Livro de resumos XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA

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Sejam bem vindos a XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT

Em 2013, a Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER foi adquirida pelo Grupo UNIESP. Com a nova administração, viu-se a necessidade de um maior envolvimento dos alunos no sentido de investimento intelectual em pesquisas. Essa nova visão fez com que os eventos que aconteciam separadamente ocorressem juntos e de uma forma maior, acontecendo assim, a partir de 2013.2 a XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT. Nossa visão é que os alunos da FASER, assim os de outras Instituições de Ensino, profissionais das áreas de saúde ou pessoas que tenham interesse pelas áreas de Enfermagem, Biomedicina, Cosmética e Estética, e Radiologia venham participar desse momento de troca de conhecimento. Esperamos que todos os participantes aproveitem as palestras, minicursos, oficinas e workshops que serão oferecidos. Estamos sempre buscando melhorar, e para que consigamos, precisamos sempre está ultrapassando os limites do que nos é proposto, pois assim não nos limitamos ao comum.

Msc. Clenia Mª Pereira Batista Presidente da Comissão Organizadora

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Jornada de Iniciação Científica da FASER XIV Jornada de Iniciação Científica e VI Simpósio Paraibano de Biomedicina / Faculdade Santa Emília de Rodat. – João Pessoa, PB: FASER, Nov , ; 2013 159p.

1- Pesquisa Cientifica – Jornadas. 2. Biomedicina – Simpósio. I Faculdade Santa Emília de Rodat. II.Título CDU – 001.8:61


XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT Msc. Clenia Mª Pereira Batista – Presidente da Comissão Organizadora Taynná Henrique Pereira da Silva– Vice-presidente da Comissão Organizadora

COMISSÃO ORGANIZADORA

Aline Dias de Souza Andrade Arunna Thallyta Alexandre de Pontes Efigênia Rosa Faustino Everton Diego Araújo de Lima Iasmym Pontes de Araújo Barbosa Iderline Silva dos Santos José Fernandes da Silva Cardoso Júlia Vitorino Sales Kamilla Karla de Sá Gomes Katiuce Monteiro da Silva Luannie Tainá Carlos de Oliveira Marinei Grotta Rodrigo Niskier Samanta Rodrigues de Oliveira Gonzaga Socorro Ventura Pereira Oliveira Thales Henrique Pereira da Silva Vanessa de Melo Cavalcanti COMITÊ CIENTÍFICO

Alexsandro Fernandes Marinho Amanda de Araújo Alencar Ana Claúdia de Andrade Tomaz Ana Flávia Gomes de Britto Neves Clenia Mª Pereira Batista Fábio Formiga Nitão Isis Fernandes Gomes Karla de Castro Oliveira Maria das Graças da Silva Priscila Anne Castro de Assis

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SUMÁRIO 1- A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DO LINFONODO SENTINELA NO PROGNÓSTICO DA MASTECTOMIA - RENATA THAÍS ALVES DO NASCIMENTO, DIÊGO DE ARAÚJO SOARES, EVERTON DIEGO ARAÚJO DE LIMA, CLÁUDIA MARIA DE SOUZA ...........................................................7 2- A IMPORTÂNCIA NO DIAGNÓSTICO DO TRAÇO FALCIFORME - ALVES, CRISTIANE RODRIGUES DE ALMEIDA SILVA. ASSIS, TAÍSA FRANÇA DE MEDEIROS. COSTA, LUDIMILA DE ARAÚJO. BARBOSA, RODRIGO NISKIER FERREIRA . ...........................................................................................13 3- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO EDEMA AGUDO DE PULMÃO EVANGELISTA, J. S., PEREIRA, C. S., BRITO, R. F. S., RORIGUES, J. B......16 4- ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DE UMA UTI COM BASE NA RDC 50 - JULIANE SANTOS DA ROCHA VASCONCELOS; RIVIANE FORMIGA NUNES DE ARAÚJO; EWELLIN RHAYANE DA SILVA NASCIMENTO; EVELYN ANDRESSA BARBOSA FERNANDES DE ALMEIDA; JOÃO RODRIGUES...........................................21 5- ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA - JULIANE SANTOS DA ROCHA VASCONCELOS; ANNA KAROLINE RODRIGUES DE LIMA; VALESKA DANTAS GAUDÊNCIO GOMES; DANIELLE SAMARA TAVARES DE OLIVEIRA...............................................................................................................26 6- CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS DO CARCINOMA BASOCELULAR ALVES, CRISTIANE RODRIGUES DE ALMEIDA SILVA. ASSIS, TAÍSA FRANÇA DE MEDEIROS. COSTA, LUDIMILA DE ARAÚJO. RENATO GUEDES. ................................................................................................................31 7- CATETERISMO VESICAL DE DEMORA MASCULINO: UMA APRESENTAÇÃO DA SEMIOTÉCNICA - ANTONIO YURI OLIVEIRA PEREIRA; JUSSARA AIRES VILAR; LUCILEIDE VIANA DA SIVA; ODAI JOSÉ ALVES BEZERRA¹. ANA FLÁVIA GOMES DE BRITTO NEVES..........35 8- CETOACIDOSE DIABÉTICA CARACTERÍSTICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - Martha Mª de Albuquerque Belo, Suênia Paulino de Melo, Gregório Fernandes Gonçalves, Renato Guedes Pinto............................................40 9- COMPLICAÇÕES DA TERAPIA INTRAVENOSA PERIFÉRICA - FERNANDA D. DE L. DOS SANTOS; PAULINA R. A. BEZERRA; RAFAELA M. G. D. PAIVA; ....................................................................................................................46 10- DESEMPENHO SOROLÓGICO DOS TESTES TREPONÊMICOS E NÃO TREPONÊMICOS PARA DIAGNÓSTICO DA SÍFILIS EM PACIENTES GESTANTES - FLÁVIO GONÇALVES DA SILVA, RODRIGO NISKIER FERREIRA BARBOSA. .........................................................................................49 11- DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM SEPSE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - VALESKA DANTAS GAUDÊNCIO GOMES, JOSEANE FLOR DOS SANTOS, DANIELLE SAMARA TAVARES DE OLIVEIRA. .................................................................54 12- DIAGNÓSTICOS, RESULTADOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - JOSEANE FLOR DOS

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SANTOS; VALESKA DANTAS GAUDÊNCIO GOMES; DANIELLE SAMARA TAVARES DE OLIVEIRA...................................................................60 13- EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA - MICHELLY KELLY DOS SANTOS; MARCOS ANTÔNIO JERONIMO COSTA; PRISCILLA ANNE CASTRO DE ASSIS..........................66 14- FISIOPATOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTES COM AIDS - EDVÂNIA DE SOUZA COSTA; IASMYM PONTES DE ARAÚJO BARBOSA; LUCIENE FIDELIS SILVA; OTACÍLIO BENÍCIO DA PAIXÃO JÚNIOR; ANDRÉA MARIA ROLIM DA PAZ.....................................................71 15- HISTOPATOLOGIA DA HEPATITE ALCOÓLICA - TAYSA MAYARA LINS RIBEIRO E SILVA, RENATO GUEDES PINTO..................................................76 16- HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NA UTI - JOÃO PAULO MENEZES DE AMORIM; ARUNNA THALLYTA ALEXANDRE DE PONTES; SHEILA CANTALUPO DA HORA MENEZES AMORIM; JOÃO BATISTA RODRIGUES ALBUQUERQUE............................80 17- INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE SEXUALIDADE PARA UM DESENVOLVIMENTO BEM SUCEDIDO E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL - ROBERTA DANTAS MACHADO PRAZERES; SUELLEN AMARA DE BRITO FERREIRA; LENILDE DIAS RAMALHO............................................................84 18- INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ANTICONCEPÇÃO: EVOLUÇÃO E BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA - ISABELA LEITE COUTINHO; RENATA MARIA FEITOSA DE PAIVA; RÔMULO WANDERLEY DE LIMA CABRAL......................................................................89 19- REVISÃO DE LITERATURA DA PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO BRASIL - OLIVEIRA, K. K. S.; CAVALCANTI, V. M.; CARVALHO, L. C. T..............................................................................................93 20- NOVOS FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DE INFECÇÕES BACTERIANAS DO TRATO GENITO-URINÁRIO - CAMILA DA SILVA FERREIRA; PRISCILLA ALVES FLORENTINO DE SOUSA; ISIS FERNANDES GOMES....................................................................................................................98 21- O PAPEL DA METILAÇÃO NA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA EM EUCARIOTOS.............................. .............................. ..............................103 22- O PAPEL DOS LINFÓCITOS T NA FISIOPATOLOGIA DA DENGUE CAVALCANTI, V. M.; OLIVEIRA, K. K. S.; SOUZA, J. R...............................107 23- PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS A QUEDAS EM IDOSOS - FRANCISCA S. DE FREITAS1; MARTA DO N. SABINO; VAGNIER ALMERI DA P. PAVÃO; LENILDE DIAS RAMALHO............................................................................................................112 24- PERFIL MICROBIOLÓGICO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA-PB ADRIAN ROQUE DA SILVA, AMANDA DE ARAÚJO ALENCAR...............118 25- POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO PARA PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE “PÉ DIABÉTICO” - IVETE PEREIRA DE ALMEIDA; EMANUELY CRISTINE PEREIRA DA SILVA; ANA FLÁVIA GOMES DE BRITTO NEVES...................................................................................................122 26- PROPRIEDADES NUTRICIONAIS DA Spirulina ssp. - JULIANE SANTOS DA ROCHA VASCONCELOS; BRUNO ALVES MOURA; LIDIANY KARLA MEDEIROS, MARIA DAS GRAÇAS SILVA.....................................................127

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27- RELEVÂNCIA DA NUTRIÇÃO PARA PREVENÇÃO DA CONSTIPAÇÃO NO IDOSO - ANA PAULA DOS SANTOS PONTES; ELANE DE SOUZA BATISTA GOMES; LENILDE DIAS RAMALHO...............................................................130 28- REVISÃO DE LITERATURA DA PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA - OLIVEIRA, K. K. S.; CAVALCANTI, V. M.; CARVALHO, L. C. T..............................................................................................................................136 29- SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO - ANA SIBELLI C. AMORIM; IDELTÔNIO J.F. BARBOSA................................................................................142 30- TELOMERASE: SUA IMPORTÂNCIA PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER - SAMANTA RODRIGUES DE OLIVEIRA GONZAGA E GREGÓRIO FERNANDES GONÇALVES...............................................................................144 31- TRANSMISSÃO DE HEPATITE B POR TRANSFUSÃO SANGUÍNEA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA - GILVÂNIA ARAÚJO DINIZ SANTOS; OZILÉIA MARIA BARBOSA ALVES; JOSÉ FERNANDES DA SILVA CARDOSO; KAETILLYN ARAÚJO DINIZ DA SILVA; VALDERI CARVALHO..........................................................................................................149 32- USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES DE FORMA INDISCRIMINADA ANA PAULA ALVES DA COSTA, ANNYELE DE LIMA PINTO, FELIPE AUGUSTO MAIA DE BARROS NOBREGA, IVANILDO FLORENCIO DE OLIVEIRA FILHO, FÁBIO PEDROSA LINS SILVA........................................154

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A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DO LINFONODO SENTINELA NO PROGNÓSTICO DA MASTECTOMIA Renata Thaís Alves do Nascimento¹, Diêgo de Araújo Soares¹, Everton Diego Araújo de Lima¹, Cláudia Maria de Souza². 1- Alunos da Graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: anatomiaclinica@bol.com.br; everton.pb01@gmail.com; renatinhathais_alves@hotmail.com. 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: claudaudmsz@ig.com.br.

RESUMO Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2008), o câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres e apresenta significativos índices de mortalidade entre a população feminina, nos homens a incidência é bem menor. Este trabalho tem como objetivo ratificar a importância da retirada dos linfonodos para diminuir o risco de metástase. A metodologia utilizada para o desenvolvimento desta temática é de caráter bibliográfico efetivado no acervo da biblioteca da faculdade Santa Emília de Rodat- FASER, da Universidade Federal da Paraíba - UFPB e em artigos científicos indexados online. Dependendo da dimensão e gravidade do tumor o tratamento geralmente utilizado é a mastectomia, que consiste na retirada cirúrgica da mama, e também a retirada dos linfonodos axilares, com a finalidade de minimizar o risco do aparecimento de metástases, pois a propagação da doença ocorre por meio dos vasos linfáticos. As células cancerosas podem seguir pelo sangue ou pela linfa e estabelecer novos tumores, neste sentido de acordo com o acometimento dos linfonodos sentinelas, determinará a técnica mais adequada ao paciente com este tipo de neoplasia. Portanto é de suma importância a avaliação dos linfonodos axilares para uma melhor evolução do tratamento, já que diminui o risco do aparecimento das metástases e aumenta a sobrevida do paciente. Palavras-chave: Câncer de mama. Linfonodos axilares. Risco de Metástase. Introdução Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2008, ocorreram 1.384.155 casos novos de câncer da mama em todo o mundo, o que torna o tipo de câncer mais comum entre as mulheres. No Brasil, para o ano de 2012, são estimados 52.680 casos novos de câncer de mama feminino (INCA, 2012). As mulheres com câncer da mama devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar especializada (Ministério da Saúde, 2013). As formas de tratamento disponíveis atualmente são a cirurgia e a radioterapia para o tratamento locorregional, hormonioterapia e a quimioterapia para o tratamento sistêmico. A indicação de um dos diferentes tipos de tratamento cirúrgico depende do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, podendo ser conservador com a ressecção de um segmento da mama, com retirada dos gânglios axilares de acordo com o acometimento dos linfonodos sentinelas ou apenas de forma preventiva integrada à terapêutica; ou não conservadora através dos diferentes tipos de mastectomia (INCA, 2004).

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As cirurgias de mastectomias podem trazer diversas alterações funcionais, sequelas e complicações para as pacientes submetidas a essa conduta terapêutica. A avaliação dos linfonodos sentinelas é de extrema importância, pois é possível determinar a intervenção cirúrgica mais adequada, a fim de resguardar maior parte das estruturas da mama e prevenindo o surgimento de metástase, aumentando a sobrevida dos pacientes, desta forma este trabalho visa descrever a importância desta técnica inserida ao tratamento cirúrgico do câncer de mama, com objetivo de ratificar sua funcionalidade terapêutica na diminuição do surgimento de metástases e utilização da cirurgia menos radical.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em diversos instrumentos literários disponíveis, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo. A metodologia utilizada no desenvolvimento da referida temática foi à revisão bibliográfica com abordagem exploratória realizada no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER, na Universidade Federal da Paraíba – UFPB e em artigos científicos indexados online, Bireme, Lilacs e Scielo.

A CIRURGIA A mastectomia é uma técnica cirúrgica indicada para mulheres diagnosticadas com câncer de mama, ou apenas de forma preventiva, para evitar o surgimento da neoplasia; consiste na remoção das mamas e estruturas adjacentes. A técnica adotada ao tratamento dependerá do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, pois em alguns casos é possível preservar parte da mama. (INCA, 2004) Existem vários tipos de cirurgia, sendo assim classificadas em conservadoras, e não conservadoras. As conservadoras: 

Tumorectomia (exérese do tumor sem margens);

Ressecção segmentar ou setorectomia (exérese do tumor com margens);

E não conservadoras:

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Mastectomia simples ou total (retirada da mama com pele e complexo aréolo-papilar)

Adenomastectomia subcutânea ou mastectomia subcutânea (retirada da glândula mamária, preservando-se a pele e complexo aréolo-papilar);

Mastectomia com preservação de um ou dois músculos peitorais com linfadenectomia axilar (radical modificada);

Mastectomia com retirada dos músculos peitorais com linfadenectomia axilar (radical). (BARROS, BARBOSA, GEBRIM, 2001), Após a mastectomia o tratamento deverá ser continuado com fisioterapia que vai atuar

na melhora dos movimentos dos braços, e também com drenagem linfática manual de membro superior, evitando complicações.

SISTEMA LINFÁTICO E PROGNÓSTICO O sistema linfático tem sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. (GARRIDO, 2000). O sistema linfático, além de atuar como mecanismo regulador primário para absorção de liquido protéico intersticial, é o principal sistema de defesa do organismo, sendo o responsável pela filtração de bactérias, eritrócitos, êmbolos tumorais e partículas inanimadas. Células malignas ou organismos infectantes são removidos em virtude da impossibilidade mecânica das células tumorais atravessarem os linfonodos intactos ou, então, elas são fagocitadas, dentro dos linfonodos, pelas células reticulo - endoteliais (ALCADIPANI, 1996). As células malignas, após a invasão local do estroma circunjacente, penetram nos vasos linfáticos e vasculares, podendo crescer nos locais invadidos e desprender-se na forma de células isoladas ou agregados celulares. O sistema linfático transporta então estas células, chegando aos gânglios linfáticos, onde proliferam, passam para os gânglios vizinhos e ingressam na circulação sanguínea. Durante a invasão das células tumorais, o processo de infiltração e expansão das células dos tecidos pode trazer consequências, provocando metástases nos gânglios regionais ou em outros órgãos (NICOLSON, 1993). O estado linfonodal é o fator prognóstico mais importante no câncer de mama e tem se mostrado repetidamente como indicador mais importante de sobrevida livre da doença e sobrevida global de mama com câncer. Apenas 20% a 30% dos pacientes com nódulo negativo irá desenvolver recidiva no prazo de 10 anos, em comparação com cerca de 70%

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dos pacientes com envolvimento gânglio axilar. O número absoluto de linfonodos envolvidos é também de importância prognóstica. (Ministério da Saúde, 2009) Portando é de suma importância a avaliação dos LS, pois determinará qual o melhor tratamento, além da necessidade de fazer o procedimento mais radical, porque se no caso de os linfonodos sentinelas forem acometidos pelas células cancerígenas, ou seja, apresentando resultado positivo, presume-se que os outros gânglios axilares também devem ser positivos, então se deve proceder à linfadenectomia axilar, pois é grande o risco de que as células neoplásicas tenham se propagado nos outros linfonodos, desempenhado alto risco de metástases em outros tecidos e órgãos de outras regiões do corpo, principalmente nos ossos, cérebro, fígado, pulmão, diminuindo as chances de cura e sobrevida do paciente com câncer, dando-lhe uma melhor qualidade de vida.

Resultados e discussão Como já foi mencionado de acordo com o Ministério da Saúde (2009) o estado linfonodal é o fator prognóstico mais importante no câncer de mama e tem se mostrado como o indicador mais importante em caráter de sobrevida livre da doença e sobrevida global deste câncer. Ratifica uma melhor terapêutica de caráter menos agressivo ao tratamento da paciente, resultando na diminuição de mutilação da mama e tecidos adjacentes, portanto proporciona uma melhor qualidade de vida e menor índice de complicações em decorrência do tratamento menos radical. Conclui-se que a biópsia de linfonodo sentinela é um dos mais importantes avanços no tratamento do câncer de mama, pois é possível através desta técnica evitar as complicações relacionadas com a linfadenectomia para a maioria dos doentes com carcinoma da mama. No entanto, com o intuito de diminuir o risco de metástase um número considerável de pacientes continuará a ter de se submeter à mastectomia radical modificada. Portanto é uma arma poderosa para o cirurgião avaliar qual é a melhor técnica cirúrgica possível com o menor índice de complicações. Referências Bibliográficas ALCADIPANI, F.; ANTONANGELO, A. Linfáticos e câncer. In: VOGELFANG, D. Linfologia Básica. São Paulo: Editora Ícone, 1996.

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BARROS, A.C.S.D; BARBOSA E.M; GEBRIM L.H. Diagnóstico e Tratamento do Câncer

de

Mama,

2001.

Disponível

em:

<http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/024.pdf>. Acesso em 06 de setembro de 2013. BUITRAGO, F.; UEMURA, G.; SENA, M.C.F. Fatores Prognósticos em Câncer de Mama, Com. Ciências Saúde - 22 Sup 1:S69-S82, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/fatores_prognosticos.pdf>. Acesso em 14 de novembro de 2013. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Editora

do

Ministério

da

Saúde,

2013.

Disponível

em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pd f>. Acesso em: 14 de novembro de 2013. EVANS RM. Lymph nodes. In: Evans R, Ahuja A, eds. Practical head and neck ultrasound. 1st ed.London: GMM, 2000. GARRIDO, M.. Sistema linfático: Embriologia e Anatomia. In: Garrido, M.; Ribeiro, A.. Linfangites e erisipelas. 2° edição. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2000. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (BRASIL). Controle do câncer de mama: Documento

de

consenso,

2004.

Disponível

em:

<http://www.inca.gov.br/publicacoes/Consensointegra.pdf>. Acesso em 06 de setembro de 2013. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Pesquisa. Técnica de pesquisa.3.ed. rev.e ampl. São Paulo: Atlas, 1996. cap. 1, p. 15-36. MELO, M.S.I.; MAIA, J.N.; SILVA, D.A.L.; CARVALHO, C.C. Avaliação Postural em Pacientes Submetidas à Mastectomia Radical Modificada por meio da Fotogrametria Computadorizada. Revista Brasileira de Cancerologia, 2011; 57(1):39-48.

Disponível

em:

<http://www.inca.gov.br/rbc/n_57/v01/pdf/07_artigo_avaliacao_postural_pacientes _mastectomia_fotogrametria.pdf>. Acesso em 06 de setembro de 2013.

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NICOLSON,

G.;

FIDLER,

I.

Concepts

y

mecanismos

relacionados

conlasmetástasisdelcáncer de mama. In: La Mama. Bland, Copeland. Editora Pan americana, 1993. RAHUSEN, F.D.; PIJPERS, R.; DIEST VAN PJ, BLEICHRODT, R. P.; TORRENGA, H.; MEIJER, S. The implementationofthesentinel node biopsy as a routine procedure for patientswithbreastcancer. Surgery 2000; 128(1):612. Situação do Câncer no Brasil. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/situacao/>. Acesso em: 3 set. 2012.

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A IMPORTÂNCIA NO DIAGNÓSTICO DO TRAÇO FALCIFORME ALVES, Cristiane Rodrigues de Almeida Silva¹. ASSIS, Taísa França de Medeiros¹. COSTA, Ludimila de Araújo¹. BARBOSA, Rodrigo Niskier Ferreira² 1 – Alunas de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: cristiane_de_almeida@hotmail.com; taisa_franca@hotmail.com; ludimila_dearaujo@hotmail.com. 2 – Professor e Coordenador do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, e- mail: rodrigoniskier@yahoo.com.br.

RESUMO As Hemoglobinopatias são desordens hereditárias muito frequentes que afetam toda a população mundial e causam um grande problema de saúde pública. O traço falciforme caracteriza o portador assintomático, laboratorialmente representado pela associação das hemoglobinas A e S, ou Hb AS. A concentração da Hb S no traço falciforme é sempre menor que da Hb A, variando entre 30 e 40%. A Hb S, em concentrações inferiores a 50% nos eritrócitos não cristaliza nas tensões de oxigênio existentes in vivo, salvo em raras eventualidades de extrema anoxemia, subida a grandes altitudes, vôo em aviões despressurizados, anóxia no decurso de anestesia, sobrevivência a afogamentos, etc. O diagnóstico do traço falciforme é de suma importância para fins de saúde pública, pois possibilita aos agentes de saúde estabelecer fundamentos de aconselhamento genético da população, diminuindo a incidência de novos casos do estado homozigoto da anemia falciforme. Palavras-chave: Hemoglobinopatias, Traço Falciforme, Diagnóstico. Introdução As Hemoglobinopatias constituem um grupo de desordens hereditárias muito frequentes em várias populações e causam um grave problema de saúde pública. Entre elas está a anemia falciforme, caracterizada pela presença de uma hemoglobina variante, HbS. O Brasil apresenta uma alta prevalência de HbS, com grandes diferenças regionais como consequência do processo de miscigenação. O traço falciforme caracteriza o portador assintomático, laboratorialmente representado pela associação das hemoglobinas A e S, ou HbAS. A concentração da HbS no traço falciforme é sempre menor em relação a da HbA, variando entre 30 e 40%. O diagnóstico do traço falciforme é, portanto, de suma importância para fins de saúde pública, pois possibilita estabelecer fundamentos de aconselhamento genético para a população, o que pode levar a diminuição da incidência de novos casos do estado homozigoto da anemia falciforme. Tal condição deve ser diagnosticada através do programa de triagem neonatal, popularmente conhecido como teste do pezinho, para que a família tome conhecimento do caso e seja aconselhada para evitar possíveis complicações. Os familiares também podem

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ser diagnosticados como portadores da variante genética HbS. Apesar de normalmente ser uma situação assintomática, as hemácias do indivíduo heterozigoto HbAS não são totalmente normais. O presente trabalho teve por objetivo evidenciar a importância do diagnóstico do traço falciforme.

Metodologia A metodologia do presente trabalho consistiu em uma revisão referente ao tema proposto, ou seja, foi construído através do levantamento de dados encontrados na literatura científica já existente. Foram realizadas pesquisas por meio dos livros dispostos no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emilia de Rodat e em páginas eletrônicas na internet tais como Google acadêmico, Scielo e BIREME, utilizando os seguintes descritores: Hemoglobinopatias, Traço Falciforme e Diagnóstico. A pesquisa foi realizada entre Agosto e Outubro de 2013.

Resultados e Discussão A detecção do traço falciforme ou portador da HbAS é importante porque, mesmo sendo assintomático, em condições de baixa tensão de oxigênio, tais como a permanência prolongada em locais de elevada altitude, mergulho submarino profundo, viagens em aviões com cabines despressurizadas, afogamentos, prática de exercícios físicos intensos, entre outras, é possível que este paciente apresente alguns dos sintomas característicos, derivados da transformação das hemácias em células falciformes. Estas condições podem aumentar o risco de morte súbita, hematúria, cancro renal, enxaqueca, infecção urinária e até mesmo o infarto do baço, podendo constituir quadros clínicos de imunossupressão. O portador do traço falciforme que estiver ciente de tais consequências poderá evitar tais situações para o seu próprio beneficio e para o bem da sua saúde. A principal importância do diagnóstico do traço falciforme está associada ao planejamento familiar, uma vez que os portadores do traço falciforme têm o direito de serem informados, através do aconselhamento genético, a respeito dos aspectos hereditários e demais conotações clínicas dessa doença. Assim, principalmente os casais de risco estarão conscientes da chance de 25% de nascimento de uma criança homozigota, e também saberão

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da importância da realização de exames laboratoriais na criança precocemente, melhorando a expectativa e qualidade de vida delas. Assim, a presente revisão procurou contribuir com o conhecimento hematológico e defender a importância do diagnóstico do traço falciforme uma vez que a detecção desses indivíduos é de extrema importância para a saúde pública já que são possíveis fontes de novos casos de anemia falciforme.

Agradecimento/Financiandores Agradecemos ao professor Rodrigo Niskier Ferrera Barbosa pelo apoio, incentivo e por sua disponibilidade em corrigir e nos orientar.

