Forum Estudante #335 - Verão 2021

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Viagens 5 planos nacionais para umas férias de verão sensacionais!

Revista Forum Estudante | Julho+agosto 2021 | Edição nº 335 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

Viagens À descoberta de Castelo Branco

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2 | Forum Estudante | jun’21 /Livros


3 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Sumário

PASSATEMPOS

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 agosto de 2021, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Aos vencedores, os prémios serão enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

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FOTOGRAFIA Dreamstime, Freepik, Pexels, Unsplash DESIGN Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt REDAÇÃO Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Rúben de Matos ASSINATURAS Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10,00€ PUBLICIDADE Félix Edgar (Tel.: 218 854 103) felix.edgar@forum.pt COMUNICAÇÃO&DISTRIBUIÇÃO Vítor Silva (Tel.: 218 854 755) vitor.silva@forum.pt PROJETOS ESPECIAIS José Maria Archer josemaria.archer@forum.pt FORUM ESTUDANTE Revista de Cursos, Escolas e Profissões

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Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Nº ERC: 114179 Sede da Redação e do Editor Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 | Fax: 218 877 666 Estatuto Editorial Disponível em www.forum.pt

Gerência Rui Marques Gonçalo Gil Félix Pinéu

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SUMÁRIO 04 10 16 21 36 46 52 64 66 70

Escolas Novidades de e para estudantes Viagens 5 planos nacionais para o verão! Fama Entrevista ao “Poeta da Cidade” Especial Tudo sobre Ensino Profissional Saberes Descobre o Projeto Crescer Inside Job Por dentro das profissões Música À conversa com Elisa IEFP Os vencedores do SkillsPortugal IPDJ Entra no Plano Nacional para a Juventude Leiria-In A reportagem no terreno

#48 Politécnico de Tomar. Tanto futuro à tua espera O Politécnico de Tomar contate tudo sobre a experiência de quem o escolhe. Conhece projetos na área da sustentabilidade e internacionalização, bem como o testemunho de estudantes de várias áreas de formação.

Revista Forum Estudante #335 // Julho e agosto 2021 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


O início do ano letivo 2021/2022 está marcado para 14 a 17 de setembro de 2021. Até lá, boas férias!

4 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Escolas

Escola Digital vai distribuir mais 600 mil computadores A novidade foi partilhada pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na Assembleia da República, durante uma audição da Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto: cerca de 600 mil computadores adicionais vão ser adquiridos no âmbito do programa Escola Digital. De acordo com o membro do Governo, o concurso público internacional já foi

lançado, sendo que esta aquisição vai “permitir a tão ambicionada universalização desta medida”. A compra será realizada em vários lotes, de forma a facilitar o processo de entrega. O investimento nestes novos lotes de equipamento rondará os 180 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) Durante este ano letivo, as escolas portuguesas já

receberam cerca de 450 mil computadores (que incluem ligação à Internet e acessórios como mochila e auscultadores) para serem usados por alunos e professores. Desta forma, o saldo total de computadores portáteis adquridos pelo Governo, em 2021, será superior a um milhão, um valor que Tiago Brandão Rodrigues destaca como “um gigantesco salto de escala e um enorme desafio logístico”.

O Ministério da Educação anunciou que disponibilizou

6M€

de euros para as escolas comprarem máscaras e outros materiais de proteção contra a Covid-19 A verba destina-se à aquisição de desinfetante

3 máscaras

para cada aluno, professor e funcionário, assim como outros materiais para assistentes operacionais. De acordo com a UNICEF,

40%

de todas as crianças em idade escolar foram privadas da escola ela pandemia da Covid-19. O ensino à distância está fora do alcance de

33%

dos estudantes do mundo.

25.ª edição do “Ciência Viva no Laboratório” com mais de 170 estágios gratuitos Há 25 anos que a Ciência Viva organiza, durante o verão, o programa de estágios “Ciência Viva no Laboratório”. Esta iniciativa é destinada aos estudantes do 9.º ano e do Ensino Secundário. Em 2021, são disponibilizados 178 estágios e 472 vagas, em 45 unidades de investigação do país. A edição de 2021 decorre sob o lema “Criar Futuro”, com estágios entre 5 de julho e 13 de setembro. A organização define como objetivo promover o ensino experimental e suscitar o interesse dos jovens para

as áreas científicas, tanto a nível académico como profissional. O lançamento oficial da edição de 2021 realizou-se em julho, no

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor e da Presidente da Ciência Viva, Rosalia Vargas. Os estágios têm a duração de uma ou

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL). A cerimónia conta com a presença do Ministro da

duas semanas e colocam os estudantes num contexto real de investigação científica, trabalhando com

cientistas. Cada investigador acompanha um grupo de 2 a 4 alunos, sendo que a linguagem, a informação e os conteúdos são direcionados para a idade dos estagiários. Ao longo destes 25 anos, o “Ciência Viva no Laboratório” já levou mais de 17 mil estudantes a participar no seu programa de estágios e a “trocar uma toalha de praia pela bata de cientista”, como afirma no mote do programa. Se queres conhecer a lista de estágios e instituições, cllica aqui.


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6 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Escolas

Estudantes portugueses distinguidos na Apps for Good UK Aplicação portuguesa EcoClass, criada por estudantes da Escola Secundária de Vila Verde, venceu “Prémio do Público” numa das maiores competições mundiais de aplicações: a Apps for Good UK. A EcoClass era a única aplicação portuguesa criada por jovens finalista na competição do Apps for Good UK, o programa educativo tecnológico que desafia alunos e professores a desenvolverem aplicações para resolverem problemas sociais. A aplicação foi a mais votada e a escolha do público da competição. A aplicação inclui

conteúdos como tarefas, um jogo, mapas, etapas, questionários, frases, dicas e competições entre alunos e turmas, na área da literacia ecológica. Com conteúdos para ensinar os mais novos a serem

mais ecológicos, a EcoClass foi distinguida de um total de 15 equipas finalistas, distribuídas por 5 categorias. A solução foi criada pelos alunos Anna Dornelas, Maira Fortunato e Victor Dornelas

da Escola Secundária de Vila Verde. O Apps for Good é um programa para jovens entre os 10 e 18 anos e respetivos professores, que promove a utilização da tecnologia como forma de resolver os seus problemas, propondo “um novo modelo educativo mais intuitivo, colaborativo e prático”. O objetivo do programa é desenvolver aplicações para smartphones e tablets que possam contribuir para a resolução de problemas relacionados com a sustentabilidade. Para saber mais, clica aqui.

CICCOPN com inscrições abertas para Cursos de Aprendizagem

O CICCOPN anunciou hoje que estão a decorrer inscrições para os seus cursos de aprendizagem. Esta modalidade de Aprendizagem destina-se a jovens com idade entre 15 e 25

anos (à data de início da formação), que tenham como habilitações o 9.º ano sem terem concluído o 12º ano de escolaridade.Estes cursos conferem o nível 4 de certificação profissional

e a equivalência ao 12º ano de escolaridade, pelo que permitem a prossecução de estudos a nível superior. O CICCOPN anunciou hoje que estão a decorrer inscrições para os seus cursos

de aprendizagem. Esta modalidade de Aprendizagem destina-se a jovens com idade entre 15 e 25 anos (à data de início da formação), que tenham como habilitações o 9.º ano sem terem concluído o 12º ano de escolaridade. Estes cursos conferem o nível 4 de certificação profissional e a equivalência ao 12º ano de escolaridade, pelo que permitem a prossecução de estudos a nível superior. “Pretendemos ajudar os jovens a optar por áreas profissionais com excelentes perspetivas de empregabilidade, ao mesmo tempo que ajudamos o setor da Construção a ultrapassar as enormes carências de mão de obra qualificada nestas áreas profissionais”, destaca o CICCOPN, em comunicado.



8 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Internet Segura Publirreportagem

Achas que sabes tudo sobre

Redes Sociais?

Através do curso gratuito e online Cidadão Cibersocial, podes saber mais sobre os riscos associados às várias redes sociais, aprendendo as melhores práticas para uma utilização segura destes canais. A iniciativa é da responsabilidade do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e do Centro Internet Segura (CIS). Sabe tudo aqui. Em 2010, o número total de utilizadores de redes sociais em todo o mundo não ultrapassava os mil milhões de pessoas. Atualmente, cerca uma década depois, estima-se que esse número tenha crescido para 4 mil milhões de pessoas – o que corresponde a mais de metade da população mundial. O aumento na utilização de social media tem vindo a reforçar-se ao longo dos últimos anos, sendo que, recorda o CNCS o CIS, “essa utilização acarreta alguns riscos”. São essas ameaças que poderás conhecer, graças ao Curso

O que é a Plataforma NAU? A plataforma NAU - Sempre a Aprender disponibiliza acesso a cursos online para grandes audiências em formato MOOC (Massive Open Online Course). As formações são diversificadas e vão de cursos na área da Saúde (Higiene das Mãos na Prevenção de Infeções é uma das adições mais relevantes, no contexto atual), Cyberbulling, Proteção de Dados Pessoais ou Educação para a Sustentabilidade são outros exemplos. Esta pode ser uma forma de complementares os teus conhecimentos, a partir de casa. Sabe mais aqui.

Aberto, Massivo e Online (MOOC) “Cidadão Cibersocial”, na Plataforma NAU. A formação é uma iniciativa do CNCS e do CIS, tendo uma duração total de cerca de 3 horas e o objetivo de “dar a conhecer as melhores práticas na utilização de redes sociais”. Estas prá-

ticas relacionam-se com áreas como privacidade, dados pessoais, netiqueta ou marketing digital, ao longo de cinco módulos (ver caixa). O curso está disponível para todos os interessados a partir dos 14 anos. Com uma abordagem interativa, o curso é descrito como “ideal para


www.internetsegura.pt quem para todas as pessoas que utilizam redes sociais ou querem conhecer melhor esse mundo” e estejam interessadas em saber como “manter as suas contas seguras e entender como os seus dados poderão estar expostos”. No final do curso, vais saber mais sobre os principais tipos de redes sociais, sendo capaz de identificar os riscos mais comuns em cada uma delas e de aplicar as melhores práticas de segurança e privacidade.

“Quanto mais uso, mais riscos” O Curso “Cidadão Cibersocial” está disponível na Plataforma NAU desde 16 de junho, depois de um momento de lançamento em que participou a autora dos conteúdos, Teresa Sofia Castro, durante a conferência C-Days. “Atualmente as esferas da vida offline e online tornaram-se

porosas e estes dois mundos comunicam diretamente”, destacou a especialista, acrescentando que, como tal, formações como o MOOC “Cidadão Cibersocial se tornam fundamentais para a “adaptação a novos contextos e desafios”. O facto da idade mínima de participação neste curso ser 14 anos também foi destacado por Teresa Sofia Castro. “Quanto mais uso, mais riscos”, sublinhou, destacando a presença significativa dos jovens em plataformas de social media. Através da realização deste curso, será possível “empoderar” os participantes, permitindo que “antecipem situações de risco e se preparem para lidar com elas”. No final, as pessoas podem fazer “usos mais seguros e mais saudáveis” das redes sociais. Mesmo em algo tão omnipresente como as redes sociais, há ainda conceitos que poderão estar por

descobrir. Palavras como “cookies” ou “algoritmos” fazem hoje parte do nosso quotidiano, mesmo que não nos apercebamos. Foi fazendo uma referência a esse potencial de informação por explorar que Teresa Sofia Castro terminou a apresentação, deixando uma pergunta a todos os presentes, em forma de desafio: “E você? Acha que sabe tudo sobre redes sociais?”.

“Atualmente as esferas da vida offline e online tornaram-se porosas e estes dois mundos comunicam diretamente […] A formação é fundamental para a adaptação a novos contextos e desafios [como este]” Teresa Sofia Castro, autora dos conteúdos do curso “Cidadão Cibersocial”

Programa do Curso “Cidadão Cibersocial” Módulo 1 Redes Sociais, Popularidade e Atratividade Módulo 2 Privacidade, Segurança e Dados Pessoais Módulo 3 Netiqueta, Bem-Estar e Reputação Digital Módulo 4 Influenciadores, Influência e Marketing Módulo 5 Atividades finais


10 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Viagens

VIAGENS PARA DESCOBRIR PORTUGAL As férias e o calor do verão trouxeram a vontade de viajar e conhecer mais. Há muito que o conceito de viajar para fora cá dentro é seguido por grande parte dos portugueses, durante o verão. Mas nem sempre é fácil encontrar o destino ideal, onde se pode conhecer vários locais, sem que faltem as atividades. É a pensar nisso e na vontade de ver Portugal de lés-a-lés que podes seguir esta lista e rumar à descoberta do país.


11 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Viagens

#1 Nacional 2 (N2)

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De Chaves a Faro, a N2 apresenta-se como uma versão portuguesa da Route 66, a famosa estrada que atravessa os Estados Unidos quase ao longo de 4 mil quilómetros. Aqui, a N2 divide o país ao meio e conduz os viajantes numa rota ao longo de 35 municípios, 13 rios e 11 serras. São cerca de 740 quilómetros que podes fazer de carro, autocaravana, moto, à boleia e até mesmo a pé. Esta estrada passa por Lamego, Viseu, Lousã, Ponte de Sôr, Viana do Alentejo, Loulé e muitos outros municípios que, desde logo, te vão levar numa viagem gastronómica. O itinerário traçado depende dos dias disponíveis para viajar, que pode ir de norte a sul ou ficar apenas numa região do país.


12 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Viagens

#2 Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina Com uma extensão de cerca de 100 km e abrangendo 4 municípios (Aljezur, Vila do Bispo, Sines e Odemira), o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina vai de Sines até ao Cabo de São Vicente. As rotas a traçar podem ser várias, dependendo do tempo de duração da viagem. Para quem escolher percorrer o parque e visitar vários locais, é recomendável ir de carro. Mas se for uma viagem entre localidades mais próximas ou em que a escolha de pontos turísticos é mais reduzida, ir de autocarro já é uma opção a considerar. Alguns dos locais pelos quais podes passar são, Porto Covo, Zambujeira, Odemira, Pego das Pias, Praia da Carreagem, Burgau.

#3 Alto Douro Vinhateiro A mais antiga região vitícola regulamentada do mundo, onde se produz o vinho do porto, é já um dos ex-libris do turismo nacional. O Alto Douro Vinhateiro oferece paisagens ao longo do vale do rio Douro, que são combinadas com alguma ação humana. Em 2001, a UNESCO classificou o Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da Humanidade, mas esta região não se limita ao enoturismo – há muitas aldeias históricas, trilhos pedestres e miradouros para descobrir. Em setembro e outubro, época das vindimas, é quando há mais turistas nesta região. Podes dar início a esta viagem no Peso da Régua, conhecer a aldeia vinhateira de Barcos e seguir ao longo da nacional 222, que tem sempre o Douro como companheiro. Entre o Miradouro de Casal de Loivos, a aldeia Vinhateira de Provesende, São João da Pesqueira, a aldeia histórica de São Xisto e Vila Nova de Foz Côa, locais para visitar não faltarão.



14 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Viagens

#4 São Miguel Dizendo adeus a Portugal continental, rumar até à ilha de São Miguel implica encontrar algumas das mais emblemáticas paisagens do arquipélago dos Açores. A melhor forma de conhecer São Miguel é de carro, por haver uma distância considerável entre muitos dos locais a visitar . A Lagoa das Sete Cidades continua a ser das maiores atrações turísticas, e é no miradouro Vista do Rei que se consegue uma das melhores vistas. Descendo até à freguesia de Sete Cidades, é possível entrar na lagoa e praticar desportos náuticos. Os miradouros não faltarão, assim como as piscinas termais de água quente ou mesmo os passeios pela natureza. Da Lagoa de Fogo à Lagoa do Canário, da Poça da Dona Beija ao Parque Terranostra, há muito para descobrir, com atividades para fazer. O Nordeste da ilha de São Miguel é destino para uma road trip, não esquecendo de visitar a capital da ilha, Ponta Delgada, e entrar pelas Portas da Cidade.

#5 Ferreira do Zêzere Ferreira do Zêzere é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Santarém. Esta vila ribatejana está a menos de 200km de Lisboa e a 65km de Coimbra. Para aproveitar a natureza, é aconselhável viajar nos meses com temperaturas mais elevadas. Entre serras e vales, Ferreira do Zêzere é uma experiência na natureza, mesmo no centro de Portugal, onde as praias fluviais, os trilhos e os miradouros são as atrações principais. A praia fluvial da Castanheira, uma das praias da Albufeira de Castelo de Bode, conhecida como Lago Azul, é das mais visitadas, onde os desportos náuticos são uma das ofertas. Quem visita Ferreira do Zêzere deve ir até Dornes, uma localidade deste concelho, mas pode também seguir viagem para outras localidades, indo até Tomar, a “cidade dos Templários”, ou mesmo até à Vila Medieval de Ourém, onde a oferta cultural estende a viagem por mais uns dias.



16 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Entrevista

“Se pusermos algumas músicas de rappers em papel, temos um livro de poesia” Pedro Freitas é o “Poeta da Cidade”, um jovem dizedor e autor de poesia que, ao longo dos últimos anos, tem partilhado o seu amor pela literatura através das redes sociais, podcasts e espetáculos ao vivo. Foi para a participação num concurso de talentos em 2017, aos 18 anos, que assumiu o nome “Poeta da Cidade”, declamando hoje com regularidade através de Facebook, TikTok, YouTube e Instagram. Em conversa com a FORUM, Pedro fala das suas motivações e inspirações, refletindo sobre a relação dos jovens com a poesia: “Não é por algo não estar escrito num livro que deixa de ser profundamente poético”.


diferente dizer poesia e fazer espetáculos de encarnar uma personagem. E eu não tenho coragem porque tenho muito medo do ridículo, aquilo que um ator não pode ter. Sou uma pessoa profundamente tímida e com medo de que aquilo que faça seja tido como “cringe”. Os atores precisam de separar a mente do corpo, e eu não consigo fazer isso, só consigo fazer com que o meu corpo atue em concordância com aquilo que eu quero fazer. Portanto, quando vou fazer um espetáculo, ou um conteúdo audiovisual para as redes sociais, nunca tive esse problema de exposição ou de vergonha, porque sempre tive confiança naquilo que estava a fazer. Mesmo no Got Talent, não estava nervoso porque estava confiante e sabia que ia correr bem. O que é que é para ti a poesia? Depende. Uma pessoa pode encontrar poesia em várias valências da vida. Há pessoas que encontram poesia no pôr-do-sol, há pessoas que encontram poesia no rio ou em outras coisas. Eu encontro poesia nas pessoas e no espaço, no universo, fascina-me imenso. Com que idade começaste a escrever? Por volta do 4.º ano. Comecei a escrever poesia muito antes de a dizer, e, na altura, escrevia para uma namorada que tinha. A maior parte eram poemas românticos, mas tinha também aqueles para a minha mãe, para o meu pai, acho que tenho até um poema sobre a morte. Hoje em dia, continuas a escrever. Tens em vista lançar algum livro? Sim, tenho planos de publicar o meu primeiro livro de poesia até ao final do ano. E quem são as maiores inspirações para esse livro? É sempre um pouco ingrato para o escritor tentar limitar ou catalogar a sua poesia. Mas eu olho para aquilo que escrevo como uma espécie de neo-romantismo, ou seja, não é aquele romantismo quase a cair no piroso mas é um romantismo com laivos de modernismo. Eu tento que aquilo que escrevo não seja demasiado piroso, sendo que o conceito de piroso também é variável entre as pessoas. O próprio Fernando Pessoa dizia que “todas as cartas de amor são ridículas”. Apesar disso, eu não escrevo para as

outras pessoas, no sentido em que não posso deixar que as opiniões dos outros talhem aquilo que escrevo, e que se sobreponham àquilo que sinto. Dito isto, o meu primeiro livro sai no final deste ano, entre outubro e dezembro, e mesmo que ninguém goste, eu estou orgulhoso dele. O livro será publicado sob A Palavra, que é uma associação cultural para a qual trabalho neste momento.

