Geronto+ 03

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GERONTO GERONTO+

Qualidade de vida é sempre prioridade

O PODER TRANSFORMADOR DA GERONTOLOGIA NO CUIDADO À PESSOA IDOSA

O poder transformador da Gerontologia no cuidado à pessoa idosa

AGerontologia no Brasil tem se consolidado como uma área fundamental para o bem-estar e a dignidade da pessoa idosa. Aqui, destacamos os temas essenciais abordados por profissionais que, com dedicação, contribuem para a evolução dessa ciência que transforma vidas. À medida que a população envelhece, a importância da gerontologia se torna ainda mais evidente, com desafios que exigem conhecimento técnico, empatia e uma abordagem holística no cuidado.

ENFERMEIROS E GERONTÓLOGOS:

A SINERGIA QUE PODE TRANSFORMAR O CUIDADO DA PESSOA IDOSA NO BRASIL, por Alex Santana, discute a colaboração entre duas áreas fundamentais no cuidado à pessoa idosa. A interação entre o conhecimento clínico do enfermeiro e a abordagem integral do gerontólogo oferece uma visão holística, garantindo que os cuidados sejam tanto preventivos quanto terapêuticos. Esta sinergia não apenas melhora a saúde da população idosa, mas também promove sua autonomia e dignidade, reconhecendo-o como sujeito ativo em sua própria vida.

COMO A GERONTOLOGIA PODE

AJUDAR NA VELHICE?, por Drielle Andrade, explora o papel dessa ciência na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa, abordando aspectos físicos, emocionais e sociais. A autora mostra como a Gerontologia está no centro de práticas que promovem a autonomia e o envelhecimento ativo, fundamentais em um Brasil onde a população idosa cresce rapidamente. A contribuição da gerontologia se estende a campos como a reabilitação, a prevenção de doenças e a promoção de um envelhecimento saudável.

Outro ponto vital é o ESTATUTO DO IDOSO: DIREITOS E BENEFÍCIOS PARA UM ENVELHECER ATIVO E DIGNO, por Kátia Martins. O Estatuto, marco legal

no Brasil, assegura direitos que promovem o bem-estar e a participação ativa da população idosa na sociedade. A autora analisa como sua aplicação é essencial para garantir que o envelhecimento ocorra de forma justa e respeitosa, contribuindo para um cenário onde a terceira idade é reconhecida como cidadã plena, com direitos e deveres.

Na área da saúde mental, PSICOPATOLOGIA , por Christianne Strazer, mergulha nas complexidades das condições mentais comuns na velhice e na importância de diagnósticos e abordagens terapêuticas eficazes. As taxas de depressão e ansiedade entre pessoas idosas são alarmantes, e uma atenção cuidadosa pode fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.

Após um período de internação, PESSOAS IDOSAS PÓS UTI: O QUE FAZER? COMO ABORDAR OS DÉFICITS?**, por Maria Eduarda Cavalcante, traz à tona o desafio do cuidado pós-alta. A recuperação de funções cognitivas e motoras exige uma equipe multidisciplinar e um olhar especializado sobre as particularidades dessa fase. O suporte emocional e psicológico é igualmente vital nesse processo de reintegração à vida cotidiana.

ACADEMIAS: LUGAR DE ENCONTRO, CONFIANÇA E BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA , por Luciana Nunes, ressalta a importância do exercício físico como ferramenta de socialização e manutenção da saúde, especialmente para as pessoas idosas, que veem nas academias uma oportunidade de continuar ativos e conectados. A atividade física não só melhora a saúde física, mas também favorece a socialização, reduzindo o isolamento, um dos principais fatores de risco para problemas de saúde mental nessa faixa etária.

GERONTO GERONTO+

A regulamentação da profissão de gerontólogo é tema debatido em REGULAMENTAÇÃO DA GERONTOLOGIA: PROJETO DE LEI É FUNDAMENTAL PARA O CUIDADO À PESSOA IDOSA. A formalização dessa profissão pode melhorar a assistência à pessoa idosa, ampliando o número de profissionais qualificados e garantindo que o cuidado seja eficiente e humanizado. A regulamentação é um passo importante para estabelecer padrões de qualidade e ética no cuidado.

A perspectiva internacional também nos ensina muito. Em A GERONTOLOGIA EM PORTUGAL: ESTRUTURA, REGULAÇÃO E PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO, Rita Marques compartilha experiências diretas de como o país europeu tem tratado o envelhecimento com políticas públicas e regulamentação mais avançadas, proporcionando um cuidado de excelência. Essa troca de experiências é fundamental para o avanço da gerontologia em todo o mundo.

A diversidade no envelhecimento é abordada em PESSOA IDOSA LGBTQI+: NÃO SOMOS INVISÍVEIS, por Kátia Carvalho. A autora discute a invisibilidade e os desafios enfrentados pela população idosa LGBTQI+, enfatizando a necessidade de cuidados inclusivos e respeitosos. O reconhecimento e a valorização da diversidade na velhice são passos essenciais para garantir que todos tenham acesso a cuidados dignos.

O conhecimento é essencial no cuidado a população idosa, especialmente no caso do Alzheimer. Em MITOS E VERDADES SOBRE O ALZHEIMER: CONHECIMENTO É A CHAVE DO CUIDADO COM EXCELÊNCIA, por Leila Ecard, as desinformações sobre essa condição devastadora são desmistificadas, mostrando a importância de um cuidado baseado em evidências. O entendimento sobre a doença é fundamental para promover um cuidado adequado e empático.

A atuação da gerontologia na saúde mental é ampliada por A TRANSFORMAÇÃO DO CUIDADO PARA A PESSOA IDOSA COM A TERAPIA COGNITIVA, por Ana Pereira, que explora como as terapias cognitivas podem manter a mente ativa e melhorar a qualidade de vida. As intervenções cognitivas são essenciais para estimular a saúde mental e social da população idosa, promovendo sua autonomia e felicidade.

A mobilidade urbana é outro ponto para a qualidade de vida dos idosos. MOBILIDADE URBANA: DESAFIOS E INVESTIMENTOS NO BRASIL, discute as barreiras e as soluções necessárias para tornar nossas cidades mais acessíveis e seguras para as pessoas idosas. O planejamento urbano inclusivo é uma prioridade para garantir que todos os cidadãos possam se deslocar com segurança e dignidade.

Por fim, no mês de conscientização sobre o câncer de mama, OUTUBRO ROSA: CUIDANDO DA SAÚDE DA PESSOA IDOSA COM AMOR E ESPERANÇA

reforça a importância dos cuidados preventivos e do apoio emocional às mulheres idosas. A prevenção é uma ferramenta poderosa que pode salvar vidas e deve ser acessível a todas as mulheres, independentemente da idade.

Agradecemos sinceramente a todos os profissionais que, por meio de suas experiências, conhecimentos e dedicação, colaboram para o avanço da Gerontologia no Brasil e no mundo. São médicos, enfermeiros, gerontólogos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas, assistentes sociais, e muitos outros que, com amor e compromisso, dedicam suas vidas ao cuidado da população idosa. O impacto do trabalho de vocês é inestimável e transforma a trajetória não apenas de pessoas idosas, mas também de suas famílias e comunidades.

Vocês são agentes de mudança, que promovem um envelhecimento mais saudável, ativo e digno. Suas contribuições ajudam a derrubar estigmas, a criar políticas públicas efetivas e a promover um cuidado que respeita

a individualidade e a diversidade de cada pessoa idosa. Cada atendimento, cada palavra de apoio e cada ação de empatia fazem a diferença na vida de quem vocês cuidam.

Reconhecemos que o trabalho de vocês muitas vezes se dá em condições desafiadoras e que as demandas são crescentes. Portanto, é vital que continuemos a investir em formação, recursos e infraestrutura para garantir que todos as pessoas idosas tenham acesso a cuidados de qualidade. A caminhada para um futuro onde o envelhecimento seja celebrado e respeitado começa com cada um de vocês.

Estima-se que até 2050, 2 bilhões de pessoas no mundo terão mais de 60 anos e para enfrentar os desafios dessa mudança demográfica, é imprescindível que continuemos a investir em conhecimento, regulamentação e práticas inovadoras, capazes de assegurar que o envelhecimento seja um processo natural, mas também digno, respeitoso e repleto de qualidade de vida.

Enfermeiros e Gerontólogos: a sinergia que pode transformar o cuidado da pessoa idosa no Brasil

Oenvelhecimento populacional é um dos desafios mais urgentes e complexos da sociedade contemporânea. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam que, até 2050, a população mundial com mais de 60 anos dobrará, chegando a 2 bilhões de pessoas. No Brasil, o cenário é igualmente alarmante. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas idosas no país aumentará de 32 milhões em 2020 para cerca de 57 milhões em 2050, o que representará quase 25% da população. Esse crescimento populacional traz implicações significativas para a saúde pública, a economia e o bem-estar social.

O aumento da longevidade implica em uma maior prevalência de doenças crônicas e incapacidades, exigindo uma adaptação dos sistemas de saúde e da sociedade como um todo. Com a expectativa de vida em ascensão, o cuidado a população idosa demanda uma abordagem holística e integrada, onde diferentes profissionais de saúde se tornam fundamentais para garantir uma qualidade de vida digna para essa população. Entre os mais destacados nesse cenário estão os

enfermeiros e os gerontólogos , duas profissões que, embora com formações distintas, desempenham papéis complementares no cuidado à pesoa idosa.

Os enfermeiros são os pilares da assistência clínica, sendo responsáveis por administrar medicamentos, realizar curativos, monitorar sinais vitais e acompanhar a evolução clínica das pessoas idosas. Eles atuam diretamente em hospitais, unidades de pronto atendimento, Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e em cuidados domiciliares. O contato constante com os pacientes permite que os enfermeiros estabeleçam uma relação de confiança e proximidade, muitas vezes sendo o elo de comunicação entre a pessoa idosa, sua família e outros profissionais de saúde. Além disso, eles têm o papel de identificar precocemente sinais de complicações, atuando na prevenção de internações e agravamento de condições de saúde, que são comuns em pacientes geriátricos.

Por outro lado, os gerontólogos trazem uma visão mais ampla e estratégica do envelhecimento Sua formação abrange aspectos biológicos, psicológicos e sociais,

permitindo uma compreensão mais profunda das múltiplas dimensões do envelhecimento. O gerontólogo atua no planejamento e na execução de programas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas, promovendo o envelhecimento ativo e saudável. Isso inclui intervenções que estimulam a atividade física, a cognição, a socialização e a independência funcional. Além de trabalhar em conjunto com os enfermeiros em instituições de saúde, os gerontólogos também estão presentes em projetos de políticas públicas, assessoria para famílias e organizações que visam a promoção do bem-estar para a terceira idade.

A colaboração entre enfermeiros e gerontólogos é essencial para enfrentar os desafios do envelhecimento. Enquanto os enfermeiros estão focados na atenção clínica e no cuidado diário , os gerontólogos trazem uma perspectiva mais voltada para a promoção da saúde e a prevenção de doenças , buscando intervenções a longo prazo. Esse trabalho conjunto permite que o cuidado à pessoa idosa seja mais eficaz, garantindo que suas necessidades sejam atendidas em todos os aspectos – físico, mental e social.

Alex Santana Gerontólogo,
Pós-graduado em Saúde Mental, Gestão em Saúde Pública e Privada, Geriatria e Gerontologia e CEO da revista Geronto+

Além disso, a interdisciplinaridade entre essas profissões pode ser o diferencial para criar um sistema de saúde que se adapte às necessidades da população idosa. Em tempos de mudanças demográficas rápidas, investir em profissionais capacitados e em políticas públicas que promovam essa integração é fundamental. A criação de equipes multidisciplinares que incluam enfermeiros, gerontólogos, fisioterapeutas, psicólogos

e outros profissionais da saúde, pode resultar em um cuidado mais completo e humanizado.

Com o envelhecimento acelerado da população brasileira e mundial, o papel dos enfermeiros e gerontólogos no cuidado as pessoas idosas se torna mais relevante do que nunca O desenvolvimento de novas estratégias, baseadas em evidências e em uma abordagem integrada, será fun-

damental para garantir que o aumento da longevidade seja acompanhado por uma qualidade de vida digna e ativa. Portanto, o trabalho colaborativo entre essas duas profissões, bem como o contínuo investimento em suas formações, é o caminho para enfrentar os desafios trazidos pelo envelhecimento populacional e construir um futuro onde a pessoa idosa seja tratada com o respeito e o cuidado que merece

Os enfermeiros desempenham um papel central no cuidado clínico da pessoa idosa, sendo responsáveis pela execução e coordenação de cuidados que exigem conhecimento e sensibilidade. Com uma formação voltada para a prática clínica, eles são preparados para administrar medicamentos, realizar curativos, monitorar sinais vitais e cuidar de pacientes com doenças crônicas como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, condições frequentemente associadas ao envelhecimento.

O trabalho do enfermeiro inclui a avaliação contínua do estado de saúde da pessoa idosa, sendo capaz de identificar mudanças sutis no quadro clínico que podem indicar complicações ou a progressão de doenças. Essa capacidade de diagnóstico precoce permite uma intervenção rápida, muitas vezes evitando agravamentos ou internações desnecessárias. Além disso, o enfermeiro é habilitado para realizar procedimentos complexos, como cuidados com sondas, administração de insulina e a manutenção de dispositivos médicos, garantindo que a pessoa idosa receba um cuidado adequado e seguro.