Referências Bibliográficas Anvisa. Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes. Brasília; 2002. Brasil. Ministério da Saúde. Manual da anemia falciforme para a população / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2007. VERRASTRO, Terezinha. Hematologia e Hemoterapia: Fundamentos de Morfologia, Fisiologia,Patologia e Clínica. Editora Atheneu. SILVA,José Edson Paz da; GIOVELLI, letícia Loi. TRAÇO FALCIFORME: UMA VISÃO PARAOS CENTROS DE HEMOTERAPIA. Revista Saúde (Santa Maria), v. 36, n. 1, p.2328, jan./jun. 2010. Disponível em:< http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/revistasaude/article/viewFile/21 12/1551.> Acessado em: 13/10/2013. Anemia falciforme Sintomas, Tratamento, Causas e Traço Falciforme. Disponível em:< http://www.especialista24.com/anemia-falciforme/>. Acessado em:13/10/2013. Hb AS - Traço falciforme ou falcemia heterozigota. Disponível em: http://www.hemoglobinopatias.com.br/d-falciforme/diagnostico.htm. Acessado em: 13/10/2013. Traço Falciforme. Disponível em:< http://www.virtual.epm.br/material/tis/currbio/trab99/anemia/traco.htm>. Acessado em:13/10/2013. Traço Falciforme. Disponível em:< http://www.mdsaude.com/2008/12/anemiafalciforme-drepanoctica-e-trao.html>. Acessado em: 13/10/2013.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO EDEMA AGUDO DE PULMÃO EVANGELISTA, J.S. ¹, PEREIRA,C.S.¹,BRITO,R.F.S.¹,RORIGUES,J.B.² 1-Discente de Enfermagem FASER (jackelinees@hotmail.com; clau_dia.enfermagem@hotmail.com; rosicleidejp@hotmail.com) 2-Professor Docente de Unidade de Terapia Intensiva (jbrodrigoll@hotmail.com)

RESUMO O Edema Agudo de Pulmão (EAP) resulta do fluxo aumentado de líquidos, provenientes dos capilares pulmonares para o espaço intersticial e alvéolos, que se acumulam nestas regiões após ultrapassarem a capacidade de drenagem dos vasos linfáticos, a partir desse princípio ocorrem um comprometimento da troca gasosa alvéolo-capilar. O EAP constitui-se uma urgência clínica e por consequência o paciente necessita de uma internação hospitalar. Este se apresenta extremamente dispneico, cianótico e agitado, evoluindo com rápida deterioração para torpor, depressão respiratória e, eventualmente, apneia com parada cardíaca. É uma patologia de diagnóstico essencialmente clínico, tornando fundamental que a equipe de enfermagem esteja habilitada a reconhecer os sinais e sintomas, de modo a iniciar a assistência de enfermagem imediata. O objetivo do estudo é demostrar através da literatura a assistência de enfermagem no edema agudo de pulmão. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada em acervos pessoal, bem como em sites indexados à rede mundial de computadores, no período de 05 a 10 de novembro de 2013. O EAP é uma situação de emergência clínica e requer diagnóstico e tratamento imediatos. Portanto, é de suma importância que a equipe de enfermagem esteja presente constantemente ao lado do paciente até a completa reversão do quadro, bem como após a sua reversão. Estando a equipe, cientificamente e tecnicamente preparada para uma assistência rápida e eficaz, garantindo ao paciente conforto e segurança no seu processo de saúde/doença, bem como sua recuperação. Palavras-chave: Assistência de Enfermagem. Edema agudo de pulmão. Emergência clínica. Introdução O Edema Agudo de Pulmão (EAP) resulta do fluxo aumentado de líquidos, provenientes dos capilares pulmonares para o espaço intersticial e alvéolos, que se acumulam nestas regiões após ultrapassarem a capacidade de drenagem dos vasos linfáticos, a partir desse princípio ocorrem um comprometimento da troca gasosa alvéolo-capilar. O EAP constitui-se uma urgência clínica e por consequência o paciente necessita de uma internação hospitalar. O paciente apresenta-se extremamente dispneico, cianótico e agitado, evoluindo com rápida deterioração para torpor, depressão respiratória e, eventualmente, apneia com parada cardíaca. É uma patologia de diagnóstico essencialmente clínico, tornando fundamental que a equipe de enfermagem esteja habilitada a reconhecer os sinais e sintomas, de modo a iniciar a assistência de enfermagem imediata. Durante o estágio supervisionado na disciplina de Unidade de Terapia Intensiva onde percebemos o quanto o EAP compromete a saúde do indivíduo, necessitando desta

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maneira da assistência de enfermagem integral. Nesse sentido, lançaram-se a seguinte questão norteadora: O que a literatura revela sobre a assistência de enfermagem no edema agudo de pulmão?

Metodologia Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde se procuram seguir as orientações de Marconi e Lakatos (2006). Realizada em acervo pessoal, abstraindo o que é mais relevante ao objetivo proposto, bem como em sites indexados a rede mundial de computadores ,com relevo a temática em questão. O presente estudo foi desenvolvido no período de 05 a 10 de novembro de com intuito de responder a questão norteadora da pesquisa.

Resultados e discussão O presente estudo revelou que existem diversas etiologias para o EAP, entre elas podemos citar: a Isquemia miocárdica aguda (com ou sem infarto prévio), hipertensão arterial sistêmica, doença valvar, doença miocárdica primária, cardiopatias congênitas e arritmias cardíacas, principalmente as de frequência muito elevada. Os mecanismos mais frequentes envolvem: O desequilíbrio nas forças que regem as trocas de fluido entre intravascular e interstício ou a ruptura da membrana alvéolo capilar, independente do mecanismo iniciante, uma vez que ocorra a inundação do alvéolo, sempre está presente algum grau de ruptura da mesma. A sequência de acúmulo de líquido independe do mecanismo desencadeador, é sempre a mesma e pode ser dividida em três estágios: 1) aumento do fluxo de líquidos dos capilares para o interstício, sem que se detecte, ainda, aumento do volume intersticial pulmonar devido ao aumento paralelo, compensatório, da drenagem linfática; 2) o volume que é filtrado pelos capilares ultrapassa a capacidade de drenagem linfática máxima e inicia-se o acúmulo de líquido no interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial junto aos bronquíolos terminais, onde a tensão intersticial é menor; 3) aumentos adicionais do volume, no interstício, terminam por distender os septos interalveolares e consequente inundação dos alvéolos. Com base nisso o paciente quando entra em um quadro clínico de EAP apresenta uma sintomatologia básica, como: falta de ar intensa (dispneia), a tosse seca e eliminação de líquido róseo de boca e nariz. O paciente sente como se estivesse afogando, ficando sentado

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e respirando rapidamente. O sério comprometimento da hematose leva à dispneia intensa, com o paciente nitidamente ansioso, assumindo posição ortostática e utilizando a musculatura respiratória acessória; palidez cutânea, cianose e frialdade de extremidades, associadas a agitação e ansiedade, bem como respiração ruidosa facilitam o reconhecimento dessa urgência clínica e obviam a necessidade de terapêutica imediata. Se ela for retardada, podem surgir a obnubilação e o torpor, expressões clínicas do evento mais temido no contexto - a narcose – a qual pode prognosticar a parada respiratória e o óbito. Resumindo, o diagnóstico do EAP é essencialmente clínico. Os exames complementares devem ser utilizados racionalmente, como subsídios e para assertividade das condutas terapêuticas adotadas. Nunca é demais salientar a importância da documentação adequada, principalmente a radiológica, de tão grave intercorrência na história clínica do paciente. Paralelamente ao diagnóstico e tratamento do EAP, faz-se urgente explanarmos a etiologia do mesmo. A correta identificação do mecanismo desencadeador aumenta as chances de sucesso na terapia. O tratamento é basicamente medicamentoso, como administração de oxigênio, diuréticos (muito utilizado a furosemida), a morfina que tem ação venodilatadora, além de sedação ligeira, reduzindo o esforço respiratório e a ansiedade. Vasodilatadores (como a nitroglicerina e o nitroprussiato de sódio). Entre outros, como os inotrópicos e o uso da aminofilina, como dose de manutenção após o EAP.

Assistência de Enfermagem O papel da enfermagem no tratamento do edema agudo de pulmão é de fundamental importância para a recuperação dos indivíduos portadores. A assistência de enfermagem consiste em: 

Administrar oxigênio para evitar e prevenir hipóxia e dispneia;

Aspirar secreções se necessário para manter as vias aéreas permeáveis;

Promover diminuição do retorno venoso sentando o doente à beira da cama com as pernas pendentes,

Posicionar em Fowler alto;

Administrar diuréticos para promover a diurese imediata;

Sondar o paciente para controlar débito urinário;

Vigiar sinais de hipovolemia;

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Avaliar o potássio sérico;

Administrar bronco dilatadores;

Avaliar sinais vitais (SSVV);

Viabilizar acesso venoso;

Auxiliar na intubação oro traqueal, caso seja necessário e aspiração;

Administrar medicamentos conforme prescrição médica;

Manter carro de urgência próximo ao leito do paciente;

Observar diurese e oferecer material para drenagem urinária (papagaio, comadre) após administração do diurético;

Fornecer apoio psicológico;

Permanecer com o doente e apresentar uma atitude de confiança;

Explicar ao doente a terapêutica administrada e quais os seus objetivos;

Informar o doente e a família sobre o progresso na resolução do EPA;

Estimular o doente e família a exteriorizarem os seus sentimentos;

Explicar quais os sintomas para que esse detecte precocemente;

Na presença de tosse adotar uma posição com as pernas pendentes;

Estruturar um plano de exercícios adequados a situação clínica;

Reduzir o stress e ansiedade;

Manutenção de via venosa pérvia com gotejamento mínimo, evitando sobrecarga volêmica;

Monitorização do fluxo urinário.

O posicionamento adequado do paciente para promover a circulação ajuda a reduzir o retorno venoso para o coração. O paciente fica posicionado ereto, preferivelmente com as pernas decaindo na lateral do leito. Isso apresenta um efeito imediato de diminuir o retorno venoso, abaixando o débito do ventrículo direito e reduzindo a congestão pulmonar. Se o paciente for incapaz de sentar-se com os membros inferiores pendentes, ele pode ser colocado em uma posição ereta no leito (SMELTZER, 2011). Importante ressaltar que a assistência de enfermagem ao paciente com EAP incluise, também, em assistir com a administração de oxigênio, auxiliar na intubação e ventilação mecânica, se ocorrer à insuficiência respiratória. A enfermagem também administra

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medicamentos (morfina, vasodilatadores, medicamentos inotrópicos, agentes de pré-carga e pós-carga), conforme a prescrição, e monitora a resposta do paciente. O EAP é uma situação de emergência clínica e requer diagnóstico e tratamento imediatos. A equipe de enfermagem deve estar presente constantemente ao lado do paciente até a completa reversão do quadro, bem como após a sua reversão. Estando a equipe, cientificamente e tecnicamente preparada para uma assistência rápida e eficaz, garantindo ao paciente conforto e segurança no seu processo de saúde/doença, bem como sua recuperação.

Referências Bibliográficas BROOKS-BRUNN, J. A. Tratamento de Pacientes com Distúrbios Torácicos e do Trato Respiratório Inferior. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem MédicoCirurgica. 10 ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2011. Cap. 23. p. 547597.Vol. 1. CASTRO, R. B. P. Edema Pulmonar Agudo. Revista de Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: urgências e emergências cardiológicas 36: 200-204, abr./dez. 2010. MARCONI, M de A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da Metodologia Cientifica. 6. ed: São Paulo: Atlas,2006. KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. 2 edição - 2010. Editora Atheneu, São Paulo.

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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DE UMA UTI COM BASE NA RDC 50 Juliane Santos da Rocha Vasconcelos¹; Riviane Formiga Nunes de Araújo¹; Ewellin Rhayane da Silva Nascimento¹; Evelyn Andressa Barbosa Fernandes de Almeida¹; João Rodrigues² ¹Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: juliane.srv@hotmail.com; rivi.formigaaa@gmail.com; ewellin_rsn@outlook.com; andressa_bfa@hotmail.com ²Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: jbrodrigoll@hotmail.com Endereço para contato: Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

RESUMO Este estudo objetiva demonstrar a importância da elaboração consciente da estrutura física de uma UTI. Esta é uma pesquisa descritiva de caráter bibliográfico que aborda a importância do conhecimento da estrutura física ideal para ambientes hospitalares, focando nas UTIs, bem como a atuação dos profissionais de enfermagem na modulação dos projetos acerca de construção e reforma destas unidades. Evidenciou-se com o projeto, a necessidade de estudos voltados para esta problemática, pois se trata de um campo de trabalho inexplorado pelos enfermeiros. Este conhecimento deve ser mais buscado pelos profissionais por tratar-se de um diferencial, onde a atuação da enfermagem inicia-se na projeção dos espaços hospitalares e estende-se até a execução dos cuidados, baseando as escolhas estruturais em conhecimentos científicos visando o conforto e a viabilidade de cada compartimento que forma uma UTI, para a resolução das necessidades dos clientes. Introdução A partir da segunda guerra mundial iniciaram-se as primeiras medidas de adequação das unidades hospitalares com vistas a melhor assistência aos clientes críticos devido a verificação de que os cuidados hospitalares estavam ineficazes, não garantindo a resolutividade das patologias que os clientes apresentavam. A enfermeira Florence Nightingale foi a precursora das mudanças em instalações hospitalares evidenciando a necessidade de elaborar uma estrutura física que impedisse a proliferação de patógenos causadores de infecção e que garantisse um ambiente tranquilo, acolhedor e confortável para a total reabilitação do cliente. O planejamento físico é realizado por uma equipe multiprofissional levando em consideração um estudo do espaço, das atividades que serão exercidas em cada setor, bem como que equipamentos e instrumentos serão armazenados em cada setor. “A RDC 50 dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação dos projetos físicos relacionados a estrutura de estabelecimentos de saúde” (ANVISA, 2002). A Unidade de Terapia Intensiva é o setor hospitalar que aloja clientes em estado crítico que necessita de cuidados intensivos prestados por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. “É obrigatória sua existência em hospitais terciários e em hospitais secundários com capacidade

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≥ 100 leitos, bem como nos especializados que atendam pacientes graves ou de risco e em EAS que atendam gravidez /parto de alto risco. Neste último caso o EAS deve dispor de UTIs adulto e neonatal” (RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002). O planejamento da estrutura física de uma unidade hospitalar implica em diversos benefícios, estando estes relacionados a um melhor aproveitamento dos espaços físicos, a redução de custos desnecessários e uma melhor assistência aos clientes, pois uma estrutura adequada acelera a recuperação e diminui os riscos de disseminação de doenças infectocontagiosas. O enfermeiro deve estar ciente de suas atribuições desde a elaboração do projeto até a abertura da Unidade, visando um ambiente que facilite o cuidado, atenda aos critérios de controle de infecções e seja acolhedor, para que os cuidados sejam prestados de maneira holística e humanizada. Este projeto tem por objetivo esclarecer a atuação do enfermeiro no planejamento estrutural de uma unidade de terapia intensiva, bem como as atribuições do mesmo no âmbito organizacional do setor.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, elaborada a partir de literaturas publicadas recentemente, constituída principalmente por livros e artigos científicos. A busca dos artigos foi realizada entre 10 de setembro e 11 de outubro de 2013 onde foi consultada a Biblioteca Virtual de Saúde do Ministério da Saúde e a SciELO (The Scientific Electronic Library Online). Na Biblioteca Virtual de Saúde foi consultado pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): administração hospitalar; arquitetura hospitalar; administradores hospitalares; gerentes hospitalares; legislação hospitalar; planejamento hospitalar; unidades hospitalares. Na SciELO foram utilizados os mesmos descritores. Os artigos foram criteriosamente analisados de maneira exploratória e os dados foram organizados enfatizando a ação do enfermeiro na prática da estrutura organizacional de uma Unidade de Terapia Intensiva.

Resultados e Discussão A partir de estudos científicos as unidades de terapia intensiva foram sendo modificadas, visando sempre o melhor atendimento as necessidades apresentadas pelos clientes críticos. Atualmente sua estrutura está direcionada a oferecimento de conforto e redução dos riscos de infecção. (Ver tabela 1)

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Ambiente Quantificação Posto de enfermagem / área 1 para cada área coletiva ou de serviço de enfermagem conjunto de quartos, independente do nº de leitos. Área para prescrição Médica Quarto (isolamento ou não) Mínimo de 5 leitos podendo existir quartos ou áreas coletivas, ou ambos a critério do EAS. O nº de leitos de UTI deve corresponder a no mínimo 6% do total de leitos do EAS. Área coletiva de tratamento Deve ser previsto um quarto ( exceto neonatologia ) de isolamento para cada 10 leitos de UTI, ou fração.

Sala de higienização e 1. "In loco" ou não preparo de equipamentos / material Sala de entrevistas

Dimensão Ao menos um dos postos (quando houver mais de um) deve possuir 6,0m². 1,5 m² 10,0 m² com distância de 1 m entre paredes e leito, exceto cabeceira e com espaço suficiente para manobra da maca junto ao pé dessa

9,0 m² por leito com distância de 1 m entre paredes e leito, exceto cabeceira e de 2 m entre leitos e com espaço suficiente para manobrada maca junto ao pé dessa. 6,0m² com dimensão mínima igual a 1,5 m 6,0m²

As acomodações citadas na tabela correspondem a estrutura funcional da UTI propriamente dita. Seguem os ambientes de apoio: sala de utilidades; sala de espera para acompanhantes e visitantes (anexo à unidade ou não); quarto de plantão; Sala administrativa (secretaria); Rouparia; Depósito de material de limpeza; Depósito de equipamentos e materiais; Copa; Banheiro para quarto de plantão, área de estar para equipe de saúde; sanitários com vestiários para funcionários (mas. e fem.); sanitário para público (junto à sala de espera); sanitário para pacientes ( geral ), pode ser substituído, quando se fizer uso de quartos individuais, por equipamento ou bancada contendo lavatório e bacia sanitária juntos. Os boxes das áreas coletivas de tratamento devem possuir dispositivos que permitam a privacidade dos pacientes quando necessário. (RDC 50 – ANVISA, 2002) Na UTI pediátrica deve ser prevista poltrona para acompanhante junto aos leitos, sem que isto implique em aumento de área prevista para cada leito, a sala de espera pode ser compartilhada com setores afins do hospital, desde que seja dimensionada de forma a atender à demanda das unidades a que se destina. (RDC 50 – ANVISA, 2002)

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O posto de enfermagem deve estar instalado de forma a permitir observação visual direta ou eletrônica dos leitos ou berços. No caso de observação visual por meio eletrônico, deverá dispor de uma central de monitores. (RDC 50 – ANVISA, 2002). Estas instalações dão suporte e contribuem para que o ambiente torne-se acolhedor e humanizado, tanto para os clientes quanto para a equipe. Os profissionais de enfermagem precisam estar conscientes da necessidade de cada pavimento citado, a fim de organizar e definir para a equipe protocolos de utilização e finalidades de cada compartimento. O conhecimento dos profissionais acerca da localização e funcionalidade de uma UTI, bem como de sua estrutura arquitetônica tem como propósito, a inserção do profissional em todos os processos relacionados ao cuidar, que se constituem do planejamento de engenharia à efetivação dos cuidados. Os estudos realizados demonstraram os principais pontos a serem percebidos pelos profissionais de enfermagem bem como a importância do conhecimento destes acerca da estrutura funcional da UTI. Vale ressaltar que a literatura ainda é escassa em materiais científicos relacionados a atuação do enfermeiro neste campo de atuação, sendo necessário a realização de mais estudos neste âmbito. O projeto espera contribuir para o conhecimento de acadêmicos e profissionais de enfermagem sobre a intervenção destes profissionais nos projetos estruturais para abertura de uma Unidade de Terapia Intensiva.

Referências SANGLARD, Gisele. Hospitais: espaços de cura e lugares de memória da saúde. Anais do Museu Paulista. São Paulo. v.15, n.2, p.257-289, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101471420070002000 20&lng=en&nrm=iso > Acesso em: 27 outubro 2013. BRASIL. ANVISA. Ministério da Saúde. RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002. LIMA, LOPES E GONÇALVES, O enfermeiro no planejamento do espaço físico hospitalar, Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 Nov./Dez. 2010. Secretaria de Assistência à saúde. Série Saúde & Tecnologia – Textos de apoio à Programação Física dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde – Arquitetura na Prevenção de Infecção Hospitalar.

Brasília,

1995.

76p.

Disponível

em:

<

http://bvsms.saude.gov.br/php/level.php?lang=pt&component=51&item=3 > Acesso em: 26

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out.2013.

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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA Juliane Santos da Rocha Vasconcelos¹; Anna Karoline Rodrigues de Lima¹; Valeska Dantas Gaudêncio Gomes¹, Danielle Samara Tavares de Oliveira2 ¹Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: juliane.srv@hotmail.com; annakarolynerodrigues@hotmail.com; leskinha_jp@hotmail.com; ²Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: daniellesamara@hotmail.com Endereço para contato: Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

RESUMO Este estudo possui como objetivo esclarecer o papel da enfermagem na prevenção da infecção hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2013 que visa fornecer subsídios teóricos para a prática clínica dos cuidados de enfermagem em Terapia Intensiva. Foram investigados diversos artigos científicos os quais foram analisados, discutidos e coletadas as informações mais relevantes relacionadas ao tema. O projeto visa contribuir para o conhecimento dos profissionais e acadêmicos de enfermagem acerca dos cuidados que podem ser adotados no atendimento ao cliente em estado crítico, com o intuito de diminuir o índice de infecção hospitalar nas unidades de terapia intensiva, proporcionando um cuidar humanizado, mais eficaz e que contribua para a diminuição da infecção hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva. Palavras-chave: Infecção nosocomial. Unidades de Terapia Intensiva. cuidados de enfermagem. Introdução A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se constitui em um ambiente de cuidados destinado a prestar assistência a pacientes críticos, que, necessitam de monitorização das funções vitais, cuidados médicos e de enfermagem contínuos. Salienta-se que tal unidade possui uma série de especificidades que ampliam a vulnerabilidade dos pacientes ao fenômeno da infecção nosocomial, dentre os quais se destacam: (1) estrutura física restrita com alta frequência de contato profissional-paciente; (2) possibilidade de transmissão cruzada de patógenos (pela reduzida adesão à lavação das mãos em frequência e qualidade, sobrecarga de trabalho); (3) alta pressão seletiva pelo uso frequente de antimicrobianos de largo espectro e (4) elevado número de procedimentos invasivos (ARAÚJO; BESERRA; MARQUES, 2010). Assim sendo, a UTI deve ser considerado um importante foco de atenção relacionada às práticas assistenciais de prevenção de infecções, e, além disso, representa em média de 20 a 54% de todas as infecções notificadas no âmbito hospitalar (ANDRADE; HASS, 2007, ARAÚJO; BESERRA; MARQUES, 2010). A infecção hospitalar é definida como “aquela

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adquirida após admissão do paciente e que se manifesta após a internação ou a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares” (BRASIL, 1998) e compreende atualmente uma das maiores causas de agravamento da morbimortalidade de pacientes críticos em UTI (MIRANDA; NAVARRETE, 2008). Diante desse contexto, destaca-se a relevância da atuação da equipe de enfermagem na prevenção e controle de infecções no âmbito da UTI, tendo em vista que a enfermagem encontra-se prestando a maior parte do tempo assistência direta aos pacientes e poderá a partir de práticas de prevenção reduzir os índices de morbimortalidade por infecções nosocomiais nesse cenário de cuidados. Dessa forma, esse estudo tem por objetivo investigar a luz da literatura as ações e atribuições da equipe de enfermagem na prevenção de infecção hospitalar em UTI.

Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cuja questão norteadora foi: Quais as principais ações e atribuições de enfermagem para a prevenção e controle de infecções em UTI? A coleta de dados foi realizada no período de 20 de setembro a 10 de novembro de 2013, a partir de consultas as bases de dados eletrônicas: LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Banco de Dados em Enfermagem) e IBECS (Indice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde), utilizando a seguinte estratégia de busca “Infecção nosocomial” AND “Unidades de Terapia Intensiva” AND “cuidados de enfermagem”. Foram incluídos artigos na íntegra, publicado nos últimos seis anos e no idioma português. Fizeram parte da amostra dez artigos, além de livros pertinentes a temática e que atendiam ao objetivo do estudo. Foi realizada leitura criteriosa do material e a síntese dos mesmos. Os dados empíricos foram categorizados e analisados à luz da literatura pertinente.

Resultados e Discussão Na presente revisão integrativa, foram analisados dez artigos que se enquadravam nos critérios de inclusão pré-estabelecidos e, serão apresentados a seguir: Categoria 1: Principais ações de enfermagem para a prevenção e controle de infecção em UTI

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A contaminação dos clientes por microorganismos e consequente desenvolvimento de infecção hospitalar nas UTIs são muito frequentes, o que se justifica pela debilidade em que se encontra o estado de saúde do cliente bem como a exposição a fatores de risco relacionados a procedimentos invasivos que são realizados com o intuito principal de reabilitação do organismo doente. Assim sendo, como ações de enfermagem na prevenção e controle de infecções nesse cenário de cuidados destacam-se: realizar limpeza e a desinfecção terminal de cada unidade do paciente, conforme protocolo da instituição; lavar as mãos com técnica, antes e após o contato com cada paciente individualmente; manter técnica asséptica no manuseio de dispositivos conectados diretamente na corrente sanguínea e em tecidos estéreis; evitar manusear equipamentos com luvas devido ao risco de contaminação e infecção cruzada; realizar a higiene corporal, oral e íntima dos clientes adotando substâncias antissépticas que controlam a colonização da flora microbiana; adotar protocolos clínicos para troca de circuitos de ventiladores mecânicos, oxigenoterapia, equipo de bomba de infusão, acessos venosos dentre outros; coletar culturas (sangue, secreção traqueal, urina) na admissão do paciente e conforme necessidade, seguindo os critérios de protocolo clínico institucional; monitorar diariamente os sinais vitais e exames laboratoriais, a taquicardia, a hipertermia e a taquipneia podem indicar vigência de infecção (MARTINS; MAESTRI; DOGENSKI, 2008,

(LIMA, ANDRADE; HAAS, 2007, CHEREGATTI;

AMORIM, 2010; MESIANO; MERCHÁN-HAMANN, 2007). Categoria 2: Principais atribuições de enfermagem para a prevenção e controle de infecção em UTI Como membro da equipe de saúde, são várias as atribuições do enfermeiro para prevenção e controle de infecções hospitalares. A Portaria MS 2.616 / 98 regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, a obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e preconiza a criação de Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução deste controle. À CCIH cabe a promoção da conscientização dos profissionais sobre a necessidade de prevenir e reduzir ao máximo os riscos de infecção hospitalar. Assim, sendo é atribuição do enfermeiro ser membro preferencial na constituição dessas comissões, cujo papel é indispensável no controle de infecções (BRASIL, 1998). Além disso, esse profissional deve identificar fatores de risco para infecções na UTI onde atua; realizar estudos de rastreio das infecções mais incidentes, quanto ao microorganismo, foco infeccioso, ao antibiótico utilizado, dentre

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outros; Ademais, cabe ao enfermeiro a instituição dos protocolos clínicos, que visam nortear as ações da enfermagem no tocante as intervenções baseadas em evidências científicas que levam a redução do risco de infecção no ambiente de cuidados críticos. A infecção hospitalar é um evento recorrente em UTI e a equipe de enfermagem deve estar devidamente informada estando em posse de habilidades e técnicas que visem a prevenção e diminuição de infecção em unidades de terapia intensiva. No projeto foram identificadas as principais ações que podem ser executadas pelos enfermeiros com o intuito de diminuir os riscos dos clientes críticos serem acometidos de infecção hospitalar. Com este estudo, espera-se contribuir para o conhecimento de acadêmicos e profissionais de enfermagem acerca da importância da adoção de medidas de controle de infecção hospitalar, e ainda a identificação das práticas que devem ser adotadas pelos profissionais para contribuir com a diminuição deste agravo, com vistas a melhorar a qualidade da assistência e a resolutividade das necessidades dos clientes em estado crítico com indicação de cuidados intensivos.

