Revista Cultura do Automóvel - Ed. 34 - abril/2022

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No 34 – abril 2022

cultura do

automóvel

automóveis e motocicletas

lançamentos - impressões - história

Que tal um encontro? De antigos, é claro!

Woodward Dream Cruise carro do brasil

fusca day

pateo do collegio

valongo

pacaembu

fashion car

80 anos gm

páteo do marazzi


E DI TOR I

AL

Encontros de amigos

A

edição anterior da revista Cultura do Automóvel mostrou alguns dos grandes eventos do antigomobilismo, dos quais participei como colecionador e jornalista, mas nunca saíram da minha mente ocasiões em que me deparei com eventos menores, alguns sem compromissos com regras rígidas, apenas uma reunião de colecionadores e admiradores de clássicos. Fossem eles em ruas, praças ou em locais privados, o veículo antigo era o principal assunto. Buscando em meus arquivos, selecionei alguns desses momentos, já publicados ou não, em que descobrimos mais e mais carros e motos interessantes, raros ou não.

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Abril 2022 Cultura do Automóvel

Veja, a seguir, alguns desses encontros, desde uma reunião de amigos em torno de seus brinquedos até um inusitado desfile de raridades, comemorando o centenário da primeira viagem de automóvel no Brasil. nnn

Esta edição é mais uma homenagem aos pequenos organizadores de encontros e exposições de automóveis e motocicletas clássicas do que mostras desses mesmos encontros, o que explica as épocas em que ocorreram, em um passado recente do antigomobilismo. Afinal, o passado, visto pelo presente, é o que mais importa nessa atividade, não é mesmo?


NESTA EDIÇÃO No 34 - Abril 2022

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sumário

04 Pelo Mundo

Pequenos encontros de clássicos mundo afora 06 Carro do Brasil Os clássicos nacionais começavam a ter importância 10 Dream Cruise Avenida sedia o maior encontro de um dia do mundo 14 Os 100 anos da primeira viagem de carro no Brasil Um passeio marcou o centenário desse acontecimento 18 Fusca Day Todos os anos o Fusca tem o seu próprio dia 20 Pateo do Collegio Local histórico sediava um grande encontro de motos 22 Páteo do Marazzi Seguindo o pioneirismo do encontro original 24 Pequenos encontros Uma seleção de grandes pequenos encontros 34 General Motors, 80 anos no Brasil Um grande desfile com as marcas da empresa 38 ABC Old Car Uma grande exposição de três dias no campus do ABC 42 Motocicletas clássicas no Valongo As nossas clássicas se reunem em local histórico 44 O dia da Kombi A querida perua também tinha seu dia de glória 46 Encontro mensal de motos no Pacaembu Tradicional, nem é preciso marcar, é só chegar 48 Fashion Car O encontro que celebrava a moda dos carros antigos Cultura do Automóvel Abril 2022

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pelo mundo

Quando menos se espera...

É um prazer inesperado cruzar com clássicos na esquina Já aconteceu comigo várias vezes. Circulando que são de mais de 30 anos atrás. pelo mundo, de repente cruzamos com um Em uma cidade da Flórida, daquelas bem automóvel antigo, daqueles de exposição, festeiras, devido à proximidade dos pela rua. Em seguida, complexos Disney, mais outro. E assim vai, também notei uma até que viramos a peregrinação anormal esquina e lá estão eles, de carros antigos para expostos na rua para uma vila, espécie de que todos os vejam. shopping center a céu Esse tipo de encontro, aberto, chamado de principalmente no Old Town. O que eles velho continente, era chamam de mall. Eram festejado por nós, os preparativos para o BMW Isetta divulgando o museu, em Trier viajantes, até que o Saturday Night Cruise, mesmo passou a acontecer, rotineiramente, patrocinado por uma rádio retrô da região. em muitos lugares do nosso país. Que bom. Por horas – muitas – os participantes, em Das vezes em que consegui lembrar – e sua quase total maioria com suas famílias e achar alguma fotografia, que, na época, ainda em carros americanos, circularam pelas não era digital –, selecionei duas ocasiões estreitas vias do local. Lembrei daqueles memoráveis, cada uma com sua famosos “footings”, que algumas cidades do particularidade. interior do Brasil ainda praticavam, com as Lá pelos anos 80, ou início dos 90, não moças casadoiras circulando – a pé, é claro lembro ao certo, estava caminhando pelas – e os rapazes interessados ao lado, ruas da cidade alemã de Trier, quando me vi observando. literalmente dentro de Eu mesmo fiquei uma exposição dessas. observando aqueles Diferente do que carros circulando, estava acostumado, fotografando e acumulando carros aproveitando as antigos americanos no atrações vintage por meu quintal, ou então todos os lados, como o visitando as feiras da famoso copo de CocaPensilvânia, aqueles Cola a cinco centavos pequenos europeus de dólar. Old Town, na Flórida, onde tudo é retrô eram menos familares Imaginando, naquela Por outro lado, as outras fotografias, também época, de como seria bom termos resgatadas de velhos álbuns quase movimentos como esses, vejo com esquecidos, são de um evento pra lá de satisfação que, hoje, temos tudo isso por interessante, principalmente considerando aqui. E muito mais. 4