Então o “Poeta da Cidade” não é uma versão amplificada do Pedro, ou um alter ego? Não, é exatamente a mesma coisa, apenas com um nome diferente. Eu tenho um nome muito comum, há vários Pedro Freitas e o Poeta da Cidade é algo que conquistou um nome, devido à presença nas redes sociais. Alguns miúdos que me veem no TikTok e no Instagram já me param na rua. E os pais também (risos).

«Diria [aos jovens] que estamos a viver numa altura em que tudo aquilo que quiserem fazer consegue ser concretizado. Portanto, não há necessidade de se proporem a fazer coisas de que não gostam, coisas que não querem e, principalmente, coisas que não lhes dão prazer»

O que te levou a escolher o nome “Poeta da Cidade”? Eu gosto muito de Lisboa, e na altura, em 2017, quando criei o canal no YouTube, queria ficar ligado a isso. O Cesário Verde é considerado o poeta da cidade e é nesta ligação à cidade que eu me identifico com ele, na forma como ele olhava para a cidade, ao se deixar embrenhar pelos sentimentos que a cidade lhe mostrava. Eu tenho alguns textos que bebem um bocadinho daí. Já me disseram “quem achas que és para seres o poeta da cidade?”, mas não interessa se eu sou o poeta da cidade para aquela pessoa ou não. Não posso dizer que foi um nome muito pensado e estruturado, porque não foi, na altura, fez sentido.

Este não será o teu primeiro livro publicado... Sim, tenho um mini livro, que no fundo é o precursor deste. Este livro é quase igual ao anterior, só que numa versão melhor. A temática é a mesma, com a mesma ideia e conceito. Para alguém que é tão tímido, como é que é ter exposição? Já me chegaram a dizer que devia ir para o teatro e ser ator, mas é

Quais são as tuas maiores inspirações? O Al Berto, é um dos meus escritores favoritos. Para além de se deixar embrenhar pela cidade, mais uma vez, ele também tem uns toques de romantismo mórbido, que é algo que me fascina bastante. Não posso dizer que tenho uma maior inspiração para aquilo que escrevo, mas sem dúvida


18 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Entrevista

cos”, que é ligar aquela que considero como a nova poesia, que ouvimos de rappers como o Sam the Kid ou o Valete, com a poesia tradicional, do José Régio, do Miguel Torga, do Eugénio de Andrade. Tenta-se mostrar à nossa geração que a poesia é uma coisa fechada e eu tenho um espetáculo em que pego em poesia tradicional, pego nesta nova poesia e interligo-as, de forma a criar um poema gigante em que não se percebe onde começa um e onde acaba o outro. Isso serve para mostrar que, apesar de formas e formatos diferentes, aquilo que pode ser considerado poesia não se pode reger por meras categorias. Não é por algo não estar escrito num livro, ou presente numa biblioteca, que deixa de ser profundamente poético. Se pegarmos em textos de rappers ou de outros músicos e pusermos algumas das suas músicas em papel, temos um livro de poesia. Se calhar, não entram em movimentos literários ou não fazem parte da elite intelectual de escritores, mas enquanto olharmos para o panorama literário dessa forma, os jovens vão continuar a não

que uma das maiores é o Almeida Garrett. A forma como eu me deixo influenciar por ele passa muito por influências de outros artistas de spoken word, de poesia dita, que não posso tanto ligar a uma poesia tradicional. Por isso, quando digo que a minha maior influência é o Garrett, refiro-me sobretudo aos temas . Mas a forma como eu depois pego na inspiração e a transponho para a poesia passa muito por lhe dar uma nova roupagem de poesia dita. Tanto que eu tento fazer com que todos os poemas que escrevo funcionem como spoken word, ou fiquem tão bem escritos como ditos. Voltando aos tempos da escola, as disciplinas de Português e Literatura tiveram impacto em ti? Os textos que estudaste arrastaram-te paramundo da poesia? Acho que todos nós, quando entramos no secundário e começamos a

ouvir falar de Fernando Pessoa, nos apaixonamos um pouco por aquela personagem. Mas mais do que os poetas que estudei, foram os meus professores, tanto de português como de literatura que tiveram impacto em mim. Tive três grandes professores, que foram fulcrais na minha incessante busca de mais. A forma de ensinar era apaixonante, e são pessoas que, além de eloquentes, sabem do que estão a falar e gostam daquilo que falam. O que é que achas que falta no ensino para que os jovens tenham mais gosto pela poesia? Tenho duas possíveis respostas. A primeira, parte dos professores, mas não só, porque eu tive estes professores com as características que referi e mesmo assim continuava a ter colegas mais desinteressados. E a outra, parte daquilo que eu tento fazer no meu projeto “Dialetos Poéti-

«Tive três grandes professores, que foram fulcrais na minha incessante busca de mais. A forma de ensinar era apaixonante, e são pessoas que, além de eloquentes, sabem do que estão a falar e gostam daquilo que falam» querer saber de poesia, de romances, de literatura. Porque não conseguem criar uma ponte entre aquilo que ouvem todos os dias, de que gostam e com o qual se conseguem relacionar, com aquilo que é no fundo exatamente a mesma coisa, só que num formato diferente. Sentes que já conseguiste passar o teu gosto pela poesia aos jovens? Já tive feedback de muitos jovens a dizer que lhes dei inspiração para começar a ler mais ou que começaram a escrever. Os próprios pais já me pararam na rua para contar que os filhos disseram que o Poeta lhes deu



20 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Entrevista

motivação para estudar, e fico muito feliz. Este é o meu objetivo, mas nunca pensei que seria através de uma rede social como o TikTok que ia tocar mais estudantes. Sei também que, principalmente desde que criei o TikTok, os professores mostram os meus vídeos nas aulas, e alguns até me mandam mensagem. Fico de coração cheio porque no fundo é isto que eu quero, não preciso de outra coisa, só isto.

seguir depende muito da minha vida em termos de trabalho na associação e dos meus projetos. Mas eu gostava de tirar o mestrado em Ciências Cognitivas e, agora que estou quase a acabar a licenciatura, começo a pensar se não gostava de seguir investigação. Além de ser fascinado pela palavra e pela literatura, sou fascinado pela própria língua em si e há fenómenos a acontecer neste momento, que eu gostava de ver endereçados.

«Uma pessoa pode encontrar poesia em várias valências da vida. Há pessoas que encontram poesia no pôr-do-sol, há pessoas que encontram poesia no rio ou em outras coisas. Eu encontro poesia nas pessoas e no espaço, no universo»

Enquanto dizedor de poesia, quais foram os momentos que mais te marcaram? O primeiro foi a audição do Got Talent, que me deu a oportunidade de conhecer o Napoleão Mira, com quem falo ocasionalmente. E quando ele vem a esta zona, vou ver os espetáculos dele. Com isso, também já tive a oportunidade de conhecer o Sam the Kid.

Estás no Ensino Superior? Qual o curso que escolheste? ? Estou a terminar a minha licenciatura em Ciências da Linguagem, na Faculdade de Letras. E o que vem a seguir? Partindo do princípio de que acabo o curso no ano que vem, o que vem a

Onde é que ficou o teu desejo de fazer parte de uma música dele? Está no topo ainda. E entrar na música com aquilo que faço é outra das coisas que eu quero fazer, e que já esteve mais longe. Tens propostas? Tenho até uma coisa quase pronta a sair, com o rapper GriLocks. Eu conheci-o porque ele fez um álbum em que o Napoleão entrou, depois fi-

cámos amigos, eu propus-lhe entrar e ele achou boa ideia. O que é que te falta fazer? Que planos é que tens para os próximos tempos? Um dos meus principais objetivos é construir um espetáculo para apresentar a teatros e auditórios e, quiçá, coliseus. Será um espetáculo de poesia, e a ideia é tentar sair dos moldes daquilo que as pessoas estão habituadas a ver associado a um espetáculo de poesia. Normalmente, é poesia com uma guitarra e eu quero dar-lhe uma roupagem completamente diferente, algo que ainda não vi feito nos moldes de poesia dita, só em termos de música. Se todos os jovens do país estivessem a ouvir-te neste momento, o que lhes dirias? Diria que estamos a viver numa altura em que tudo aquilo que quiserem fazer consegue ser concretizado. Portanto, não há necessidade de se proporem a fazer coisas de que não gostam, coisas que não querem e, principalmente, coisas que não lhes dão prazer. Partindo do princípio de que o dinheiro é um dos principais limites naquilo que as pessoas escolhem fazer da sua vida, com esta nova realidade tudo aquilo que se queira fazer consegue ser monetizado de uma ou de outra forma, não há desculpa para não fazerem aquilo de que gostam.


21 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

Tudo sobre Ensino Profissional Que tipos de formações estão incluídas no Ensino Profissional? Quais os seus principais momentos? E como funciona o prosseguimento de estudos? Neste dossier especial da Forum, respondemos às tuas dúvidas sobre o Ensino Profissional, dando a conhecer as suas principais características, mais-valias e relevância, no contexto atual.


22 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

O que é o nível 4?

Perguntas e respostas sobre dupla certificação São várias as opções de cursos que oferecem aos estudantes uma dupla certificação. Conhece a oferta e avalia qual será a mais adequada ao teu perfil.

#1 O que são cursos de dupla certificação?

4 enquadram-se ainda cursos do ensino secundário vocacionados para o prosseguimento de estudos e que incluem um estágio profissional de pelo menos seis meses.

Os cursos de dupla certificação garantem ao estudante permitem garantir, simultaneamente, a conclusão do ensino secundário e a preparação para uma profissão. Estes são cursos que oferecem uma qualificação de nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ), tornando claro que o diplomado possui uma formação profissional em determinada área. Por essa razão, a implementação do QNQ permitiu distinguir as opções profissionalizantes da conclusão de um curso de científico-humanísticos (nível 3). No total, há quatro tipos de cursos que podem garantir esta dupla certificação. No nível

#2 O que é o Quadro Nacional de Qualificações (QNQ)? Introduzido há 10 anos, o Quadro Nacional de Qualificações veio apresentar uma correspondência entre a conclusão de uma formação e a sua respetiva qualificação. Esta ligação teve por referência o Quadro Europeu de Qualificações, de forma a que todos os empregadores europeus possam saber qual o grau de

qualificação de determinado curso. O QNQ divide-se em 8 níveis, que vão da conclusão do Ensino Básico à obtenção do grau de Doutor. Em cada um destes níveis, há um conjunto de conhecimentos, aptidões e atitudes que lhe estão associados. Desta forma, torna-se claro para todos o que aprendeste na tua formação e que utilidade têm as tuas aprendizagens.

#3 Que tipos de cursos de dupla certificação existem? Existem quatro tipos de cursos de dupla certificação que podem responder a diferentes necessidades e perfis de estudantes.


23 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

Cursos Profissionais Os cursos profissionais podem ser lecionados em escolas profissionais (públicas ou privadas), bem como em escolas secundárias da rede pública. Para entrar, os estudantes necessitam de ter concluído o 9.º ano de escolaridade, sendo que o currículo se divide, ao longo de três anos letivos, em formação sociocultural, técnica e científica. Os cursos são organizados por módulos, de forma a permitir maior flexibilidade na aprendizagem dos alunos.

Cursos de Aprendizagem Uma das principais diferenças dos cursos de aprendizagem para os cursos profissionais está no local onde são ministrados – nos centros de formação profissional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Por outro lado, o critério de entrada implica uma idade inferior a 25 anos, sendo que os cursos terão uma duração de 3700 horas. Os formandos recebem subsídio de refeição e transporte, bem como uma bolsa de profissionalização.

Cursos Artísticos Especializados Os cursos do ensino artístico especializado funcionam em estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo e focam-se nas área das artes visuais, dança, música e audiovisuais. São indicados para estudantes que procuram uma forma de desenvolver as suas aptidões ou talentos artísticos. O foco está na preparação para exercer a profissão, mas também para o prosseguimento de estudos a nível superior. Os cursos na área da Música são os únicos que não conferem dupla certificação.

E o prosseguimento de estudos? O ano letivo 2020/2021 marca a abertura de uma nova via de acesso ao ensino superior para diplomados de vias profissionalizantes. Este concurso especial de ingresso destina-se aos titulares de cursos de dupla certificação. Desta forma, os diplomados de cursos do nível 4 (bem como do ensino artístico especializado na área da música) podem contar com uma forma de acesso alternativa ao Concurso Nacional de Acesso. O novo concurso tem um contingente de vagas próprio e leva em conta critérios como

Cursos de Educação e Formação

classificação final do

Os Cursos de Educação e Formação – conhecidos como CEF – abrangem vários várias tipologias e certificações escolares, sendo que alguns (níveis 5, 6 e 7) permitem obter uma dupla certificação. Lecionados em escolas públicas e privadas, bem como centros de formação profissional do IEFP e outras entidades formadoras acreditadas, estes cursos destinam-se aos estudantes com idade igual ou superior a 15 anos.

curso, classificação nas provas finais (PAP, PAF ou PAA) e a classificação numa prova de avaliação de conhecimentos e competências.


24 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Castelo Branco

Castelo Branco em 10 palavras

Para que conheças melhor a capital da Beira Baixa, trazemos-te 10 palavras que a distinguem e caracterizam. Conhece o que Castelo Branco tem para te oferecer!

#1 Cidade Empreendedora

Para além de possuir um Centro de Cultura Contemporânea, a cidade acolhe ainda vários festivais de

O município de Castelo Branco foi recentemente galardoado com o prémio Região Empreendedora Europeia 2021-2022. Esta distinção premeia as regiões que evidenciem visão empreendedora e estratégia de crescimento inteligente ajustada aos grandes desafios da sociedade. O Instituto Politécnico de Castelo

estudo realizado pela Associação de Defesa do Consumidor (DECO), por exemplo, posiciona Castelo Branco como uma das cidades portuguesas que oferece melhores condições para se viver.

#4 Cidade Sustentável

As questões da sustentabilidade e ambiente são uma das preocupações principais do município de Castelo Branco. Para além de participar no

renome como o Festival Literário de Castelo Branco ou o Festival de Guitarra de Castelo Branco. Branco, a Fábrica da Criatividade ou a Fábrica do Jovem Empreendedor, por exemplo, assumem-se como agentes de apoio e promoção do empreendedorismo.

#2 Cidade Cultural

É através da frase forte “Cultura Vibra” que Castelo Branco se afirma enquanto agente cultural regional e nacional. No site dedicado a esta marca, podes encontrar a programação cultural da cidade e região, em áreas como Cinema, Dança, Exposições, Música ou Teatro.

#3 Cidade com Qualidade de vida

Segurança, tranquilidade, preços e níveis de poluição mais baixos são alguns dos argumentos de Castelo Branco para se afirmar como “Cidade com Qualidade de Vida”. Um projeto da Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses, coordenada pela Associação ZERO, destaca-se o investimento nas zonas florestais e nas ações de defesa dos espaços verdes.


25 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Castelo Branco

#5 Cidade de História

A capital da Beira Alta é também um cidade recheada de História. É possível encontrar preservada grande parte da arquitetura medieval que caracteriza a malha urbana. Por outro lado, destaque para o Edifício do Paço Episcopal – um dos ex-libris

uma das razões pela qual o número de imigrantes em Castelo Branco cresceu significativamente, ao longo da última década, o que ilustra o poder de atração desta cidade. Esta é também a garantia de uma cidade vibrante e multicultural.

#8 Cidade de sabores

o município a apostar num novo Serviço Municipal de Inovação que apoia empresas locais.

#10 Cidade Juvenil

A preocupação em dar reposta aos desafios e obstáculos que surjam na vida de crianças e jovens fica materializada no Conselho Municipal da Juventude, órgão que colabora na

Queijo, azeite, empadas, doces e muito mais. As iguarias que caracterizam a cidade de Castelo Branco são muitas e diversas. Para além

históricos da cidade. Desta forma, Castelo Branco consegue harmonizar o seu património histórico e moderno.

#6 Cidade de Bordados

O Bordado de Castelo Branco é um dos produtos típicos da região e cidade, possuindo características que o tornam único. Para além da intensidade das cores conferida por fios de seda, os desenhos possuem

do cabrito assado, dos enchidos característicos da região e das sopas varias que aguçam o apetite, há que não esquecer uma grande variedade de doces. Papas de Carolo, Broas de Mel, Biscoitos de Azeite ou Tijeladas são apenas alguns exemplos.

#9 Cidade Inovadora

Na cidade de Castelo Branco, podes encontrar estruturas como o Centro de Empresas Inovadoras (CEI) que apoia empreendedores e empresas que estão a desenvolver as suas ideias de negócio. A mesma preocupação com o apoio ao desenvolvimento de novo conhecimento levou também uma simbologia própria. De resto, estas características foram implementadas na malha urbana da cidade, assumindo-se como um dos mais importantes símbolos da cidade.

#7 Cidade Acolhedora

A hospitalidade que caracteriza as pessoas da Beira Baixa faz-se sentir em Castelo Branco. Esta é

definição de política nesta área. A autarquia trabalha ainda em conjunto com as associações juvenis da região, de forma a dar condições a todos os jovens para um desenvolvimento sustentado e integrado.