Referencias ARAÚJO; BESERRA; MARQUES, Health professionals difficulties in preventing nosocomial infections, www.revista.ufpe.br › Home › Vol 4, No 2 (2010) SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO, Infecção hospitalar: definições e conceitos, Sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares do estado de São Paulo, revisão: janeiro 2013. LIMA, ANDRADE E HAAS, Avaliação Prospectiva da Ocorrência de Infecção em Pacientes Críticos de Unidade de Terapia Intensiva, Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 3, Julho-Setembro, 2007. MARTINS JJ, MAESTRI E, DOGENSKI D, NASCIMENTO ERP, SILVA RM, GAMA FO, Necessidade de aspiração de secreção endotraqueal: critérios utilizados por uma equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva, Cienc Cuid Saude 2008 Out/Dez; 7(4):517-522. MESIANO ERAB, MERCHÁN-HAMANN E, Infecções da corrente sanguínea em pacientes em uso de cateter venoso central em unidades de terapia intensiva, Rev Latino-am Enfermagem 2007 maio-junho; 15(3)

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MIRANDA CM, NAVARRETE TL, Infecção hospitalar em uma unidade de terapia intensiva neonatal do Sul do Brasil, Rev Chil Infectol. 2008; 25(1):54-7

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CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS DO CARCINOMA BASOCELULAR ALVES, Cristiane Rodrigues de Almeida Silva¹. ASSIS, Taísa França de Medeiros¹. COSTA, Ludimila de Araújo¹. Renato Guedes² 1 – Alunas de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: cristiane_de_almeida@hotmail.com; taisa_franca@hotmail.com; ludimila_dearaujo@hotmail.com. 2 – Professor do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, e- mail: renatoguedespinto@hotmail.com

RESUMO O carcinoma basocelular (CBC) é originário da camada basal da epiderme, apresentando intensa atividade mitótica, sendo responsável, junto com a camada espinhosa pela renovação da epiderme. Histologicamente o CBC é definido como um agregado de células basalóides neoplásicas ligadas à epiderme e anexos cutâneos. As células tumorais têm núcleo hipercromático, uniforme, redondo e padrão monomórfico, com citoplasma escasso ou inexistente. Crescem e penetram à derme formando uma massa nodular invasiva, que raramente evolui para metástase. Sua malignidade é local devido ao grande poder destrutivo, podendo levar ao desfiguramento ou perda da função de estruturas importantes, quando não tratado. A maioria dos cânceres de pele são atribuídos à exposição solar, sendo o CBC associado à exposição de caráter acumulativo. O CBC é considerado o menos agressivo apesar de ser o câncer de pele mais incidente. Atinge ambos os sexos, apresentando-se com mais freqüência acima dos 50 anos. O presente estudo tratou-se de uma pesquisa qualitativa e explicativa, baseando-se em uma análise bibliográfica do tema sugerido. É de suma importância reconhecer as características histológicas do carcinoma basocelular, como também a importância do diagnóstico precoce e a elevada chance de cura. PALAVRAS - CHAVES: Pele. Câncer. Características. Introdução As neoplasias cutâneas têm, nas últimas décadas, adquirido especial relevância devido à sua crescente incidência. Dentre elas, destaca-se o carcinoma basocelular (CBC), correspondendo a cerca de 75% do total dos tumores malignos cutâneos. (MANTESE et. al. 2006). O CBC deriva das células basais do epitélio e anexos cutâneos, sendo definido consequentemente como um agregado de células basalóides neoplásicas organizadas como lóbulos, ninhos que apresentam disposição ordenada na periferia dos blocos tumorais (arranjo em paliçada), ligadas à epiderme ou anexo cutâneo. As células neoplásicas se apresentam com núcleo hipercromático, uniforme, redondo e padrão monomórfico, com citoplasma escasso ou inexistente. Estes agregados ou massas celulares penetram na derme, onde ocorre retração do estroma ao redor do tumor. O estroma é composto de inúmeros fibroblastos jovens, dispostos em bandas paralelas e demonstrando aspecto mucinoso. Pode ser observado esclerose do colágeno e depósitos amilóides. Elastose solar é frequentemente

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observada e pode ocorrer ulceração. Apresenta crescimento lento e invasivo com limitado poder de metastatização. Sua malignidade é local devido ao grande poder destrutivo, podendo levar ao desfiguramento ou perda da função de estruturas importantes, quando não tratado. (BENEDET et. al., 2007). As causas são variadas, acredita-se que 90% dos cânceres de pele não melanocíticos possam ser atribuídos à exposição solar, sendo o CBC associado à exposição de caráter acumulativo. (BENEDET et. al., 2007). A ação dos raios ultravioleta (UV) B produz inúmeros fotoprodutos mutagênicos no DNA, que precisam ser reparados antes da divisão celular; caso contrário pode promover a mutação no gen PTC, que induz o desenvolvimento do CBC. (MANTESE et.al., 2006). Na literatura existem cinco tipos histológicos de CBC, apresentando padrão histológico apenas segundo os arranjos das células tumorais, o tipo celular de cada tumor, e sua predominância. (BANDEIRA A. et. al., 2003). São eles o CBC nodular, CBC superficial, CBC micronodular, CBC infiltrativo e o CBC esclerodermiforme. O presente trabalho objetiva apresentar os principais aspectos histológicos do carcinoma basocelular como também a importância do diagnóstico precoce e a elevada chance de cura.

Metodologia A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho baseou-se na análise bibliográfica do tema sugerido através de dados nas literaturas atuais disponibilizados no acervo da Faculdade Santa Emília de Rodat e em sites eletrônicos como o Google acadêmico, Scielo e BIREME no período de 10 de Setembro a 7 de outubro. O presente estudo tratou de uma pesquisa qualitativa e explicativa.

Resultados e discussão Analisando o conhecimento adquirido através da revisão bibliográfica deste trabalho, tivemos como resultados a importância de reconhecer características iniciais de manchas aparentes na pele, como o tamanho, forma, localização, margens entre outras características de lesões compatíveis com o CBC, pois o diagnóstico precoce do carcinoma basocelular é o fator principal para evitar que o quadro se agrave, porque uma vez descoberto inicialmente a chance de obter uma cura é imensa; como também a prevenção, o uso de bloqueadores solares evitaria a exposição direta da pele aos raios UV que com o decorrer

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dos anos acumulariam sob a pele e acarretaria em um CBC. De acordo com algumas literaturas, o carcinoma basocelular atinge ambos os sexos, mas outros estudos relatam uma leve predominância para o sexo feminino (BENEDET et. al., 2007). A faixa etária mais afetada é após os 50 anos e a incidência vai aumentando proporcionalmente com o avanço da idade, sendo mais freqüente em caucasianos. Portanto, o presente trabalho buscou relatar as características histológicas do CBC, enfatizando que a origem do carcinoma se dá pelo efeito acumulativo da exposição aos raios UV, provando mutações nas células basais aos quais se multiplicam localmente e se organizam em arranjos distintos, originando os 5 tipos de carcinoma basocelular. Observouse que quando não diagnosticado e conquentemente não tratado o CBC pode provocar uma deformidade estrutural em regiões importantes da pele e mais raramente evoluir para uma metástase.

Agradecimentos Agradecemos ao nosso orientar Profº Renato Guedes pela paciência e dedicação para nos orientar na realização deste trabalho.

Referências Bibliográficas BANDEIRA, Aurilene Monteiro; BANDEIRA, Valdir; MAZZA, Edmilson. SILVA, José Figueredo; Carcinomas basocelulares: estudo clínico e anatomopatológico de 704 tumores. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962003000100003> Acesso em: 07/10/2013. BENEDET, Luigi; BASTOS, Maria Fernanda; TEIXEIRA, José Francisco; MIRANDA, Luiz Fernando; ROLAN, Renata. Avaliação clínica e histopatológica dos pacientes portadores de carcinoma basocelular diagnosticados no instituto de diagnóstico anátomo-patológico em Florianópolis – SC de janeiro a fevereiro de 2004. Disponível em: < http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/411.pdf> Acesso em: 10/10/2013. CASTRO, Luiz Guilherme; MESSINA, Maria Cristina; VALENTE, Neuza Yuriko. É a biópsia incisional útil na classificação dos carcinomas basocelulares? Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n5/v81n05a06.pdf> Acesso em: 20/10/2013. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Surgical & Cosmetic Dermatology. Disponível em: < http://www.sbd.org.br/down/ebook-surgicalV4N2.pdf#page=72> Acesso em: 10/10/2013. MANTESE, Sônia Antunes Oliveira; BERBERT, Alceu Luiz Camargo; GOMIDES, Mabel Duarte Alves; ROCHA, Ademir. Carcinoma basocelular - Análise de 300 casos observados em Uberlândia – MG. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a04.pdf> Acesso em: 10/10/2013.

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JUNQUEIRA, Luiz Carlos; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. Carcinoma Basocelular da pele. Disponível em: < http://anatpat.unicamp.br/lamneo10.html> Acesso em: 07/10/2013. Carcinoma Basocelular. Disponível em: < http://annalab.com.br/noticias/?id=22&PHPSESSID=52d18e8cf4d434b1c4b814cb1 d2655ab> Acesso em: 07/10/2013. Carcinoma Basocelular. Disponível em: < http://www.mohs.com.br/carcilomabasocelular.pdf> Acesso em: 07/10/2013.

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CATETERISMO VESICAL DE DEMORA MASCULINO: UMA APRESENTAÇÃO DA SEMIOTÉCNICA Antonio Yuri Oliveira Pereira¹; Jussara Aires Vilar¹; Lucileide Viana da Siva¹; Odai José Alves Bezerra¹. Ana Flávia Gomes de Britto Neves². 1. Discente de Enfermagem FASER (antoniooliveira@outlook.com.br); (Jussaravilar@gmail.com); (lucileide_dasilva@hotmail.com); (odaijosealves@hotmail.com). 2. Docente de Enfermagem FASER (anabritto_ufpb@hotmail.com).

RESUMO O cateterismo vesical consiste na introdução de um cateter estéril na bexiga, através da uretra com técnica asséptica, que tem por finalidade drenar a urina. É um procedimento invasivo utilizado com maior frequência no ambiente hospitalar e requer cuidados minuciosos para prevenir o desenvolvimento de ITUs. O estudo tem por objetivo, apresentar a semiotécnica do cateterismo vesical de demora masculino na literatura pertinente ao tema. Trata-se de um estudo de caráter bibliográfico efetivado no acervo da Faculdade Santa Emília de Rodat FASER, como também em revistas referentes ao conteúdo abordado no banco de dados da Scielo. É de relevância para o enfermeiro o conhecimento da técnica do procedimento para melhor assistência na recuperação da saúde do cliente, o mesmo deve ser utilizado com critério e quando estritamente necessário. Palavra-chave: Cateterismo urinário. Genitália masculina. Cuidados de Enfermagem ABSTRACT The catheterization is the introduction of a sterile catheter in the bladder through the urethra using aseptic technique, which is intended to drain urine. It is an invasive procedure most frequently used in the hospital environment and requires meticulous care to prevent the development of UTIs. The study aims to present the semiotics of male bladder catheterization delay in literature concerning the matter. This is a study of bibliographic effected in the collection of the College of Santa Emilia Rodat - FASER, but also in magazines for the content covered in the SciELO database. It is relevant to the nurse's knowledge of the technical procedure to better assist in the recovery of the health of the client, it should be used with discretion and only when strictly necessary. Keyword: Urinary Catheterizayion. Genitalia male. Nursing care. Introdução O cateterismo urinário é um procedimento amplamente utilizado na prática clínica da enfermagem e consiste na inserção de uma sonda ou cateter na bexiga através da uretra. De inestimável valor para o diagnóstico e tratamento de processos patológicos, possui eficácia para aliviar a retenção e a incontinência urinária e salvaguardar a função renal. Em sua realização, requer conhecimento científico e habilidade técnica e deve ser utilizado com critério e quando estritamente necessário (MAZZO et al., 2012).

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O cateter de demora é introduzido na bexiga com finalidade de esvaziá-la, porém com a permanência prolongada. Geralmente, é utilizado o cateter de Folley, com balonete de retenção na extremidade; cateteres especiais, de três vias, podem, da mesma maneira, serem inseridos variando a finalidade (pós cirurgia, presença de sangue, etc.) (MOZACHI, 2005, p. 212). O cateterismo vesical de demora, de acordo com Smeltzer & Bare (2005), é realizado para aliviar a obstrução do trato urinário, assistir com a drenagem pós-operatória nas cirurgias urológicas e em outras cirurgias, fornecer um meio para monitorar o débito urinário adequado em pacientes criticamente doentes, promover a drenagem urinária nos pacientes com disfunção da bexiga neurogênica ou retenção urinária e evitar o extravasamento urinário em alguns pacientes com ulceras por pressão. Alguns cuidados baseados em conhecimento técnico-científico devem ser considerados antes da sondagem vesical de demora masculina, tendo em vista complicações que estão associadas ao uso incorreto da técnica. O tamanho da sonda deve ser determinado pelo tamanho do canal uretral do cliente e quando se utiliza o sistema French, quanto maior for o numero do calibre, maior será o tamanho da sonda (MOZACHI, 2005). O estudo surgiu da necessidade de aprofundar-se acerca da temática, considerando o que está sendo produzido cientificamente na atualidade, tendo em vista, as falhas técnicas cometidas por enfermeiros durante o procedimento asséptico do cateterismo, evidenciado na prática hospitalar. O estudo que tem por objetivo compreender a técnica de cateterismo vesical de demora masculino com base na visão semiotécnica, justifica-se por contribuir para a ampliação do conhecimento e produção de literatura acerca deste procedimento comum na rotina hospitalar.

Metodologia Trata-se de uma revisão da literatura dos últimos 10 anos. Utilizou-se como banco de dados para pesquisa o site da Scielo, onde foram identificados, considerando o descritor cateterismo urinário, um total de 23 artigos científicos. Após leitura dos títulos e resumos, desse total, apenas cinco (5) artigos científicos cadastrados no banco de dados ora referidos comporiam o estudo, utilizando como critério de inclusão o idioma (Português) e o objetivo proposto neste estudo. Realizou-se, ainda, um apanhado de caráter bibliográfico no acervo da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER, durante o período de 15 de abril a 11 de

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novembro de 2013. O método utilizado para análise do conteúdo foi o proposto por Bardin (2009), considerando as unidades temáticas, sendo, dessa forma, analisados e interpretados criticamente à luz da literatura concernente o tema.

Resultado e discussão O cateterismo vesical de demora masculino resulta na introdução de um cateter permanente ou de Foley, que permanece na uretra masculina por um período de tempo maior até que o cliente seja capaz de urinar de modo voluntário ou que medições contínuas apuradas não sejam mais necessárias (POTTER & PERRY, 2009). E indispensável o conhecimento técnico – cientifico correto do procedimento pelo enfermeiro ao realizar este procedimento para evitar a proliferação dos micro-organismos atuantes no processo de infecção que podem colonizar o trato urinário durante a inserção do cateter (MAZZO et al., 2012). O material necessário para a realização deste procedimento inclui: luva estéril, pacote de cateterismo vesical (um cuba rim, uma cuba redonda, gazes, bolas de algodão (5), pinça (1), e um campo fenestrado (aberto com uma fenda da borda ao centro, para facilitar a retirada após conexão da sonda com sistema de drenagem), sonda de Folley (adequada ao tamanho do paciente), gel anestésico (xylocaína 2%) para lubrificação da sonda, seringa de 20 ml(adultos), ampolas de água destilada, solução antisséptica (PVP-I), fita adesiva, coletor de urina sistema fechado, recipiente para lixo, compressas de gaze, biombo (POTTER & PERRY, 2009). A técnica segue como protocolo: explicar ao paciente o procedimento que será realizado separando o seu leito com biombo; realizar higiene íntima se necessário; realizar a assepsia das mãos; Colocar o paciente em decúbito dorsal, com as pernas estendidas; Abrir as ampolas de água destilada, deixando-as fora do campo com a sonda vesical estéril sobre a cama e bolsa de drenagem urinária estéril; Abrir o pacote de cateterismo vesical; retirar a seringa da embalagem original, dispondo sobre este campo junto com a agulha; Expor a região perineal; Despejar o PVP-I tópico na cuba redonda; Calçar as luvas de látex estéreis com técnica asséptica; Aspirar para o interior da seringa o volume necessário de água destilada indicada na sonda para introduzir no balonete, cuidando para não contaminar as luvas. Deixar sobre o campo estéril; retirar a sonda vesical da sua embalagem e colocar sobre o campo estéril (sem contaminar ambos); Seguir a seguinte sequencia da antissepsia: meato

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urinário, glande (abaixar o prepúcio), pênis e região pubiana; Segurar o corpo do pênis (com a mão não dominante) elevando-o a uma posição quase vertical; colocar o campo fenestrado sobre o paciente de maneira a expor o pênis; colocar o cuba rim próximo a região peniana; lubrificar a ponta da sonda com gaze contendo anestésico gel a 2%, estéril; introduzir a onda na uretra; caso haja resistência no esfíncter externo: aumentar levemente a tração sobre o pênis; solicitar ao paciente para fazer um leve esforço (como se estivesse urinando) para ajudar a relaxar o esfíncter. Se com estas duas manobras ainda apresentar resistência não forçar o avanço da sonda, pois poderá provocar falso trajeto. Deve-se chamar o médico; insuflar o balonete, com quantidade de água destilada indicada na sonda; conectar a sonda vesical ao sistema da bolsa de drenagem urinária; fixar a sonda na parte lateral da coxa (próxima a região inguinal) ou na região inferior da parede abdominal; retirar o campo fenestrado e as luvas; fixar na cama do paciente a bolsa de drenagem urinária em nível inferior o da bexiga; anotar na bolsa de diurese a data do cateterismo; recolher o material utilizado e encaminhar ao centro de material; registrar o procedimento, dificuldades, sangramentos, quantidade de urina drenada e outras intercorrências (MOZACHI, 2005).

Agradecimento Agradecer primeiramente a DEUS, pois sem a sua permissão e infinita misericórdia, não seria possível a realização desse trabalho, a professora Ana Flávia Britto pela paciência na orientação e incentivo, aos funcionários da biblioteca João Paulo II, em especial a Sra. Luzinete que foi bastante atenciosa auxiliando-nos na nossa pesquisa bibliográfica.

Referências MAZZO, A. et al. Cateter urinário: mitos e rituais presentes no preparo do paciente. Acta paul. enferm. [online]. 2012, vol.25, n.6 [cited 2013-11-11], pp. 889-894. Disponível

no

site:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010321002012000600010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11.11.2013. MOZACHI, N. O hospital. Curitiba: Ed. Manual real. 2ª ed, 2005. p. 212-214. SMELTZER & BARE. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª ed. V.3. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2005.

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POTTER & PERRY. Fundamentos de enfermagem. Rio de janeiro: Ed. Elsevier. 7ª Ed. 2009. p. 1152-1163.

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CETOACIDOSE DIABÉTICA: características, diagnóstico e tratamento Martha Mª de Albuquerque Belo1, Suênia Paulino de Melo1 Gregório Fernandes Gonçalves2, Renato Guedes Pinto3 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: marthaabelo@gmail.com; sueniamelo10@gmail.com 2- Orientador - Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat 3- Coorientador - Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat

RESUMO O pâncreas humano é composto por dois tipos de tecidos: os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno e as ilhotas de Langerhans, onde estão localizadas as células β produtoras de insulina. A Diabetes mellitus tipo 1 é ocasionada pela destruição destas células nas ilhotas, usualmente relacionada a um processo autoimune, levando a deficiência absoluta da produção de insulina. Em consequência, o organismo não consegue captar a glicose do sangue, causando uma descompensação metabólica com o aumento de corpos cetônicos que podem levar à manifestação da expressão máxima desta deficiência: a cetoacidose diabética. Por meio deste trabalho, abordamos como o dano tecidual pancreático leva a diabetes tipo 1 e esta, a cetoacidose, responsável por 5% das mortes em indivíduos diabéticos. Palavras-chave: Diabetes Mellitus, pâncreas, insulina, cetoacidose.

Introdução “Diabetes Mellitus” (DM) é um distúrbio crônico do metabolismo caracterizado pela deficiência absoluta ou relativa de insulina. A classificação etiológica proposta atualmente para o diabetes mellitus inclui: DM tipo 1, DM tipo 2, Diabetes insípidos e a DM gestacional (SESTERHEIM; SITOVITCH; STAUB, 2007). A DMT1 é ocasionada pela destruição das células β, localizadas nas ilhotas de Langerhans no pâncreas, levando a deficiência absoluta na produção de insulina, usualmente relacionada a um processo autoimune. Já na DMT2, ocorre resistência do organismo à ação da insulina, em ambas as situações os níveis glicêmicos serão elevados, variando de 300 a 1200 mg/100mL de sangue (PIMENTA, 2012). Com isso, nosso objetivo neste trabalho é abordar o dano tecidual pancreático causado pela destruição das células β no pâncreas, sua relação com a DMT1 e a posterior ocorrência da cetoacidose, que é a expressão máxima da deficiência de insulina causando uma descompensação metabólica com o aumento da produção de cetonas e cetoácidos, visto que, esta acidose é a principal causa de mortalidade em pacientes diabéticos na puberdade. Metodologia

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A metodologia utilizada para a realização deste estudo partiu de uma pesquisa bibliográfica através de artigos, livros e sites relacionados. Esse conjunto de obras incluiu publicações de distinta natureza, a saber: livros especializados da biblioteca, artigos em revistas científicas coletados em bancos de dados, tais como: Scielo, PubMed, NCBI, Web of Science, entre outros.

Resultados e discussão Degradação tecidual pancreática O pâncreas humano é composto por dois tipos de tecidos: os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno e as ilhotas de Langerhans, com três tipos principais de células denominadas alfa, beta e delta, que secretam, respectivamente, glucagon, insulina e somatostatina, diretamente na corrente sanguínea (GUYTON e HALL, 2011). A insulina promove a movimentação da glicose para o interior dos tecidos musculares, dos tecidos adiposos e do fígado, já que estes necessitam dela para a captação de glicose e produção de energia. O glucagon

estimula a quebra do glicogênio

(glicogenólise) e posteriormente, a formação de glicose hepática (gliconeogênese). A somatostatina inibe a secreção de insulina, de glucagon, e de outros hormônios (HENRY, 2008). A predisposição genética e os fatores ambientais (ainda pouco definidos) dão início ao processo autoimune nas células β do pâncreas, gerando uma insulite progressiva que levará a destruição dessas células. (GROSS et al. 2002). Este processo é lento e progressivo causando total degradação das células β e a diminuição de secreção de insulina associada com a captação de glicose do sangue, seu armazenamento no fígado e nos músculos na forma de glicogênio. Problemas associados com a produção, distribuição e captação de insulina podem levar ao diabetes, e no caso da degradação total das células β, o individuo será diagnosticado com diabetes tipo 1 (PIMENTA, 2012).

Diabetes Mellitus Tipo 1 (DMT1) A DMT1 é o resultado da total destruição das células β pancreáticas, responsáveis pela síntese de insulina, que já representou uma condição clínica fatal. Com o advento da terapia com insulina exógena se transformou em doença crônica, acometendo principalmente

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indivíduos com idade inferior a 20 anos. Até hoje a insulinoterapia constitui o principal tratamento destes pacientes (MERANI; SHAPIRO, 2006). Uma alternativa é o transplante de pâncreas, que acarreta no desuso da insulina exógena e da monitoração glicêmica constante. Porém, trata-se de um procedimento cirúrgico de grande porte, trazendo graves implicações ao paciente em termos de morbidade e mortalidade, além de exigir um tratamento imunossupressor permanente que evite a rejeição do órgão (ROBERTSON, 2004). Como alternativa às desvantagens de um transplante, surge o transplante das ilhotas de Langerhans, com doses menores de imunossupressão e sendo realizado através da infusão de células em veia central (ROBERTSON, 2004). Entretanto, o transplante de ilhotas é mais limitado, não só porque elas representam apenas de 1 a 2% da massa celular do pâncreas, mas também, pela limitada eficiência no seu isolamento e significativas perdas por morte celular após a separação delas do tecido exócrino (ROSENBERG; WANG; PARASKEVAS, 2004). Portanto, ainda que o transplante de pâncreas seja um procedimento invasivo, atualmente é o único tratamento que restaura e mantém com sucesso e por tempo prolongado a normoglicemia em pacientes portadores de DMT1 (SÁ JR; GONZALES; MELARAGNO, 2008).

Cetoacidose Diabética (CAD) A patogênese da CAD está usualmente associada ao aumento nos níveis dos hormônios contrarreguladores (glucagon, cortisol, catecolaminas e do crescimento) e à redução da ação efetiva da insulina circulante. Em consequência, ocorre um aumento na produção de glicose pelo fígado, da resistência à ação periférica da insulina e liberação hepática de ácidos graxos e corpos cetônicos. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004) Quando um organismo acometido com DMT1 não é tratado, uma das principais consequências é a cetoacidose, que gera uma hiperglicemia associada à baixa utilização da glicose periférica, fazendo o fígado estimular ainda mais a glicemia elevada com o aumento da glicogenólise. A baixa concentração de oxaloacetato pela intensa gliconeogênese reduz o ciclo de Krebs levando ao acúmulo de acetil-CoA com liberação excessiva de ácidos graxos livres, que serão convertidos em corpos cetônicos no fígado (acetoacetato, beta-

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hidroxibutirato e acetona) e liberados no sangue. Estes, serão utilizados como fonte de energia em tecidos extra-hepáticos, principalmente coração e músculos esqueléticos. Porém, o fígado não pode utilizá-los, pois não possui a enzima beta-cetoacil-CoA-transferase, necessária para converter o Acetoacetato em acetil- CoA (LEHNINGER, 2011). A acetona que não é metabolizada será volatilizada gerando o hálito cetônico característico dos diabéticos. O cérebro em cetose acentuada oxida os corpos cetônicos, e a presença destes acima da quantidade metabolizada, gera cetonúria (acúmulo na urina), e cetonomia (acúmulo no plasma) resultando em acidose, que é diminuição da acidez no sangue (LEHNINGER, 2011). Primeiramente, o paciente apresenta um quadro clínico semelhante ao início do diabetes com poliúria, polidipsia, polifagia e desidratação leve. Caso não receba tratamento, o quadro evolui aumentando a cetoacidose, causando anorexia, náuseas e vômitos, acentuando a desidratação, tornando a respiração rápida e profunda (GROSSI, 2005). Um acentuado catabolismo proteico também é observado intensificando a desidratação celular, a perda de potássio celular e corporal. Além disso, o estresse físico que este estado cetótico causa, confere ao organismo maior resistência à ação periférica da insulina, que leva ao agravamento com perda de consciência e morte (GROSSI, 2005).

Diagnóstico e tratamento Ao suspeitar de CAD, glicemia capilar e cetonúria precisam ser avaliadas. Os exames iniciais do paciente compreendem glicose sérica, uréia e creatinina plasmáticas, cetonas séricas, osmolaridade sanguínea, gasometria arterial, hemograma completo e eletrocardiograma. A hemoglobina glicada auxilia na determinação do tempo do episódio de CAD e define a evolução da doença, como parte integrante de um quadro de diabetes descompensado (PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE MANEJO DA CAD E ESTADO HIPERGLICEMICO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA/ RS, 2011). A American Diabetes Association propõe esquemas de insulinoterapia para o tratamento, um utiliza insulina endovenosa e outro ministra insulina subcutânea, onde devem ser monitoradas e mantidas em taxa de queda de glicemia entre 50 e 70 mg/dl/hora. A reposição de potássio também é importante, visto que o potássio corporal total estará diminuído; entretanto, devido à acidose, o nível de potássio pode estar aumentado no meio

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intravascular, sendo assim, a reposição só deve ser realizada se sua concentração sérica estiver dentro da normalidade (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004). Concluímos que a degradação das células β das ilhotas de Langerhans ocorre mediante fator autoimune e leva ao DMT1 em indivíduos vivendo a puberdade. O controle glicêmico e a insulinoterapia são as principais formas de monitoração e tratamento desta patologia, mas o transplante de pâncreas é hoje o único modo de conseguir restaurar e manter a normoglicemia em pacientes portadores de DMT1. Quando não tratada, a DMT1 pode evoluir para um quadro de cetoacidose, caracterizado pelo aumento na produção de glicose pelo fígado, da resistência à ação periférica da insulina e liberação hepática de ácidos graxos e corpos cetônicos, predispondo o paciente a perda de memória e morte.

