ENFRENTANDO A COMPLEXIDADE REAL: GEO↔ANTROPUS↔HOMO↔GRAFIA VIRTUAL↔DIGITAL

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical

ENFRENTANDO A COMPLEXIDADE REAL: GEO↔ANTROPUS↔HOMO↔GRAFIA VIRTUAL↔DIGITAL RESUMO A "cidade", como espaço urbano na complexidade do mundo real percebido virtualmente, evidencia apenas parte desintegrada do "todo", que é a geo↔antropus↔homo↔grafia virtual↔digital. Assim, a cidade é um falso objeto de análise científica e a Geografia Urbana é uma falsa disciplina, que obscurecem, limitam e desvirtuam o objeto de estudo da Geografia. O objetivo ambicioso de um pesquisador deve ser ampliar os "debates científicos" da crise Geo-antropus-homo nossa contemporânea em abordagens críticas da "(não)cidade". Debates democráticos genuínos de posições, contradições, antagonismos, concorrências e crises do(no) mundo real, a partir de nosso mundo virtual e mediado pelo nosso mundo digital. Um mundo humano em plataforma digital "ligada" às pontas dos dedos de gente local proativa. O geógrafo deve contribuir na construção dessa plataforma. Palavras-chave: Ciência computacional; Democracia genuína; Mundo humano.

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1. INTRODUÇÃO Com este artigo pretendo continuar a "enfrentar" a complexidade do mundo real a partir da complexidade do mundo representativo do antropus↔homo. Uma "epopeia" que: começou em 2006/2007, com uma monografia de graduação, sobre pequenos produtores familiares de cana de açúcar de um lugar; em 2011, passou por uma monografia de especialização, que indaga por onde andava a responsabilidade social na economia humana desse mesmo lugar; parou pulsando em março de 2012, com uma monografia de outra especialização, apontando para uma incubadora tecnológica de integração humana desse lugar na respectiva região; e, a partir de março de 2012, pipoca fora desse lugar, numa academia, para tentar construir um protótipo dessa incubadora, que facilite um "futuro presente" amoroso possível, dado um "presente contínuo" penosamente limitado ... Assim, a partir da complexa "cadeia↔evolutiva" (ou "emaranhado evolutivo") da descendência humana organizada em (ou a partir de) "próteses territoriais"1 e "próteses disciplinares", considerando as "marcas humanas dominantes" que conheci até agora, no planeta Terra e fora dele, e o "estado da arte paradigmática", posso idealizar esta "cadeia↔cultural" de influências de propagação recíproca que "cozinharam" e parecem dominar o caldo homo-antrópico no Brasil: ... sino ↔ hindu ↔ persa ↔ mesopotâmica ↔ egípcia ↔ fenícia ↔ cretense ↔ helena↔ romana ↔ teuto ↔ anglicana ↔ americana ... Dessa

mixórdia

de

culturas

e

contra-culturas,

(pseudo)dominantes

e

(pseudo)paradigmáticas, destaca-se aqui uma tetra-influência de alguns signos e traços herdados pelo mundo contemporâneo da cultura heleno-romana, mais conhecida por cultura greco-romana, bem como da cultura anglicano-americana. Que no Brasil assume a forma falsa de penta-influência, com a inclusão da herança colonial portuguesa. Porém, da "cidade-estado" ao "estado da cidade" contemporânea, nos "estados de cidades" contemporâneos, da "ágora" ao "agora", a partir dessa co-herança de quatro civilizações posicionada por conjunturas de dispersão exagerada de pessoas, dado um "presente contínuo" penosamente limitado e sufocado por conjunturas de aglomeração exagerada de pessoas, um "futuro presente" amoroso é possível, aliando democracia humana, ciência humana, tecnologia humana e ação política humana. 1

XIII SIMPURB. II Circular (p.4). Março de 2013.