26 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

PAP, PAF e PAA. Prova que vales! No final de um curso profissionalizante, serás desafiado a demonstrar os conhecimentos adquiridos. Sabe tudo sobre este momento, seja uma Prova de Aptidão Profissional (PAP), uma Prova de Avaliação Final (PAF) ou uma Prova de Aptidão Artística (PAA). No final de um curso de dupla certificação, terás de executar, do início ao fim, um projeto pessoal, da criação da ideia até à defesa perante um júri. O objetivo é simples: avaliar o estudante num momento prático. Existem diferenças na nomenclatura destas provas finais, de acordo com o curso em que estão inseridas. Contudo, os princípios que as norteiam são os mesmos: a avaliação da capacidade do aluno, bem como a conceção e desenvolvimento de um projeto integrado que envolva as várias competências e aprendizagens adquiridas. De acordo com a legislação que regula as PAP (Provas de Aptidão Profissional), por exemplo, esta prova pode ser física (por exemplo, um novo gadget) ou conceptual (o desenvolvimento de uma empresa, por exemplo). De igual forma o teu trabalho deve ser consolidado numa “intervenção ou numa

PAP

Prova de Aptidão Profissional Cursos Profissionais

atuação, consoante a natureza dos cursos”. Durante este processo, não estarás sozinho. Vais poder contar, ao longo do ano letivo, com o apoio e colaboração dos professores das áreas técnicas do curso. Segundo a legislação, durante a elaboração de uma PAP, os professores “orientam o aluno na escolha do projeto a desenvolver”, decidem se está em condições de ser apresentado ao júri e ainda auxiliam na preparação da apresentação. De igual forma, a PAP pode ser feita em equipa, desde que seja visível o contributo individual de cada elemento. A avaliação leva em conta critérios como a concretização do projeto, a aprendizagem relevante para a inserção profissional e a qualidade e interesse da apresentação, bem como do produto para a área ou para o setor económico em causa.

PAF

Prova de Avaliação Final CEF e Cursos de Aprendizagem

PAF e PAA Já no caso da Prova de Aptidão Final (PAF), realizada no âmbito de um Curso de Aprendizagem, apenas poderá ser feita se o formando obtiver uma classificação igual ou superior a 10 valores, no final do 3.º período de formação. Também aqui, conforme explica o IEFP, a tónica está na realização de um conjunto de atividades práticas, perante um júri constituído para o efeito. A Prova de Aptidão Artística (PAA), por sua vez, marca o final de um percurso numa formação do Ensino Artístico Especializado e consiste num projeto, desenvolvido ao longo do último ano, centrado em temas e problemas desenvolvidos durante a formação. Mais uma vez, este projeto pode ser desenvolvido em equipa, desde que seja visível e avaliável a contribuição individual de cada membro.

PAA

Prova de Aptidão Artística Cursos do Ensino Artístico Especializado


27 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional Publirreportagem

Constrói um futuro com bases sólidas no CICCOPN Localizado no concelho da Maia, distrito do Porto, o Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (CICCOPN) tem como principal missão apoiar e valorizar os recursos humanos do setor da Construção Civil e Obras Públicas. Por essa razão, no CICCOPN, poderás encontrar a oportunidade de melhorar as tuas competências e conhecimentos nesta área, independentemente do teu nível de formação.

pub

Mais de 2000 profissionais – entre formandos, formadores e colaboradores – fazem parte do universo CICCOPN, onde poderás encontrar cursos que apostam na flexibilidade conferida pela formação a distância e que podem, por isso, ajustar-se melhor às tuas necessidades e perfil. Por outro lado, estes são cursos de um carácter prático, integrados numa lógica de formação profissional que é cada vez

mais valorizada pelo mercado de trabalho, nomeadamente no setor da Construção.

Mercado de trabalho Facilitar a entrada no mercado de trabalho é uma das apostas centrais do CICCOPN, ao ensinar os conhecimentos e competências necessárias para dar resposta à grande procura de pessoas qualificadas em profissões específicas do setor da

Construção. Isto porque, através da formação profissional, poderás obter competências relevantes para o mercado de trabalho de hoje e de amanhã, com foco na transição para a Construção 4.0 – a era digital desta indústria que está ligada a conceitos como cidades inteligentes ou o combate às alterações climáticas. Para saber mais sobre o CICCOPN, visita ciccopn.pt


28 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

Como funciona o concurso de acesso ao superior para alunos do Profissional? Foi em 2020 que foi publicado o Decreto-Lei que cria as condições de acesso e ingresso no ensino superior para os estudantes de vias profissionalizantes e de cursos artísticos especializados. Sabe tudo aqui. Criar uma nova via de acesso específica para estudantes do Ensino Profissional era já uma promessa antiga. No dia 2 de abril de 2020, através da publicação do Decreto-Lei 11/2020, essa forma de acesso passou a ser uma realidade. Graças a este mecanismo, é agora oferecida aos estudantes do Ensino Profissional uma via alternativa ao Concurso Nacional de Acesso. Desta forma, destaca a Direção-Geral do Ensino Superior, no seu site, é possível

reduzir “as desigualdades que ainda persistem relativamente a estes estudantes no momento de ingressarem no ensino superior”. A questão de base que explica esta ideia de desigualdade é antiga. Durante anos, os diplomados das vias profissionalizantes interessados em aceder ao Ensino Superior tinham, na grande maioria das vezes, apenas uma forma de acesso: a realização de exames nacionais do Concurso Nacional de Acesso (que continua

a ser uma opção à disposição de todos os interessados). Como consequência, muitas vezes, os diplomados realizavam exames a disciplinas a que não tinham tido aulas, sendo esta condicionante apontada, por essa razão, como um factor de desigualdade no acesso ao prosseguimento de estudos. Em 2018, por exemplo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) destacou a importância da adaptação do sis-


Industry leading education in hotel business management BBA in Global Hospitality Management Remote learning options available Next intake: September 2021

Top 3 Worldwide for Employer Reputation (QS Ranking 2020)

lesroches.edu


30 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

tema de acesso ao Ensino Superior à diversidade de estudantes provenientes do ensino secundário, independentemente da concluíram a via científico-humanística, um curso profissionalizante ou um curso artístico especializado. No ano letivo passado, ao abrigo deste novo concurso, foram abertas 2370 vagas no ensino superior em licenciaturas e mestrados integrados. São as instituições de ensino superior que, anualmente, publicam no seu site o número de vagas destinadas a este regime especial.

As candidaturas estão abertas de 24 de agosto de 2021 a 3 de setembro de 2021, depois da realização de provas em julho. Este concurso especial tem “caráter voluntário”, ou seja, compete às instituições de ensino superior fixar as vagas que pretendem afetar ao mesmo, dentro dos limites fixados pela tutela. A opção fica disponível para todas as instituições de ensino superior, universitárias e politécnicas, que assim passam a poder disponibilizar uma nova de via ingresso nas licenciaturas e mestrados integrados.

Como funciona? A candidatura às vagas de licenciatura e mestrado integrado incluídas neste concurso está dependente de condições fixadas pelas próprias instituições de ensino superior, sendo que as candidaturas estão abertas de 24 de agosto de 2021 a 3 de setembro de 2021. Contudo, o processo de avaliação e seleção dos estudantes tem de incluir, obrigatoriamente, três elementos: a classificação obtida no final do curso (no mínimo 50%), a classificação na sua prova final, como PAP, PAF ou PAA, por exemplo (no mínimo 20%) e a classificação obtida em provas teóricas ou práticas de avaliação de conhecimentos (no mínimo 30%). Para aceder a este concurso, os candidatos necessitam de ter classificações iguais ou superiores a 95 pontos (escala de 0 a 200) em cada um dos elementos referidos. Desta forma, para além de contemplar o trabalho realizado durante

o curso, esta forma de acesso ao ensino superior prevê a realização de exames específicos nas instituições de ensino superior. No ano letivo passado, foi criada uma solução adicional – a constituição de três consórcios regionais (Norte, Centro, Sul e Ilhas). Desta forma, os candidatos realizam provas regionais, ou seja, fazem um exame na instituição de ensino superior mais próxima da sua área de residência. Essa prova permite depois efetuar uma candidatura a todas e as universidades e institutos politécnicos da região que abram vagas para este novo concurso. Desta forma, cada estudante pode fazer apenas um exame de acesso que será aplicável na candidatura a várias instituições de ensino superior. No total, em 2020, foram elaboradas 14 provas pelos consórcios regionais (em 14 áreas científicas diferentes que correspondem à organização da oferta formativa de Ensino Superior). No total, dos 1876 alunos que realizaram estas provas, cerca de 60% (1096) obtiveram a necessária classificação mínima (9,5) que lhes permitiu participar no concurso. A candidatura é feita a nível nacional, através da página da DGES e através de um peido de senha.

Quem pode candidatar-se? Podem candidatar-se ao concurso especial de acesso ao Ensino Superior para Diplomados de Vias Profissionalizantes os titulares de cursos profissionais, de aprendizagem, de educação e formação, artísticos especializados e da rede escolar do Turismo de Portugal, entre outros. Nos casos de formações de outros países, podem candidatar-se os titulares de cursos de Estados-Membro da União Europeia que sejam legalmente equivalentes ao ensino secundário português e de dupla certificação (nível 4), bem como outros cursos não portugueses de nível 4, nas situações em que os candidatos em causa tenham nacionalidade portuguesa.

Num portal específico criado pela DGES, podes conhecer todos os resultados de 2020, consultando a lista de ordenação final e condições de acesso. No ano letivo passado, cerca de 1000 estudantes foram colocados no ensino superior no âmbito deste concurso. Para mais informações sobre o concurso, visita aqui o site da DGES.


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32 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Ensino Profissional

Trabalhadores 4.0 O futuro do mercado de trabalho Uma nova revolução industrial aproxima-se, baseada nas novas possibilidades tecnológicas. Quais as consequências no futuro do trabalho? E na formação profissional? Depois da indústria, chega a Indústria 4.0. O termo é aplicado em referência à quarta revolução industrial e baseia-se, como tal, no desenvolvimento tecnológico recente. Conforme relembra o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional – CEDEFOP – o termo Indústria 4.0 “tornou-se um sinónimo para uma nova revolução industrial baseada em digitalização, automação, networking e processos de produção flexíveis”. Segundo o CEDEFOP, essa realidade começa já a tomar contornos bem definidos. Muitas fábricas de alta tecnologia são já “(quase) vazias de ser humanos”. Uma fábrica com uma menor presença humana

não significa, contudo, uma maior taxa de desemprego. As mudanças terão, de resto, “um efeito positivo no desenvolvimento económico” e significarão até uma valorização do trabalho, garante um estudo da plataforma Skills Panorama. A grande novidade, acrescentam, é que existirá “uma mudança estrutural para a área dos serviços”. Ambos os estudos salientam uma nota, contudo: não existem certezas quanto ao caminho que a Indústria 4.0 tomará. Um dado frequentemente referido indica que, dentro de 10 anos, 60% das profissões existentes ainda não foram criadas nos nossos dias. O que levanta uma questão adicional: como se preparam

os jovens para as profissões de futuro, quando essas mesmas profissões são ainda desconhecidas?

Formação Profissional 4.0 A indústria 4.0 implica “uma adaptação constante da força de trabalho aos novos processos de produção”, relembra um estudo dedicado ao impacto da quarta revolução industrial na Alemanha. Nesse sentido, “quais são as implicações para a formação e educação profissionais?”. De forma geral, acrescentam, há um foco muito grande nas Tecnologias da Informação. De igual forma, as competências de controlo e de resolução de problemas são muito pretendidas. A questão central, ex-


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plicam, passa por garantir “padrões mínimos comuns” nos currículos dos cursos, que permitam “às empresas e escolas profissionais a adaptação

«[A formação profissional] não deve deixar a responsabilidade da qualificação apenas para o ensino superior – pelo contrário, deve desenvolver o seu próprio conceito de Ensino Profissional 4.0”

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às necessidades do momento”. No futuro, acrescenta a mesma fonte, haverá uma necessidade de técnicos de nível secundário. Ainda que muitas das novas profissões venham a exigir trabalhadores com formação superior (particularmente nas áreas

de informática, matemática, ciência e engenharia), “o desemprego para pessoas sem formação profissional vai aumentar ainda mais”, garante o CEDEFOP. A investigação realizada nesta área aponta para a necessidade da Formação Profissional se adaptar às necessidades. Mais do que isso, destaca que será necessária uma “estruturação diferente” na indústria do futuro. “A aprendizagem deve ser organizada em espaços diferentes, como locais de aprendizagem virtual”, destaca o relatório Germany - vocational education and training 4.0. Hoje em dia, acrescenta o estudo, as empresas estão a cooperar mais com as instituições de ensino superior para treinar a próxima geração de trabalhadores qualificados. Contudo, a formação profissional “não deve deixar esta responsabilidade apenas para o ensino superior – pelo contrário, deve desenvolver o seu próprio conceito de Ensino Profissional 4.0”, realçam. Este conceito inclui

novas parcerias entre instituições de ensino e percursos de qualificação “híbridos” em colaboração com universidades e politécnicos. A conclusão do estudo de caso alemão deixa indicações concretas para o futuro. O Instituto Federal de Formação Profissional irá “começar a dialogar com os especialistas, de forma a formar uma proposta de como satisfazer estes requerimen-

Dentro de 10 anos, 60% das profissões existentes ainda não foram criadas nos nossos dias tos”. Os trabalhadores do futuro, acrescentam, devem obter qualificações adaptadas à Indústria 4.0, desde o início. “Porque também é importante moldar o mundo do trabalho para responder às necessidades humanas”, concluem.




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PROJETO CRESCER

“Um espaço para sonhar” Desde 2009, um projeto da Fundação AJU – Jerónimo Usera presta apoio a estudantes em risco de abandono escolar. Explicações são prestadas por voluntários de várias idades – de estudantes de 16 anos a professores reformados – e apoiam, anualmente, cerca de 50 alunos, na sua maioria estudantes do 5.º ao 10.º ano de escolaridade. Sabe mais sobre o Projeto Crescer.


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Com o lema “Renovar o mundo pelo amor”, a Fundação AJU – Jerónimo Usera tem vários projetos de apoio, em áreas distintas e para diferentes idades. A fundação surgiu pela mão da Irmã Rosa Costa, da Congregação das Religiosas do Amor de Deus, em 1988, inicialmente com um nome diferente.Ao perceber as necessidades existentes no bairro da Abuxarda, em Alcabideche – um dos locais onde está presente em Portugal esta congregação –, Rosa Costa procurou responder a essas carências. “A AJU foi se formando e desenvolvendo e hoje tem um trabalho muito mais sustentado, técnico e direcionado”, explica a Diretora Técnica da AJU, Maria Roquette. O Projeto Crescer é um desses exemplos, tendo sido criado para apoiar jovens com elevadas taxas de absentismo e insucesso escolar, sendo uma resposta de acompanhamento e apoio ao estudo. Focado em crianças e jovens, este projeto é “um espaço para crescerem e se desenvolverem de forma saudável”, destaca a diretora técnica, que lembra que este projeto nasceu em 2009, mas que a partir de 2000 já havia atividades com crianças. É em Alcabideche, no bairro da Abuxarda, que se situam as instalações da fundação até onde, em anos sem restrições sanitárias, se deslocaram as crianças e jovens inscritos no projeto. Com um limite anual de 50 pessoas, atualmente, a maior parte dos estudantes encontra-se entre o 5.º e o 10.º ano de escolaridade. Carminho é a estudante mais velha entre os jovens inscritos no Projeto Crescer, tem 17 anos e está na fundação desde os 10. Começou por ter consultas de psicologia e, ao ver as crianças a brincar, queria juntar-se a elas, o que, aliado à necessidade de apoio ao estudo, a levou a inscrever-se. O Projeto Crescer pretende ser “um espaço protegido e de incentivo ao sucesso escolar”, descreve Maria Roquette, incluindo diferentes áreas de abordagem. Na área do desenvolvimento pessoal, e numa parceria com o Gabinete de Psicologia AJU, há sessões durante o ano letivo, onde o objetivo passa por ampliar o autoconhecimento, para aprender a gerir as emoções. A nível escolar, a abordagem consiste no apoio ao estudo, gerido por quatro monitores, que supervisionam

Com a ajuda de explicadores voluntários, crianças e jovens encontram resposta às suas necessidades, através das explicações e apoios em disciplinas específicas.

e ajudam nos trabalhos de casa, e aos quais se juntam todos os explicadores voluntários. “É um apoio muito importante porque esta organização a nível escolar não existe em casa”, explicou Maria Roquette. Um dos monitores é João Lourenço, que trabalha na fundação há sete anos, entrando enquanto estagiário para o Crescer. “Quando entrei na AJU, havia muitos meninos que nem a mala traziam e nós fomos incutindo uma nova maneira de estar, para que no final do ano conseguissem passar”, recorda. João é tutor de algumas crianças e jovens e conta que é assim que conseguem prestar o apoio, dividindo as crianças e jovens por monitores que assumem a função de comunicar com a escola, diretores de turma e encarregados de educação. Carminho lembra que, com a ajuda dos monitores, conseguiu melhorar as notas. Encontrou na AJU um espaço de acompanhamento, onde tem mais motivação para estudar. E destaca que, ali aprendeu muitas outras coisas. “Aqui na AJU aprendemos a relacionarmonos com pessoas diferentes. Na escola, os meus colegas são todos iguais, estão todos movidos para as humanidades. Ao contrário do que acontece aqui, em que uns têm mais aptidão para as artes, outros mais para as letras ou para a matemática. Somos todos diferentes e podemos aprender uns com os outros”, explica a jovem estudante. O apoio ao estudo não se limita aos monitores. Com a ajuda de explicadores voluntários, há mais crianças e jovens que encontram resposta às suas necessidades, através das explicações e apoios em disciplinas específicas. A pandemia, para o Projeto Crescer, trouxe a possibilidade de assegurar um maior número de explicações, uma vez que tanto os pedidos como a oferta de explicadores aumentaram. Presencialmente, o espaço limitaria este crescimento. Durante o verão, há uma aposta em atividades lúdicas e colónias de férias, que levam as crianças e jovens a museus e oficinas, à praia e até ao cinema. Mas esta não é a única aposta que complementa a vertente escolar. O Projeto Crescer mantém a ligação ao desporto, com a escolinha de futebol, e também com a prática de natação e ténis,


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querendo futuramente aumentar o número de atividades.

