental, ajudando a reduzir o estresse.

Racismo e Envelhecimento: a Luta por Respeito e Igualdade

DIREITOS
IGUALDADE

No dia 20 de novembro lembramos o Dia da Consciência Negra, mas questão da equidade racial no Brasil é uma luta histórica e contínua, especialmente quando se trata dos direitos das pessoas idosas negras. O racismo estrutural, enraizado nas instituições sociais e culturais do país, impacta profundamente a vida das pessoas idosas, levando a desigualdades que se acumulam ao longo do tempo. À medida que a população envelhece, é fundamental que a sociedade reconheça e enfrente as injustiças históricas que a população idosa negra enfrenta diariamente. Este desafio não se limita a questões de saúde e bem-estar, mas se estende à luta por respeito, dignidade e igualdade de oportunidades.

Os pessoas idosas negras são frequentemente confrontadas com estigmas e preconceitos que resultam de séculos de discriminação racial. Essa marginalização se manifesta em diversas áreas, incluindo saúde, acesso a serviços sociais, e até mesmo na vida cotidiana, onde suas experiências de vida e contribuições são muitas vezes desconsideradas.

Estudos apontam que a população idosa negra enfrenta uma expectativa de vida menor em comparação aos seus pares brancos, refletindo um sistema que favorece a população branca em termos de acesso a cuidados de saúde de qualidade e condições de vida dignas. Essa disparidade não é apenas uma questão de estatística, mas uma realidade dolorosa que exige uma abordagem sensível e comprometida.

Interseção entre o Racismo e o Envelhecimento

O envelhecimento traz consigo uma série de desafios que são exacerbados para a população idosa negra, que frequentemente enfrenta não apenas os efeitos do tempo, mas também a discriminação racial.

O conceito de "interseccionalidade" é vital para compreender como diferentes formas de opressão se cruzam e afetam as vidas dos indivíduos. No caso da pessoas idosas negras, a interseção entre raça e idade cria um cenário em que suas vozes são ainda mais silenciadas. A falta de representação em espaços de decisão e políticas públicas é um reflexo da invisibilidade que muitas pessoas idosas negras enfrentam, resultando em uma marginalização que perpetua ciclos de exclusão e pobreza.

A luta por respeito e igualdade se torna, assim, uma questão de direitos humanos. As iniciativas voltadas para o envelhecimento saudável devem levar em consideração as especificidades da população negra, promovendo políticas que respeitem a diversidade cultural e reconheçam a riqueza das experiências vividas por esses indivíduos.

As vozes da população idosa negra deve ser ouvida nas discussões sobre envelhecimento e saúde, garantindo que suas necessidades e desafios sejam adequadamente abordados.

Políticas Inclusivas

Políticas públicas que abordem as necessidades da população idosa negra devem ser desenvolvidas de forma abrangente e integrada. É necessário que haja um investimento significativo em programas que visem melhorar o acesso à saúde, educação e serviços sociais. A criação de campanhas de conscientização e educação que destaquem os direitos das pessoas idosas negras é essencial para combater o racismo e promover uma mudança cultural que valorize a diversidade.

A promoção de eventos culturais e educativos que celebrem a história e as contribuições da população negra pode contribuir para a desmistificação de estereótipos e preconceitos, fomentando um ambiente

mais respeitoso e inclusivo.

Organizações não governamentais e movimentos sociais desempenham um papel vital na defesa dos direitos da população idosa negra. Essas instituições podem atuar como catalisadores para mudanças significativas, mobilizando a sociedade em torno da conscientização sobre a desigualdade racial e promovendo ações que visem garantir os direitos humanos de todos os cidadãos.

Através de iniciativas que incentivem a participação ativa das pessoas idosas negras na vida comunitária, é possível promover a autoestima e a dignidade dessa população, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Construindo um Futuro Inclusivo

A luta da população idosa negra por respeito e igualdade não é apenas uma responsabilidade das instituições governamentais, mas de toda a sociedade. Cada cidadão tem um papel a desempenhar na construção de um ambiente mais justo e equitativo, onde todos possam viver com dignidade e respeito. A educação e a conscientização são ferramentas poderosas que podem ajudar a transformar a percepção da sociedade sobre o envelhecimento e a população negra, contribuindo para a erradicação do racismo e da discriminação.

É imperativo que as futuras gerações sejam educadas sobre a importância da igualdade racial e dos direitos humanos. A inclusão de temas relacionados à diversidade e ao respeito nas escolas e instituições educacionais pode ajudar a moldar uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade seja celebrada e valorizada. Somente através do esforço conjunto e da ação coletiva é que poderemos avançar em direção a um futuro onde todas as pessoas idosas, independentemente de sua cor ou origem, possam viver com dignidade e respeito.

CUIDADO

Oenvelhecimento é um processo natural que, embora universal, apresenta desafios únicos para as pessoas idosas com deficiência. À medida que a população envelhece, a necessidade de atenção especial às questões que afetam a população idosa com deficiência se torna cada vez mais evidente. Estima-se que cerca de 25% das pessoas idosas no Brasil vivam com algum tipo de deficiência, seja física, sensorial ou intelectual. Esses dados alarmantes ressaltam a urgência de uma abordagem integrada que considere as particularidades e as necessidades da vida da terceira idade com deficiência.

Os desafios enfrentados por essa população são complexos e multifacetados, abrangendo desde a falta de acessibilidade em espaços públicos e serviços de saúde até a escassez de informações sobre os direitos e recursos disponíveis. O envelhecimento com deficiência não deve ser visto como uma limitação, mas sim como uma condição que requer adaptações e suporte adequados para garantir que esses indivíduos possam viver de forma digna e plena.

A inclusão social é um direito fundamental que deve ser assegurado a todos, e as pessoas idosas com deficiência merecem ter acesso a serviços e oportunidades que promovam sua autonomia e dignidade.

