Livro de resumos XXI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 79ª SEMANA DE ENFERMAGEM E EMANA DE ESTÉTICA

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Sejam bem-vindos a XXI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT, 79ª SEMANA DE ENFERMAGEM E I SEMANA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA Em 2013, a Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER foi adquirida pelo Grupo UNIESP. Com a nova administração, viu-se a necessidade de um maior envolvimento dos alunos no sentido de investimento intelectual em pesquisas. Essa nova visão fez com que os eventos que aconteciam separadamente ocorressem juntos e de uma forma maior, acontecendo assim, a partir de 2013.2 a XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT. Dando continuidade ao evento que acontece semestralmente, tivemos em 2014.1 a XV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E I SIMPÓSIO DE RADIOLOGIA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E VII JORNADA DE BIOFÍSICA RADIOLÓGICA DA UFPB e 2014.2 a XVI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VII SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT/UNIESP, 2015.1 a XVII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E 77ª SEMANA DE ENFERMAGEM 2015.2 a XVIII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, VIII SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA E I SEMANA DE RADIOLOGIA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT, 2016.1 a XIX JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E 78º SEMANA DE ENFERMAGEM, 2016.2 a XX JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E IX SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA e agora estamos na XXI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT, 79ª SEMANA DE ENFERMAGEM E I SEMANA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA Nossa visão é que os alunos da FASER, assim os de outras Instituições de Ensino, profissionais das áreas de saúde ou pessoas que tenham interesse pelas áreas de Enfermagem, Biomedicina, Cosmética e Estética, e Radiologia venham participar desse momento de troca de conhecimento. Esperamos que todos os participantes aproveitem as palestras, minicursos, oficinas e workshops que serão oferecidos. Estamos sempre buscando melhorar, e para que consigamos, precisamos sempre está ultrapassando os limites do que nos é proposto, pois assim não nos limitamos ao comum.

Msc. Clenia Mª Pereira Batista Presidente da Comissão Organizadora

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Jornada de Iniciação Científica da FASER XXI Jornada de Iniciação Científica, 79ª Semana de Enfermagem e I Semana de Estética e Cosmética: evento direcionado a estudantes das áreas de saúde e de pesquisadores interessados na área / Faculdade Santa Emília de Rodat – João Pessoa : FASER, Junho ; 2017. 53p. ( Livro de Resumos)

1- Pesquisa Cientifica – Jornada. 2. Enfermagem. 3. Estética e Cosmética. I. Faculdade Santa Emília de Rodat/UNIESP. II. Título CDU 001.8 : 616-083:111

2- 3. 3I Faculdade Santa Emília de Rodat. II.Título CDU 001.8:816-083 UNIPÊ / BC

CDU - 658:004


XXI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT, 79ª SEMANA DE ENFERMAGEM E I SEMANA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA Msc. Clenia Mª Pereira Batista – Presidente da Comissão Organizadora e Científica COMISSÃO ORGANIZADORA ADALBERON BARBOSA RAMOS ALANA GOMES DE OLIVEIRA ALINE DE OLIVEIRA REZENDE AMANDA BARRETO DIAS DE ARAUJO VIDERES ANA FLÁVIA PINHEIRO SALES PEREIRA ANA BEATRIZ COSTA MESQUITA ANDRÉ LUIZ BRITO SANTIAGO ANEDAIANY TAUANE SILVA CARVALHO BÁRBARA DA SILVA FERNANDES CLENIA MARIA PEREIRA BATISTA DELANE SERRA DA COSTA MARINHO GABRIELLY OLIVEIRA DE SOUZA GILDOMBERG FERNANDES COSTA CRUZ IVANEIDE BARBOSA DE LIMA JANDERLAN DO NASCIMENTO GOMES FILHO KÉSSYA COSTA SANTOS LARISSA LEITE DUARTE BARROS LARYSSA DA SILVA FÉLIX LENICE PEREIRA DE OLIVEIRA LENILDE DIAS RAMALHO MARIA EDUARDA AMORIM MOURA COSTA MARIA ELOISA AMORIM MOURA COSTA MARTA ELVIRALIRA ALVES MICHELE SALVADOR RIBEIRO NATHALY PIRES BARBOSA SYNTHIA DO NASCIMENTO SILVA TAYNNA HENRIQUE PEREIRA DA SILVA TERCÍLIA RODRIGUES DE OLIVEIRA THAMIRYS BENTO DA SILVA VALÉRIA SANTANA DA COSTA

COMITÊ CIENTÍFICO ANA FLÁVIA PINHEIRO SALES PEREIRA CLENIA MARIA PEREIRA BATISTA FRANCISCO DE ASSIS FÉLIX DA SILVA FILHO ISA FERNANDA MARTINS SANTOS DE MOURA LENILDE DIAS RAMALHO LUCIANA ARAÚJO MOREIRA MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA NILSONETE GONÇALVES LUCENA FERREIRA RÔMULO WANDERLEY DE LIMA CABRAL SIBÉLIA MÁRCIA ASSIS GOMES SOCORRO MARIA PEREIRA VENTURA OLIVEIRA

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SUMÁRIO 1- CÂNCER DE PÂNCREAS ...................................................................................................5 2- CORAÇÃO FANTASMA: da descelularização ao futuro dos transplantes ...........................9 3- FASCIITE NECROSANTE: a bactéria comedora de carne .................................................16 4- IMPACTOS DO ALZHEIMER NA CONVIVÊNCIA FAMILIAR ...................................17 5- INCIDÊNCIAS DE DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NA PARAÍBA, UM ESTUDO LONGITUDINAL ..................................................22 6- INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM UNIDADE DE TERAPIA ITENSIVA ..............28 7- OSTEOPOROSE VOLTADA ÀS MULHERES PÓS-MENOPAUSA ..............................32 8- TABAGISMO: principais fatores da redução do uso no Brasil ............................................36 9- TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO .................................................................................43 10- VIOLÊNCIA CONJUGAL: misoginia e transtorno de comportamento ..............................49

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CÂNCER DE PÂNCREAS Ciraulo Luiz Pimentel de Andrade1, Mariana Soares de Oliveira1, Roberta de Souza Silva1, Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira2, Clenia Maria Pereira Batista2 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lawpimentel@hotmail.com; mariana_s_oliver@hotmail.com; robertasilva1@outlook.com 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.fazer@gmail.com; clenia.batista@outlook.com

Palavras-chave: Câncer pancreático. Prevenção. Diagnóstico e tratamento.

1 INTRODUÇÃO O pâncreas é um órgão anexo do sistema digestório, localizado na cavidade abdominal, no andar supramesocólico. É dividido anatomicamente em três partes principais: a cabeça, corpo e cauda. A cabeça do pâncreas esta encaixada na cavidade formada pela curva do duodeno, em quanto que, a cauda esta localizada a esquerda, se relacionando com o braço (MOORE; DALLEY, 2007). A maior parte dos casos de câncer de pâncreas se desenvolve na região da cabeça do órgão (GREENE et al., 2002). O adenoma pancreático é o responsável por mais de 90% das neoplasias pancreáticas. Os fatores de risco são idade avançada, sendo que 80% dos adenomas pancreáticos ocorre entre os 60 e 80 anos. O gênero masculino e a etnia afrodescendente contribuem duas vezes mais para o surgimento desse tumor (SCHNEIDER; SCHMID, 2003). Os principais fatores para o desenvolvimento de tumores no pâncreas: o tabagismo é um dos principais colaboradores para o desenvolvimento de tumores da pancreáticos, aumentando cinco vezes mais a probabilidade de tumores pancreáticos, como o adenocarcinoma. Até mesmo o álcool e a cafeína não apresentam relatos para essa relação, como ocorre com o tabagismo (MICHAUD et al., 2001). Entre os fatores de risco destacam-se principalmente o uso de derivados do tabaco (RUMAWCIK et al., 1984) e o consumo excessivo de gordura, carnes e de bebidas alcoólicas e a exposição a compostos químicos, como solvente e petróleo, durante um longo período (RUMANCIK et al., 1984). Os sinais e sintomas em homens e mulheres são: na fase inicial, o câncer pancreático pode gerar um desconforto, muito parecido com uma simples má digestão, ou seja, como uma dor abdominal. Na maioria dos casos essa manifestação só começa a causar preocupação

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quando outros sintomas aparecem mais perceptíveis como, fraqueza, tonturas, perda de peso e icterícia (SENER et al., 1999). Este trabalho se justifica pelo câncer de pâncreas ser um tipo de câncer fatal na maioria dos casos. Como pergunta norteadora desta pesquisa tem-se: Qual o principal tratamento para diagnosticar o câncer de pâncreas? Como hipótese desta pesquisa tem-se que a cirurgia é o tratamento mais eficaz, visto que o diagnóstico geralmente é feito tardiamente. O objetivo é descrever tratamento e método de prevenção para o câncer de pâncreas.

2 METODOLOGIA Este artigo refere-se a um levantamento bibliográfico exploratório sobre o câncer de pâncreas. Utilizando para a consulta e elaboração as bases de dados Scielo.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O câncer de pâncreas está localizado em um órgão retroperitoneal, sua intervenção sensitiva para dor é escassa. Desta forma, o câncer de pâncreas, geralmente desenvolve-se de forma imperceptível, sem causar sintomas, o que torna sua detecção precoce praticamente impossível. Sua evolução é rápida e torna o câncer pancreático um dos tipos mais letais (RIES et al., 2006). O tratamento do câncer de pâncreas, na maioria dos casos é muito difícil de ser realizado. Este é possível quando detectado precocemente, para estes casos, há tratamentos paliativos, que visam melhorar a qualidade de vida do paciente (MURANAKA et al., 1989). O procedimento cirúrgico dependerá de fatores tais como tipo, localização e estadiamento do câncer e dos sintomas do paciente. Na maioria das vezes o câncer não pode ser removido totalmente. Entretanto a cirurgia pode aliviar sintomas dolorosos, que ocorrem quando o tumor comprime o duodeno ou bloqueia os ductos biliares (MURANAKA et al., 1989). Portanto conclui-se que o câncer de pâncreas é um dos mais lentos em relação a todos os cânceres. A maior parte dos casos é identificada em um estágio clínico muito avançado para antes dos 30 anos e comum após os 60 anos. A maioria dos pacientes não apresentam sintomas relevantes durante o desenvolvimento do câncer pancreático, dificultando o diagnóstico. Os exames de imagem são utilizados para a detecção das doenças tumorais. Contudo, a biópsia é indicada para o conhecimento das características específicas dos tumores pancreáticos. Não há forma precisa e comprovada para a prevenção do câncer de pâncreas, existem algumas medidas

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preventivas como alimentação saudável, diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e carne vermelha.

4 AGRADECIMENTO/ FINANCIADORES Agradecemos as professoras Ana Flávia Sales Pereira e a Clenia Maria Batista pelas orientações, críticas e sugestões.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GREENE, F.L.; FLEMING, I.D; FRITZ, A.G.; BALCH, C.M.; HALLER, D.G.; MORROW, M. (eds).AJCC Cancer Staging Manual, sexta edição. Comissão Mista Americana de Câncer. New York, Springer 2002.

MICHAUD, D.S.; GIOVANNUCCI, E.; WILLETT, W.C.; COLDITZ, G.A.; FUCHS, C.S. Coffee and alcohol consumption and the risk of pancreatic cancer in two prospective United States cohorts. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev., v.10, p.429-37, 2001.

MOORE, K.L; DALLEY, A.F. Anatomia orientada para a clínica. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

MURANAKA, T.; TESHIMA, K.; HONDA, H.; NANJO, T.; HANADA, K.; OSHIUMI, Y. Computed tomography and histologic appearance of pancreatic mestastases from distant sources. Acta Radiol, v.30, p.615-9, 1989.