Agradecimentos Agradecemos ao nosso orientador, Professor Gregório F. Gonçalves, pelas valiosas discussões e sugestões no decorrer deste trabalho, e ao nosso coorientador, Professor Renato Guedes pelo incentivo ao desenvolvimento do mesmo.

Referências American Diabetes Association. Hyperglycemic crises in diabetes. 2004; 27:(Suppl1)S94102. Gross, et al. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab, 2002. Grossi, SAA. Management of Diabetic Ketoacidosis in Diabetic Patients: Clinical Practice Nursing Recommendations. Rev Esc Enferm USP, 40(4):582-6, 2005. Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica 12ª Edição, 2011. HENRY, J. B. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais, 2008. p.245254. Lehninger, D. N., Princípios de Bioquímica de Lehninguer, 11ª Ed., 2011. Merani S., Shapiro AM. Current status of pancreatic islet transplantation. Clin Sci, 2006. Pimenta, WP. Diabetes Mellitus. 2012. Sesterheim P, Sitovitch D, Staub, HL. Diabetes mellitus tipo 1: multifatores que conferem suscetibilidade à patogenia auto-imune. Sci Med. 2007;17:212-17.

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Robertson RP. Islet transplantation as a treatment for diabetes: a work in progress. 2004;350:694-705. Rosenberg L, Wang R, Paraskevas S, et al. Response of human islet to isolation stress and the effect of antioxidant treatment diabetes, 2004. Så Jr, Gonzales AM, Melaragno CS, et al. Transplante de pâncreas e ilhotas em portadores de diabetes mellitus. Arq Bras Endocrinol Metab, 2008.

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COMPLICAÇÕES DA TERAPIA INTRAVENOSA PERIFÉRICA FERNANDA D. DE L. DOS SANTOS1; PAULINA R. A. BEZERRA1; RAFAELA M.G.D.PAIVA1; FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT-GRUPO EDUCACIONAL UNIESP 1Alunas de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: nandadanni@hotmail.com;paulinaraquel_228@hotmail.com;raffinha_paiva@hotmail.com

RESUMO A terapia intravenosa periférica é um dos procedimentos mais comumente realizados em pacientes hospitalizados, considerando que é responsabilidade da enfermagem a decisão sobre a escolha de locais, tipos de dispositivos, calibres, documentação da instalação, manutenção de curativos e prevenção das complicações, é de fundamental importância o conhecimento de seu papel nessa terapêutica, seja no hospital,ambulatório ou em domícilio. O presente estudo tem por objetivo enfatizar a importância da equipe de enfermagem na prevenção e avaliação precoce das complicações da terapia intravenosa periférica. Utilizouse como marco metodológico levantamento de artigos e referências bibliográficas que discorressem sobre a assistência de enfermagem na terapia intravenosa com ênfase na prevenção e avaliação precoce de complicações na terapia intravenosa. Palavras-chave: Riscos. Via parenteral. Enfermagem.

Introdução A terapia intravenosa periférica ( T.I.V.P.) consiste na introdução de uma droga diretamente na corrente sanguínea. Com o avanço tecnológico seu uso vem crescendo e se desenvolvendo ao longo dos anos. Segundo Baton et al (2005) a tecnologia e a pesquisa possibilitaram o desenvolvimento de produtos e equipamentos específicos para a administração parenteral de soluções e fármacos. A terapia intravenosa está indicada quando nenhuma das outras vias encontra-se disponível para o paciente, tornando-se assim um “recurso vastamente utilizado na terapêutica medicamentosa do paciente que pode gerar inúmeras complicações” (Pereira et al, 2001 apud Nascimento, 1994). A enfermagem tem papel fundamental na prevenção destas complicações; Considerando que o médico é quem prescreve o medicamento (tipo, qualidade, fluxo) a ser administrado, mas é a enfermagem que está diretamente ligada a esse processo, é importante que a mesma saiba identificar, prevenir e tratar os riscos advindos deste tipo de

terapêutica. Sendo assim torna-se

necessário refletir sobre o resultado das ações da equipe de enfermagem na administração da T.I.V.P. e o conhecimento de suas complicações para que haja uma avaliação da prática que contribua para a geração de ações seguras. Diante da realidade o que se pergunta como fio condutor deste estudo é: qual a importância da conhecimento, avaliação precoce e prevenção

equipe de enfermagem sobre o

destas complicações? Com base nessa

indagação este estudo objetiva analisar a importância da equipe de enfermagem na

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prevenção e avaliação precoce das complicações relacionado a terapia intravenosa periférica já descritos na literatura e buscar correlação e resposta com estudos atuais sobre os riscos das mesmas.

Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória do tipo bibliográfica que, segundo Gil (2002), é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livro e artigos científicos. Utilizou-se como marco metodológico levantamento de artigos e referências bibliográficas que discorressem sobre a assistência de enfermagem na terapia intravenosa com ênfase na prevenção e avaliação precoce de complicações na terapia intravenosa. A pesquisa foi realizada nos acervos bibliográficos da Faculdade Santa Emília de Rodat através de livros e acesso a rede mundial de computadores no período de outubro a novembro do ano letivo. Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura preliminar do material encontrado, selecionando os artigos na tentativa de apreender fontes de interesse a pesquisa.

Resultados e discussão O profissional de enfermagem no processo T.I.V.P. é essencial, de modo que é imprescindível a atualização das técnicas, procedimentos e cuidados específicos para os novos dispositivos para punção venosa disponíveis no mercado nacional e internacional. Esse procedimento exige do enfermeiro competência, prática e conhecimento técnicocientífico para a prevenção, avaliação precoce e nas ações de enfermagem no aparecimento das complicações associadas a esse procedimento (MALAGUTTI; ROEHRS, 2012). Percebe-se então que o sucesso na habilidade está no conhecimento necessário que a equipe de enfermagem deve obter para realização da prática. Para Brunner e Suddarth (2009), essa responsabilidade inclui selecionar o sítio apropriado para a punção venosa e o tipo da cânula, além de ser proficiente na técnica de canulação da veia. Considerando os objetivos propostos para a pesquisa, conclui-se que diante do exposto foi possível observar há alguns desafios para a equipe de enfermagem quando iniciada a terapia venosa: técnicas assépticas no preparo para administrar a terapia venosa, escolha do sítio de inserção e tipo de cânula mais apropriados para cada paciente e, seleção correta dos dispositivos de punção

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venosa,conhecimento dos tipos de complicações possíveis na T.I.V., sinais e sintomas, prevenção, avaliação e tratamento.

Agradecimentos As todos os que, de alguma forma direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

Referências BANTON, J.; BRADY, C.; O’KELLEY, S. Enfermagem Terapia Intravenosa. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. (Coleção Praxis). GIL, A. C. Como Elaborar um Projeto de Pesquisa. 4.ed. São paulo: Atlas, 2002. IENAH.

Manual

de

normas

de

ABNT.

Disponível

em:

<http://www.ienah.com.br/files/downloads/1331576650_51.pdf>. Acesso em: 03 de nov. 2013. MACHADO, A.; PEDREIRA, M.; CHAUD, M. Eventos adversos relacionados ao uso de cateteres intravenosos periféricos em crianças de acordo com tipos de curativos intravenosos. Revista latino-americano de enfermagem, São Paulo: 2008. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rlae/v16n3/pt_05.pdf >. Acesso em: 29 de out. 2013. MALAGUTTI, W.; ROEHRS, H. (org). Terapia intravenosa: atualidades. São Paulo: Martinari, 2012. PEREIRA, R.; ZANETTI, M. Complicações decorrentes da terapia intravenosa em pacientes cirúrgicos; Complications due to intravenous therapy in surgical patients. Revista latino-americano de enfermagem, v.8, n.5, p.21-27, Ribeirão Preto: outubro/2000.

Disponível

em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=csi_arttext&pid=S010411692000000500004&1nh=pt&nrm=iso&tlng=pt > Acesso em: 29 de out. 2013. PERRY, A.; POTTER, P. Fundamentos de Enfermagem. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. SMELTZER, S.; et al. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem MédicoCirúrgico. V 1. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2009. SCHULL, P. D.; Enfermagem Básica Teoria e Prática. 2.ed. São Paulo: Rideel, 1996.

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DESEMPENHO SOROLÓGICO DOS TESTES TREPONÊMICOS E NÃO TREPONÊMICOS PARA DIAGNÓSTICO DA SÍFILIS EM PACIENTES GESTANTES Flávio Gonçalves da Silva¹, Rodrigo Niskier Ferreira Barbosa² 1- Acadêmico do 8º período do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, João Pessoa, e-mail: flavio.biom@outlook.com 2- Coordenador do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, João Pessoa, e-mail: rodrigoniskier@yahoo.com.br

RESUMO A sífilis é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por via sexual, verticalmente durante a gestação, ou por outras formas de transmissão como o contato com exsudatos de lesões recentes da pele ou mucosas. O trabalho objetivou verificar, através de uma revisão na literatura cientifica, os resultados com mais sensibilidade e especificidade dos testes treponêmicos e não treponêmicos, que são utilizados com frequência para o diagnóstico da sífilis, principalmente em gestantes que são susceptíveis a um resultado falso-positivo. A patologia se caracteriza por períodos de atividade de latência, pelo acometimento sistêmico disseminado e pela evolução para complicações graves em pacientes que não são tratados adequadamente ou não fizeram nenhum tipo de tratamento. Continua sendo um problema de saúde importante em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Dadas as forma de transmissão, a sífilis cada dia se dissemina mais em nosso meio, mesmo com os inúmeros métodos de prevenção e testes confirmatórios para seu diagnostico e a forma fácil de ser tratada. Palavras-chave: sífilis.gestantes.testes treponêmicos. Introdução Nas últimas décadas, apesar das melhorias no campo da saúde pública no Brasil, ainda há registros da alta incidência de infecções por doenças sexualmente transmissíveis. Este estudo teve como objetivo levantar, através de uma revisão da literatura científica os testes sorológicos que tem maior especificidade e sensibilidade em pacientes gestantes com sífilis, visando identificar testes mais eficazes e de melhor rastreio da doença. A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e é uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias sujeita a períodos de latência (1). Estimativas de 2011 mostram que o número total de casos notificados no Brasil foi de 14.321, dos quais 6.488 (45,3%) são na região sudeste, 3.359 (23,5%) na região nordeste, 1.687 (11,8%) na região norte, 1.458 (10,2%) na região sul e 1.329 (9,3%) são na região centro-oeste. Com relação à taxa de detecção no Brasil como um todo, em 2011 observouse uma proporção de 5,0 casos por 1.000 nascidos vivos. A sífilis pode causar aborto, além

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de cegueira, surdez, deficiência mental e más-formações no feto. A incidência de sífilis em parturientes é quatro vezes maior que a da infecção pelo HIV (2). Além das possíveis dificuldades de acesso a tratamento e exames laboratoriais, ou demora no retorno dos resultados durante o pré-natal, sua interpretação para o correto diagnóstico e adequada conduta constituem-se numa competência especial para o profissional que dá atenção pré-natal. No Brasil, utilizou-se até o momento o teste não treponêmico de floculação do tipo VDRL (Veneral Disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasm Reagim) para triagem. A confirmação laboratorial é feita através do teste treponêmico por aglutinação de partículas TPHA (Treponema pallidum hemaglutination), ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) ou teste fluorescente por absorção de anticorpos FTA-Abs (Fluorescent Treponema Antigen Absorvent), além do PCR (Polimerase Chain Reaction), e dos testes sorológicos imunoenzimáticos, um teste rápido por tiras de imunocromatografia (3). Embora existam tratamentos simples e efetivos, até hoje a doença não foi erradicada, aumentando a cada ano o número de mulheres gestantes com sífilis.

Metodologia Trata-se de uma revisão bibliográfica onde os dados nela apresentados foram obtidos em páginas eletrônicas da rede mundial de computadores (internet) e revistas científicas, provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais, em paginas da Scientific eletronic library on-line (Scielo) e Google Acadêmico, em artigos de 2005 a 2011. A pesquisa foi realizada no período entre vinte de abril e quatro de junho de 2013.

Resultados e discussão O agente causador da sífilis foi denominado em 1905, como sendo o Treponema pallidum, uma espiroqueta adquirida na maioria dos casos durante as relações sexuais. Outras formas de transmissão também podem ser observadas: transfusões sanguíneas (raro nos tempos de hoje), passagem transplacentária da mãe infectada para o feto, e contato com exsudatos de lesões recentes da pele ou mucosas (4). A vigilância epidemiológica da sífilis na gestação tem como objetivo controlar a transmissão vertical do T. pallidum, acompanhar adequadamente o comportamento da

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infecção nas gestantes para planejamento e avaliação das medidas de tratamento, prevenção e controle (5). A sífilis é uma doença sistêmica que, não sendo tratada, se torna uma doença crônica evoluindo por diferentes estádios sintomáticos e assintomáticos

(6)

. A sífilis é então

classificada como adquirida ou congênita. Em conformidade com a portaria 542 de 22 de dezembro de 1986 (Brasil. Portaria nº 542/1986. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 24 de Dezembro de 1986, Seção 1, p. 19827), deverá ser oferecido teste não treponêmico (VDRL) na primeira consulta de pré-natal para todas as gestantes, idealmente no primeiro trimestre de gestação e no início do terceiro trimestre. Na maternidade deve-se realizar VDRL em toda mulher admitida para parto (nascido vivo ou natimorto) ou curetagem (após aborto)

(7)

. A droga de escolha para o tratamento da gestante considerada

infectada é a penicilina, que atravessa a barreira transplacentária (8). As provas sorológicas constituem o único meio de identificação para a forma latente da sífilis adquirida, na qual não são observados quaisquer sinais ou sintomas clínicos que sugiram a presença da doença. Dois grupos de testes sorológicos são utilizados para o diagnóstico (9).  Testes antigênicos não treponêmicos ou testes lipoidicos: - VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasm Reagin)  Testes treponêmicos ou pesquisa de anticorpos verdadeiros - FTA-ABS (Fluorescent Treponema Antigen Absorvent) - TPHA (Treponema pallidum hemaglutination) EIA / ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) - PCR (Polimerase Chain Reaction), e os testes sorológicos imunoenzimáticos, um teste rápido por tiras de imunocromatografia. O diagnóstico clínico e laboratorial da sífilis apresenta muitas dificuldades e limitações relacionadas com a complexidade da doença que se caracteriza por diversos estágios, apresentando períodos assintomáticos e sintomáticos, demonstrando que ainda há muito a se evoluir relativamente ao diagnóstico laboratorial desta doença. Inúmeros e diversos estudos têm sido elaborados tendo com o objetivo de avaliar os resultados dos testes sorológicos, o que pode facilitar seu prognóstico. A necessidade de um diagnóstico certo e preciso persiste, ainda, como um problema, devido ao fato de não haver cultura para o microrganismo T. pallidum, e de existirem fases da doença assintomáticas. Contudo, o teste treponêmico imunoenzimático, parece ser aquele

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que mais se adapta à rotina laboratorial, pois os resultados deste teste assemelham-se aos outros testes treponêmicos vastamente recomendados, e possui a vantagem de poder ser automatizado, permitindo uma leitura objetiva.

Agradecimentos A Deus por me abençoar com a vida todos os dias, minha família por me apoiar, ao coordenador de biomedicina por me orientarem e a UNIESP/FASER por dar a oportunidade de desenvolver este trabalho.

Referências 1. Ministério da saúde (Br) Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais : Portal sobre AIDS, doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais[citado em 2009].Brasília

(DF):

Ministério

da

Saúde;

2009.

Disponível

em:

http://www.aids.gov.br/pagina/sifilis-na-gestacao.

2. 2012. Ministério da saúde. Boletim epidemiológico Sífilis. Ano I nº 01. Disponível em: [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_epidem_ sifilis_2012.pdf] Acessado em 30 de junho de 2013 / Barsanti C, Diniz EMA, Succi RCM. Diagnóstico de sífilis congênita: comparação entre testes sorológicos na mãe e no recém-nascido. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 32: 605-611, 1999.

3. Coberllini JPN, Et al. Sífilis: atualidades na abordagem terapêutica. JBM 2000; 78(6): 44-50. / Vaz AJ, Et al. Resultados de teste imunodiagnóstico da sífilis: (VDRL e FTA-ABS) obtidos em laboratórios de privados (São Paulo-SP, 1996). News Lab., São Paulo. Set/out. 1997; 24: 124-8. / Lima JCC, Et al. A história da sífilis e seu diagnóstico laboratorial. São Paulo: Laes & Haes; ago/ set 1999; 20(120): 203-212.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Diretrizes para o Controle da Sífilis Congênita. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2005. / Rouquayrol MZ, Et al. Epidemiologia das doenças

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infecciosas em Fortaleza. Fortaleza: Secretaria de Saúde do Estado do Ceará; 1996. 176 p. 5. Manual de controles das doenças sexualmente transmissíveis – DST. 3.ed. Brasília, DF: coordenação Nacional de DST/AIDS. Ministério da Saúde; 1999

6. Association of Public Health Laboratories, 2009. Laboratory Diagnostic Testing for Treponema pallidum. Expert Consultation Meeting Summary Report. 7. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Ministério da Saíde, Brasília.

8. Abarzúa, F., Belmar, C., Rioseco, A., Parada, J., Quiroga, T., and García, P., 2008. Pesquisa de sífilis congenita al momento del parto: Suero materno o sangre de cordón. Rev Chil Infect. 25: 155-161.

9. Association of Public Health Laboratories, 2009. Laboratory Diagnostic Testing for Treponema pallidum. Expert Consultation Meeting Summary Report.

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DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM SEPSE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Valeska Dantas Gaudêncio Gomes1; Joseane Flor dos Santos1;Danielle Samara Tavares de Oliveira2 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat e-mail: leskinha_jp@hotmail.com; e-mail:josyflorzinha@hotmail.com 2- Professora da Faculdade Santa Emíliade Rodat, e-mail: daniellesamara@hotmail.com Endereço para contato:Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

RESUMO Esse estudo objetiva elaborar diagnósticos e intervenções de enfermagem para pacientes com sepse em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão de literatura, realizado no mês de outubro de 2013. Para a elaboração dos diagnósticos de enfermagem foi utilizado o processo de raciocínio diagnóstico e a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association – International, as para elaboração das intervenções foi utilizado o referencial teórico proposto por Doenges; Moorhouse e Murr. Foram identificados seis diagnósticos prioritários:Volume de líquidos deficiente; Eliminação urinária prejudicada; Troca de gases prejudicada; Padrão respiratório ineficaz; Perfusão tissular periférica ineficaz; Risco de desequilíbrio na temperatura corporal, assim como foram identificadas as principais intervenções adequadas a cada diagnóstico. Por fim conclui-se que a sepse é um problema frequente em UTI e espera-se com esse estudo contribuir para o conhecimento dos principais diagnósticos e intervenções de enfermagem que poderão ser utilizados para nortear o cuidar da enfermagem ante o paciente com sepse. Palavras-chave: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica. Cuidados intensivos. Sepse. Introdução As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são ambientes de cuidados destinados à assistência de pacientes críticos que requerem monitorização contínua de suas funções vitais. Dentre os problemas de saúde, mais comumente evidenciados nesse cenário, destaca-se a sepse, que é uma das maiores causas de admissão e morbimortalidade em UTIs não cardiológicas em todo mundo (HENKIN; COELHO; PAGANELLA, 2009; SILVA, 2006). A Sepse decorre de uma resposta inadequada do processo inflamatório no qual o organismo ao ser agredido por um agente infeccioso desenvolve uma resposta inflamatória sistêmica (SIRS). A SIRS está associada à manifestação de pelo menos duas das seguintes manifestações: febre ou hipotermia; taquicardia (acima de 90 bpm); taquipneia; leucocitose ou leucopenia. Dessa forma, a sepse é identificada quando o paciente apresenta a SIRS associada a um foco infeccioso comprovado ou presumido (HENKIN; COELHO; PAGANELLA, 2009).

Convém ressaltar que a Sepse poderá evoluir para sepse grave, choque séptico e Síndrome de Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO) (MESQUITA, 2009). Um estudo

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epidemiológico realizado em 75 UTIs do Brasil avaliou a incidência de sepse, em uma população de 3.128 pacientes, desses, 16,7% apresentaram sepse. Quando discriminados em estágios evolutivos sepse, sepse grave e choque séptico, a incidência foi 19,6%, 29,6% e 50,8% e a mortalidade foi 16,7%, 34,4% (SALES JUNIOR et al., 2006). Assim, quanto maior o estágio evolutivo, maiores são as taxas de letalidade. Nesse contexto, destaca-se a relevância da assistência de enfermagem na identificação e controle da evolução fisiopatológica da sepse, visando redução da morbimortalidade. Por ser uma profissão que está a maior parte do tempo junto ao paciente, o enfermeiro poderá reconhecer precocemente os sinais e sintomas da patologia e instituir medidas de tratamento, embasadas em princípios científicos. Para tanto, torna-se essencial à identificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem objetivando um cuidado mais científico e menos intuitivo. Dessa forma, a partir dos diagnósticos de enfermagem e das intervenções identificadas será possível, adquirir subsídios que servirão para nortear as ações da enfermagem no cuidado ao paciente séptico em UTI. Ante o exposto, esse estudo tem como objetivo elaborar diagnósticos e intervenções de enfermagem para pacientes com sepse em UTI.

Metodologia Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão de literatura, realizado no mês de outubro de 2013, em livros pertinentes à temática na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando-se os seguintes descritores: Sepse, Unidades de Terapia Intensiva, Cuidados de enfermagem. A revisão foi realizada com o objetivo de identificar as características definidoras que elucidaram a identificação dos diagnósticos de enfermagem, os quais foram construídos com base na Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association – International(NANDA-I, 2013). Para a elaboração dos diagnósticos de enfermagem utilizou-se o processo de raciocínio diagnóstico, proposto por Gordon (1994): interpretação das informações obtidas por meio da revisão da literatura; agrupamento dos dados relevantes e interrelacionados; categorização dos dados empíricos em domínios e classes correspondentes da NANDA-I (NANDA-I, 2013). Para a elaboração das intervenções de enfermagem, foi utilizado o referencial proposto por Doenges; Moorhouse e Murr (2012), as intervenções foram selecionadas a

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partir das necessidades afetadas do paciente séptico, objetivando reduzir/minimizar os diagnósticos de enfermagem. Os diagnósticos foram apresentados em quadro conforme domínio da NANDA-I, sendo analisada a luz da literatura pertinente.

Resultados e discussão A fisiopatologia da sepse determina alterações que incluem os sistemas cardiovascular, respiratório, renal, gastrointestinal dentre outros. Assim sendo, as principais características definidoras, encontradas foram: hipovolemia, hipotensão arterial, taquipnéia, acidose respiratória, hipoperfusão tecidual, hiperlactatemia, oligúria, leucopenia, anemia. Os principais diagnósticos de enfermagem para pacientes acometidos por sepse. Quadro 1- Diagnósticos de enfermagem para pacientes com sepse.

Domínio (NANDA-I)

Nutrição Eliminação e troca

Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I)

Volume de líquidos deficiente Eliminação urinária prejudicada Troca de gases prejudicada Padrão respiratório ineficaz

Atividade e repouso

Perfusão tissular periférica ineficaz

Segurança e Proteção

Risco de desequilíbrio na temperatura corporal

Fonte: NANDA-I (2013); DOENGES, MOORHOUSE E MURR (2012). O diagnóstico volume de líquidos deficiente relaciona-se a SIRS, que desencadeia aumento acentuado da permeabilidade vascular, especialmente na microcirculação, resultando em perda de líquido intravascular que é evidenciado pela redução da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca (MATSUBA et al., 2009). Como intervenções de enfermagem para esse diagnóstico destacam-se: avaliar parâmetros hemodinâmicos e atentar para ocorrência de hipotensão arterial grave (sistólica menor ou igual a 90mmhg ou Pressão arterial média-PAM menor ou igual a 70mmhg), taquicardia e pulsos periféricos filiformes; Atentar para rebaixamento do nível de consciência, além de alterações como confusão;

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sonolência; letargia; fraqueza muscular; tontura; Monitorar os exames laboratoriais (hemoglobina e hematócrito, eletrólitos, proteínas totais); Administrar soluções cristaloides a fim de manter a pressão venosa central (PVC) entre 8-12 mmHg; Repor hemocomponentes caso seja necessário (DOENGES; MOORHOUSE; MURR,2012; MESQUITA, 2009). A eliminação urinária prejudicada está relacionada à hipoperfusão renal que é evidenciada por oligúria/anúria, caso seja prolongada poderá lesionaros túbulos renais causando insuficiência renal, manifestada por meio do aumento de ureia e creatinina. Dessa forma, dentre as ações de enfermagem para esse diagnóstico destacam-se: realizar passagem de cateter vesical de demora (SVD) para controlar o débito urinário; Realizar avaliação e anotação no balanço hídrico a cada duas horas; Realizar avaliação do débito urinário a cada duas horas; Monitorar níveis de ureia e creatinina; Iniciar terapia dialítica conforme necessidade e prescrição médica(DOENGES; MOORHOUSE; MURR, 2012). A troca de gases prejudicada está diretamente relacionada ao desequilíbrio da ventilação-perfusão. O endotélio dos capilares pulmonares aumenta sua permeabilidade durante o quadro séptico, desencadeando edema intersticial pulmonar e consequentemente redução da complacência pulmonar, prejudicando dessa forma a hematose. Tais alterações determinam hipoxemia. As intervenções de enfermagem prioritárias são: elevar a cabeceira do leito/posicionar o cliente adequadamente; Realizar a administração de oxigênio suplementar na menor concentração de acordo com os resultados laboratoriais ou com os sintomas/condição

do

cliente;

Administrar

fármacos

conforme

a

necessidade

(glicocorticoides inalatórios e sistêmicos, antibióticos, broncodilatadores, diuréticos); Monitorar radiografia de tórax para verificar a ocorrência de infiltrações pulmonares (DOENGES; MOORHOUSE; MURR, 2012). Já o diagnóstico padrão respiratório ineficaz relaciona-se ao edema pulmonar, sendo evidenciado por dispneia, uso de músculos acessórios, batimento de asa nasal. Diante disso, o enfermeiro deve estar atento para rebaixamento do nível de consciência e fadiga muscular, que podem revelar um quadro de insuficiência respiratória aguda, com necessidade de intubação orotraqueal; Auxiliar intubação orotraqueal conforme necessidade; Monitorar oximetria de pulso; Realizar coleta de gasometria arterial atentando para distúrbios como acidose respiratória, dentre outros. A perfusão tissular periférica ineficaz está relacionada à hipovolemia, sendo evidenciada pela cianose e tempo de enchimento capilar maior que dois segundos. Diante

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disso, as intervenções devem enfocar: o exame dos pulsos arteriais (femorais, poplíteos, dorsais dos pés e tibiais posteriores bilateralmente); Verificar temperatura e umidade dos membros superiores e inferiores, a hipotermia indica má perfusão tecidual; realizar massagem de retorno venoso e atentar para as complicações associadas à perfusão inadequada a exemplo de ulceras por pressão nas regiões predispostas (DOENGES; MOORHOUSE; MURR, 2012). Por fim, o diagnóstico de risco de desequilíbrio da temperatura corporal está relacionado a disfunções hipotalâmicas, sendo comum a febre entre pacientes adultos/jovens e hipotermia no idoso. Diante disso, as ações de enfermagem compreendem: monitorar os sinais vitais a cada duas horas; se possível, aferir a temperatura central, para monitoramento contínuo; informar sinais de hipotermia ou hipertermia; ajustar temperatura ambiente conforme as necessidades do paciente, se hipotermia promover aquecimento com cobertores e administrar medicação antipirética, conforme necessidade. A Sepse é um problema frequente em UTI, diante disso, o enfermeiro deve possuir conhecimentos e habilidades para lidar com essa clientela. Para tanto, seu cuidado deve se desenvolver por meio de um método científico que norteie suas ações, conhecido por processo de enfermagem. Nesse estudo, foram identificados, seis diagnósticos de enfermagem prioritários que podem ser evidenciados no paciente com sepse, assim como, foram traçadas as principais intervenções que podem ser implementadas pelo enfermeiro e equipe de enfermagem ante esse fenômeno. Com esse estudo, espera-se contribuir com o conhecimento de acadêmicos de enfermagem e enfermeiros no tocante ao fenômeno da sepse em UTI, assim como, espera-se contribuir com a identificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem que poderão ser utilizados no cuidar de um paciente séptico. Referências Bibliográficas BULECHEK, G.M.; BUTCHER, H.K.; DOCHTERMAN, J. Classificação das intervenções de Enfermagem (NIC). 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. DOENGES, E.M.; MOORHOUSE, F. M.; MURR, C. A. Diagnósticos de Enfermagem. 12. ed. Rio de Janeiro:GuanabaraKoogan, 2012. GORDON, M. Nursing diagnosis: process and application. 3 aed. St Louis: Mosby, 1994, p. 35-45. HENKIN, C.S; COELHO J.C.; PAGANELLA, M.C. et al. Sepse: uma visão atual.Scientia Médica, v. 19, n. 3, p. 135-145, 2009. MATSUBA, C.S.T. et al. Nutrição: quando e como iniciar. In: VIANA, R.A.P.P. Sepse para enfermeiros- as horas de ouro: identificando e cuidado do paciente séptico. São Paulo: Atheneu, 2009. Cap.6, p.53-61.