Março 2022 Cultura do Automóvel


pelo mundo

Cenas dos encontros de rua característicos de 30 anos atrás, na Europa e nos Estados Unidos Cultura do Automóvel Março 2022

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carro do brasil

Carro do Brasil O início da valorização do clássico nacional

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época porque, como um jovem sem grana própria, os carros antigos da nossa turma eram aqueles que os “adultos” não queriam mais. Os nossos primeiros nacionais ainda eram carros de uso, acredito que não passava pela cabeça de nenhum de nós começar a guardálos. Com exceção de alguns visionários, que já viam em nossos modelos especiais um monte de história para contar. Caso do nosso amigo, jornalista e colecionador Roberto Nasser, que, em 2004, criou o Museu do Automóvel, em Brasília.

Texto e fotos Gabriel Marazzi

ostumo dizer, brincando, que comecei a gostar dos carros antigos quando eles ainda eram novos. Meia verdade. Naqueles anos 60, eu conhecia muito bem os carros nacionais – Simca, Gordini e DKW, entre outros –, mas muito pouco dos importados que rodavam por aqui antes da nossa indústria. E eles nem eram, ainda, considerados antigos. Antigos, mesmo, eram as baratinhas e os clássicos dos anos 30. Foi nos anos 70 que comecei a acumular “tranqueiras” dos anos 50. Refiro-me assim aos carros dessa

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carro do brasil

O FNM Onça foi um exemplar único, projetado por Rino Malzoni, baseado no sedã FNM JK

Seu museu abrigava carros de várias nacionalidades, além dos nacionais, mas estamos aqui para mostrar não o museu, mas sim uma série de eventos que ele organizou, com o intuito de valorizar nossos já clássicos automóveis brasileiros. Estive em Brasília, a convite do Nasser, em três ocasiões, para cobrir três das várias edições do evento Carro do Brasil. Em 2004, o local era o estacionamento do Banco do Brasil, principal patrocinador do encontro. Nos outros anos, 2005 e 2008 – e mais alguns outros em que não participei –, o palco para a bela exposição de automóveis nacionais eram as margens do lago Sul. Além dos modelos já conhecidos, que transportaram famílias nos anos 60 por todo o país, a exposição Carro do Brasil se esmerou em mostrar veículos que nunca foram produzidos em série, alguns deles em fase de protótipos. O pequeno jipe Tupi foi um deles, protótipo

construido em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, utilizando um motor elétrico. Ou o Joagar, picape feita pelo inventor Joaquim Garcia, em Jaboticabal, São Paulo. Alguns modelos de produção muito limitada também estavam expostos, como os Uirapuru, e exemplares únicos, como o Onça, feito a partir de um FNM JK, e o único Willys Interlagos baseado no Alpine 110 desenvolvido aqui, com o motor 1.300 do Ford Corcel.

O pequeno jipe Tupi, construído no Rio de Janeiro Cultura do Automóvel Abril 2022

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carro do brasil

Este Willys Interlagos, o Interlagão, não chegou a ser produzido no Brasil. Ao lado, o Simca Profissional

Entre os 93 automóveis expostos no Carro do Brasil de 2004, alguns acabaram se tornando raros pela pequena demanda, na época. É o caso do Simca Profissional, versão bastante simplificada do Simca Chambord idealizada para uso profissional, como táxis. O exemplar exposto foi tido como o último produzido. Era a segunda vez que a Simca seguia por essa via, anos antes já havia lançado o Simca Alvorada. Nessa linha de carros populares, baratos e pelados, a Willys depenou o Gordini e o chamou de Teimoso, a DKW faz a perua Caiçara, em 1962, e a perua Pracinha, em 1965, e a volkswagem lançou o famoso, porém misterioso, Sedan Pé-De-Boi.

Fissore, sedã luxuoso e estiloso com mecânica DKW

Compartilhando a mecânica DKW com motor dois tempos de três cilindros e tração dianteira, o sedã Fissore e o jipe Candango eram também figuras pouco conhecida dos leigos. O jipe ainda tinha a opção de tração nas quatro rodas. Boas lembranças da época que os nacionais começavam a florescer. l

O Uirapurú era um esportivo de produ;çao artesanal que usava o motor seis cilindros do caminhão Chevrolet 8

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carro do brasil

O jipe Candango utilizava a mecânica do DKW, com motor dois tempos de três cilindros e tração dianteira