RIES, L.A.G; HARKINS, D.; KRAPCHO, M.; MARIOTTO, A.; MILLER, B.A.; FEUER, E.J.; CLEGG, L. EISNER, M.P.; HORNER, M.J.; HOWLADER. N.; HAYAT, M.; HANKEY, B.F.; EDWARDS, B.K.(eds.). SEER Cancer Statistics Review, 1975-2003, Instituto Nacional de Câncer. Bethesda, MD. Disponível em: <http://seer.cancer.gov/csr/1975_2003/>. Acesso em: 28 de mai. de 2017.

RUMANCIK, W.M.; MEGIBOW, A.J.; BOSNIAK, M.A.; HILTON, S. Mestatic disease to the pancreas evaluation by computed tomography. JCAT, n.8, p.829-34, 1984.

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SCHNEIDER, G.; SCHMID, R.M. Genetic alterations in pancreatic carcinoma. Mol.Cancer, v.2, p.15, 2003.

SENER, S.F.; FREMGEN, A.; MENCK, H.R.; WINCHESTER, D.P. Pancreatic cancer: a report of treatment and survival trends for 100,313 patients diagnosed from 1985-1995, using the National Cancer Database. J Am Coll Surg., v.189, p.1-7, 1999.

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CORAÇÃO FANTASMA: da descelularização ao futuro dos transplantes Valberto Barbosa de Oliveira¹; Clenia Maria Pereira Batista2. 1- Acadêmico do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: valberto.oliveira88@gmail.com; 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: clenia.batista@outlook.com

Palavras-chaves: Medicina Regenerativa. Biotecnologia. Coração.

1 INTRODUÇÃO O transplante de órgãos é a terapêutica mais usada para o tratamento de falha irreversível de órgãos e tecidos. Segundo dados do Observatório Global de Doação e Transplantação (2014) foram realizados cerca de 120 mil transplantes, mesmo assim representa menos de 9,30% das necessidades

globais

(GLOBAL

OBSERVATORY

ON

DONATION

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TRASPLANTATION, 2016). Esta medida terapêutica encontra-se condicionada pelo número de órgãos disponíveis para transplante, que é muito menor que a quantidade de doentes para os quais esta medida é a única alternativa (NEREM, 2008). Tendo em conta todas as limitações que os transplantes de órgãos exibem, desde o número limitado de órgãos disponíveis, até a possível rejeição imunológica do órgão transplantado ou mesmo regimes terapêuticos de imunossupressão longos, surgiu a engenharia dos tecidos e órgãos (BEAN; TUAN, 2013). A engenharia de tecidos consiste no processo de substituição ou regeneração de células, tecidos ou órgãos humanos com o objetivo de restaurar ou estabelecer o funcionamento normal (CULME-SEYMOUR, 2012). O transplante cardíaco é atualmente a abordagem cirúrgica definitiva padrão-ouro no tratamento da insuficiência cardíaca refratária, situação na qual o paciente apresenta elevada mortalidade (BACAL et al., 2010). Isto devido à escassez de doadores, situação esta que vem ampliando as pesquisas com base da descelularização do coração. Segundo Wollmann et al. (2011) a metodologia de descelularização visa a completa remoção das células do coração, resultando uma matriz acelular e inerte do ponto de vista imunológico. Assim essa matriz fica passível de ser repovoada in vitro por células processadas ou in vivo por células do hospedeiro. Esse processo resulta na manutenção da matriz extracelular, nessa ocorrerá à adesão, proliferação e diferenciação celular determinantes ao processo reparativo. Devido a esse procedimento, o órgão fica semitransparente durante o processo, e é gentilmente apelidado de “Coração Fantasma”, todo esse processo pode gerar futuramente um avanço nas pesquisas de transplantes.

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Como justificativa desta pesquisa tem-se que há uma demanda muito grande de pessoas que necessitam de transplantes de órgãos, mas não há disponibilidade de doadores para atender toda essa demanda. Sendo assim, novas técnicas sempre ajudarão aos pacientes que precisam de transplantes. A pergunta norteadora desta pesquisa é: Qual técnica poderia ser implantada como alternativa para o transplante convencional de órgãos? Tem-se assim como hipótese desta pesquisa que a descelularização pode vir a ser uma alternativa eficaz para estes pacientes que estão nas filas de espera para receberem um órgão por meio de transplantes. O objetivo do trabalho é de promover esclarecimentos sobre as pesquisas, análises e técnicas a respeito da descelularização, possibilitando um aprendizado de novos conhecimentos diante da medicina regenerativa.

2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo bibliográfico exploratório, onde a realização desse trabalho empreendeu-se por pesquisas no mês de abril de 2017, em artigos presentes em sites científicos: Scielo, MEDLINE e LILACS. As buscas basearam-se utilizando o descritor ¨descelularização¨, encontrou-se uma quantidade bastante restrita de publicações.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Todo enxerto que não for autógeno ou isogênico induz a resposta imunitária, seja ela através da via direta ou indireta. A imunossupressão do receptor ou pré-tratamento no tecido doado funciona como estratégias de redução da rejeição ou até indução a tolerância imunológica. A imunossupressão é atingida de forma inespecífica, sendo assim, o paciente fica susceptível a adquirir infecções oportunistas e o desencadeamento de neoplasias, além do que o processo de reativação do sistema imune é relativamente longo (cerca de um ano após o transplante), sendo necessário o paciente se submeter a imunização vacinal, já que perde toda a memória imunológica adquirida em vida (SILVA, 2011). Diante dos efeitos adversos do uso de imunossupressores, pré-tratamentos teciduais são realizados nos tecidos doadores com o objetivo de obter uma matriz descelularizada e inerte imunologicamente (PEREIRA FILHO et al., 2009). Durante a construção de qualquer tecido ou órgão é necessário haver conhecimento sobre a sua estrutura, composição e condições, em especial mecânicas, que lhe são inerentes de modo a obtermos uma construção o mais semelhante possível com o tecido nativo e que seja

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funcional. A construção de tecidos funcionais por engenharia dos tecidos e órgãos traduz-se na possibilidade de aplicação destes tecidos como medida terapêutica (BRANCO, 2014). O método permite manter intacta a matriz extra celular (MEC) e a rede vascular do coração; reduzir a distância de difusão destes agentes e facilita a remoção do material celular do tecido. Após a completa retirada das células, os fragmentos teciduais consistirão apenas na MEC, sintetizada pelas células que a permeavam. A composição dos arcabouços de MEC consiste numa complexa mistura de moléculas, que medeiam propriedades estruturais e biológicas, arranjadas num padrão tridimensional característico do coração (BADYLAK; FREYTES; GILBERT, 2009). A rede vascular permitirá a recelularização e posterior crescimento celular, assim como o adequado fornecimento de oxigênio e nutrientes. Por meio desta técnica é possível a produção ex vivo do coração, de origem xenogénica ou alogénica. Estes estudos também sugerem que a MEC providencia a informação necessária para diferenciação e manutenção do fenótipo das células que serve como modelo tridimensional no qual vai ser reconstruído o tecido (ORLANDO et al., 2011; SOTO-GUTIERREZ et al., 2012). A primeira experiência com esta técnica foi em coração de rato (Figura 1). Após a descelularização, foi semeada por injecção com cardiomiócitos neonatais e por perfusão com células endoteliais aórticas. A construção exibiu a função contráctil, com a capacidade de funcionar como bomba. Porém a construção não foi posteriormente implantada (MORISON, 2009; ORLANDO et al., 2011).

Figura 1. As três primeiras fotos mostra a descelularização, e as duas últimas a recelularização do coração de um rato. Fonte: Diário de Biologia.

Entretanto algumas barreiras e questões permanecem: métodos de descelularização eficientes e que não alterem a estrutura da MEC, escolha da fonte de células mais adequada

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para cada tecido, quantidade de células a ser utilizada e método de recelularização eficiente.


Também questões relacionadas com endotelização da rede vascular se demonstram ser importante para o sucesso desta estratégia, uma incompleta endotelização leva a um risco de trombose. Mas esta é uma estratégia muito promissora para a construção de substitutos de órgãos, principalmente o coração e de tecidos complexos, havendo já obtido tecidos complexos anteriormente impossíveis de construir (BADYLAK et al., 2012; SOTO-GUTIERREZ et al., 2012). A técnica é um importante passo da pesquisa científica, para que futuramente o déficit de transplantes e rejeições diminua. Os desenvolvedores dessas pesquisas estão empenhados para testar em corações de porcos (Figura 2). Os suínos por terem tecidos similares aos dos seres humanos podem ajudar nesse processo de pesquisa e desenvolvimento da técnica.

Figura 2. Técnica de descelularização aplicada a um coração. Fonte: Diário de Biologia.

Portanto pode-se concluir que novas técnicas sendo desenvolvidas para minimizar as filas de esperas para transplantes de órgãos, contribuirá para uma nova realidade no sentido de expectativa de vida dos pacientes. Sendo assim, a necessidade do transplante deixará de ser

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visto por muitos como uma sentença de morte, passando agora a dar uma nova oportunidade de vida aos beneficiados por essas novas técnicas.

4 AGRADECIMENTO FASER/ UNIESP

5 REFERÊNCIAS BACAL, F. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. São Paulo; Vol 94 (1 Suppl): 16-76. 2010.

BADYLAK, S. F.; RUSSELL, A. J.; SANTIN, M. Introduction: History of Regenerative Medicine. In M. Satin (Ed.), Strategies in Regenerative Medicine (pp. 1–13). Springer New York. 2009. doi:10.1007/978-0-387-74660-9_1

BADYLAK, S. F., WEISS, D. J.; CAPLAN, A.; MARCCHIARINI, P. Engineered whole organs and complex tissues. Lancet, 379(9819), 943–52. 2012. doi:10.1016/S01406736(12)60073-7.

BEAN, A. C., e TUAN, R. S. Stem cells and nanotechnology in tissue engineering and regenerative medicine. In M. Ramalingam, E. Jabbari, S. Ramakrishna, & A. Khademhosseini (Eds.), Micro and Nanotechnologies in Engineering Stem Cells and Tissues (first edit., pp. 1–26). JohnWiley&Sons, Inc. 2013.

BRANCO, A. C. M. Engenharia dos tecidos e órgãos: sucessos e desafios. Dissertação para obtenção do grau de mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. 2014. Disponível em: <hdl.handle.net/10400.26/13009>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

CULME, SEYMOUR, E. Cell Therapy and Regenerative Medicine Glossary. Regenerative Medicine, 7(3). 2012.doi: 10.2217/rme.12.38

DIÁRIO DE BIOLOGIA. 2014. Disponível em:<http://diariodebiologia.com/2014/12/o-que-eexatamente-um-coracao-fantasma-ghost-heart/>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

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PEREIRA FILHO, G.A.P.; NETTO, R.; SILVA, F. S. da; FAURI, M. A.; LIMA, L. P.; VALIATI, A. A.; CHEM, R. C. Imunologia do transplante de pele: Artigo de Revisão. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 38- Suplemento 01-2009. Disponível em: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/662.pdf.

GLOBAL OBSERVATORY ON DONATION AND TRANSPLANTATION (2016). Organ Donation

and

Transplantation

activities.

2014.

Disponível

em:

<www.transplantobservatory.org/Pages/home.aspx>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

MORRISON, W. A. Progress in tissue engineering of soft tissue and organs. Surgery, 145(2), 127–30. 2009. doi:10.1016/j.surg.2008.07.017.

