No 41 – novembro 2022
cultura do
automóvel
automóveis e motocicletas
lançamentos - impressões - história
Um show de mega eventos do antigomobilismo
Carlisle Hershey Autoclásica
junkyard
cannonball run
E DI TOR I
F
AL
130 quilômetros
oi quanto caminhamos em duas semanas nas feiras da Pensilvânia. Isso cada um, eu e meu filho Guilherme, estreante nesse tipo de aventura e que levou consigo um contador de passos. O tamanho dos dois locais, conforme as fotos na página ao lado, justifica esse número. A bela fotografia da capa, por sinal, é dele.
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Para ele essas feiras eram novidade, apesar de já ter me acompahado a Araxá e a outros bons encontros, mas é sempre um enorme prazer voltar a elas, depois de um período de carência. Espero que, em próximas ocasiões, as datas permitam visitar também a argentina Autoclásica, que, pelas fotos, também estava maravilhosa.
NESTA EDIÇÃO
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No 41 - Novembro 2022
sumário
04 Pelo Mundo
Um grande evento do antigomobilismo: Autoclásica
10 Carlisle
Recorde mundial como o maior flea market do mundo
26 Hershey
Em área, ainda maior que a vizinha Carlisle
40 Junkyard
Aqui o conhecemos por ferro velho. Mas lá é mais legal
44 Carros no cinema
Cannonball Run, quem não corre, voa
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pelo mundo
Os clássicos na Argentina
M
ais uma vez deixo de visitar a Autoclásica, maior e melhor exposição de carros clássicos da Argentina. Evento internacional, aqui pertinho de nós, mas com data que sempre coincide com uma das maiores feiras de “tudo” do mundo, na cidade de Hershey, nos Estados Unidos. Foi para lá que eu fui, mas não poderia deixar de me inteirar do que aconteceu na Autoclásica, que
comemorou a sua 20a edição em 24 anos de existência durante os dias 6 a 10 de outubro. As fotografias são do site oficial da Autoclásica. A mostra tem lugar em um dos mais bucólicos parques de Buenos Aires, nos jardins do Hipódromo de San Isidro, onde acontecem muitos eventos relacionados ao automóveis. Eu já participei de alguns deles, mas nenhuma vez na Autoclásica.
O Bugatti Type 57 de 1935 foi considerado Best of Show na Autoclásica 2022 4
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pelo mundo
Conforme divulgação da mostra, a Autoclásica é considerada uma das oito mais importantes mostras de veículos clássicos do mundo, ao lado de Peeble Beach Concours e Amelia Island Concours d’Elegance, ambos nos Estados Unidos, Villa d’Este Concours d’Elegance, na Itália, Le Mans Classic e Chantilly Arts et Elegance, ambos na França, Classic Days Schloss Dyck, na Alemanha, e Cartier Travel and Style Concours d’Elegance, na Índia. Eu incluiria
nessa lista o nosso querido Brazil Classics Show, em Araxá, MG, e o evento de Goodwood, em Sussex, na Inglaterra. Apesar de ser um mega evento e bem popular, o National Fall Meet de Hershey tem um encerramento digno de nota, quando os mais antigos e representativos automóveis da história desfilam e ficam expostos em um belo gramado. Veremos esse encontro com mais detalhes nas páginas seguintes desta edição. ç
Há 120 anos, Juan Cassoulet participou da primeira corrida na Argentina, com este Rochester 1901 movido a vapor Cultura do Automóvel Novembro 2022
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pelo mundo
autoclásica 2022
Orestes Berta foi um dos homenageados. Este Berta LR foi campeão brasileiro na Divisão 4 com Luis Pereira Bueno
Ratón Escandaloso, primeira criação de Orestes Berta
Simbiose entre o antigomobilismo e a competição
Ônibus customizados que circulam por Buenos Aires 6
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Alguns esportivos brasileiros em Buenos Aires
autoclásica 2022
pelo mundo
Réplicas de uma dupla bastante conhecida nas pistas nos anos 50, o Mercedes-Benz 300 SLR e seu transporte
Este monoposto Chevrolet levou o primeiro prêmio na categoria Competição Argentina
Os americanos também são bem cotados: Chevrolet Impala 1959 e picape Ford 1936
Nos gramados de San Isidro, entre mais de mil veículos expostos este ano, o veículo considerado Best of Show foi um Bugatti Type 57 1935, sendo que, entre as motocicletas, a escolhida foi uma Harley-Davidson Model-UL de 1947.