O último Ford Corcel da primeira geração, de 1977. Talvez o mais bonito

O Simca/Chrysler Explanada GTX, versão esportiva da família

Eu e o organizador Roberto Nasser Cultura do Automóvel Abril 2022

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dream cruise

Dream Cruise É o maior evento de clássicos de um dia do mundo

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ocê está passeando em um sábado ensolarado, com seu carrinho do ano, quando passa ao seu lado um belo Pontiac GTO 1967. Sua reação, como a de qualquer outra pessoa, será de acompanhar o clássico com os olhos, pois os automóveis antigos, apesar de já terem se incorporado ao cenário urbano de quase todo o mundo, ainda causam atração e admiração. Aí passa outro, logo depois. Tudo bem, são dois amigos dando aquela voltinha de fim de semana. Mas outros também passam: “Eles andam em bando!”, pode ser o comentário dentro do seu carro. Mas 10

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daí não param mais, dezenas, centenas, milhares. Que é isso? Voltamos no tempo? Não! Onde seria possível ver passar 40 mil carros antigos, entre clássicos, hot-rods, rat-rods, originais ou transformados? Na Disneylândia dos automóveis, região de Detroit, Michigan, norte dos Estados Unidos, é claro!. Todos os anos, aficionados por carros clássicos se reúnem no maior evento de um dia do gênero do mundo, o Woodward Dream Cruise, um grande desfile aberto ao grande público no qual os participantes passam o sábado inteiro indo e voltando pela Woodward Avenue.


dream cruise

Os 40 mil automóveis antigos, originais ou modificados, formam a grande festa ao longo da Woodward Avenue

A maioria dos participantes são hot-rods, como este Chevrolet 1955 com pneus exageradamente largos Cultura do Automóvel Abril 2022

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dream cruise As atrações começam na véspera. Desde as primeiras horas da sextafeira tanto os participantes do Dream Cruise, os cruisers, que certamente passaram as noites das duas últimas semanas acertando e polindo seus carros, quanto o público que acampa nos gramados nas duas laterais da avenida, começam a chegar. Paralelamente, os oito municípios que participam oficialmente das festividades promovem eventos locais durante todo o fim de semana, visando principalmente entreter seus súditos. Não é preciso dizer que cada um desses eventos menores já é uma grande festa. A Woodward Avenue, na verdade, cruza mais uma meia dúzia de cidades, mas que não participam do

Naquele dia eu estava sem um carro antigo

Dream Cruise por não apresentarem condições mínimas de espaço e estrutura. Os cruisers partem então de Ferndale, uns 10 km ao norte de Detroit, e seguem para Pontiac, a última cidade e a que mais atrações oferece aos participantes e ao público, passando por Pleasant Ridge, Huntington Woods, Berkley, Royal Oak, Bloofield Hills e Bloomfiled Township.

Os utilitários, como caminhões, fugões e picapes, sempre formaram um segmento interessante entre os clássicos 12

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dream cruise Por ser a 16a edição do Dream Cruise, naquele ano o evento foi chamado de Woodward Dream Cruise Sweet 16, uma analogia à idade de ouro dos adolescentes norte-americanos, que consideram o aniversário de 16 anos (doce 16) como um passaporte para a vida. Não á para menos, pois é justamente nessa idade que eles podem finalmente tirar sua habilitação e sair legalmente dirigindo pelo país. A cultura automobilística dos americanos é algo incrível, assim como o gosto por paradas e festividades. Com a expectativa de começar o desfile às primeiras horas do sábado, na manhã da sexta-feira já se podia ver pessoas de todas as idades montando acampamento ao longo da avenida. Sim, é preciso guardar seu lugar com antecedência, certamente nos melhores e mais disputados pontos do espetáculo. Barracas, mesas e geladeiras são alguns dos apetrechos que famílias inteiras levam para a Woodward Avenue, para seu fim de semana. O que mais se vê são casais idosos, alguns deles com seus carros de época cuidadosamente estacionados ao seu lado, com algumas histórias interessantes. Como a do casal que celebrava seus 25 anos de casamento. Ela declarou que não queria, este ano, anel de diamante ou viagem à Europa, mas sim um carro. Mas não qualquer um, teria de ser um Pontiac Trans Am idêntico ao que seu marido tinha quando a pediu em casamento. “Eu falei a ele que queria exatamente o carro que me fez

apaixonar por ele”, declarou a esposa. Dizendo isso, a dona de casa de 50 anos apontou com orgulho indisfarçável para o carro estacionado no gramado ao lado: o Pontiac TransAm branco de 1969 que o marido comprou para ela. A placa do carro era HER69TA, com um significado muito especial: her 69 TransAm, o TransAm 1969 “dela”. Em relação aos carros, o que dizer quando eles são mais de 40 000? Um dia inteiro vendo-os passar, embaçando seus vidros para tentar olhar seu interior ou fotografando todos os detalhes quando os orgulhosos proprietários dão uma “canja” com o capô aberto não é suficiente para ver tudo. Dizer que é um evento de carros clássicos nem é muito real, já que a maioria são hotrods, com muita preparação, ratrods, propositalmente enferrujados ou com adaptações muito toscas, ou bólidos de arrancadas, do tipo daqueles funny-cars que disputam aceleração no quarto de milha. Os mais originais são, na maior parte, muscle-cars dos anos 60, modelos sem adaptações mas que já saíam da fábrica com muita potência, com motores enormes instalados em versões mais compactas de carros familiares. Tudo isso para, já naquela época, satisfazer a inacreditável paixão que o povo norte-americano tem com os automóveis. O Woodward Dream Cruise, assim como milhares de outros grandes eventos que reúnem automóveis nos Estados Unidos, estão aí para comprovar essa teoria. l Cultura do Automóvel Abril 2022