NEREM, R. N. An Introduction. In J. Polak, S. Mantalaris, & S. Harding (Eds.), Advances in Tissue Engineering (pp. 3–12). Singapore: Imerial College Press. 2008. Disponível: <books.google.pt/books?id=H44TTI5KE7MC&pg=PA349&lpg=PA349&dq= engineer+complex+tissues&source=bl&ots=f0j32JGR0J&sig=gqT0Ac_qnmgY36B16lW9iP Egax0&hl=pt-PT&sa=X&ei=gi9GVLWkD8yBaZRgLgL&sqi=2&ved=0CHIQ6AEwDA#v =onepage&q&f=false>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

ORLANDO, G.; WOOD, K. J.; STRATTA, R. J.; YOO, J. J.; ATALA, A.; SOKER, S. Regenerative medicine and organ transplantation: past, present, and future. Transplantation, 91(12), 1310–7. 2011. doi:10.1097/TP.0b013e318219ebb5.

SILVA, F.M. da; Modulação do sistema imunológico em pacientes transplantados - revisão bibliográfica. Monografia apresentada para obtenção do grau em licenciatura em biologia pela Universidade de Brasília e Universidade Estadual de Goiás. 2011. Disponível em: <bdm.unb.br/bitstream/10483/1744/1/2011_FranciscoMatosdaSilva.pdf>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

SOTO-GUTIERREZ, A.; WHERTHEIM, J. A.; OTT, H. C.; GILBERT, T. W. Perspectives on whole-organ assembly : moving toward transplantation on demand. Journal of Clinical Investigation, 122(11), 3817–3823. 2012. doi:10.1172/JCI61974.Science.

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WOLLMANN, L.C.F.N. de; LAURINDO, C.A.H.; COSTA, F.D.A. da; MORENO, A.N.; Efeito da criopreservação e / ou da descelularização na matriz extracelular de condutos valvados porcinos. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc. 26 (3): 490-6. 2011.

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FASCIITE NECROSANTE: a bactéria comedora de carne Alisson Pereira Mendes1, Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira2, Clenia Maria Pereira Batista2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: hallissonmendes@gmail.com; 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.faser@gmail.com; clenia.batista@outlook.com;

O TRABALHO FOI ENVIADO E AVALIADO POR MEIO DE AÚDIO DEVIDO AO ALUNO APRESENTAR DEFICIÊNCIA VISUAL

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IMPACTOS DO ALZHEIMER NA CONVIVÊNCIA FAMILIAR David Jason Silva Lucas1, Katiane de Lima Queiroz1, Priscilla Lima da Silva1, Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira2, Clenia Maria Pereira Batista2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: david_jason007@hotmail.com; kattyanne_lim@hotmail.com; priscilla.l.sn@hotmail.com; 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.faser@gmail.com; clenia.batista@outlook.com;

Palavras-chave: Demência. Perda de memória. Cuidador familiar.

1 INTRODUÇÃO A Doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer, como é conhecido, é basicamente uma síndrome cerebral degenerativa, de causa ainda desconhecida, possui impacto na vida da pessoa e também na de seus familiares, com mudanças sociais. Essa síndrome cerebral possui componentes neuropatológicos e neuroquímicos distintos, que vão além do envelhecimento (MARINS; HANSEL; SILVA, 2016). É um estado neurodegenerativo em que possui o acúmulo de placas amilóides extracelulares e emaranhado neurofibrilares intraneuronais (FONSECA et al., 2008). A DA acomete múltiplas funções corticais, dentre elas a memória, pensamento, compreensão e linguagem, contudo as deficiências das habilidades cognitivas são habitualmente acompanhadas pela perda de controle emocional, do comportamento social e da motivação (OPAS, 2013). É uma circunstância que muda a forma dramática de níveis anteriores de autonomia e independência e que causa mudanças importantes e limitações severas nas atividades de vida diária (MARINS; HANSEL; SILVA, 2016). O tratamento da doença inclui o farmacológico, que são drogas inibidoras da acetilcolinesterase que atuam enfraquecendo o processo de envelhecimento celular, e assim consegue retardar a evolução da doença. Mas também existe o tratamento não farmacológico, que são atividades físicas e mentais, estimulação de participação em atividades em grupos, exercícios de memória e continuar com os afazeres domésticos. Quando a doença provoca a alterações de humor, total dependência do cuidador e a perda da autonomia, essas técnicas se tornam essenciais para a qualidade de vida tanto do idoso quanto da família e cuidadores (CARVALHO; MAGALHÃES; PEDROSO, 2016). O diagnóstico de um parente com Alzheimer gera mudanças de comportamentos que

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impactam a vida dos cuidadores familiares e resultam em: desgaste emocional, sofrimento,


tristeza, esgotamento, situações estressantes e afetam a qualidade de vida (MARINS; HANSEL; SILVA, 2016). No Brasil, há cerca de 1,2 milhões de casos, mas uma grande parte ainda sem diagnóstico e no mundo é estimado que existam cerca de 35,6 milhões de pessoas com a DA (ABRAZ, 2017). Esta doença constitui aproximadamente 70% de todos os casos de demência, sendo que a incidência aumenta com a idade dobrando a cada cinco ou dez anos (GUTIERREZ et al., 2014). Com o avançar da doença, os idosos tornam-se totalmente dependentes ao cuidado contínuo, que na maioria das vezes é realizado por um membro familiar, este cuidado é um cuidado complexo, pois a família fica envolvida em sentimentos difíceis de manejar, que resultam em isolamento social, alterando profundamente o seu sistema emocional (ILHA et al., 2016). Este trabalho justifica-se porque a DA vem afetando cada vez mais a população brasileira. Neste sentido, para os familiares é um impacto muito grande, ter que lidar com os sinais e sintomas da doença em seu familiar e principalmente por não saberem como lidar com essas mudanças, acabam comprometendo a sua própria saúde física e mental. Sendo assim tem-se como pergunta norteadora desta pesquisa: Qual o impacto que a DA causa na família de um portador? Portanto como hipótese tem-se que a DA afeta o convívio social, saúde física e mental de toda a família que pode ser diminuída através dos cuidados em saúde. Como objetivo principal desta pesquisa tem-se: Informar os principais cuidados necessários para o paciente com a doença de Alzheimer, e como objetivo secundário: esclarecer como os familiares tem suas vidas afetadas ao vivenciar um parente com o Alzheimer.

2 METODOLOGIA A metodologia desta pesquisa é bibliográfica com abordagem exploratória. A pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir um problema com maior precisão (MALHOTRA, 2001). Sendo assim será explorado o tema proposto, com o objetivo principal de desenvolver e esclarecer quais os impactos que o Alzheimer causa na relação familiar, tendo em vista a formulação de problemas precisos e hipóteses pesquisáveis em estudos anteriores.

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Os dados serão coletados em artigos científicos, pesquisados em plataformas de pesquisa científica, como: Scielo, BIREME, Lilacs, BVS e Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A doença de Alzheimer não afeta somente a vida do portador como também a de seus familiares, onde irá prejudicar o relacionamento afetivo causando desgastes físicos e emocionais, ocasionando problemas que podem ser assistidos pela equipe de saúde (MENDES; SANTOS, 2016). Os principais cuidados do paciente com DA são no cotidiano e contínuo, que é o cuidado com a higiene, aparência, alimentação, segurança e questões de saúde. Por estes fatores é preciso saber lidar com os sintomas que incluem problemas cognitivos e com as alterações de comportamento. É necessário identificar e manejar essas alterações, pois requer um cuidado profissional e a família também pode optar pela institucionalização. O cuidador também precisa obter informativos sobre a doença e se atualizar sobre cuidados e ambiente, ter a adesão ao tratamento, se reorganizar na rotina e fazer a redistribuição de papéis familiares com a necessidade de apoio de outros parentes, receber e dar apoio emocional e por fim saber lidar com o processo de despedida, por se tratar de uma demência progressiva (ABRAZ, 2017). A decisão para quem irá ocupar o papel de cuidador é feita informalmente, na maioria das vezes o gênero que predomina é o feminino, o grau de parentesco, principalmente ss cônjuges e filhas são as mais acometidas. A proximidade física e afetiva é um fator muito determinante para a designação do cuidador, esse processo tende a não ser harmonioso e pode ser fonte de grande angústia para os envolvidos (ABRAZ, 2017). Há uma sobrecarga física e psíquica para esse cuidador levando a má qualidade de vida, com impacto negativo resultando problemas sociais e agravamento da perda da saúde física e psíquica, sendo assim, os idosos se tornam propícios para a institucionalização já nos estágios iniciais (PAULA; ROQUE; ARAÚJO, 2008). O familiar que tem mais proximidade e convive com o idoso identifica os sintomas com precisão, pois é nas tarefas cotidianas que as falhas e mudanças de comportamentos se tornam mais perceptíveis. Entretanto os familiares que apenas visitam esse idoso, não conseguem identificar essas falhas, pois não observam a execução de tarefas diárias e geralmente considera que o diagnóstico está errado, situação que intensifica a distância e a sobrecarga em um cuidador único. A opção mais indicada para o cuidado de uma pessoa com DA é um cuidado

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compartilhado para que haja a divisão das tarefas, podendo amenizar a carga e o estresse sobre uma única pessoa e garanta melhor qualidade de relacionamento e cuidado (ABRAZ, 2017). Mesmo a família sendo a base principal dos cuidados e atenção ao idoso, é preciso considerar que esses cuidadores familiares se veem sobrecarregados e sem suporte necessário para promover os cuidados, deste modo, algumas ações poderiam ser auxiliadas por mobilizações governamentais e acompanhadas por serviços formais de atenção (GUTIERREZ et al., 2014). De acordo com que foi apresentado conclui-se que o impacto que a DA causa nas relações familiares é negativa e as pessoas mais afetadas são aquelas que convivem com essas pessoas com DA. Geralmente a seleção para decidir quem irá ocupar o papel de cuidador, são as pessoas predominante do sexo feminino sendo a esposa, filha, irmã etc. Observa-se, entretanto, que independente do sexo do cuidador principal a DA causa impacto em toda a família, pois há um desgaste físico e emocional. O cuidador na maioria das vezes se encontra despreparado para lidar com as situações advindas do cuidado, precisando de uma equipe de saúde. É preciso que o cuidador se atualize sobre a doença e tenha um conhecimento de como cuidar desse parente, e também precisa reaprender a lidar com o mundo, mudando suas perspectivas de vida, se adequando a situação.

4 AGRADECIMENTO/FINANCIADORES Agradecemos as professoras Ana Flávia Sales Pereira e Clenia Maria Pereira Batista pelas orientações, críticas e sugestões.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALZHEIMER (ABRAZ). O que é Alzheimer. Disponível em: <http://www.abraz.org.br/sobre-alzheimer/o-que-e-alzheimer>. Acesso em: 26 de abril 2017.

CARVALHO, Paula Danielle Palheta; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; PEDROSO, Janari da Silva. Tratamento não farmacológicos que melhoram a qualidade de vida de idosos com doença de Alzheimer: uma revisão sistemática. J Bras Psiquiatr. 65(4):334-9. 2016. (DOI: 10.1590/0047-2085000000142).

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FONSECA, Simone Rios et al. Perfil neuropsiquiátrico na doença de Alzheimer e na demência mista.

J

Bras

Psiquiatr.

57(2):117-121.

2008.

Disponível

em:

<http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v57n2/a06v57n2.pdf>. Acesso em: 28 de abril de 2017.

GUTIERREZ, Beatriz Aparecida Ozello et al. Impacto econômico da doença de Alzheimer no Brasil: é possível melhorar a assistência e reduzir custos? Ciência & Saúde Coletiva, 19(11):4479-4486, 2014. (DOI: 10.1590/1413-812320141911.03562013).