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical Por isso, neste trabalho, a Geografia Urbana é olhada, por uma perspectiva crítica radical, como sendo uma pseudo-ciência preocupada com a sociedade "humana". E, como ciência, deve ser pensada para que "auxilie" a Geografia a cumprir o seu papel (intrainter)disciplinar na sociedade brasileira e nas demais sociedades humanas, afastada dos "culpados de costume" contemporâneos: os mitos das heranças greco-romana, anglicanoamericana; e, no Brasil, até da herança portuguesa... Assim, tendo este capítulo 1 como pano de fundo, este trabalho desenvolve-se por mais seis capítulos. O capítulo 2, que atenta para a falsa dicotomia "teoria x empiria" nossa contemporânea e seus mitos. O capítulo 3, que mostra como devem funcionar "reflexão e prática" de forma não-dicotômica. O capítulo 4, que evidencia a "posição integrada" e a "ação conjugada requerida" quer da Geografia, em geral, quer da Geografia Urbana, em particular, numa interação do ambiente natural com o ambiente social humano. O capítulo 5, que apresenta a "questão urbana" como um falsa questão, que não deve ser respondida pela Geografia Urbana ou pela Geografia. O capítulo 6, que se restringe à minha conclusão. E o capítulo 7, que se atem a uma única "referência bibliográfica": a II Circular do XIII SIMPURB de Março de 2013 - pois este trabalho beneficia-se de outros trabalhos meus que se (apro)fundam em revisão bibliográfica muito extensa que fiz de 2006 a 2012 como "catador de lixo acadêmico" e "catador de lixo social", que não cabe em 20 páginas...

2. TEORIA E EMPIRIA A teoria contemporânea limita a ciência humana ao conhecimento científico de doutores, mestres e especialistas formados (e forjados) em universidades situadas em "cidades-capitais" e algumas "cidades-grandes". E a teoria ostentada pela Geografia Urbana não é exceção. São os doutores de cada cátedra que comandam e administram aristotelicamente os projetos de pesquisa nas universidades, financiados por recursos de terceiros, públicos e/ou privados, mas para atender apenas às "suas" linhas de pesquisa científica. Principalmente nos projetos de pesquisa executados com recursos do erário, paradoxalmente, o "objetivo ambicioso" que interessa é o do "doutor-pesquisador", mesmo que esse objetivo não esteja alinhado com os objetivos da unidade disciplinar autônoma pela qual ele é responsável, nem com os objetivos maiores da universidade pública.

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical No entanto, os objetivos maiores da universidade (manifestação concreta do "saber metódico", não necessariamente "cartesiano") devem levar em conta as preocupações com o primordial interesse da sociedade humana como um todo (manifestação concreta do "saber ingênuo") que banca indiretamente as suas pesquisas. Porém, o que se observa é que essas cátedras da Academia Moderna aristotélica transformaram quer o passeio socrático aleatório quer a Academus de Platão em ilhotas catedráticas de enxertos acadêmicos em enclaves urbanos. A empiria contemporânea, consubstanciada nos "trabalhos de campo", tem tido papel de mero coadjuvante nas teses dos doutores, dissertações de mestres e monografias de especialistas. Os casos raros da "devolutiva" acrescentam pouco aos que viraram dados e números estatísticos significativos. E a empiria alardeada pela Geografia Urbana não é exceção. Por tudo isso, o pensar de forma metódica, mas livre, transformou-se numa "tortura acadêmica" de muitos, praticada por tão poucos. Nesse sentido, na dicotomia teoria versus empiria, o pensar é tanto um ato de rebeldia quanto um ato de pseudo-cidadania! Desse modo, a ciência "tem ajudado" a (pseudo)democracia alimentando "fazedores" de (pseudo)política e "prometedores" de (pseudo)bem-estar social! E o resultado fica evidente em 2013, no Brasil, no fim escaldante do Outono e no início quente do Inverno... E a Geografia Urbana não deve omitir-se. Porém, da "ágora" ao "agora", relembro que: Dos gregos, veio a pólis ou "cidade-estado", que definiu um modo urbano de vida que seria a base da "civilização ocidental". Ela é formada essencialmente por uma Acrópole (templos num "espaço divino" para a vida e proteção espiritual de todos), uma Ágora (uma praça principal, onde pulsava a vida urbana pública, tanto no espaço livre de edificações, quanto nos seus limites compostos por edifícios de caráter público, mercados e feiras livres), uma Ástey (a parte mais propriamente urbana, onde moravam os citadinos e pulsava a vida urbana privada) e uma Khóra (a parte agrícola, onde pulsava a vida rural privada, com os camponeses e o cultivo dos alimentos que supriam a ástey). Dos romanos, veio tanto o direito social (o "direito divino" e o "direito humano" intermediados pela "religião católica" dirigida por um "papa" e suas "bulas"), quanto as lutas sociais e as conquistas da plebe (classe popular da sociedade romana). Dos ingleses, chegou a revolução industrial que levou a outras revoluções, incluindo a revolução urbana. E dos norte-americanos, vem-se impondo a revolução 4 / 18


XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical das tecnologias de informação, e revolução dos serviços de informação e financeiros, que levou a revolução comercial, a revolução de serviços, a revolução agrícola, a revolução industrial, a revolução tecnológica, a revolução financeira e a revolução urbana, a escalas então inimagináveis... Enfim, um verdadeiro caos social! o caos humano no caos da informação no caos da tecnologia no caos da natureza! No Brasil, com a inclusão da herança colonial portuguesa entre os "culpados do costume", essa influência cultural assume a forma falsa de penta-influência. Mas, dessa tetra-influência de alguns signos e traços herdados pelo mundo nosso contemporâneo, bem como da penta-influência no Brasil, o que é que a Geografia, em geral, e a Geografia Urbana, em particular, têm a ver com isso tudo? Para responder a essa questão genérico-particular, elimino teórica e radicalmente essa "tetra-influência" do mundo em geral e penta-influência do Brasil. E apresento agora, nesta mini-ágora, um dueto teórico↔empírico entre o passado morto e o futuro inexistente! Dueto que é parte de um processo humano social que se desenvolve num presente vivo integrado num processo de mudança do(no) planeta Terra algures na Uni(di)versidade viva. E só aqui qualquer ação humana pode ser responsabilizada efetivamente pelo que tenta legar ou lega, na complexidade do mundo real e das nossas representações deste... Ora, em termos de signos humanos, toda ação se consubstancia em verbo e o verbo responsabiliza o seu agente. Do caldo antrópico de signos, após ter desenvolvido um método híbrido para enfrentar a complexidade que me rodeia e da qual faço parte como um todo, escolhi catorze verbos - a priori considerados aqui significativos para responsabilizar qualquer agente humano - que coloquei em ordem alfabética e numerei sequencialmente: 1) aprender; 2) conhecer; 3) convergir; 4) conviver; 5) estar; 6) fazer; 7) pensar; 8) pertencer; 9) poder; 10) saber; 11) ser; 12) sobreviver; 13) ter; e 14) viver. Seguidamente, reposicionei esses micro-signos estáticos num micro-sistema dinâmico, usando meu método híbrido. Nesse reposicionamento, o poder aparece como única ação efetiva e quatro são as ações críticas (aprender, conhecer, pensar e saber) que formam o grupo crítico educação. Após essa micro-sistematização, usei uma matriz de causa e efeito (Vester) e respectivo gráfico de dispersão, estabeleci relações interdependentes dessas catorze ações do(no) "processo humano social", e determinei prováveis graus de causalidade. (Figura 1)