Outro aspecto crítico da atuação do enfermeiro é o gerenciamento da polifarmácia, que envolve o controle do uso simultâneo de vários medicamentos pela população idosa, algo comum nessa fase da vida. O enfermeiro monitora as interações medicamentosas, ajusta doses quando necessário e garante a correta administração dos remédios, contribuindo para a eficácia do tratamento e minimizando riscos de efeitos adversos.

Em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e no atendimento domiciliar, o enfermeiro tem um papel vital na continuidade do cuidado. Ele realiza o acompanhamento clínico regular, ajustando os planos de cuidados conforme a evolução do quadro de saúde da pessoa idosa. Trabalha em estreita colaboração com a equipe multiprofissional, coordenando os cuidados com médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros profissionais

da saúde para assegurar que todas as necessidades físicas e emocionais do paciente sejam atendidas.

A prevenção de complicações é outro foco do enfermeiro geriátrico. Ele implementa estratégias para evitar quedas, lesões por pressão e infecções, problemas comuns entre a terceira idade. Isso inclui desde a reorganização do ambiente doméstico para garantir segurança até o cuidado especializado com a pele e a mobilidade dos pacientes. Essas intervenções preventivas são fundamentais para manter a qualidade de vida e evitar hospitalizações prolongadas.

O monitoramento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão está entre as principais responsabilidades do enfermeiro. Ele ajusta as doses de medicamentos, administra insulina, realiza curativos em feridas decorrentes de problemas circulatórios e orienta os pacientes e suas famílias sobre a importância de seguir um plano de tratamento adequado. Ensina sobre hábitos de vida saudáveis, como a adoção de dietas balanceadas e a prática de exercícios físicos, fundamentais para o controle dessas condições.

A atuação do enfermeiro se destaca no campo da reabilitação e cuidados paliativos. Em situações de doenças avançadas, o enfermeiro é responsável por oferecer conforto, administrar medicamentos que aliviam a dor e monitorar o estado clínico de forma a garantir a dignidade do paciente. Ele também orienta e apoia a família, ajudando-a a compreender o processo de cuidado e a participar de forma ativa e informada.

Finalmente, o enfermeiro clínico se envolve na educação em saúde, capacitando cuidadores e familiares para realizar procedimentos essenciais em casa, como a administração de medicamentos e a troca de curativos. Esse conhecimento transmitido à família ajuda a manter a continuidade do cuidado e garante que a pessoa idosa receba um atendimento de qualidade em todas as etapas de sua vida.

O conhecimento do enfermeiro no cuidado geriátrico é fundamental para promover um envelhecimento saudável e digno, assegurando que a

população idosa receba uma atenção especializada, eficiente e humanizada, seja em casa, em instituições ou em ambientes hospitalares.

GERONTÓLOGO: O ESPECIALISTA EM ENVELHECIMENTO

O gerontólogo é o profissional especializado no estudo do envelhecimento humano, com formação acadêmica dividida em dois níveis: o bacharelado e o tecnólogo em Gerontologia. O tecnólogo é uma graduação de curta duração e altamente prática, focada na aplicação imediata de intervenções e no suporte direto à população idosa. Já o bacharelado oferece uma formação mais extensa, voltada para o planejamento, gestão e coordenação de políticas e programas relacionados ao envelhecimento.

Essa dualidade na formação é crucial para atender às diversas demandas da população idosa. Os tecnólogos em Gerontologia são treinados para atuar de forma ágil e prática, realizando intervenções diretas em ambientes como Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), centros de convivência e cuidados domiciliares. Eles desempenham papéis essenciais no cotidiano da pessoa idosa, aplicando estratégias que promovem a saúde física e mental, bem como o bem-estar social. Por outro lado, os bacharéis são responsáveis por desenhar políticas públicas, liderar programas de saúde e coordenar equipes multidisciplinares que visam o cuidado integral.

No Brasil, a Gerontologia tem se consolidado como uma profissão indispensável diante do envelhecimento acelerado da população. A formação desses profissionais, tanto tecnólogos quanto bacharéis, é crucial para o desenvolvimento de um sistema de saúde preparado para lidar com os desafios da longevidade.

Um dos pilares do trabalho dos gerontólogos, seja tecnólogo ou bacharel, é a promoção do envelhecimento ativo, conceito defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse enfoque busca maximizar as oportunidades de saúde, participação social e segurança para a terceira idade, incentivando

um estilo de vida que privilegie a autonomia e a qualidade de vida. Estudos mostram que idosos que participam regularmente de atividades físicas e cognitivas têm 50% menos risco de desenvolver doenças crônicas e 30% menos probabilidade de sofrer quedas, uma das principais causas de internação nessa faixa etária.

O tecnólogo em gerontologia, em particular, tem um papel fundamental na implementação dessas atividades e programas preventivos, atuando diretamente com a pessoa idosa. Ele está presente no cotidiano da terceira idade, seja em casas

de repouso ou em ambientes de cuidados domiciliares, ajudando na reabilitação física, cognitiva e social. A formação prática do tecnólogo permite que ele seja um facilitador nas intervenções rápidas e eficientes, contribuindo para a melhoria da saúde de forma direta e palpável.

Trabalhando em conjunto com enfermeiros, fisioterapeutas e assistentes sociais, o tecnólogo ajuda a criar um ambiente de cuidado colaborativo, que abrange as diversas necessidades da pessoa idosa. Ao lado do bacharel em Gerontologia, o tecnólogo forma um elo entre a prática diária e a gestão

estratégica do envelhecimento, garantindo que o cuidado seja completo, multidimensional e focado tanto na prevenção quanto na intervenção.

Essa colaboração entre bacharéis e tecnólogos representa um avanço significativo na qualidade do cuidado oferecido à terceira idade, promovendo uma abordagem mais integrada e eficaz. No Brasil, onde a população idosa cresce rapidamente, o trabalho conjunto desses profissionais se torna cada vez mais importante para enfrentar os desafios do envelhecimento com inovação, eficiência e humanidade.

A interação entre enfermeiros e gerontólogos tem potencial para transformar o cuidado à população idosa de forma abrangente e efetiva. Ambos os profissionais, com seus conhecimentos complementares, podem atuar de maneira conjunta em diferentes contextos, oferecendo um cuidado multidisciplinar e personalizado.

Cuidados Personalizados e Abordagem Multidimensionais

O enfermeiro é responsável pelo cuidado clínico direto , monitorando sinais vitais, gerenciando doenças crônicas e garantindo a adesão às terapias prescritas. O gerontólogo, por outro lado, se concentra no planejamento de atividades que estimulem a saúde física e mental da pessoa idosa , promovendo o bem-estar geral. Essa integração de cuidados, segundo um estudo da OMS, é capaz de melhorar em 40% os resultados de saúde em pessoas idosas que recebem uma abordagem multidisciplinar.

Em instituições como as ILPIs, essa colaboração é essencial. Enquanto o enfermeiro monitora a condição física das pessoas idosas, o gerontólogo pode desenvolver programas de reabilitação cognitiva e social, reduzindo o isolamento e melhorando a saúde mental dos residentes. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 30% da população idosa brasileira sofre de algum tipo de comprometimento cognitivo leve, destacando a importância de intervenções multidisciplinares nesse segmento.

PREVENÇÃO DE DOENÇAS E PROMOÇÃO DA SAÚDE

O aumento da expectativa de vida traz consigo um crescimento na incidência de doenças crônicas entre a população idosa. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2021, mais de 75% das pessoas idosas brasileiras apresentam ao menos uma doença crônica, como hipertensão ou diabetes. A colaboração entre

enfermeiros e gerontólogos na prevenção dessas condições é vital.

Enquanto o enfermeiro atua no controle clínico e na administração de tratamentos, o gerontólogo pode implementar estratégias de prevenção, como atividades físicas regulares e mudanças no estilo de vida. Programas de prevenção desenvolvidos por gerontólogos, com apoio dos enfermeiros, têm mostrado uma redução de 30% no risco de doenças cardíacas entre idosos participantes , segundo dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

ADAPTAÇÃO DE AMBIENTES

A segurança dos ambientes onde a pessoa idosa vive ou é atendida é outro aspecto fundamental para garantir uma vida saudável e sem riscos. Quedas são uma das principais causas de hospitalização entre a terceira idade no Brasil, responsáveis por mais de 40% dos casos de mortes acidentais nessa faixa etária, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Nesse aspecto, enfermeiros e gerontólogos podem trabalhar juntos para adaptar ambientes domiciliares ou institucionais. O enfermeiro identifica riscos à saúde, como mobilidade limitada, e o gerontólogo sugere adaptações no ambiente físico, como instalação de barras de apoio e uso de pisos antiderrapantes, promovendo a segurança e prevenindo acidentes.

CUIDADO PALIATIVO E TERMINAL

O cuidado paliativo é uma área em que a interação entre essas profissões é especialmente significativa. Segundo o Atlas de Cuidados Paliativos na América Latina, a demanda por esses cuidados aumentou em 35% nos últimos cinco anos, refletindo a necessidade de abordagens sensíveis e integradas no tratamento de pacientes idosos em fase terminal.

O enfermeiro, com sua formação clínica, proporciona conforto físico ao paciente, controlando dores e sintomas. Já o gerontólogo se dedica ao

suporte psicossocial da pessoa idosa e sua família, garantindo que o fim da vida seja tratado com dignidade. Esse tipo de cuidado integrado não só melhora a qualidade de vida dos pacientes, como também reduz a carga emocional para os familiares envolvidos.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A COLABORAÇÃO

Apesar dos benefícios evidentes, a colaboração entre enfermeiros e gerontólogos ainda enfrenta desafios no Brasil. A regulamentação da profissão de gerontólogo tramita na Câmara dos Deputados, e o número de cursos de formação em Gerontologia é limitado. A falta de treinamento interdisciplinar entre essas duas profissões limita a integração prática no cuidado à pessoa idosa.

No entanto, as oportunidades são vastas. Investimentos em educação conjunta, com a criação de programas interdisciplinares que incluam tanto a enfermagem quanto a gerontologia, poderiam promover uma melhor compreensão mútua das funções e capacidades de cada profissão, aumentando a eficácia do cuidado.

Com o rápido envelhecimento da população brasileira, a necessidade de um cuidado especializado e colaborativo é inquestionável. Enfermeiros e gerontólogos, ao unirem forças, podem oferecer uma abordagem de cuidado à pessoa idosa que vai além do tratamento de doenças, focando no bem-estar integral do paciente. Essa colaboração não só beneficia a terceira idade, contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde, reduzindo internações desnecessárias e promovendo um envelhecimento mais saudável e ativo.

No cenário atual, em que a população idosa já representa mais de 15,6% da sociedade brasileira e continua a crescer, a sinergia entre essas duas profissões é o caminho para garantir que os desafios do envelhecimento sejam enfrentados com humanidade, eficiência e inovação.

Saiba mais sobre Alex Santana em https://www.instagram.com/ alexsantanapinda/

Como a Gerontologia pode ajudar na velhice?

A ciência do envelhecimento e sua contribuição para uma vida longa com qualidade

Drielle Cristina Andrade Graduanda em Gerontologia

Agerontologia, ciência dedicada ao estudo do envelhecimento, tem desempenhado um papel cada vez mais central no entendimento e promoção de uma velhice saudável. Diante do aumento da expectativa de vida, não basta apenas viver mais; é fundamental que os anos adicionais sejam vividos com qualidade. A gerontologia oferece ferramentas essenciais para garantir que a longevidade seja acompanhada por bem-estar físico, emocional e social, proporcionando uma vida plena até o fim.

Muitas pessoas ainda associam o envelhecimento apenas às mudanças físicas, como o aparecimento de rugas e cabelos grisalhos. No entanto, a gerontologia nos mostra que o envelhecer vai muito além das transformações corporais. Essa ciência estuda o processo de envelhecimento em todas as suas dimensões, incluindo as psicológicas e sociais, ajudando a transformar a forma como entendemos e vivemos essa etapa da vida.

Uma das grandes contribuições da gerontologia é ajudar a redefinir a ideia de longevidade. Não se trata apenas de estender a quantidade de anos vividos, mas de garantir que esses anos sejam repletos de significado. Isso envolve o estímulo à manutenção da autonomia, à participação ativa na sociedade e ao cultivo de relações sociais saudáveis.

Envelhecer com qualidade é, antes de tudo, manter-se engajado, com propósito e desejo de viver.

A ciência gerontológica nos convida a repensar nossa relação com a velhice.

Ela nos mostra que o envelhecimento não é algo a ser temido, mas um processo natural que pode ser vivido de forma positiva. Através de práticas preventivas, como a promoção de hábitos saudáveis, o incentivo à atividade física e mental e o uso de tecnologias assistivas, é possível garantir que a velhice seja uma fase de vida ativa e produtiva.

Um dos principais desafios da gerontologia é lidar com os preconceitos e estigmas que cercam a velhice. Em muitas culturas, os idosos são frequentemente vistos como frágeis ou incapazes, e essa visão pode afetar negativamente tanto

a autoestima dos indivíduos quanto a forma como eles são tratados pela sociedade. A gerontologia trabalha para desconstruir esses estereótipos, promovendo uma visão mais inclusiva e respeitosa do envelhecimento.