Inclusão e Acessibilidade

Os números sobre a inclusão de pessoas idosas com deficiência revelam uma realidade preocupante. Dados do Censo de 2020 mostram que apenas 29% das pessoas idosas com deficiência no Brasil têm acesso a serviços de saúde que atendam suas necessidades específicas. Essa disparidade é pela falta de profissionais capacitados e de infraestrutura adequada nos serviços de saúde,

o que leva a um quadro em que muitas pessoas idosas não recebem os cuidados necessários. A ausência de transporte acessível e a precariedade das condições habitacionais em que a população idosa vive agrava ainda mais essa situação. Portanto, construir um sistema de saúde inclusivo e acessível é fundamental para garantir que todos, independentemente de suas condições, possam ter acesso a cuidados de qualidade.

A inclusão das pessoas idosas com deficiência se reflete também na educação e na formação profissional. Segundo dados do IBGE, apenas 12% possuem escolaridade acima do ensino fundamental, limitando suas oportunidades de emprego e participação social. Essa realidade é resultado de um histórico de exclusão educacional que se perpetua ao longo da vida, dificultando o acesso a informações e recursos que poderiam melhorar sua qualidade de vida. Investir em educação inclusiva, que considere as necessidades específicas da população idosa com deficiência, é essencial para promover sua autonomia e participação ativa na sociedade.

Barreiras e Desafios

Um dos principais obstáculos enfrentados pela população idosa com deficiência é a acessibilidade. Muitas vezes, eles se veem forçados a navegar em um ambiente que não foi projetado para suas necessidades, o que resulta em situações de exclusão e isolamento social. A falta de rampas, elevadores e banheiros adaptados em espaços públicos e instituições de saúde perpetua a discriminação e a marginalização dessa população.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil, estabelece a necessidade de garantir acessibili-

dade em todas as esferas da vida, mas a implementação dessas diretrizes ainda está longe de ser uma realidade. Portanto, é essencial que os governos e a sociedade civil se unam para pressionar por mudanças que garantam que os espaços públicos e serviços sejam verdadeiramente inclusivos.

Além das barreiras físicas, pessoas idosas com deficiência enfrentam um estigma social que muitas vezes resulta em discriminação e preconceito. O ageísmo, ou discriminação baseada na idade, afeta a percepção que a sociedade tem sobre a terceira idade, especialmente aqueles com deficiência. Esse preconceito não só contribui para a marginalização, mas também impacta a autoestima e a saúde mental. Para construir uma sociedade mais inclusiva, é fundamental que trabalhemos para desmantelar estereótipos e preconceitos, promovendo uma cultura que celebre a diversidade e reconheça o valor de cada indivíduo, independentemente de suas limitações.

Políticas Pública de Inclusão

Políticas públicas que garantam a inclusão e os direitos da população idosa com deficiência é essencial para enfrentar essas desigualdades. É necessário implementar programas que promovam a acessibilidade e a capacitação profissional, assegurando que a pessoas idosas com deficiência possam viver com dignidade e autonomia. Além disso, os serviços de saúde precisam ser capacitados para atender essa população, oferecendo cuidados adequados e respeitosos. A formação de profissionais de saúde e assistência social que compreendam as especificidades das deficiências e a importância da inclusão é um passo importantíssimo para garantir que todos recebam o tratamento que merecem.

As comunidades desempenham um papel central na promoção da inclusão e do respeito pelos direitos das pessoas idosas com deficiência. O fortalecimento de redes de apoio que conectem a terceira idade com deficiência a recursos e serviços disponíveis pode melhorar significativamente sua qualidade de vida. Organizações da sociedade civil, grupos comunitários e movimentos sociais têm o poder de mobilizar a população e promover ações que favoreçam a inclusão e a conscientização sobre os direitos da população idosa com deficiência.

A promoção de espaços de convivência que sejam acessíveis e inclusivos é fundamental para combater o isolamento social que muitos pessoas idosas enfrentam.

A criação de grupos de apoio, atividades recreativas e culturais que considerem as especificidades das deficiências pode ajudar a fortalecer os laços sociais e promover a autoestima. Essa interação social é essencial para o bem-estar mental e emocional, contribuindo para uma vida mais plena e digna.

A luta pelos direitos da popula-

ção idosa com deficiência é uma questão urgente que demanda a atenção e o comprometimento de toda a sociedade. A promoção da igualdade, do respeito e da inclusão deve ser uma prioridade nas políticas públicas, nas práticas sociais e na cultura. Somente através do esforço conjunto e da ação coletiva poderemos construir uma sociedade que valorize a diversidade e assegure que todos os cidadãos, independentemente de sua condição, possam viver com dignidade e respeito. A responsabilidade é de todos nós, e cada ação conta na construção de um futuro mais justo e inclusivo.

Há 19 anos cuidando da pessoa idosa e seu familiar, garantindo o cuidado diário de forma acolhedora, respeitosa e digna.

Desde 2005, somos mais do que uma instituição de cuidado para idosos – somos uma família. Em nosso espaço, cada idoso é acolhido com amor, respeito e dignidade. Ao longo de 19 anos, construímos um ambiente onde o bem-estar físico, emocional e social caminha lado a lado, proporcionando um lar seguro e acolhedor.

Nossa equipe qualificada se dedica de coração para fazer a diferença na vida dos nossos residentes. Aqui, o cuidado vai além do corpo, tocando a alma. Venha nos conhecer e descubra por que somos referência no cuidado a idosos. Mais do que um local de cuidado, somos uma família que cuida e ama.

NOSSOS SERVIÇOS

Equipe Multidisciplinar

Profissionais qualificados em cuidados, medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia, recreação e gerontologia.

Atividades Recreativas

Recreação, oficinas, atividades religiosas e festas.

Serviço de Refeição

Oferecemos 6 refeições diárias, completas, prescritas por nutricionista e preparadas em nossa cozinha totalmente equipada. Todas as refeições são acompanhadas por cuidadoras, auxiliadas se necessário e servidas conforme a necessidade individual de cada hóspede, respeitando sempre suas condições de saúde e preferências.