ILHA, Silomar et al. Doença de Alzheimer na pessoa idosa/família: dificuldades vivenciadas e estratégias de cuidado. Esc. Anna Nery vol.20 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2016. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20160019>. Acesso em 28 de abril de 2017.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. Disponível em: <http://proflam.files.wordpress.com/2011/05/resumolivro-malhotra.pdf>. Acesso em: 11 de mai. de 2017.

MARINS, Aline Miranda da Fonseca; HANSEL, Cristina Gonçalves; SILVA, Jaqueline da Silva. Mudanças de comportamento em idosos com Doença de Alzheimer e sobrecarga para o cuidador. Esc. Anna Nery vol.20 no.2 Rio de Janeiro Apr./June 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20160048>. Acesso em: 28 de abril de 2017.

MENDES, Cinthia Filgueira Maciel; SANTOS, Anderson Lineu Siqueira dos. O cuidado na doença de Alzheimer: as representações sociais dos cuidadores familiares. Saúde Soc. São Paulo, v.25, n.1, p.121-132, 2016. (DOI 10.1590/S0104-12902015142591). OPAS – ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Demencia: una prioridad de salud pública. Washington, DC, 2013.

PAULA, Juliane dos Anjos de; ROQUE, Francelise Pivetta; ARAÚJO, Flávio Soares de. Qualidade de vida em cuidadores de idosos portadores de demência de Alzheimer. J Bras Psiquiatr., 57(4):283-287. 2008.

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INCIDÊNCIAS DE DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NA PARAÍBA, UM ESTUDO LONGITUDINAL Jordyel Vieira1, Julianne Honegger1, Rebeca Pontes1, Maria Pereira1, Maria do Socorro Florencio2. 1- Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: vjordyel@gmail.com; julianhonegger@gmail.com; rebecapontesbio@gmail.com; mariapereira212@yahoo.com.br 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: socorroflorenciofla@gmail.com

Palavras Chaves: Mola Hidatiforme. Doença Gestacional. Cariocarcinoma.

1 INTRODUÇÃO Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) são blastomas originários do tecido de revestimento das vilosidades coriais (trofoblasto) que apresentam crescimento anárquico, do ponto de vista histopatológico e suscetíveis a exibir alterações degenerativas no estroma (VARGAS, 2006). Estas alterações podem ser benignas ou malignas (apenas 3% dos casos é maligno) no entanto, sem o devido tratamento, este conjunto de células anormais pode espalhar-se para fora do útero e gerar complicações, como um câncer, por exemplo (SANTOS, 2016). Espera-se que cerca de 20% das pacientes com mola hidatiforme evoluam para neoplasia trofoblástica, cujo tratamento quimioterápico é capaz de curar a grande maioria das pacientes, preservando sua capacidade reprodutiva que, pelo geral, não se altera (BRAGA, 2013). Esta doença em geral atinge principalmente meninas menores de 15 anos. Na Paraíba houve a incidência de 115 casos detectados em mulheres acometidas pela DTG entre 2011 a 2015 de acordo com pesquisa realizada em uma Maternidade de João Pessoa no ano de 2016. Decidimos estudar e pesquisar sobre DTG por ser pouco conhecido pela população e ser de grande risco, podendo acarretar a morte. Tem importância para as mulheres em idade fértil. Realizamos a pesquisa por meio de dados apurados pelo Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica, na Paraíba. Através dessa pesquisa podemos observar a incidência e dados, como faixa etárias das mulheres acometidas e tornar mais visado o conhecimento e a conscientização dessa patologia. Esperamos encontrar maior incidência em mulheres de idade entre 20 e 30 anos. E observar se as mulheres com essa patologia sofreram aumento com o passar dos anos. Sendo assim, se seguem as literaturas em relação a incidência e faixa etária com resultados

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satisfatórios ou que demostrem o que foi falado nas literaturas em comparação com os dados da pesquisa. Como objetivo da pesquisa tem-se: Explicar o que é Doença Trofoblástica Gestacional e suas complicações assim como seu diagnóstico e procedimentos, a fim de conscientizar, sua importância para o acompanhamento das gestantes acometidas e Relatar a incidência da DTG nos municípios paraibanos, no período de 2011 á 2015, ocorridos e registrados em uma Maternidade de João Pessoa-PB.

2 METODOLOGIA Refere-se a um estudo com abordagem exploratória e descritiva que de acordo com (GIL, 2002) estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses. Espera-se que cerca de 20% das pacientes com mola hidatiforme evoluam para neoplasia trofoblástica, cujo tratamento quimioterápico é capaz de curar a grande maioria das pacientes, preservando sua capacidade reprodutiva que, pelo geral, não se altera (BRAGA, 2013). É extremamente importante procurar um médico e iniciar o pré-natal logo após a descoberta de uma gravidez. Através de uma ultrassonografia, no início de uma gestação, é possível afirmar, quase com absoluta certeza se a paciente tem uma gravidez em mola e iniciar o tratamento adequado. A partir daí outros exames serão feitos, porém é importante que a paciente não abandone o tratamento (SANTOS, 2016).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A doença trofoblástica gestacional (DTG) é uma doença que surge no período fértil de mulheres com idades variadas. Segundo Rubin (2013), meninas com menos de 15 anos apresentam um risco 20 vezes maior do que mulheres com 20 a 30 anos de idade. Esta doença pode apresentar-se de forma branda, e estas formas recebem o nome de Mola Hidatiforme (MH) Completa e Parcial e também pode apresentar-se de forma ofensiva, recebendo o nome de Mola Hidatiforme invasiva e Neoplasias. A DTG é uma doença de interesse genético. Depois de se desenvolver passa a ter interesses obstétricos e oncológicos. Irá ocorrer quando o espermatozoide fecundar um ovócito sem nenhum cromossomo gerando uma célula (zigoto) com apenas o material genético vindo do pai.

Figura 1:

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FONTE: disponível em: <http://estudodebiologiabruder.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>.

Esta patologia pode ocorrer também devido a um erro na hora da penetração do espermatozoide no óvulo onde ao invés de apenas um entrar entram dois formando uma célula triploide. Figura 2:

FONTE: disponível em: <http://noticias.r7.com/saude/cientistas-criam-espermatozoide-com-turbo-paraajudar-em-tratamento-de-infertilidade-masculina-27012016 >.

Dependendo da forma em que a DTG se apresenta ela pode causar diversas sintomatologias. Nos casos mais graves da doença pode acontecer invasão das células defeituosas para outras partes do organismo podendo acarretar grandes infecções e até morte.

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Como essa doença tem vários aspectos ela pode ser diagnosticada de varias formas, começando pelo diagnóstico clinico. O exame ginecológico também será importante, pois com o toque o ginecologista irá saber a condição do útero. Do mesmo modo poderá ser feito uma ultrassonografia ou radiografia para poder visualizar o interior do útero da paciente. E por fim, poderá ser feito um exame de β- HCG quantitativo para saber a quantidade desse hormônio no sangue da paciente. A MH não tem nenhum fator de risco, pois pode ocorrer em qualquer mulher que esteja em período fértil e pode atingir qualquer idade. Mas mulheres que apresentam quadros repetidos de abortos espontâneos e infertilidades têm maior possibilidade de desenvolver a mesma. E uma vez tendo a doença há grandes possibilidades de reincidência. A MHC é a condição mais frequente nos grupos da doença trofoblástica gestacional, mostrando grande variação na incidência de acordo com a região geográfica (BOGLIOLO, 2011). Foi feito um estudo longitudinal de casos de DTG nos municípios da Paraíba de acordo com uma Maternidade de João Pessoa o que nos possibilitou observar frequência de casos nestes municípios e a media de idades das mulheres acometidas.

Gráfico 1: Municípios com 2 ou mais casos de Gestação Trofoblástica na Paraíba - 2011 -2015 10 9 8 2011

7 6

2012

5

2013

4

2014

3

2015

2 1 0

FONTE: Dados da pesquisa / 2016

De acordo com os dados dispostos no gráfico acima, observa-se que no período de 2011 a 2015, que onze municípios apresentaram mais de dois casos de gestação Trofoblástica.

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Havendo maior incidência no município de João Pessoa, tendo maiores picos nos anos de 2012 e 2013. Sapé foi o município em que obteve menor número de casos em todos os anos.

Gráfico 2: Gestação Trofoblástica por idade na Paraíba - 2011-2015. 16 14 12

13-17

10

18-22

8 6

23-27

4

28-34

2 0

FONTE: Dados da pesquisa/2016

Observa-se, portanto, no comportamento exposto no gráfico 2 que em João Pessoa houve uma variação nas idades das pacientes observadas, seguido do município de Santa Rita. A literatura estudada revela que a maior incidência se dá em adolescentes com faixa etária menor que 15 anos. Os estudos realizados com os casos notificados em João Pessoa caminham na contramão do que revela o molde cientifico esperado, sendo o maior deles na faixa etária entre 28 e 34 anos.

O estudo revela um número preocupante de casos de DTG no município de João PessoaPB. Por ser uma doença incomum. Contrariando o resultado esperado da pesquisa, a idade das mulheres com a doença apresentou uma incidência maior entre 28 e 34 anos revelando que o fato necessita de atenção. Pois de acordo com a literatura a incidência deveria ser em meninas com idade menor que 15 anos. O que pode explicar esse resultado seria que meninas mais novas não tem a devida instrução sobre os riscos da gravidez e como proceder em caso de aborto, deixando de consultar um profissional, adiando o problema para o futuro, isso dificulta detectar a doença nestas, assim sendo mais frequente em mulheres mais velhas.

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É importante saber que após o tratamento, é necessário esperar no mínimo um ano, para engravidar novamente ou corre o risco de ter uma gravidez de mola em cima da outra e as chances de cura irão diminuir. (Santos, 2016) Apesar de a DTG ser uma doença que pode acarretar sérios problemas e levar a óbito, ela é uma doença totalmente curável se for detectada precocemente. Tendo isto em vista o governo deveria investir na promoção a saúde da mesma, pois ela é uma doença bastante desconhecida pela maioria das pessoas. Apenas algumas palestras e campanhas, principalmente nas escolas já aumentaria muito a chance do diagnostico precoce e da cura propriamente dita, e diminuiria a chance de complicações graves da doença. Estas mulheres só detectam a doença quando em um estado avançado isto quando a doença se apresentar de forma sintomática. Outra coisa que devia ser feita seria o investimento em pesquisa para entendermos a patologia e assim encontrar um jeito de preveni-la.

REFERÊNCIAS BRAGA, A. et al. Doença Trofoblástica gestacional. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 13, v. 13, p.55-61, n° 3, Jul/Set, 2014.

FILHO, G. B. Bogliolo Patologia. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. RUBIN, E. Patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4aEd. Rio de Janeiro: Guanabara, 2013.

VARGAS, J. Centro de Neoplasia Trofoblastica Gestacional do Hospital da Mulher Heloneida Studart. Disponível em: <http://centrontgriodejaneiro.blogspot.com.br/2006/03/1-o-que-entg.html >. Acesso em: 19 de Novembro 2016.

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INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM UNIDADE DE TERAPIA ITENSIVA Denise Cardoso da Silva¹, Gercino Elizeu Tavares Neto¹, Iago Cavalcanti Guimarães¹, Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira², Clenia Maria Pereira Batista² 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: denisecardoso00@hotmail.com; iago.cavalcanti@hotmail.com; gercino.neto@hotmail.com. 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.faser@gmail.com; clenia.batista@outlook.com

Palavras-chave: UTI. IRA. Sepse.