Um percurso que “abra mais portas” “O Crescer é um percurso e, não havendo nada em contrário, nós fazemos questão de que eles entrem no 1.º ano e continuem até ao 12.º ano, o que acontece com a maior parte das crianças”, revela João Lourenço. Lembrando que durante este percurso tentam formar os estudantes em vários níveis, sendo um deles a criação de consciência ambiental, levando os jovens a assumir um papel na sociedade, através da reciclagem, por exemplo. As portas do Crescer abrem-se às 15h e fecham às 19h durante o período letivo. Durante as férias, tanto a abertura como o fecho antecedem uma hora. De segunda a sexta-feira, os monitores recebem os estudantes e dão início a mais um dia em que os trabalhos de casa dão o pontapé de partida, depois chega o lanche, e só mais tarde vem a hora de entrar num campo de jogos e brincadeiras,

que compõem o resto das tardes daquelas crianças e jovens. “Nós queremos que eles tenham um percurso de vida que lhe abra mais portas e que possam, um dia mais tarde, ingressar no ensino superior”, afirma João.

“O Crescer é um percurso e, não havendo nada em contrário, nós fazemos questão de que eles entrem no 1.º ano e continuem até ao 12.º ano, o que acontece com a maior parte das crianças” João Loureço, monitor do Projeto Crescer Um desses exemplos é Aires, de 21 anos, que terminou recentemente a licenciatura em Finanças Empresariais. Entrou para a Fundação AJU durante o seu 7.º ano e saiu apenas quando deixou o ensino secundário. “Ter feito parte desta

fundação foi uma das melhores experiências que tive na vida, porque ajudou-me a ser o homem que sou hoje, pelos princípios aqui transmitidos, como os de respeito e união”, conta. Lembra que, à medida que ia ficando mais velho, percebia que o foco na AJU passava da diversão para a aprendizagem.

Da proximidade à distância Durante a hora dos trabalhos de casa, os explicadores juntavamse, com a regularidade definida, para o apoio ao estudo. Contudo, ao longo dos últimos meses, tudo foi diferente, durante o tempo em que as instalações estiveram fechadas, devido à pandemia da Covid-19. Os explicadores adaptaram as suas funções ao digital e, atualmente, os monitores trabalham em par e rodam semanalmente. “Esta possibilidade de aproximarmos pessoas e realidades com uma distância grande é extraordinária”, refere a diretora técnica, que exemplifica com o caso de um dos explicadores que vive em Londres.


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Outra das explicadoras é Catarina, de 17 anos, que conheceu o Projeto Crescer em 2020. Ainda antes da pandemia da Covid-19, teve a oportunidade de dar explicações nos espaços da AJU. Começou por apoiar estudantes do 5.º ano e, depois, alunos do 6.º ano, em que deu, respetivamente, uma ajuda nas disciplinas de português e matemática. Começava com os trabalhos de casa, mas também preparava fichas e matéria para dar aos explicandos, principalmente de preparação para os testes. “A maior parte das pessoas não tem noção de quão pouco custa, do nosso lado, dispensarmos uma hora por semana para ajudar estas crianças, e do impacto que terá na vida delas”, diz a jovem, que, por experiência própria, sabe que as explicações fazem a diferença no percurso de um estudante. Ainda a adaptar-se à nova realidade, o Crescer pretende criar um regime híbrido para as explicações, para que haja uma maior proximidade entre todos, onde o feedback sobre a explicação é mais imediato, e onde os jovens podem ver nos voluntários uma referência que está ali envolvida com a fundação. “Nós gostamos muito dessa

proximidade e achamos que o trabalho com as pessoas que acompanhamos se faz dessa relação”, conclui Maria Roquette. Catarina recorda que os meses de explicação presencial permitiram criar uma maior ligação com as crianças. Nem sempre é fácil criar uma ligação com eles, conta, reforçando que presencialmente a interação se torna mais simples e produtiva.

Disponibilidade para ajudar Para ser explicador, o único requisito é ter disponibilidade e interesse em ajudar crianças e jovens que vivem em situações de dificuldade, e que, de outra forma, não conseguiriam ter acesso a explicações e apoio ao estudo. “É importante que se sintam confortáveis em dar explicações”, destaca a diretora técnica. O explicador mais novo tem 16 anos, mas há voluntários de todas as idades, muitos são estudantes e há até alguns professores reformados. Catarina pretende continuar a ajudar os jovens do projeto e recorda um dos momentos mais marcantes do último ano. “No Natal passado, ofereci a cada um deles um livro. Quando

voltámos das férias, um dos meus explicandos já tinha acabado o livro e perguntava-me se tinha mais em casa que lhe emprestasse para ler. É muito bom perceber que estamos a estimular nesse sentido”, conta a

“Se nós existimos como instituição, no que depender de nós, através das parcerias, dos voluntários excelentes que temos, do que vamos conseguindo, vamos ser um espaço para eles experimentarem coisas e sonharem alto” Maria Roquette, diretora técnica da AJU jovem. “Se nós existimos como instituição, no que depender de nós, através das parcerias, dos voluntários excelentes que temos, do que vamos conseguindo, vamos ser um espaço para


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eles experimentarem coisas e sonharem alto. Queremos criar-lhes as oportunidade que por eles próprios muitas vezes não conseguem. Mesmo que o contexto em casa não seja fácil, que seja a AJU um espaço de incentivo a investir no seu percurso escolar e profissional, e um local onde podem vir sempre que tiverem alguma dificuldade ou dúvida”, reforça a diretora técnica Aproximar para integrar Durante o seu último ano do secundário, Aires ia à fundação ajudar os mais novos nos trabalhos de casa e fazer com eles algumas atividades lúdicas. Este é também o caso da Carminho, de 17 anos, que ajuda os mais novos nos estudos, aproveitando também os espaços para estudar, agora com mais autonomia. Tem na mesma a ajuda de explicadores para as disciplinas

de inglês e filosofia. Conta que ajudar nos estudos nem sempre é fácil, porque é preciso encontrar uma explicação que ajude os explicandos a “chegar à resposta sozinhos”.

Para ser explicador, o único requisito é ter disponibilidade e interesse em ajudar crianças e jovens que vivem em situações de dificuldade, e que, de outra forma, não conseguiriam ter acesso a explicações e apoio ao estudo. Atualmente, Aires ajuda os jovens de outra forma, conta – ao vê-los na rua, procura ajudá-los e motivá-

los para que invistam no seu futuro. “Aqui no bairro está incutido que somos só nós, e a AJU veio aproximar as pessoas e ajudar na sua integração, não só as do bairro, como também as da comunidade envolvente”, explica o jovem, que ambiciona prosseguir nos estudos para mestrado.. Para Aires, os tempos na fundação foram mágicos, elucidativos e divertidos, tendo uma certeza: “sem a AJU não seria tão feliz como sou hoje”. No seu tempo enquanto explicando, olhava para os monitores como exemplos paternais, cujas pisadas queria seguir. Uma visão que Carminho partilha, acrescentando que este contacto a permitiu tornar-se mais atenta aos outros, mais comunicativa e com mais vontade de continuar a estudar no ensino superior. “Sem a AJU seria mais fechada em mim”, conclui.



42 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Academias Forum

Academia Art&Cultura

Encontra ligações criativas 2021 traz consigo uma nova Academia Forum Estudante, realizada em modalidade presencial, que que te vai dar a conhecer a riqueza artística e cultural de cinco concelhos da região de Leiria. Sabe o que podes encontrar na Academia Art&Cultura – Ligações Criativas. Em cinco dias, conhecer a arte e cultura que caracterizam cinco municípios da região de Leiria. É este o conceito base da academia Art&Cultura – Ligações criativas que, de 26 a 30 de julho, vai levar 24 estudantes do ensino secundário e profissional a conhecer este património no terreno. Esta é uma academia promovida pela

Forum Estudante em parceria com o Politécnico de Leiria e com as cinco autarquias participantes: Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Batalha e Leiria. As despesas com o alojamento, as deslocações durante a academia e a alimentação (bem como os testes à Covid-19 incluídos no protocolo de segurança) ficam a cargo da orga-

nização, pelo que apenas necessitas mesmo de te inscrever. O programa inclui atividades e visitas em muitos dos espaços que são ex-libris culturais, artísticos e patrimoniais da região como o Castelo de Óbidos, o Museu José Malhoa, a Mata Nacional do Vimeiro, o Mosteiro da Batalha ou o Castelo de Leiria.


A ideia é que, através das atividades desta semana, possas também saber mais sobre o mundo académico e profissional ligado à Arte e Cultura. Um conhecimento que é reforçado pela participação da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) e do Instituto Politécnico de Leiria que poderás conhecer em maior detalhe, levantando um pouco o véu sobre a experiência de estudar no ensino superior.


LICENCIATURAS › Contabilidade › Design Gráfico › Design Industrial › Engenharia Eletrotécnica e de Computadores › Engenharia de Sistemas Informáticos › Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais › Engenharia e Gestão Industrial › Engenharia em Informática Médica › Finanças › Fiscalidade › Gestão de Empresas › Gestão Pública › Gestão de Atividades Turísticas › Solicitadoria

MESTRADOS › Auditoria › Contabilidade e Finanças (APNOR) › Design Digital › Design e Desenvolvimento de Produto › Engenharia Eletrónica e de Computadores › Engenharia e Gestão Industrial › Engenharia Informática › Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais › Fiscalidade › Gestão › Gestão Autárquica (b-learning) › Gestão das Organizações (APNOR) › Gestão do Turismo › Ilustração e Animação › Inteligência Artificial Aplicada* › Marketing › Marketing Turístico › Sistemas Integrados de Gestão-QAS › Solicitadoria

PÓS-GRADUAÇÕES

ÁREA DO DESIGN › Design de Calçado › Design de Moda › Design para Media Digitais › Ilustração e Arte Gráfica ÁREA DE GESTÃO › Apoio à Gestão › Comércio Eletrónico › Exportação e Logística › Gestão Financeira e Contabilística › Gestão de Seguros ÁREA DE HOTELARIA E TURISMO › Organização e Gestão de Eventos › Turismo, Natureza e Aventura ÁREA DE TECNOLOGIA › Aplicações Móveis › Desenho Técnico e Maquinação › Desenvolvimento Web e Multimédia › Eletrónica, Automação e Comando › Energia, Telecomunicações e Domótica › Gestão Industrial da Produção › Manutenção Industrial › Mecânica Automóvel › Metrologia, Instrumentação e Qualidade Industrial › Mobilidade Híbrida › Moldação de Plásticos por Injeção › Redes e Segurança Informática › Sistemas Eletrónicos e de Computadores › Soldadura Avançada NOVOS CURSOS CTeSP

› Assessoria e Comunicação Empresarial* › Audiovisual Digital* › Gestão das Instalações Desportivas e Desporto* › Inovação Alimentar e Artes Culinárias* › Jardinagem Avançada* › Marketing Digital e Social Media* › Preparação e Gestão de Obra* › Robótica Colaborativa e Inteligência Industrial* › Segurança e Proteção de Dados para Sistemas de Informação*

› Contabilidade Financeira Empresarial › Contabilidade de Gestão e Estratégia Empresarial › Cibersegurança e Informática Forense *Aguarda aprovação da DGES › Design de Têxtil e Moda › Data Analysis for Business › Ecocidades e Desenvolvimento Sustentável (b-learning) › Fintech › Fiscalidade › Gestão de Alojamentos Turísticos › Marketing Digital › Sistemas de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas



46 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Inside Job

A nova rubrica da Forum Estudante vai dar-te a conhecer mais sobre profissões, durante os próximos meses. Conhece por dentro mais dos ofícios de áreas muito distintas.

O que faz um/uma Copywriter?

Que funções?

Que requisitos?

Onde exercer?

Movendo-se no meio do Marketing e Publicidade, os e as copywriters (ou redatores publicitários) trabalham tradicionalmente em conjunto com um profissional criativo de imagem. O seu trabalho tem como base uma estratégia delineada num briefing, a partir da qual estes profissionais reúnem e analisam as campanhas a elaborar. Como o nome indica, o ou a copywriter tem função específica escrever (criando aquilo a que tecnicamente se chama o copy). Isto, sem nunca esquecer o trabalho do criativo de imagem, uma vez que o resultado da campanha é o produto da união das duas partes.

Esta profissão requer uma actualização constante em diversas áreas (desde a área cultural, à política), e uma forte capacidade de observação e análise no que concerne ao espaço circundante. Fatores como a concentração e o rigor também ajudam à tarefa. Conhecimentos de design e de domínio de ferramentas informáticas desta área são cada vez mais imprescindíveis, tal como uma sólida formação em português e inglês, bem como gosto pela escrita. O interesse por áreas multidisciplinares (Psicologia, Sociologia, Arte, Cultura, Ciência), gosto pela aprendizagem, e sentido de dedicação também poderão ajudar um ou uma copywriter a conseguir responder a desafios variados, em várias áreas de atuação, oferecendo mais ferramentas.

Estes e estas profissionais trabalham habitualmente em agências de publicidade ou em departamentos criativos de empresas. O boom relativo à criação de conteúdos digitais que ocorreu durante a última década expandiu o mercado da publicidade e a procura por este tipo de profissionais. É também habitual a prestação de serviços em regime de freelancer.


47 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Inside Job

O que faz um/uma contabilista?

Que funções?

Que requisitos?

Onde exercer?

O ou a contabilista estuda a planificação dos circuitos contabilísticos, analisando os diversos sectores de atividade de uma empresa ou instituição para a qual trabalha. Desta forma, assegura a recolha de elementos precisos, com vista à determinação de custos e resultados de exploração. É a partir deste trabalho que os responsáveis das empresas decidem qual o rumo a dar aos seus negócios. Existem várias áreas dentro deste setor de atividade. No ramo da contabilidade financeira, estes profissionais fazem o relato financeiro de uma empresa ou instituição, tendo por base documentos contabilísticos e preenchimento da demonstração do balanço, resultados líquidos e lucros de caixa. Por outro lado, no ramo de contabilidade de gestão, são englobadas as mesmas atividades do contabilista financeiro, mas com aspetos de gestão interna, elaborando um relato das diferenças entre o orçamento de uma empresa e as condições reais observáveis da mesma.

Naturalmente, será relevante deter uma grande aptidão para trabalhar com números. Por isso, a vocação para a matemática e capacidade de analisar, comparar e interpretar números e factos rapidamente têm que ser alguns dos pontos fortes destes profissionais. A complexidade das suas tarefas exige um vasto leque de conhecimentos também na área empresarial como a gestão financeira, comercial e de recursos humanos, entre outras. Não esquecer que rigor e transparência são essenciais à execução e apresentação do seu trabalho, nomeadamente no que diz respeito ao sentido ético e profissional.

Os e as contabilistas exercem a sua profissão em departamentos de contabilidade das empresas, empresas de contabilidade, bem como em regime de profissão liberal. Por ser fundamental na viabilização de qualquer empresa ou instituição, a atividade contabilística continua a ser procurada por empresas de todos os setores de atividade. Destaque ainda para a existência de uma ordem profissional – a Ordem dos Contabilistas Certificados – que se assume como a maior ordem profissional portuguesa com cerca de 68 mil membros.


48 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Politécnico de Tomar

Politécnico de Tomar

Tantos cursos, Tanto Futuro à tua espera Os melhores anos da vida estão prestes a começar. E a decisão do curso e da Instituição é o primeiro passo neste caminho cheio de desafios para transformar o sonho em realidade. O Politécnico de Tomar conta-te tudo sobre a experiência de quem o escolhe.

O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) tem três escolas: a Escola Superior de Gestão de Tomar, a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes e a a Escola Superior de Tecnologia de Tomar. Nesta instituição de ensino superior encontras uma enorme variedade de cursos com forte procura pelo mercado de trabalho. Em média, tendo em conta os valores de 2019, cerca de 60% dos alunos diplomados encontram emprego ou estágio apenas um ano depois de concluir o curso. Aqui podes fazer o teu percurso desde os Ctesp, às Licenciatura e, finalmente, os Mestrados e Pós-Graduações.

No campus do IPT, a transferência de conhecimento não é um conceito teórico. É, acima de tudo, uma prática levada muito a sério e implementada todos os dias. Por essa razão, no Politécnico de Tomar encontras empresas como a Softinsa [IBM] ou a Critical Software, que estão sediadas dentro do campus, assegurando muitos estágios e a possibilidade do início de carreira em empresas de dimensão internacional. E não é tudo: encontras ainda equipamento de apoio e de lazer desde auditórios, bibliotecas, refeitórios, cantinas, residências, áreas desportivas, um campo de rugby e uma área muito especial de convívio para os alunos, o World Point of Contact.

as Tunas, o desporto ou os programas de voluntariado são alguns dos motivos adicionais para escolher o IPT. Sabias, por exemplo, que o Politécnico de Tomar dá nome a uma equipa de hóquei em patins que disputa a 1.ª divisão? Por outro lado, se o teu sonho passa também por uma experiência internacional, o programa Erasmus+ é mais uma oportunidade ao teu alcance. Acima de tudo, aquilo que encontras no Politécnico de Tomar é algo único: a proximidade e o sentimento familiar que existe e que se sente entre todos – alunos, ex-alunos, professores e colaboradores – em qualquer um dos seus polos, em Tomar ou Abrantes. Porque, seja qual for a cidade, o IPT é uma família. Ao longo dos seus 33 anos de existência, mais de vinte mil alunos escolheram o IPT para realizar o seu sonho e ultrapassar os desafios. E tu? Já pensaste em começar a construir o teu futuro? Escolhe o IPT: aqui nunca estás sozinho.

A experiência IPT

O Traje Académico do IPT

O custo reduzido de estudar no interior é outro aspeto a considerar, para além, claro, dos apoios sociais resultantes das várias bolsas de estudo, bolsas de mérito, bolsas Erasmus +, entre outras. A animada vida académica,

Sabias que o Instituto Politécnico de Tomar dá nome a uma equipa de Hóquei em Patins que disputa a 1.ª Divisão?