Sem deixar de lado a forte tradição esportiva do país, a Autoclásica 2022 deu ênfase a modelos de competição expondo alguns carros de rali, e homenageou importantes nomes argentinos, como Carlos Reutemann e Orestes Berta. l Cultura do Automóvel Novembro 2022
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pelo mundo
autoclásica 2022
Uma galeria de motocicletas clássicas
Muitas motocicletas na Autoclásica. Na foto à esquerda, a Best in Show, uma Harley-Davidson de 1947
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autoclásica 2022
pelo mundo
Também memorabilia e flea market na Autoclásica
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feira evento
Caçadores de relíquias
Nem é preciso procurar muito, elas estão em toda parte
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feira evento
Q
ual é o fascínio que exerce em uma pessoa um campo lotado de automóveis, motocicletas e outros itens diversos, todos eles bem antigos e alguns bem enferrujados? Só pode responder a essa questão quem tem aquele velho e conhecido “vírus da ferrugem”, que, quando ataca um ser humano, faz com que ele passe a gostar de coisas velhas, a
admirar antigos carros de qualquer marca ou mesmo relembrar aquele velho possante do seu avô. Pensando bem, ninguém consegue explicar tal fenômeno, nem mesmo os infectados, mas é bem possível reuní-los, como acontece todos os anos em uma das mais legais feiras de antigos do planeta, o Fall Carlisle. Estivemos lá neste ano. ç
Um enorme e muito agradável campo lotado de relíquias é o que pode esperar um visitante do Fall Carlisle Collector Car Swap Meet, Corral & Auction, na Pensilvânia Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Carlisle 2022
Um furgão Ford P-350 dos anos 50, conhecido por Ford Vanette, Stepvan ou Stepside Van
Um Hilmann 1948. Inglês, manteve a placa original 12
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carlisle 2022
feira
Chega de ferrugem, a picape Ford 1948, o Ford 1939 e o furgão Ford 1960 são os últimos. Belos carros a seguir
Uma visita ao Fall Carlisle pode ter vários aspectos, como o dos colecionadores, que para lá se dirigem à procura de novos itens para suas coleções, ou o dos simpatizantes pelo hobby, que olham tudo e trazem apenas algumas lembranças, ou dos profissionais, à
procura de um bom negócio. O meu caso é o segundo, já que está cada vez mais difícil – e caro – trazer algo grande do exterior. Com o adicional de fazer a cobertura jornalística do evento, se bem que não há muito mais o que contar do que as próprias imagens nestas páginas mostram. ç Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Carlisle 2022
O primeiro dia da feira não estava muito cheio. Esse é o local para venda de veículos
Este Ford Galaxie Starliner de 1960, bastante customizado, estava à venda por US$ 130.000
Este Ford Fairlane XL 500 1967, mais discretamente customizado, estava à venda por apenas US$ 32.000 14
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Carlisle 2022
Neste ano de 2022, depois de um hiato devido à pandemia, a feira de Carlisle tinha um ar de recuperação, apesar dos rumores de que não seria uma boa edição do evento. De fato, no primeiro dia, uma quarta-feira, o ambiente estava fraco, com muitos espaços vazios. Ainda. É que o dia frio postergou a chegada de muitos expositores, pois, no dia seguinte, na quinta-feira, o local estava lotado.
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É claro que já vi edições mais concorridas da feira de Carlisle, às vezes sem um local vazio sequer, mas, neste ano, a liberação de um espaço dentro da feira para os veículos credenciados para a mídia foi providencial, praticamente me fazendo sentir como um dos expositores, como aqueles que acampam pela semana inteira ao lado de suas barracas. ç Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Os expositores de Carlisle realmente ficam muito à vontade em seus acampamentos particulares 16
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Pelos gramados de Carlisle estão expostos os mais variados tipos de veículos, de muscle cars a carrinhos de golfe
A cobertura jornalística, por sua vez, não parece muito importante para os americanos, já que, durante todos os seis dias que durou a mostra, não vi ninguém portando credencial de impresa, além de mim e de meu filho Guilherme, que, às vezes, também é o fotógrafo de plantão. Muitas fotografias são dele. A feira de Carlisle tem áreas que reúnem vários tipos de expositores.