Venha conhecer nossas redes para se manter atualizado com tudo que acontece em nossa casa.

Atendimento Personalizado

Plano de atenção específico e serviços personalizados para cada residente. Respeitando sempre a cultura e costumes de cada hóspede.

Serviço de Lavanderia

Todas as roupas são processadas em lavanderia terceirizada, apta para o atendimento. Elas são diariamente retiradas e devolvidas, devidamente higienizadas e esterelizadas, promovendo cuidado e segurança aos hóspedes.

Serviços Extras

- Manicure - Pedicure

Podologia - Fonoaudiologia

Acompanhamento externo

Enfrentando as dificuldades de locomoção na pessoa idosa: desafios e soluções

Estatísticas alarmantes apontam que a mobilidade reduzida afeta cerca de 80% dos idosos no Brasil, demandando estratégias eficazes para promover a qualidade de vida e a autonomia dessa população

Alocomoção é um aspecto fundamental da vida cotidiana, especialmente para a pessoa idosa, que frequentemente enfrentam uma série de desafios físicos e sociais que podem limitar sua mobilidade. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 30% da população brasileira com 60 anos ou mais apresenta alguma limitação na locomoção.

Essa realidade impacta diretamente a qualidade de vida, a saúde e a autonomia das pessoas idosas, gerando a necessidade urgente de intervenções e soluções eficazes. O envelhecimento da população é uma tendência crescente no Brasil; a expectativa é que até 2030, 30% da população tenha 60 anos ou mais, conforme as projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS). Portanto, é crucial abordar as questões de locomoção, não apenas como uma preocupação de saúde pública, mas também como uma questão social de direitos, com impactos diretos na vida diária da população idosa.

Desafios da Locomoção

na Terceira Idade

Os problemas de locomoção na terceira idade podem ser atribuídos a uma combinação de fatores, incluindo doenças crônicas, fraqueza muscular, problemas articulares e condições cognitivas. A artrite, por exemplo, afeta cerca de 15% da população idosa, gerando dor e rigidez que dificultam a movimentação. Além disso, doenças cardíacas e diabetes, que afetam milhões de brasileiros, podem levar a complicações que limitam ainda mais a capacidade de locomoção. O processo natural de envelhecimento resulta em perdas significativas, como a redução da massa muscular e o aumento da fragilidade óssea,

tornando a locomoção não apenas difícil, mas também potencialmente perigosa. Essa combinação de fatores contribui para um ciclo de inatividade e dependência, que pode agravar ainda mais a saúde geral na terceira idade.

Adicionalmente, a saúde mental também desempenha um papel importante na locomoção da população idosa. Condições como depressão e ansiedade podem diminuir a motivação para se mover, levando a um estilo de vida sedentário que, por sua vez, resulta em uma diminuição da força e do equilíbrio. A pesquisa “Saúde e Bem-Estar na Velhice” realizada pela Universidade de São Paulo indica que 35% das pessoas idosas que apresentam dificuldades de locomoção também relataram sintomas depressivos, um dado que destaca a necessidade de abordagens holísticas para o cuidado da pessoa idosa. Portanto, o tratamento das limitações de locomoção deve incluir não apenas intervenções físicas, mas também apoio psicológico, visando a reabilitação completa do indivíduo.

Outro fator que merece atenção é o ambiente em que as pessoas idosas vivem. Muitas cidades brasileiras carecem de infraestrutura adequada para atender às necessidades de mobilidade da população idosa. Calçadas esburacadas, falta de rampas, escadas sem corrimãos e transporte público inacessível são apenas algumas das barreiras que dificultam a locomoção. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), cerca de 40% das cidades brasileiras não possuem calçadas adequadas para o trânsito de pedestres, especialmente pessoas com mobilidade reduzida. Essa falta de acessibilidade não apenas impede a locomoção segura, mas também contribui para o isolamento social

da pessoa idosoa, uma vez que muitos se sentem inseguros para sair de casa. As cidades precisam, portanto, repensar seu planejamento urbano de forma a garantir a acessibilidade e a inclusão de todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.

Impactos Sociais e Psicológicos

As dificuldades de locomoção não afetam apenas a saúde física, mas também têm repercussões sociais e psicológicas significativas. O isolamento social é uma consequência comum, com muitas pessoas idosas se sentindo incapazes de participar de atividades sociais, religiosas e comunitárias.

A pesquisa "Condições de Vida e Saúde dos Idosos", realizada pelo Ministério da Saúde, revelou que 25% da pessoas idosas com dificuldades de locomoção relataram sentimentos de solidão e depressão. A falta de interação social pode levar a um agravamento da saúde mental, criando um ciclo vicioso que perpetua a limitação de mobilidade. A solidão e o isolamento são problemas graves que podem resultar em consequências físicas, como a piora da saúde geral, o aumento do risco de quedas e até mesmo a mortalidade precoce.

Além disso, a percepção negativa que muitas pessoas idosas têm de suas limitações pode contribuir para uma imagem negativa de si mesmos, levando a uma diminuição da autoestima e da autoconfiança. Isso pode se traduzir em um maior medo de se mover, resultando em um estado ainda mais restrito de vida. O impacto do estigma social associado à idade e à incapacidade física pode levar a população idosa a se afastarem ainda mais das interações sociais e a evitar atividades que

antes desfrutavam. É importante criar um ambiente que não apenas facilite a mobilidade, mas que promova a inclusão e a aceitação social da terceira idade, ajudando a se sentirem valorizados e conectados à sua comunidade.

Um estudo recente publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia mostrou que a participação em atividades sociais, como grupos de dança e teatro, pode reduzir significativamente os sentimentos de solidão e aumentar a autoestima dos idosos. As atividades em grupo proporcionam um espaço seguro para a socialização, onde pessoas idosas podem compartilhar suas experiências e formar novas amizades. Além disso, essas interações sociais têm um efeito positivo na saúde mental e física, demonstrando que a promoção da mobilidade está ligada ao fortalecimento dos laços sociais.