LISTA DE CURSOS CTeSP / Análises Laboratoriais / Animação e Modelação 3D e Jogos / Automação Industrial / Construção Civil* (em associação com a Escola Superior de Actividades Imobiliárias - ESAI) / Contabilidade e Gestão / Design Multimédia / Gestão Administrativa de Recursos Humanos / Gestão Comercial e Vendas / Informática / Informática de Gestão / Manutenção de Sistemas Mecatrónicos / Marketing Digital / Produção Artística para a Conservação e Restauro / Produção de Atividades para o Turismo Cultural / Realização e Produção Televisiva / Segurança e Proteção Civil / Som e Imagem / Tecnologia no Desporto (em associação com a Escola Superior de Desporto de Rio Maior) / T ecnologia e Programação em Sistemas de Informação (em parceria com a SOFTINSA/IBM) / Tecnologias Integradas de Produção Industrial (em parceria com a Altri) / Gestão de Turismo* / Web e Dispositivos Móveis LICENCIATURAS / Cinema Documental / Comunicação Social / Conservação e Restauro / Contabilidade / Design e Tecnologia das Artes Gráficas / Engenharia Electrotécnica e de Computadores / Engenharia Informática / Engenharia Mecânica / Fotografia / Gestão da Edificação e Obras (em parceria com a Escola Superior de Actividades Imobiliárias - ESAI) / Gestão de Empresas / Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional / Informática e Tecnologias Multimédia / Tecnologia Química / Turismo e Gestão do Património Cultural * Aguarda aprovação


http://www.ipt.pt/

Compromisso para um mundo sustentável

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O IPT está alinhado com os 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 em todas as suas atividades! Faz parte dos objetivos desta presidência ter um campus mais sustentável, que vincule a qualidade e promova a sustentabilidade. Por exemplo, desde há dois anos todos os eventos internos têm um ou mais ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sus-

tentável - ONU) associados de forma a promover estes objetivos e as práticas relacionadas. Neste âmbito, o IPT tem uma série de medidas implementadas com o objetivo de melhorar o desempenho ambiental e energético e promover ações que, de alguma forma, são mais um passo rumo à sustentabilidade. Foram instalados painéis fotovoltaicos

sobre o maior edifício do campus de Tomar, para produção de energia elétrica que é introduzida na rede, e ao mesmo tempo, estes painéis fazem sombra sobre a cobertura contribuindo para o aumento do conforto térmico no verão sem consumo de energia. Também foram substituídas todas as lâmpadas convencionais por outras de tecnologia LED.

Ações de sensibilização para toda a comunidade académica / Disponibilização de múltiplos ecopontos nos vários campi / Ação de formação para colaboradores IPT (com Resitejo) / Webinar sobre incêndios florestais (com Bombeiros Municipais de Tomar) / Criação de um jardim de plantas aromáticas em cada um dos campi (Dia Mundial da Terra) / Plantação de sobreiros no campus de Tomar (Dia da Floresta Autóctone) / Redução das luminárias/projetores para redução de poluição luminosa (Semana Eco-Escolas) Distribuição de folhetos sobre alimentação saudável e sustentável / Recolha de beatas para produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR) / Recolha de roupas usadas para apoio de membros da comunidade estudantil mais carenciados (com Cáritas). / Pintura de sarjetas com desenhos alusivos ao tema “O Mar Começa Aqui”


50 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Politécnico de Tomar

Internacionalização World Point of Contact

MESTRADOS

Sabe mais sobre a aposta internacional do Politécnico de Tomar e conhece o testemunho de um dos seus estudantes internacionais.

O Politécnico de Tomar atrai estudantes de todo o mundo, o que permite a troca de experiências e de conhecimentos entre os estudantes e culturas. Segundo a Pró-Presidente para a Divul-

gação e Relações Externas, Professora Rita Anastácio, esta diversidade cultural constitui um grande desafio para a nossa comunidade na adaptação ensino-aprendizagem, no desenvolvimento

de competências multiculturais e sobretudo na socialização. O IPT procura em contínuo promover iniciativas que abrem espaço para a projeção internacional, sempre a pensar em ti. Tu também podes fazer parte. Como? Com a Erasmus Student Network Tomar (ESNTomar) que dinamiza ações de acolhimento aos alunos estrangeiros e os apoia durante a sua estada, nas mais diversas áreas. Deixamos-te aqui o testemunho do nosso estudante Wasim Tana, Vice-presidente da ESNTomar.

/ Analítica e Inteligência Organizacional / Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre (Master Erasmus Mundus Quaternary and Prehistory) (em parceria com instituições de ensino superior francesas, italianas, espanholas e filipinas) / Auditoria e Finanças / Avaliação e Gestão de Ativos Imobiliários (em parceria com a Escola Superior de Atividades Imobiliárias – ESAI) / Conservação e Restauro / Design Editorial / Engenharia Eletrotécnica / Engenharia Informática - Internet das Coisas / Engenharia Mecânica - Projecto e Produção Mecânica / Gestão / Gestão de Recursos Humanos / Reabilitação Urbana / Técnicas de Arqueologia (em associação com o Master Erasmus Mundus DYCLAM on Cultural Landscapes) / Tecnologia Química

«No IPT, encontrei um lar onde posso aprender, trabalhar e viver»

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Olá, o meu nome é Wasim e tenho 24 anos. Venho de uma família multicultural. Sou turco, mas nasci na Líbia, o país da minha mãe, sendo que o meu pai é sírio. Quando tinha 19 anos, decidi vir para o estrangeiro para estudar. Fui para a Turquia, para o curso de Engenharia Mecatrónica, e posteriormente vim para Portugal, para Tomar (IPT) em Erasmus. Acabei por ficar no Politécnico de Tomar e estou no 2.º ano de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Escolhi este Politécnico porque gostei da cidade. É uma cidade pequena, muito verde e também está localizada quase no centro de Portugal,

Wasim, 24 anos, estudante do 2.º ano de Engenharia Mecatrónica no IPT

ou seja, está perto de todo o lado. Tomar é uma cidade barata para os estudantes e o Politécnico é um sítio muito calmo e que nos dá tempo para focar o estudo. Também percebi que os politécnicos em Portugal se concentram mais na parte prática a nível dos cursos e gostei dessa característica. O Politécnico de Tomar tem um ambiente muito produtivo para aprender e as salas não são muito superlotadas, o que permite perguntar as questões aos professores com calma. Em termos de dificuldades, devo admitir que não tive muitas dificuldades quando cheguei, mas posso dizer que a língua

portuguesa foi um desafio para aprender. Com o tempo, estou a tentar aprender ainda mais. Posso dizer que consegui encontrar um lar no estrangeiro onde posso aprender, trabalhar e viver sem me sentir verdadeiramente como estrangeiro. A única forma de estarmos ligados ao nosso futuro é através do nosso presente, ou seja, tomar a decisão certa agora irá modelar o nosso futuro. Temos que tomar decisões importantes – onde vamos estudar, como vamos estudar, a escola, a cidade, o país. Por isso, recomendo o IPT a outros estudantes internacionais.


http://www.ipt.pt/


52 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Música

“Sou mais genuína quando estou a cantar” A jovem madeirense, de 22 anos, trouxe a Ponta do Sol até Lisboa, e é no seu novo single, “Este Meu Jeito”, que podes conhecê-la melhor. Elisa Silva é estudante da Escola Superior de Música de Lisboa e ganhou, no ano passado, o Festival da Canção, com o tema “Medo de Sentir”. A artista conta à FORUM mais sobre o seu percurso na música, as suas inspirações, e as novidades reservadas para este ano. Elisa, que se considera ainda na fila para entrar neste mundo das artes, diz que é no palco que é mais feliz: “ Eu fico numa espécie de bolha e esqueço-me de que sou um ser humano”.


53 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Música

Como descreves esse jeito que é teu e que dá nome ao teu novo single? São muitas personalidades aqui dentro e é complicado descrever em uma, duas ou três palavras, porque muda todos os dias. Mas acho que sou divertida, atenta aos sentimentos das pessoas, às vezes indecisa, e sou espontânea. Em que te inspiraste para escrever “Este Meu Jeito”? “Este Meu Jeito” surgiu de uma parceria com o MINX, que é produtor e compositor. Criámos uma música, que fala, basicamente, de uma pessoa que se aceita da forma como é e que mesmo ouvindo esses insultos não quer saber, porque sabe que não é apenas aquela coisa, não é um rótulo. A minha favorita da música é a em que digo que sou várias coisas, sempre o oposto uma da outra. Isso é para mostrar que somos humanos, e que todas as pessoas têm muitas coisas polares em si.

muito abaixo, pensei em não cantar mais e fui para a Faculdade de Letras, para o curso de Estudos Artísticos, na variante de Arte do Espetáculo. Adorei o curso e as pessoas, só que não era bem aquilo. Eu via como vibravam com as aulas e com as peças a que iam ao fim-de-semana, e eu vibrava a ouvir as pessoas a cantar. Descobri as Jam Sessions e ia a todo o lado sozinha, e ficava lá até acabar, a olhar para os músicos e para os cantores. Achava incrível a forma como aquelas

«Sempre soube que [a música] era uma coisa que me deixava muito feliz. Quando ia para um palco, aquele era o momento mais feliz da minha vida»

Há imenso talento na Madeira mas o mercado de lá é muito diferente do mercado de cá, compor originais lá não tem muito sucesso, porque os turistas querem ouvir covers nos hotéis e não originais. O Festival da Canção foi outra das oportunidades. Como é que surgiu o Festival da Canção na tua vida? Já conhecias a Marta Carvalho? Tinha conhecido a Marta poucos dias antes de ela ter sido convidada para o Festival e demo-nos logo bem, reparámos que éramos muito parecidas em algumas coisas. E eu nem queria acreditar quando ela me convidou para ser a intérprete do tema dela. Até pensava que o universo não me podia dar tanta coisa, já tinha uma, que era estar na Escola de Música. E foi com essa inocência que aceitei logo, sem estar à espera de passar da Semifinal.

Uma das coisas que dizes é “sou Joana d’Arc”. O que é que tu tens de Joana d’Arc? Sou muito destemida. Existe uma frase da Amália de que eu gosto muito, que é: “Sou frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes”. Revejo-me muito nisso. Porque sou uma pessoa muito sentimental e emotiva com coisas pequeninas, mas para coisas grandes, arranjo uma força que nem sei de onde vem. Neste momento, estamos no espaço da Escola Superior de Música de Lisboa, foi isto que te trouxe até à capital? Foi mesmo esta escola. Quando acabei o 12.º ano, não sabia o que queria seguir. E desde os 15 anos que fazia imensa música, ia às aulas e depois tinha ensaios, aulas de canto privadas, durante os fins de semana cantava em bares ou em casamentos. Acabei o secundário e fiquei mais um ano na Madeira, a pensar no que iria seguir. Foi nesse ano que entrei para o curso de Jazz no Conservatório de Música, mas nem sei que fator me levou a essa escolha, porque antes disso não ouvia Jazz. Tinha o hábito de procurar músicas no YouTube, e foi numa dessas vezes que cheguei à Ella Fitzgerald e ao Chet Baker. Depois do ano no Conservatório, vim fazer prova na Escola Superior de Música e não passei, só havia duas vagas no instrumento de voz e eu fiquei em 3.º lugar. Na altura, isso deitou-me

pessoas, sem se conhecerem, faziam música e pareciam um grupo que tinha acabado de ensaiar. No final do primeiro ano letivo, e depois de quase um ano sem cantar, decidi que queria voltar a tentar entrar na Escola de Música. Aqui só havia uma vaga e estava a competir com pessoas da voz e de outros instrumentos, o que era muito mais complicado, mas passei. Lembro-me de que as primeiras vezes que entrava na escola, ficava a olhar para a parede amarela e a pensar que tudo aqui é lindo, maravilhoso. E que outras oportunidades te trouxe Lisboa, que não terias conseguido se continuasses na Madeira? Muitas mesmo. Por exemplo, assinar com a Warner Music Portugal.

Isso abriu-te outras portas, houve mais pessoas que te conheceram a partir daí... Sim, na Madeira conheciam-me, mas aqui ninguém me conhecia. Lembro-me de ler um artigo em que o título era, “Quem é Elisa, a perfeita desconhecida que ganhou o Festival da Canção”. Eu fiquei muito feliz com esse título, mostrava que ganhei pelo meu mérito e não porque tinha muitos fãs, porque não tinha. E como é conciliar a vida académica com a vida profissional? Não é fácil, porque existem horários que quase nunca são compatíveis. Tenho aulas e, ao mesmo tempo, tenho ações de promoção na televisão, ou tenho de fazer videoclipes e gravar, e tudo em dias específicos. Aí, tenho de


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parou junto a mim, e disse-me: “A música “Medo de Sentir” ajudou-me imenso numa fase menos boa, e eu encontrei muita força nessa música, por isso, muito obrigada. Não podia deixar passar esta oportunidade e queria muito agradecer-te a ti e à Marta”. Eu fiquei sem jeito nenhum, foi um momento que me deixou muito feliz. Quando lancei o “Na Ilha”, recebi inúmeras mensagens de estudantes nas redes sociais. Não só madeirenses, mas também açorianos e outros que estudavam longe de casa e se identificaram com a música. Diziam-me que era o conforto deles quando tinham saudades dos pais e de casa. Ouviam e sentiam que não estavam sozinhos. Isso marcou-me muito e foi um combustível para continuar a fazer música e a cantar aquilo em que eu acredito.

optar e opto pela parte da carreira, e isso penaliza a escola. Estou mentalizada de que vou levar mais de três anos para concluir, mas quero muito acabar a licenciatura. És tu que fazes as capas dos teus singles? Sim. A primeira aconteceu muito ao acaso, eu estava a gravar o primeiro single, “Coração”, e durante os intervalos desenhava o que achava que seria uma boa capa, mas sem nunca imaginar que seria mesmo. Eles viram, gostaram e perguntaram se eu queria que fosse a capa do single. A partir daí começou a ser sempre assim, o segundo e o terceiro single também fui eu. Sempre desenhaste e tiveste vocação para desenhar? Eu não gosto de dizer que tenho jeito para desenho, porque não tenho, mas sempre desenhei, é muito terapêutico para mim. Tive influência da minha avó e do meu irmão, que desenham muito bem. Eles inspiram-me muito, e agora eu vejo as capas dos singles como forma complementar de mostrar o que para mim é aquela música. É uma interpretação minha e tem sempre significados e coisas que as pessoas não vão entender, que só eu entendo. E eu acho isso bonito, é como se fosse algo só entre mim e eu. Dizes que é em palco que te sentes mais feliz, que te sentes tu. Por que é que isto acontece? Porque eu fico numa espécie de bolha e esqueço-me de que sou um ser humano. Em palco, sou um ser, uma coisa, e as outras pessoas também não são seres humanos, são almas que estão ali a ouvir a música. Por exemplo, com a nossa família nós temos uma forma de estar, com os nossos amigos temos outra forma de estar, na escola, em entrevistas e por aí fora, somos sempre pessoas diferentes. E eu quando estou em palco sou o mais eu possível. Não fico a pensar, “não devo dizer isto”, apenas digo e canto com muita intensidade porque para mim aquele momento é como se fosse o momento mais importante da minha vida. A minha cabeça esvazia-se e só fica a ideia de passar as emoções às pessoas. Por isso é que eu digo que acho que sou mais genuína quando estou a cantar. Lembras-te de algo que te tenham dito e que te tenha marcado? Uma vez, ao vir da Madeira, uma hospedeira de bordo reconheceu-me,

«[O single “Este Meu Jeito é sobre] uma pessoa que se aceita da forma como é e que mesmo ouvindo esses insultos não quer saber, porque sabe que não é apenas aquela coisa, não é um rótulo»

É na Ponta do Sol que tens os teus amigos de sempre e a tua família. Podemos dizer que esse é um local especial para ti? Sem dúvida, é a minha casa, e acho que toda a gente quando pensa em casa e na família fica com uma lágrima no olho. Esta distância é muito difícil de gerir para mim, se pudesse, ia mesmo a correr até lá. Tudo o que está escrito na letra de “Na Ilha” fui eu que escrevi sozinha. E isso deixa-me muito orgulhosa, porque sou “verdinha” nisto, e, com as saudades de casa, dos meus pais e da praia, estava-me a sair imensa coisa. Faz-me muita confusão estar aqui em Lisboa e só ver edifícios, não conseguir ver água nem mar. Com o tempo, é mais fácil de gerir a distância, mas não deixa de ser um pouco triste, sabendo que para ir a casa tenho de apanhar um avião. Desde cedo que participas em festivais, como foi o caso do Festival da Canção Infantil “Pequenos-Sóis”. Como eram esses tempos? Eu participei pela primeira vez com 7 anos e ganhei o festival dois anos mais tarde. Depois disso, participei em muitos, como o Festival Regional Infantil da Madeira e os festivais da escola. A partir do momento em que comecei a cantar, quando havia festas da escola, eu lembro-me de ser sempre a primeira a querer cantar. Antes disso, apenas ouvia muita música, porque os meus pais adoram música. Os teus pais influenciaram-te no teu gosto pela música? Sim, eu ouvia os clássicos, Pink Floyd, Guns N’Roses, AC/DC, também por



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«Tenho uma voz interior a dizer: “isto é fixe, mas tem calma, porque tu não és nenhuma Beyoncé”. Gosto de ter isso presente e é algo que os meus pais sempre me passaram. Assim como a não aceitar que as coisas caem do céu, porque não caem»

influência do meu irmão. Só ouvia músicas infantis por causa da escola, e nunca sentia vontade de cantar. Os meus pais só descobriram que eu cantava quando um professor lhes pediu autorização para eu cantar num festival. Sempre soubeste que querias seguir música? Sempre soube que era uma coisa que me deixava muito feliz. Quando ia para um palco, aquele era o momento mais feliz da minha vida. Mas nunca pensava se era realmente isso que

«[A Ponta do Sol, na Madeira,] é a minha casa. [...] Com o tempo, é mais fácil de gerir a distância, mas não deixa de ser um pouco triste, sabendo que para ir a casa tenho de apanhar um avião» eu queria fazer. Porque ouvia muitas vezes, principalmente de professores, o comentário: “a música é giro, mas não dá dinheiro. Tu vais estudar, vais ser médica, jornalista, bancária ou cientista, mas música não”. Houve um comentário de uma professora que

me deixou um pouco triste. Ela disse à minha mãe, “a Elisa tem potencial, ela escreve muito bem, não deixe que ela vá para música, porque não vai ganhar nada”. E eu lembro-me de estar a ouvir e a pensar que talvez ela tivesse razão, mas a música deixava-me feliz e não percebia por que é que não podia seguir. Lembro-me de perguntar à minha mãe e de ela me dizer para eu seguir o que quisesse. Tens alguma música que aches que caracteriza a tua infância? A Whenever, Wherever, da Shakira. Eu não cantava mas tinha muito jeito para dançar, tinha o movimento de anca. Adorava essa música e nem sei porquê, mas já não a ouço há muitos anos. Se tivesses de escolher dois pais na música, quem é que seriam? Estão-me a passar muitos nomes na cabeça. Eu adoro os Beatles, adoro a forma como todos eles escrevem, porque é sempre diferente. Se der, ponho os Beatles todos juntinhos numa só pessoa. Se tivesse uma mãe na música, seria a Ella Fitzgerald. Achas que é difícil entrar no mundo da música em Portugal? É muito complicado mesmo. Eu ainda não me considero no mundo da música, estou na fila para entrar. Como eu ainda não me reconheço como artista, é mais complicado que

as outras pessoas o façam, por isso vai demorar. Não sei bem quando e como vai acontecer, mas gostava muito que acontecesse. E novidades para os próximos tempos? Tenho um álbum para sair em outubro e um concerto, que é o primeiro este ano. Vai ser na Madeira, na Ponta do Sol, a minha terra-natal, com banda, e é para apresentar as músicas do álbum. A verdade é que não está fácil para ninguém no mundo da música e é preciso entender que os espaços estão a abrir, mas é óbvio que abrem primeiro para os que já têm nome, e só depois para os que estão a começar. O que é que tu gostavas que as pessoas que te ouvem pensassem sobre ti? Queria que pensassem, “uau, ela parece mesmo boa pessoa, gostava de ser amiga dela, parece fixe”. E que pensassem que sou humilde, porque tento sempre ter os pés muito bem assentes na terra e não vou me deslumbrar por nada. Tenho uma voz interior a dizer: “isto é fixe, mas tem calma, porque tu não és nenhuma Beyoncé”. Gosto de ter isso presente e é algo que os meus pais sempre me passaram. Assim como a não aceitar que as coisas caem do céu, porque não caem.