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical Utilizei esses prováveis graus de causalidade para redefinir um fluxo de causalidade dessas catorze ações humanas (Figura 2). Nessa redefinição metódica, destaco o viver, agora com única ação crítica, que substituiu o poder. Este passou a ser uma ação passiva. Enquanto que aprender, conhecer, pensar e saber - antes críticas, e pertencentes ao grupo educação -, a que se juntou o convergir, são as cinco ações efetivas. Finalmente, ressalto ainda que o pensar é a "causa das causas"... Depois, alinhei ações e respectivos agentes em percursos co-variantes definidos pelas respectivas intensidades nesse fluxo de causalidade. Mas ajustados ao viver (marco "0"), "ação crítica" que, na árvore da vida humana, é o ramo crítico ("tronco" da árvore ou ramo principal), enquanto que os demais tipos de ações correspondem aos demais ramos dessa árvore: ramo efetivo, ramo passivo e ramo indiferente. Foi nesta fase que emergiu, da "sopa cósmica" e do "caldo antrópico", o percurso mais reto e curto para a satisfação de necessidades obrigatórias da vida humana: "pensar→ser→estar→sobreviver". Nele, cada ser humano, é (auto)consciente, (re)ativo, e (auto)dirigido por uma imagem do futuro na mente para influir sobre o sistema - numa complexidade teleológica. Além disso, apesar do medo e do intercâmbio, esse ser complexo teleológico, no seu "presente", opta pelo amor para atender tanto à satisfação de suas necessidades quanto ao interesse comum na construção do "futuro" da Humanidade. Para isso, ele integra o seu "mundo virtual" ao dos outros (mundos de representação humana) e ao "mundo real", pela mediação de um "mundo digital". Para tal, aproveitará a multiplicação e aceitação impressionante de iniciativas contemporâneas nos planos da tecnologia, dos sistemas de gestão local, do uso da internet para democratizar o conhecimento, da descoberta de novas formas de produção menos agressivas e de formas mais equilibradas de acesso aos recursos. Assim sendo, compete a esse ser complexo teleológico amoroso tecnológico, imaginar e construir uma Plataforma Digital de Censo, Senso e Integração Objetiva de Hologramas Interdependentes (PDCSIOHI), que, no seu local e sua respectiva região, organizará digitalmente toda a sociedade baseado num entroncamento sistêmico destas duas tríades: MEDO ↔ AMOR ↔ INTERCÂMBIO REAL ↔ DIGITAL ↔ VIRTUAL

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Figura 1 - PROCESSO HUMANO SOCIAL: Matriz de Causa/Efeito e Gráfico de Dispersão (Elaborado pelo autor em sua monografia de 2011)

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Figura 2 - PROCESSO HUMANO SOCIAL: Fluxo de Causalidade (Elaborado pelo autor em sua monografia de 2011)

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical 3. REFLEXÃO E PRÁTICA Continuando a responder àquela questão genérico-particular2, entrelaçando-se com o meu "dueto teórico-empírico", apresento agora, também nesta mini-ágora, o meu dueto reflexão↔prática...

Figura 3 - PROCESSO METODOLÓGICO: Complexo Reverso Hiperbólico Swotiano Vesteriano Coheniano (Elaborado pelo autor em sua monografia de 2011) Eu, um ser complexo teleológico amoroso tecnológico, cheguei ao meu método híbrido e mutante para enfrentar a complexidade, por reflexão e através de um processo metodológico ao qual, nessa fase, designei por Complexo Reverso Hiperbólico Swotiano Vesteriano Coheniano (Figura 3).

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O que é que a Geogra fia, em geral, e a Geografia Urbana, em particular, têm a ver com isso tudo?