Soluções e Iniciativas

Diante desse cenário, implementar soluções que promovam a mobilidade e a inclusão da população idosa, como a criação de calçadas adaptadas, instalação de semáforos com áudio e melhorias no transporte público são passos essenciais. Cidades como Curitiba e São Paulo têm se destacado na adoção de políticas de acessibilidade, implementando programas de capacitação para motoristas de ônibus e promovendo o uso de veículos adaptados. Tais políticas não apenas melhoram a mobilidade das pessoas idosas, mas criam uma cultura de respeito e inclusão, onde todos os cidadãos são valorizados e considerados nas decisões urbanas.

A criação de políticas públicas que priorizem a acessibilidade e a mobilidade das pessoas idosas é essencial. Isso inclui a revisão de

legislações urbanas para garantir que novas construções e reformas atendam a padrões de acessibilidade, bem como a implementação de campanhas de conscientização que eduquem a população sobre a importância de respeitar e apoiar a mobilidade da população idosa.

Além disso, deve haver um incentivo à participação das próprias pessoas idosas nas discussões sobre mobilidade e urbanismo, garantindo que suas vozes e necessidades sejam ouvidas e atendidas.

Outra estratégia importante é a educação da comunidade sobre as necessidades das pessoas idosas e a importância da acessibilidade. Campanhas de conscientização podem ajudar a sensibilizar a população sobre as barreiras que as pessoas idosas enfrentam e incentivar a empatia e a solidariedade. A participação ativa da terceira idade em grupos comunitários e conselhos de moradores pode garantir que suas vozes sejam ouvidas nas discussões sobre planejamento urbano e políticas de mobilidade. Ao promover um diálogo aberto e inclusivo, é possível desenvolver soluções que atendam às necessidades de todos os cidadãos, respeitando a diversidade e as particularidades de cada grupo.

A tecnologia pode desempenhar um papel significativo na promoção da mobilidade da pessoa idosa. Aplicativos que fornecem informações sobre transporte público acessível, bem como serviços de transporte que oferecem veículos adaptados, podem facilitar a locomoção. Iniciativas como "caronas solidárias", onde voluntários oferecem transporte à pessoas idosas em suas comunidades são exemplos de como a tecnologia e a solidariedade podem se unir para melhorar a mobilidade

dessa população. O investimento em tecnologias assistivas, como cadeiras de rodas motorizadas e andadores adaptados, também pode promover a independência e a confiança da pppulação idosa em suas atividades diárias.

A dificuldade de locomoção na pessoa idosa é um desafio multifacetado que requer uma abordagem integrada, envolvendo a sociedade, o poder público e a família. Com um planejamento cuidadoso e a implementação de políticas públicas eficazes, é possível garantir que pessoas idosas tenham a liberdade de se locomover com segurança e dignidade, promovendo melhoria na qualidade de vida. A mobilidade é um direito fundamental, e todos têm o dever de lutar para que as pessoas idosas possam desfrutar de suas vidas com autonomia e prazer. Garantir a mobilidade para essa população não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também de inclusão social e respeito à dignidade humana, fundamentais em uma sociedade que se pretende justa e igualitária.

Por fim, promover a acessibilidade e a mobilidade da pessoa idosa deve ser uma prioridade coletiva, envolvendo esforços de todos os segmentos da sociedade. É necessário que cada um de nós se comprometa a atuar em prol da inclusão e do respeito aos direitos da terceira idade, contribuindo para uma sociedade mais solidária e humana. Ao garantir que pessoas idosas possam se locomover com segurança e dignidade, estamos não apenas melhorando a qualidade de vida dessa população, mas fortalecendo os laços comunitários e promovendo um ambiente onde todos possam viver plenamente. A mobilidade é uma questão de direitos e, ao cuidar da mobilidade da pessoa idosa, estamos, na verdade, cuidando de todos nós.

PREVENÇÃO

Novembro Azul: Incentivando o Autocuidado e Prevenção

ao

Câncer de Próstata para Homens na Terceira Idade

A campanha global de prevenção ao câncer de próstata enfatiza a importância do autocuidado masculino, especialmente entre pessoas idosas, que costumam resistir aos exames preventivos. A iniciativa do Novembro Azul vem reforçar o papel da família, da comunidade e das redes de apoio na promoção de um envelhecimento saudável

ONovembro Azul, movimento de conscientização iniciado nos anos 2000, se estabeleceu como uma das campanhas mais importantes na saúde masculina, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Voltada a todos os homens, a campanha tem relevância significativa para os idosos, que estão no grupo de maior risco para desenvolver a doença. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens e uma das principais causas de óbito, com cerca de 65 mil novos casos registrados anualmente no Brasil.

Para homens a partir dos 50 anos, a importância do diagnóstico precoce não pode ser subestimada, e a campanha visa estimular conversas sobre saúde que rompam com os tabus, encorajando os homens a realizarem exames preventivos sem preconceitos. A campanha busca engajar a população em uma jornada de conscientização, promovendo o autocuidado entre idosos e reforçando a importância de um acompanhamento médico constante.

Origens do Novembro Azul e Expansão Mundial

O Novembro Azul teve suas origens na Austrália, em 2003, onde surgiu o movimento “Movember” — uma junção das palavras "moustache" e "November" — com o objetivo de conscientizar sobre a saúde masculina de uma forma acessível e cativante. Desde então, a campanha ganhou alcance global e simbolizou o engajamento no autocuidado com a adoção do bigode como um ícone do movimento. O crescimento do movimento foi rápido, atraindo atenção para temas cruciais da saúde masculina, incluindo o câncer de próstata e testicular, além de outros problemas que afetam principalmente homens na terceira idade. No Brasil, o Novembro Azul foi oficialmente

adotado em 2008 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, e passou a destacar, principalmente, a importância do exame de próstata como forma de prevenção.