Licenciaturas (2021/2022) ENGENHARIA E TECNOLOGIA . Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação . Engenharia Eletrotécnica e de Computadores . Engenharia Informática . Engenharia Mecânica . Tecnologia Biomédica . Tecnologias de Energia . Tecnologia e Gestão Industrial (noturno) . Tecnologia do Ambiente e do Mar . Bioinformática . Biotecnologia . Engenharia Civil (diurno e noturno) . Tecnologias do Petróleo CIÊNCIAS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E DESPORTO . Animação Sociocultural . Comunicação Social . Desporto . Educação Básica . Tradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa CIÊNCIAS EMPRESARIAIS . Contabilidade e Finanças (diurno e noturno) . Gestão da Distribuição e da Logística (diurno e pós-laboral) . Gestão de Recursos Humanos (diurno e pós-laboral) . Gestão de Sistemas de Informação Marketing SAÚDE . Enfermagem . Fisioterapia

CTeSP - Cursos Técnicos Superiores Profissionais (2021/2022) TECNOLOGIA . Automação, Robótica e Controlo Industrial (diurno e pós-laboral) . Climatização e Energia . Desenvolvimento de Videojogos e Aplicações Multimédia . Manutenção Industrial . Produção Aeronáutica (diurno e pós-laboral) . Programação Web, Dispositivos e Aplicações Móveis . Qualidade Ambiental e Alimentar . Redes Elétricas Inteligentes e Domótica . Redes e Sistemas Informáticos . Sistemas Eletrónicos e Computadores . Tecnologia e Gestão Automóvel . Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação . Tecnologias Informáticas (Programa BrightStart) . Veículos Elétricos . Tecnologias de Laboratório Químico e Biológico . Construção Civil (pós-laboral) CIÊNCIAS SOCIAIS E DESPORTO . Desportos de Natureza . Produção Audiovisual . Serviço Familiar e Comunitário CIÊNCIAS EMPRESARIAIS . Apoio à Gestão de Organizações Sociais . Assessoria de Gestão . Gestão de Turismo (diurno e pós-laboral) . Logística (diurno e pós-laboral)

. Terapia da Fala www.ips.pt - estudar@ips.pt


Juntos fazemos o amanhã.


60 | Forum Estudante | mai’21 /Transforma Portugal

TRANSFORMA

RITMOSS Aliar a música à solidariedade A música é a linguagem universal. Vários géneros e diferentes artistas conseguem chegar a todos. Com o projeto RITMOSS, três jovens de Braga querem utilizá-la para chegar às crianças. E ainda falar de saúde. Por Rúben de Matos

O nome do projeto não deixa esconder durante muito tempo qual é o seu maior propósito. Ainda assim, há uma explicação mais complexa por detrás destas sete letras. RITMOSS é o mesmo que dizer “R”espeito, “I”integração, “T”olerância, “M”otivação, “O”timismo, “S”ociabilidade e “S”olidariedade. A explicação é dada por Francisca Campos. “Estudo Direito, mas sempre tive em mim o desejo de querer fazer qualquer coisa na área da música. Com a pandemia, queria mesmo sentir-me útil e percebi que era o tempo certo para o fazer acontecer”. Em duas amigas de sempre, a bracarense de 20 anos diz ter encontrado as pessoas certas para

meter em marcha um duplo desejo. Francisca e Mara ficam-se pela música. Beatriz, estudante de Enfermagem, é a responsável pela partilha de conhecimento na área da saúde. Querem, com a música, chegar aos bairros mais carenciados da cidade e permitir que essas crianças contactem com uma realidade a que dificilmente teriam acesso de outra forma. O financiamento do Transforma Portugal ajudará na compra de instrumentos a ser usados nas sessões. Do lado da saúde, não querem deixar de ter em cada sessão aquilo a que chamaram de “10 minutos de saúde”. Numa altura em que os mínimos cuidados podem fazer a diferença na prevenção do contágio, a mensagem a passar é mais importante do que nunca. “Quando dizemos que

devemos lavar as mãos regularmente, que fumar mata… aquelas crianças não têm essa noção. Não têm as bases que nós tivemos”, conta Francisca. A música, dizem, é a

“Eu quero que aquelas crianças saiam dali e digam: “Isto foi mesmo bom”. Mas também quero passar valores. Eu também sei o quão importante foi para mim ter desde nova o método e a disciplina que a música nos passa.” melhor forma de o fazer. Apesar de criado, o projeto ainda não está no terreno. Fazê-lo nos próximos meses é um desafio a cumprir. Isso e alargar as sessões a um conjunto de outras áreas, como o ensino do Português ou o Teatro. Se conseguir passar a estas crianças o quão importante a música também foi na sua infância, Francisca diz-se feliz: “Eu quero que aquelas crianças saiam dali e digam: ‘Isto foi mesmo bom’. Mas também quero passar valores. Eu sei o quão importante foi para mim ter desde nova o método e a disciplina que a música nos passa”. Com a música e a solidariedade, a jovem espera conseguir cumprir este objetivo com distinção. “Isto não é mesmo conversa. Se acrescentar alguma coisa à vida destas crianças, já vale a pena”, conclui.


A voz dos estudantes que fazem voluntariado Nesta edição, trazemos-te as histórias de dois projetos apoiados pelo movimento Transforma Portugal. Em breve, a Forum vai publicar o Guia do Voluntariado, publicação que te vai dar a conhecer muitos outros exemplos de ações e iniciativas de estudantes que fazem a diferença no terreno.

Serenatas Solidárias O mesmo encanto de sempre Só em Portugal, meio milhão de idosos vivem sozinhos. Alguns, ainda que em lares, foram separados da família. Longe de ser uma novidade, a solidão é agora mais forte. O “Já Dizia A Minha Avó” pretende quebrá-la com o envio de cartas. Por Rúben de Matos

O Fado é o elo de ligação dos dez jovens que integram o Grupo de Fados do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto (ISEP). A pandemia obrigou-os a parar. Querem agora reavivar a tradição e levá-la aos mais velhos, através de “Serenatas Solidárias”. Quem já pisou um palco, dificilmente esquece a sensação. Estar em cima das tábuas, a cantar ou tocar, torna-se quase viciante, mesmo para quem não é músico a tempo inteiro. No caso de dez estudantes do ISEP, a Engenharia ocupa-lhes grande parte do tempo. Com 23 anos, João Pedro Novais, por exemplo, está a terminar o mestrado em Engenharia Mecânica. A par da exigência do curso, o espaço para cantar está sempre lá. O grupo organiza todos os anos uma Grande Noite de Fados. Mas também surgem os convites para tocar em outros palcos, até além-fronteiras. França, EUA ou Suíça são alguns dos países que relembra sem pensar muito no assunto. “Lembro-me especialmente de um concerto em França. Cantámos numa Catedral para 600 pessoas”, recorda. As memórias vividas em grupo são muitas: “Quando atuamos juntos, é uma montanha-russa de emoções, para o bem e para um mal”. Com a pandemia, essas atuações deixaram de acontecer. A feitura de memórias ficou em suspenso. Mas a vontade de fazer música manteve-se lá. Foi então que a Presidência do Instituto lhes lançou o desafio: cantarem para os mais velhos.

O fado e a gratidão O desafio foi aceite. O grupo entrou em contacto com a junta de fregue-

sia de Paranhos, uma das maiores da cidade, que assegurou a ligação aos lares. Pouco tempo depois, o Transforma Portugal abriu candidaturas e assumiu-se como mais um apoio no caminho até dar vida ao projeto. A abertura do país vai permitir chegar a ainda mais pessoas. Para lá do gesto, o fado traz à tona lembranças de uma vida. “Os idosos são os nossos melhores espetadores. Há sempre muita emoção à mistura. Porque o Fado Estudantil tocou a vida destas pessoas. Algumas das músicas tiveram um papel de luta muito grande durante o Estado Novo, e fazem recordar esses momentos”, lembra o portuense. Não dá para esconder o brilhozinho nos olhos, de um lado e do outro. “É muito recompensador. Somos bem recebidos a fazer uma coisa de que muito gostamos. Queremos continuar a fazê-lo, menos que não seja por uma prova de gratidão. Porque o país que hoje temos também a eles muito se deve”. Ainda que com máscaras e distanciamento social, o Fado Estudantil continua com o mesmo encanto de sempre.

“Os idosos são os nossos melhores espetadores. Há sempre muita emoção à mistura. Porque o Fado Estudantil tocou a vida destas pessoas.”




64 | Forum Estudante | jun’21 /IEFP Publirreportagem

SkillsPortugal Este campeonato fez futuro! Foi de 21 de junho a 9 de julho que se fez história, com o foco apontado para o futuro das qualificações. Sabe tudo sobre a primeira edição do Campeonato Nacional de Profissões Digitais – SkillsPortugal. “São já vários os campeonatos de profissões em que tenho o enorme privilégio de me dirigir a um conjunto de pessoas muito especiais, que estão na vanguarda da mudança para um mundo mais qualificado – os seus participantes, verdadeiros pioneiros e um exemplo para o país”. Foi assim que António Valadas da Silva, Presidente do IEFP, deu início à sessão de encerramento do 1.º Campeonato Nacional de Profissões Digitais – SkillsPortugal, no passado dia 9 de julho e que, tal como o campeonato, decorreu em ambiente virtual. Esta foi uma iniciativa do IEFP/WorldSkills Portugal. Num período marcado pelo adiamento das competições presenciais a nível nacional e internacional, esta competição teve como objetivos principais sensibilizar a sociedade para a importância das qualificações na área do digital, dar corpo às orientações europeias e nacionais em matéria da edu-

cação e formação digital e responder ao desafio da WorldSkills Internacional em tornar 2021 no Ano da Inovação. Depois de 3 semanas de provas – e após o anúncio dos vencedores em cada uma das profissões em competição – é possível fazer um balanço. No total, 18 profissões estiveram em

competição, com 116 concorrentes e 105 jurados a trabalharem em conjunto para apurar os campeões (ver caixa). Foram entregues 55 medalhas (18 de ouro, 20 de prata e 17 de bronze). Destaque ainda para a participação de 47

entidades de educação/ formação das mais diversas tipologias.

Vencedores e campeões Entre os 18 primeiros classificados encontramos caras conhecidas da WorldSkills Portugal. Em Cloud Computing, Prototipagem Rápida e Desenho Gráfico,

por exemplo, ficaram em 1.º lugar os jovens que integram a delegação que vai representar Portugal no Campeonato Europeu das Profissões, em Graz, no próximo mês de setembro. O vencedor de Desenho Gráfico, Bruno

Reis, foi mesmo o criador da mascote do SkillsDigital, o Skill’On. Na profissão de Design de Moda – Vestuário, a vencedora foi a jovem que representou Portugal em Tecnologias da Moda no último ciclo de campeonatos (Euroskills Budapeste e WorldSkills Kazan), Beatriz Dias-Arguelles y Soares. Já o 1.º classificado em Robótica, Pedro Pereira, não só já representou Portugal em Budapest e em Kazan, como ganhou a Medalha de Bronze em Budapeste, tendo conquistado a Medalha de Excelência e o prémio de Best of the Nation em Kazan. “Inovação” e “desafio” foram as duas palavras mais escolhidas para caracterizar o 1.º Campeonato Nacional de Profissões Digitais por todos aqueles que dele fizeram parte, sendo que esta foi também uma iniciativa que mereceu destaque internacional. Na cerimónia de abertura já a Presidente da WorldSkills Europa se tinha juntado a este evento e, na sessão


www.iefp.pt

Vencedores 1.º 2.º 3.º 3.º 1.º 1.º 2.º 1.º 2.º 3.º

de encerramento, foi a WorldSkills Internacional que quis marcar presença. “Com o SkillsPortugal, Digital 2021 foi dado um passo firme e seguro em direção a um futuro que se quer repetir”, realça a organização.

Cumprir os desafios “Vocês foram desafiados pela União Europeia para promover e desenvolver competências verdes e digitais e desafiados pela WorldSkills Internacional para fazer de 2021 o Ano da Inovação, dedicado a criar novas formas de nos mantermos ligados e a desenvolver competências para os jovens em todo o mundo. Vocês cumpriram em ambos!”, disse o CEO da

passo em frente, nos últimos meses, dou os sinceros parabéns e agradecimentos em nome de toda a comunidade global da WorldSkills”. A sessão contou ainda com a participação da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. “Estão todos a fazer história”, foram as suas palavras iniciais, antes de acrescentar: “As alterações no mundo do trabalho mostram como as qualificações são a grande arma para ganhar competitividade (…). A aposta crítica nas competências digitais é fundamental e pode mudar a vida das pessoas. Quem mais investir nestas competências, em áreas estratégicas, é

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WorldSkills Internacional, David Howey, a todos os participantes, deixando um agradecimento: “A todos aqueles que deram um

quem está já a garantir o futuro de todos nós. Estes são tempos de um enorme desafio e de ação!”

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Para saber mais sobre o IEFP, I.P. e as suas iniciativas, visita-nos em www.iefp.pt ou segue-nos:

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SPD 01 Gestão de Redes Informáticas ernardo Inglês Reis (CINEL - Lisboa) B Luís Filipe Alves Barros Bompastor (ATEC - Porto) Manuel Ludgero Pilo da Silva Lobo (IEFP - Alcoitão) Luís Fábio da Costa Lima (CESAE Digital) SPD 02 Cloud Computing Alexandre Medeiros Rangel (ENTA - Escola de Novas Tecnologias dos Açores Katy Alves Fontes (IEFP - Tomar) Diogo Filipe Medeiros Mendonça (ENTA - Escola de Novas Tecnologias dos Açores) SPD 03 Cyber Security André Alexandre Santos Assunção (CINEL - Lisboa) João Pedro Pavão Almeida (ENTA - Escola de Novas Tecnologias dos Açores) Alexander Gomes Fortes (IEFP - Lisboa) SPD 04 Tecnologias da Informação | Microsoft Filomena Patrícia Pires Teles (CESAE Digital) Tânia Sofia Carvalho Pinto (IEFP - Vila Nova de Gaia) Tomás Mendes Bernardino (Casa Pia de Lisboa, I.P. – CED Pina Manique) SPD 05 Marketing digital | E-commerce Ana Isabel Leal Marques (IEFP - Lisboa) Inês Sofia Galvão Costa (IEFP - Alentejo Litoral) Amélia Lassaleth António Quicanga (IEFP - Vila Nova de Gaia) SPD 06 Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis Francisco Silva Batata Dias Picoto (IEFP - Santarém) João Pedro Monginho Veiga (IEFP - Évora) Nuno André Costa Borges (IEFP - Vila Real) SPD 07 Desenvolvimento de Aplicações Informáticas Empresariais Bruno Miguel Silvestre Moisés (IEFP - Santarém) Júlio César da Silva Figueiredo (EPPV - Escola Profissional da Praia da Vitória) Williker Carvalho do Carmo (CINEL - Lisboa) SPD 08 Web Technologies Jorge Manuel Borges Costa (CESAE Digital) Marco António Cabrela Lopes (IEFP - Évora) Gustavo Azevedo dos Santos (EPPV - Escola Profissional da Praia da Vitória) SPD 09 Desenho Gráfico Bruno Miguel dos Santos Reis (IEFP - Coimbra) Ricardo Manuel Pinheiro de Sousa (CESAE Digital) Joana Filipa Jorge Trindade Sebastião (CENJOR - Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas) SPD 10 | Modelação 3D | Realidade aumentada Edgar Filipe de Araújo Chaveiro (CINEL - Lisboa) Lucas Mateus Almeida Ferreira (Escola Profissional Ruiz Costa) Henrique Magalhães de Azeredo (CESAE Digital) SPD 11 Animação | Vídeo Tiago Alexandre Marques Apolinário Soares (CINEL - Lisboa) Diogo António da Silva Pinto (CESAE Digital) Alexandre Gabriel Matias Verdú (IEFP - Alentejo Litoral) SPD 12 Contabilidade e Gestão | CRM Ricardo Jorge Resendes Figueira (EPROSEC - Escola Profissional do Sindicato do Escritório) João Pedro Andrade Câmara (EPROSEC - Escola Profissional do Sindicato do Escritório) SPD 13 Desenvolvimento de Jogos Digitais Rui Pedro Neves de Carvalho (IEFP - Lisboa) Joana Ferreira de Carvalho Teles Cartaxo (IEFP - Vila Nova de Gaia) José Emanuel Marques Moreira (CESAE Digital) André Fernandes Silva (CESAE Digital) SPD 14 Prototipagem Rápida João Paulo da Gama Fernandes Ramalheira Teixeira (CENFIM - Ermesinde) Hugo Filipe Torres da Costa Fragateiro (CENFIM - Porto) Gustavo Xavier da Lomba Silva Peixoto (CENFIM - Trofa) SPD 15 Robótica Móvel Pedro Miguel Caseiro Pereira (CINEL - Lisboa) Diogo Alexandre Barata Bastos (CINEL - Lisboa) Flávio Miguel da Silva Anselmo (ATEC - Palmela) SPD 16 Domótica | KNX António Miguel Martins Oliveira Libório (IEFP - Alverca) Lucas Vilar de Castro (ATEC - Porto) Antoniu Marian Malis (CENFIC - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Sul) SPD 17 Design de Moda - Vestuário Beatriz Diaz-Arguelles y Soares (Modatex - Lisboa) Inês Lemos dos Santos (Modatex - Porto) Ana Débora dos Santos Andrade (IEFP - Tomar) SPD 18 Design de Moda - Calçado Carolina Tavares Gomes Lousada (CFPIC - Centro de Formação Profissional da Industria do Calçado) Andreia Melo Lourenço (CFPIC - Centro de Formação Profissional da Industria do Calçado) Cláudia Patricia da Cunha Azevedo (CFPIC - Centro de Formação Profissional da Industria do Calçado


66 | Forum Estudante | jul+ago’21 /IPDJ Publirreportagem

Plano Nacional para a Juventude. Ouvir os jovens, para proteger os seus direitos A auscultação de jovens para a segunda edição do Plano Nacional para a Juventude (PNJ) já começou e envolve a realização de seminários, a aplicação de um questionário online e a criação de um painel de jovens de todo o país. Sabe tudo aqui. “A tua participação conta” é a frase forte partilhada pelo IPDJ, relativamente à segunda edição do Plano Nacional para a Juventude (PNJ). Visto como um documento estratégico que sistematiza políticas, programas, iniciativas e projetos de, para e pela juventude, o PNJ termina a sua primeira edição em 2021. Na última semana de julho, o IPDJ deu mais um passo estratégico para a a preparação da segunda edição: ouvir os jovens. O PNJ é descrito pelo IPDJ como “um instrumento político que visa promover a transversalidade das políticas de juventude”, reforçando “a proteção especial dos direitos das pessoas jovens”. O atual Plano Nacional para a Juventude foi aprovado em 2018, com um horizonte temporal de quatro anos. Como tal, o IPDJ iniciou o processo de auscultação de jovens, para preparação da segunda edição, apostando em várias medidas. Desde logo, durante os meses de agosto e setembro, será possível a todos os jovens responder a um questionário online , disponível em https://bit.ly/QuestionárioPNJ. Simultaneamente, serão realizados cinco seminários, um em cada região (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), destinados a estruturas associativas, técnicos de juventude e organismos que trabalham com jovens. Este trabalho será ainda complementado com a criação de um painel de 100 jovens a auscultar a nível nacional (20 jovens por região) que participarão em sessões regionais online.