Ela busca garantir que os idosos sejam reconhecidos como sujeitos ativos, com capacidade de contribuir para a sociedade e de continuar a realizar sonhos e metas pessoais.

Além disso, a gerontologia se preocupa com o cuidado integral da pessoa idosa. Isso inclui o desenvolvimento de estratégias para melhorar a saúde física, como a prevenção de doenças crônicas e o tratamento adequado de condições que surgem com o avançar da idade. A ciência também abrange o apoio à saúde mental, entendendo que o bem-estar psicológico é fundamental para uma velhice com qualidade.

Através de terapias cognitivas, atividades que estimulam a mente e programas sociais, os idosos podem continuar a se desenvolver e a encontrar motivação na vida cotidiana.

Outro aspecto importante da gerontologia é o trabalho com as famílias e cuidadores. Envelhecer é um processo que envolve não apenas o indivíduo, mas também seu entorno. A ciência do enve-

lhecimento oferece orientações sobre como familiares e profissionais de saúde podem apoiar o idoso de forma eficaz, respeitosa e humana, garantindo que ele tenha o suporte necessário para viver com dignidade.

Ao fim, a gerontologia nos ensina que envelhecer bem é um processo que começa cedo. A preparação para a velhice deve ser vista como uma construção ao longo da vida, através de escolhas saudáveis, do cultivo de relações afetivas e de um constante aprendizado. Envelhecer é inevitável, mas a forma como vivemos essa etapa depende, em grande parte, de como nos preparamos para ela.

Portanto, ao refletirmos sobre como a gerontologia pode ajudar na velhice, fica claro que ela não apenas prolonga a vida, mas a torna mais rica, significativa e digna. Através de suas práticas e conhecimentos, essa ciência nos oferece a possibilidade de transformar a velhice em um período de crescimento, realização e bem-estar.

Envelhecer com qualidade é, afinal, uma das maiores conquistas que podemos almejar.

Saiba mais sobre Drielle em https://www.instagram.com/ driellecristinaandrade

Estatuto do Idoso: Direitos e Benefícios para um envelhecer ativo e digno

OEstatuto do Idoso, instituído pela Lei 10.741/2003, representa um marco legal para a proteção e promoção dos direitos das pessoas idosas no Brasil. Com o envelhecimento acelerado da população brasileira, este estatuto se torna cada vez mais relevante para garantir que os idosos sejam respeitados, valorizados e possam viver com dignidade. Ele define direitos fundamentais em áreas como saúde, assistência social, educação,

Gerontóloga, especialista em Estimulação Cognitiva em Idosos e Adultos

lazer, trabalho e proteção contra abusos e negligência.

O objetivo principal do Estatuto é assegurar que, ao envelhecer, a pessoa continue a ser tratada como um cidadão pleno, com direitos inalienáveis e o respeito que sua trajetória de vida merece.

O Contexto Demográfico e Social do Estatuto do Idoso O Brasil, nas últimas décadas, tem experimentado um rápido crescimento da população idosa. Es-

tima-se que em 2050 cerca de 30% dos brasileiros terão 60 anos ou mais. Esse fenômeno exige uma readequação das políticas públicas e das estruturas sociais para atender às demandas desse grupo populacional. O Estatuto do Idoso é uma resposta legal e política a essa necessidade crescente. Ele visa garantir que os direitos dos idosos sejam respeitados e que as políticas públicas sejam desenhadas para atender suas necessidades específicas.

Direitos fundamentais assegurados pelo Estatuto

O Estatuto do Idoso assegura uma série de direitos fundamentais aos cidadãos com 60 anos ou mais, divididos em várias áreas-chave. A seguir, exponho alguns dos principais benefícios trazidos por essa legislação:

1. Prioridade no Atendimento

O Estatuto garante prioridade no atendimento a idosos em diversos serviços públicos e privados. Isso inclui filas preferenciais em bancos, repartições públicas, hospitais, supermercados e outros estabelecimentos. Além disso, os idosos têm prioridade em processos judiciais e administrativos, o que reduz o tempo de espera em questões legais que envolvem sua vida e bem-estar.

2. Direito à Saúde

Uma das áreas mais abrangentes do Estatuto é a saúde. Ele assegura que os idosos tenham acesso prioritário ao Sistema Único de Saúde (SUS), com a realização de exames preventivos, tratamento de doenças crônicas, distribuição gratuita de medicamentos e atendimento domiciliar para aqueles que não podem se locomover.

O SUS, por sua vez, deve promover campanhas de prevenção e de promoção da saúde voltadas para a população idosa, considerando suas necessidades específicas.

Além disso, o Estatuto estabelece que planos de saúde não podem impor restrições com base na idade, proibindo, por exemplo, a cobrança de taxas abusivas apenas porque o beneficiário é idoso. Também proíbe a discriminação no fornecimento de tratamentos e internações.

3. Assistência Social e o Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O Estatuto garante que idosos em situação de vulnerabilidade social, com renda familiar per capita inferior a um quarto do salário-mínimo, têm direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Esse benefício, no valor de um salário-mínimo mensal, é essencial para garantir a sobrevivência de muitos idosos que, por motivos de saúde ou pela falta de oportunidades no mercado de trabalho, não têm condições de prover seu sustento.

Além do BPC, o Estatuto do Idoso prevê políticas públicas de amparo so-

cial, como a criação de centros de convivência e apoio ao idoso, lares para idosos em situação de abandono ou que necessitam de cuidados especializados, e a capacitação de profissionais para o atendimento qualificado desse público.

4. Proteção Contra Abusos e Negligência

Um dos aspectos mais importantes do Estatuto do Idoso é a proteção contra abusos físicos, psicológicos e financeiros. A legislação define penalidades rigorosas para quem pratica qualquer forma de violência ou exploração contra os idosos. Isso inclui desde maus-tratos por parte de cuidadores até a retenção indevida de aposentadorias ou pensões por familiares.

O Estatuto também facilita a denúncia de abusos, com a criação de canais específicos para isso, como o Disque 100, além de assegurar proteção legal e medidas de segurança para os denunciantes e vítimas. O Ministério Público, a Defensoria Pública e os Conselhos do Idoso são órgãos responsáveis por zelar pelo cumprimento desses direitos, garantindo que as violações sejam investigadas e punidas.

5. Direito ao Trabalho e Educação

Outro ponto importante do Estatuto é o incentivo à inclusão dos idosos no mercado de trabalho. A legislação garante que não haja discriminação por idade em processos de seleção, promovendo a igualdade de oportunidades. Além disso, estabelece que empresas devem oferecer condições adequadas para que os idosos possam continuar ativos, considerando suas limitações físicas, quando aplicável.

No campo da educação, o Estatuto do Idoso incentiva a criação de programas de alfabetização e capacitação para idosos, além de fomentar o acesso à educação formal em todos os níveis. O aprendizado ao longo da vida é um dos pilares defendidos pela legislação, que reconhece a importância de manter os idosos ativos intelectual e socialmente.

6. Direito ao Transporte

O Estatuto também assegura o direito ao transporte gratuito para idosos com 65 anos ou mais, em sistemas de transporte público coletivo urbano e semiurbano. Nos casos em que o transporte é intermunicipal ou interestadual, são garantidas vagas gratuitas ou com

desconto de 50% para idosos com renda inferior a dois salários-mínimos.

7. Direito ao Lazer e à Cultura

O acesso ao lazer, à cultura e ao esporte também é assegurado pelo Estatuto do Idoso. Ele prevê a criação de programas e eventos voltados para a população idosa, incentivando sua participação em atividades recreativas e culturais. Além disso, a legislação garante o acesso gratuito ou com descontos em eventos artísticos, culturais e esportivos, ampliando as possibilidades de inclusão social e o bem-estar dessa população.

Desafios na Implementação do Estatuto

Apesar dos avanços promovidos pelo Estatuto do Idoso, a sua implementação enfrenta diversos desafios. A falta de conhecimento sobre os direitos garantidos pela lei, tanto por parte dos idosos quanto pela sociedade em geral, é um dos principais obstáculos. Além disso, muitos municípios não possuem infraestrutura adequada para oferecer os serviços previstos, como centros de convivência, atendimento especializado e acessibilidade em espaços públicos. Outro desafio é a fiscalização eficaz do cumprimento do Estatuto. Embora existam órgãos responsáveis por garantir a aplicação da lei, como o Ministério Público e os Conselhos do Idoso, muitas vezes as denúncias de abusos ou descumprimento dos direitos não são adequadamente investigadas ou punidas. Por fim, o Estatuto do Idoso é uma ferramenta fundamental para a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde os direitos dos idosos são respeitados e garantidos. Ele não apenas protege os idosos contra abusos e discriminação, mas também incentiva sua participação ativa na sociedade, promovendo sua autonomia e qualidade de vida. No entanto, para que seus benefícios sejam plenamente realizados, é essencial que haja uma maior conscientização sobre os direitos dos idosos e que as políticas públicas sejam continuamente aprimoradas para atender a esse grupo populacional em crescimento.

Saiba mais sobre Kátia Martins em https://www.instagram.com/stories/ gerontologakatiamartins/

Christianne Maria Strazer Lima Gerontóloga, Pós-graduanda em Psicogerontologia

Psicopatologia

Abordando a DEPRESSÃO NA PESSOA IDOSA, com um olhar técnico e principalmente empático. Muitas são as psicopatologias que podem acometer a população idosa, o desafio de diagnóstico nesta etapa da vida se deve à possibilidade de muitos sintomas “estarem no universo dos desafios do envelhecimento!”.

Um dos transtornos mentais muito comum em idosos é a depressão. Essa psicopatologia é comum em todas as faixas etárias, contudo quando acomete pessoas com 60 anos ou mais podem existir complicações. Principalmente pelo fato de seus sintomas no idoso serem também indicativos de demências. Oque exige aptidão, atenção e sensibilidade do profissional ao diagnostica- lá. Ou também não dar o diagnóstico de depressão e ser uma demência, cujo tratamento requer outra conduta.

Com o avanço da idade muito são os fatores que contribuem para o desenvolvimento do quadro depressivo, por justamente enfrentar mudanças psicossociais, físicas e cognitivas. Envelhecer não é sentença de adoecimento, porém exige da pessoa um olhar para si com mais atenção, cuidado e até auto acolhimento.

Com as questões inerentes á idade o tratamento da depressão é mais desafiador por diversos fatores. Tanto quanto a própria percepção da patologia, deslocamento para se tratar questões econômicas e tudo mais que requer do idoso uma manobra para ultrapassar os obstáculos que possam existir. Contudo a gravidade desta doença, que pode levar até ao suicídio traz a urgência da família, tutores, amigos de levar o idoso em busca de ajuda profissional. E Também auxiliar no tratamento dele. É importante estar atendo aos sintomas que se dão em forma de apatia, sofrimento, presença de queixas clínicas inespecíficas como dores, tontura, cansaço frequente, falta de energia que não têm nenhum diagnóstico clínico. Observar também a questão da alteração do sono, a perda de apetite e por consequências perda de peso expressiva sem justificativa. Ao contrário do jovem é algo bem pontual no quadro depressivo que acomete a pessoa idosa. Um sintoma muito importante e muito difícil de ser detectado é a idea-

ção de morte.

Além de ser algo que quando ocorro para ser percebido é preciso que quem esteja próximo ao idoso esteja muito atento. Não habita em nosso imaginário que “uma velhinha ou um velhinho” vá cometer suicídio. Porém quando a pessoa perde o prazer, interesse pelas coisas que sempre foram de seu interesse, demonstra a desesperança, desamparo, ansiosa, muito preocupada, com lentificação psicomotora, com uma irritabilidade maior temos já um quadro grave de depressão e o sinal de alerta que este idoso está na zona vermelha quanto a ideação suicida.

A falta de memória é um dos sintomas. Que também está no escopo de sintomas das demências. Mas não por isso deve ser desconsiderado. Ao contrário deve ser um norteador para a patologia que esteja acometendo o paciente. Basta o médico fechar o diagnóstico juntamente com outros sintomas e decidir a conduta.

Todos esses sintomas são sinais de alerta. Também muito importante é detectar se estão associados a um sofrimento e ao prejuízo funcional da pessoa em seu dia a dia.

Fatores dos mais variados contribuem para o risco da depressão na população idosa.

Dois grupos de fatores são considerados principais. O primeiro são os fatores biológicos, com a diminuição de neurotransmissores em decorrência do processo de envelhecimento afetam a cognição e funções executivas deixando a pessoa mais isolada, confusa e até alienada. Uso de medicamentos, dores crônicas, má qualidade de sono etc... Já os fatores de riscos socioambientais como aposentadoria, possível redução de renda ao aposentar, saída dos filhos de casa, perda de cônjuge, parentes e amigos. Sentimento de solidão, stress causado por sua vulnerabilidade e demais questões que nessa

faixa etária vão surgindo diante do desafio de se adaptar no ambiente e em sociedade diante de uma nova condição física e emocional.

