Voz de Esperança Jan/Fev 2017

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E E ALEGRE

de alegria, apresentou aos Magos o seu Filho primogénito” (LG 57), contemplando sob o encanto da Fé que “todos os povos da terra adoram o seu Senhor” (cf. Sl 72, 11), tornado homem, como os homens àquele seu Menino, no seu seio gerado, no seu manto aconchegado e no seu colo embalado. Esta é a surpresa que Maria tem diante dos seus olhos: o mundo pagão, de que os Magos são representantes, encontra-se pela primeira vez com o Salvador, “adora-O, venera-O e presenteia-O com ouro, incenso e mirra” (cf. Mt. 2, 11), expressando de forma inequívoca a universalidade da mensagem cristã, a grandeza e a riqueza do Reino de Amor e de Vida que Cristo Jesus vem inaugurar. Neste momento, a Virgem Maria apresenta e revela aos Magos, estudiosos que “seguiram a luz da estrela até Belém” (cf. Mt. 2, 9), Aquele que é a Luz do Mundo, a Luz que brilha no seu colo materno e que há-de resgatar das trevas cada um dos filhos de Deus. Os Magos, por sua vez, adoram o verdadeiro e único Rei, cuja realeza se há-de manifestar plenamente, anos mais tarde, no alto da Cruz, ao entregar a Sua vida por nós no mais perfeito ato de Amor! Também Maria verá a sua maternidade tornar-se universal nesse momento de dor e de entrega, quando se torna, como Jesus lhe anuncia, a Mãe de todos os homens, dizendo-lhe, na presença do discípulo João: “mulher, eis aí o teu filho”, e àquele, “eis aí a tua mãe” (cf. Jo 19, 26-27). Como refere o Papa Francisco, “ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria;

conduz-nos a ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho.” (EG 285) Deste modo, porque Maria acolheu o chamamento do Senhor, dando-Lhe o seu Sim, permanecendo como fiel discípula de Jesus e seguindo-O até ao fim, alcança a surpresa e o encanto supremos da sua vocação de Mãe: Mãe de Jesus, Mãe da Igreja, Mãe dos homens, Mãe solícita, atenta, diligente, terna, plena de Amor! Assim também acontece com todo aquele que se abre, atento e vigilante, ao chamamento de Deus e responde positivamente à vocação a que o Senhor o interpela. Por isso, o Salmista canta com confiança, e com o mesmo espanto e encanto de Maria, que “se enchem de alegria os que procuram o Senhor” (cf. Sl 40, 17), deixando-se envolver pela surpresa que emana da Fé. Para prosseguir neste caminho da busca do Senhor Jesus, Maria é companheira de viagem de todo o vocacionado, pois “ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à Fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira Mãe, caminha connosco, luta connosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus” (EG 286). Maria, a Senhora da Alegria, da Alegre Surpresa, a Mulher do Espanto e do Encanto, nunca descura a sua vocação de Mãe de cada um de nós e nunca cessa de nos conduzir para Jesus, dizendo-nos, cheia de Fé: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).

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