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MESQUITA, A.M.F. Cuidados iniciais: o enfermeiro identificando a Sepse. In: VIANA, R.A.P.P. Sepse para Enfermeiros - as horas de ouro: identificando e cuidado do paciente séptico. São Paulo: Atheneu, 2009. Cap. 2, p.11-21. SALES JÚNIOR, J.A.L. et al.Sepse Brasil: Estudo Epidemiológico da Sepse em Unidades de Terapia Intensiva Brasileiras. Rev. Bras. Ter. Intensiva.v. 18, n.1, p. 9-17, 2006.

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DIAGNÓSTICOS, RESULTADOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Joseane Flor dos Santos1;Valeska Dantas Gaudêncio Gomes1;Danielle Samara Tavares de Oliveira2 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat. e-mail: josy-florzinha@hotmail.com; leskinha_jp@hotmail.com 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: daniellesamara@hotmail.com Endereço para contato: Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

RESUMO Esse estudo objetivou elaborar diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, prioritários para pacientes com insuficiência cardíaca. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão da literatura, realizado entre outubro a novembro de 2013, na Biblioteca Virtual em Saúde e em livros pertinentes à temática. Os diagnósticos e intervenções de enfermagem foram elaborados com base na North American Nursing Diagnosis Association – International e NursingInter ventions Classification (NIC) respectivamente e para a construção dos resultados esperados foi utilizado o referencial proposto por Doenges, Moorhouse e Murr (2012). Foram identificados seis diagnósticos prioritários das necessidades psicobiológicas afetadas na IC: débito cardíaco diminuído, volume de líquidos excessivo, troca de gases prejudicados, padrão respiratório ineficaz e risco de integridade da pele prejudicada. Por meio desse estudo, foi possível traçar um plano de cuidado eficiente que poderá contribuir para o reconhecimento dos principais diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem a serem implantados pelo enfermeiro ante o fenômeno em questão. Palavras-chave: Aterosclerose. Diagnóstico de Enfermagem. Cuidados de enfermagem. Introdução A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome complexa, de caráter progressivo que pode resultar de qualquer desordem que impossibilita o coração de bombear sangue de forma adequada para atender as demandas do metabolismo tecidual (NOGUEIRA; SERVANTES; NOGUEIRA, et al. 2010). Possui etiologia multifatorial, sendo a aterosclerose coronariana sua principal causa além do diabetes mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), dentre outras (BACAL; VEIGA; FIORELLI et al., 2000). No Brasil, entre 2006 a 2007, essa patologia foi responsável por aproximadamente 2,6% das internações hospitalares, o equivalente a 300.000 internações anuais (BRASIL, 2009). No país, há cerca de dois milhões de pessoas com IC, sendo diagnosticados 240 mil casos por ano. No ano de 2009 constitui-se em uma das causas mais freqüentes de internação hospitalar entre idosos (BRASIL, 2010). As alterações biológicas irão depender do grau de sobrecarga do músculo cardíaco que determinará limitações e dificuldades no psicossocial dos indivíduos que poderão evidenciar restrições no seu cotidiano. Tais alterações requerem

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do enfermeiro preparo para identificar tais necessidades e assistir o paciente de forma individualizada. Dessa forma, a identificação de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem por meio da utilização de sistemas de classificação para o indivíduo com IC, poderá contribuir para a redução de complicações e readmissões hospitalares que além de sérias repercussões para a vida do paciente, oneram o sistema de saúde (DUTRA, 2006). A partir desse estudo, será possível colaborar com a assistência de enfermagem, por meio de um direcionamento científico, vislumbrando melhorias na qualidade da assistência ao indivíduo com IC. Ante o exposto, esse estudo tem por objetivo elaborar diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, prioritários para pacientes com IC.

Metodologia Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão da literatura, desenvolvido em etapas: revisão da literatura, formulação dos diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. A revisão de literatura foi realizada entre outubro a novembro de 2013, na Biblioteca Virtual em Saúde e em livros pertinentes à temática. Tal revisão foi realizada com o objetivo de identificar dados relevantes acerca da epidemiologia, fisiopatologia e manifestações clínicas (características definidoras) da IC. As principais características definidoras elucidaram a identificação dos diagnósticos de enfermagem que foram elaborados com base na Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association – International (NANDA-I, 2013). Para a construção das intervenções de enfermagem, foi utilizada a Nursing Interventions Classification (NIC) (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010) e para a construção dos resultados esperados foi utilizado o referencial teórico proposto por Doenges, Moorhouse e Murr (2012). Os diagnósticos, resultados e as intervenções foram priorizados, por grau de necessidade, tendo como prioridade indispensável nesse estudo, às necessidades fisiológicas. Os resultados foram apresentados em quadro e analisados à luz da literatura.

Resultados e discussão A partir dos achados, identificou-se que a IC pode apresentar repercussões sistêmicas especialmente quando descompensada. Durante a compensação do quadro clínico, os sinais e sintomas característicos da doença podem estar reduzidos/minimizados.

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Dessa forma, destacam-se as seguintes manifestações clínicas: Taquicardia, pele fria e cianótica, edema gravitacional ou generalizado, ruídos adventícios (estertores), ortopnéia, dispnéia, fadiga da musculatura acessória, batimento de asa nasal, confusão, hipóxia, gases sanguíneos arteriais anormais, ansiedade, distensão das veias jugulares, oligúria, sudorese e dor precordial (DUTRA, 2006; NOGUEIRA; SERVANTES; NOGUEIRA et al. 2010). Quadro 1: Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, para pacientes com IC

Diagnóstico de enfermagem (NANDA-I) Débito cardíaco diminuído Volume de líquidos excessivo Troca de gases prejudicada

Padrão Respiratório Ineficaz Risco de Integridade da pele prejudicada

Resultado Esperados O paciente deverá: Apresentar estabilidade hemodinâmica Manter o volume de líquidos no nível fisiológico Melhorar a ventilação e oxigenação adequada dos tecidos

Intervenções de Enfermagem (NIC) Cuidados Cardíacos: fase aguda. Controle da eliminação urinária; Aconselhamento nutricional. Monitoração dos sinais vitais; Controle das vias aéreas; Controle Acidobásico: acidose respiratória.

Estabelecer um padrão Controle da dor; respiratório e eficaz Oxigenoterapia. Apresentar risco de integridade da pele Prevenção de Úlceras por Pressão. prejudicada minimizado

Fonte: NANDA-I (2013) O diagnóstico débito cardíaco diminuído está relacionado à hipertrofia e/ou dilatação ventriculares - mecanismos adaptativos que ocorrem para tentar melhorar a ejeção sanguínea para as artérias pulmonar e aórtica que estão sob altas pressões, como acontece na IC causada pela HAS. Porém, com o tempo, esses mecanismos são falhos e determinam a hipoperfusão orgânica, oferta inadequada de oxigênio, assim como, congestão venosa sistêmica e pulmonar (BORGES, 2005). O enfermeiro deve executar as seguintes atividades: monitorar o ritmo e a freqüência cardíacos; Auscultar os pulmões quanto ao aparecimento de crepitações e ruídos adventícios; Monitorar o estado neurológico; Obter eletrocardiograma; Monitorar os valores laboratoriais relativos a eletrólitos (potássio e magnésio séricos) que podem aumentar o riso de arritmia; Limitar a ingestão de cafeína, sódio, colesterol e alimentos ricos em lipídios; Alternar o paciente de decúbito a cada duas horas e administrar pequenas doses de anticoagulantes para prevenir trombos (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010; DOENGES, MOORHOUSE, MURR, 2012)

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.O diagnóstico volume de líquidos excessivo está relacionado à diminuição da filtração glomerular, ao aumento da produção de hormônio antidiurético e a retenção de sódio e água, evidenciados por ortopnéia, estertores crepitantes, ansiedade, distensão das veias jugulares e oligúria. Para alcance da intervenção, controle da eliminação urinária destaca-se as atividades: restringir líquidos sempre que necessário; administrar diuréticos conforme prescrito; monitorar a eliminação urinária; inserir sonda vesical se necessário. Além disso, o enfermeiro deve promover aconselhamento nutricional: facilitar a identificação dos comportamentos alimentares a serem modificados; discutir sobre as exigências nutricionais e as percepções do paciente quanto à dieta prescrita/ recomendada que deva ser hipossódica; monitorar níveis de albumina, proteína total, hemoglobina e hematócrito

(BULECHEK;

BUTCHER;

DOCHTERMAN,

2010;

DOENGES;

MOORHOUSE; MURR, 2012). A troca de gases prejudicada no contexto da IC relaciona-se com o aumento da pressão capilar-pulmonar que desencadeia edema pulmonar, levando a um quadro de confusão, hipóxia, dispnéia, gases sanguíneos arteriais anormais e sudorese. O enfermeiro deve: monitorar a pressão sanguínea, pulso, temperatura e padrão respiratório e oximetria de pulso; monitorar a ocorrência de padrões respiratórios patológicos (Cheyne-Stokes, kussmaul, Biot, suspiros excessivos); manter o controle das vias aéreas por meio do posicionamento em Fowler de modo a maximizar o potencial ventilatório e administrar oxigênio, conforme apropriado; Obter gasometria arterial (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010; DOENGES, MOORHOUSE, MURR, 2012). Já o Padrão respiratório ineficaz secundário a IC, pode estar relacionado ao edema pulmonar e a dor aguda ou crônica, evidenciado por fadiga da musculatura acessória, batimento de asa nasal e a dispnéia. Como atividades de enfermagem destacam-se: aspirar secreções nasais e traqueais, conforme apropriado; monitorar o fluxo de oxigênio administrado; e para o controle da dor, avaliar tipo da dor e selecionar uma estratégia para seu

alívio

(BULECHEK;

BUTCHER;

DOCHTERMAN,

2010;

DOENGES,

MOORHOUSE, MURR, 2012). Por fim, o diagnóstico risco de integridade da pele prejudicada pode está presente em pacientes IC devido a fatores como, repouso prolongado ao leito e/ou cadeira, edema e diminuição da perfusão dos tecidos periféricos. É necessária adoção de medidas que reduzam esses riscos, tais como: aplicar barreira de proteção, como cremes ou compressas que

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absorvem a umidade, removendo o excesso dessa umidade; mudar de decúbito a cada duas horas; aplicar protetores nos cotovelos e calcanhares; documentar a condição da pele na admissão e diariamente e monitorar o surgimento de áreas avermelhadas (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010; DOENGES, MOORHOUSE, MURR, 2012). A identificação de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem contribui de forma essencial para pacientes com IC, através dos sistemas de classificação como a NANDA-I e a NIC, foi possível traçar um plano de cuidado eficiente que poderá contribuir para reduzir o risco de complicações oriundos dessa patologia. Nesse estudo, priorizaram-se os diagnósticos relacionados às necessidades biológicas, porém é relevante enfatizar que os pacientes com essa patologia poderão evidenciar necessidade de cuidados psicossociais que não devem ser negligenciados pelo enfermeiro. Por fim, espera-se contribuir com esse estudo para o reconhecimento dos principais diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem a serem implantados pelo enfermeiro ante o fenômeno em questão.

Referências Bibliográficas BACAL F.; VEIGA V.C.; FIORELLI A.et al. Análise dos fatores de risco da doença vascular

do

enxerto

em

pacientes

assintomáticos

após

transplante

cardíaco.Arq.Bras. Cardiol. v.75, n.5, p. 413-420, 2000. BORGES E.S. Insuficiência cardíaca congestiva [Internet]. 2005. Disponível em: <http://educacao.cardiol.br/manualc/PDF/d_insuficiencia_cardiaca_conges tiva.pdf> . Acesso em: 03 de novembro de 2013. BRASIL. Ministério da saúde. Departamento de informática do SUS. DATASUS. 2009. Disponível em: < http:// www.datasus.gov.br>. Acesso em: 06 de novembro de 2013. BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Indicadores Sociodemográficos e de

Saúde

no

Brasil

2010.

Disponível

em:

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_notici a=1708&id_pagina=1> Acesso em: 04 de novembro de 2013. BULECHEK G.M, BUTCHER H.K, DOCHTERMAN J.M, Classificação das intervenções de enfermagem NIC.5a Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. DOENGES M.E, MOORHOUSE M.F, MURR A.C, Diagnósticos de Enfermagem. 12aed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2012. DUTRA, O.P. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave. Arq. Bras. Cardial. v. 87, n. 2, p.223-231, 2006.

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NOGUEIRA, I. V.; SERVANTES, D.M.; NOGUEIRA, A.M.R. et al. Correlação entre qualidade de vida e capacidade funcional na insuficiência cardíaca. Arq. Bras. Cardiol. v.95, n.2, p 238-243, 2010. NORTH AMERICAN NURSING ASSOCIATION INTERNACIONAL (NANDA-I). Diagnósticos de enfermagem da NANDA 2012-2014: definições e classificação. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA Michelly Kelly dos Santos1; Marcos Antônio Jeronimo Costa2; Priscilla Anne Castro de Assis3 1.Aluna da Faculdade Santa Emília de Rodat, email:michellykc@hotmail.com; 2. Professor da Universidade Estadual da Paraíba, email: marcoscostajp@gmail.com 3. Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: priscilla_annec@yahoo.com.br

RESUMO As leishmanioses compreendem um complexo de doenças infecto-parasitárias que ameaçam 350 milhões de pessoas em 88 países em regiões tropicais, sub-tropicais e temperadas.As leishmanioses são infecções parasitárias que acometem animais domésticos, silvestres e o homem de diferentes formas clínicas. Dentre as formas, existe a leishmaniose visceral, também conhecida como calazar e nas Américas, a espécie responsável por essa enfermidade é a Leishmania (Leishmania) chagasi. O Brasil é um dos seis países mais acometidos por esta enfermidade e a Paraíba contribui efetivamente para estas estatísticas. O objetivo do presente trabalho é fazer um levantamento do cenário atual dos casos de leishmaniose visceral humana(LV), com o intuito de mapear as áreas de maior incidência na cidade de João Pessoa, servindo, desta forma, o eventual trabalho, como ferramenta para a elaboração de programas e campanhas de prevenção e promoção da saúde humana. Os dados do presente estudo foram fornecidos pela Hospital Lauro Wanderely da cidade de João Pessoa, com previa autorização da mesma. O presente material fornecido foi trabalhado e algumas conclusões foram obtidas. Mediante as informações coletadas observa-se que entre o período de 2007 a 2012 foram registrados 51 casos de LV em humanos na cidade de João Pessoa dos quais vinte e cinco bairros apresentaram moradores infectados com o parasita. Os bairros que apresentam os maiores índices estão localizados próximos de áreas florestais ou passaram por grandes mudanças ocasionadas pelo setor imobiliário, demostrando como a ação humana contra a natureza é um dos principais fatores a tal expansão do parasita, isso por conta da destruição do habitat natural do mosquito vetor. Palavras-chave: incidência, leishmaniose, flebotominio, parasita. Introdução As leishmanioses constituem um complexo de doenças infecto parasitárias que resultam do parasitismo em hospedeiros mamíferos por diferentes espécies de protozoários do filo Sarcomastigophora, classe Zoomastigophorea, da ordem Kinetoplastida, da família Trypanosomatidae, do gênero Leishmania (NEVES, 2005; BRASIL, 2008; ALMEIDA,2003; ARAGÃO,1922). Apresenta uma vasta distribuição geográfica na maioria das áreas tropicais e subtropicais do globo terrestre, estendendo-se pela América do Sul e Central, Europa, África e Ásia (WHO,2012). As leishmanioses compreendem um grupo de doenças com um grande espectro de manifestações clínicas, podendo causar úlceras cutâneas, que podem ser desfigurantes na mucosa, ou ainda atingir as vísceras, dependendo da espécie do parasito e da resposta imunológica do hospedeiro (WHO, 2012). Podemos dividir esse largo espectro de manifestações clínicas das leishmanioses em dois grupos, são eles: a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e a Leishmaniose Visceral Americana

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(LV), também conhecida como calazar.A leishmaniose visceral, calazar, febre dum-dum ou botão do oriente tem como principal agente etiológico a Leishmania (Leishmania) chagasi(NEVES, 2005; BRASIL, 2008). Cerca de 90% dos casos de leishmaniose visceral do mundo ocorrem em apenas seis países: Bangladesh, Índia, Nepal, Sudão, Etiópia e Brasil e aproximadamente, 80% dos casos de leishmaniose visceral no Brasil ocorrem no Nordeste e a Paraíba não está fora destas estimativas (BOELAERT etal, 2000; DESJEUX, 2004). O objetivo do presente trabalho é fazer um levantamento de casos humanos com Leishmaniose Visceral(LV), com o intuito de mapear as áreas de maior incidência na cidade de João Pessoa, dessa forma servindo o eventual trabalho como ferramenta para a elaboração de programas e campanhas de prevenção e promoção da saúde humana.

Material e métodos Os eventuais dados foram fornecidos pelo Hospital Lauro Wanderley da cidade de João Pessoa, com previa autorização da mesma e o material fornecido foi trabalhado e algumas conclusões foram obtidas. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa GraphPadPrism 5.0.

Resultados e discussão Mediante as informações coletadas observa-se que entre o período de 2007 a 2012 foram registrados 51 casos de leishmaniose visceral em humanos na cidade da grande João Pessoa, das quais vinte e cinco bairros apresentaram moradores infectados com o parasita Leishmania (Figura 1).Os bairros que apresentaram uma maior incidência de casos foram Mangabeira, Alto do Mateus, Bairro das Indústrias e Costa e Silva (Gráfico1). Grande parte desses bairros se encontrapróximos a áreas florestais ou passaram por grandes mudanças ocasionadas pelo setor imobiliário, nas quais a área plantada (área verde) foi reduzida. No Brasil, a leishmaniose visceral inicialmente tinha um caráter eminentemente rural e, mais recentemente, vem se expandindo para as áreas urbanas de médio e grande porte. As transformações no ambiente, provocadas muitas vezes pelo intenso processo migratório, o processo de urbanização crescente, o esvaziamento rural e as secas periódicas são alguns dos fatores que aqui, no Brasil, acarretaram a expansão das áreas endêmicas para as grandes metrópoles e assim contribuindo para o aparecimento de novos focos (BRASIL, 2008; BARCELOS, 2009).

Figura 1 – Incidência de leishmaniose por bairro do município de João Pessoa nos últimos seis anos. (•)

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Leishmaniose visceral; (•) leishmaniose tegumentar e (•) área de sobreposição das duas formas clínicas (Fonte: SES-PB/CVE).

Entretanto, é importante frisar que apesar se de observar uma tendência de redução no númerode casos registrados nos últimos anos, é importante ressaltar a dificuldade de expressão dos dados tendo em vista a subnotificação, diagnóstica imprecisos e as variações de resposta do hospedeiro. Gráfico 1 –Número de casos notificados de leishmaniose visceral na grande João Pessoa de 2007 a 2012. (Fonte: SES-PB/CVE).

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Desta forma, podemos concluir que, como mencionado acima, a maioria desses bairros se encontram em locais que passaram por grandes mudanças ou se encontram próximos a mata, tornando-se evidente que a ação do homem contra a natureza é um dos principais fatores a tal propagação do parasita, isso por conta do processo de urbanização que destrói o habitat natural do vetor que são fêmeas de insetos hematófagos conhecidos como flebotomíneos.

Referências bibliográficas ALMEIDA,M.C.;VILHENA,V.; BARRAL,A; BARRAL-NETO,M. Leishmanial infection: analysis of its first steps. A review.Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 98: 861870, 2003. ARAGÃO, H.B. Transmissão da leishmaniose no Brasil pelo Phlebotomusintermedius. Brazil Médico. 36:129, 1922. BARCELOS, D. S. Aspectos clínicos e parasitários de cães infectados naturalmente por leishmania spp em duas áreas de transmissão intensa com diferentes características ambientais e sociais. 2009.93p. Dissertação (Mestrado)- Instituto De Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro- UFRRJ / SeropédicaRJ.

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BOELAERT, M. et al. Visceral leishmaniasiscontrol: a public health perspective. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg. 94: 465–471, 2000. BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. 1a ed., 3a reimpressão. Brasília, DF, 2008. DESJEUX, P., Leishmaniasis: current situation and new perspectives, Comp. Immunol. Microbiol. Inf. Dis., 27: 305, 2004. NEVES, D. P. Parasitologia Dinâmica. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2009. NEVES, P. D.. Parasitologia humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2005. World Health Organization/ Special Programe for Research and training in Tropical Diseases

-

TDR.

Life

cycleofLeishmania.

Disponível

em

http://www.who.int/tdr/diseases/leish/lifecycle.htm Acesso em 16 de agosto de 2012.

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FISIOPATOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTES COM AIDS EDVÂNIA DE SOUZA COSTA¹; IASMYM PONTES DE ARAÚJO BARBOSA1; LUCIENE FIDELIS SILVA1; OTACÍLIO BENÍCIO DA PAIXÃO JÚNIOR1; ANDRÉA MARIA ROLIM DA PAZ2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: vania18_bio@hotmail.com; iasmympontesbio@gmail.com; luccyhta@hotmail.com; otaciliobenicio@gmail.com; 2 - Professor mestre de patologia da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: andrearpaz@gmail.com.

RESUMO Analisar os eventos fisiopatológicos da tuberculose pulmonar, elencando os mecanismos desde a infecção da bactéria Mycobacterium tuberculosis, a reação do sistema imune diante da exposição a este patógeno, ocorrendo o recrutamento de células de defesa até a sua atuação no pulmão com a formação de granulomas e necrose caseosa. E relacionar com o comprometimento do sistema imunológico em pacientes com AIDS. A imunidade ao M. tuberculosis é mediada principalmente pelas células T H1, que estimulam os macrófagos a destruírem as bactérias. No momento em que o sistema imunológico começa a ficar comprometido, surgem as doenças oportunistas, entre as quais está a tuberculose como a mais importante entre os pacientes com AIDS, sendo esta doença caracterizada pela diminuição dos linfócitos T CD4+ que secretam a citocina T H1, que está relacionada principalmente com a defesa mediada por fagocitose contra agentes infecciosos intracelulares, como Interferon-gama (INF-γ), IL-2 e Fator de Necrose Tumoral alfa (TNFα), ocorrendo assim a reincidência ou o agravamento da tuberculose. Desse modo, modificando o caráter da tuberculose pulmonar, de uma evolução crônica para aguda, podendo levar os pacientes com essas duas patologias ao óbito em poucas semanas. Palavras-chave: fisiopatologia, tuberculose pulmonar, AIDS. Introdução A bactéria Mycobacterium tuberculosis é um bastonete aeróbio delgado que cresce em cadeias ramificadas ou retas. O Mycobacterium tuberculosis tem uma parede celular cerosa composta de ácido micólico, que os torna acidorresistentes, significando que eles não se coram pelo método de Gram, mas pelo método de Ziehl-Neelsen (ZN). O Mycobacterium tuberculosis é o patógeno causador da tuberculose que pode provocar tanto uma doença progressiva quanto uma infecção latente, sendo o homem seu principal reservatório. Comumente, a fonte de infecção é um indivíduo com a forma pulmonar da doença, eliminando bacilos para o exterior(1). O vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus da família Lentiviridae responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS). O vírus penetra no organismo e incorpora-se ao DNA do hospedeiro. Ele infecta particularmente linfócitos T auxiliares, os quais expressam em sua superfície a molécula CD4 + que atua como molécula

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receptora. Com o tempo, ocorre a depleção dos linfócitos auxiliares CD4 +, sendo a diminuição dessas células um marcador da progressão da infecção pelo HIV. No momento em que o sistema imunológico começa a ficar comprometido, devido ao desenvolvimento da AIDS, surgem as doenças oportunistas, entre as quais está a tuberculose como a mais importante entre os pacientes com AIDS (1). Esta pesquisa tem como embasamento demonstrar a relação da coinfecção tuberculose pulmonar e AIDS. O objetivo desta pesquisa é descrever os eventos fisiopatológicos da tuberculose pulmonar em pacientes que apresentam a AIDS. Assim, mostrando o quanto a relação dessas duas patologias pode ser determinante na mudança do quadro clínico desses pacientes.

Metodologia O método utilizado para o desenvolvimento da temática em discussão é decorrente de uma pesquisa de caráter bibliográfico realizado na biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat– FASER/UNIESP, como também em periódicos referentes ao conteúdo abordado e informações adquiridas nas bases científicas do SCIELO e BIREME, no período de 07 de Outubro de 2013 a 05 de Novembro de 2013, posteriormente os dados coletados foram analisados e interpretados à luz da literatura concernente ao tema.

Resultados e discussão A patogênese da tuberculose numa pessoa imunocompetente que não foi exposta previamente depende do desenvolvimento de imunidade mediada por células antimicobactérias, que confere resistência às bactérias e resulta no desenvolvimento de hipersensibilidade aos antígenos tuberculosos. As manifestações patológicas da tuberculose, como os granulomas caseificados e cavitação, detectados por exames de Raio X de tórax, são o resultado da hipersensibilidade que é parte e parcela da resposta imune do hospedeiro(2,3,5). Os macrófagos são as principais células infectadas pelo M. tuberculosis. O bacilo da tuberculose, no início da infecção, replica-se essencialmente sem ser verificado, enquanto posteriormente na infecção, a resposta dos linfócitos T auxiliares estimula os macrófagos a conter a proliferação das bactérias(2).