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especial

A primeira viagem de automóvel Para comemorar o centenário da primeira viagem no Brasil, um grupo de clássicos refez o trajeto original

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especial

O comboio desceu o antigo Caminho do Mar

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primeira viagem de automóvel de que se tem notícia no Brasil aconteceu no dia 10 de março de 1908, quando o conde francês Lesdain saiu do Rio de Janeiro em um Brassier de 16 cv e chegou a São Paulo 33 dias depois, após percorrer 700 km. De São Paulo, ele desceu a Serra do Mar, em um percurso que ficou conhecido como Caminho do Mar, chegando em Santos no dia seguinte. Para comemorar o centenário dessa aventura, o Automóvel Clube do Brasil organizou um desfile de antigos e uma exposição entre os dias 12 e 16 de abril de 2008. O desfile percorreu o mesmo trajeto de um século atrás, quando uma centena de automóveis clássicos

saíram do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 2008 para, no dia seguinte, descer o Caminho do Mar, como cem anos antes. Em Santos, os veículos ficaram expostos no centro velho da cidade. Na volta, os veículos participantes se juntaram a outros 200 veículos antigos na exposição “A Evolução do Automóvel” e ficaram expostos até o dia 16 de abril, no Centro de Exposições Imigrantes. As fotos mostram cenas do comboio na descida da “serra velha”, como ficou conhecida essa estrada depois que, em 22 de abril de 1947, foi inaugurada a “serra nova”, ou seja, a Via Anchieta. Eu participei do evento com meu Volkswagen StickShift 1970. l Cultura do Automóvel Abril 2022 15


especial

100 anos

A primeira parada no Caminho do Mar foi no Pouso de Paranapiacaba

A festa foi completa, com direito a uma calorosa recepção antes que o comboio começasse a descer a serra

Os clássicos na estrada 16

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De qualquer ângulo, a vista é sempre fenomenal


100 anos

especial

O dia estava propício para os conversíveis, como este Chevrolet Bel Air de 1957

Participei do evento com meu Volkswagen StickShift 1970

Na volta, os automóveis clássicos ficaram expostos no Centro de Exposições Imigrantes Cultura do Automóvel Abril 2022 17


fusca day

Um dia só de Fusca

Encontro em Interlagos comemorou o Dia Nacional

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oi no dia 5 de janeiro, logo no comecinho de 2014, o 21o Encontro Nacional do Fusca. O evento reuniu cerca de 200 Volkswagen, a grande maioria Fusca mesmo, mas também havia outros VW refrigerados a ar e alguns modelos mais modernos da marca.

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fusca day

Cultura do Automóvel Abril 2022 19


encontro

Pateo do Collegio O mais importante encontro de motocicletas clássicas, no local da fundação de São Paulo

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ncontros e grandes eventos que reúnem automóveis antigos sempre existiram, ficando mais comuns e frequentes a partir dos anos 80. As motocicletas, no entanto, sempre ficaram meio desprezadas, aparecendo, às vezes, meio tímidas em meio aos muitos automóveis expostos. É claro que sempre existiram os grupos mais dedicados a elas, mas poucos, em relação ao carros. Até que um colecionador apostou em um evento diferente, só com motocicletas antigas. O primeiro Encontro Moto&Cia Classic, então, aconteceu em 2004 em um dos locais mais históricos da cidade de São Paulo, o Pateo do Collegio, exatamente onde a cidade começou, 450 anos antes. Antes que alguém mais exigente em relação à liíngua portuguesa se manifeste em relação à escrita da palavra Pateo, uma vez que o correto seria “pátio”, foi adotada para a mostra a forma original, exatamente como ilustra a antiga placa no local, que também grafa “colégio” como Collegio. O primeiro encontro, de 2004, foi um relativo sucesso, podendo ser considerado um grande sucesso se for levado em conta ser o primeiro, 20

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ainda inusitado. Participaram cerca de 200 motocicletas antigas das décadas de 30 a 70 e, na posterior divulgação, foi utilizada a expressão “um evento para abrir com chave de ouro a história dos encontros de motocicletas”. Mais que justo, pois, daí em diante, as edições seguintes do Encontro Moto&Cia Classic, sempre no Pateo do Collegio, foram estrondosos sucessos. Em 2005, o segundo Encontro Moto&Cia Classic reuniu mais de 500 motocicletas antigas. No ano seguinte, foram 800 motocicletas e 10 mil visitantes, mostrando que o evento já atraía leigos e simpatizantes. Em 2007, mil motocicletas, número que se manteve até a última edição, em 2011. Infelizmente, uma divergência de opiniões entre o organizadores e os padres que administravam o local acabou com a alegria. Mas teve continuação. l