Os mais comuns e numerosos são os que levam seus carros e “acampam” ao lado deles, sejam carros prontos ou em fase de restauração, ou mesmo carros “no estado”, que estão inacabados ou bastante enferrujados. O curioso para nós, observadores, é que eles fazem sua própria sala de visitas em seus espaços, geralmente bem instalados em suas barracas ou mesmo em seus motohomes. ç Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Há os espaços para o mercado de pulgas – flea market, como eles o denominam – com muitas mesas com os mais variados objetos à venda. Enorme tentação não só para quem está infectado pelo vírus da ferrugem, mas também para quem curte objetos vintage. Outros espaços reúnem veículos à venda, muitas vezes nem antigos são, mas sempre com características que são muito atraentes. Como foi o caso deste ano, com uma verdadeira
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invasão de picapes full-size, novas e antigas, disponíveis para venda ou simplesmente acompanhando um expositor, geralmente servindo de transporte para veículos maiores. Há ainda os espaços cobertos, um deles para abrigar os carros que vão a leilão (realizado em um edifício próximo, mas fora da área da feira) e outros para memorabilia, geralmente produtos como livros, posteres ou luminárias de neon, mais suceptíveis às intempéries. ç Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Além de todos os objetos que nos fazem parar em praticamente todas as barracas – grandes ou pequenos, veículos ou peças – para observá-los, é especialmente interessante observar as pessoas que circulam pela feira, dos mais variados semblantes, mas como se todos tivessem o mesmo objetivo, que é encontrar objetos de interesse. A maioria deles puxa um carrinho, alugado ou de sua propriedade, para transportar os itens adquiridos.
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Muitos deles se transformam em verdadeiros murais ambulantes de anúncios, pendurando em si mesmos cartazes divulgando o que eles têm para vender, ou mesmo o que eles estão procurando para comprar. Uma constatação, como já se nota nesse meio há algum tempo, é a grande maioria de pessoas de mais idade fazendo negócios, já que os mais jovens estão mais voltados ao lado comercial dos veículos dos que dos itens colecionáveis. ç Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Alguns carros mais que especiais
Em um local exclusivo de toda a feira de Carlisle estava exposto este Nash Ambassador Slipstream 1946. O carro não chamaria tanto a atenção se estivesse fechado, mas o destaque se deveu justamente para ressaltar os atributos desse veículo. O Nash Ambassador 1946 é o mesmo carro de 1942, com mínimas alterações em relação ao original, , já que, nesse intervalo, a indústria automobilística norte-americana focou apenas na produção de veículos militares. A grande sacada do Nash Slipstream era a possibilidade de ser utilizado como dormitório, o que era muito comum e até necessário entre os vendedores, que passavam muito tempo na estrada. Para isso, o banco traseiro podia ser transformado em cama, unindo-se ao espaço destinado ao porta-malas. Além disso, o carro tinha alguns equipamentos extra, como ar interior climatizado, para conforto dos ocupantes durante a noite, cortinas para os vidros , rádio Zenith de longa distância e porta-lenços de papel embaixo do painel. Tudo original de fábrica. 22
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Especializados no jipinho da Ford
O Ford Bronco foi um jipinho lançado em 1966 para concorrer no segmento do Jeep Willys. Foi produzido até 1996 em seis gerações e agora voltou à produção como um revival do icônico modelo original, compartilhando o chassi da picape Ford Ranger. Uma barraca em Carlisle chamava a atenção pelos Ford Bronco originais expostos, ao lado de um Ford Bronco atual e de um pequeno Bronco moldado a partir de um carrinho de golfe elétrico. A empresa, que é especializada na restauração do jipe original, tem à disposição dos interessados os mais variados componentes para quem curte o Ford Bronco. Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Normalmente a feira de outono de Carlisle termina no domingo, com os expositores desmontando suas barracas e partindo à tarde, mas este ano foi um pouco diferente. Depois de uma quinta-feira ensolarada e maravilhosa, em relação ao clima e à quantidade de atrações, uma chuva torrencial na madrugada fez com