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical Esse

processo

evidencia

um

sistema

integrado

-

onde

impera

uma

(endo↔exo)dinâmica funcional - que mostra uma sociedade humana "mergulhada" numa SOPA CÓSMICA (que sustenta a vida) e "embrulhada" num CALDO ANTRÓPICO de signos, contra-signos e signos contra signos (que condiciona a vida) de uma ORDEM SOCIAL em constante mutação informal, apesar da aparente estabilidade formal (que confunde a vida) Desse processo destaco aqui a endogenia/exogenia swotiana de um lugar - com seus elementos (fortalezas, fraquezas, oportunidades e ameaças) - e a sua interpenetração reversa nos fatores sociais primordiais (valores, inércia, interesses e coerção humanos), e substituição adicional das potencialidades e limitações pelo agir e não-agir humanos. E, dessa interpenetração, destaco uma ordem social humana genuína a obter com este ajuste dinâmico: 1) eliminar ou inibir a coerção, física, simbólica ou moral, de grupos minoritários sobre indivíduos ou outros grupos; 2) conciliar os interesses, concorrentes e conflitantes, individuais e coletivos; 3) conciliar os valores, morais, técnicos e estéticos, individuais e de grupos majoritários; e 4) inibir a inércia (ou continuidade ou persistência) na vida social apenas dos elementos nocivos simultaneamente aos indivíduos e grupos majoritários. Esse sistema integrado e essa dinâmica funcional foram representados numa matriz de Sistema Integrado de Hologramas Interdependentes (SIHI) mostrando uma dinâmica possível da sociedade humana (Figura 4). Nessa matriz, associei cada "holograma" a um "ambiente", evidenciei "pontos fortes e "fracos" dos seres humanos vivos, e as "oportunidades e ameaças" no local onde eles se fixam e movimentam. Por um lado, integram o "ambiente natural" os três hologramas reais (cosmo, geo e antropo hologramas). Por outro lado, o "ambiente social" é um único holograma não-real (holograma antrópico). O "objetivo" desse sistema é a satisfação possível das necessidades humanas na intercepção desses ambientes num lugar. Essa satisfação é de responsabilidade social e medida por graus de esperança ponderados, que atingem como "máximo global" de um lugar o valor de 15.280 pontos. A pontuação efetiva de um lugar foi batizada Índice de Vivência, Convivência e Sobrevivência Humanas (IVCSH) variando entre 0 (nenhuma satisfação humana) e 1 (satisfação humana plena possível). Esse sistema (e respectivo índice) foram aplicados por mim a um local, numa região hidrográfica (RH), num município (MUN) do estado do Rio de Janeiro (RJ), do 10 / 18


XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical atual país Brasil (BR), no sub-continente América do Sul (AS), no planeta Terra (GEO) como topo do Cosmo entre o 'nada' e o 'tudo'. (Figura 4) Trata-se de uma simulação para verificar tanto o funcionamento da aplicação informática como miniplataforma digital, como observar uma satisfação real local relativamente à satisfação esperada no geral. No caso, o IVCSH local igual a 0,354 (ou 35,4% de satisfação de necessidades humanas locais) mostra: no geral, uma tendência desse lugar para ser um "espaço insuportável" para se viver, conviver e sobreviver; e, em particular, que os pontos fortes (necessidades humanas genéricas dos seres humanos) "enfraqueceram" assustadoramente!

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Figura 4 - PROCESSO HUMANO SOCIAL: Sistema Integrado de Hologramas Interfuncionais e Índice Geral (Elaborado pelo autor em sua monografia de 2011) 12 / 18


XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical 4. PLANEJAMENTO E CRÍTICA Continuando a responder àquela questão genérico-particular3, entrelaçando-se com o meu "dueto teórico-empírico", o meu dueto reflexão↔prática, apresento agora, também nesta mini-ágora, o meu dueto planejamento↔crítica... Por essa matriz (Figura 4), pode-se observar que a Geografia tem o seu lugar geral no mapeamento e monitoramento em parte no "endo-habitat" da "endo-geo-esfera planeta Terra". Por isso, deve planejar sua ação disciplinar, não-política, nas linhas matriciais daquele subconjunto inerente à vida humana. Enquanto que a Geografia Urbana pode ser uma subdivisão daquela, limitando-se ao mapeamento e monitoramento de "abrigos firmes na crosta continental" Além dessa matriz, já esbocei teoricamente um meio instrumental dinâmico de integrar metodologicamente, de forma virtual, digital multilateral, transparente e democrática, os “dominados-excluídos” de uma sociedade atual de uma região, permitindo-lhes estar e empreender responsavelmente, individual ou coletivamente, tendo em conta (mas sem subordinação) as características socioculturais e educacionais da população dessa região. Trata-se de um instrumento viável, porque, nos estratos hostis do "mundo antrópico", hoje, já é possível a real execução de um projeto-piloto de auto-gestão responsável de uma incubadora complexo-teológica, local/regional/global, real, virtual e digital, de empreendedores e processos sociais, humanos, locais, com consciência críticocotidiana. E esse projeto-piloto constitui uma nova concepção de (des)envolvimento a partir de diagnósticos locais integrados pela ciência humana e pela reflexão prática das próprias comunidades locais numa determinada região. Em particular, a partir de biótopos e ecótopos na atual mesorregião Norte Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, no país Brasil, no sub-continente da América do Sul, no planeta Terra, algures no Cosmo, entre "um Nada" e "um Tudo". Isso, numa era da "sociedade de informação" em que o exercício de um poder "dominador-excludente" de condições ou conjunturas objetivas concretas pode ser contrariado pela capacidade que uma comunidade organizada de "dominados(auto)excluídos" tem para transformar a atual "sociedade estupidificada por informação 3