O primeiro Encontro Moto&Cia, em 2004: 200 motos


encontro

No segundo Moto&Cia Classic, a rara Honda SS 50Z de 1971 e a Yamaha TZ 350 de competição do piloto Adu Celso

Em 2008, uma grande seleção de clássicas italianas, como a MV Agusta 750S, a Mondial e as Ducati

As gravações do documentário Alma 70 iniciaram nesse encontro, em 2009. Kawasaki 500 H1 de 1975, em 2010

Em 2010, duas raridades, a Lambretta 125M de 1947 e a Honda Dream de 1953. E as placas nova e atual do Pateo Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontro

No quintal de casa Há quem viaje centenas de quilômetros para ir a um encontro de antigos. Mas alguns são bem perto

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as páginas anteriores, vimos como um encontro pode se tornar um grande sucesso. O Encontro Moto&Cia Classic, que ocorreu por oito anos seguidos, foi um deles. Quando eu soube, no início de 2012, que naquele ano não teríamos mais o evento no Pateo do Collegio, pensei em continuar com a tradição. Não necessariamente igual, mas de forma parecida, passei a reunir as motocicletas clássicas no Sambódromo, nas terças-feiras à noite. Mas constatei que, diferentemente dos colecionadores de carros antigos, os adeptos do “antigomotociclismo”, termo que já usei algumas vezes, consideram o domingo o dia sagrado para sair com suas belezuras. Então vamos nós mudar para o domingo. E em outro local. Quis o destino que esse novo local fosse um belíssimo bosque, dentro da propriedade dos sacerdotes salesianos, no Alto da Lapa. Pertinho de casa, lugar perfeito para nossas motocicletas, mas que, por ser muito espaçoso, permitia também o encontro de muitos automóveis clássicos. Assim surgiu, em 2013, um novo encontro de automóveis e motocicletas clássicas, que começou 22

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a ser chamado, pelos amigos, de Páteo do Marazzi. E o nome pegou, servindo de justa homenagem ao encontro pioneiro. Com o seu término, alguns anos depois, também por decisão dos padres, algumas edições foram feitas em uma praça pública, mas que não tinha o mesmo “glamour” do local anterior. Ficaram, então, as memórias desses tranquilos encontros de automóveis e motocicletas clássicas, nas manhãs de domingo. Aqui, reproduzo alguns dos registros desses encontros, que foram publicados em edições anteriores da revista Cultura do Automóvel. l

No bosque, a primeira edição já foi bastante concorrida


encontro

O Páteo do Marazzi começou no Sambódromo do Anhembi

Muitos automóveis e motocicletas clássicas, a partir da segunda edição do Páteo do Marazzi, no bosque salesiano

Terceiro Páteo do Marazzi: participação do Sampa Kombi Clube

Portão do paraíso Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontros

Antigos por toda a parte Sempre haverá um encontro de clássicos no teu caminho

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om muito poucas exceções, um antigomobilista é um ser social. Gosta de automóveis e motocicletas antigas, mas seu maior prazer – além dos veículos, é claro – é compartilhá-los com os amigos, de preferência antigomobilistas. Assim nascem os milhares de encontros por todos os cantos e recantos do Brasil. Para não dizer do mundo. É, já presenciei grupos de carros e motos antigas se formarem

em muitos locais, incluindo a Europa e Estados Unidos, locais onde o antigomobilismo é mais antigo e bem mais forte. Mais uma vez procurei nos meus arquivos imagens e histórias das vezes e que participei de um encontro desses. E o resultado é uma galeria de carros e motos incríveis, daquele tipo que todos nós gostaríamos de possuir. Para poder mostrar, é claro.

Caminhando pelas ruas de Trier, há uns 30 anos em algum lugar da Alemanha, deparei-me com este encontro 24

Abril 2022 Cultura do Automóvel


encontros

Na bela Estação da Luz O encontro da Estação da Luz, em São Paulo, existe há muito tempo, nos primeiros domingos de cada mês. Lá, é certeza de vermos os mais interessantes espécimes motorizados.

No domingão, até o céu azul nos cumprimentava na Estação da Luz

Muitos automóveis e motocicletas na Estação da Luz. A minha sete-galo era a moto mais bonita daquele domingo Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontros

Desfilando, sem samba

As noites de terças-feiras se tornaram quase obrigatórias para os colecionadores e os adeptos do antigomobilismo paulistano, nos eventos chamados Auto Show. De cunho comercial, tinha cobrança de ingressos, desfiles temáticos e muitas

barracas de lanches e bebidas. Para mim, o melhor era mesmo o pátio dos carros à venda, em uma época em que os valores pedidos eram menos irreais, alguns bastante convidativos e, muitas vezes, verdadeiras pechinchas.