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que a sexta-feira começasse úmida e fria, fazendo com que praticamente todos encerrassem ali as suas participações, expositores e visitantes. Assim, Fall Carlisle 2022 terminou dois dias antes. Mas valeu por um dia, pela possibilidade de obter muitas fotografias. Imagens que falam por si. l Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Hershey:
um mundo de peças e relíquias A feira na terra do chocolate é uma das maiores do mundo
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á quem diga que duas grandes feiras de veículos antigos em seguida chega a ser exagero. Sai de uma, entra na outra. Pode ser, mas dificilmente quem se dispõe a ir até a Pensilvânia, principalmente se for de outro país, fica satisfeito ao visitar apenas uma delas, aí aproveita e fica nas duas durante todo o tempo. E foi o que fizemos: duas grandes feiras de antigos em dois fins de semana seguidos. Nas páginas anteriores vocês conheceram a feira de Carlisle, cuja 26
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especialidade são os veículos do pós guerra, desde sua primeira edição, em 1974. É claro que atualmente os veículos lá expostos acabam abrangendo todas as épocas, mas os carros dos anos 50 ainda são as preferências dos participantes. Já a feira de Hershey, no fim de semana seguinte, tem como foco principal veículos e objetos mais antigos, de antes da segunda guerra, mas, da mesma forma, acaba reunindo memorabilia referente a praticamente todas as épocas. ç
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Não apenas itens relacionados a automóveis são oferecidos, mas todos eles com muita história para contar
Placas, brinquedos e todos os tipos de memorabilia para coleção ou decoração se tornam irresistíveis em Hershey Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Os espaços em Hershey são divididos por categorias
A feira de Hershey, na cidade de mesmo nome (onde está sediada a fanmosa marca de chocolate) é monstruosamente grande, ocupando uma área de 3,5 milhões de metros quadrados, o equivalente a 3,5 vezes a superfície do nosso Autódromo de Interlagos, ou o dobro da área do Parque do Ibirapuera. Imagine essa tamanho todo ocupado por barracas, carros, caminhões, motocicletas, barcos e, às vezes, até trens e aviões, tudo isso representando curiosidades impedíveis, de comprar ou, no mínimo observar. Os quatro dias da exposição parecem não serem suficientes para conhecer tudo no nivel de detalhes que gostaríamos. 28
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Diferentemente de Carlisle, onde os gramados ditam as posições dos expositores, na feira de Hershey tudo é distribuído em um imenso estacionamento asfaltado, com várias áreas delimitadas. No mapa acima, só para ter uma ideia dos tamanhos, as três grandes edificações – o Giant Center, estádio que abriga o time Hershey Bears, de hóquei no gelo, o Chocolate World, que é uma espécie de disneilândia dos chocolates, e o HersheyPark Stadium, onde se realizam jogos de futebol americano e ainda tem o Star Pavillion, um imenso palco para shows musicais grandiosos –, parecem pequenos em relação à área total da feira. E são locais que podemos visitar e nos abrigar durante a estada entre os carros antigos. Algo bastante útil, já que há pouca sombra em toda a área e essas facilidades contam com sanitários e oferecem descanso para as cansadas pernas dos visitantes. ç
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Cerca de três mil expositores ocupam os 3,5 mil metros quadrados da exposição
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Os mais antigos, do início do século passado, como este Oldsmobile 1904, costumam desfilar pela área da feira 30
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Um triciclo elétrico Carter, inglês, do início dos século passado, circulava pelo local
Este carro de bombeiros do século 19 pertencia à companhia canadense Waterous, criada em 1844 Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Um raro Chrysler Airflow 1935. Raro porque, apesar de ser aerodinâmico, o público o considerou feio e não comprou
Belíssimo woodie feito a partir de um Ford 1946 32
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dentro D’água O Amphicar foi um automóvel anfíbio lançado em 1962 que podia navegar. A ideia era interessante e ousada, mas o que se dizia, na época, é que o Amphicar tinha um desempenho de barco na estrada. e pior ainda na água. De uma forma ou de outra, era um verdadeiro anfíbio. Foram fabricados cerca de 800 unidades, muitas delas ainda na ativa, funcionando e navegando.