Ao longo dos anos, a campanha evoluiu e se tornou um fenômeno de conscientização que vai muito além do uso do bigode como símbolo. As atividades hoje envolvem ações educativas, palestras, distribuição de materiais informativos, e, em muitas cidades, a iluminação de monumentos com luzes azuis como um lembrete visual da campanha. Nos primeiros anos, a resistência em aderir aos exames preventivos ainda era alta, principalmente entre homens mais velhos, que carregam tabus culturais sobre o exame de toque retal. No entanto, a disseminação de informações e o engajamento da sociedade ajudaram a reduzir algumas barreiras, encorajando esses homens a buscarem exames anuais. Com a participação da comunidade, a campanha reforça que o autocuidado e o diagnóstico precoce não devem ser evitados, especialmente entre os idosos.

Além de suas ações educacionais, o Novembro Azul expandiu sua atuação através de parcerias com empresas, hospitais, clínicas e entidades públicas que ajudam a financiar e multiplicar as ações de conscientização. No Brasil, um país onde a taxa de mortalidade entre homens idosos por câncer de próstata é preocupante, diversas clínicas e hospitais públicos realizam mutirões de exames preventivos, especialmente o PSA e o toque retal, oferecendo atendimento gratuito para a população idosa. As atividades são amplamente divulgadas em redes sociais e na mídia, estimulando a população a refletir sobre a importância do acompanhamento médico regular. Em alguns estados, parcerias entre o governo e entidades privadas ajudam a distribuir infor-

mações, realizar exames gratuitos e aumentar o alcance da campanha.

Com essa rede de apoio em crescimento, o Novembro Azul busca criar um impacto duradouro, transformando a maneira como a saúde masculina é vista e tratada. A campanha é voltada para eliminar tabus, promovendo a aceitação dos cuidados preventivos, que aumentam significativamente as chances de cura. A jornada do Novembro Azul mostra que o autocuidado é essencial e que os homens, principalmente na terceira idade, não devem ignorar os sinais de alerta. Para muitos idosos, o apoio da família e das redes de apoio comunitário é fundamental para superar os medos e preconceitos associados ao diagnóstico e tratamento do câncer de próstata.

O Câncer de Próstata e os Riscos para Homens Idosos

O câncer de próstata representa um grande desafio para a saúde pública, especialmente entre homens com mais de 50 anos. A probabilidade de desenvolvimento da doença aumenta consideravelmente com a idade, tornando os exames preventivos e o diagnóstico precoce essenciais para essa faixa etária. Estudos indicam que cerca de 75% dos diagnósticos ocorrem em homens com mais de 65 anos, um dado alarmante que reflete a necessidade de conscientização entre o público idoso. No entanto, a resistência ainda é uma barreira considerável. Muitos homens ignoram os sinais iniciais ou se recusam a realizar exames por medo ou desinformação, o que aumenta a chance de um diagnóstico tardio, onde as opções de tratamento podem ser mais limitadas e menos eficazes.

Para esses homens, a realização anual de exames de PSA (Antígeno Prostático Específico) e do toque retal é recomendada como método essencial para detectar o câncer de próstata nos estágios iniciais,

antes que os sintomas se manifestem. O exame de PSA, feito por meio de uma simples coleta de sangue, pode indicar alterações na próstata, enquanto o toque retal permite ao médico avaliar fisicamente a glândula para identificar possíveis anomalias. Apesar de serem exames rápidos e eficazes, muitos idosos ainda apresentam resistência, especialmente em relação ao toque retal, que é muitas vezes visto com preconceito. A campanha Novembro Azul se dedica a combater essa resistência, enfatizando que o exame é um procedimento seguro e necessário para preservar a saúde.

A importância desses exames é reforçada pelo fato de que o câncer de próstata, em estágios iniciais, é geralmente assintomático, o que significa que, sem exames preventivos, muitos homens acabam descobrindo a doença apenas quando ela já está avançada. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura e permite o uso de tratamentos menos invasivos. Os sintomas que aparecem em estágios avançados, como dificuldade para urinar, dor e presença de sangue na urina, poderiam ser evitados com exames preventivos regulares. Para combater essa falta de conscientização, a campanha Novembro Azul oferece informações amplas sobre a doença e os exames, ajudando os homens idosos e suas famílias a compreenderem a importância do autocuidado.

Além disso, os fatores de risco como histórico familiar e etnia também são destacados durante as campanhas. Estudos mostram que homens negros têm até 60% mais chances de desenvolver câncer de próstata, enquanto aqueles com parentes próximos diagnosticados com a doença estão em maior risco. O Novembro Azul trabalha para esclarecer esses fatores de risco específicos, reforçando a necessidade de exames regulares para aqueles

que se encaixam em grupos de risco. Ao integrar essa perspectiva, a campanha não só estimula a prevenção, mas também contribui para uma visão mais informada e inclusiva da saúde masculina.

Com a ampliação da conscientização, as campanhas de Novembro Azul têm conseguido aumentar a adesão aos exames preventivos, embora ainda haja muito a ser feito para romper as barreiras culturais e emocionais que afastam os homens da terceira idade dos cuidados com a saúde. A campanha enfatiza que a prevenção e o diagnóstico precoce são os melhores caminhos para reduzir a mortalidade associada ao câncer de próstata, e incentiva os homens a verem os exames como um cuidado consigo mesmos e uma forma de preservar a qualidade de vida.

Iniciativas Comunitárias e Redes de Apoio para Idosos

Para alcançar o público idoso, o Novembro Azul realiza ações específicas em centros de convivência, unidades de saúde, igrejas e outros espaços frequentados pela terceira idade. Essas iniciativas envolvem mutirões de saúde onde exames de PSA e toque retal são oferecidos gratuitamente, além de palestras educativas sobre o câncer de próstata e a importância da detecção precoce. A criação desses espaços de conscientização ajuda a diminuir as barreiras de acesso, oferecendo informações de qualidade e um ambiente onde os idosos podem sentir-se confortáveis para discutir questões de saúde. A presença de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, reforça a confiança no atendimento e ajuda a desmistificar os exames preventivos.