Eu costumava levar alguns carros para o Sambódromo, nas noites de terça 26

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encontros

Parecem até carros de cinema Os domingos geralmente são cheios de encontros e outros eventos do antigomobilismo, por isso o Clube do Chevrolet, de São Paulo, reunia seus sócios, seus carros e seus amigos no quarto sábado do mês, em frente à Cinemateca Brasileira. O antigo matadouro municipal, para onde, no início do século passado, o gado era levado para o abate, há alguns anos ganhou uma

O encontro acontece no quarto sábado de cada mês

A fachada da Cinemateca fornece o cenário apropriado

finalidade mais adequada, sediando a Cinemateca Municipal. Além de estacionarem seu antigos em um cenário muito bacana, os participantes do encontro ainda podem, quando disponível, fazer uma visitação no prédio histórico.

Nesse dia eu levei a minha Suzukinha Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontros

Livre acesso para o Chevrolet Monza O Clube do Monza não é tão genérico quanto o Chevrolet, já que, como o nome já antecipa, reúne os Monza da Chevrolet. Mas seus encontros, às vezes, aceita alguns coleguinhas. O Chevrolet Monza norte-americano, como tem o

mesmo nome do nosso carro nacional preferido dos anos 80, tem livre acesso. As fotos mostram um grande encontro que o clube organizou no bairro da Pompéia, zona oeste de São Paulo, há quase vinte anos.

Monza gringo também entra. Nas outras fotos, as duas gerações do Chevrolet Monza 28

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encontros

Vamos ao shopping center! De Opala

Domingão no shopping center, de Chevrolet Opala Especial 1973

Quem me conhece, sabe que eu até pagaria para não entrar em um shopping center, ainda mais em um domingo. Mas, naquele dia de 2007, fui eu quem convenceu a turma a ir almoçar em um shopping center de Osasco, município vizinho à capital. E mais, vamos de Opala! Não foi difícil perceberem o que estaria acontecendo no último pavimento do shopping, um despretencioso

encontro de Opalas, organizado pelos opaleiros da região. Mão na roda: um lanchinho, a criançada feliz e eu vendo os carros na cobertura. Naquele tempo, 15 anos atrás, o Opala não era assim tão cobiçado, pelo contrário, lutava para fugir do preconceito de “carro de periferia”. Deu certo, hoje o Opala está valorizadíssimo. Nesse dia, fui com meu Opala 1973 Especial. Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontros

Café da manhã no posto de gasolina

No bairro paulistano do Alto de Pinheiros, uma praça ao lado de um posto de gasolina tornou-se um dos locais preferidos de muitos grupos de colecionadores, ou mesmo de clubes de antigomobilismo, para se

reunirem. Em praticamente todos os domingos, pela manhã, o lugar é tomado pelos carros e motocicletas antigas. Devido à conhecida avenida, o local ficou conhecido como o encontro da São Gualter.

A avenida onde situa-se a praça reservada aos carros antigos forneceu o nome ao Encontro da São Gualter 30

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encontros

Sem política, por favor. Só clássicos

O amplo estacionamento ao lado da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em frente ao Parque do Ibirapuera, por muito tempo ficou reservado para os veículos dos parlamentares, mas, há alguns anos,

como foi franqueado para os usuários do parque, vez ou outra recebe os colecionadores e suas relíquias. É um dos bons lugares da cidade que abriga um encontro de automóveis e motocicletas clássicas.

Já levei meu Fuscão azul Pavão (no alto) e a minha sete-galo. Ao fundo, o belo edifício da Assembléia Legislativa Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontros

Os grandalhões também se encontram

Veículos antigos não se restringem a automóveis e motocicletas, pois há quem se dedique aos grandalhões, ou seja, ônibus e caminhões. Hobby bem mais difícil logicamente, e mais dispendioso. Isso além do espaço necessário para guardar os itens de uma coleção, bem maiores do que se fossem veículos menores. Conheci há pouco tempo o Sr. Antônio Kaio Castro, sujeito muito amável que lutou pela memória do

setor de transportes, incorporando a esse trabalho a preservação de modelos antigos de ônibus e caminhões. Kaio criou o Encontro Nacional de ônibus e Caminhões Antigos, ao qual chamou de “Viver, Ver e Rever”. As últimas edições do evento aconteceram no memorial da América Latina, em São Paulo. Esta página é uma homenagem ao idealizador da mostra, que nos deixou há cerca de um ano.