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Nas milhares de barracas de peças – cerca de três mil delas – é sempre possível encontrar aquele par de faróis para um Whippet 1929 ou algo semelhantemente difícil de se ver em feiras comuns, ou outras coisas referentes ao início do século passado. Basta ter paciência para procurar – e perguntar bastante. Já os veículos são de todas as épocas, mas uma característica dessa feira é a circulação constante dos mais antigos, geralmente aqueles cuja restauração foi bem difícil e o feliz proprietário faz questão de desfilar com ele. Carros a vapor circulando entre as barracas são relativamente comuns. Pelas laterais da exposição há um espaço corrido por onde os carros também circulam e estacionam para venda. É a parte mais interessante da mostra, já que não há barracas ao seu redor e eles ficam mais à mostra. Dali, no último dos quatro dias do evento (eram cinco, terminando no sábado, mas este ano terminou na sexta-feira), os carros fazem um desfile até o outro lado da área, onde há um gramado caprichosamente cuidado para uma exposição especial. Eles devem chegar lá funcionando, às 9h00, e sair às 15h00, com exceção dos carros de competição, que podem ser transportados até um local especialmente reservado. A empreitada de conhecer todos os cantos de Hershey não é fácil, estimamos que caminhamos cerca de 15 km por dia, indo e voltando a todo momento. Mas que é que está preocupado com isso? l Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Meus dois Chevrolet preferidos, um Bel Air 1955 e um Impala 1963
No gramado de Hershey, no último dia, uma bela exposição de três Plymouth Road Runner Superbird 34
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O Plymouth Superbird foi uma versão especial do Road Runner, feito para vencer o Ford Torino na Nascar em 1970
O Plymouth Road Runner Superbird era ainda mais aerodinâmico do que o Dodge Charger Daytona, do qual derivou Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Alguém já havia visto, ao vivo,, a versão comercial do Chevrolet Corvair, com motor boxer traseiro de seis cilindros?
Os caminhões de serviço estavam bem representados, como este Divco S de 1936 e este Ford Modelo AA de 1929
Um caminhão Ford Modelo A de 1930 e, ao lado, o mais enferrujado é um International Modelo H de 1918
Bem curioso este caminhão Willys Jeep FC 150 de 1958. Ao lado, um Autocar UD COE de 1935 36
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digno de nota
Bem estranho, esse Brewster de 1934
Este Crosley Flying Saucer de 1947 me chamou a atenção no gramado de Hershey. Muito estranho, feio, até, mas bastante representativo. A Crosley, fabricante norte-americana de 1939 a 1952, introduziu muitas inovações no mercado da época, por meio de seus produtos bem populares. Merece uma reportagem especial sobre isso. O Flying Saucer, ou “disco voador”, foi uma criação especial baseada no Crosley Roadster, que recebeu até componentes de outras marcas.
E esse Brush, alguém conhece?
Um Locomobile passeando pela feira Cultura do Automóvel Novembro 2022
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Dois Stanley a vapor Modelo 70 de 1910. O da direita estava à venda por US$ 138 mil. Quanto será que vale o outro?
Milburn elétrico 1921 e Morgan Threeweeler 1933. O Cartercar Model R Roadster 1912 estava à venda por US$ 175 mil
Modelos do início do século passado, uma especialidade em Hershey 38
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especial
Um monte de
ferro-velho
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Não é apenas um local onde os carros terminam sua jornada, mas um pedaço da história
especial
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m qualquer lugar do mundo, quando você precisa de uma peça para seu automóvel, ou compra em uma loja ou então, se for um modelo antigo, procura em um ferro-velho. Neste junkyard, perto da cidade de Filadélfia, percorrer
seus corredores é como relembrar a história da indústria automobilística norte-americana. São mais de 2.500 automóveis divididos por épocas. O mais interessante é o muro que circunda a área, totalmente formado por automóveis empilhados. ç
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especial
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especial
Mais do que fornecer valiosos componentes para quem está na aventura de restaurar um clássico, os ferros-velhos servem de diversão para os turistas que ainda não cansaram de caminhar entre as barracas de Carlisle e Hershey. O programa é rodar até um junkyard bem recheado de carros enferrujados e gastar o único dia livre que há
entre as duas feiras. Difícil é controlar os ânimos na hora em que achamos o que faltava em nosso automóvel. Nesse caso basta munir-se de ferramentas e, literalmente, arrancá-lo do coitado do carro doador. Depois é como um supermercado: leve a peça ao dono do local que ele vai lhe arrancar mais alguns dólares. l Cultura do Automóvel Novembro 2022
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carros no cinema
Cannonball Run Neste fime, quem não corre, voa
Um Subaru voador?