1 INTRODUÇÃO Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma doença em que os rins perdem a capacidade de remover e equilibrar fluidos no organismo. A IRA tem incidência em torno de 2 a 5%, em pacientes hospitalizados, influenciada por fatores como: choque séptico, hipovolêmia, uso de aminoglicosídeos, insuficiência cardíaca e radio contrastes. Uma parte desses pacientes tem sido tratados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e, dependendo do quadro, altas taxas de mortalidade, podem ser atingidas. É importante, no giagnóstico, a distinção entre causas prérenais e renais (BENARDINA et al., 2008). No tratamento, o balanço hídrico, aspectos nutricionais e diálise são fatores importantes a serem considerados. O tratamento dialítico, quando necessário, é realizado através de diálise peritoneal, hemodiálise intermitente, ultra filtração, ou métodos contínuos de reposição da função renal. Em conseqüência desses tratamentos e, muitas vezes, da hospitalização por longos períodos, ocorre um aumento no numero de patologias, como a Insuficiência Renal Aguda, que se desenvolvem como complicações de outras doenças. É uma patologia reversível, caracterizada pela rápida queda da capacidade dos rins em retirar a escoria do organismo, o que causa distúrbios hídricos, eletrólitos e acidobásicos. Esses eventos provocam lesões nos neurônios que causam a diminuição rápida da função dos mesmos, no qual chamamos de IRA e que, caso não seja revertido rapidamente, pode tornar-se irreversível ou levar o paciente ao óbito (BENARDINA et al., 2008). Este trabalho justifica as principais causas de internamento em UTI para pacientes que evoluíram com IRA que foram com mais freqüências o choque séptico, doenças respiratórias e cardiovasculares. Atuando na detecção precoce e profilaxia desta complicação que é tão comum neste ambiente, é necessário também compreender como tais fatores de risco podem levar ao

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desenvolvimento da IRA. Deve ser lembrado que a presença do enfermeiro é fundamental para


a realização da detecção e prevenção desta patologia, pois sabemos que é o enfermeiro que tem mais contato com o paciente em tempo integral. Como pergunta norteadora desta pesquisa tem-se: Quais são as conseqüências tardias da IRA na UTI? Portanto como hipótese tem-se que a IRA nas UTI’s acarretam grandes complicações da patologia em pacientes internados por longos períodos, levando em consideração as conseqüências tardias no diagnóstico que pode acarretar um grande agravo a saúde ou até mesmo o aumento do índice de mortalidade nos leitos. O principal objetivo desta pesquisa é trazer a tona e expor de maneira clara a patologia e identificar as principais causas em pacientes internados em UTI. Servindo assim como subsidio para aprofundamento dos fatores relacionados a prevenção e minimização de complicações em pacientes criticamente enfermos, de forma organizada e sistemática.

2 METODOLOGIA O tipo de pesquisa utilizada para o desenvolvimento do presente estudo foi uma revisão na literatura sobre insuficiência renal aguda em unidades de terapia intensiva, onde foram analisados artigos científicos publicados em português. Para o presente foram realizados estudos em fontes de dados para identificar as principais fisiopatologias da IRA em pacientes internados em UTI’s disponíveis nos web sites da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), coletados dados em artigos científicos, pesquisados em plataformas de pesquisas como scielo, Jornal Brasileiro de Nefrologia e Revista Brasileira de Enfermagem e de Terapia Intensiva.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO As principais causas de internamento em UTI de pacientes que evoluíram com IRA foram sepse; Ex: choque séptico, doenças respiratórias e cardiovasculares. Para que o enfermeiro possa atuar na detecção precoce e profilaxia desta complicação, tão comum no ambiente da UTI é necessário compreender como tais fatores de risco podem levar ao desenvolvimento da IRA. Dentro das causas de internamento de pacientes em UTI que evoluíram com IRA, a mais citada foi a sépse, que é entendida como uma complexa interação entre o microorganismo infetante e a resposta imune, pro-inflamatória e pro-coagulante do hospedeiro. Nessa complexa interação ocorre a resposta inflamatória sistêmica, o que provoca uma diminuição da resistência vascular, enquanto ocorre a ativação da cascata de coagulação e inibição dos fatores anticoagulantes (SANTOS; MARINHO, 2013).

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Na fisiopatologia da sépse inicialmente ocorre uma resposta hiperdinâmica, que se caracteriza por um debito cardíaco alto com vasodilatação sistêmica. Nesta fase a pressão arterial (PA) pode continuar normal ou ocorrer hipotensão responsiva a volume, hipertermia, taquipnéia, estado gastrointestinal pode estar comprometido e o debito urinário pode permanecer normal ou diminuir (HENKIN et al., 2009). Diante do que foi citado pude notar que o enfermeiro deve programar um plano de cuidados no intuito da profilaxia referente à IRA nesses pacientes que já se encontram internos em estado geral grave. Então para o tratamento a enfermagem deve ter um protocolo de sepse para evitar tais complicações na progressão de uma septicemia, evitando assim as complicações nos demais órgãos, incluindo o rim. Estudo retrospectivo realizado com o objetivo de identificar a prevalência de complicações durante a terapia hemodialítica em pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) no centro de tratamento intensivo de um hospital universitário e as condutas de enfermagem realizadas durante esses episódios (SILVA; THOMÉ, 2009). Foram analisados 65 prontuários (282 sessões) de pacientes com diagnóstico médico de IRA, que realizaram terapia de substituição da função renal e apresentaram complicações durante as sessões de hemodiálise. Observou-se que as complicações intradialíticas mais prevalentes nas sessões foram: hipotensão arterial (35%), hipotermia (29%) e falta de fluxo no acesso vascular (24,1%) (SILVA; THOMÉ, 2009). A conduta de enfermagem priorizada durante os episódios de complicações constituiuse pelas avaliações clínica (66,8%) e do nível de consciência (59,9%). A busca de intervenções de enfermagem adequadas às diferentes situações no atendimento ao paciente em hemodiálise, bem como a educação permanente da equipe de enfermagem, são ações que podem minimizar os índices de intercorrências (SILVA; THOMÉ, 2009). Sendo assim conclui-se que a identificação das principais causas de internamento dos pacientes que evoluíram com IRA fornece subsídios para que o enfermeiro, possa identificar de forma rápida as alterações que sinalizam a equipe multiprofissional e implementa ações de enfermagem a fim de evitar complicações no quadro do paciente.

4 AGRADECIMENTO/FINANCIADORES Agradecemos a professora Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira e Clenia Maria Pereira Batista, pelas orientações criticas e sugestões.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDINA, Lucienne Dalla et al. Evolução clínica de pacientes com insuficiência renal aguda em unidade de terapia intensiva. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 21, n. spe, p. 174178, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-21002008000500007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 de abr. de 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002008000500007.

HENKIN, Caroline Schwartz et al. Sepse: uma visão atual. Scientia Medica, Vol. 19, n? 3, p. 135-145. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/? IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=53 0366&indexSearch=ID>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

SANTOS, Eliandro de Souza; MARINHO, Carina Martins da Silva. Principais causas de insuficiência renal aguda em unidades de terapia intensiva: intervenção de enfermagem. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. serIII, n. 9, p. 181-189, mar.

2013. Disponível em:

<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087402832013000100019&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

SILVA, Gabriela Lisangela Della Flora da; THOMÉ, Elisabeth Gomes da Rocha. Complicações do procedimento hemodialítico em pacientes com insuficiência renal aguda: intervenções de enfermagem. Revista gaúcha de enfermagem. Porto Alegre. Vol. 30, n. 1, p. 33-39. 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/23618>. Acesso em: 28 de abr. de 2017.

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OSTEOPOROSE VOLTADA ÀS MULHERES PÓS-MENOPAUSA Evellyn Maria Oliveira Pontes1; Rejane Fernandes da Silva1; Jadson de Lima Souza 1; Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira2; Clenia Maria Pereira Batista2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: li_eliz@hotmail.com; fernadesrenata963@gmail.com; jadson.viola@hotmail.com 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.faser@gmail.com; clenia.batista@outlook.com

Palavras-chave: Produção de estrogênio. Saúde física. Fraturas. Osteoporose.

1 INTRODUÇÃO Todos sabem que em nosso país há inúmeros casos de pessoas que sofrem com osteoporose, o que seria essa doença “esquelética sistemática, caracterizada por uma diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura, com consequente aumento da fragilidade óssea e maior suscetibilidade às fraturas”. (RUSSO, 2001). A doença é considerada uma importante questão de saúde pública mundial devido a sua alta prevalência, em função dos seus efeitos devastadores na saúde física e psicossocial, com grandes prejuízos financeiros. Causa invalidez pelas deformidades e incapacidades dos indivíduos afetados e, pelo demorado tratamento das fraturas decorrentes da enfermidade, gera um ônus elevado. As fraturas de quadril reduzem o tempo de vida em 36% para homens e 21% para mulheres, ocorrendo a morte nos primeiros seis meses depois da fratura de colo do fêmur. Em pacientes com desordens psiquiátricas, a taxa de mortalidade chega a 50% após a fratura. No Brasil, a população propensa a desenvolver osteoporose aumentou para 7,5 milhões (CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004). A massa óssea resulta tanto da quantidade de osso adquirida durante o crescimento, ou seja, o pico de massa óssea, e a razão de perda óssea relacionada com a idade. Essas mudanças ocorrem durante o processo de remodelação no osso, como resultado do desequilíbrio entre as células de reabsorção (osteoclastos) e as células formadoras (osteoblastos) que removem e recolocam pequenos pacotes de osso em certos pontos do esqueleto. Desse modo, percebe-se que o osso nunca está metabolicamente inativo, sua matriz e suplementos minerais estão sendo remodelados constantemente, ao longo das linhas de estresse mecânico (MARCHIGIANO, 1997). A osteoporose tipo1 possui uma alta reabsorção óssea, devido a uma atividade

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osteoclástica acelerada e também está associada à insuficiência estrogênica do climatério, ou


condições que induzem precocemente ao hipoestrogenismo (diminuição de estrógenos), geralmente apresentada por mulheres mais jovens, a partir dos 50 anos. Já a osteoporose tipo II possui uma taxa de reabsorção óssea normal ou levemente aumentada, associada a uma atividade osteoblástica reduzida, e também com formação óssea reduzida - a osteoporose senil ou de involução, mais frequente nas mulheres mais idosas, a partir dos 70 anos, e também no homem. Este trabalho justifica-se porque osteoporose vem devastando de forma grandiosa a vida em especial das mulheres pós-menopausa, que tem registrado altos índices de causas no Brasil e mundo, e não tem o cuidado (tratamento) especifico necessário que diferencia da mesma doença, aplicada aos homens. Sendo assim tem-se como pergunta norteadora desta pesquisa: Qual o tratamento específico necessário para uma portadora da osteoporose pós-menopausa? Portanto como hipótese tem-se que a osteoporose pós-menopausa, tem crescido nos últimos anos em virtude da falta dos cuidados necessários nos primeiros indícios da doença, e pode ser combatida de forma direta, porém demorada. O principal objetivo desta pesquisa e trazer a tona e expor de maneira clara a doença osteoporose pós-menopausa que e muito comum no Brasil, porém pouco falada e consequentemente não tratada de forma adequada em princípios domésticos onde acontece a maioria dos acidentes com fraturas que acelera e leva a morte da portadora. E ensinar também todo o processo de tratamento.