Fotos da edição de 2014 do Encontro Nacional de Ônibus e Caminhões Antigos, no evento Viver, Ver e Rever 32

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encontros

Carros e prédios clássicos no viaduto

Por fim, uma exposição de caráter inusitado. Caminhando pelas ruas durante a Virada Cultural de 2010, um evento paulistano que reúne diversos tipos de arte no centro de

Sâo Paulo, como música e teatro, me deparei com esse encontro de automóveis antigos em um dos cartões postais da cidade, o Viaduto do Chá. Essa foi a grande surpresa.l

Carros antigos e Viaduto do Chá, tudo a ver. Ao fundo, os edifícios da prefeitura e da antiga Light And Power Company Cultura do Automóvel Abril 2022

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especial

GM, 80 anos

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o dia 25 de janeiro de 2005, a comemoração em São Paulo foi dupla, o aniversário da fundação da cidade e os 80 anos de Brasil da General Motors. Para a segunda, um grande desfile marcou a data, com automóveis clássicos das marcas pertencentes ao grupo, como Chevrolet, Buick, Cadillac, GMC, Oldsmobile e Pontiac. 34

Abril 2022 Cultura do Automóvel

A primeira sede da nova empresa ficava em galpões alugados no bairro do Ipiranga, e a primeira fábrica foi inaugurada cinco anos depois, em São Caetano do Sul. A segunda fábrica surgiu apenas em 1958, na cidade de São José dos Campos.


especial

Um desfile com carros das marcas da General Motors nos 80 anos de Brasil

Só participaram do deste desfile veículos das marcas pertencentes à General Motors, como estes Chevrolet Bel Air, de 1957 e de 1956 Cultura do Automóvel Abril 2022

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especial

GM 80 anos

Os conversíveis: Chevrolet Bel Air 1957 e Chevrolet Impala 1964

Chevrolet 1954 táxi e caminhão GMC 1951 dos bombeiros

Chevrolet Bel Air 1955 com kit continental e Hot Rod Chevrolet 1929 36

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GM 80 anos

especial

Chevrolet Corvette 1971 e Oldsmobile 1957

Cadillac 1954 e picape Chevrolet 1955

No dia do desfile dos 80 Anos da General Motor no Brasil, choveu

O primeiro veículo a sair da linha de montagem no galpão do Ipiranga foi um fugão de entregas urbanas, em setembro de 1925. O desfile dos automóveis, dos utilitários e até dos caminhões das marcas da GM circulou por toda a cidade nesse belo dia de feriado, terminando com uma exposição do

estacionamento do restaurante onde seriam feitas as homenagens. Ao mesmo tempo em que os veículos desfilavam em São Paulo, em Canoas, no Rio Grande do Sul, a General Motors exibia seu acervo histórico no Museu da Ulbra, onde ficavam guardados os seus modelos mais representativos. l Cultura do Automóvel Abril 2022

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exposição

ABC Old Car

Os automóveis clássicos no campus

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urante anos consecutivos, o campus do Institudo Mauá de Tecnologia em São Caetano, sediou um importante encontro de veículos clássicos, que sempre foi organizado para compor uma exposição para o público local. Além dos carros e de algumas motocicletas, o evento oferecia também palestras com nomes bastante conhecidos dos automóveis, antigos ou não. As últimas edições do evento premiava nove categorias de veículos, além de um prêmio especial, cujo ganhador era eleito pelo público, e o Prêmio Jornalista Expedito Marazzi, para o melhor carro nacional. l

Furgão Chevrolet Stylemaster 1948 38

Abril 2022 Cultura do Automóvel

Puma 1967, com mecânica DKW


exposição

Simca Jangada 1965

Honda CB 50 1974

Maxwell Touring 1917 Cultura do Automóvel Abril 2022

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encontro

Encontro do Automóvel Antigo de Juiz de Fora O evento anual reúne colecionadores mineiros e da região, alguns do Rio de Janeiro e do Espírito Santo

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lém do tradicional evento de Araxá, os colecionadores mineiros sempre se orgulharam de outro encontro local, este anual e que também se tornou tradicional, na cidade de Juiz de Fora. É o Encontro do Automóvel Antigo de Juiz de Fora, organizado pelo Clube do Automóvel Antigo de Juiz de Fora e pelo Veteran Car Clube do Brasil. Originalmente, a exposição era 40

Abril 2022 Cultura do Automóvel

feita no Parque da Lajinha, local extremamente aprazível, mas que ficava um tanto complicado caso chovesse. Assim, o evento passou a acontecer no pavilhão da Expominas, com a maioria dos clássicos protegida das intempéries, mas com um astral menos bucólico, mais parecendo uma grande loja de carros. Atualmente, o encontro é feito no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora. l


encontro

Alguns dos veículos expostos em edições do Encontro do Automóvel Antigo de Juiz de Fora Cultura do Automóvel Abril 2022 41


clássicas

Valongo Moto Classic 42

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A segunda edição do encontro de motocicletas clássicas aconteceu no Valongo, centro histórico da cidade de Santos, no litoral paulista


clássicas

A Yamaha RD 350 1973 de Roberto Figueiredo, de Praia Grande, SP, levou o prêmio “Originalidade”