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O M. tuberculosis entra nos macrófagos pela endocitose mediada por vários receptores do macrófago: os receptores da manose ligam-se à lipoarabinomannan, um glicolipídio na parede celular bacteriana, e receptores do complemento ligam-se à micobactéria opsonizada(2). Uma vez dentro do macrófago o M. tuberculosis replica-se dentro do fagossomo pelo bloqueio da fusão do fagossomo ao lisossomo. Isso é um processo ativo enquanto vivos, mas não mortos; a micobactéria bloqueia a formação do fagolisossoma. O M. tuberculosis tem vários mecanismos para o bloqueio da formação do fagolisossoma, incluindo a inibição dos sinais de Ca²+ e o bloqueio do recrutamento e da reunião das proteínas que medeiam a fusão fagossomo-lisossomo. Assim, o estágio mais inicial da tuberculose primária (< 3 semanas) no indivíduo não-sensibilizado é caracterizado pela proliferação das bactérias nos macrófagos alveolares pulmonares e espaços aéreos, com bacteremia resultante e semeadura de múltiplos locais(2). A constituição genética do hospedeiro pode influenciar o curso da doença. Em algumas pessoas com polimorfismos no gene NRAMP1, a doença pode progredir deste ponto, sem o desenvolvimento de uma resposta imune efetiva. A proteína NRAMP 1 é transmembrana, encontrada nos endossomas e lisossomos e que enche de cátions divalentes. Isso pode ter um papel na geração de radicais oxigenados antimicrobianos (2). Aproximadamente 3 semanas após a infecção, uma resposta T H1 contra o M. tuberculosis é montada, ativando os macrófagos para tornarem-se bactericidas. As células TH1 são estimuladas por antígenos micobacterianos drenados ao linfonodo, que são apresentados com proteínas de classe II do MHC pelas células apresentadoras do antígeno. A diferenciação das células TH1 depende da presença da IL- 12, que é produzida pelas células apresentadoras que encontraram as micobactérias(2). As células TH1 maduras, nos linfonodos e nos pulmões produzem IFN-γ. O IFN-γ é o mediador crítico que direciona os macrófagos para se tornarem competentes para conter a infecção pelo M. tuberculosis. O IFN-γ estimula a formação do fagolisossoma nos macrófagos infectados, expondo a bactéria a um ambiente ácido hostil. O IFN-γ também estimula a expressão da síntese do óxido nítrico induzível (iNOS), que produz o óxido nítrico (NO). O NO gera mediadores do nitrogênio reativo e outros radicais livres capazes de destruição oxidativa de vários constituintes micobacterianos, da parede celular ao DNA(2).

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Fonte: Robbins & Cotran (2).

Fig. 1 A sequência de eventos na tuberculose pulmonar primária, começando com a inalação do M. tuberculosis e culminando com o desenvolvimento da imunidade mediada por células no organismo. A, Eventos que ocorrem nas primeiras três semanas após a exposição. B, Eventos posteriores. As células e bactérias não são desenhadas em escala. iNOS, sintase induzida do óxido nítrico; MHC, complexo principal de histocompatibilidade; MTB, M. tuberculosis; NRAMP1, proteína natural de resistência associada ao macrófago.

Além de estimular os macrófagos a destruírem as micobactérias, a resposta T H1 organiza a formação dos granulomas e necrose caseosa. Os macrófagos ativados, estimulados pelos IFN-γ, produzem o TNF, que recruta os monócitos. Estes se diferenciam nas “células epitelióides” que caracterizam a resposta granulomatosa. Todavia, está claro que as células TH1 têm um papel central nesse processo, pois os defeitos em quaisquer das etapas na geração de uma resposta TH1 resulta na ausência de resistência e progressão da doença(2).

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Em resumo, a imunidade ao M. tuberculosis é mediada principalmente pelas células TH1, que estimulam os macrófagos a destruírem as bactérias. Segundo Garcia et al. (1994), por sua característica de alta patogenicidade, o Mycobacterium tuberculosis (também chamado bacilo de Koch) se ativa antes de outros agentes oportunistas (1,2). No momento em que o sistema imunológico começa a ficar comprometido, surgem as doenças oportunistas, entre as quais está a tuberculose como a mais importante entre os pacientes com AIDS, sendo esta doença caracterizada pela diminuição dos linfócitos T CD4 + que secretam a citocina TH1,que está relacionada principalmente com a defesa mediada por fagocitose contra agentes infecciosos intracelulares, como Interferon-gama (INF-γ), IL-2 e Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α), ocorrendo assim a reincidência ou o agravamento da tuberculose(4).

Referências Bibliográficas 1. SANTOS, J. S; BECK, S. T. A coinfecção tuberculose e HIV: um importante desafio - Artigo de

revisão.

Revista Brasileira de

Análises

Clínicas.

Disponível

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<http://www.sbac.org.br /pt/pdfs/rbac/rbac_41_03/10.pdf> Acesso em: 14 out. 2013. 2. KUMAR, V; ABBAS, A. K; FAUSTO, N. Robbins & Cotran: Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 3. Tuberculose – Fisiopatologia. Secretaria da Saúde do Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/manejoclinico2regionalTB/2tb_fisopatedi agxerox.ppt> Acesso em: 15 out. 2013. 4. VAZ, A. J; TAKEI, K; BUENO, E. C. Imunoensaios: Fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 5.

MARCELO,

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Fisiopatologia

tuberculose.

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Disponível

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<http://xa.yimg.com/kq/groups/22736306/1833438758/name/FISIOPATOLOGIA> Acesso em: 20 out. 2013.

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HISTOPATOLOGIA DA HEPATITE ALCOÓLICA Taysa Mayara Lins Ribeiro e Silva 1, Renato Guedes Pinto2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: taysa_lins@hotmail.com; 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail:renatoguedespinto@gmail.com;

RESUMO A hepatite alcoólica ou esteato hepatite é um processo inflamatório associado à necrose hepatocitária resultante do consumo excessivo de álcool, além de ser considerada como uma lesão pré-cirrótica, presente em 10 a 35% dos alcoólatras. O fígado é uma glândula constituída por lóbulos e células hepáticas ou hepatócitos com capilares sinusóides. Entre os lóbulos encontramos o espaço porta, um ramo da artéria hepática, um ducto e vasos linfáticos. A hepatite alcoólica é caracterizada pela infiltração do fígado por células inflamatórias e lesões hepatocelulares, podendo-se desenvolver em pacientes com esteatose e sendo associada à fibrose progressiva. Os principais achados histológicos na hepatite alcoólica são balonização de focos de necrose dos hepatócitos, corpúsculo de Mallory, infiltrado inflamatório lobular rico em neutrófilos e fibrose periventricular e perissinussoidal. Este trabalho tem o objetivo de expor as principais alterações histológicas causadas pela hepatite alcoolica, abordando achados que caracterizam a lesão hepatocitária. A metodologia utilizada para a realização do presente estudo foi uma revisão de literatura feito na biblioteca da FASER e de artigos obtidos em bases de dados Scielo em setembro e outubro de 2013. Como consequência, o alcoolismo deve ser visto como uma doença complexa, que pode acometer praticamente todos os órgãos, onde o desenvolvimento da hepatite alcoolica ocorre de forma proporcional a duração do alcoolismo, além da quantidade de álcool puro que se ingere. Palavras-chave: Hepatite. Álcool. Histopatologia. Introdução Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 2 bilhões de pessoas consumem bebidas alcoólicas e 76,3 milhões possuem o diagnóstico de transtornos, decorrente do seu consumo, além de ser o responsável por 1.8 milhões de mortes anualmente. O alcoolismo é um grande problema de saúde, sendo considerado como uma doença complexa, que pode acometer todos os órgãos, além de causar danos físicos, psíquicos e problemas sociais. Dentre as patologias causadas pelo álcool, as hepatites alcoólicas destacam-se por sua frequência e mortalidade, sendo as mulheres mais vulneráveis à ação tóxica do etanol, desenvolvendo lesões mais graves, em menor tempo e ingestão de álcool. A hepatite alcoolica é considerada como uma lesão pré-cirrotica, fazendo parte de uma das etapas evolutivas da patologia. É conceituada como uma alteração degenerativa e inflamatória do fígado, apresentando esteatose, corpos hialinos, infiltrado inflamatório lobular rico em neutrófilos e fibrose. Além desses achados, observam-se também balonização de focos de necrose e corpúsculo de Mallory. Entretanto, como as manifestações

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clínicas e laboratoriais da hepatite alcoólica são inespecíficas, o diagnóstico da doença deve ser estabelecido em bases histológicas, através dos sinais clínicos que variam do processo inflamatório intenso a quadros de lesões hepatocelulares, tendo como característica a distribuição zonal da região centrolobular. Portanto, o principal objetivo deste trabalho consiste em mostrar as alterações histopatológicas acometidas pela hepatite alcoólica, abordando informações gerais sobre a patologia. Esse estudo tem a finalidade de conscientizar os profissionais de saúde e a população sobre os riscos e as lesões que o uso excessivo do álcool acarreta, além de aprimorar os conhecimentos sobre a hepatite alcoolica.

Metodologia A metodologia realizada no desenvolvimento do referente trabalho consistiu em uma revisão de literatura obtida em páginas eletrônicas da rede mundial de computadores (internet) e revistas científicas, provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais como Scielo e Google Acadêmico. Foi utilizado também livros e atlas na área de patologia e histologia que auxiliaram na melhor compreensão sobre o tema. Os descritores utilizados para pesquisa combinaram os seguintes termos: Histopatologia; Hepatite Alcoólica; Etiologia da Doença; Alcoolismo; Consequências da ação do álcool no tecido hepático; Incidência da Hepatite Alcoólica; Histologia do Fígado. A pesquisa foi realizada no período entre 16 de Setembro e 30 de Outubro de 2013.

Resultados e discussão A Doença Hepática Alcoólica representa uma doença em que convergem fatores biológicos, clínicos, epidemiológicos e psicológicos, desencadeada pelo próprio homem e modulada por diversos fatores. Podendo também ser evitada a partir do momento que o individuo aceite o problema e comece o processo de abstenção alcoólica, levando-a a se desintoxicar. Portanto, a hepatite alcoólica apresentam variações nos sinais clínicos, podendo ser assintomáticos ou evoluir para quadros fulminantes. Os casos assintomáticos são mais frequentes, apresentam a forma mais branda da doença, mas não impede que evolua para a cirrose hepática. Por isso, a importância da análise histológica da hepatite na expressão clínica da doença, onde se mostrará o grau da lesão causada pela patologia.

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Agradecimento/Financiadores Dedico esse trabalho ao professor Renato Guedes Pinto, professor da disciplina de Histológia básica, onde me auxiliou no desenvolvimento do referido estudo. Além do apoio e compreensão no decorrer das monitorias realizadas. Meu agradecimento se estende também ao coordenador do curso de Biomedicina, a todo corpo docente da instituição que direta ou indiretamente contribuíram para minha formação profissional e aos demais colegas de sala pelo incentivo e amizade.

Referências Bibliográficas 1.MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. f 277. Ed.7, São Paulo: Atlas, 2010. 2. GONÇALVES, C. S; GOMES, M. P. Z; GONÇALVES, P. L; GONÇALVES, L. L; PEREIRA, F. E. L; Hepatite Alcoólica. JBG, J. bras. Gastroenterol, Rio de Janeiro: v.6,

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2010.

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http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=4336&fase=imprime> Acesso em: 20 de out. 2013. 4. PORTUGAL, F. B; CORRÊA, A. P. M; SIQUEIRA, M. M. Alcoolismo e comorbidade em um programa de assistência aos dependentes de álcool. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog, Ribeirão Preto, v.6, n.1, 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180669762010000100006> Acesso em: 20 de out de 2013 5. PADOIN, A. V; STAUB, H. L; CHATKIN, J. M; MORETTO, M; MAGGIONI, L; RIZZOLLI, J; MOTTIN, C. C; Doença Hepática não-alcoolica gordurosa e risco de cirrose. Scientia Medica, Porto Alegre, v.18, n. 4, out./dez. 2008. Disponível em:<revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/292 0/3516>. Acesso em: 23 de out. 2013

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6. Disponível em:< http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php> Acesso em: 22 de outubro de 2013

7. Disponível em:< http://anatpat.unicamp.br/indexalfa.html> Acesso em: 25 de outubro de 2013

8. Disponível em:< http://histologiaufrn.blogspot.com.br/ >Acesso em: 22 de outubro de 2013 9. JUNQUEIRA, L. C; CARNEIRO, J. Histologia Básica. F 323. Ed. 11, Rio de Janeiro: texto/ Atlas,2006. 10. FILHO, G. B. Bogliolo Patologia. F. 799. Ed. 8, Rio de Janeiro: 2011

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HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NA UTI João Paulo Menezes de Amorim¹, ArunnaThallyta Alexandre de Pontes1, Sheila Cantalupo da Hora Menezes Amorim2, João Batista Rodrigues Albuquerque3 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: jpmamorim1@hotmail.com; arunna2@hotmail.com; 2 – Mestre em Recursos Naturais pela UFCG, e-mail: scantalupo@hotmail.com; 3 – Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: jbrodrigoll@hotmail.com.

RESUMO A humanização consiste em cuidar do paciente de forma holística, levando em consideração os contextos social e familiar, respeitando as individualidades de cada um, bem como, medidas que englobam o ambiente físico e as relações entre a equipe de saúde. O estudo tem por objetivo abordar a importânciada humanização da assistência de enfermagem ao paciente na UTI. Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, utilizando como fontes livros da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat - UNIESP, bem como em outras fontes, tais como sites indexados da internet no período de 07 a 11 de novembro de 2013; conforme a literatura concernente ao tema. Conclui-se que a assistência de enfermagem exerce um papel fundamental na implementação da humanização, já que a equipe de enfermagem passa a maior parte do tempo com o paciente, participando de todo o processo de promoção da saúde estabelecendo uma relação de confiança com o paciente, familiares e demais membros da equipe. Palavras-chave: Humanização. Unidade de Terapia Intensiva. Assistência de enfermagem. Introdução A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma unidade preparada para atender pacientes gravesou potencialmente graves, dispondo de equipamentos específicos e assistência médica e de enfermagem especializadas e contínuas, além de oferecer atendimento multiprofissionalformado por fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, assistente social, entre outros. Pretendendo-se prestar assistência ao paciente como um todo. Partindo da ideia de que a UTI recebe pacientes que necessitam de cuidados intensivos e que estão em um ambiente estranho, longe do convívio familiar, expostos a estímulos dolorosos e procedimentos clínicos invasivosconstantes em sua rotina de cuidados, percebemos que é necessário um atendimento de qualidade e humanizado, buscando minimizar os sofrimentos psicoemocional e físico que esses pacientes enfrentam.De acordo com Vila e Rossi (2002), o paciente internado na UTI necessita cuidados de excelência, dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também, para as questões psicossociais, ambientais e familiares que se tornam intimamente interligadas à doença física.

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Para Ferreira (1988, p 346) humanização é “tornar-se humano, humanar-se. Tornar benévolo, afável, tratável e humano. Fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar”. Nesse contexto, o atendimento humanizado em UTI consiste em cuidar do paciente de forma holística, levando em consideração questões social e familiar, respeitando as individualidades de cada um, bem como, medidas que englobam o ambiente físico e as relações entre a equipe de saúde. Segundo Cheregatti e Amorim (2011), a humanização requer um processo de resgate acerca dos valores e princípios que norteiam a prática profissional, além de um tratamento e cuidado acolhedor dos profissionais da saúde. A humanização representa um conjunto de iniciativas que visa a produção de cuidados em saúde, capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento, respeito ético e cultural ao paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico e a satisfação dos profissionais de saúde e usuários (DELANDES, 2004).Para discutir e implementar o tema sobre humanização, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa Nacional de Humanização Hospitalar (PNHAH), através da portaria nº 881/2001, no âmbito do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2002), que trata de projetos de humanização do atendimento a saúde e de melhoria da qualidade do vínculo estabelecido entre trabalhador da saúde, pacientes e familiares. Dessa forma o MSdá início a uma política voltada para a humanização. É necessário ressaltar que uma boa assistência não depende somente dos recursos físicos e tecnológicos, sendo fundamental que os profissionais sejam capacitados para prestar assistência adequada as necessidades individuais de cada paciente (JERONIMO, 2011). Para tanto a enfermagem exerce um papel fundamental na implementação da humanização, já que a equipe de enfermagem é a que passa a maior parte do tempo com o paciente, participando de todo o processo de promoção da saúde estabelecendo uma relação de confiança com o paciente, familiares e demais membros da equipe. Para que os profissionais de enfermagem possam prestar uma assistência de qualidade e humanizada, se faz necessário ter sua dignidade e condição humana respeitada, recebendo uma remuneração justa, condições adequadas de trabalho e ter seu trabalho reconhecido e valorizado (BACKES et al, 2006).

A assistência de enfermagem se torna humanizada a partir de ações concretas realizadas por toda a equipe, visando não só o contexto biológico, como também, o social, o

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familiar, o cultural e o espiritual, respeitando as singularidades e subjetividades de cada um. Aassistência não deve se limitar apenas na realização de uma tarefa ou procedimento, mas como uma relação de humanização com o outro. Este estudo tem como objetivo abordar a importância da humanização da assistência de enfermagem ao paciente na UTI.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, utilizando como fontes livros da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat - UNIESP, bem como em outras fontes, tais como sites indexados da internet no período de 07 a 11 de novembro de 2013; conforme a literatura concernente ao tema.

Resultados e Discussão A UTI é constituída de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinada ao atendimento de pacientes graves ou potencialmente graves, que exigem assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamentos específicos e uma equipe multidisciplinar. É um local que exige de seus profissionais um grande diferencial de conhecimento, habilidade e destreza para a realização de procedimentos, que fazem na maioria das vezes a diferença entre vida e morte. Porem, a enfermagem deve aplicar a assistência como um processo interativo entre quem cuida e quem é cuidado, pois a UTI é um ambiente no qual as relações humanas são fundamentais para contrapor a desagradável experiência que a tecnologia invasivacausa durante o tratamento. Uma assistência mais humana é necessária, para superar as dificuldades em prol de um tratamento mais digno e uma experiência menos traumática. Em um ambiente em que o foco principal encontra-se nos aspectos biológicos. O enfermeiro precisa assumir na prática uma atitude mais humana, com conhecimento e sensibilidade, tornando-se tão importante quanto à atitude tecnicista. É preciso mais que uma assistência especializada numa UTI, é preciso compreender que o ser humano merece respeito, conforto, interação, diálogo, compaixão, pontos preciosos para uma prática que envolve vidas.

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Enfim, uma assistência humanizadadeve considerar o ser por inteiro, desde a sua composição física, até as suas diferenças, seu sofrimento e angústia, suas expectativas, sua cultura, sua crença e, principalmente, seus vínculos familiares e afetivos.

Agradecimentos Nós agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos acompanhado durante todo o tempo, aos nossos familiares por ter nos trazido ao mundo, aos amigos que de alguma forma nos ajudaram e a Faculdade Santa Emília de Rodat – UNIESP que nos proporcional este momento para compartilhar e adquirir conhecimento.

Referências Bibliográficas BACKES, D.S., LUNARDI, V.L., LUNARDI, W.D. FILHO. A humanização hospitalar como expressão da ética. Revista Latino-americana de Enfermagem.v.14, n.1, p.132-5, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Humanização Hospitalar. Brasília, 2000. Disponível em: http://www.portalhumaniza.org.br. Acesso em 08 nov.2013. CHEREGATTI, A.L.; AMORIM, C. P. (orgs). Enfermagem em uma unidade de terapia intensiva. São Paulo: Martinari, 2010. DESLANDES, F.S. Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciência e Saúde coletiva. v.9, n.1, p.7-14, 2004. FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira, 1988. JERONIMO, R.A.S. Técnicas de UTI. 2ed, São Paulo: Ridel, 2011. VILA,V.S.C; ROSSI, L.A. O Significado Cultural do Cuidado Humanizado em Unidade de Terapia Intensiva: Muito falado, Pouco vivido. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.10, n.2, Ribeirão Preto, Mar./Apr. 2002.

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INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE SEXUALIDADE PARA UM DESENVOLVIMENTO BEM SUCEDIDO E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL Roberta Dantas Machado Prazeres1; Suellen Amara de Brito Ferreira¹; Lenilde Dias Ramalho 2. 1 – Roberta Dantas Machado Prazeres, Aluno de graduação em Enfermagem da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: robertadmachado@hotmail.com; 1 – Suellen Amara de Brito Ferreira, Aluno de graduação de Enfermagem da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: suellen__amara@hotmail.com; 2 – Lenilde Dias Ramalho, Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@uol.com.br

RESUMO Desde que nasce o ser humano comunica-se consigo mesmo, com o mundo que o cerca, e com outras pessoas. A sexualidade está relacionada aos nossos pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental. Visto que,a sexualidade não é apenas sexo como o ato sexual em si, porém pode ser expressa de diversas formas, como: abraço, gesto e até mesmo da palavra que transmite prazer entre pessoas. A cerca disso desenvolvemos uma pesquisa com o objetivo de investigar na literatura corrente informações essenciais sobre sexualidade para um desenvolvimento bem sucedido e envelhecimento saudável. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada em bibliotecas de instituições de ensino superior privadas desta capital, bem como em sites indexados à rede mundial de computadores, no período de setembro a outubro de 2013. As pessoas idosas podem apresentar sentimentos de temor e ansiedade que resultam em interpretações negativas sobre a atividade sexual, as alterações na estrutura genital e a resposta sexual. Este trabalho traz reflexões sobre atitudes e comportamentos nos idosos, visando à melhoria da qualidade da vida sexual na terceira idade; bem como, atividades dinâmicas e interativas. Introdução Desde que nasce o ser humano comunica-se consigo mesmo, com o mundo que o cerca, e com outras pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a sexualidade está relacionada aos nossos pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental. Assim sendo, sexualidade não é apenas sexo, como o ato sexual em si, vai muito além e pode ser expressa de diversas formas, a exemplo do toque, abraço, gesto, da palavra que transmite prazer entre pessoas. (Agencia Nacional de Saúde Suplementar – ANS, 2013). De acordo com o IBGE,1999 o número de pessoas acima de 60 anos vem crescendo no Brasil e no mundo. Várias pesquisas estão sendo realizadas nas áreas médica e social, pois a necessidade de conhecer essa população aumenta a cada dia. No entanto, em relação à sexualidade, existem poucas pesquisas voltadas para esse grupo específico. Neste caso, a sociedade necessita refletir seus conceitos e preconceitos sobre sexualidade, ampliando, assim, a percepção primária pela qual ela generaliza a possibilidade da troca afetiva, que pode ser realizada por toda a vida do ser humano.

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Segundo Vitiello(1987), a associação muito comum que a sociedade faz entre atividade sexual e reprodução, é que dificulta o exercício da sexualidade do ser humano e da troca afetiva, após o período da possibilidade de procriação. Um dos grandes problemas para a permanência dessa percepção da assexualidade do idoso está ligado aos modelos de referências que as pessoas adquirem no decorrer da vida. Esses modelos de referências, de acordo com Libman (1989), estão voltados normalmente para o que a sociedade classifica como adequado à faixa etária em que o indivíduo está. Neste caso, os idosos, automaticamente, acabam rotulando-se também como sendo um grupo de características negativas, uma vez que as pessoas de meia-idade já estão apresentando dificuldades sexuais, sem verificar suas próprias potencialidades.

Desenvolvimento SEXUALIDADE NO IDOSO A sexualidade normalmente é um tema de difícil entendimento por parte das sociedades existentes, mesmo para os jovens, o que se agrava no caso dos idosos, dificultando-lhes a superação de seus problemas. Acredita-se que, através do esclarecimento acerca das informações distorcidas que se difundem em relação à sexualidade poder-se-á contribuir para a diminuição das crenças e tabus sobre um assunto tão cheio de preconceitos. Com uma visão restrita, tanto em relação à sexualidade quanto à velhice, a sociedade, muitas vezes, classifica este período da vida como um período de assexualidade e até de androginia, isto é, um período em que o indivíduo teria que assumir unicamente o papel de avó ou avô, cuidando de seus netos, fazendo tricô e vendo televisão. Confirmando esta questão, Covey (1989) comenta que inúmeros mitos, atitudes sociais e estereótipos negativos são atribuídos aos idosos, mas os mais intensos são aqueles ligados à sexualidade, dificultando qualquer manifestação desta área em suas vidas. Starr, que afirma que: “Se as atitudes preconceituosas tipificam as atitudes em relação ao idoso, então, não há nenhum outro lugar onde este preconceito é mais aparente do que na área da sexualidade.”

A falta de informação sobre o processo de envelhecimento, assim como das mudanças na sexualidade, em diferentes faixas etárias e especialmente na velhice,tem auxiliado a manutenção de preconceitos e, consequentemente, trouxeram muitas estagnações das atividades sexuais das pessoas com mais idade. Portanto, é comum que uma pessoa aos

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70 anos coma menos que um jovem. A pessoa sabe que isso pode acontecer, mas não é por isso que fica achando que vai morrer. Porém, com relação ao sexo, as preocupações são maiores, ou seja, se o desejo ou outro fator estiver se modificando, é porque vai acabar aí o sujeito entra em desespero. Por este motivo, é necessário frisar que: “a função sexual existe até a morte e apenas será diferente em cada época da vida” (Arnaldo Risman, 2005). É importante salientar que essas diferenças podem acentuar-se, se o idoso estiver utilizando algum tipo de medicação, ou por estar com alguma doença. Neste caso é provável que diminua o desempenho sexual em momentos de crise de seu estado patológico. Se a saúde estiver boa, no entanto, nada impedirá que o indivíduo mantenha a sua atividade sexual. Na verdade, mesmo ocorrendo mudanças nas áreas social, política e médica, os preconceitos em relação à atividade sexual precisam ser discutidos e analisados, visando uma melhor explicação e orientação das verdadeiras mudanças existentes no comportamento sexual do idoso, para que este grupo possa não se sentir culpado pelos seus desejos sexuais, independentemente da forma de sua manifestação. A sexualidade na terceira idade apresenta estereótipos de diversos significados que se associam as disfunções ou insatisfações com o ato sexual. A aparência física contribui para uma atitude inibitória da atividade sexual. No entanto, estudos apontam que há um grande número de idosos com idade superior aos 65 anos que continuam a atividade sexual e relatam estar satisfeitos com o sexo e seu parceiro (GAVIÃO, 2005). A atividade sexual regular ajuda a manter a habilidade no sexo. Com o processo de envelhecimento, sabe-se que há diminuição de resposta aos estímulos. No homem, a produção de espermatozóides e testosterona diminui após os 40 anos. Por sua vez, a mulher idosa perde a libido, enquanto o homem mantém a libido, mas apresenta disfunções na ereção e ejaculação. As alterações podem intervir no aspecto sexual, social e psicológico da pessoa idosa. Os homens idosos percebem algumas alterações, tais como: depressão, irritabilidade, falta de impulso sexual, ereção menos rígida, redução da força de ejaculação, percepção mais limitada da ejaculação, diminuição do volume do sêmen, maior tempo para outra ereção, orgasmo mais rápido, maior tempo de estimulação manual (NOBILE, 2002; GAVIÃO, 2005).