67 | Forum Estudante | jul+ago’21 /IPDJ

Os domínios-chave A versão final do PNJ terá por base várias prioridades que se relacionam com diferentes áreas ligadas à juventude. Existem quatro grandes categorias, ou domínios-chave, que são vistos como estruturantes – Educação (formal e não-formal), Emprego, Habitação e Saúde. Dentro de cada um destes temas, o PNJ inclui objetivos estratégicos cuja responsabilidade de execução vai competir a diferentes áreas governativas. No mesmo sentido, outros dos temas contemplados no PNJ são de áreas diversas como Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Governança e Participação, bem como Igualdade e Inclusão Social. Para além dos domínios da Educação, Emprego ou Saúde, estes temas movem-se em áreas governativas como Administração Interna, Defesa, Desporto, Justiça e Mar, Cultura ou Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Fica a saber mais sobre as iniciativas do IPDJ

/ IPDJip

/ipdj_ip

/IPDJ_IP

É através deste encontro de várias áreas que se concretiza a promoção de transversalidade das políticas de juventude. “A responsabilidade de execução do PNJ compete a diferentes áreas governativas” destaca o IPDJ, sublinhando que a iniciativa implica, desta forma, “uma partilha de responsabilidades e de recursos de várias entidades de âmbito nacional, regional e local”. Um esforço coletivo, concluem, que tem por base um objetivo comum: reforçar os direitos dos mais jovens.




70 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Leiria-In

O regresso da Academia da Indústria

Depois de uma paragem de um ano devido à pandemia da Covid-19, a Academia Leiria-In regressou para a sua 7.ª edição, de 5 a 9 de julho. Numa semana recheada de atividades, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o Politécnico de Leiria e a região de Leiria. Sabe aqui como tudo se passou.

Dia #1 Regressar em segurança Este primeiro dia para uns começou mais cedo do que para outros, mas o ponto de encontro às 11h30 na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais deu início às atividades da semana com a realização de testes

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à Covid-19, garantindo a segurança de todos os participantes. A seguir ao almoço e à instalação nas residências do Politécnico de Leiria, os 24 estudantes foram recebidos no Castelo da cidade pelo Alcaide Mor que, acompanhado de outras personagens da história nacional e a coordenadora de serviços do Castelo, Isabel Brás, guiou a visita. “As Histórias do Castelo” é uma encenação protagonizada por um grupo de teatro da região

partners Câmara Municipal da Marinha Grande

que pretende fazer uma introdução histórica à vida do Castelo nos antepassados. A visita incluiu a passagem pelos principais pontos emblemáticos do Castelo de Leiria, durante a qual foi notável a renovação de alguns dos espaços, após o Castelo ter estado fechado durante quase dois anos. Marcavam 17h30 quando se iniciou a sessão oficial de acolhimento na NERLEI, Associação Empresarial da Região de Leiria. Com a presença


Semana da

Indústria

de representantes das entidades promotoras e parceiras da Leiria-In, deu-se as boas-vindas à cidade e destacou-se o esforço de todos os envolvidos para a realização deste evento, sublinhando que este ano é a única semana temática presencial existente no país. A fechar, o Presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, agradeceu a todos os inscritos por terem escolhido esta Academia e realçou que “é importante apostar na indústria e na inovação”, dando a “conhecer as empresas para atrair novos talentos”. Antes do jantar e do merecido descanso, houve ainda tempo para atividades de “quebra-gelo” e integração de todos os participantes. Esta foi também uma semana que serviu para os participantes conhecerem e fazerem novas amizades com outros jovens de todo o país.

Dia #2 Profissões do passado e do futuro O relógio ainda não marcava as 10h quando os 24 estudantes que participam na Leiria-In, divididos em grupos, chegaram às várias empresas visitadas durante a manhã de hoje: Ribermold, Tecnimoplás, TJ Moldes, Planimolde, SOCEM, Moldoeste e DRT. Com o intuito de promover a região e cativar novos talentos para a indústria, os participantes puderam conhecer as instala-

e ao aço da região, com visitas ao Museu do Vidro e à Coleção Visitável “Esculpir o Aço”. O lapidário José Medeiros demonstrou como era a arte de trabalhar o vidro à moda antiga, à mão e com ajuda da pouca maquinaria existente na época, contando ainda que já trabalha com vidro desde os 11 anos de idade: “como não havia muita coisa para fazer, para brincar, íamos para as fábricas aprender a mexer no vidro”. A fechar o dia, os participantes foram desafiados para algumas atividades típicas de um estudante da ESECS. Desde jogos de desporto inclusivo, comuns nas aulas da licenciatura de Desporto e Lazer, ao

ções das fábricas de moldes, percebendo que produtos desenvolvem. “Nós precisamos de mão-de-obra”, referiu uma das representante da DRT, no final da visita, realçando a importância de academias como esta que dão a conhecer a região de Leiria e o que de bom nela se faz. A parte da tarde foi reservada para conhecer o passado histórico e o presente da indústria do vidro

estúdio de TV e rádio da escola, utilizados nos vários cursos da área de comunicação. Questionada sobre como foram estes primeiros dois dias, uma das participantes, Leonor Amado, confirmou o entusiasmo vivido: “já não estávamos juntos com pessoas que não conhecíamos há bastante tempo, devido à pandemia. É importante termos estas atividades presenciais”.


72 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Leiria-In

Dia #4 Estudar e sentir o IPLeiria

Dia #3 Conhecer oportunidades À semelhança do segundo dia da academia, a manhã de hoje foi dedicada a visitar empresas da região de Leiria e Oeste. Um total de 7 empresas - ARFAI, AOC, Diamantino Perpétua, inCentea, La Redoute, Martos e PRF, S.A. –, dedicadas a setores que vão desde a cerâmica, à informática e à construção de peças para várias áreas do mercado, foram visitadas pelo grupo de estudantes do secundário e profissional, que assim puderam vivenciar de perto o dinamismo e tecnologia que distingue a região. Estas visitas proporcionam novas experiências aos participantes da Leiria-In, dando-lhes a conhecer novas realidades, destaca uma das participatnes. “É mais complexo do que eu pensava”, admite a participante Rita Capela, após visitar os armazéns de stock da La Redoute. A inovação existentes nas empresas sediadas na região de Leiria deve-se também ao CDRSP (Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto), uma unidade de investigação do Politécnico de Leiria focada na criação e desenvolvimento de produtos, materiais e metodologias, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico. Desde a construção de mobiliário urbano à criação de próteses biodegradáveis e à impressão e scanner humano em 3D, há várias áreas de inovação trabalhadas pelo CDRSP.

Durante duas horas, os estudantes passaram por vários laboratórios, onde conheceram tecnologias que desconheciam, através de atividades que despertaram a sua curiosidade. Para Tiago Rocha, que considera a área da investigação um possível caminho a seguir profissionalmente, estas atividades "foram muito interessante". "A área da investigação tem futuro”, reforça. Em anos normais, sem situação pandémica presente para alterar os

O Politécnico de Leiria dispõe de cinco escolas, duas delas fora da cidade de Leiria. Foram essas mesmo o palco do quarto dia do Leiria-In. Divididos por dois grupos, os 24 estudantes viajaram para as duas escolas, uns passando a parte da manhã nas Caldas da Rainha e outros em Peniche, trocando depois do almoço nas cantinas da respetiva escola. O primeiro grupo a chegar à ESAD. CR (Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha) foi recebido por Andreia Sil, do Gabinete de Comunicação e Eventos, que os guiou até às oficinas onde iriam passar o resto da manhã. Numa altura em que a tecnologia está em todo o lado e constantemente no dia-a-dia de cada um, as atividades desenvolvidas nas oficinas da ESAD.CR foram um desafio à criatividade e a oportunidade de colocar as “mãos na massa”. Na oficina de cerâmica, os estudantes foram recebidos pela formadora Rita Frutuoso, antiga aluna da

planos, a noite de quarta-feira do Leiria-In seria dedicada às corridas com a Brisas do Lis Night Run. Este ano, foi preciso inovar. A noite do terceiro dia de academia ficou marcada por uma caminhada pela cidade de Leiria até à zona histórica, separada por equipas e dinamizada pelos monitores, terminando com um desafio de team building para ser apresentado por cada equipa no final da semana.

escola, e puderam participar num workshop de gesso e cerâmica. Mais à frente no mesmo corredor, outro grupo de estudantes realizava um workshop de serigrafia e gravura, conduzido pela formadora Vera Gonçalves. No final das duas atividades, os participantes puderam levar para casa as suas criações como recordação do workshop e também da academia Leiria-In.


73 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Leiria-In

Na cidade mais ocidental da Europa Continental, Peniche, também conhecida como a Capital da Onda, os estudantes estiveram em contacto com o culto do mar. Realizou-se uma visita à empresa Omnifish e ao centro de investigação CETEMARES. Na primeira paragem, os participantes descobriram como é organizado e como se desenrola todo o processo de distribuição de peixe. Começando pela descarga, passando pela confirmação do estado do pescado e pelo armazenamento nas câmaras frigoríficas, até chegar à etapa de embalamento e distribuição para as grandes superfícies. Foi de notar o especial interesse e consciência dos jovens participantes pela questão da sustentabilidade e desperdício alimentar. No CETEMARES, centro de investigação científica, de desenvolvimento tecnológico e de inovação em ecossistemas aquáticos, foi possível conhecer as instalações e alguns projetos a serem desenvolvidos na área alimentar, nomeadamente com a intenção de “introduzir na alimentação algo que não costumamos consumir. Ao comer uma cavala não comemos carapau ou sardinha, que são espécies que estão saturadas”, explicou Carmen Elias, investigadora do centro. Para terminar o dia, houve tempo para uma noite de serenatas. Três tunas do IPLeiria - Trovantina, Instituna e Tum’Acanénica - de vozes afinadas e trajes vestidos, certificaram-se que o espírito académico foi conhecido pelos 24 participantes da academia Leiria-In.

Dia #5 Até para o ano! No último dia, foi tempo de rumar a duas escolas do Politécnico de Leiria: a ESTG (Escola Superior de Tecnologia e Gestão) e a ESS (Escola Superior de Saúde). Na primeira paragem, a ESTG, os grupos foram recebidos pelo coordenador do curso de Engenharia Automóvel, Luís Serrano, que conduziu uma tour que os levou pelos espaços dedicados à prática deste curso e em que puderam conhecer o projeto Formula Student, uma competição universitária de criação de carros de Fórmula 1 que acontece a nível internacional. A atividade seguinte levou os estudantes até ao Laboratório de Robótica para “conhecer o futuro

desta área”, como explicou o professor Carlos Neves. A tecnologia surpreendeu os participantes, mas o centro das atenções foi o “jogo do galo 4.0”. Um robô programado para jogar o tradicional jogo do galo contra quem o quisesse desafiar. Escusado será dizer quem saiu como o grande vencedor… Do outro lado do campus 2 do Politécnico de Leiria, na Escola Superior de Saúde, surgiu uma das novidades do Leiria-In: uma atividade prática sobre nutrição e alimentação saudável. Recebidos por docentes da área, os estudantes do secundário refletiram sobre os seus próprios hábitos de consumo, conhecendo a importância dos rótulos e a forma de os interpretar. Antes de todas as despedidas, entre dedicatórias escritas nas t-shirts e cadernos do Leiria-In, realizou-se o encerramento da academia, em que cada equipa apresentou o seu hino, que tinham vindo a desenvolver desde quarta-feira. Foram também entregues os certificados de participação, mais uma das recordações que levam desta semana. Para terminar em grande, o resto da tarde foi passado na praia de São Pedro de Moel. Apesar do tempo menos favorável, houve tempo para um último convívio e muitas fotografias.


74 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Redescobrir a Terra

Quando fazer turismo é fazer agricultura Fazer turismo é compatível com fazer atividades agrícolas. A ideia é antiga, mas o seu crescimento em Portugal relativamente recente. Sabe mais sobre o Agroturismo.

E se as tuas férias incluíssem participar numa vindima? Ou ordenhar leite fresco logo pela manhã? Estas hipóteses são já realidade para milhares de turistas em Portugal, para todos os que queiram conciliar o relaxamento do meio rural com a participação em trabalhos agrícolas. Bem-vindo ao mundo do Agroturismo.

A Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) define vários tipos de empreendimentos turísticos no Espaço Rural. Para além de “Casa de Campo”, “Turismo de Aldeia” e “Hotel Rural”, conta-se entre as possibilidades o “Agroturismo”. Estes são os empreendimentos, informa a DGADR, que “prestem

serviços de alojamento a turistas e permitam aos hóspedes o acompanhamento e conhecimento da atividade agrícola ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos”. De acordo com as estatísticas, a opção tem registado uma procura crescente. Em 1989, os estabelecimentos de


Empreendimentos de Agroturismo duplicam em 20 anos De acordo com a Pordata, em 2018, existiam em Portugal 248 estabelecimentos de Agroturismo, um número que ultrapassa as modalidades “Turismo de Habitação” (226) e “Hotel Rural” (87). Em 2000, por comparação, existiam 119 empreendimentos de Agroturismo, face a 229 de “Turismo de Habitação”.

Agroturismo representavam 5% do universo do Turismo em regiões rurais. Hoje, 30 anos passados, esse valor cresceu para 17%. Os dados mostram um crescimento do turismo rural, de forma geral, mas também desta modalidade turística: se o número de estabelecimentos, em geral, cresceu cerca de 700%, durante as últimas três décadas, os empreendimentos de Agroturismo apresentam uma das maiores subidas, com um crescimento na ordem dos 2500% (ver caixa). Estes empreendimentos turísticos podem ter dimensões muito diversificadas (de antigas mansões ou palacetes a construções mais humildes como bungalows ou anexos), espalhando-se um pouco por todo o País. Por essa razão, alguns especialistas têm destacado o papel desta modalidade turística no desenvolvimento regional e no combate à desertificação. “O Agroturismo pode contribuir significativamente para o desenvolvimento da economia local, gerando receita, emprego e fixando a população em meios com défice populacional”, sublinham Ilda Paixão e Pedro Carvalho, num caso de estudo de Agroturismo na região de Castelo Branco.

Nos últimos 30 anos, o número de empreendimentos de Agroturismo cresceu 2500%. O peso dos agroturistas De forma geral, revela o Turismo de Portugal, em 2017, os estabelecimentos de turismo no espaço rural registaram 795 mil hóspedes, num total de 1,7 milhões de dormidas.

As regiões com a maior procura foram o Norte (30,2%), o Alentejo (24,8%) e o centro (22%). Esta dispersão geográfica mostra o papel importante que a modalidade poderá desempenhar na coesão dos territórios.

O Agroturismo pode contribuir significativamente para o desenvolvimento da economia local, gerando receita, emprego e fixando a população em meios com défice populacional. Mas qual a representatividade da oferta de Agroturismo, face ao contexto geral do Turismo em Espaço Rural? No âmbito das várias modalidades, durante o mesmo ano, acrescenta o Turismo de Portugal, o Agroturismo foi a que alcançou o terceiro melhor resultado (15% das dormidas), sendo apenas ultrapassada pelos Hóteis Rurais (23,3%) e as Casas de Campo (42,6%). O crescimento, de resto, poderá não ficar por aqui. Em declarações a publicação sobre turismo Publituris, a diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, Antónia Correia, destaca que, a nível internacional, o turismo rural representa 58% do fluxo total de turistas. Em Espanha, esse valor fixa-se nos 27%, sendo que em Portugal ele é “muito reduzido”, avança. Por essa razão, a especialista não tem dúvidas: “estas formas de turismo, se complementadas com o turismo de saúde, constituirão uma das formas mais procuradas do século XXI”.

uma iniciativa

C o fi n a n c i a d o p o r :

parceiros

Escola Profissional Agrícola

Afonso Duarte


76 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Justiça para Tod@s

Justiça para Tod@s está de volta Em 2021, a Forum Estudante volta a dinamizar o projeto Justiça para Tod@s, em parceria com a Abreu Advogados. Iniciativa dá a conhecer o funcionamento da Justiça, através de jogos de simulação e conta com novidades para a nova edição. É para te dar a conhecer, por dentro, todo o funcionamento da Justiça, que a Forum Estudante dinamiza mais uma edição do projeto Justiça para Tod@s. Para participar, deves criar uma equipa e escolher um dos 14 casos propostos para julgamento. Depois, chega a altura de encarnar as diversas personagens – vítimas, acusados, advogados ou testemunhas. Apenas o papel de juiz não será atribuído, uma vez que será desempenhado por um juiz verdadeiro que, no final, dará a sua sentença e explicará todos os detalhes e procedimentos envolvidos. Os casos são variados e ligam-se a

temas como a violência no namoro, o bullying ou as redes sociais, mas também a assuntos como a linguagem e os crime de ódio/intolerância, o tráfico de seres humanos e a liberdade religiosa. Durante as atividades, vais poder desenvolver várias competências (ver caixa), apurar o teu sentido da Justiça, compreendendo o processo legislativo e o papel dos tribunais, por exemplo. Depois da preparação do caso e dos papéis a desempenhar pelos vários intervenientes do julgamento, chega a hora de colocar em prática. A simulação do julgamento será realizada em tribunal ou por videocon-

ferência, dependendo dos constrangimentos colocados pela pandemia da Covid-19. Ao longo dos últimos anos, milhares de estudantes já participaram nesta iniciativa. A edição de 2021 arranca no início do ano letivo 2021/2022, contando com alguns recursos adicionais – para além da publicação de artigos na revista Forum Estudante sobre vários elementos da Justiça, será ainda publicado um glossário em vídeo no site do programa que explica alguns dos principais conceitos e ideias desta área. Para saber mais sobre o Justiça para Tod@s, clica aqui.