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em o frio e a insistente chuva conseguiram reduzir o entusiasmo dos colecionadores de motocicletas clássicas. Naquela manhã de 27 de julho de 2013, um sábado cinzento, as motocicletas começaram a se acumular no Valongo, antiga estação ferroviária, hoje restaurada, no centro histórico de Santos, no litoral de São Paulo. Uma Yamaha RD 350 1973 foi a atração do dia, merecendo o prêmio “Originalidade”, entregue pela organização do evento a seu proprietário Roberto Figueiredo, da cidade de Praia Grande, em São Paulo. O prêmio “Antiguidade” ficou com a Lambretta 1961 de Miguel Katito, de Cubatão, SP, e o prêmio “Raridade ficou com a Mondial 175 1960 do veterano piloto de motocicletas Alfredo Claro Filho, de Santos, SP. l

Prêmio Antiguidade: Lambretta 1961 de M. Katito

A velha estação serve de palco para a exposição Cultura do Automóvel Abril 2022 43


clássicos clássicas

O refúgio da guerreira

No ano que marca o fim da mais famosa perua brasileira, colecionadores e apaixonados tentam preservar a memória e o acervo da querida Kombi

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oi em 1957 que a primeira VW Kombi brasileira saiu da linha de montagem da fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Dois anos antes do Fusca. Milhares de aperfeiçoamentos depois, sem perder o formato de “pão de forma” que lhe é característico, 56 anos depois ela deve se aposentar, vencida – em uma dura batalha – pela tecnologia em nome da segurança. Mas a legião de fãs desse utilitário não a deixará morrer, e o grande sucesso de um simples encontro em uma manhã de domingo em torno da Kombi já diz tudo sobre a sua preservação. Pelas fotos, pode-se notar que não são apenas as relíquias de colecionadores que estão sendo colocados de volta à vida, mas qualquer uma delas que ainda tem condições de rodar. l 44

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clássicos clássicas As fotos falam por si: Kombis de todos os tipos, de todos os anos, nas mais diversas condições de preservação

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clássicas

Encontro Mensal de Motos Clássicas Já é tradição: encontro de motos antigas nas manhãs dos últimos domingos de cada mês no Estádio do Pacaembu

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clássicas

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ão é de hoje que as manhãs de domingo, principalmente as de inverno, foram eleitas como o melhor momento para dar um giro com sua motocicleta. Quando não há nenhum programa familiar agendado, acordar cedo, dar uma voltinha pela cidade ainda sonolenta e encontrar os amigos é sempre muito bom. Macarrão da mama? Ainda assim é possível, depois do rolê. Muitos saem cedo, vão até o local do encontro e ainda voltam a tempo de almoçar com a família. O último domingo de agosto de 2014 começou bonito. Pela janela já foi possível ver o céu azul e o tempo firme. E como último domingo do mês, foi dia do Encontro Mensal de Motos Clássicas, organizado pelo Ricardo Pupo, do site motosclassicas70.com.br. Realizado na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, estava, nesse dia, na 96ª edição, o que atesta a popularidade. Não há quem não queira mostrar sua clássica nesse encontro, mas o que acontece com mais frequência é o local ficar lotado de gente que apenas quer ver as velhas senhoras, principalmente as dos anos 70. No dia dessas fotografias havia algumas Yamaha RD 350, ao lado de uma relíquia: uma Yamaha R5 de 1972, em excelente estado de conservação e não restaurada. Entre as motocicletas nacionais dos anos 70, cujo interesse como clássicas está crescendo muito atualmente, um dos destaques era a Amazonas, fabricada com motor VW 1.600 a ar.

Yamaha R5 de 1972, a precursora da RD 350

Amazonas 1.600, motocicleta brasileira com motor VW

Harley cromada

Honda CB 450 Custom

Honda CB 550 Four 1976

Honda 125 Turuna 1979

Como nesses encontros sempre há uma curiosidade, a melhor do dia foi uma Harley-Davidson totalmente cromada, com tantos penduricalhos que só vendo para acreditar. Vejam e acreditem. l Cultura do Automóvel Abril 2022 47


fashion car

São Paulo Fashion Car

Exposição de clássicos no Memorial da América Latina, em São Paulo, homenageou Carlos Miranda, o Vigilante Rodoviário

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homenagem parecia até ser para o Simca. Mas era mesmo para o eterno Vigilante Carlos, do seriado Vigilante Rodoviário, dos anos 50. Completando 80 anos de idade, o ator Carlos Miranda ainda circulava com seu Simca Chambord amarelo e preto, pelos encontros de automóveis clássicos pelo Brasil.

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fashion car

Plymouth Belvedere 1957, um dos conversíveis mais bonitos dos anos 50

Ford 1933

Buick 1938

Cadillac 1959

Mercury 1946

Ford Galaxie 1967 nacional

Ford 1938 Cultura do Automóvel Abril 2022 49


fashion car

Opel Rekord 1968

Havia também hot-rods na mostra, Studebaker 1952

Volkswagen Sedan transformado em “rat rod”

Outro ângulo do hot rod e do rat rod

Mercury 1951 e Simca Chambord 1965

Chevrolet Impala 1962 50

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Feito em casa

Hot Rod Ford 1933 e picape Ford F100 1959


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