2 METODOLOGIA A partir da análise desse núcleo o trabalho cientifica é bibliográfico com o intuito de expor o assunto principal do que é a osteoporose pós-menopausa, como uma forma de falar sobre os danos causados as mulheres. A pesquisa é exploratória nos quais é necessário definir um problema com maior precisão. Foram coletados dados em artigos científicos, pesquisados em plataformas de pesquisas como Scielo, Bvs.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante a infância e nos primeiros anos da vida adulta, a massa óssea aumenta, atingindo um pico por volta dos 25 a 30 anos. Perto de 10% do esqueleto está continuamente ativo, no processo de remodelação. Após a menopausa, devido à redução dos estrógenos, algumas

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mulheres passam a perder massa óssea acima de 1% ao ano, sendo que algumas chegam a perder 5% e, no final de 5 anos, estão com perda superior a 25%, caracterizando a osteoporose pósmenopausa. ”O estado de carência estrogênica persiste até 40 anos após a menopausa fato que justifica o uso de estrógenos em pacientes mais idosas” (RUSSO, 2001). O custo anual com o tratamento de fraturas osteoporóticas, em 1995, segundo o Nacional Osteoporosis Foundation chegou a 13,8 bilhões de dólares, uma quantidade que pode superar o dobro nos próximos 25 anos por causa do crescimento da população idosa. No Brasil, a população propensa a desenvolver osteoporose aumentou de 7,5 milhões (CARVALHO; FONSECA; PEDROSA; 2004). As mulheres são mais propensas a desenvolverem a doença, pois durante a menopausa a redução da produção de estrogênio acelera a perda óssea, sendo que a adequada produção dos hormônios esteroides sexuais é importante para a manutenção da estrutura óssea. De acordo com o Consenso Brasileiro de Osteoporose, o tratamento das mulheres com osteoporose pósmenopausa é recomendado para aquelas que não conseguiram reverter a perda óssea ou ocorrência de fraturas por meio de medidas preventivas não farmacológicas (boa nutrição, exposição ao sol por tempo adequado para a produção de vitamina D, prevenção de quedas, entre outras), que apresentam DMO baixa ou limítrofe e que desenvolveram ou não fraturas (SANTOS, 2013). Os principais medicamentos disponibilizados no mercado nacional para essa finalidade são os bifosfonatos, os estrogênios (terapia da reposição hormonal), os moduladores seletivos de receptores de estrogênios (SERMs), o paratormônio e a calcitonina. Todos eles devem ser utilizados com suplementação de cálcio e vitamina D (SANTOS, 2013). Portanto conclui-se este trabalho enfatizando a importância da orientação e divulgação em massa para a população a respeito desta doença, que traz graves complicações as mulheres acometidas.

4 AGRADECIMENTO/FINANCIADORES Agradecemos a professora Ana Flavia Sales Pereira e Clenia Maria Pereira Batista, pelas orientações criticas e sugestões.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO; FONSECA; PEDROSA. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. 2004.

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MARCHIGIANO, G. Osteoporosis: primary prevention and intervention strategies for women at risk. Home Care Provid., v.2, p.76-81, 1997.

MATSUDO, MAHECHA. Envelhecimento, atividade física e saúde. Médica Especialista em Medicina Esportiva, Doutora em Ciências, Diretora Geral do Centro de Estudos do Laboratorio de Aptidão Física de São Caetanod do Sul - CELAFISCS e Coordenadora do Projeto Longitudinal de Envelhecimentoe Aptidão Física de São Caetano do Sul. 2009.

RUSSO. T. Osteoporose Pós-Menopausa: OpçõesTerapêuticas. Departamento de Endocrinologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; e DENSSO - Clínica de Densitometria Óssea e Diagnóstico da Osteoporose, Rio de Janeiro, RJ. 2001.

SANTOS, S. Osteoporose pós-menopausa: eficácia e segurança do tratamento com bifosfonatos. cemedmg.wordpress.com. 2013.

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TABAGISMO: principais fatores da redução do uso no Brasil Delane Serra da Costa Marinho1, Valéria Costa da Silva1, Willianne Cavalcanti Coura Rocha 1, Ana Flávia Pinheiro Sales Pereira2, Clenia Maria Pereira Batista2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: delaneserra@hotmail.com; valeria.ylana@yahoo.com.br; willyzinha_aylla@hotmail.com; 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profanaflaviapsp.faser@gmail.com; clenia.batista@outlook.com;

Palavras-chave: Saúde brasileira. Doenças. Gastos. Cigarro. Nicotina.

1 INTRODUÇÃO O tabagismo integra o grupo dos transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e é a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo (ROSEMBERG, 2004). É reconhecido como uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína. A dependência ocorre pela presença da nicotina nos produtos à base de tabaco. A dependência obriga os fumantes a inalarem mais de 4.720 substâncias tóxicas, como: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, além de 43 substâncias cancerígenas, sendo as principais: arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas. Desse modo, o tabagismo é causa de aproximadamente 50 doenças, muitas delas incapacitantes e fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas (ROSEMBERG, 2004). A nicotina presente no cigarro, por exemplo, ao ser inalada produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos. Depois que a nicotina atinge o cérebro, entre 7 a 19 segundos, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis por estimular a sensação de prazer que o fumante tem ao fumar. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de "tolerância à droga". Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte (ROSEMBERG, 2004).

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No mercado nacional e internacional há uma variedade de produtos derivados de tabaco que podem ser usados de várias formas: fumado/inalado (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de bali ou Kreteks ou cigarro de cravo, cigarro de palha, cigarrilha, bidis, narguillé); aspirado (rapé); mascado (fumo-de-rolo, snuff); absorvido pela mucosa oral (snus). Todos contém nicotina, causam dependência e aumentam o risco de contrair doenças crônicas não transmissíveis. No Brasil em 2011 (Figura 1) foi demonstrado que o predomínio de uso de derivados do tabaco entre adolescentes é principalmente pelo narguiilé (ANVISA, 2013; SZKLO, 2011).

Figura 1. No Brasil foi demonstrado que o predomínio de uso de derivados do tabaco entre adolescentes é principalmente pelo narguilé. Fonte: SZKLO, 2011, adaptado por Secretaria-Executiva da CONICQ. O consumo de tabaco nas nações desenvolvidas seguirá uma tendência de redução até o final do século, ao passo que nos países em desenvolvimento o consumo poderia aumentar em cerca de 3% ao ano! Um quadro verdadeiramente promissor! Não haverá uma sociedade sem fumantes, e sim um crescimento mantido para a indústria do tabaco. (TOBACCO REPORTER, 1989).

Portanto este trabalho justifica-se por ser um problema de saúde pública, causando diversas patologias e afetando homens, mulheres sem distinção de idade. Devido aos problemas apresentados, a nível governamental houve uma preocupação para diminuir a quantidade de pessoas usuárias do tabaco no Brasil. De acordo com o exposto a pergunta norteadora desta pesquisa é: Quais os principais fatores que contribuíram para a redução do uso do cigarro no Brasil? Sendo assim, tem-se como hipótese: A redução se deve as campanhas de conscientização e ao aumento dos valores do produto. Como objetivo primário da pesquisa tem-se: Conscientizar a população dos problemas que o uso do tabagismo traz a saúde, tanto dos fumantes ativos quanto passivos, e como objetivo

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secundário: Esclarecer os prejuízos associados ao tabagismo, seja ele financeiro ou a nível de saúde.

2 METODOLOGIA Esta pesquisa é de cunho bibliográfico com abordagem descritiva. A fonte de dados realizada foram sites de pesquisa científica, como, SCIELO, INCA. Ministério da Saúde e Ciência e saúde coletiva. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A prevalência de tabagismo é o resultado da iniciação (novos usuários de tabaco) e da interrupção do consumo (por cessação do tabagismo ou morte). A identificação dos fatores determinantes da iniciação e da cessação do tabagismo é, portanto, fundamental para o planejamento de ações específicas para o controle do tabaco. Apesar de todo o conhecimento científico acumulado sobre o tabagismo como fator de risco de doenças graves e fatais, sobre a sua própria condição de doença crônica ligada à dependência da nicotina, e embora o consumo de tabaco, sobretudo de cigarros, venha caindo na maioria dos países desenvolvidos, o consumo global aumentou cerca de 50% durante o período de 1975 a 1996, às custas do crescimento do consumo em países em desenvolvimento. Nesse período, o consumo cresceu 8% na China, 6,8% na Indonésia, 5,5% na Síria e 4,7% em Bangladesh (WHO, 2001; WORLD BANK, 1999). Ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos, as políticas para controle do tabagismo ainda são incipientes em grande parte dos países em desenvolvimento, tornando-os vulneráveis aos planos de expansão das grandes transnacionais de tabaco. Esses planos são confirmados pelos milhões de documentos internos de grandes companhias transacionais de tabaco confiscados e tornados públicos devido a ações judiciais nos EUA e no Reino Unido. Estes documentos vêm sendo analisados e publicados por vários experts na área de controle do tabagismo em todo o mundo (CAMPAIGN FOR TOBACCO FREE KIDS; ACTION ON SMOKING AND HEALTH, 2001). O consumo de tabaco e seus derivados mata milhões de indivíduos a cada ano. Se a tendência atual continuar, em 2030 o tabaco matará cerca de 8 milhões por ano sendo que 80% dessas mortes ocorrerão nos países da baixa e média renda. No Brasil, como resultado das importantes ações de controle do tabaco desenvolvidas, a prevalência de tabagismo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1989 o percentual de fumantes de 18 anos ou mais no país

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era de 34,8%. Já em 2013, de acordo com pesquisa mais recente para essa mesma faixa etária em áreas urbanas e rurais, este número caiu para 14,7% (PNS, 2013). Os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar do IBGE (2012) mostraram que 29,8% dos estudantes brasileiros que frequentavam o 9º ano do Ensino Fundamental informaram que pelo menos um dos seus responsáveis era fumante. Nos jovens, a última pesquisa realizada em 17 cidades brasileiras demonstrou que a prevalência de estudantes que fumavam regularmente foi muito similar à encontrada nos adultos (VIGESCOLA,2009). A PETab (Pesquisa Especial de Tabagismo), realizada em 2008 também trouxe dados sobre o consumo de outros produtos de tabaco fumado e não fumado e é a principal referência para essa informação. A maior parte dos fumantes (com 15 anos ou mais) consumia cigarros, sendo menor o consumo de outros produtos fumados tais como charutos, cachimbos, cigarrilhas, cigarros de palha, cigarros indianos e narguilé. No entanto, estudos apontam para a importância de monitoramento deste consumo já que o usuário se expõe aos mesmos riscos de desenvolver doenças relacionadas ao consumo de produtos de tabaco (SZKLO, 2011). O quadro abaixo com dados da PETab/2008 mostra a distribuição do consumo entre a população com 15 anos ou mais, segundo regiões do país. Com exceção do cigarro industrializado, o consumo de outros produtos de tabaco fumados é maior na região Rural do que na Urbana (Figura 2) (INCA, 2011).

Figura 2. Percentual de adultos fumantes de acordo com o tipo de produto de tabaco e sua relação com o domicílio do se é na região rural ou urbana. Fonte: INCA, 2011, adaptado por Secretaria-Executiva da CONICQ.

A figura 3 mostra os principais países consumidores no mundo (OMS, 2015). Já de acordo com a Secretaria-Executiva da CONICQ a incidência entre homens e mulheres a nível mundial e Brasil mostra que houve uma diminuição na quantidade de fumantes (Figura 4).

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Figura 3. Prevalência de fumantes de tabaco por região, segundo a Organização Mundial de Saúde. Fonte: Adaptado por Secretaria-Executiva da CONICQ (OMS, 2015).

Figura 4. Diminuição da quantidade de fumantes no Brasil. Fonte: Adaptado por Secretaria-Executiva da CONICQ (OMS, 2015).