Diante de todos esses fatores precisamos entender a pessoa idosa como alguém que pode senescer com tranquilidade e com resultado de escolhas de modo de vida ou enxergar que muitos idosos por diversas questões podem desenvolver dentre outras patologias a depressão. E que uma vez este idoso seja diagnosticado com depressão é preciso que ele tenha opio e assistência tanto médica, psicológica, terapêutica e fundamentalmente familiar para que assim possa fazer seu tratamento. Que pose ser medicamentoso devidamente prescrito pelo médico, através de terapia, atividade física que é indispensável, terapêutico (musicoterapia dança teatro...). Todas essas ferramentas juntas ou não. Para essa decisão é preciso avaliar cada indivíduo, sua realidade e necessidades. E tentar assim fornecer a melhor conduta para que a depressão se finde ou ao menos esteja controlada e não coloque a pessoa em risco e sendo um risco para si. Com o envelhecimento exponencial que estamos vivendo é muito importante que sejam pensadas e viabilizadas políticas públicas juntamente com a conscientização da sociedade para um acolhimento pleno das pessoas idosas.

Trazendo com isso a possibilidade de senescência em maior número e garantindo aos que desenvolvam patologias o devido tratamento e assistência plena. Certamente com medidas inclusivas o idoso terá diante de si menos fatores de risco para desenvolver uma depressão, com isso todos saímos ganhando. Tanto como sociedade, mas também como indivíduos. Saiba mais sobre Christiane Maria Strazer Lima em https://www.instagram.com/oflgerontologia

Mitos e Verdades Sobre o Alzheimer: Conhecimento é a Chave do cuidado com Excelência

Leila Ecard

Graduanda em Gerontologia, Cuidadora integral de Margarida com Alzheimer há quase 10 anos

OAlzheimer é uma doença complexa, ainda envolta em muitos mitos. Entender o que é verdade ou mito é fundamental para oferecer o melhor cuidado aos nossos queridos com Alzheimer.

Buscar conhecimento é o primeiro passo para superar mal-entendidos e ajudar tanto os pacientes quanto suas famílias a lidar com os desafios do Alzheimer de maneira mais leve e informada. Vamos ver e  desvendar agora  20 dos mitos mais comuns sobre a doença de Alzheimer e explicar as verdades.

MITOS E VERDADES

Mito 1

Alzheimer é uma parte normal do envelhecimento

- Embora o risco de Alzheimer aumente com a idade, ele não faz parte do envelhecimento natural. O Alzheimer é uma doença degenerativa específica que afeta a função cerebral.

Mito 2

Somente pessoas idosas desenvolvem Alzheimer - Apesar de ser mais comum em idosos, há casos de Alzheimer precoce, que pode surgir em pessoas com menos de 65 anos.

Mito 3

Problemas de memória sempre indicam Alzheimer - Nem todo esquecimento é sinal de Alzheimer. Algumas perdas de memória podem acontecer  com a idade ou não,  elas são causadas por estresse, medicamentos ou outras condições médicas.

Mito 4

O Alzheimer só afeta a memória - Além da memória, o Alzheimer vai  comprometer a fala, o julgamento, a orientação espacial e até a capacidade de realizar tarefas cotidianas e a mobilidade.

Mito 5

Que o pessoa com Alzheimer na fase avançada não tem nenhum sentimento  - Em todas as fases , inclusive na última, nossos queridos com Alzheimer têm o seu sentimento pre -

servado mesmo que ele não entenda o que sente ou saiba expressar, mas ele ainda sente medo, tristeza, alegria, angustia  entre outros, por isto todo o cuidado para lidar com ele no dia a dia.

Mito 6

As vacinas contra a gripe ou outras doenças aumentam o risco de Alzheimer

- Não há evidências científicas que relacionem vacinas a um risco aumentado de Alzheimer. Na verdade, algumas pesquisas indicam que a vacinação pode ajudar a proteger a saúde cerebral.

Mito 7

Todos que têm histórico familiar de Alzheimer desenvolverão a doença

- Ter um histórico familiar de Alzheimer aumenta o risco, mas não significa que a pessoa necessariamente desenvolverá a doença. Sao fatores de risco como estilo de vida , sedentarismo,  descontrole com a diabete,  obesidade e a hipertensão, colesterol elevado, tabagismo, depressão,  ansiedade,  traumatismo craniano entre outros.

Mito 8

Alzheimer é causado pelo consumo de alumínio

- Estudos científicos não encontraram uma ligação sólida entre a exposição ao alumínio (de panelas ou desodorantes, por exemplo) e o Alzheimer.

Mito 9

As pessoas com Alzheimer são incapazes de sentir alegria ou felicidade

- Mesmo nos estágios avançados, pessoas com Alzheimer podem ter momentos de alegria, especialmente quando interagem com música, arte ou atividades prazerosas.

Mito 10

O Alzheimer progride da mesma maneira em todas as pessoas

- A progressão da doença pode variar bastante entre indivíduos. Algumas pessoas experimentam um declínio lento, enquanto outras podem piorar mais rapidamente, depende muito da estimulação e tratamento que o querido com Alzheimer recebe.

Mito 11

Não há nada que se possa fazer para reduzir o risco de Alzheimer

- Alguns hábitos de vida, como manter uma dieta saudável, fazer exercícios físicos e manter a mente ativa, podem reduzir o risco ou retardar o aparecimento da doença.

Mito 12

As pessoas com Alzheimer são perigosas ou agressivas - Embora algumas pessoas com Alzheimer possam se tornar confusas ou agitadas, isso não significa que sejam perigosas. Cada pessoa reage de maneira diferente, e a agressividade nem sempre está presente.

Mito 13

Tomar café ou chá verde previne Alzheimer - Embora estudos mostrem que antioxidantes podem proteger o cérebro, não há prova conclusiva de que café ou chá verde possam prevenir o Alzheimer.

Mito 14

O Alzheimer é imediatamente diagnosticado com um simples exame de sangue ou de imagem - Não existe um teste único para diagnosticar o Alzheimer. O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação completa, incluindo exames físicos, neurológicos, testes cognitivos e com a ajuda do relato do cuidado ou familiar sobre mudanças de comportamento.

Mito 15

Se uma pessoa está com Alzheimer, não há nada a fazer além de esperar que piore - Embora o Alzheimer não tenha cura, intervenções médicas e terapias integrativas podem ajudar a desacelerar o progresso da doença e melhorar a qualidade de vida.

Mito 16

O Alzheimer é sempre hereditário - A maioria dos casos de Alzheimer é esporádica, o que significa que não é diretamente herdada. Apenas uma pequena porcentagem dos casos é causada por mutações genéticas hereditárias.

17

As pessoas com Alzheimer não têm consciência de sua condição - Em estágios iniciais, muitas pessoas com Alzheimer têm plena consciência das mudanças em sua memória e habilidades cognitivas.

Mito 18

Fumar e beber não afetam o risco de Alzheimer - Fumar e o consumo excessivo de álcool estão associados a um risco maior de desenvolver Alzheimer e outras formas de demência.

Mito 19

Se não houver cura, não há motivos para buscar tratamento - Tratamentos podem ajudar a

controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, mesmo que ainda não haja uma cura temos que buscar para oferecer mais qualidade de vida ao nosso querido com Alzheimer.

Mito 20

Pessoas com Alzheimer não podem aprender coisas novas - Embora o Alzheimer afete a memória, algumas pessoas ainda podem aprender novas informações ou habilidades, especialmente com repetição e paciência. A musicoterapia é uma terapia que funciona muito bem para ajudar neste caso.

buscar conhecimento é essencial para entender o Alzheimer.

O conhecimento sobre o Alzheimer está em constante evolução. Com base em informações confiáveis, podemos desmistificar mitos e oferecer um cuidado mais atento e carinhoso aos nossos entes queridos. Alzheimer não é o fim é o início de muita dedicação e amor.

Saiba mais sobre Leila Ecard em https://www.instagram.com/leilaecard/ e sobre https://www.instagram.com/ margaridinhaecard/

• ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer)

Principal site dedicado ao Alzheimer, com informações sobre a doença, tratamento e apoio para cuidadores. www.abraz.org.br

• Ministério da Saúde

O site oficial do Ministério da Saúde do Brasil oferece dados e informações sobre o Alzheimer, cuidados com a saúde do idoso, e políticas de saúde pública. www.gov.br/saude

• Dr. Drauzio Varella

O site do Dr. Drauzio Varella é uma fonte confiável e acessível com informações detalhadas sobre o Alzheimer, além de outros temas de saúde. www.drauziovarella.uol.com.br

• Hospital Israelita Albert Einstein

O portal do hospital traz artigos e notícias sobre o Alzheimer, com conteúdo validado por especialistas em neurologia e geriatria. www.einstein.br

• Hospital Sírio-Libanês

Outro hospital de referência no Brasil, o Sírio-Libanês disponibiliza conteúdos sobre saúde mental e envelhecimento, incluindo o Alzheimer. www.hospitalsiriolibanes.org.br

•Alzheimer’s Association

A Alzheimer's Association é uma organização líder mundial na pesquisa, apoio e educação sobre o Alzheimer e outras demências. Com uma presença global, seu objetivo é erradicar a doença de Alzheimer por meio de avanços científicos, promoção de cuidados de qualidade e disseminação de informações. O site oferece recursos sobre diagnósticos, tratamentos, cuidados diários e apoio para cuidadores, além de oportunidades de engajamento em campanhas de arrecadação de fundos e eventos como a Caminhada para a Cura do Alzheimer. www.alz.org

• National Institute on Aging (NIA)

O NIA é um dos institutos do *National Institutes of Health (NIH)*, que foca na pesquisa sobre envelhecimento e doenças associadas à idade, como o Alzheimer. Ele promove estudos científicos que buscam melhorar a saúde dos idosos e prolongar a vida com qualidade. O site da NIA oferece uma vasta gama de informações sobre envelhecimento saudável, pesquisas sobre longevidade, e recursos para cuidadores e profissionais de saúde. Também é uma fonte confiável para atualizações sobre ensaios clínicos e avan -

ços em tratamentos de doenças relacionadas ao envelhecimento. www.nia.nih.gov

•World Health Organization (OMS)

A Organização Mundial da Saúde é uma agência das Nações Unidas focada em promover a saúde global e em garantir que as pessoas em todos os lugares possam alcançar o nível mais alto possível de bem-estar. No site da OMS, você encontra informações abrangentes sobre saúde pública, com seções dedicadas a doenças crônicas, envelhecimento, políticas de saúde, e iniciativas para o combate de doenças globais como o Alzheimer. A OMS também promove a colaboração internacional em políticas de saúde e o desenvolvimento de estratégias para um envelhecimento ativo e saudável.

www.who.int

www.who.int/pt/countries/bra

Esses sites oferecem informações seguras e respaldadas por especialistas para quem deseja entender melhor como cuidar do seu querido com Alzheimer e acompanhar as atualizações sobre tratamentos e cuidados. Aprender é fundamental para cuidar e oferecer qualidade de vida para você e seu querido.

Devemos nos manter  atualizado e
Aqui estão algumas fontes confiáveis para você acompanhar as últimas pesquisas e orientações sobre a doença de Alzheimer

A transformação do cuidado para pessoas idosas com terapia cognitiva

Estudantes falam sobre o aprendizado adquirido

Ao longo do tempo que tenho trabalhado com o grupo de convivência de idosos na Unidade da Pratinha, em Belém do Pará, tenho presenciado transformações profundas, tanto nas pessoas idosas quanto nos estudantes que participam das atividades. Para mim, como gerontóloga, a terapia cognitiva é muito mais do que uma intervenção técnica - é uma forma de construir pontes entre gerações e criar um espaço onde o cuidado, o aprendizado e o respeito se encontram.

Cada vez alunos refletirem sobre o impacto da terapia cognitiva, sinto que estamos indo na direção certa. Lembro-me de quando chegaram

sem saber ao certo o que esperar desse trabalho.

Hoje compreendem que essa prática é essencial para proporcionar uma vida digna aos nossa população idosa, especialmente num cenário em que as políticas públicas nem sempre garantem o cuidado necessário. Ver seu aprendizado florescer me enche de orgulho, pois sei que estou ajudando a formar profissionais que valorizam, não só a técnica, mas o ser humano por trás de cada história.

Desde o início, percebo o brilho nos olhos de alunos com vontade genuína de cuidar das pessoas. Sempre perto

Eu tenho aprendido muito com eles. Aprendi a identificar pessoas com Alzheimer, o amor que eles transmitem para nós é maravilhoso. Me sinto tão bem com eles, quando sentei e escutei alguns deles que estão comigo na terapia cognitiva, eu percebi que, o que é simples para nós, para eles já não é mais, uma leitura corrida, lembrar as letras na ordem alfabética, saber, conhecer, cores e letras, mas o esquecimento não deixa falar que cor é, que letra é. Percebemos que às vezes deixamos a desejar dentro de casa mesmo e começamos a dar mais atenção aos nossos. Por que eles nos ensinam muito, só tenho a agradecer pela oportunidade de está fazendo parte da terapia cognitiva com a Dra. Ana e nossa equipe de estagiários do curso técnico em enfermagem, e principalmente aos nossos idosos que são maravilhosos.

dos pacientes, encontrando na terapia cognitiva um lugar para isso. Em pouco tempo, aprendendo a escutar e a entender as sutilezas do comportamento das pessoas idosas. Juntos, exploramos como identificar sinais de doenças como Alzheimer e Parkinson, e vejo a mudança no entendimento do profissional em formação que sabe que o cuidado vai além das práticas médicas - é um ato de amor e paciência.