O que é que a Geografia, em geral, e a Geografia Urbana, em particular, têm a ver com isso tudo?

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical distorcida" numa "sociedade informada e esclarecida para (sobre/con)viver". E, com isso, alterar

o

modelo

do

seu

próprio

(des)envolvimento

humano

num

ambiente

local↔regional↔global, ainda "hostil" a ela, aproveitando, parcial ou totalmente, os próprios signos e diagramas daquele poder e da tecnologia humana. Onde o aproveitamento dessa tecnologia humana por cada "dominado-excluído" (auto-consciente, auto-crítico, auto-estruturante, auto-controlado, não-imbecilizado, nãoassistencialista, solidário, antropo-ético, não-sufocante, co-líder e co-responsável), permite organizar dignamente a intra-inter-retro-ação entre massa humana no mundo real (local↔regional↔global) e massa humana no mundo social (virtual↔digital), mediante o desenvolvimento de um portal corporativo e colaborativo, conectado em rede e fazendo parte de um sistema integrado de gestão. Em suma, usando o palavreado muito em voga nos dias de hoje, que já virou jargão politicamente correto em todo o mundo humano, é a inclusão social humana, mas via inclusão digital amorosa! Todavia, essas (pseudo)inclusões, até agora, têm sido feitas "jogando" computadores para massas populares de analfabetos, a maioria sem habitação própria e renda mínima dignas, e cujos filhos vão às escolas com o único fito de conseguirem uma merenda escolar. Não obstante aquele jargão, é mesmo o "mundo digital" o único que, no "mundo antrópico"

(inicialmente

apenas

real-virtual),

permite,

metodica,

rapida

e

transparentemente: identificar, conhecer e posicionar cada "dominado" na sua comunidade; evidenciar e justificar a necessidade individual e coletiva do seu sacrifício (o trabalho); ensinar a fazer esse trabalho (não por amor de louvores ou para evitar censuras); e perceber esse sacrifício feito anonimamente . Por fim, e tendo então concluído tanto o esboço teórico dessa minha incubadora tecnológica, com a respectiva plataforma digital, o próximo passo é a arquitetura física de ambos, que redesenharão um novo "mundo antrópico" (real-virtual-digital). Isso, mediante um projeto científico de uma Incubadora Tecnológica de Integração Humana (InTeInHu), simultanea e complexamente, local, regional e global ! Uma vez que não conheço uma universidade de ensino e extensão adstrita apenas a um local e dadas as minhas vivência e experiência na "atualmente carente" região Norte/Noroeste Fluminense, do estado federado brasileiro do Rio de Janeiro originalmente povoada "livremente" pela extinta nação indígena goitacá num "território" 14 / 18


XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical cortado pelos rios hoje designados por Paraíba do Sul e Itabapoana -, sugiro que se faça um projeto científico de Incubadora Tecnológica de Integração Humana Goitacá (InTeInHu_Goitacá) para ali re-construir, sobre a velha/atual "prótese territorial", um novo espaço de abrangência supra-local (regional): o "território goitacá”. Ora a Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) tem como missão "desempenhar o papel de promover o [des]envolvimento regional [hoje, região Norte/Noroeste Fluminense]". Assim, a UENF, unida a outras universidades atuando nessa região, públicas (UERJ, UFF e IFF, de Campos dos Goytacazes) ou privadas (como a UCAM), deve promover um Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LabCieSocApl), via ciências computacionais e engenharia de software, para construir e albergar a InTeInHu_Goitacá e a respectiva plataforma digital. Essa InTeInHu_Goitacá é uma incubadora complexo-teleológica, real-virtualdigital-real, que executa a experimentação não-lucrativa de um novo modelo de sociedade humana e de sistemas integrados “justos”, de produção, distribuição e serviços, aferidos por uma Unidade de Conta Ambiental Homo-Antrópica Local (UCAHA Loc) - neste caso, uma UCAHA_BR_RJ_Goitacá, com lastro possível em "lixo reaproveitável", seja este lixo físico, biológico, químico, intelectual-acadêmico ou espiritual-religioso. Assim, a InTeInHu_Goitacá é, num determinado espaço-tempo, simultaneamente, um projeto científico possível de [u]topia e um programa empírico de interesse social, numa re-articulação

teleológica de

espaços

locais

com

os

diversos espaços

herdados/legados que hoje compõem a sociedade humana em sua complexidade. É um mundo humano em plataforma digital "ligada" às pontas dos dedos de gente local proativa. Esta, devidamente informada, poderá então ter a responsabilidade de decidir e fazer valer o jargão "o povo é quem mais ordena" e ser responsabilizada pela sua "ação política" verdadeiramente democrática e inegociável por (pseudo) representantes de ocasião. Mas o rumo que aponto prende-se mais à necessidade de manter esperanças do que a certezas científicas. Por isso, no meu saber e por ele: não imagino os seres humanos apartados da ciência aberta e refutável, mas, também, não concebo os seres humanos a fazer ciência sem os espíritos dos próprios seres humanos e o espírito da própria ciência!

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical 5. A (FALSA)QUESTÃO (GEO)URBANA Finalmente, concluindo a resposta àquela questão genérico-particular4, não se entrelaçando com o meu "dueto teórico-empírico", o meu dueto reflexão↔prática, o meu dueto planejamento↔crítica, apresento agora, também nesta mini-ágora, o solo questão urbana, mas numa abordagem que transcende qualquer crise do capital ou crise urbana. A palavra "geografia" vem do grego geographía, que significa "descrição da Terra". A "geografia" como ciência, tem por objeto o conhecimento das diferentes partes da superfície da Terra, e da descrição e recíproca situação dessas partes. O estudo da "geografia" tem quatro linhas de investigação principais; a localização de acidentes geográficos; a descrição das partes do mundo; a explicação da origem dos acidentes geográficos do globo terrestre; e as relações espaciais entre os acidentes e as regiões onde se encontram. A Geografia urbana é um ramo da Geografia, que estuda as áreas urbanas e seus processos de produção do espaço urbano. Estes processos são intra-inter-retro-ativos entre massa humana no mundo real (local↔regional↔global) e massa humana no mundo social. Pensar o fenômeno urbano, em sua multiplicidade concreto-imaterial não envolve necessariamente questões políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, de maneiras entrecruzadas, complementares e conflituosas, ou não. E a reflexão sobre os avanços e práticas da Geografia Urbana não deve entender o planejamento, pesquisa e intervenção no espaço produzido, apenas "dentro" e "por dentro" desse mesmo espaço. Mas deve entender tudo isso também e, principalmente, "fora" e "por fora" desse espaço construído. Por exemplo, no Brasil, a Favela da Rocinha na cidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro, é considerada por muitos como a "segunda cidade cearense", só perdendo em população para a capital do Estado do Ceará. E em termos de outras nações por este mundo, existem outras diásporas que têm mais gente nacional que as próprias nações donde vêem. Por isso, a "cidade atual" tem um problema de identidade e é este problema que resplandece na contínua e contraditória prática de produção do seu espaço. E isso também dificulta o uso da Geografia Urbana na atuação militante socialmente constituída.

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O que é que a Geografia, em geral, e a Geografia Urbana, em particular, têm a ver com isso tudo?