77 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Justiça para Tod@s

PORQUE DEVO PARTICIPAR NO JUSTIÇA PARA TOD@S?

Justiça para Tod@s Contacta com a realidade do sistema jurídico Para além de ficares a conhecer na teoria como funcionam os tribunais em Portugal, podes ter a oportunidade de visitar um tribunal, assistir a um julgamento real e ter contacto com juízes que estarão presentes na última fase do projeto – a apresentação da simulação de julgamento –, presidindo os trabalhos e interrompendo sempre que seja necessária uma explicação.

Aprende, fazendo Uma das grandes diferenças do Justiça Para Tod@s é a possibilidade oferecida aos estudantes de “colocar as mãos na massa” e experimentar o conceito learn by doing. A turma será dividida em várias personagens para que todos desempenhem os vários papéis de um julgamento: arguido, testemunhas, advogados, juízes e funcionários judicial. É a oportunidade perfeita para entrares na tua série de crime favorita e seres um dos protagonistas!

Desconstrói mitos sobre o sistema judicial português Alguns profissionais da área destacam a “contaminação da televisão”, que colocou no imaginário coletivo

características próprias do sistema judicial americano. Depois de todas as fases do projeto, vais desconstruir algumas ideias erradas do que é a justiça, saber como ela funciona em Portugal e assim tornares-te um cidadão mais informado e consciente.

Encontra uma nova carreira Ao participares neste projeto podes vivenciar e conhecer o mundo da Justiça na primeira mão, percebendo se será uma possível encontrar nesta área uma carreira ideal para ti e descobrindo novas profissões. Se já pensaste em ser advogado/a ou juíz, ainda melhor, podes tirar as tuas dúvidas e confirmar se é realmente algo que queres fazer para o resto da vida.

Desenvolve novas competências Toda a preparação do caso escolhido em turma envolve bastante pesquisa, debate sobre a temática e o funcionamento das leis. Estas atividades vão ajudar-te a desenvolver novas competências relevantes para o teu futuro profissional e pessoal, tais como capacidade de análise de um problema e de argumentação de um ponto de vista. Fala com a tua turma e vem descobrir os mitos e verdades do sistema judicial.

OBJETIVOS DO PROGRAMA JUSTIÇA PARA TOD@S #1 REFORÇAR O VALOR DA PARTICIPAÇÃO E CIDADANIA #2 PROMOVER VALORES DEMOCRÁTICOS ATRAVÉS DA COMPREENSÃO DO ESTADO-DE-DIREITO #3 APROXIMAR OS JOVENS E O SISTEMA JUDICIAL #4 DESPERTAR A CONSCIÊNCIA PARA A IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS HUMANOS


78 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

A história da Semana Europeia da Mobilidade Sabe mais sobre esta campanha europeia que se celebra anualmente, de 16 de setembro a 22 de setembro, e durante a qual se realizará o lançamento da Cascais Capital Jovem da Segurança Rodoviária.

CASCAIS

Promotores

Apoios

EDUCAÇÃO


79 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

Será no dia 16 de setembro que a Cascais Capital Jovem da Segurança Rodoviária vai ser oficialmente inaugurada, por altura da abertura do ano letivo 2021/2022. A escolha da data coincide com o início da Semana Europeia da Mobilidade (SEM) – a campanha europeia dedicada à mobilidade sustentável (cujo tema este ano se liga às áreas da Segurança e Saúde), reforçando o compromisso global com o tema da segurança na estrada. A história desta semana começa na viragem do milénio, quando, em 1998, surge em França o Dia Sem Carros – uma iniciativa em que o trânsito automóvel era cortado em algumas ruas. O objetivo passava por levar os cidadãos e cidadãs a refletir sobre os meios de mobilidade que utilizavam e os que tinham à sua escolha, equacionando escolhas mais amigas do ambiente. O sucesso da ação fez com que fosse adotada noutros países – entre os quais Portugal – e integrada oficialmente pela União Europeia em 2000, enquanto Dia Europeu Sem Carros. Dois anos depois, depois de duas edições bem sucedidas, a Comissão Europeia decide dar um novo passo, alargando a celebração para sete dias. A 19 de abril de 2002 era lançada oficialmente a campanha Semana Europeia da Mobilidade, uma parceria entre a Comissão Europeia e várias entidades e autoridades locais. A cerimónia de lançamento contou com a assinatura de uma declaração europeia por parte de vários países que se comprometiam a participar na iniciativa. Portugal foi um dos países que assinou o documento.

Desde então, anualmente, de 16 a 22 de setembro, a Semana Europeia da Mobilidade tem sido uma realidade em toda a Europa. Neste dia, são realizadas atividades que procuram aumentar a consciência da população para a mobilidade urbana sustentável. Desta forma, o

seu objetivo último é “promover uma mudança comportamental que leve a uma mobilidade ativa, através de transportes públicos e outras soluções de transporte limpas e inteligentes”, pode ler-se no site oficial da iniciativa. O Dia Europeu Sem Carros continua a estar integrado na celebração, realizando-se no último dia da campanha, a 22 de setembro. Durante os sete dias da Semana Europeia da Mobilidade, as autoridades locais são encorajadas a experimentar medidas inovadoras, a promover novas infraestruturas e tecnologias e a realizar ações de celebração ou sensibilização diversas. O site da SEM inclui um portal que agrega todas as ações agendadas para 2021. Nele, é possível verificar que estão registadas futuras centenas de ações em áreas como transportes públicos ou outras formas de transporte sustentável.

O QUE É A CAPITAL JOVEM DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA? A Capital Jovem da Segurança Rodoviária (CJSR) é uma iniciativa anual, promovida desde 2013 pela Forum Estudante, em parceria com a BP Portugal, Automóvel Club de Portugal (ACP) e Brisa. Depois de Braga, Aveiro, Coimbra, Porto, Viseu, Castelo Branco e Lisboa, será agora a vez de Cascais acolher esta iniciativa anual que volta a organizar várias atividades de sensibilização e prevenção rodoviária, com um especial foco no público jovem. O ano de 2021 marca uma mudança no modelo desta iniciativa que, ao longo dos últimos oito anos, tem espalhado a mensagem da segurança nas estradas por vários pontos

do país. A Capital Jovem da Segurança Rodoviária passa agora a ser realizada em anos letivos, de forma a garantir uma melhor coordenação com os calendários escolares e, assim, facilitar a comunicação com os estudantes. Para a edição 2021/2022, está já prevista a realização de atividades presenciais, nas ruas e em escolas. Por outro lado, aproveitando a experiência digital da edição de 2020, algumas das ações serão realizadas a nível nacional, através de meios e recursos online. Seja na estrada, na escola ou digitalmente, no próximo ano letivo, a segurança vai passar por Cascais!


80 | Forum Estudante | jul+ago’21 /BPSS

BP Segurança ao Segundo 2021

Conhece os vencedores Já foram reveladas as cinco equipas vencedoras da edição de 2021 do BP Segurança ao Segundo. Conhece os trabalhos aqui! Foi no dia 14 de junho que foram conhecidas as cinco equipas que venceram a edição de 2021 do concurso promovido pela BP Portugal e pela Forum Estudante, com o objetivo de colocar os estudantes a espalhar a mensagem de segurança rodoviária. O desafio lançado aos alunos do ensino secundário e profissional de

todo o país, em mais uma edição do BP Segurança ao Segundo, foi simples: criar um vídeo inspirador que reforce essa mesma mensagem de prevenção e segurança nas estradas. Com liberdade de formato e géneros a utilizar, a criatividade dos estudantes portugueses foi colocada à prova. Os cinco trabalhos vencedores rece-

bem agora vários prémios que vão de Airpods Apple a vales Amazon, passando por colunas portáteis e vales Spotify. O BP Segurança ao Segundo realiza-se desde 2012, tendo já envolvido mais de 11 mil estudantes e 400 escolas de todo o país, ao longo da sua existência. Fica a conhecer os vencedores da edição de 2021!

#5

#4

5.º classificado

4.º classificado

Éme Éme Cê Bê

The Golden Writers

Com um vídeo intitulado “A experiência não te torna invencível”, a equipa “Éme Éme Cê Bê”, da Escola Secundária de Mira Daire, apostou numa história ficcional que acompanha o gosto de um jovem pelos motociclos e a forma como vai adquirindo experiência enquanto condutor. O vídeo evidencia o perigo do excesso de confiança nas capacidades, enquanto fator causador de acidentes. Vê o vídeo aqui!

A equipa “The Golden Writers”, do Agrupamento de Escolas D. Dinis, em Lisboa, explorou o tema da segurança dos peões, ilustrando os perigos resultantes da falta de atenção ao ambiente rodoviário envolvente. O trabalho “O jovem e a música” acompanha ainda as sequelas e consequências que poderão resultar de um atropelamento. Vê o vídeo aqui!

O que é o BP Segurança ao Segundo? Desde 2012, mais de 11 mil estudantes já participaram no BP Segurança ao Segundo, mostrando a sua criatividade e trabalho de equipa. O objetivo final é produzir um vídeo de sensibilização para os perigos existentes nas estradas. Desta forma, este concurso promovido pela BP Portugal e pela Forum Estudante procura dar aos estudantes um papel ativo no combate à sinistralidade rodoviária, acreditando que serão capazes de encontrar a forma mais eficaz de chegar aos seus colegas. Desde a sua primeira edição, o foco do BP Segurança ao Segundo são os cinco principais fatores de risco associados à morte de jovens nas estradas portuguesas: cansaço, consumo de álcool ou drogas, não-utilização do cinto de segurança, uso do telemóvel e excesso de velocidade. São estas as razões que fazem com que o risco de morte nas estradas para os jovens seja cerca de 30% superior. Por isso, os vídeos criados pelos estudantes sensibilizam para os perigos associados a estes comportamentos.

Escola Secundária de Mira Daire

Agrupamento de Escolas D. Dinis (Lisboa)


81 | Forum Estudante | jul+ago’21 /BPSS

#3

#2

#1

3.º classificado

2.º classificado

1.º classificado

No rules

Alpha

AEAAV Vida Segura

A equipa “No rules” do Colégio de Lamas, em Santa Maria de Lamas, focou uma das cinco principais causas de morte de jovens nas estradas nacionais: a condução sob o efeito do álcool. No vídeo “Do sonho à realidade”, a equipa explora este tema, deixando a mensagem final: “Dá prioridade à vida e não à bebida”. Vê o vídeo aqui!

Através do trabalho “Em um fechar de olhos” o grupo de estudantes da equipa “Alpha”, da Escola Secundária de Arouca, explorou outra das principais causas de morte dos jovens portugueses na estrada: a condução sobre efeito do cansaço e fadiga. O vídeo realça como um pequeno momento pode trazer consequências graves. Vê o vídeo aqui.

Colégio de Lamas

Escola Secundária de Arouca

Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha

“Há sempre uma vida nas nossas mãos” é a mensagem principal da equipa grande vencedora do BPSS 2021. Através do seu trabalho, os “AEAAV VIDA SEGURA”, do Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha, focaram o contraste entre os sonhos e aspirações que caracterizam a juventude e a realidade que pode nascer de um acidente rodoviário. Vê o vídeo aqui.

Parceiros

EDUCAÇÃO


82 | Forum Estudante | jul+ago’21 /HorosCópos

O verão é como uma formiga com febre: quente e pequeno Sabem aquelas coisas que, de tanto ansiarmos, parece que nem conseguimos aproveitar? Como se, a cada dia que passa, sentíssemos um novo tic, um novo tac, um risco no calendário, o sentimento de que há mais um dia de verão que já não volta. Sabem? Essencialmente, isso é um exagero. Sentem-se na vossa cadeira de praia, reforcem o protetor na planta dos pés e acompanhem as minhas previsões de verão.

Virgem

Sagitário

Todos conhecemos a situação. Um grupo avança pela berma da estrada, num agradável passeio de verão. A berma não é propriamente larga, o que faz os elementos do grupo seguirem muito juntos. Neste ponto, surge sempre o “elemento toupeira”, o membro do grupo que fura entre as pessoas, procurando estar perto de toda a gente. Muitas vezes, apontando a lanterna do telemóvel a olhos alheios. Este verão, nativos de virgem, não sejam “toupeiras”.

Temos de conversar, Sagitários. Continuam a achar que os concursos de salto para a piscina são uma boa ideia. O que não está nada mal, a não ser que nos recordemos d’O Incidente de 2014, quando um mortal à retaguarda te custou umas costas em brasa e a risada geral. Certifica-te apenas, antes de saltar, que não há telemóveis a gravar.

Balança

Só para vocês, Capricórnios. Regras para uma boa aplicação do protetor solar: aplique o protetor com pele limpa e seca, espalhe o creme em movimentos circulares. Não esqueça partes como peito do pé, mãos ou orelhas Reaplique o protetor a cada 2 horas e sempre que for mergulhar.

(23 de agosto – 22 de setembro)

(23 de setembro – 22 de outubro) Sinto que alguns nativos de Balança tentaram, recentemente, comunicar comigo no plano astral, procurando, sem sucesso, influenciar as minhas intocáveis e fidedignas previsões. Em resposta, conferenciei com o ascendente de Orion e com os feiticeiros da constelação de Camelopardalis. Como castigo, durante uma hora, este verão, vão sentir aquela impressão irritante, depois do banho, de que ainda têm areia nas orelhas.

Escorpião

(23 de outubro – 21 de novembro) Os nativos de Escorpião continuam a acreditar que o Euromilhões é um bom investimento para as férias, tendo em conta que, efetivamente, recebendo o prémio, as férias se tornariam definitivas e eternas, provavelmente. Continua a acreditar, Escorpião. Não te esqueças é de aproveitar as férias provisórias, just in case.

(22 de novembro – 21 de dezembro)

Capricórnio

(22 de dezembro – 19 de janeiro)

De nada.

Aquário

(20 de janeiro – 18 de fevereiro) Os nativos de Aquário prometeram a si mesmos um verão “radical”. A palavra é habitualmente utilizada pelo primo quarentão durante os jantares de Natal [“isso é bué radical, men!”], quando quer ser “fixe”. Os nativos de Aquário, contudo, estão a pensar em desportos radicais. Atirem-se de cabeça no desafio! Sem esquecer a aterragem, contudo.

Peixes

(19 de fevereiro – 20 de março) Quando chega o verão, os nativos de Peixe começam a denotar uma certa tendência para as conversas longas. Desabafos sentimentais,

Leão (23 de julho – 22 de agosto)

Os nativos de Leão tem um perfil curioso. São aquele tipo de pessoa que costuma dizer, com uma cara muito séria, “no verão, praticamente não como carne – é só peixe e salada”. Tudo isto, claro, enquanto degustam um bife do lombo enrolado em bacon, com acompanhamento de soufflé de enchidos e presunto crocante. Prevejo que, este verão, quase vais conseguir trocar a pizza barbecue pela salada grega. Quase.

sermões, considerações gerais sobre a vida, considerações específicas sobre a vida – tudo isso é muito positivo e bem-vindo, quando o nosso interlocutor está interessado em ouvir. Começa a contar os “hum-hum” distraídos e avalia a situação caso a caso.

Carneiro

(21 de março – 19 de abril) Alguém disse um dia que o chapéu é a única peça de roupa que quando se usa, não se sente na cabeça, e quando se tira, ainda se sente na cabeça. Serve isto para dizer que o mundo dos chapéus é complexo e misterioso, tal como é a forma como os continuamos a perder, em variadas situações. Fica a dica: se estiver vento, perto de uma falésia, segura o chapéu com uma das mãos.

Touro

(21 de abril a 20 de maio) Estás a ver aquela situação em que o teu melhor amigo ou amiga marcou um café com dois ou três pessoas e não te convidou, e depois viste um post do instagram na vossa esplanada preferida, e depois viste os comentários do “pessoal” a dizer “ganda tarde #gandatarde”, e depois sentiste que estavas sozinho ou sozinha no Mundo e que nada fazia sentido? Esquece isso. De certeza que já te esqueceste de alguém, uma vez na

vida. Agora, foi a tua vez de ser alvo de um esquecimento momentâneo.

Gémeos

(21 de maio – 20 de junho) Os nativos de Gémeos são, por natureza, irrequietos. Por essa razão, quando na praia, começam a assumir-se como verdadeiros artistas circenses. Queres ver eu a fazer a espargata? E a roda? E o salto encarpado à retaguarda com saída em dupla pirueta? Nada contra, amigos e amigas de Gémeos. Mas acho que poderiam começar a variar os números como fazer malabarismo com seis embalagens de protetor. Salta menos areia.

Caranguejo (21 de junho – 22 de julho)

O caranguejo ficou para o fim, ainda que esta seja uma altura do ano em que ele se evidencia. Os nativos deste signo têm uma tendência natural para brilhar na praia, tal a quantidade de óleos de coco, fórmulas de coco, auto-bronzeadores e coisas afins que espalham pela pele. Ao ponto de dois astronautas se terem queixado à comunidade científica internacional do reflexo que emanava de uma certa cidade portuguesa. Repensem os cremes que colocam no corpo, amigos caranguejos. O factor 50 é sempre mais seguro.


INST

ÊNCIAS



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