O crescimento pessoal e profissional, assim como o respeito pelos nossos pacientes, é uma inspiração para todos.

As acadêmicas se transformam nesse processo e também as estagiá-

Ana Pereira Gerontóloga

rias do curso técnico em enfermagem que passam por aqui mostram a cada dia como esse trabalho é enriquecedor para todos.

Uma delas comentou recentemente sobre como o contato com a população idosa a fez perceber o quanto pequenos estímulos mentais podem fazer a diferença na vida dessas pessoas. A cada sessão, a emoção ao ver o quanto um simples gesto de atenção pode iluminar o dia de uma pessoa idosa. Essas experiências ensinam a todos nós, diariamente, a importância de manter o corpo e a mente ativos - e, mais do que isso, de praticar a empatia.

Outra estagiária compartilhou comigo o impacto de perceber como tarefas simples, como lembrar de uma cor ou uma letra, podem ser desafiadoras para nossos pacientes.

Ver o quanto isso a sensibilizou me faz ter certeza de que estamos formando profissionais que olham

Antes de conhecer o trabalho que a Dra Ana faz lindamente com os idosos, eu não fazia a menor idéia sobre o que se tratava a terapia congnitiva. Sabe-se que, apesar da existência de políticas públicas de atenção ao envelhecimento, estas não garantem ao idoso uma qualidade satisfatória de cuidados. O grupo de convivência com os idosos da Unidade da Pratinha está sendo uma grande referência no meu aprendizado como acadêmica do curso de serviço social. O trabalho desenvolvimento pela Gerontolóloga Ana Pereira é muito importante e necessário.

Liliane Borges Cezimbra, acadêmica do curso de Serviço Social

além da técnica. Ela entendeu que o cuidado vai muito além do tratamento - é sobre criar conexões, aprender a ter paciência e oferecer a população idosa o respeito e a atenção que eles merecem.

Para mim, cada sessão de terapia cognitiva é uma oportunidade de ver o impacto que o nosso trabalho tem na vida dos outros.

A pessoa idosa nos ensina tanto quanto nós os ensinamos, e os estudantes que participam do processo saem mais preparados para o mundo.

O que me move é saber que estou ajudando a moldar futuros profissionais que enxergam o envelhecimento com respeito e carinho, e que entendem que o cuidado é, antes de tudo, um ato de humanidade.

Saiba mais sobre Ana Pereira em https://www.instagram.com/ana_ gerontologa/

Estar fazendo parte da equipe de terapia cognitiva é gratificante e, como estagiária do curso técnico em enfermagem, acrescentou muito para mim o contato com as pessoas pessoas, com histórias de vidas diferentes. Muitos com a mente um pouco cansada precisando de estímulo e, é gratificante estar ajudando e aprendendo com eles a importância de estar sempre exercitando a mente, o corpo e o principal de tudo o amor ao próximo. Gratidão a toda a equipe que me acolheu e aos meus coordenadores. Gratidão!

Estar participando do grupo de pessoas idosas e da terapia cognitiva tem sido esclarecedor e um abrir de portas para novas vivências e direções! Eu sempre quis fazer enfermagem pelo cuidado ao próximo, por querer ter esse contato com os pacientes, e está na terapia que me proporciona isso e, além, porque não é só o aprender e sim o cuidar, porque eles nos ensinam também e poder ter a oportunidade de fazer parte é extraordinário. A Dra. Ana Paula tem sido uma professora exemplar, nos ensina como cuidar de cada situação, como identificar os sintomas de Alzheimer/Parkinson, nos mostra como o comportamento das pessoas idosas fala por eles e como agir em determinados casos.

Eu participo da terapia há um mês e, esse mês sem dúvida alguma foi um desafio de muito aprendizado, onde eu consegui desenvolver minhas habilidades de ouvir, ensinar e falar com os pacientes. Podemos ver em cada um deles um respeito e carinho muito grande pela equipe e Dra. Ana Paula, que estão ali para atendê-los nos dias de terapia, no final de tudo o sentimento que tenho e de gratidão por ter feito meu trabalho e a oportunidade de ter feito a diferença na vida de um deles !!

FISIOTERAPIA

Pessoas Idosas pós UTI o que fazer, como abordar os déficits?

M

Dra. Maria Eduarda Cursino Cavalcante Fisioterapeuta especializada em Homecare Pós-graduada em UTI adulto pelo Hospital Albert Eintein

uitas vezes a pessoa idosa quando é internado fica na UTI, por problemas respiratórios, urinários, neurológicos e/ou ortopédicos. A pessoa idosa fica mais susceptível ao enfraquecimento, pois na UTI infelizmente no começo da internação ele deve ficar mais em repouso devido ao tratamento. Nesses casos onde a pessoa idosa já chega fraca, como por exemplo fazendo uso de bengala, andador, cadeira de rodas ou até mesmo já é acamada, fica mais difícil o tratamento pós alta da internação, pois ele já tinha um déficit acentuado.

A Fraqueza Muscular Adquirida é muito comum no paciente idoso, pois ele

perde muita massa muscular em poucos dias de internação. Alguns já tem pouca massa muscular porque não se alimentam de forma adequada ou não fazem atividade física, a recuperação fica mais difícil, porque ele vai se sentir fraco, indisposto, cansar com facilidade e ter dor pós exercício físico. O familiar ou cuidador tem que estar ciente que no começo vai ser difícil a recuperação, mas sempre insistir para que a pessoa idosa faça as atividades de vida diária o mais independente possível, assim ele reconhece que está melhorando, e que o tratamento depende dele, nos profissionais só guiamos o tratamento.

Sempre focar que tratamento e a melhora depende do esforço e paciência dele, muitas vezes ele vai querer andar do dia para noite, mas infelizmente não funciona assim, é necessário o trabalho árduo e constante da equipe multiprofissional, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, cuidadores e familiares, para não deixar que ele se acomode com a situação, pois quanto mais tempo ele ficar deitado, cada dia mais é difícil é a recuperação.

Saiba mais sobre Dra. Maria Eduarda Cursino Cavalcante em https://www.instagram.com/ duda.cavalcante/

EXERCÍCIOS FÍSICOS

Academias: lugar de encontro, confiança e busca da qualidade de vida

Luciana Nunes Graduanda em Gerontologia

"Olá, meu nome é Luciana, sou esposa, mãe de dois meninos. Tenho 18 anos de experiência na área como técnica em enfermagem, onde trabalhei em hospitais, lar de pessoas idosas filantrópica, clínicas particulares. Acadêmica de gerontologia estou animada para compartilhar minhas ideias e colaborar com todos vocês.

A gerontologia é o estudo do envelhecimento humano e dos processos relacionados a ele. Ela abrange aspectos biológicos, psicológicos e sociais do envelhecer, visando entender as mudanças que ocorrem ao longo da vida e melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas.

Profissionais dessa área podem atuar em saúde, assistência social, pesquisa e políticas públicas voltadas para a população idosa.

Eu entendo que o profissional de gerontologia tem um leque de abrangência e o trabalho que faz em qualquer lugar que tenha pessoas idosas gera melhoria na qualidade de vida.

No início eu sabia que era possível, mas ainda não tinha traçado nenhum plano para atuação em academia, meu projeto de plano de estágio como acadêmica, sendo indeferido e questionado por ser um lugar que ainda não tinha campo de estágio. Isso trouxe a convicção que tinha tudo para dar certo e eu vi um campo rico para atuação.

Conversei com o professor de educação física, o qual traçamos um trabalho juntos, onde eu faria o acompanhamento, a avaliação, incluindo sinais vitais e volume massa, um questionário rápido, teste de equilíbrio e a partir das queixas e dificuldades prosseguia com outros testes e, se necessário, encaminharia para outros profissionais conforme necessidade individual de cada um.

Trabalhar com pessoas idosas em academias é uma experiência gratificante e ao mesmo tempo desafiadora. Todos sabemos que a "melhor idade" traz consigo um conjunto de vivências e sabedoria que são únicas, quando nós profissionais entendemos isso e respeitamos a individualidade de cada pessoa idosa. A relação que se estabelece é de confiança e respeito mútuo, o que é fundamental para que se estabeleça um espaço seguro e acolhedor.

Há algum tempo atrás as academias eram consideradas espaços jovens, lotadas de homens musculosos e mulheres saradas, mas nos últimos anos essa realidade tem mudado. Lógico que os jo-

Luciana Nunes e seu marido

Joelso

Ferrari Amaral, proprietário da Tróia Academia de Santa Maria, Rio Grande do Sul

vens de corpos atléticos ainda estão lá, mas esse ambiente também passou a ser frequentado por senhores e senhoras de cabelos prateados, muito orientados por seus médicos, já que a medicina tem entendido que a prática das atividades físicas é uma arma poderosa contra os aspectos negativos do envelhecimento, outros em busca de um ambiente leve e descontraído, onde possam socializar e fazer amigos, ou simplesmente porque estiveram nesse ambiente a vida inteira e sempre estiveram habituados a prática de exercícios e não é por estarem mais velhos que irão parar.

Pessoas idosas frequentemente apresentam limitações físicas e condições de saúde, o que exige que o profissional esteja sempre buscando um conhecimento aprofundado. É importante saber quais atividades são as mais indicadas para cada um, bem como as adaptações necessárias para que o aluno idoso obtenha os benefícios da atividade e não tenha nenhuma lesão, muitas vezes a pessoa idosa nunca praticou atividades físicas antes e esses casos se tornam bastante desafiadores para os profissionais, porque um treino de um aluno idoso iniciante, na grande maioria das vezes, precisa ser totalmente adaptado e isso exige um bom conhecimento de anatomia, fisologia e biomecânica, para que esse exercício adaptado cumpra o seu objetivo. Isso não significa que não seremos desafiados quando estivermos diante de uma pessoa idosa que sempre praticou atividades físicas. Esses alunos trazem uma bagagem rica de hábitos saudáveis e uma mentalidade positiva em relação à atividade física. São motivados e têm conhecimento prévio sobre a importância do exercício na manutenção da saúde, entendem os benefícios da prática, não

apenas para o corpo, mas também para a mente. Isso gera um ambiente de engajamento, onde as pessoas idosas acabam servindo de inspiração para os demais dentro da academia ou do centro de treinamento, mas tudo isso não isenta o profissional de atuar como um guia, dando o suporte necessário pra esse idoso, ajudando-o a ajustar suas rotinas e a explorar novas modalidades de exercícios que irão se adequar às suas necessidades atuais. Trabalhar com esse público acaba exigindo do profissional uma abordagem sensível, pois embora tenham uma base sólida de atividades, é importante considerar as mudanças que vêm com a idade. Isso inclui a necessidade de adaptações nas atividades, a incorporação de exercícios de força, flexibilidade e equilíbrio.

O trabalho com pessoas idosas na academia vai muito além do físico, ele promove socialização e o fortalecimento de laços, contribuindo para o bem-estar mental e emocional das pessoas idosas. Ver a evolução deles, seja em termos de mobilidade, força ou autoestima, é extremamente gratificante. É um lembrete constante de que a atividade física é vital em todas as fases da vida e que nunca é tarde para cuidar da saúde.

Em resumo, a experiência de trabalhar com pessoas idosas em academias é um caminho de troca e crescimento, onde o foco vai além do físico, envolvendo aspectos emocionais e sociais que enriquecem tanto o profissional, quanto os praticantes.

Gostaria de expressar minha sincera gratidão à minha supervisora, Denise França, educadora física excepcional, e a Joelso Amaral. A contribuição de ambos para o meu desenvolvimento pessoal e profissional foi inestimável. Denise, sua orientação e apoio me inspiraram a buscar sempre o melhor em mim, enquanto Joelso trouxe uma perspectiva única que enriqueceu minha experiência. Sou muito grata por toda a paciência, dedicação e ensinamentos que recebi de vocês. Obrigado por acreditarem em mim e por me ajudarem a crescer!"

Saiba mais sobre Luciana Nunes em https://www.instagram.com/ lcnnunessilva/ e mais sobre https://www.instagram.com/ troia_academia/

Regulamentação da Gerontologia: Projeto de Lei é fundamental para o cuidado à pessoa idosa

regulamentação da profissão de gerontólogo no Brasil é uma questão de vital importância, não apenas para os profissionais da área, mas também para a população idosa que demanda cuidados adequados.

O Projeto de Lei 9003/2017, de autoria do senador Paulo Paim, emerge como um marco legal necessário para estabelecer as diretrizes que irão governar a atuação de gerontólogos no país. Além disso, o PL 6.764/2016, de autoria do deputado Roberto Lucena, foi apensado ao 9003, e juntos eles podem representar um avanço significativo na estruturação e reconhecimento da profissão.

A aprovação deste projeto pode não apenas modificar a prática da gerontologia, mas também transformar a história do envelhecimento no Brasil, promovendo qualidade de vida, autonomia e dignidade para a população idosa

PARCERIA ENTRE BACHARÉIS E TECNÓLOGOS:

UM FUTURO DE COLABORAÇÃO

O envelhecimento da população brasileira é uma realidade que exige uma resposta integrada e bem estruturada dos profissionais de gerontologia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de pessoas com 60 anos ou mais deve passar de 14% da população em 2020 para 34% até 2060. Este aumento acentuado demanda uma abordagem multidisciplinar que não pode ser alcançada sem uma colaboração eficaz entre bacharéis e tecnólogos em gerontologia.