Nas primeiras cenas, um Lamborghini Countach LP 400S de 1980 dá canseira nos policiais com um Pontiac Firebird 44
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carros no cinema
S
abe aquele desenho em que os personagens disputam uma corrida maluca? Isso mesmo, Corrida Maluca, aquele do Dick Vigarista e do Muttley! Este filme de 1981, Cannonball Run, que tem o título original traduzido por “Quem Não Corre, Voa”, é mais ou menos a encarnação de personagens humanos
ao velho roteiro de 1968. O mais curioso, no caso, é que Cannonball Run era mesmo uma corrida de verdade, clandestina, cujos competidores deveriam cruzar os Estados Unidos, da costa leste até a Califórnia, em busca de diversão e de um prêmio em dinheiro. Alguns deles corriam apenas pela fama. ç
Uma motocicleta voadora? Cultura do Automóvel Novembro 2022
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carros no cinema
cannonball run
O ator Roger Moore faz papel dele mesmo, satirizando o seu personagem James Bond, neste Aston Martin DB51963
Essa corrida originou alguns filmes do gênero, como Cannonball (A Corrida do Século, 1976), com David Carradine, e The Gumball Rally (Uma Corrida de Loucos, também de 1976), com Raul Julia. Entre outros, já que a fórmula sempre rendeu boas bilheterias. A justificativa para este filme, que repete a fórmula cinco anos depois, é a galeria de grandes atores, alguns sérios, mas que se deram bem em papéis cômicos. É o caso de Roger Moore, que satiriza seu próprio personagem, James Bond, e brinca com seu nome real nesta comédia. Burt Reynolds, o ator principal, já havia se especializado em comédias desse tipo, como A Última Loucura de Mel Brooks (Silent Movie, 1976), e Agarra-me Se Puderes (Smokey And The Bandit, 1976), mas outros 46
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atores entraram na onda, como Dean Martin, Sammy Davis, Jr., Peter Fonda e Farrah Fawcett. Isso sem falar de Dom DeLuise, um comediante de carreira, Jackie Chan, começando carreira em Hollywood (fez muitos filmes antes, na China) e a inexpressiva Bianca Jagger. Mas viemos aqui não foi para falar de Hollywood, mas sim dos carros. Quarenta anos atrás, os carros de desejo eram diferentes e alguns deles aparecem em Cannonball Run. O filme começa com um Lamborghini Countach LP 400S de 1980 dando muito trabalho aos policiais que o perseguem em um Pontiac Firebird, também de 1980. Ressalto que, na época, eu queria ter um Pontiac desses, um belíssimo muscle car, mas nunca desejei ter um Lambo, um superesportivo longe da realidade.