De 1989 a 2009 (Figura 5) é possível observar estratégias implantadas para que houvesse uma diminuição da quantidade de fumantes adultos.

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Figura 5. Queda da Prevalência de Fumantes adultos e as Ações de Controle do Tabagismo. Fonte: PLOS Medicine, 2012, adaptado por Secretaria-Executiva da CONICQ.

Portando conclui-se que houve um investimento a nível governamental no Brasil, reduzindo assim a taxa de fumantes no país, contribuindo, portanto, para a diminuição de doenças associadas ao fumo e consequentemente os gastos públicos que seriam feitos no tratamento dos doentes.

4 AGRADECIMENTO/FINANCIADORES Agradecemos a Deus por nos proporcionar conhecimentos para explorarmos em nossa caminhada profissional, as professoras/orientadoras Clenia Batista e Ana Flávia Pereira, por investir seu tempo em nos orientar.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Derivados do tabaco. Assuntos de interesse. Danos a saúde. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+ Portal/Anvisa/Inicio/Derivados+do+Tabaco/Assuntos+de+Interesse/Danos+A+Saude Acesso em: 25/10/2013.

BRASIL. Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10 - 1997). Disponível em: <http://www.datasus. gov.br/cid10/V2008/WebHelp/cid10.htm>. Acesso em: 31/10/2013.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Coordenação de Indicadores Sociais. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Vigilância de Tabagismo em Escolares:

VIGESCOLA

2002-2009.

Disponível em: http://www.inca.gov.br/vigescola Acesso em: 11/12/2013

ROSEMBERG, José. Nicotina: droga universal. Monografia. Produção Independente. São Paulo: 2004.

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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Who Report on the Tobacco Epidemic, 2011 Spanish? Disponível em: http://www.who.int/tobacco/global_report/2011/exec_summary/en/ . Acesso em: 04/05/2016.

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TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO Alana Gomes de Oliveira¹, Lilian Cristina Pontes da Silva¹, Clenia Maria Pereira Batista2 1- Alunas de Graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: allanamarcelogomesoliveira@gmail.com; lilian_cristinajp@hotmail.com 2- Prof. Mestre da Faculdade Santa Emília de Rodat-FASER, email:clenia.batista@outlook.com

Palavras-chave: Toxoplasma gondii. Feto. Prevenção.

1 INTRODUÇÃO A Toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial causada pelo Toxoplasma gondii (T.gondii), protozoário intracelular obrigatório e parasito de humanos, pássaros, roedores e outros animais (hospedeiros intermediários) e de felídeos (hospedeiros definitivos). Os coccídeos possuem um ciclo de vida complexo e diversos mecanismos de transmissão (FRENKEL; DUBEY; MILLER, 1970), sendo o principal deles a ingestão de oocistos infectantes provenientes de fezes de gato ou ingesta de carne crua ou mal cozida contendo cistos teciduais (AMENDOEIRA, 1995). Embora a infecção pelo T. gondii seja geralmente assintomática nos indivíduos imunocompetentes, costuma apresentar quadros clínicos de alta gravidade em indivíduo imunocomprometidos (transplantados, submetidos a quimioterápicos ou portadores de HIV), podendo até levar a morte. Em gestante, pode ocasionar aborto espontâneo, nascimento prematuro, morte neonatal, ou sequelas severas no feto (por exemplo, calcificação cerebrais e hidrocefalia ou microcefalia), caso a infecção seja adquirida durante a gestação, principalmente durante os três trimestres (JOINER; DUBREMETZ, 1993). A gestante com infecção toxoplásmica aguda deve ter um aconselhamento sobre os riscos de infecção congênita e suas possíveis sequelas clínicas (DUNN et al., 1999). Sendo assim tem-se como justificativa desta pesquisa que é de importância de saúde pública o conhecimento a respeito da toxoplasmose congênita, pois a mesma pode causar má formações ou mesmo levar ao aborto. Como pergunta norteadora tem-se que: Quais as complicações da toxoplasmose gestacional no feto? Tendo assim a hipótese de que a toxoplasmose durante a gestação, pode causar problemas no desenvolvimento do feto e até mesmo levar ao aborto.

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De acordo com o que foi apresentado, o objetivo deste trabalho é: Informar as complicações da toxoplasmose na gestação e orientar sobre a importância do diagnóstico precoce.

2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva e bibliográfica, tendo em vista que a pesquisa descritiva se propõe a descrever o fenômeno que será estudado a partir de informações teóricas. Segundo Gil (2006), a pesquisa bibliográfica é fruto de material já publicado, “construído principalmente de livros e artigos científicos com o objetivo de analisar posições diversas em relação a determinado assunto”. Este estudo foi realizado no acervo da biblioteca João Paulo II da Faculdade Santa Emília de Rodat e em artigos científicos publicados nos principais periódicos da internet.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES A toxoplasmose é uma protozoose de ampla distribuição geográfica e a transmissão congênita pode ocorrer quando a mulher adquire a primoinfecção durante a gestação. Destes casos, 90% são assintomáticos ou oligossintomáticos (PESSANHA et al., 2011). A infecção por T. gondii pode ocorrer por três vias principais (MITSUKA-BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO, 2010): 

Fecal-oral: ingestão de oocistos eliminados nas fezes de gatos, presentes na água contaminada, no solo, areia, frutas e verduras. Os oocistos podem ser disseminados pelo ambiente por meio de baratas, moscas e formigas;

Carnivorismo: pelo consumo de carnes e produtos de origem animal (principalmente de suínos, caprinos e ovinos) crus ou mal cozidos contendo cistos teciduais;

Transplacentária: via circulação materno-fetal, com a passagem de taquizoítas presentes em grande número, na circulação materna durante a fase aguda da infecção.

De acordo com Inagaki e Schimer (2009) há transmissão através do leite cru não pasteurizado, principalmente de cabra, e através de ovo cru. Relatam também a presença de toxoplasma no colostro e na saliva, todavia, no ser humano, embora tenha sido encontrado o Toxoplasma gondii na saliva, durante a fase aguda da infecção, não existem evidências de transmissão através do beijo ou por gotículas salivares.

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O parasita pode causar uma grande destruição de células devido à sua própria ação ou pela hipersensibilidade apresentada pelo hospedeiro. A infecção materna, embora inaparente, pode determinar lesões destrutivas no feto (FRENKEL, 2002). A determinação do período em que a infecção ocorreu na gestante é importante pois a infecção antes da concepção apresenta baixo risco de transmissão para o feto, ao contrário do que ocorre quando a primo-infecção ocorre durante a gravidez. O diagnóstico clínico é pouco fidedigno, pois os sintomas, quando referidos, são inespecíficos e semelhantes a um quadro gripal. A linfadenopatia e a febre são as queixas mais frequentes e podem estar acompanhadas de cefaleia, coriza mialgia e astenia. Cerca de 80 a 90% dos casos são assintomáticos (SANTANA; ANDRADE; MORON, 2003). No diagnóstico laboratorial, os métodos indiretos, baseados na pesquisa de anticorpos específicos anti-T.gondii, são os mais utilizados para o diagnóstico da toxoplasmose. As curvas de ascenção e queda de títulos dos anticorpos específicos de diferentes isotipos (IgM, IgA, IgE e, principalmente, IgG) obedecem ritmos diversos e refletem a evolução da infecção (CAMARGO, 2001). Para Inagaki e Schimer (2009) a sorologia para rastreamento da toxoplasmose na gravidez se faz necessária para identificar as gestantes susceptíveis e orientá-las quanto à aplicação de medidas higiênico-dietéticas. Através da sorologia também é possível identificar as gestantes com infecção primária, podendo iniciar medidas de prevenção terciária, como administração de medicamentos, com objetivo de evitar a transmissão para o feto ou minimizar as sequelas. Todas as gestantes com diagnóstico confirmado ou suspeito de infecção aguda devem ter seus filhos avaliados ainda na maternidade para se proceder a confirmação da infecção congênita e instituir o tratamento. Devido ao pleomorfismo da toxoplasmose congênita, da infecção subclínica ser mais frequente e da infecção se assemelhar a outras infecções congênitas ou perinatais, o diagnóstico da toxoplasmose congênita é mais complicado que o diagnóstico da infecção adquirida (MITSUKA-BREGANÓ; LOPES-MÓRI; NAVARRO, 2010). As drogas mais utilizadas no tratamento da toxoplasmose são (FRENKEL, 2002): 

Espiramicina: é indicada no primeiro trimestre da gestação para o tratamento de gestantes com infecção aguda, devido ao fato de não atravessar a barreira placentária e, portanto, não oferecer risco iatrogênico para o feto.

Esquema tríplice: a combinação de sulfadiazina e pirimetamina, associada ao ácido

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folínico, é indicada para gestantes de idade gestacional superior a 18 semanas. Esta


associação deve ser evitada no primeiro trimestre da gravidez, devido ao efeito potencialmente teratogênico da pirimetamina.

A prevenção da toxoplasmose congênita e das sequelas pode ser obtida por meio de uma ou de combinações das seguintes estratégias: educação das gestantes não imunes ou suscetíveis sobre comportamentos preventivos; tratamentos das gestantes com infecção aguda; tratamento dos fetos infectados e tratamento precoce dos recém-nascidos infectados, mesmo que assintomáticos. A estratégia mais adequada para prevenir toxoplasmose congênita em determinada população depende de inúmeros fatores e é difícil de definir (REIS; TESSARO; D’AZEVEDO, 2006). A triagem sorológica materna para detecção da toxoplasmose é uma importante ferramenta que permite a adoção de medidas profiláticas e terapêuticas precocemente e, assim, a diminuição da taxa de transmissão vertical e/ou danos ao desenvolvimento fetal. Dessa forma, torna-se fundamental o início do pré-natal no primeiro trimestre de gestação, com a realização da sorologia, possibilitando a identificação precoce dos casos agudos de toxoplasmose gestacional. Nos casos de sorologia negativa, deve-se refazer o teste no segundo e terceiro trimestres da gravidez (LOPES-MORI et al., 2011). De acordo com Varella (2007) as medidas adotadas para a prevenção da toxoplasmose congênita podem variar de acordo com diferentes países, entretanto, as estratégias têm como base quatro objetivos: identificar mulheres suscetíveis e limitar o risco de contaminação durante a gravidez; identificar o mais precocemente possível o diagnóstico na gravidez e evitar ou limitar a transmissão ao feto; após o diagnóstico de soroconversão materna realizar o diagnóstico de toxoplasmose fetal e tratar o feto intra-útero; e diagnosticar e tratar ao nascimento os casos de toxoplasmose congênita, mesmo clinicamente inaparentes, para prevenir o risco de reativação e complicações tardias. Sendo assim conclui-se essa pesquisa confirmando a importância do diagnóstico precoce da toxoplasmose congênita, para que seja possível evitar complicações durante a gestação. Portanto o profissional de saúde tem papel fundamental durante o pré-natal no diagnóstico da toxoplasmose, prescrevendo os exames necessários.

4 AGRADECIMENTOS

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Primeiramente agradecemos a Deus, amigos e familiares, em especial a professora Clenia Batista, da Faculdade Santa Emília de Rodat (UNIESP) que nos estimulou na busca de novos conhecimentos ampliando nossa visão no saber, com esse artigo tão rico de informações.

5 REFERÊNCIA AMENDOEIRA, M.R.R. Mecanismos de transmissão da toxoplasmose. An Acad Nac Med. 155(4):224-5. 1995.

CAMARGO, M. E. Toxoplasmose. In: FERREIRA, A. W; ÁVILA, S.L.M. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes, Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2ª ed., cap. 18, p. 278-288. 2001.