A atuação conjunta de ambos os grupos profissionais assegura que bacharéis e tecnólogos tenham direitos iguais e reconhecimento na prática da gerontologia. Os bacharéis, com sua formação voltada para a gestão e a elaboração de políticas públicas, são fundamentais para a criação de programas de cuidado e iniciativas que atendam às necessidades específicas da pessoa idosa. Por outro lado, os tecnólogos oferecem uma abordagem prática e di -

reta, atuando no dia a dia e proporcionando cuidados essenciais. Essa sinergia é crucial para enfrentar os desafios do envelhecimento populacional e garantir um envelhecimento saudável e digno.

A TRAMITAÇÃO DO PROJETO: APOIOS E DIVERGÊNCIAS

O Projeto de Lei 9003/2017, juntamente com o PL nº 6.764/2016, apensado a ele, já passou por diversas discussões e avaliações no Congresso. O projeto ganhou apoio significativo, especialmente da ex-deputada Tereza Nelma, que defendeu a inclusão dos tecnólogos na regulamentação, destacando a importância dessa formação para a prática diária de cuidados com a população idosa, reconhecendo a relevância de ambas as formações.

A tramitação do projeto, no entanto, não foi isenta de desafios. Durante a discussão na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CIDOSO), o deputado Geraldo Resende atuou como relator, optando por seguir o projeto original e argumentando que o texto já contemplava as necessidades da categoria. Contudo, o deputado Alexandre Lindenmeyer apresentou um voto em separado, buscando ajustes que garantissem uma representação mais equitativa entre bacharéis e tecnólogos. O voto em separado é significativo, pois reflete a importância de uma abordagem colaborativa e equitativa no reconhecimento das duas categorias.

O PL 9003/2017 seguiu na Comissão de Saúde sob relatoria da deputada Juliana Cardoso que também optou por seguir o voto da comissão anterior.

A IMPORTÂNCIA DA REGULAMENTAÇÃO PARA O FUTURO DO CUIDADO À PESSOA IDOSA

A regulamentação da profissão de gerontólogo, por meio da aprovação do PL 9003/2017 e do PL 6.764/2016, criará um sistema de cuidado à pessoa idosa mais estruturado e qualificado. Este sistema é essencial para enfrentar os desafios impostos pelo envelhecimento populacional

O voto em separado do deputado Alexandre Lindenmeyer é um elemento-chave nesta discussão, pois ressalta a necessidade de um olhar mais atento e inclusivo sobre a atuação dos tecnólogos, promovendo uma equalização de direitos que beneficiará o conjunto da categoria. A regulamentação trará benefícios para a população idosa, garantidno acesso a serviços de saúde e assistência de alta qualidade.

A partir da regulamentação, serão criados conselhos de classe que serão responsáveis pela elaboração de normas éticas e técnicas, capacitação contínua dos profissionais, e fiscalização sobre a atuação dentro das diretrizes estabelecidas, promovendo o cuidado integral e humanizado.

TRANSFORMANDO O ENVELHECIMENTO NO BRASIL

A aprovação dos Projetos de Lei 9003/2017 e 6764/2016 representa um divisor de águas na história do envelhecimento no Brasil. A união entre bacharéis e tecnólogos formará a base para uma transformação significativa na forma como o cuidado às pessoas idosas é prestado, garantindo que todos os profissionais atuem de forma colaborativa e integrada, promovendo a saúde, o bem-estar e a autonomia da população idosa.

A regulamentação não apenas organizará a profissão de gerontólogo, mas também criará um sistema mais preparado e qualificado para lidar com o rápido crescimento da população idosa no Brasil. Com a regulamentação da profissão, o país estará apto a oferecer um envelhecimento com qualidade, dignidade e respeito, assegurando que todos as pesoas idosas tenham voz e vez na sociedade.

A regulamentação da profissão é uma oportunidade não apenas para reconhecer a importância da gerontologia, mas também para garantir que toda a população idosa tenha acesso a cuidados de qualidade, valorização de sua experiência de vida e a dignidade em todas as fases do envelhecimento.

A Gerontologia em Portugal: Estrutura, Regulação e Perspectivas de Atuação

Rita Taipina Marques

Gerontóloga em contexto institucional e domiciliário, Mestre em Cuidados

Continuados e Paliativos, Empreendedora, Formadora e Consultora

AGerontologia, ciência que examina o processo de envelhecimento nos seus múltiplos domínios — biológicos, psicológicos, sociais e económicos —, tem vindo a afirmar-se progressivamente em Portugal como uma área de saber de inequívoca relevância, em resposta ao acentuado envelhecimento demográfico. As profundas transformações etárias da população impõem a necessidade de desenvolver intervenções especializadas e políticas públicas adequadas que garantam um envelhecimento saudável, inclusivo e digno.

1. Nomenclatura e Enquadramento Conceptual

No contexto português, a Gerontologia destaca-se como uma disciplina de natureza interdisciplinar, cujo enfoque transcende o campo médico, tradicionalmente abrangido pela Geriatria. Enquanto esta última concentra-se nos aspetos clínicos e patológicos associados ao envelhecimento, a Gerontologia tem como objeto de estudo e intervenção uma abordagem holística, que incorpora as vertentes social, psicológica e política, visando a gestão integrada de respostas sociais e de saúde, e a promoção do envelhecimento ativo.

O Gerontólogo, na sua condição de especialista altamente qualificado, assume um papel primordial na conceção, implementação e monitorização de intervenções que visam otimizar o bem-estar e a qualidade de vida da população idosa. Embora esta profissão esteja gradualmente a conquistar reconhecimento formal no panorama nacional, e a sua pertinência seja cada vez mais reconhecida, subsistem ainda desafios significativos por superar para que a sua utilidade seja plenamente valorizada e incorporada nos diferentes setores da sociedade.

2. Regulamentação e Formação Académica

Ainda que se trate de uma profissão relativamente recente em Portugal, a Gerontologia tem vindo a adquirir maior visibilidade e aceitação formal. Não obstante, este processo de afirmação permanece numa fase incipiente, e persistem várias conquistas a alcançar para que a profissão de Gerontólogo se consolide como um eixo central das políticas e respostas ao fenómeno do envelhecimento.

A Associação Nacional de Gerontólogos desempenha um papel de relevo na regulação da profissão, assegurando a representação dos profissionais e promovendo um quadro normativo que se traduz em elevados padrões de qualidade e boas práticas. Esta entidade promove ainda a troca de conhecimento e experiências entre os seus membros, incentivando o desenvolvimento contínuo das metodologias e técnicas aplicadas no domínio gerontológico.

A formação académica dos Gerontólogos é proporcionada por várias instituições de ensino superior de reconhecida competência, oferecendo uma formação teórica e prática que abrange as dimensões fundamentais da gerontologia, incluindo aspetos sociais, políticos e de gestão de serviços para a população idosa. Não obstante os avanços registados, ainda urge expandir o reconhecimento formal da profissão em diversas áreas e domínios de atuação.

3. Áreas de Atuação e Intervenções na Comunidade Os Gerontólogos desempenham funções em contextos diversificados, assumindo posições de relevo em estruturas residenciais para pessoas idosas e outras respostas sociais, onde coordenam equipas e projetos de intervenção gerontológica, sempre com o objetivo de promover a qualidade de vida e a inclusão social. Em termos de políticas locais, a sua atuação é também notável no seio das câmaras municipais, onde participam ativamente na formulação e implementação de estratégias que visam o envelhecimento ativo, e asseguram uma resposta eficaz às necessidades emergentes da população idosa.

Adicionalmente, estes profissionais são agentes preponderantes no campo da investigação, colaborando com universidades e centros de investigação na produção de conhecimento técnico-científico que alicerça as políticas públicas e as práticas inovadoras no âmbito do envelhecimento.

A crescente adoção de terapias não farmacológicas na intervenção junto da população idosa evidencia o caráter inovador da atuação dos Gerontólogos. Estas abordagens, fundamentadas em rigorosa evidência científica, promovem o bem-estar físico, emocional e social dos indivíduos, reforçando o paradigma de um envelhecimento ativo e inclusivo. Contudo, ainda há muito a fazer para que estas metodologias se consolidem de forma ampla nas diversas estruturas e respostas ao envelhecimento.

4.

Atuação

de Profissionais

Brasileiros em Portugal

Os Gerontólogos brasileiros que desejam exercer a sua atividade em Portugal devem proceder ao reconhecimento dos seus diplomas junto da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES). Após a obtenção da equivalência académica, estes profissionais podem integrar o mercado de trabalho português, contribuindo de forma significativa para o enriquecimento das práticas gerontológicas no país.

A cooperação entre Portugal e Brasil, especialmente no campo da investigação e da partilha de boas práticas, tem-se intensificado nos últimos anos, favorecendo um intercâmbio de conhecimentos e experiências que se revela mutuamente benéfico. Neste contexto, os profissionais brasileiros têm desempenhado um papel essencial na consolidação da Gerontologia em Portugal, aportando novas perspetivas e enriquecendo as abordagens metodológicas.

5. Instituições Brasileiras com Atuação em Portugal

Algumas instituições brasileiras têm vindo a estabelecer parcerias estratégicas com entidades académicas e de investigação portuguesas, promovendo o desenvolvimento de projetos conjuntos focados nas questões do envelhecimento. Estas colabora-

ções são fundamentais para aprofundar o conhecimento sobre o envelhecimento populacional e desenvolver práticas inovadoras no atendimento à população idosa.

Os intercâmbios entre Portugal e Brasil materializam-se através de conferências, seminários e colaborações em investigação científica, que contribuem para a criação de soluções mais eficazes para os desafios demográficos e sociais impostos pelo envelhecimento em ambos os países.

6. Desafios e Perspetivas Futuros Embora se tenham registrado avanços significativos, a profissão de Gerontólogo continua a enfrentar inúmeros desafios no que respeita ao seu pleno reconhecimento e integração transversal em todos os setores da sociedade. A Associação Nacional de Gerontólogos assume, neste contexto, um papel fulcral, quer na promoção da profissão, quer na defesa dos interesses dos profissionais, assegurando que a Gerontologia seja progressivamente integrada nas políticas públicas e serviços especializados.

Nos próximos anos, a expansão de iniciativas orientadas para o envelhecimento ativo e para a mitigação dos efeitos do isolamento social constituirá um desafio central para a atuação dos Gerontólogos. O reforço das suas competências na gestão de políticas e serviços, bem como na implementação de estratégias inovadoras de intervenção comunitária, será decisivo para responder eficazmente às exigências de uma população cada vez mais envelhecida.

Em síntese, a Gerontologia em Portugal encontra-se num processo de consolidação e afirmação, e o reconhecimento da profissão de Gerontólogo continua a crescer. Todavia, ainda há um longo caminho a percorrer para que esta profissão seja plenamente valorizada em todas as esferas e que os seus profissionais possam maximizar o seu contributo para a melhoria das condições de vida da população idosa.

Saiba mais sobre Rita em https://www.instagram.com/ gerontologa_ritatmarques/

Pessoa Idosa LGBTQI+: Não Somos Invisíveis

Kátia Urbano de Carvalho Gerontóloga

OBrasil atravessa uma transição demográfica acelerada, com o aumento expressivo da população idosa. Conforme o IBGE em 2023, a população com 60 anos ou mais já corresponde a 15,6% do total de brasileiros, superando pela primeira vez a faixa etária de 15 a 24 anos, que representa 14,8%. Esse cenário indica não apenas a mudança no perfil etário da nação, mas também a necessidade urgente de adaptação das políticas públicas, especialmente no que se refere à saúde, cuidados de longo prazo e à proteção social desse grupo.

Por outro lado, a população LGBTQI+ brasileira enfrenta desafios constantes. O Brasil detém o triste título de país que mais mata pessoas LGBTQI+ no mundo, e uma pesquisa da organização Gênero e Número revela que 51% dessa população já sofreu algum tipo de violência. Além disso, cerca de 20 milhões de brasileiros, ou 10% da população, se identificam como LGBTQI+, segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis (ABGLT). Esses números ilustram um cenário alarmante de exclusão e vulnerabilidade, que se agrava quando esses indivíduos atingem a terceira idade.

A realidade para os idosos LGBTQI+ é marcada por uma dupla invisibilidade. Além de enfrentarem o etarismo — discriminação pela idade —, eles também sofrem preconceito em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Essa dupla discriminação faz com que muitas vezes sejam marginalizados tanto em suas famílias quanto em instituições de longa permanência (ILPIs). Com frequência, essas pessoas são forçadas a esconder sua identidade, voltando "para o armário" em troca de abrigo, alimentação e cuidados.

Um dos aspectos mais preocupantes dessa situação é a falta de acolhimento nas ILPIs, que muitas vezes não estão preparadas para lidar com a diversidade sexual e de gênero. Relatos de violência e discriminação contra idosos LGBTQI+ em ILPIs são numerosos. Esses ambientes, frequentemente marcados por uma mentalidade conservadora, podem exigir dos idosos LGBTQI+ a conformidade com

normas que negam sua identidade. Muitos idosos enfrentam a imposição de cortar os cabelos, usar roupas que não condizem com seu gênero e até abandonar seus nomes e histórias, em um processo de desumanização e violência simbólica.