A campanha também envolve a família no processo de conscientização, reconhecendo que o apoio dos familiares é essencial para motivar os homens idosos a realizarem os exames. Muitas vezes, são os fa-

miliares que incentivam e até acompanham os idosos às consultas médicas, ajudando-os a vencer medos e resistências. O papel dos cuidadores e familiares é fundamental para quebrar o tabu em torno do toque retal e do PSA, reforçando a ideia de que o autocuidado é um ato de coragem e respeito pela própria saúde. A participação da família no Novembro Azul aumenta o impacto da campanha e permite que o homem idoso sinta-se apoiado e seguro em sua decisão de cuidar de sua saúde.

Além do envolvimento da família, a criação de parcerias com entidades locais, como ONGs e associações de idosos, amplia ainda mais o alcance da campanha. Muitas dessas organizações trabalham em conjunto para oferecer suporte psicológico e orientação médica gratuita para aqueles que enfrentam um diagnóstico de câncer de próstata. Em diversas regiões, eventos de saúde são acompanhados por atividades recreativas, como rodas de conversa, apresentações culturais e oficinas de bem-estar, proporcionando um

ambiente acolhedor que aproxima a população idosa das práticas de autocuidado. Essas iniciativas comunitárias oferecem um suporte valioso, demonstrando que a prevenção é um esforço coletivo e que a sociedade está mobilizada para promover a saúde dos idosos.

A inclusão de grupos de apoio também tem sido fundamental para os homens que recebem o diagnóstico de câncer de próstata, mostrando que a jornada do tratamento não precisa ser enfrentada sozinho. Muitos idosos que recebem o diagnóstico lidam com sentimentos de medo, insegurança e solidão, e a presença de um grupo de apoio oferece um espaço onde eles podem compartilhar suas experiências e obter força emocional. Centros de atendimento e ONGs ligados ao Novembro Azul frequen-

temente disponibilizam acompanhamento psicológico, ajudando a lidar com o impacto emocional do diagnóstico e contribuindo para o bem-estar mental dos pacientes.

Em muitos casos, esses grupos de apoio funcionam como redes de

suporte emocional e prático, onde os pacientes podem compartilhar experiências e obter orientações para enfrentar o tratamento. A campanha enfatiza que cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar do corpo, especialmente para os homens idosos,

que podem ter maior dificuldade em expressar seus medos e ansiedades. Esses grupos de apoio formam uma rede que ampara o paciente em todas as fases do tratamento, fortalecendo-o para enfrentar os desafios que surgem ao longo do processo..

Envelhecimento Saudável: Uma perspectiva integrada da Gerontologia em Arcoverde, Pernambuco

Taffness Siqueira

Gerontóloga

Pós graduada em Neuropsicologia e Psicanálise

Sou Taffnnes Siqueira, gerontóloga com especialização em Neuropsicologia e Psicanálise, e ao longo da minha trajetória profissional tenho atuado na promoção do envelhecimento saudável e no cuidado integral à pessoa idosa em Arcoverde, Pernambuco.

O envelhecimento saudável é um processo multifacetado, que envolve não apenas o cuidado médico e físico, mas também a saúde emocional e social, aspectos que considero essenciais para proporcionar uma qualidade de vida duradoura à população idosa.

Meu trabalho tem sido direcionado ao apoio psicanalítico, ao planejamento de saúde e ao desenvolvimento de estratégias de manejo de doenças neurodegenerativas, com ênfase na atuação integrada entre as diferentes dimensões do cuidado à pessoa idosa.

A Importância do Planejamento de Saúde para o Envelhecimento

O envelhecimento saudável depende de um planejamento de saúde que seja personalizado e adaptado às necessidades de cada indivíduo. O processo de envelhecimento traz consigo mudanças fisiológicas e psicológicas que exigem uma abordagem cuidado-

sa, tanto no que se refere ao tratamento de doenças crônicas, como à manutenção da saúde mental e emocional.

Em Arcoverde, a necessidade de um planejamento estratégico de saúde para a população idosa tem sido uma prioridade. Isso inclui não apenas cuidados médicos, mas também o fortalecimento de programas de prevenção e promoção de saúde que atendem às condições específicas da nossa região.

A promoção de atividades físicas regulares, o controle de doenças crônicas e a adoção de hábitos alimentares saudáveis são medidas essenciais para garantir uma longevidade com qualidade de vida.

A Caderneta do Idoso e o papel do profissional de Gerontologia na saúde pública

Um dos desafios enfrentados pela saúde pública no cuidado à pessoa idosa é a implementação e o manejo adequado da Caderneta do Idoso, um documento fundamental para o acompanhamento integral da saúde da população idosa, conforme estabelecido pelo *Estatuto do Idoso* (Lei no 10.741/2003), em seu Art. 15: "É obri-

gatória a inclusão do idoso no Sistema Único de Saúde – SUS, sendo-lhe fornecido acompanhamento sistemático da saúde por meio de registros."

No entanto, muitos profissionais da saúde ainda enfrentam dificuldades no uso correto e contínuo da caderneta, o que pode resultar em lacunas no histórico clínico da pessoa idosa, comprometendo a qualidade do atendimento.

Nesse contexto, o profissional de gerontologia desempenha um papel fundamental. A gerontologia pode orientar e organizar a caderneta, garantindo que todas as informações sobre a pessoa idosa - desde a avaliação inicial, passando pelo acompanhamento das doenças crônicas, até o acompanhamento das condições psicossociais - estejam devidamente registradas e acessíveis.