cannonball run
carros no cinema
Para entrar na corrida, Burt Reynolds troca seu Porsche 911S 1968 pela ambulância Dodge Sportsman 1978
Chega a ser curioso o fato de que o principal veículo nessa corrida, e também do filme, não seja um carro esportivo, nem ao menos é um carro, mas sim uma van. Como no começo do filme o personagem de Burt Reynods estraga seu Porsche 911S de 1968 em uma blitz policial (na verdade o carro já estava estragado antes disso), ele usa uma ambulância para participar da corrida. E para não ter problemas com a polícia, ele contrata um médico e sequestra a mocinha do filme para que se passe pela de paciente que está sendo transportada. A mocinha é ninguém menos que Farrah Fawcett, a deusa das telinhas dos anos 80. Esse médico, que está mais para Dr. Frankenstein, é o personagem mais engraçado do filme, juntamente com o co-piloto de Burt Reynolds, o comediante Dom DeLuise. Podemos ver muitos carros na cena de largada, em Connecticut, mas alguns deles não são mais vistos com frequência durante o filme, como é o caso de um Ferrari Dino 246 GTS de 1974, um Chevrolet Chevelle Laguna 1976, um Chevrolet Monte Carlo 1976 e de um Rolls Royce Silver Shadow 1974. ç
Ferrari Dino 246 GTS 1974
Chevrolet Chevelle Laguna 1976
Chevrolet Monte Carlo 1976
Rolls Royce Silver Shadow 1974 Cultura do Automóvel Novembro 2022
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carros no cinema
cannonball run
Um furgão GMC Vandura 1978 e um Ferrari 308 GTS também de 1978
Os veteranos atores/cantores Dean Martin e Sammy Davis, Jr. são outra dupla cômica, que participam da corrida com um Ferrari 308 GTS de 1978, fingindo serem padres. Eles bem que poderiam ser a dupla Dick Vigarista e Muttley do filme. A dupla reviveu tempos áureos de seu grupo dos anos 50 e 60 chamado de Rat Pack, do qual fazia parte também Frank Sinatra. O fraco roteiro desse filme faz com que os apreciadores de automóveis aproveitem mais a brincadeira de reconhecer os modelos dos carros que aparecem na tela do que a história, mas, ainda assim, há mais estrelas no filme do que carros bem bacanas. Terminamos em pouco tempo de
apontar mais alguns carros e depois passamos a reconhecer os astros do cinema. Um furgão mais interessante do que a ambulância do grupo principal é a GMC Vandura 1978, mas que aparece muito pouco. Da mesma forma, um Fusca Baja corta a tela por segundos, mostrando que naquela época os buggies para areia estavam no auge. A dupla chinesa da qual faz parte o ator Jackie Chan participa da corrida com um pequeno Subaru DL 1980, totalmente equipado com o que poderia ser considerado a maior tecnologia eletrînica da época. Fake, é claro.Afinal, Chan queria mais era assistir filmes pornôs no videocassete do carro.
Os dois Pontiac da polícia, o Le Mans e o Firebird. Ao lado, a picape GMC C35 de 1980 48
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cannonball run
carros no cinema
O Subaru DL 1980 de Jackie Chan e um Fusca transformado em Baja Bug, uma febre da época
Entre os carros das várias polícias estaduais por onde os competidores cruzaram, destaque para a dupla de Pontiac, Le Mans e Firebird. E perseguindo uma picape GMC 1980 está uma Kawasaki KZ 900 bem parecida com a do seriado CHiP’s. Por fim, apenas para relacionar mais um carro que aparece por instantes no começo do filme, um Honda Civic 1973, dos pequenos. Como bônus, apenas para os iniciados, dois monopostos de competição RF80 fabricados pela Van Diemen. A surpresa mais ao final do filme foi o surgimento de uma gangue de motociclistas, do tipo Hell’s Angels, mas muito mais comportados do que eles. E o mais interessante é que o líder do grupo é ninguém menos do que Peter Fonda, o protagonista de Easy Rider, o mais famoso filme de
motociclistas de todos os tempos (Sem Destino, 1969). Não se pode deixar de notar a tentativa de apimentar a comédia, com a aparição de belas e sensuais atrizes, mesmo em pontas menores, como a enfermeira e a policial do estado de Oklahoma. A crítica cinematográfica jogou duro com o filme, na época, mas a turma menos especializada, em especial admiradores de automóveis, ficou maravilhada com Cannonball Run. Afinal, tinha carros l
Dois monopostos Van Diemen RF80
A Kawasaki KZ 900 Police Special e um pequeno Honda Civic 1973 Cultura do Automóvel Novembro 2022
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carros no cinema
cannonball run
Uma galeria de gente famosa
Roger Moore e uma de suas namoradas no filme
Farrah Fawcet é a bela mocinha do filme
Burt Reynolds, Dean Martin e Sammi Davis, Jr.
Adrienne Barbeau e Tara Buckman dirigem o Lambo
Ao centro, Jackie Chan em começo de carreira nos EUA
Vickie Reigle é a enfermeira
Peter Fonda é o motociclista encrenqueiro, Valeria Perrine é a policial e Dom DeLuise o eterno cômico 50
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