RELATO DE PRECONCEITO

Ahistória de X, uma transexual idosa, ilustra esse cenário de extrema vulnerabilidade. Para ser aceita em uma ILPI, ela foi submetida a uma série de humilhações: teve que cortar seus cabelos, abandonar suas roupas femininas e aceitar ser chamada por um nome masculino. Isolada pela família devido ao preconceito e mesmo com direito à aposentadoria, X só encontrou socorro quando uma ONG soube de sua situação e interveio. Sua história é um triste reflexo da realidade enfrentada por muitos outros idosos LGBTQI+, que permanecem invisíveis e desamparados.

A falta de preparo das instituições não se limita apenas à questão de identidade de gênero. Relatórios do Ministério da Justiça indicam que os casos de violência contra pessoas LGBTQI+ estão entre os mais frequentes no Disque 100, incluindo negligência, violência psicológica e física, abuso financeiro e abandono. Quando essas situações envolvem idosos, a violência se torna ainda mais cruel, pois se trata de indivíduos que já estão em uma fase vulnerável da vida, muitas vezes sem o suporte familiar ou institucional necessário.

Com a previsão de que, em 2025, o Brasil terá mais de 33 milhões de pessoas idosas, representando 16% da população, o país precisa enfrentar, de forma urgente, os desafios que envolvem o envelhecimento da população LGBTQI+. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo chegará a 2 bilhões, o que representa um quinto da população global. Esse cenário exige não apenas políticas públicas inclusi-

vas, mas também uma mudança cultural na forma como tratamos o envelhecimento e a diversidade.

A criação de políticas públicas voltadas especificamente para o acolhimento da população idosa LGBTQI+ é uma necessidade iminente. Essas políticas devem incluir a capacitação de profissionais que atuam em ILPIs e serviços de saúde, para que sejam capazes de lidar com as questões específicas desse grupo. Além disso, é fundamental promover campanhas de conscientização para combater o preconceito e garantir que os direitos dessa população sejam respeitados. O envelhecimento não pode ser uma condenação ao isolamento ou à invisibilidade para as pessoas LGBTQI+.

A criação de espaços inclusivos e acolhedores, tanto em instituições quanto na sociedade como um todo, é essencial para garantir a dignidade e o bem-estar dessa população.

É necessário, também, que haja um esforço para fortalecer a rede de apoio social e legal para os idosos LGBTQI+. Isso inclui a ampliação de programas de assistência, a implementação de políticas de combate à discriminação em todos os níveis e a promoção de iniciativas que visem à inclusão social e ao envelhecimento ativo dessas pessoas. Ao reconhecer as especificidades da população idosa LGBTQI+, podemos trabalhar para garantir que elas envelheçam com respeito, dignidade e, acima de tudo, com o direito de ser quem são.

Em um país que se prepara para ser uma das nações com maior número de idosos no mundo, é impensável que se ignore a diversidade dentro desse grupo. O Brasil precisa urgentemente de políticas públicas eficazes, que garantam a inclusão plena da população idosa LGBTQI+, assegurando que essa parcela da sociedade seja tratada com o respeito e a dignidade que merece. O futuro do envelhecimento no Brasil deve ser inclusivo, respeitoso e plural, abrangendo todas as facetas da identidade humana..

Saiba mais sobre Kátia Carvalho https://www.instagram.com/ urbanodecarvalho/

Mobilidade Urbana: desafios e investimentos no Brasil

Com o envelhecimento da população e o aumento da demanda por transporte acessível, a mobilidade urbana inclusiva se torna cada vez mais relevante. Nas grandes, médias e pequenas cidades brasileiras, é crucial ampliar a infraestrutura de transporte, integrar modais e garantir que todos tenham acesso aos meios de locomoção. Ao observar exemplos internacionais, o Brasil tem muito a aprender sobre como desenvolver um sistema de mobilidade eficiente e acessível, apoiado por investimentos públicos e privados e uma legislação robusta.

PANORAMA DA MOBILIDADE

O Brasil enfrenta um desafio significativo para garantir uma mobilidade inclusiva, especialmente em função do rápido crescimento da população idosa. De acordo com o IBGE, a previsão é que em 2030 o país tenha mais de 41 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 18,7% da população. Diante desse cenário, é urgente melhorar as condições de mobilidade urbana para esse grupo, assim como para pessoas com deficiência e outros indivíduos com mobilidade reduzida.

Nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Salvador, o transporte público é essencial para a população. No entanto, enfrenta desafios como falta de acessibilidade, integração limitada entre modais, infraestrutura deteriorada e superlotação.

São Paulo - Com a maior rede de transporte público do país, São Paulo possui metrô, trens metropolitanos e uma ampla frota de ônibus. Apesar dos esforços para tornar o transporte mais acessível, cerca de 30% das

calçadas ainda não são adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida, segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). Além disso, os longos percursos e os horários de pico tornam o transporte público desafiador para idosos e pessoas com deficiência.

Rio de Janeiro - O sistema de BRT (Bus Rapid Transit) foi uma tentativa de melhorar o transporte público na cidade, mas enfrenta problemas de infraestrutura, segurança e acessibilidade. As estações e os ônibus não atendem completamente às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida, e áreas mais afastadas continuam subatendidas.

Belo Horizonte - Com o BRT MOVE, Belo Horizonte busca reduzir o trânsito, mas a acessibilidade ainda é limitada. A frota de ônibus não é totalmente adaptada, e as calçadas permanecem em más condições, dificultando o deslocamento dos pedestres, especialmente dos idosos.

Curitiba - Reconhecida mundialmente pelo seu planejamento urbano, Curitiba foi pioneira no desenvolvimento de um sistema de BRT que integra diferentes modais. No entanto, o envelhecimento da infraestrutura e a falta de atualização tecnológica têm criado barreiras para que o sistema continue sendo um exemplo de mobilidade inclusiva.

Brasília - A capital federal foi projetada com grandes avenidas e um

sistema de transporte rodoviário centralizado. No entanto, as áreas periféricas de Brasília são mal atendidas pelo transporte público, e a falta de acessibilidade em muitas regiões compromete a mobilidade de pessoas com deficiência.

Porto Alegre e Salvador - Porto Alegre tem promovido algumas melhorias em sua rede de transporte público, mas ainda precisa de mais investimentos para modernizar a frota e garantir acessibilidade em toda a cidade. Já Salvador, com suas ladeiras e geografia complexa, depende fortemente dos ônibus, que muitas vezes não possuem a infraestrutura adequada para atender pessoas com necessidades especiais.

MOBILIDADE EM PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES

Nas pequenas e médias cidades brasileiras, o problema é ainda mais crítico. Nessas localidades, o transporte público é muitas vezes inexistente ou limitado, com poucas linhas de ônibus, frota antiga e infraestrutura urbana inadequada para pessoas com mobilidade reduzida. A falta de políticas públicas e investimentos voltados à mobilidade inclusiva deixa uma grande parte da população à margem do direito ao transporte acessível.

Em muitas dessas cidades, as calçadas são precárias, com **pavimentação irregular** e ausência de rampas de acesso, tornando o deslocamento de pedestres extremamente difícil. Dados do **IBGE** indicam que em pequenas cidades, mais de 60% das calçadas são inadequadas para pessoas com deficiência, o que compromete não apenas a mobilidade de idosos, mas também de qualquer pessoa que dependa de muletas, cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê.

A integração entre diferentes modais de transporte — como metrôs, ônibus, bicicletas e veículos por demanda — é uma das soluções mais viáveis para melhorar a mobilidade urbana, especialmente nas grandes cidades. Em países como os **Países Baixos** e a **França**, a integração é parte fundamental do planejamento urbano, com ciclovias amplamente conectadas a estações de metrô e trens. Já no Brasil, cidades como **São Paulo** e **Curitiba** tentam aplicar esse conceito, mas esbarram na falta de infraestrutura adequada e investimentos.

Para que essa integração aconteça de maneira eficaz, o uso de **tecnologias inteligentes** — como monitoramento de tráfego em tempo real e aplicativos que facilitam o planejamento de rotas — é fundamental. A **Coreia do Sul** e a **China** já utilizam amplamente essas tecnologias, proporcionando um transporte mais rápido, seguro e acessível.

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E MOBILIDADE

No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) estabelece normas para garantir o direito de acessibilidade à pessoa com deficiência. Isso inclui a adaptação do

transporte público, a adequação das vias urbanas e a construção de calçadas acessíveis. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012) também prevê diretrizes para o desenvolvimento de sistemas de transporte público que priorizem a acessibilidade e a sustentabilidade.

Entretanto, a implementação dessas leis enfrenta barreiras significativas, desde a falta de fiscalização até o desinteresse de muitos governos locais em priorizar o transporte inclusivo. Segundo um relatório da **Confederação Nacional dos Transportes (CNT)**, apenas 30% das cidades brasileiras adotaram políticas efetivas de mobilidade urbana que contemplam a inclusão e a acessibilidade.

MODELOS INTERNACIONAIS: O QUE PODEMOS APRENDER

Diversos países ao redor do mundo têm avançado na criação de sistemas de transporte inclusivos e acessíveis para todos. Na **Coreia do Sul**, por exemplo, os idosos têm gratuidade no transporte público, e todos os ônibus e estações de metrô são equipados

com adaptações para pessoas com deficiência.

A **China**, com seu enorme crescimento urbano, investiu em sistemas de ônibus elétricos acessíveis e tem expandido suas redes de metrô com foco na inclusão. A cidade de **Pequim** já conta com um dos maiores sistemas de transporte público do mun-

do, totalmente adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.

Na **França** e **Alemanha**, o transporte público é amplamente acessível, com tarifas reduzidas para idosos e ampla integração de modais. **Países Baixos**, reconhecidos pela sua rede de ciclovias, têm investido cada vez mais em transporte público acessível e sustentável.

No **Japão**, a mobilidade urbana é um exemplo de eficiência e acessibilidade, com estações de trem e metrô adaptadas e um sistema que prioriza o atendimento a pessoas com deficiência e idosos. A **Inglaterra**, por sua vez, tem implementado diversas iniciativas de acessibilidade, especialmente em Londres, onde a rede de transporte público é considerada uma das mais inclusivas do mundo.

**Israel** também investe fortemente em transporte público acessível, com sistemas de ônibus e metrôs adaptados para atender a todas as necessidades. A **Turquia**, especialmente em Istambul, está modernizando seu sistema de transporte para tornálo mais inclusivo.

A **Rússia** tem avançado na adaptação de seus sistemas de metrô e ônibus, com diversas estações sendo reformadas para garantir acessibilidade a todos. Além disso, vários **países latino-americanos**, como **Chile**, **Colômbia** e **Argentina**, têm implementado políticas de transporte público acessível, mas ainda enfrentam barreiras financeiras e estruturais.

Em **Portugal**, iniciativas têm sido desenvolvidas para garantir acessibilidade em sistemas de transporte público, com um foco particular nas cidades de Lisboa e Porto, que possuem projetos de modernização e inclusão. **África** também apresenta uma diversidade de experiências; países como **África do Sul** e **Quênia** têm trabalhado para melhorar o transporte público, embora ainda enfrentem desafios significativos em termos de infraestrutura e financiamento.

Nos **Estados Unidos**, a mobilidade inclusiva tem

avançado com iniciativas como o **Americans with Disabilities Act (ADA)**, que exige acessibilidade em todos os aspectos do transporte público. Em cidades como **Nova York**, há um grande esforço para tornar as estações de metrô acessíveis, apesar dos desafios significativos que isso apresenta.

Na **Suíça**, a mobilidade é organizada de forma a integrar perfeitamente trens, ônibus e barcos, tornando o sistema acessível a todos. **Noruega**, **Finlândia** e **Suécia** são líderes em práticas de mobilidade inclusiva, com foco na sustentabilidade e na adaptação do transporte para idosos e pessoas com deficiência.

TECNOLOGIA

Para garantir que a mobilidade inclusiva seja uma realidade, é necessário um compromisso conjunto entre os setores **público e privado**. O governo precisa investir em infraestrutura, e

os gestores públicos devem priorizar políticas que promovam a inclusão no transporte. O uso de tecnologias, como aplicativos de mobilidade e transporte sob de-

manda, pode facilitar o deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida, tornando as viagens mais rápidas e seguras.

Além disso, a capacitação dos profissionais que trabalham no setor de transporte é fundamental. O treinamento em atendimento inclusivo deve ser uma prioridade para garantir que todos os usuários do transporte público tenham uma experiência positiva.

A mobilidade urbana inclusiva é um direito de todos e deve

ser uma prioridade nas políticas públicas. O Brasil pode aprender com as melhores práticas de outros países, adaptando-as à sua realidade e desenvolvendo um sistema de transporte que respeite e atenda as necessidades de todos os cidadãos. Investimentos em infraestrutura, integração de modais, legislação eficaz e capacitação profissional são passos essenciais para garantir que a mobilidade urbana seja inclusiva e acessível, permitindo que todos tenham igualdade de oportunidades e qualidade de vida.

Há 19 anos cuidando da pessoa idosa e seu familiar, garantindo o cuidado diário de forma acolhedora, respeitosa e digna.

Desde 2005, somos mais do que uma instituição de cuidado para idosos – somos uma família. Em nosso espaço, cada idoso é acolhido com amor, respeito e dignidade. Ao longo de 19 anos, construímos um ambiente onde o bem-estar físico, emocional e social caminha lado a lado, proporcionando um lar seguro e acolhedor.