A atuação do gerontólogo na saúde pública é essencial para otimizar o uso da caderneta, facilitando a comunicação entre os profissionais de saúde e promovendo a continuidade e a integridade do cuidado. O gerontólogo é capacitado para perceber as nuances do envelhecimento e as necessidades específicas da pessoa idosq, proporcionando uma abordagem integral que favorece a longevidade com saúde.

A importância do apoio psicanalítico no envelhecimento: uma necessidade fundamental

A abordagem psicanalítica no cuidado à pessoa idosa tem mostrado ser fundamental para lidar com as questões emocionais e psicológicas que surgem com o envelhecimento, como a solidão, a perda de entes queridos e o enfrentamento da própria finitude. A psicanálise oferece uma oportunidade para a pessoa idosa elaborar e dar sentido a suas experiências de vida, favorecendo uma adaptação mais saudável às transformações que surgem com a velhice.

Além disso, o suporte psicanalítico não se limita a pessoa idosa, mas também se estende aos familiares que enfrentam as dificuldades emocionais e psicológicas ao lidar com o envelhecimento de um ente querido. Em Arcoverde, tem sido crescente o número de famílias que buscam apoio psicológico para lidar com as alterações no comportamento e nas necessidades das pessoas idosas, incluindo os casos de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Enfrentando as doenças neurodegenerativas: o papel da Gerontologia

As doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e outras demências, têm se tornado cada vez mais prevalentes com o aumento da longevidade. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são fundamentais para retardar a progressão dessas condições e promover o máximo de autonomia possível ao paciente. A gerontologia atua diretamente no suporte à pessoa idosa com doenças neurodegenerativas, desenvolvendo estratégias de manejo que englobam tanto os cuidados médicos quanto o apoio psicológico e social.

Em Arcoverde, temos buscado sensibilizar a comunidade e os profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico precoce e da abordagem multidisciplinar, que envolve médicos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e cuidadores. Além disso, a promoção de ambientes adaptados e

O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são fundamentais para retardar a progressão dessas condições e promover o máximo de autonomia possível ao paciente.

seguros para as pessoas idosas com essas condições tem sido um foco importante nas políticas de saúde local.

Atuação da Gerontologia nas ILPIs de Arcoverde: microgestão e macrogestao

As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) desempenham um papel crucial no cuidado de pessoas idosas que não têm condições de permanecer em casa. Em Arcoverde, temos acompanhado a realidade das ILPIs locais, observando as boas práticas de cuidado, mas também identificando áreas que necessitam de melhorias, especialmente em relação à capacitação dos profissionais e ao cuidado personalizado.

A atuação da gerontologia em ILPIs deve ser voltada para uma gestão integrada e humanizada. Em nível de microgestão, isso implica no cuidado individualizado, considerando as necessidades específicas de cada idoso.

No nível de macrogente, é necessário promover a integração das ILPIs com a rede pública de saúde, com ênfase na prevenção, acompanhamento contínuo e integração com os programas de apoio psicológico e social.

O processo de envelhecimento traz consigo mudanças fisiológicas e psicológicas que exigem uma abordagem cuidadosa, tanto no que se refere ao tratamento de doenças crônicas, como à manutenção da saúde mental e emocional.

A criação de espaços de convivência, a implementação de atividades recreativas e cognitivas, e a promoção de uma abordagem respeitosa e centrada na pessoa idosa são fundamentais para garantir que as ILPIs sejam ambientes saudáveis e estimulantes.

A abordagem e aceitação do envelhecimento em Arcoverde

A aceitação do envelhecimento na cidade de Arcoverde tem avançado, mas ainda existem desafios a serem superados, especialmente no que diz respeito à visão social do envelhecimento. A cultura local, com sua forte ênfase nas relações familiares e comunitárias, tem promovido um ambiente de apoio para pessoas idosas, mas é necessário que essa atitude de cuidado se traduza em políticas públicas mais eficazes.

A integração da gerontologia na sociedade de Arcoverde passa pela conscientização da importância de um envelhecimento digno, saudável e ativo. A aceitação da velhice como uma fase natural da vida e a valorização da pessoa idosa como sujeito ativo e participativo na comunidade são aspectos que precisam ser mais promovidos.

O envelhecimento saudável não é apenas um desafio individual, mas também coletivo. Em Arcoverde, a gerontologia tem se destacado como uma área fundamental para promover o bem-estar das pessoas idosas, tanto no âmbito da saúde quanto no apoio emocional e psicológico.

A integração de práticas de cuidado, como o planejamento de saúde, o suporte psicanalítico, e a atenção a doenças neurodegenerativas, deve ser contínua e aprimorada. Ao mesmo tempo, as ILPIs e a sociedade como um todo devem estar preparadas para oferecer um ambiente inclusivo, respeitoso e acolhedor para as pessoas idosas .

Saiba mais sobre Taffness Siqueira em https://www.instagram.com/ taffnesssiqueira

O pilates para a pessoa idosa

Larissa Ramos Fisioterapeuta

Pós graduada em Dermatofuncional Instrutora de pilates solo, bola e aparelho

Opilates é uma modalidade que vem crescendo e tomando uma proporção maior a cada ano que passa. O que antes era desconhecido e novo para muitos, hoje faz parte da rotina, trazendo muitos benefícios e qualidade de vida.

Não existe distinção para a prática, qualquer sexo ou idade são bem vindos, claro que cada qual com sua individualidade; uma vez que o pilates traz uma infinidade de exercí -

cios, podendo ser feitos em aparelhos, com auxílio de uma bola suíça ou apenas com o próprio corpo. Facilitando assim para que a prática possa ser feito em qualquer lugar com poucos ou nenhum recurso, apenas com as instruções e orientações de um profissional qualificado.

Visando os idosos o pilates é um grande aliado, já que a modalidade trabalha alongamentos, fortalecimento, mobilidade, equilíbrio e

coordenação, funções que ao passar dos anos vão diminuindo e trazendo graves consequências, como quedas e dependência de terceiros.