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As pessoas idosas podem apresentar sentimentos de temor e ansiedade que resultam em interpretações negativas sobre a atividade sexual, as alterações na estrutura genital e a resposta sexual. Tais sentimentos podem emergir quando detectado a impotência sexual e frigidez feminina. Segundo Nobile (2002), a impotência sexual pode agravar-se em pessoas com diagnósticos de problemas cardíacos, diabetes e hipertensão arterial. Por sua vez, nos casos de morbidade e de invalidez que possam trazer alterações na sexualidade, não se deve impedir a pessoa idosa que tenha uma vida sexual satisfatória e de realização pessoal (GAVIÃO, 2005). O Portal da Educação na Web, diz que deve ser observado o seguinte: orientar a regularidade da atividade sexual contínua, orientar a auto-estimulação antes do ato sexual, orientar as consultas periódicas ao ginecologista e urologista, incentivar a atividade física, estimular a alimentação equilibrada, orientar as medidas para diminuir o estresse e a ansiedade, orientar o uso de fantasias sexuais para maior estimulação, explicar as mudanças fisiológicas vindas com a idade, explicar as adaptações sexuais. Este trabalho traz reflexões sobre atitudes e comportamentos nos idosos, visando a melhoria da qualidade da vida sexual na terceira idade; bem como, atividades dinâmica e interativa a exemplo: busca de Saúde, do Prazer e formas de prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Sexualidade é parte essencial da vida do homem, independentemente da fase em que esteja. Na Terceira Idade, viver a sexualidade através dos relacionamentos, parcerias, projetos de vida e também do ato sexual, pode ser fator de equilíbrio físico e emocional, que pode trazer muitos benefícios para a saúde do idoso, como um todo. Assim, sexualidade não é apenas sexo, como o ato sexual em si. Ela vai muito além e pode ser expressa de diversas formas, como: toque, abraço, gesto, palavra que transmite prazer entre pessoas etc. Tratar da Sexualidade na Terceira Idade, é tratar de um tema efervescente ao qual novas descobertas se acrescem a cada dia; muito embora, ainda se encontre cercado de tantos preconceitos, seja por parte dos mais jovens, dos próprios idosos e de muitos profissionais, inclusive aqueles que atuam na área de Gerontologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COVEY, H. C. Perceptions and attitudes toward sexuality of the elderly during the middle ages.Gerontologist, v. 29, n. 1, p. 93-100, 1989.

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GURIAN, Benett S. The myth of the aged as asexual: countertransference issues in therapy - Hospital and community phychiatry, 37(4): 345-346, 1986. LIBMAN, Eva. Socio-cultural and cognitive factors in aging and sexual expression: conceptual and research issues. Canadian Psychology, v. 30, n. 3, p. 560-67, 1989. LUDEMAN, Kate. Sexuality and aged. The Gerontologist, v. 21, n. 2, p. 35-40, 1991. Colunista Portal-Educação. Sexualidade na terceira idade. 2013. Disponível em: http://www1.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/25900/sexualidade-naterceira-idade#ixzz2izPDzion. Acesso em 02 de outubro de 2013. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/08/130829_demografia_ibge_populacao_b rasil_lgb.shtml. Acesso em 10 de outubro 2013. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad99/destaques .sh. Acesso em 15 de outubro de 2013.

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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ANTICONCEPÇÃO: EVOLUÇÃO E BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA. Isabela Leite Coutinho1 Renata Maria Feitosa de Paiva1 Rômulo Wanderley de Lima Cabral2 1 - Graduandas da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: monitoriasaudedamulher1@gmail.com 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: romulopits@gmail.com

RESUMO Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e exploratória com o objetivo de identificar as formas e as inovações tecnológicas de contracepção, ressaltando suas eficiências e os efeitos de acordo com a literatura. Dessa forma, o estudo mostrou que na atualidade os métodos contraceptivos vêm passando por renovações e aperfeiçoamentos no que se refere as suas funções de prevenção, facilidade de uso, pouca invasão e menos efeitos indesejados, sem deixar cicatrizes e conservação das funções anatomofisiológicas. Dentre os novos métodos contraceptivos destacamos o Anel vaginal e o implante subdérmico que são reversíveis a base de hormônios e o Essure que é um método irreversível que oferece a esterilização feminina. Portanto, as mulheres atuais estão com mais possibilidades contraceptivas e com mais oportunidade de viver mais tranquila e assumindo diversas funções no seu cotidiano, levando à decisão de limitar o número de filhos ao longo da vida. Conclui-se que esses métodos são boas alternativas para contracepção e que já estão presentes no Sistema Único de Saúde. Palavras chave: Métodos contraceptivos, novas tecnologias. Implantes. Anel. Hormônios. Introdução A contracepção é conhecida desde a antiguidade, praticamente quando o homem começou a associar as relações sexuais com o aparecimento da gravidez. No entanto, só nas duas últimas décadas é que começou a ser reconhecida e aceita socialmente como integrante da vida atual. Há 05 anos com o surgimento de novos métodos e formas contraceptivas têm ocorrido grandes expectativas na aceitação e aumento do número de usuários, levando a uma maior possibilidade de escolha e ao aumento da adesão (SANTOS, 2010). A anticoncepção hormonal combinada ou só com progesterona, os métodos de barreira e os irreversíveis são bastante utilizados no mundo inteiro. Nos países do continente americano os Contraceptivos Orais (CO) são os mais utilizados, pois apresentam apenas 1,8% de falha. Entretanto, essa falha se dar pelo uso inadequado e não pela ineficácia do método. O controle da concepção trouxe para a sociedade um avanço incontestável, na medida em que facilitou a emancipação da mulher e sua participação no mercado de trabalho. Mudou a visão da população feminina fazendo com que a vida sexual inicie cada vez mais cedo e termine mais tarde. (WANNMACHER, 2006). Em que pese os avanços da tecnologia no campo da saúde reprodutiva e sexual, os casais ainda apresentam dificuldade no conhecimento e no uso dos diversos métodos existentes, principalmente, nos mais novos. Neste contexto, esta pesquisa

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teve o objetivo de Identificar as formas e as inovações tecnológicas de contracepção, ressaltando os mais eficientes e os efeitos colaterais de acordo com a literatura.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e exploratória uma vez que esta categoria de estudo fornece subsídios para uma melhor compreensão do conteúdo a ser desenvolvimento, realizada no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat - FASER/UNIESP na cidade de João Pessoa/PB e através de pesquisas em artigos, manuais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, dissertações e teses indexadas nas principais bases de dados da rede mundial de computadores, durante os meses de setembro a novembro de 2013. Realizou-se uma descrição analítica referente aos dados e informações identificadas nas fontes pesquisadas, possibilitando a obtenção de respostas para o estudo de acordo com o objetivo proposto.

Resultados e discussão O anel vaginal consiste em um dispositivo circular, flexível, macio, transparente com 54 mm de diâmetro e 4 mm de espessura, contendo 11.7mg de etonogestrel e 2.7mg de etinilestradiol com liberação média de 120μg e 15μg diárias, respectivamente, durante um período de 3 semanas. Após este intervalo deve ser retirado, permitindo um sangramento de privação, e colocado um novo anel uma semana depois. Deve ser introduzido no canal vaginal e ficar junto ao colo do útero, não causa dor e sua eficácia e segurança já foram bem testadas (SANTOS, 2010). Em estudo realizado com 60 mulheres entre 18 e 35 anos, mostrou que o anel vaginal promove uma inibição completa da ovulação durante o tempo normal de 03 semanas. Outro estudo comparou a eficácia e a tolerância deste método e concluiu que o controle do ciclo é excelente e, substancialmente, melhor do que as pílulas combinadas. Entretanto, em relação a sua tolerância 04% das mulheres suspendeu o tratamento, devido ao desconforto vaginal, sensação de corpo estranho, interferência com o coito e expulsão do anel. Quanto aos principais efeitos adversos foram identificados a cefaléia com 6.6%, a leucorréia com 5.3% e a vagin ite 5.0% (OMS, 2009; POLI, et. al. 2009). O implante subdérmico é um método anticoncepcional na forma de bastonete cilíndrico, flexível com 04 cm de comprimento por 02 mm de diâmetro que libera um

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hormônio a base de progesterona. É inserido na região anterior do braço por meio de um aplicador específico e a remoção é feita através de pequena incisão. Este sistema promove uma ação longa, reversível e eficaz, com liberação lenta de baixas doses de progestativos (LIMA; PARTATA, 2011). O primeiro implante desenvolvido foi o Norplant, contendo 75mg de levonorgestrel com eficácia contraceptiva de 3 a 5 anos. Recentemente, foi desenvolvido o Implanon com etonogestrel 68mg, envolvido por uma membrana de etileno de acetato de vinil, um copolímero inerte, o mais estudado e utilizado atualmente. Desenvolvido para melhorar este tipo de contracepção, tornando-a mais eficaz com maior taxa de amenorreia, menos irregularidades menstruais e com maior facilidade de inserção e remoção, sendo estes padrões mais aceitáveis do que os do Norplant (BRASIL, 2011). Entretanto, vários estudos evidenciaram maior eficácia do Implanon, pois apresenta supressão total da ovulação. Estes implantes são mais apropriados em nulíparas, em mulheres sem adesão a contraceptivos orais e naquelas com risco de doença inflamatória pélvica com contra-indicação ao uso de DIU. O índice de falha estimado é 0,1%; sendo considerado mais seguro que a laqueadura tubária. (MENDONÇA; ARAÚJO, 2010). O Essure consiste em dois dispositivos de titânio e níquel com 04 cm de comprimento como uma mini-mola. São aplicados com uma sonda e o auxilio de um histeroscópio pelo canal vaginal até a cavidade uterina e instalados no início das tubas causando obstrução. É de baixo custo e oferece menos riscos e efeitos colaterais que outros métodos contraceptivos. Indicado para pacientes que não podem fazer uso de hormônios e que não querem realizar cirurgia. É um método irreversível ainda pouco usado no Brasil (LIMA; PARTATA, 2011). A técnica é simples e dura em torno de 15 minutos, pode ser feito em ambulatório sem cortes ou anestesia e a paciente pode retomar imediatamente suas atividades. Sua utilização segue as mesmas recomendações do Ministério da Saúde: mulheres com mais de 25 anos, com dois ou mais filhos e não tenham dúvidas quanto ao desejo de engravidar. As pacientes que não podem utilizar o essure são aquelas que possuem alguma infecção ou malformação uterina. Por ser uma novidade, o custo do procedimento ainda é alto, mas já está disponível no SUS (OMS, 2009). Portanto, esses métodos são boas alternativas para contracepção de curto e longo prazo, sendo cada vez mais eficazes, tendo em vista que os índices de falha vêm diminuindo bastante devido a evolução das formas e dos hormônios e a redução dos efeitos colaterais. Dessa forma, esses métodos devem estar disponíveis para que os casais tenham amplo

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espectro de escolha, pois para a escolha da melhor contracepção devem ser incluídos critérios de eficácia contraceptiva, segurança, reversibilidade, conveniência, presença de amenorreia ou sangramento menstrual, prevalência de contraindicações absolutas, custo acessível e seu acesso. Contudo, no Brasil, já se encontram em uso e as pesquisas confirmam a aprovação deste com altos níveis de aceitação pelas usuárias. Referências BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME. 4 ed. Brasília, DF: MS, 2011. LIMA, L.R.M.; PARTATA, A.K. Contracepção medicamentosa em situações especiais. Rev Cient Itpac. v4. n2. Abril, 2011. MENDONÇA, R.C.M; ARAÚJO, T.M.E. Análise da produção científica sobre o uso dos métodos contraceptivos pelos adolescentes. Rev. bras. enferm. v.63 n6. Brasília. 2010. Acessado em: 12/10/2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/ v63n6/26.pdf OMS, Organização Mundial de Saúde. Critérios de Elegibilidade para o uso de Métodos contraceptivos. 4ª ed. 2009. Acessado em: 04/09/2013. Disponível em: www.who.int. POLI, M. E. H. et al. Manual de Anticoncepção da FEBRASGO. Fêmina. v. 37, n. 9, p. 459-492, Setembro/2009. SANTOS, J.I.F. Contracepção hormonal: evolução ao longo dos tempos. FMUC. Dissertação. Coimbra 2010. p56-58. Acessado em: 23/09/2013. Disponível em: https:// estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/Contracepção/Hormonal/Evolução/ longodos/tempos.pdf WANNMACHER, L. Novas opções contraceptivas. In: Uso racional de medicamentos: temas selecionados. v.3, n7. Brasília, junho; 2006. p1-6. Acessado em: 23/09/2013. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/v3n7_contraceptivos.pdf.

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REVISÃO DE LITERATURA DA PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO BRASIL OLIVEIRA, K. K. S.¹; CAVALCANTI, V. M. ¹; CARVALHO, L. C. T. ³ 1- Discente de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat (kamilakassia@outlook.com; vanessa_mjp@hotmail.com); 2- Docente da Faculdade Santa Emília de Rodat (laisctcarvalho@gmail.com).

RESUMO Dentre as doenças parasitárias existentes, a esquistossomose, cujo principal agente etiológico é o Schistosoma mansoni, é a segunda principal causa de morbidade no mundo, sendo de grande importância socioeconômica e de saúde pública em áreas tropicais e subtropicais. No Brasil, estima-se que, aproximadamente, 25 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de contrair a esquistossomose mansoni, e que 2,5 a 6 milhões encontremse infectadas. Em 2010, os Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais apresentaram os maiores índices de positividade para doença. Na Paraíba, a esquistossomose mansônica está presente em 71 dos 223 municípios do estado, sendo endêmica nas Zonas do Litoral, Zona da Mata, Brejo e, em alguns municípios do Agreste, se apresentando de forma focal. Os índices de mortalidade, em 2010, revelaram que o maior número de óbitos pelo agravo da doença foi no Estado de Pernambuco, com 40% dos 541 óbitos registrados. Como óbitos por esquistossomose são considerados um grave problema de saúde pública, uma vez que esta se refere a uma doença prevenível e tratável, faz-se necessário a intensificação de medidas de controle da doença, visando a redução dos óbitos por ela ocasionados, além da diminuição da prevalência por localidade, a fim de evitar a sua dispersão por várias regiões. Palavras chave: Esquistossomose Mansônica. Óbitos. Brasil. Introdução A esquistossomose mansônica, segunda doença parasitária em termos de importância socioeconômica e de saúde pública em áreas tropicais e subtropicais, é uma infecção parasitária cujo principal agente etiológico é o Schistosoma mansoni, sendo transmitida ao homem por moluscos aquáticos do gênero Biomphalaria (MELO, 2011). As sequelas da esquistossomose são debilitantes e a sua morbidade inclui anemia, diarreias de repetição, dor crônica, astenia e, nos casos mais graves, são percebidas nodulações grosseiras no fígado, hipertensão portal, circulação colateral, varizes esofagianas, que podem levar ao óbito (BRASIL, 2008). Esta doença é muitas vezes definida como uma endemia de fácil expansão em função da extensão de áreas agrícolas com projetos de irrigação, utilização das águas naturais contaminadas, devastação ambiental e ocupação das terras por uma população de baixo nível socioeconômico (TIBIRIÇA, 2008). De acordo com Souza e Santos (2008), a esquistossomose pode ser um indicativo socioeconômico importante, estando relacionada à pobreza e a sua relação como questão de saúde pública é decorrente desta inter-relação.

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Segundo Nascimento (2013), atualmente existem várias iniciativas nos órgãos da Organização Mundial da Saúde com o objetivo de eliminar algumas doenças para as quais existem ferramentas prontas para o seu enfrentamento, como por exemplo, a esquistossomose. Ao participar deste esforço global, o Ministério da Saúde do Brasil lançou, em 2011, o Plano Integrado de Ações Estratégicas de Eliminação da Hanseníase, Filariose, Esquistossomose e Oncocercose. A essência do plano está na priorização da estratégia de busca ativa e de oferta oportuna de tratamento nos grupos populacionais mais vulneráveis. Considerando a esquistossomose um problema de saúde pública negligenciado, este estudo teve como objetivo a realização de uma revisão bibliográfica acerca da prevalência do Schistosoma mansoni nas Unidades Federativas do Brasil.

Metodologia

Este trabalho consta de uma investigação exploratória e descritiva, sendo realizada por meio de levantamento e revisão da literatura, com artigos sobre o tema entre os anos de 2005 a 2013.

PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO BRASIL No Brasil estima-se que cerca de 25 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de contrair a esquistossomose, e que 2,5 a 6 milhões encontrem-se infectadas. A esquistossomose ocorre de forma endêmica nos Estados: Alagoas, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais. No Pará, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal a transmissão é focal (BRASIL, 2010). A infecção por esquistossomose não é homogênea no Brasil. As áreas mais afetadas são caracterizadas por condições precárias ou inexistentes de saneamento básico, pobreza e baixos níveis de escolaridade. Os Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais apresentam os maiores índices de positividade (Tabela 1) (BRASIL, 2010).

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Tabela 1. Prevalência de Esquistossomose Mansônica por Unidade Federativa no Brasil (2004 a 2010). Ano Unidade Federativa

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Pará

0,7

2,3

2,4

2,2

1,7

0,3

1

Maranhão

4,2

5,3

4,2

4,1

4,7

4,1

5,3

Piauí

0

0

0,1

0,1

0

0

0

Ceará

0,8

0,8

0,5

0,4

0,4

0,2

0,1

Rio Grande do Norte

2,8

3,8

3,6

3,6

3,1

3,3

3,8

Paraíba

4,9

5,1

4,7

5,4

7,1

5,1

5,4

Pernambuco

9,1

10,1

8,6

8,2

8,5

6,6

6

Alagoas

10,2

9,6

8,7

8,1

8,4

8,7

7,2

Sergipe

10,8

9,7

10

10,5

10,5

9,1

6,7

Bahia

6,1

5,1

5

4,3

3,7

3,1

3

Minas Gerais

7,7

5,9

5,9

6,0

6,5

4,2

4,5

Espírito Santo

3,8

5

4,3

3,6

3,4

2,9

3,4

Rio de Janeiro

1,3

1,9

1,9

0,3

1,1

3,7

0

Paraná

0,9

1,3

1,5

1,4

2,1

6,4

2,2

Santa Catarina

0,1

0,1

0,2

0,5

0,1

0

-

Goiás

0,7

0

1,5

0

0

0

-

Fonte: MS/SVS

Devido ao grande número de pessoas afetadas, e aos constantes deslocamentos da população em busca de melhores condições de vida, as pessoas infectadas são diagnosticadas em todo o território nacional. Embora na maioria das vezes a doença passe despercebida, em áreas endêmicas, devido a maior chance da aquisição continuada de parasitas durante as exposições aos focos, os efeitos deletérios da esquistossomose manifestam-se com mais frequência (TELES, 2005). Os índices de mortalidade por esquistossomose revelam que o maior número de óbitos pelo agravo da doença foi no Estado de Pernambuco, que conta com cerca de 40% dos 541 óbitos. No ano de 2010, foram registrados 48.823 óbitos por doenças infecciosas no Brasil. Em Pernambuco, aproximadamente 9% destes óbitos foi devido à esquistossomose, enquanto que os Estados de Alagoas e Sergipe apresentaram um percentual de 4% e 5%, respectivamente. Na Paraíba o percentual de mortes por esquistossomose foi de aproximadamente 3% (Tabela 2). A esquistossomose está presente em 71 dos 223 municípios do estado da Paraíba. A doença é endêmica nas Zonas do Litoral, Zona da Mata, Brejo e, em alguns municípios do Agreste, se apresenta de forma focal. Os municípios situados no Litoral Sul (Alhandra, Conde, Pitimbu, Caaporã

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e Pedras do Fogo) e Lucena, no Litoral Norte, são os que apresentam localidades com as prevalências mais elevadas (BRASIL, 2011).

Tabela 2. Óbitos por esquistossomose em Unidades Federadas. Brasil, 2010. Unidade Federada Pernambuco

Esquistossomose 213

Doenças Infecciosas 2430

Óbito por esquistossomose entre as infecções (%) 8,765

São Paulo

77

10.518

0,765

Minas Gerais

68

5.498

1,237

Bahia

64

3.585

1,785

Alagoas

30

797

3,764

Sergipe

20

417

4,796

Rio de Janeiro

17

6.403

0,266

Paraíba

16

793

2,018

Espírito Santo

13

619

2,1

Ceará

4

1.673

0,239

Paraná

4

1.935

0,207

Distrito Federal

4

488

0,82

Rio Grande do

3

600

0,5

Piauí

2

596

0,336

Mato Grosso

2

824

0,243

Tocantins

1

252

0,397

Maranhão

1

1.208

0,083

Mato Grosso do

1

592

0,169

Goiás

1

1.661

0,06

Brasil

541

48.823

1,108

*N = 541. Fonte: SIM/MS

Como óbitos por esquistossomose são considerados um grave problema de saúde pública, uma vez que esta se refere a uma doença prevenível e tratável, faz-se necessário a intensificação de medidas de controle da doença, visando à redução dos óbitos por ela ocasionados, além da diminuição da prevalência por localidade, a fim de evitar a sua dispersão por várias regiões. Agradecimentos A Faculdade Santa Emília de Rodat pela oportunidade e a todos os professores colaboradores do meu crescimento acadêmico.

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Referências BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose – 2008. Brasília: Caderno de Atenção Básica n.21. 2 ed rev. 200p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação epidemiológica da esquistossomose no Brasil. Grupo técnico das parasitárias. Brasília: Editora do Ministério da saúde, 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde: relatório de situação: Paraíba - 5ª ed. – Brasília. 2011. MELO, A.G.S. Epidemiologia da Esquistossomose e conhecimento da População em Área Periurbana de Sergipe. 2011. 106f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Ambiente), Universidade Tiradentes, Aracaju, 2011. NASCIMENTO,

G.L.

Formas

graves

da

Esquistossomose

Mansoni:

carga

epidemiológica e custos no Brasil em 2010. 2013. 73p. Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SOUZA, F.A; SANTOS, I. Disseminação da Esquistossomose Mansônica na Região de Santa Cruz das Palmeiras-SP. Rev. LOGOS, 16 p.43, 2008. TELES, H. M. S. Distribuição geográfica das espécies dos caramujos transmissores de Schistosoma mansoni no Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2005, vol.38, n.5, p.426-432. TIBIRIÇA, S.H.C. Epidemiologia da Esquistossomose em três Municípios da Microrregião de juiz de Fora, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, 2008.

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NOVOS FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DE INFECÇÕES BACTERIANAS DO TRATO GENITO-URINÁRIO Camila da Silva Ferreira1, Priscilla Alves Florentino de Sousa¹, Isis Fernandes Gomes² 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: camila_biomedicina@hotmail.com; priscillabiomedicina@hotmail.com 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: isisfernandes@hotmail.com

RESUMO As infecções bacterianas do trato genito-urinário é uma doença frequente na população e não possui distinção de sexo ou fatores epidemiológicos, podendo ser causadas por diversas bactérias presentes na urina. Tem elevada incidência em mulheres no período gestacional, em homens precedido de outras patologias e em idosos devido à diminuição dos níveis hormonais. A bactéria com maior incidência é a Escherichia coli. Como a terapia dessa doença é feita antes de se saber o resultado do antibiograma, há uma necessidade da análise de novos antimicrobianos para o tratamento dessas infecções. Em alternativa aos que apresentam inatividade ou pouca atividade devido à resistência bacteriana. Desta forma, o objetivo geral desta revisão bibliográfica é relatar novos fármacos capazes de combater infecções causadas por bactérias resistentes e que apresentem menos efeitos colaterais. A necessidade de descoberta de novos medicamentos em decorrência da resistência bacteriana tem impulsionado o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, como a utilização tanto de compostos químicos sintetizados como também de fontes naturais (plantas e algas). Palavras-chave: antimicrobianos.

Infecções do trato genito-urinário, bactérias, novos fármacos

Introdução A infecção urinária é definida como a presença de microrganismos patogênicos no trato genito-urinário. São acometidas por bactérias. A infecção urinária pode apresentar-se de várias formas clínicas. Pode ser assintomática e só ser diagnosticada mediante a realização de exames laboratoriais, apresentando bacteriúria. Na vida adulta, a incidência de ITU se eleva e se predomina no sexo feminino , com picos de maior acometimento no inicio ou relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de ITU sintomática ao longo da vida (PAPPAS et al., 2012). Na mulher a susceptibilidade à ITU se deve à uretra curta, contaminação contínua do terço inferior da uretra por bactérias patogênicas provenientes da vagina e do reto, alta probabilidade das mulheres não esvaziar completamente a bexiga e o movimento de bactérias para o interior da bexiga durante o intercurso sexual (DUARTE et al., 2008).

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As infecções do trato genito-urinário são geralmente causadas por um único organismo até 95% dos casos, mas em alguns casos existem a possibilidade de isolamento de mais um patógeno. Em mulheres jovens com ITU não complicada e homens a Escherichia coli é o mais provável seguido por Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus saprophyticus. Em mulheres grávidas e em pacientes doentes com algum tipo de imunossupressão, o patógeno mais frequente permanece a Escherichia coli, mas em pacientes com mais de 50 anos de idade, são mais prevalentes outros agentes, tais como Enterococcus spp., Streptococcus spp. e Pseudomonas aeruginosa (PAPPAS et al., 2012). As infeções urinárias são mais frequentes e, muitas vezes na fase inicial da gravidez devido a alterações mecânicas e fisiológicas. Assintomáticas, podendo ter em alguns casos consequências graves para a mãe e para o feto, levando possivelmente a partos prematuros (DUARTE et al., 2008). Após o diagnóstico da infecção urinária sintomática, muitas vezes é realizado o tratamento de urgência devido à gravidade da doença, sem tempo para confirmação do antibiograma. Essa medida torna-se de extrema relevância frente ao crescente número de bactérias resistentes aos restritos antimicrobianos. Diante do exposto, o referido trabalho tem como objetivo relatar novos fármacos capazes de combater infecções causadas por bactérias resistentes e que apresentem menos efeitos colaterais. É de extrema importância à descoberta de novos medicamentos para reduzir a incidência de bactérias que levam muitos pacientes aos hospitais, reduzindo assim os efeitos colaterais causados por medicamentos já existentes e o índice de mortalidade por infecções do trato genito-urinário.

Metodologia Foi realizada uma revisão bibliográfica onde os dados nela apresentados foram obtidos em páginas eletrônicas da rede mundial de computadores (internet) e revistas científicas, provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. A pesquisa foi realizada em paginas da Scientific eletronic library on-line (Scielo), ScienceDirect, PubMed e Google Acadêmico. Os descritores utilizados para pesquisa combinaram os seguintes termos: Infecção do trato urinário; Diagnóstico; Tratamento; Resistência Bacteriana e Uso de fármacos. A pesquisa foi realizada no período entre 04 de Fevereiro a 18 de Outubro de 2013.

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Resultados e discussões A propagação de resistência aos antimicrobianos contribui para que o tratamento da ITU constitua um importante problema crescente que afeta todas as populações. A necessidade de descoberta de novos medicamentos em decorrência desta resistência tem impulsionado o desenvolvimento de modernas abordagens terapêuticas, como a utilização tanto de compostos químicos sintetizados quanto de fontes naturais (plantas e algas) que oferecem as melhores possibilidades de encontrar substâncias de interesse terapêutico (ALZUETA, 2008). A microalga Spirulina platensis inibe Staphylococcus aureus (Gram Positiva) por meio dos compostos fenólicos, supõe-se que ocorra a inibição da síntese da parede celular que é composta de peptideoglicano que protege a membrana plasmática do S. aureus (PARASI, et al.,2010). As algas vermelhas do gênero Laurencia são conhecidas como uma riquíssima fonte de metabólitos secundários, da sua espécie L. yonaguniensis isolou-se um diterpeno inédito com esqueleto neoireano chamado de neoirietetraol que se mostrou ativo contra Escherichia coli (MACHADO, et al.,2010). As plantas também podem contribuir na descoberta de novos antibióticos. A importância de se estudar a aplicação de novas substâncias obtidas a partir da extração de princípios ativos de diversas espécies vegetais é importante para encontrar formas de inibir ou combater os patógenos, que constantemente adquirem resistência a antibióticos industrializados. Em meio a esta busca a espécie Tabernaemontana catharinensis é uma planta conhecida pela composição rica em alcaloides indólicos que se apresenta como alternativa, os extratos das cascas do seu caule evidenciaram o potencial de inibição microbiana frente à bactéria Pseudomonas aeruginosa (GONÇALVES, et al,2011). O extrato das folhas de Jatropha Curcas L inibe Staphylococcus aureus e Escherichia coli, por meio do extrato bruto possuindo atividade antimicrobiana entre cepas com concentrações acima de 75mg/mL (ARANTES, et al.,2013). O arando americano, de nome científico Vaccinium macrocarpon L., designado em inglês de Cranberry possui em seu fruto um componente de maior relevância para o tratamento e prevenção de infecções urinárias que são os taninos, que reduz a incidência de infecções urinárias recorrentes por inibição da adesão da E. coli ao uroepitélio (ALZUETA, 2008).