Nossa equipe qualificada se dedica de coração para fazer a diferença na vida dos nossos residentes. Aqui, o cuidado vai além do corpo, tocando a alma. Venha nos conhecer e descubra por que somos referência no cuidado a idosos. Mais do que um local de cuidado, somos uma família que cuida e ama.

NOSSOS SERVIÇOS

Equipe Multidisciplinar

Profissionais qualificados em cuidados, medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia, recreação e gerontologia.

Atividades Recreativas

Recreação, oficinas, atividades religiosas e festas.

Serviço de Refeição

Oferecemos 6 refeições diárias, completas, prescritas por nutricionista e preparadas em nossa cozinha totalmente equipada. Todas as refeições são acompanhadas por cuidadoras, auxiliadas se necessário e servidas conforme a necessidade individual de cada hóspede, respeitando sempre suas condições de saúde e preferências.

Venha conhecer nossas redes para se manter atualizado com tudo que acontece em nossa casa.

Atendimento Personalizado

Plano de atenção específico e serviços personalizados para cada residente. Respeitando sempre a cultura e costumes de cada hóspede.

Serviço de Lavanderia

Todas as roupas são processadas em lavanderia terceirizada, apta para o atendimento. Elas são diariamente retiradas e devolvidas, devidamente higienizadas e esterelizadas, promovendo cuidado e segurança aos hóspedes.

Serviços Extras

- Manicure - Pedicure

Podologia - Fonoaudiologia

Acompanhamento externo

Outubro Rosa: cuidando da saúde da pessoa idosa com Amor e Esperança

A Importância da Conscientização e Ação no Enfrentamento do Câncer de Mama

OOutubro Rosa é um movimento internacional que visa conscientizar sobre o câncer de mama, promovendo a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento da doença. Com origens que remontam à década de 1990, quando organizações sem fins lucrativos começaram a distribuir laços cor-de-rosa para simbolizar a luta contra o câncer, essa campanha ganhou força ao redor do mundo. No Brasil, sua importância é ainda mais significativa, especialmente quando se considera o aumento da expectativa de vida e o crescente número de mulheres idosas. Este fenômeno demográfico traz à tona a necessidade urgente de abordagens eficazes para a saúde dessa população, especialmente em relação ao câncer de mama.

Em um mundo que envelhece rapidamente, a conscientização sobre a saúde da mulher idosa se torna uma questão central. O câncer de mama, uma das principais causas de morte entre mulheres nessa faixa etária, exige atenção especial e ações direcionadas. Historicamente, o câncer de mama tem sido associado principalmente a mulheres mais jovens, mas as estatísticas revelam uma realidade preocupante: as mulheres idosas enfrentam um risco significativamente maior de desenvolver a doença. Isso significa que é essencial que a sociedade, as famílias e os serviços de saúde reconheçam essa realidade e tomem medidas concretas para enfrentar essa ameaça à saúde pública.

CONTEXTO E DADOS RELEVANTES SOBRE O CÂNCER DE MAMA EM MULHERES IDOSAS

O Brasil vive um fenômeno demográfico notável, com a população idosa (acima de 60 anos) crescendo rapidamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse grupo representava cerca de 14,6% da po-

pulação em 2023 e deve alcançar 32 milhões de pessoas até 2030. Essa transição etária é um reflexo das melhorias na saúde pública, no acesso à educação e nas condições de vida, que possibilitaram um aumento significativo na expectativa de vida. No entanto, essa mudança traz consigo novos desafios, especialmente em relação à saúde e bem-estar da população idosa.

As estatísticas revelam que, em 2023, aproximadamente 66 mil novos casos de câncer de mama foram diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dessas, cerca de 30% correspondem a mulheres com mais de 60 anos. A taxa de incidência de câncer de mama aumenta com a idade; para mulheres acima de 60 anos, a cada 1.000 mulheres, aproximadamente 11,3 podem ser diagnosticadas com a doença. Além disso, conforme os dados do INCA, a mortalidade por câncer de mama em mulheres idosas também é alta, destacando a necessidade de um enfoque direcionado à prevenção e ao tratamento nessa faixa etária.

É alarmante que muitas mulheres idosas ainda não realizem mamografias regulares. Um estudo de 2021 indicou que apenas 55% das mulheres acima de 60 anos haviam feito o exame nos últimos dois anos. Essa baixa adesão pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo falta de informação, dificuldades de acesso aos serviços de saúde e questões relacionadas à mobilidade. Muitas vezes, as mulheres idosas vivem em locais remotos, onde o acesso a serviços de saúde é limitado, ou enfrentam barreiras relacionadas ao transporte e à locomoção. Portanto, o Outubro Rosa deve ser visto não apenas como uma campanha de conscientização, mas como um chamado à ação para enfrentar essas barreiras. O IMPACTO DA SAÚDE MENTAL E

Além das questões físicas, é crucial abordar o impacto da saúde mental e social nas mulheres idosas durante o Outubro Rosa. O câncer de mama pode provocar estigmas e traumas psicológicos que afetam profundamente a qualidade de vida das mulheres diagnosticadas. As mulheres idosas muitas vezes enfrentam o luto pela perda da saúde e da autoestima, e essas emoções podem ser exacerbadas pela solidão e pelo isolamento social. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a solidão e a depressão são questões comuns entre a população idosa, impactando diretamente sua saúde física e mental. Isso torna essencial a promoção de um ambiente social de apoio que incentive as mulheres a se unirem, trocarem experiências e se ajudarem mutuamente.

AÇÕES INOVADORAS

E COMPROMISSOS DE CUIDADO: UM ENFOQUE ABRANGENTE

Diante desse panorama, o Outubro Rosa deve ser mais do que uma simples campanha; é uma oportunidade de implementar ações inovadoras que atendam especificamente às necessidades da pessoa idosa. Aqui estão algumas estratégias que podem ser adotadas:

1. Eventos de Saúde Comunitária: Unidades de saúde e organizações comunitárias podem realizar eventos que integrem informação e serviços. Dias de saúde dedicados à mulher idosa podem oferecer mamografias gratuitas, consultas com médicos especialistas e oficinas sobre autocuidado e saúde mental. Além disso, palestras sobre nutrição e atividade física adaptada podem ser oferecidas, promovendo um estilo de vida saudável e a prevenção de outras doenças que afetam essa faixa etária. Essas iniciativas ajudam a garantir que as

mulheres idosas tenham acesso a cuidados essenciais e informações relevantes, promovendo uma cultura de saúde e bem-estar.

2. Educação em Saúde: Promover programas educacionais focados na saúde da mulher idosa é fundamental. Oficinas que abordam a importância da mamografia, sinais de alerta para câncer de mama e práticas de vida saudável podem ser oferecidas em centros de convivência e unidades de saúde. O uso de materiais visuais e audiovisuais pode tornar a informação mais acessível e impactante. Além disso, campanhas educativas que utilizem redes sociais e plataformas digitais podem alcançar um público mais amplo e engajá-los em discussões sobre saúde. A informação é uma ferramenta poderosa que pode empoderar as mulheres a tomarem decisões informadas sobre sua saúde.

3. Uso da Telemedicina: A telemedicina é uma ferramenta valiosa que pode ser utilizada para aumentar o acesso ao atendimento médico. Muitas mulheres idosas enfrentam dificuldades de locomoção, e consultas virtuais podem facilitar o acompanhamento de sua saúde. O uso de aplicativos de saúde para lembretes de exames e consultas pode contribuir para a adesão ao cuidado preventivo. Além disso, a telemedicina pode ser uma oportunidade para realizar palestras e orientações sobre saúde de forma remota, alcançando mulheres que não podem se deslocar até os locais de atendimento. Isso representa uma mudança significativa na forma como os cuidados de saúde podem ser prestados, tornando-os mais inclusivos e acessíveis.

4. Grupos de Apoio e Redes de Suporte: Criar grupos de apoio onde mulheres idosas possam compartilhar suas experiências e receber suporte emocional é cru-

cial. Essas redes podem promover a troca de informações sobre cuidados, tratamentos e recursos disponíveis, além de proporcionar um espaço seguro para discussões sobre saúde mental e emocional. Grupos focados em atividades terapêuticas, como dança e artesanato, também podem ser implementados, promovendo a socialização e o bem-estar. O apoio emocional é fundamental para o enfrentamento de doenças, e essas iniciativas podem ser vitais na promoção de uma saúde mental positiva.

5. Iniciativas de Envolvimento Familiar: Envolver a família na jornada de cuidados da pessoa idosa é essencial. Campanhas que incentivem os familiares a acompanharem suas mães e avós nas consultas médicas podem aumentar significativamente a taxa de detecção precoce. O apoio emocional e prático da família pode fazer uma diferença significativa na adesão ao tratamento e na recuperação. Workshops sobre como a família pode ajudar na prevenção do câncer e na promoção da saúde também podem ser oferecidos, aumentando a conscientização e o engajamento familiar. Essa abordagem reforça a ideia de que o cuidado com a saúde não é uma responsabilidade isolada, mas uma tarefa coletiva.

6. Integração de Profissionais de Saúde: Promover uma abordagem multidisciplinar que integre médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos pode ser uma estratégia eficaz para o cuidado da saúde da mulher idosa. Equipes de saúde podem trabalhar juntas para elaborar planos de cuidado personalizados, considerando as particularidades de cada paciente. Essa colaboração é fundamental para a promoção de uma saúde integral, onde aspectos físicos, emocionais e sociais são abordados. A integração de diferentes profissionais de saúde permite um atendimento mais holístico e eficaz.

7. Uso de Tecnologia e Inovação na Saúde: A tecnologia desempenha um papel crucial na modernização do cuidado da saúde da mulher idosa. O desenvolvimento de aplicativos voltados para a saúde, que permitem o monitoramento e o gerenciamento de cuidados, pode facilitar a adesão aos exames preventivos. Além disso, tecnologias como dispositivos vestíveis que monitoram sinais vitais podem ser particularmente úteis para as mulheres idosas, proporcionando informações valiosas para médicos e familiares. A inovação deve ser utilizada para facilitar o acesso à saúde, tornando-a mais prática e eficiente.

A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA SAÚDE DA MULHER IDOSA

A tecnologia desempenha um papel crucial no fortalecimento das ações de conscientização e prevenção do câncer de mama entre as mulheres idosas. Aplicativos voltados para a saúde, como aqueles que monitoram a saúde mamária, podem ajudar as mulheres a registrarem informações sobre seus exames e condições de saúde. A gamificação de atividades educativas, por meio de jogos interativos e quizzes sobre saúde, pode tornar o aprendizado mais envolvente e acessível. Essas ferramentas podem ser particularmente eficazes para engajar as mulheres mais jovens, que também podem atuar como multiplicadoras de informação entre suas mães e avós.

Além disso, iniciativas que utilizem mídias sociais para disseminar informações sobre o câncer de mama e a importância do autoexame podem ter um impacto significativo na conscientização. Campanhas que incluam depoimentos de mulheres idosas que superaram a doença podem inspirar outras a buscar cuidados preventivos e a compartilhar suas experiências.

Esse tipo de abordagem promove uma cultura de apoio e solidariedade, essencial para enfrentar os desafios do câncer de mama.

A CONTRIBUIÇÃO DA COMUNIDADE E DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

As instituições de saúde têm um papel fundamental na promoção do Outubro Rosa e no cuidado da saúde da mulher idosa. É imperativo que elas estabeleçam parcerias com organizações não governamentais, escolas e comunidades para promover eventos de conscientização e arrecadar recursos destinados a programas de prevenção. A integração entre diferentes setores da sociedade pode criar uma rede sólida de apoio à saúde da mulher idosa, facilitando o acesso a informações e serviços de qualidade.

As unidades de saúde devem estar preparadas para atender ade-

quadamente as necessidades da população idosa. A capacitação de profissionais de saúde para lidar com as especificidades do envelhecimento e do câncer de mama é essencial para proporcionar um atendimento de qualidade. Investir na formação contínua dos profissionais é uma estratégia eficaz para garantir que o cuidado prestado às mulheres idosas seja sensível e eficiente.

A IMPORTÂNCIA DA SOLIDARIEDADE E DO CUIDADO COLETIVO

O Outubro Rosa é um lembrete importante de que a saúde da mulher idosa deve ser uma prioridade em nossa sociedade. A conscientização e a ação coletiva são fundamentais para garantir que todas as mulheres tenham acesso a informações, exames e tratamentos adequados. Por meio da educação, do apoio emocional e da promoção

de um ambiente solidário, podemos transformar o Outubro Rosa em um movimento contínuo de cuidado e amor.

Cada um de nós pode contribuir para essa causa, seja promovendo a conscientização, ajudando na organização de eventos comunitários ou simplesmente apoiando as mulheres idosas em nossas vidas. A prevenção é um compromisso que deve ser adotado por todos, e a esperança deve sempre prevalecer. Neste Outubro Rosa, que possamos unir esforços para promover a saúde, a dignidade e o respeito que todas as mulheres, independentemente da idade, merecem.

Com amor e esperança, vamos cuidar da saúde da mulher idosa, celebrar suas vitórias e enfrentar os desafios do câncer de mama juntos, como uma comunidade unida e solidária.

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