DUNN, D. et al. Mother-to-child transmission of toxoplasmosis: risk estimates for clinical counselling. Lancet. 353:1829-33. 1999.

FRENKEL, J.K. Toxoplasmose. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia, São Paulo: Guanabara Koogan, cap. 99, p. 1310-1324. 2002.

FRENKEL, J.K.; DUBEY, J.P.; MILLER, N.L. Toxoplasma gondii in cats: fecal stages identified as coccidian oocysts. Science. 167:893-6. 1970.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ªedição. São Paulo: Atlas, 2006.

INAGAKI, A.D.M.; SCHIMER, J. Toxoplasmose na gestação. Revista Científica de enfermagem, v. 7, n. 22, 2009.

JOINER, K.A.; DUBREMETZ, J.F. Toxoplasma gondii: a protozoan for the nineties. Infect Immun. 61:1169-72. 1993.

LOPES-MORI, Fabiana Maria Ruiz et al. Programas de controle da toxoplasmose congênita. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 57, n. 5, out. 2011.

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MITSUKA-BREGANÓ, R.; LOPES-MÓRI,F.M.; NAVARRO, I.T. Toxoplasmose Adquirida naGestação e Congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas. Londrina: EDUEL, 2010.

PESSANHA, Tatiana Melino et al. Abordagem diagnóstica e terapêutica da toxoplasmose em gestantes e as repercussões no recém-nascido. Rev.paul.pediatr., São Paulo, v. 29, n.3, set. 2011. REIS, Myrian Morussi; TESSARO, Maria Madalena; D’AZEVEDO, Pedro Alves. Perfil sorológico para toxoplasmose em gestantes de um hospital público de Porto alegre. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 28, n.3, mar. 2006.

SANTANA, R.M.; ANDRADE, F.M.; MOTON, A.F. Infecções TORCH e gravidez. In: Prado, FC, Ramos J, Ribeiro do Valle J, editores. Atualização Terapêutica. 21 ed. São Paulo: Artes Médicas, cap. 86, p. 1111-1112. 2003. VARELLA, I.R.S. Prevalência de Toxoplasmose Aguda em Gestantes, Incidência de Toxoplasmose Congênita e Desempenho de Testes Diagnósticos em Toxoplasmose Congênita. Tese (Doutorado em Epidemiologia) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

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VIOLÊNCIA CONJUGAL: misoginia e transtorno de comportamento Alana Gomes de Oliveira1, Lilian Cristina Pontes da Silva1, Lenilde Dias Ramalho2. 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: allanamarcelogomesoliveira@gmail.com; lilian_cristinajp@hotmail.com 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@gmail.com

Palavras-chave: Violência contra a mulher. Relacionamento conturbado. Misogenia.

1 INTRODUÇÃO De acordo com Razera e Falcke (2014), o tema da violência conjugal tem sido significativamente investigado pela literatura científica, em especial a partir da segunda metade do século XX. Contudo, por se tratar de um fenômeno complexo e de difícil compreensão, constantemente se destaca a necessidade de explorar o assunto, além de pensar em formas de tratamento e/ou prevenção. Atualmente a violência conjugal é a forma mais comum dentre as violências interpessoais. Estudos nacionais revelam que pode estar presente em até 70% dos casais, considerando suas diferentes formas de expressão. Nos dias de hoje, a misoginia é estudada como um distúrbio de comportamento que pertence à esfera individual e não coletiva. Sendo assim, para Velloso (2013), misoginia é a repulsa, desprezo ou ódio contra as mulheres. Esta forma de aversão mórbida e patológica ao sexo feminino está diretamente relacionada com a violência que é praticada contra a mulher. Etimologicamente, a palavra "misoginia" surgiu a partir do grego misogynia, ou seja, a união das partículas miseó, que significa "ódio", e gyné, que se traduz para "mulher". Um indivíduo que pratica a misoginia é considerado misógino. Eles podem estar bem próximos e são bem difíceis de detectar, não vêm com uma etiqueta presa e, podem até parecer prómulheres (DOURADO, 2014). Para a mesma, a maioria dos casos, misóginos nem sequer sabem que odeiam mulheres. A misoginia é tipicamente um ódio inconsciente que alguns homens formam no início da vida, muitas vezes como resultado de um trauma envolvendo uma figura feminina que confiavam. Uma mãe, irmã, professora ou namorada abusiva ou negligente pode plantar uma semente e dar início à formação de uma crença. A autora diz ainda que, uma vez plantada, esta semente vai germinar e crescer, a pequena raiz vai expandir seu caminho para as áreas de processamento do medo e da memória, afetando as emoções e a tomada de decisão racional. Os primeiros sinais

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de misoginia são quase imperceptíveis, mas com a constante exposição à negligência, abuso ou falta de tratamento, esta semeadura comportamental vai crescer e se tornar cada vez mais proeminente. Velloso (2013) afirma que, os misóginos parecem amar intensamente, com relacionamentos duradouros, com uma necessidade brutal de controlar mais do que necessitavam ser admirados, como os narcísicos. Esse controle se evidencia nas armas abusivas em que as palavras se tornam, através das quais as críticas e ataques são feitos, até alcançar o controle da sexualidade e o controle financeiro. Mesmo que a mulher tente agradá-lo, tudo que ela faz está errado e ele a convence de que ela é culpada. Para a autora supracitada, o misógino pode ser responsável e competente em suas relações com a sociedade; seu comportamento destrutivo não é generalizado, como acontece no sociopata. Esse comportamento destrutivo é dirigido exclusivamente à parceira. Ele usa as palavras e as variações do temperamento como armas, esgotando a mulher com golpes psicológicos, que são devastadores em termos emocionais. Segundo Velloso (2013), o misógino é filho de uma relação conturbada onde aprendeu, observando seus pais, que a única maneira de controlar a mulher é oprimindo-a. Ao lado disso, ele pode ter sentido que sua mãe não poderia existir sem ele, já que seu pai a maltratava; ou ainda, ele pode ter tido uma mãe que o oprimiu ou rejeitou, ao lado de um pai passivo. Todavia, qualquer que tenha sido sua história, o misógino está na fase adulta “atuando” a sua dor de “criança” ferida, buscando desesperadamente ser amado ainda que de uma forma equivocada. Nesse contexto, Razera e Falcke (2014) afirmam que, a resolução de conflitos através da violência pode se tornar usual no relacionamento entre os cônjuges, tornando essas práticas naturalizadas e inclusive podendo ser transmitida de uma geração para a outra. Dessa forma, as autoras garantem que os indivíduos que vivenciam relações violentas, sejam elas no âmbito familiar ou conjugal, apresentam uma tendência à prática de ações violentas na tentativa de resolução de conflitos sem que a considerem inadequada. Nessa sequência, como futura enfermeira surgiu a preocupação sobre essa temática visto que, atualmente, a naturalização da violência tem sido uma das causas da camuflagem dos índices de violência contra a mulher, que, por vezes, nem sequer chegam a ser denunciados. Pensando nesse cenário, O objetivo deste artigo foi estudar sobre violência conjugal e misoginia, considerando as diferentes formas de relacionamentos conturbados.

2 METODOLOGIA

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O estudo é do tipo bibliográfico, que Segundo Gil (2006), este tipo de estudo é desenvolvido com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Foi realizado em acervo pessoal, e através de sites eletrônicos indexados como: Scielo, BIREME, no período de 01 de abril a 15 de maio de 2017.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os relacionamentos íntimos são aspecto central da vida adulta e a qualidade dos mesmos tem implicações não só na saúde mental, mas também na saúde física e vida profissional de homens e mulheres. Muitas pessoas possuem relacionamentos conturbados e não sabem o porquê, causando uma profunda infelicidade nos parceiros. (NORGREN et al., 2004). Segundo Dourado (2014), algumas características de um relacionamento com um misógino são: controlar a vida da parceira; ela renunciar a atividades ou a pessoas importantes em sua vida; ele menospreza sentimentos, realizações e opiniões dela; ele grita, ameaça ou se retira para um silêncio furioso, quando ela o desagrada; ela ensaia o que dirá a fim de não irritálo; ele a deixa atordoada ao passar do charme para a raiva inesperadamente; ela se sente frequentemente confusa, inadequada ou desequilibrada com ele; ele é extremamente possessivo e ciumento; comportamento em relação às mulheres, em geral, é arrogante, controlador e autocentrado; ele a culpa por tudo o que acontece de errado no relacionamento. Contudo para Velloso (2013), o comportamento do misógino pode ser: concentrar em uma mulher e a escolher como seu alvo; num primeiro momento, é gracioso, emocionante, divertido e carismático. Conforme o tempo passa, começa a revelar uma personalidade oculta; faz promessas às mulheres e, muitas vezes, não as cumpre. Com os homens, por outro lado, quase sempre mantem sua palavra; extremamente competitivo, especialmente com as mulheres; gosta de controlar as mulheres e dá pouca ou nenhuma atenção ao seu prazer sexual; toda vez que eles falam mal delas ou ferem seus sentimentos, inconscientemente se sentem bem, porque são recompensados com uma dose de dopamina que o fazem querer repetir o comportamento. Nesse sentido, Dourado (2014) alerta para os sentimentos que esse relacionamento pode causar em uma mulher, como por exemplo: perdas drásticas do amor-próprio; sintomas adicionais psicossomáticos; problemas com álcool e drogas, com a alimentação e com o sono; depressão; síndrome do pânico; isolamento, entre outros. Destarte, ainda que o misógino seja visto como algoz e a mulher como vítima, esta também contribui para que tal padrão relacional se implemente e perdure. Visto que, a mulher

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instiga o misógino a atuar na medida que ela não estabelece limites claros, diferenciando-se dele e ocupando seu próprio espaço na vida e na relação (VELLOSO, 2013). Deste modo, o misógino, além do sentimento de ódio que alimenta, não sente nenhum arrependimento após o descontrole agressivo com a companheira. Tudo o que ele quer é manter o controle da situação. O misógino não ocorre de uma hora para a outra. É possível perceber que logo no início do relacionamento, o controle começa a se estabelecer. O parceiro começa a controlar o que ela pensa, diz, veste e faz. Contudo, o importante é não deixar passar os primeiros sinais. E como forma de prevenção, a mulher precisa colocar limites e, isso, não é mandar no parceiro. É dizer que não aceita isso, que não admite esse tipo de tratamento (VELLOSO, 2013).

5 BIBLIOGRAFIAS BIBLIOGRÁFICAS DOURADO,

Anne.

2014.

[On-line]

Disponível

em:

<https://nelcisgomes.jusbrasil.com.br/artigos/114729049/misoginia-x-misandria>. Acessado em: 01/05/17.

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/180-artigos-degenero/24138-misoginiaxmisandria-por-anne-dourado

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2006.

NORGREN, Maria de Betânia Paes et al. Satisfação conjugal em casamentos de longa duração: uma construção possível. Rev. Estudos de Psicologia. 2004. n. 9, a. 3, pp. 575-584. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v9n3/a20v09n3.pdf> Acessado em: 01/05/17.

RAZERA, Josiane; FALCKE, Denise. Relacionamento conjugal e violência: sair é mais difícil que ficar?. Aletheia,

Canoas ,

n. 45, p. 156-167, dez.

2014.

Disponível em

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141303942014000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 13/05/2017.

VELLOSO, Patrícia. Relacionamentos conturbados: misoginia. 2013 [On-line] Disponível em: http://www.patriciavellosopsicologa.com.br/relacionamentos-conturbados-misoginia/> Acessado em: 01/05/17.

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