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical Assim, o diálogo da Geografia (com todas as suas "inquietações") com cada um dos outros campos de análise científica e na esfera social, através de movimentos e coletivos sociais, ativismos urbanos, grupos de resistência, associações de moradores, dentre outros, torna inócua, estéril e esterilizante a análise do "urbano" e irrelevante a conjugação entre as mais diversas perspectivas e análises dos mais diferentes sujeitos político-sociais. Em suma, na crise geo-antropus-homo nossa contemporânea, onde predomina impunemente a crise "ético↔moral", qualquer pesquisador ligado à Geografia, em geral, e à Geografia Urbana, em particular, deve enfrentar a "complexidade social" na(da) "complexidade real", em abordagens críticas da "(não)cidade", mediante esta (des)integração : Geo↔Antropus↔Homo↔Grafia Virtual↔Digital.

6. CONCLUSÃO O mais importante a partir desses "duetos" e do "solo", é que o objetivo ambicioso para qualquer pesquisador deve (e pode ser) este: "emergir" das profundezas do lixo acadêmico das "suas" ilhotas catedráticas de enxertos acadêmicos em enclaves urbanos, e "respirar" o ar que respira a "sua" ilhota, "respiram" as "outras" ilhotas com seus lixos acadêmicos, e, especialmente, "respira" o "resto" da sociedade humana com seus lixos populares. E a "ilhota" designada por Geografia Urbana não deve ser exceção. Depois de respirar esses "ares" qualquer pesquisador abandonará os "culpados do costume". Os "mordomos" moderno/contemporâneos da grande tribo "humana", como "a industrialização caracteriza a sociedade moderna”, "o capitalismo impôs ao urbano um definitivo elo com o universo que nos cerca", "a acumulação de problemas sociais nas zonas rapidamente produzidas pela industrialização leva a conceber a cidade como portadora de 'deficiências patológicas'". Como se isso não bastasse, na pequena tribo "Brasil", parte da "casa realimperial" em U, com a piscina "Atlântico" no seu espaço vazio, aparece o "mordomo" português nascido em 1500, que legou o resultado de um processo de colonização brutal e sangrento que deixou que um seu filho (príncipe) gritasse para o seu pai (o rei-imperador). Aliás, essa "casa real", antes de ser imperial, era um condado de Espanha que passou a ser um reino porque um filho (príncipe) gritou para a sua mãe (a rainha).

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XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA Grupo de Trabalho 7 Geografia urbana em uma perspectiva crítica radical Enfim, depois de renovar a sua "respiração" e abandonar os "culpados do costume" - e no caso de Portugal e do Brasil, não desviar a sua atenção por "brigas familiares" que originaram essas duas "próteses territoriais"-, qualquer pesquisador perceberá que deve "efetivar um modelo de sociedade marcada por simulações da realidade em que ela vive". E qualquer pesquisador entenderá que suas "tessituras teóricas" para de fato explicar o urbano na contemporaneidade passam pela sua "metafórica saída da cidade" e da categoria "urbano". Ele atentará para as suas "fontes primárias" que estarão na ponta de seus dedos através de uma plataforma digital que servirá de instrumento de identidade e luta social. E ele aproximará o "saber científico" do "saber popular" - de forma audível, visível e inteligível à sociedade humana local, e não só - mais do que se aproximará das "exigências de uma cidade em crise". E qualquer pesquisador saberá que a realidade humana onde a ciência (genuína) e política (também genuína) são indissociáveis da questão humana local - na qual o "saber científico" não se encontra numa bifurcação que leve a estes dois percursos distintos: "o caminho de atender as demandas do status quo", como a questão urbana, ou "a trilha que possibilite apresentar alternativas de transformação da realidade presente".

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS XIII SIMPURB – SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA. CIÊNCIA E AÇÃO POLÍTICA: POR UMA ABORDAGEM CRÍTICA. II Circular – Março de 2013. Disponível em http://www.simpurb2013.com.br/docs/II_Circular_XIII_SIMPURB.pdf. Acesso em 22/06/2013

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