Com a prática do pilates de maneira regular pode-se traçar as melhores condutas e selecionar quais exercícios se enquadram melhor para cada indivíduo visando melhorar o quadro, seja para quem já tem um diagnóstico pré determinado ou mesmo para quem busca a modalidade como forma de prevenção.

De forma complementar o pilates não auxilia somente nas funções motoras mas também nas psíquicas, uma vez que todos os exercícios são realizados de maneira fluida e associada com a respiração, algo muito benéfico para a terceira idade, pois com o envelhecimento o aumento a doenças neurológicas aumentam, como demência, alzheimer, parkinson e as que estão cada vez mais alta depressão e ansiedade.

Diferente de muitos exercícios o pilates não tem impacto, o que diminui ou quase abstêm contra indicações; fazendo assim com que a articulações e estruturas do corpo fiquem preservadas.

Médicos mais atualizados já indicam com muita frequência a prática do pilates, pois os benefícios são comprovados, a tendência é de que a modalidade ganhe cada vez mais espaço seja entre, crianças, adolescentes, jovens e é claro para a melhor idade, os idosos.

Saiba mais sobre Larissa Ramos https://www.instagram.com/ lariramosfisio/

HISTÓRIAS QUE INSPIRAM

A Saga de Um herói das pistas e da vida

De Santa Maria para o mundo, uma história de superação, disciplina e inspiração no esporte e na vida

Atrajetória de Silvio Barbosa Costa, bombeiro e atleta de Santa Maria, Rio Grande do Sul, é um épico moderno que transcende o esporte. Aos 67 anos, ele mostra que idade é apenas um número e que a determinação pode transformar até os maiores desafios em conquistas extraordinárias. "A velhice está na mente da pessoa. Quando acredito no que faço, me sinto com 20 anos."

Jornada de desafios e renascimentos

A história de Silvio começou longe das pistas. Trabalhou em uma fábrica de móveis, serviu ao exército e passou por momentos difíceis enquanto lidava com o alcoolismo, durante o tempo em que trabalhou em uma distribuidora de bebidas. Nesse período sombrio, a sensação de estar perdido era constante, até que

ele encontrou sua maior aliada, Nara, que mais tarde se tornaria sua esposa.

Foi ao lado de Nara que Silvio deu os primeiros passos para a mudança. Encontrou no karatê uma válvula de escape, abandonou o álcool e iniciou sua jornada em direção a uma vida mais saudável e equilibrada. Essa transformação o levou ao atletismo, onde ele descobriu um novo propósito. "Minha primeira corrida foi um divisor de águas. Terminar em 32º lugar não foi o fim, mas o começo de algo muito maior."

O fogo da superação: das pistas ao Corpo de Bombeiros

Paralelamente à sua jornada esportiva, Silvio encontrou outra paixão: salvar vidas. Tornar-se bombeiro foi mais do

que um trabalho; foi um chamado. A profissão lhe trouxe disciplina e coragem, qualidades que ele leva para as pistas.

Nos anos 1990, Silvio começou a brilhar no atletismo. As primeiras corridas deram lugar a pódios, e ele passou a ser um dos atletas mais respeitados em sua faixa etária. "Passei de 32º lugar para estar entre os cinco primeiros. Isso só foi possível com treinos dedicados, foco e uma mente forte."

A preparação de Silvio é meticulosa. Ele ajusta seus treinos de acordo com o tipo de prova: para corridas curtas, treina velocidade; para as longas, foca na resistência. "Cada detalhe importa. Uma boa alimentação, descanso e pensamento positivo são tão importantes quanto a corrida em si."

Ídolos que inspiram, sonhos que guiam

Silvio se inspira em gigantes do esporte como Carlos Lopes, "o Português", campeão mundial e recordista nos 5 mil metros, 10 mil metros e na maratona. "Carlos provou que a idade não é um limite, e isso me deu forças para acreditar no meu potencial."

Outro ícone que o motiva é Assis da Paz, de Caçapava do Sul, campeão nacional que representa o melhor do atletismo brasileiro. "Assis mostrou que, com determinação, podemos alcançar marcas incríveis, mesmo enfrentando adversidades."

Família e esporte: dois grandes pilares

Apesar de suas conquistas esportivas, Silvio afirma que seu maior troféu está em casa. Ao lado de Nara e dos filhos Diórdinis e Diones, ele encontrou a base sólida para equilibrar vida pessoal e carreira. "Divido

minha vida em duas partes: a pessoal, onde sou totalmente dedicado à família, e o atletismo, onde foco 100% no esporte. Esse equilíbrio é o que me mantém em paz."

Como bombeiro, Silvio também carrega o orgulho de servir à comunidade. Ele acredita que o mesmo espírito que o impulsiona nas pistas o ajuda a enfrentar os desafios diários de salvar vidas.

O atletismo como ferramenta de transformação

Para Silvio, o atletismo é mais do que um esporte: é uma filosofia de vida. Ele acredita que correr melhora a saúde, alivia o estresse e fortalece os laços sociais. "O atletismo me ensina a superar limites e a encontrar o melhor de mim em cada desafio."

E ele compartilha uma mensagem para aqueles que querem começar: "Nunca é tarde para recomeçar. O pri-

meiro passo pode ser difícil, mas é sempre o mais importante."

Uma lenda viva em movimento

Hoje, Silvio Barbosa Costa é mais do que um atleta ou bombeiro; ele é uma lenda viva que inspira a todos ao seu redor. Seja nas pistas ou na vida, ele carrega a certeza de que não há limites para quem acredita no próprio potencial.

"Cada corrida é uma chance de ser melhor do que ontem. Não corro por medalhas, mas para mostrar que a vida pode ser extraordinária em qualquer idade. O segredo está em nunca desistir dos seus sonhos."

Silvio é a prova de que, com foco, disciplina e amor pela vida, todos os obstáculos podem ser superados. Sua história nos lembra que o verdadeiro ouro está na jornada, e não apenas no pódio.

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