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Com o esgotamento das opções terapêuticas e redução da eficácia das drogas existentes, a busca por novos compostos com propriedades antimicrobianas tem proporcionado um grande avanço nas pesquisas envolvendo novos compostos sintetizados (MIRANDA, et al.,2013). Nesse sentido, as moléculas sintéticas, de extratos ou frações de plantas medicinais quimicamente caracterizadas, tornam-se importantes alvos neste combate. Os compostos glicídicos sintéticos CAMMC, CAOOM e CAMOM possuem potenciais como drogas antibacterianas, tornando-se uma alternativa aos antimicrobianos atualmente utilizados contra a Klebsiella pneumoniae (MIRANDA, et al.,2013). De acordo com a pesquisa bibliográfica, conclui-se que as infecções do trato urinário representam problema de grande relevância clínica, acometendo todas as faixas etárias e com alta incidência de repetições durante a vida toda da mulher. A terapia para essas infecções é usualmente iniciada antes que o resultado do antibiograma seja conhecido e isso tem se levado a uma crescente resistência aos antimicrobianos já existentes. Algumas estratégias podem ser adotadas para evitar o desenvolvimento de resistência bacteriana: prevenção de infecções bacterianas com o uso de vacinas, uso racional de antibióticos, controle e prevenção da disseminação de micro-organismos resistentes, descoberta e desenvolvimento de novos antibióticos.

Agradecimentos Agradecemos a instituição FASER-UNIESP por todo conhecimento passado nesses anos e a nossa orientadora Isis por todo apoio e dedicação.

Referências Bibliográficas ALZUETA, A. F. Aplicaciones fitoterapêuticas del arándano rojo, prevención de las infecciones del tracto urinário. Revista Offarm, 2008; 27(9): pp. 71-78. ARANTES, A.V.; ANDRADE, C.M.; BARACHO, N.C. Estudo da Atividade Antimicrobiana das Folhas de Jatrophacurcas L. frente ao Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Revista Ciências em Saúde v3, n2, abr–jun 2013. DUARTE, G.; MARCOLIN, A. C.; QUINTANA, S. M.; CAVALLI, R. C. Infecção urinária na gravidez. Rev Bras Ginecol Obstet, 2008; 30(2): 93-100.

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O PAPEL DA METILAÇÃO NA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA EM EUCARIOTOS ALVES, Cristiane Rodrigues de Almeida Silva¹. ASSIS, Taísa França de Medeiros¹. COSTA, Ludimila de Araújo¹. Gregório Fernandes Gonçalves² 1 – Alunas de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: cristiane_de_almeida@hotmail.com; taisa_franca@hotmail.com; ludimila_dearaujo@hotmail.com. 2 – Professor do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, e- mail: gregorio_goncalves@yahoo.com.br

RESUMO A epigenética é definida através das mudanças reversíveis e herdáveis no genoma funcional que não alteram a seqüência de nucleotídeos do DNA, abrangendo ainda estudos sobre diferenças nas expressões dos fenótipos ,interferência do meio ambiente, alimentação e estilo de vida na transmissão da informação genética. Este trabalho expôs os processos bioquímicos referentes à epigenética, enfatizando os mecanismos de metilação de DNA. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo baseou-se em um apanhado de caráter bibliográfico realizado no acervo da Faculdade Santa Emília de Rodat e de artigos em bancos de dados eletrônicos como o PubMed, LILACS, SCIELO e BIREME no período de 02 de setembro a 05 de outubro de 2013. A metilação consiste em uma modificação covalente do DNA na qual um grupamento metil (CH3) é transferido da Sadenosilmetionina para o carbono 5 de uma citosina (5-MeC) que geralmente precede a uma guanina (dinucleotideo CpG), pela ação de uma família de enzimas que recebe o nome de DNA metiltransferase (DNMT). Padrões de hipermetilação do DNA têm sido associados ao silenciamento gênico e os de hipometilação a expressão dos genes. Qualquer alteração ambiental, como infecção por patógenos, alimentação e estilo de vida pode ocasionar mudanças nos padrões de metilação do DNA. Conclui-se ao término deste trabalho que as pesquisa neste ramo da epigenética poderão alcançar grandes implicações no que diz respeito à criação de novas biotecnologias que podem ser aplicadas desde a agricultura, a biologia e doenças humanas, incluindo o entendimento sobre células tronco, câncer e envelhecimento. Palavras-chave: Epigenética, DNA, Metilação. Introdução É sabido que a molécula de DNA é a responsável por abrigar e codificar a informação genética que estrutura todos os seres viva e também dita às diferenças existentes entre as espécies. Entretanto, recentemente tem se descoberto nas áreas das ciências biológicas um novo conceito que em breve poderá modificar certas questões que se referem aos padrões de transmissão e expressão dos genes. Epigenoma é definido como o conjunto de modificações químicas ocorrentes no DNA e nas histonas que são herdáveis e não alteram a sequência primária do DNA. Podendo as histonas sofrer modificações tais quais: fosforilação, acetilação, metilação, e a molécula de DNA apenas a metilação, estando essas modificações envolvidas em processos de transcrição gênica, estabilidade cromossômica, estrutura da

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cromatina, dentre outros. O padrão epigenético é influenciado por fatores ambientais e alterações epigenéticas são mais frequentes que as mutações (OLIVEIRA, 2010; OLIVEIRA, 2012), abrangendo ainda o estudo de como os padrões de expressão são transmitidos de geração em geração de indivíduos, o mecanismo de alteração de genes durante a diferenciação de um tipo de célula e a influência dos fatores ambientais na expressão de diferentes fenótipos. Este trabalho tem por objetivo expor os processos bioquímicos referentes à epigenética, enfatizando os mecanismos de metilação de DNA, além de demonstrar a importância do melhor conhecimento desta nova ciência para as próximas gerações.

Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada através do acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat e da busca eletrônica nas bases de dados PubMed, LILACS, SCIELO e BIREME, por meio da combinação das seguintes palavraschave: methylation, epigenetics, DNA no período de 02 de setembro a 05 de outubro de 2013. A escolha dos artigos utilizados para elaboração desta pesquisa levou em conta, principalmente, a apresentação de dados recentes.

Resultados e Discussões A metilação consiste em uma modificação covalente do DNA na qual um grupamento metil (CH3) é transferido da S-adenosilmetionina para o carbono 5 de uma citosina (5-MeC) que geralmente precede a uma guanina (dinucleotideo CpG), pela ação de uma família de enzimas que recebe o nome de DNA metiltransferase (DNMT). As DNAs metiltransferases estão divididas em duas classes de representantes: aquelas envolvidas na metilação de fitas hemimetiladas do DNA, conhecidas como metilases de manutenção, como a DNMT1, e outro grupo responsável pela maioria dos processos de metilação de novo, que ocorrem em sítios sem nenhum tipo de indicação de metilação, ou seja, sem a presença de metilação prévia, como as DNMT2 e DNMT3A e DNMT3B (BESTOR, 2000).

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Figura 1 - Processo de metilação da citosina (Adaptado de Holliday, 1989).

Enzima

Função

DNA metil-

Transferências do grupo metil e manutenção dos padrões de

transferase 1

metilação normais da célula

DNA metil-

Informações ainda imprecisas

transferase 2 DNA metil

Respondem pela criação de uma nova metilação no DNA,

transferase 3a e

principalmente nas ilhas CpG

3b

A ação das enzimas DNA metiltransferases requer um substrato que atue como doador de radical metil e estes são obtidos da dieta, como o folato, a metionina, a colina e a vitamina B12. A metilação possui vários tipos de alvos. Os promotores de genes são os alvos mais comuns. Na maioria das vezes, os promotores são metilados quando um gene está inativo, mas não-metilados quando o gene está ativo, sendo a metilação um dos mecanismos de regulação da expressão gênica (LEWIN, 2009). Padrões de hipermetilação do DNA têm sido associados ao silenciamento gênico e os de hipometilação a expressão dos genes. Qualquer alteração ambiental, como infecção por patógenos, alimentação e estilo de vida pode ocasionar mudanças nos padrões de metilação do DNA. Conclui-se ao término deste trabalho que as pesquisa neste ramo da

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epigenética poderão alcançar grandes implicações no que diz respeito à criação de novas biotecnologias que podem ser aplicadas desde a agricultura, a biologia e doenças humanas, incluindo o entendimento sobre células tronco, câncer e envelhecimento.

Agradecimentos Agradecemos ao nosso professor orientador Gregório Gonçalves pela dedicação, paciência e ensinamentos ministrados.

Referências bibliográficas ATTWOOD JT, YUNG RL, RICHARDSON BC. DNA methylation and the regulation of gene transcription (2002). Cell Mol Life Sci. 59(2): 241-57. BESTOR, T. H. The DNA methyltransferases of mammals. Human Molecular Genetics, v. 9, n. 16, p. 2395-2402, Jul. 2000. LEWIN, B. Genes IX. 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. CASILLAS MA, JR., LOPATINA N, ANDREWS LG et al. (2003) Transcriptional control of the DNA methyltransferases is altered in aging and neoplastically-transformed human fibroblasts. Mol Cell Biochem. 252: 33-43. LEWIN, B. Genes IX. 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. MULLER, H.R.; PRADO, K.B. Epigenética: um novo campo da genética. RUBS, Curitiba, v.1, n.3, p.61-69, set./dez. 2008. OLIVEIRA NFP, DAMM GR, ANDIA DC et al. (2009) DNA methylation status of IL8 gene promoter in oral cells of smokers and nonsmokers with chronic periodontitis. J Clin Periodontol. 360: 719–25.

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O PAPEL DOS LINFÓCITOS T NA FISIOPATOLOGIA DA DENGUE CAVALCANTI, V. M.1; OLIVEIRA, K. K. S.1; SOUZA, J. R.2 1- Discente da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: vanessa_mjp@hotmail.com; kamilakassia@outlook.com; 2- Docente da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: profa.joelma@hotmail.com.

RESUMO A dengue é uma das principais arboviroses humana, considerada um grave problema de saúde pública em várias regiões do mundo, causada por um dos quatro sorotipos, antigenicamente distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A infecção por qualquer um dos quatro sorotipos do DENV pode resultar desde uma forma clínica viral aguda até formas graves com diáteses hemorrágicas. Várias hipóteses tem sido implicadas com a fisiopatogenia das formas clínicas graves da dengue, onde os linfócitos T CD4 + e T CD8+ parecem desempenhar papéis centrais na evolução e manifestações clínicas da doença. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo descrever o papel dos linfócitos T na fisiopatologia da dengue. Esse estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, do tipo levantamento bibliográfico, que utilizou as bases de dados Scielo, Bireme e Pubmed. Os linfócitos T são capazes de reconhecer epítopos provenientes de proteínas virais, iniciando uma ativação polifuncional com função citotóxica e intensa secreção de citocinas proinflamatorias e quimiocinas. Esses medicadores desencadeiam alterações vasculares que contribuem com o extravasamento de plasma e o choque hipovolêmico evidenciado nas formas graves da doença. Esses aspectos são favorecidos em infecções secundárias por sorotipo heterológo devido a reatividade cruzada entre as células T de memória geradas na primeira infecção e os epítopos do sorotipo da infecção vigente. Neste caso, as células T de memória produziram de maneira mais eficiente e intensa as citocinas que poderiam estar contribuindo na patogênese das formas graves. Palavras-chave: Células T. Citocinas. DENV. Introdução A dengue é uma arbovirose endêmica em mais de 100 países no mundo, causada por um dos quatros sorotipos antigenicamente distintos (DENV 1, DENV-2, DENV-3, DENV4) pertencente à família Flaviviridae1. A transmissão para humanos ocorre pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti infectado, espécie doméstica adaptada para condições urbanas, considerada o principal vetor no Brasil 2. O genoma viral é um RNA de fita simples que codifica uma poliproteína que após processamento proteolítico gera três proteínas estruturais: capsídio (C), pré-membrana (prM) que mais tarde é clivada em membrana (M) e envelope (E) ; e sete proteínas não estruturais envolvidas com a replicação viral NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS53. A infecção pelo DENV pode resultar em infecção autolimitada, denominada dengue clássica, caracterizada febre, cefaléia, dor retro-orbitária, artralgia, exantema, até formas

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clínicas graves, denominadas febre hemorrágica da dengue (FHD) e síndrome do choque da dengue (SCD), com extravasamento de plasma, trombocitopenia e diáteses hemorrágicas4. A imunidade para DENV é sorotipo específico, desta maneira infecções secundárias são comuns em áreas onde múltiplos sorotipos circulam4. Há evidências de que uma segunda infecção por um sorotipo diferente esteja correlacionada com a patogenia da FHD/SCD. No entanto, os mecanismos imunológicos que ocasionam estas formas graves ainda não foram completamente elucidados. Contudo, entre os mecanismos propostos, destacam-se: a infectividade viral aumentada por anticorpos - ADE5; a presença de linfócitos T CD4+ e CD8+ em resposta aos sorotipos heterólogos, produtores de concentrações exacerbadas de citocinas como IFN-, TNF-, IL-6 e IL-2 que ocasionam aumento de permeabilidade vascular6; a virulência da cepa7 e fatores genéticos do hospedeiro, como moléculas do antígeno leucocitário humano – HLA8. As moléculas HLA participam na indução da resposta imune por apresentar peptídeos antigênicos aos linfócitos T CD4+ e CD8+, desencadeando sinalização intracelular e ativando funções efetoras das células T9. Essas funções particulares determinam como a infecção pode ser eliminada e a resposta imune ineficiente pode resultar em imunodeficiência, imunopatologia ou autoimunidade 10. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo descrever o papel dos linfócitos T na patogênese das formas graves da dengue.

Metodologia A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório descritivo, tipo levantamento bibliográfico baseado nas bases de dados Scielo, Bireme e Pubmed. Foram considerados artigos publicados até 2013.

Resultados e discussão Os linfócitos T CD4+ e T CD8+ desempenham um papel importante em infecções virais agudas. As células T CD8+ vírus-específicas são importantes para a eliminação do vírus, enquanto que as células T CD4+ são necessárias para ativar a produção de anticorpos específicos e para gerar respostas de células B e células T CD8+ de memória. Durante infecção pelo vírus da dengue, as células T CD8 + tem como alvo principal proteínas não estruturais (NS3 e NS5), e células T CD4+ tem como alvo as mesmas proteínas que se acredita ser reconhecidas pelas células B, que estão presentes na partícula viral (E e C) ou

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são secretados/exibidas na superfície celular de células infectadas com o vírus (NS1) 4. Alguns autores relatam a proteína não-estrutural NS3 como sendo imunodominante para tanto as células T CD4+ quanto para as células T CD8+. Além disso, foi observado uma correlação entre as respostas imunodominantes a proteína NS3 e a indução a FHD. A proporção intracelular de INF-ɣ/IL-4 em células T CD4+ é significativamente mais elevada em pacientes com FHD, sugerindo uma resposta imune por T H1 nesses pacientes11. Também foi observado que em pacientes com FHD também possui concentração elevada de MIP-1α, um importante mediador da imunopatologia da febre hemorrágica, pois ele está correlacionado com mudanças na porcentagem de hematócrito. A patogênese da forma severa da dengue ainda não é completamente compreendida. Estudos mostram que ao paciente ter uma infecção secundária por um sorotipo heterólogo da dengue aumenta o risco de desenvolver a forma grave da doença. Uma infecção secundária por DENV é dominado por uma proliferação de células de memória com reação cruzada geradas durante a infecção primária. Como estas células possuem uma afinidade mais baixa pelo vírus da infecção secundária, elas são incapazes de controlar essa infecção mas podem contribuir para a “tempestade” de citocinas que é sugerida para acentuar a imunopatologia da doença 4. Em excessivas ativações do sistema imune, com reações cruzada de células T de memória, há a secreção de fatores vasoativos como TNF-α, IFN-ɣ, IL-2 e IL-6. Assim, o aumento de células T CD8+ ativadas e dos níveis de citocinas tem sido descritas na FHD. É provável que a patogênese da infecção causada por dengue é resultado da resposta imune do paciente à infecção do que o próprio vírus. Em geral, a atividade antiviral de células T CD8 + é mediado pela produção de citocinas, incluindo o IFN-ɣ e TNF-α, e morte direta de células infectadas. Encontramos que as células T CD8+ DENV-específica produzem IFN-ɣ e TNF-α e demonstra potente atividade citotóxica in vivo. As células T CD8 + DENV-específica desgranulam, e é provável que perforina/granzima mediadas contribuam para a eliminação viral. Estudos sugerem que as células T CD8+ contribuam para a proteção durante a infecção primária por redução da carga viral12. Foram realizados estudos experimentais que demonstraram que a depleção de células T CD4+ não possui efeito significativo sobre a eliminação viral e que essas células não são necessárias para a indução das respostas das células T CD8 + ou anticorpos específicos para

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DENV-2. Porém, quando houve uma depleção de ambas as células T CD4 + e CD8+ e de apenas as células T CD8+ os níveis de RNA virais foram significativamente maiores, confirmando um importante papel dos linfócitos T CD8+ no controle viral. Porém verificouse a necessidades das células T CD4+ para a manutenção das respostas das células T CD8 + de memória após a infecção aguda13. O vírus da dengue pode ser identificado no soro e no fígado transitoriamente após a infecção por via intravenosa. A expressão de CXCL10 desencadeado pelo DENV recruta células NK para o fígado, o que causa a morte de células do fígado logo após a infecção. Leucócitos recrutados para o fígado em momentos posteriores são citotóxicos contra hepatócitos DENV-infectados. A infiltração de células T CD8+ são responsáveis pela morte de células do fígado e reconhecem NS4B99-10714. Portanto, a presença das células NK e T CD8+ no fígado são críticas para lesões hepáticas, sendo as principais células que matam os hepatócitos infectados pelo vírus da dengue. Apesar de alguns mecanismos dos linfócitos T já tenham sido esclarecidos na infecção da dengue, ainda há muito o que ser estudado, pois é extremamente importante que se entenda o papel dessas células no combate à essa infecção para compreender melhor a evolução da doença, como também construir uma perspectiva futura de desenvolvimento de uma vacina tetravalente e/ou um antirretroviral específico contra o DENV.

Agradecimento Nossos agradecimentos à Faculdade Santa Emília de Rodat pela oportunidade de participar do evento XIV Jornada Científica.

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PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS A QUEDAS EM IDOSOS Francisca S. de Freitas1; Marta do N. Sabino1; Vagnier Almeri da P. Pavão¹; Lenilde Dias Ramalho2 1 - Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: silvaneidejampa@hotmail.com; martasabino1@hotmail.com; wagnieralmeri@hotmail.com. 2 - Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@uol.com.br

RESUMO O envelhecimento aumenta a instabilidade postural, perda de reflexos de correção e oscilação do corpo, podendo acarretar em queda, que é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, incapacitando correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade. Nos dias de hoje há elevados índices de quedas em idosos, daí o despertar por este estudo com objetivo de investigar na literatura corrente o papel da enfermagem na prevenção de fatores associados a quedas em idosos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada no acervo da biblioteca da Faser/Uniesp e rede mundial de computadores, no período de setembro a outubro de 2013. Pessoas de todas as idades apresentam risco para quedas, porém a população idosa tem maior predisposição para cair, bem como para sofrer novos episódios. No Brasil, 30% dos idosos caem anualmente, com significado importante, como: fraturas de úmero proximal, rádio distal, fêmur e vértebras. As complicações destas podem causar ou não deformidades, diminuição da capacidade funcional, dependência, até óbito. Portanto, concluímos que a enfermagem apresenta importante papel, pois atua na identificação das causas intrínsecas e extrínsecas; direciona a prevenção diminuindo riscos; orienta tratamento para aumentar a capacidade e resistência à ameaça ao equilíbrio do idoso no intento de diminuir a possibilidade de uma nova queda. Atua também para atenuar a gravidade das conseqüências, trazendo melhorias à qualidade de vida, acelerando a recuperação do idoso, diminuindo gastos com internações e possíveis complicações. Palavras-chave: Saúde do idoso. Acidentes por quedas. Cuidados de enfermagem. Introdução Segundo Machado et al (2009), postura é a composição do posicionamento de todos os segmentos corporais num determinado momento. Nesse sentido, Burke (2009) diz que, a instabilidade postural aumenta com o envelhecimento e se manifesta por uma perda de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. A manutenção da estabilidade postural é uma função complexa, que requer integração central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas, todas sofrendo declínio funcional com o envelhecimento. O tempo da reação também aumenta, aumentando o intervalo entre a percepção do perigo e a ação para evitá-lo (COSTA; SILVA, 2010).

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Nessa seqüência, queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade (PEREIRA et al., 2001). Como acadêmicos de enfermagem, surgiu o interesse por este estudo, todavia pessoas de todas as idades apresentam risco de sofrerem quedas, porém, para o idoso, elas possuem um significado muito relevante, pois podem levá-lo à incapacidade, injúria e morte. Dessa forma esta pesquisa teve como objetivo investigar na literatura pertinente ao tema proposto o papel da enfermagem na prevenção de fatores associados a quedas em idosos.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que segundo Fachin (2003) constitui o ato de ler determinado assunto e em decorrência dele proporcionar informações para o desenvolvimento da pesquisa, permitindo assim subsídios para uma melhor compreensão do conteúdo no desenvolvimento da pesquisa. Foi Realizada no acervo da biblioteca da Faser/Uniesp e rede mundial de computadores, no período de setembro a novembro de 2013.

Resultados e discussão Para Tortora e Derrickson (2012, p. 9), o envelhecimento senescente, é um processo biológico natural, algumas vezes é chamado de processo de “reversão biológica”, que começa durante os primeiros anos da vida adulta. Nesse ponto da vida, os órgãos e sistemas alcançam a maturação, onde começa a vida no crescimento fisiológico e o corpo vai perdendo a homeostase. No Brasil, segundo dados do Sistema de Informação Médica/Ministério da Saúde, entre os anos de 1979 e 1995, cerca de 54.730 pessoas morreram devido a quedas, sendo que 52% delas eram idosos, com 39,8% apresentando idade entre 80 e 89 anos. Ainda segundo dados do Ministério da Saúde/ Sistema de Informação Hospitalar, a taxa de mortalidade hospitalar por queda, em fevereiro de 2000, foi de 2,58%. A ocorrência de quedas por faixas etárias a cada ano foi de 32% em pacientes entre 65 a 74 anos; 35% em pacientes de 75 a 84 anos; 51% em pacientes acima de 85 anos. No Brasil, 30% dos idosos caem anualmente (PEREIRA et al., 2001).

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Em estudo brasileiro, segundo Perracini e Ramos (2002 apud Freitas et al, 2006, p. 956) “as chances de queda recorrente aumentaram entre mulheres, idosos viúvos, solteiros ou desquitados, idosos com história prévia de fratura, com grau de comprometimento nas atividades de vida diária”. Como fator de risco intrínseco às quedas tem-se as alterações fisiológicas do envelhecimento. Podendo ocorrer diminuição Sensorial: (visão, audição, sensibilidade dos baro-receptores (receptor sensorial que monitoriza as alterações na pressão sanguínea para o encéfalo) no envelhecimento esse processo sofre degenerações senis ou senescentes, levando a uma hipotensão postural, mudança brusca na Pressão Arterial ocasionando uma hipóxia temporária levando a tontura ou desmaio, ocorrendo à queda possivelmente (FREITAS, 2008; LOUREDO, 2012). Em relação à visão, segundo Tortora e Derrickson (2012), mais da metade dos receptores sensitivos no corpo humano está localizada nos olhos, e uma grande parte do córtex cerebral é dedicada ao processamento da informação visual. Degeneração macular, catarata, glaucoma, são algumas das patologias que além de dificultar ou impossibilitar a pessoa de ler coloca em risco sua liberdade de deambular. Quanto à audição, o equilíbrio está mais ligado à orelha interna, devido a alterações nesse órgão pode ocorrer tontura temporária, ocasionando queda. De acordo com Louredo (2012), outras doenças associadas ao envelhecimento, como as

cardiovasculares;

neurológicas;

endócrinas;

musculoesqueléticas;

distúrbios

psiquiátricos; labirintite que pode gerar tonturas, zumbido e desequilíbrio podendo provocar náuseas, vertigens e conseqüentemente, quedas. Do mesmo modo, distúrbios proprioceptivos com a diminuição das informações sobre a base de sustentação que são comuns em neuropatias periféricas e patologias degenerativas da coluna cervical. Além disso, os distúrbios músculo-esquelético com o aumento do tempo de reação, deformidades dos pés, descondicionamento físico, bem como, o uso de medicamentos (ansiolíticos, hipnóticos e antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, anticolinérgicos, diuréticos, antiarrítmicos, hipoglicemiantes, antiinflamatórios, neuroléticos e polifarmácia) também é comum provocar o evento queda nesta população. Nesse sentido, Freitas (2008) chama atenção para os fatores de risco extrínsecos que podem ser aqueles verificados no domicilio do idoso, como iluminação inadequada, superfícies escorregadias, tapetes soltos ou com dobra, degraus altos ou estreitos, obstáculos

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no caminho, ausência de corrimãos. Para o mesmo autor, nas ruas, quedas podem ocorrer por calçadas em mau estado, trafego excessivo, sinalização deficiente, falta de adaptação dos meios de transportes e dos acessos a edifícios para pessoas com deficiência. Já em instituições (hospitalares e asilares), pode ocorrer a ausência de mobiliário adequado, ausência de meios de proteção e medidas de restrição física inadequada. Assim sendo, conforme Ruiperez e LLorente (2000), as consequências das quedas podem ser: [...] fraturas, sendo as mais frequentes as dos quadris; do rádio; do úmero; do fêmur e da pelve; contusões e feridas, pois a dor que produzem podem desencadear uma situação de imobilidade; lesão neurológica como os hematomas e as contusões cerebrais, sendo conseqüência mais rara, mais de uma gravidade; lesões associadas a longas permanências no leito, no chão, como a hipotermia; síndromes pós quedas ou consequências psicológicas, caracterizadas por medo de voltar a cair, perda da autonomia pessoal e da auto-estima, modificações dos hábitos de vida anteriores a queda, atitudes super protetoras de familiares e cuidadores que por sua vez leva a perda da autonomia (RUIPEREZ; LLORENTE, 2000, p. 205).

Porém, como medidas preventivas para evitar a queda, os autores acima mencionam algumas precauções, como: no banho ter o cuidado com o piso que deve ser antiderrapante, principalmente no box que deverá apresentar também corrimão ou cadeira apropriada para maior segurança do idoso; está atento aos sintomas do paciente como por exemplo tonturas, hipotensão, hipoglicemia que levam ao desequilíbrio e a facilidade de quedas; está atento aos efeitos colaterais dos medicamentos utilizados pelo idoso. Portanto a cerca dos cuidados de enfermagem, Ruiperez e LLorente (2000, p. 210) citam que é preciso ensinar o idoso a se levantar em caso de queda; orientar a família para possíveis queixas do idoso após a queda; observar o idoso que sofreu uma queda, pois algumas complicações podem manifestar-se algum tempo depois; proporcionar sistemas de tele alarmes para idosos que estejam sós, para que posam dar o alerta em caso de queda; incentivar o idoso a utilizar dispositivos protetores de segurança; estimular a prática de algumas terapias como fisioterapia e hidroterapia; incentivar o idoso a alongar-se e praticar em seu domicílio algum exercício físico, conforme sua capacidade. Foi possível concluir que idosos sofrem quedas que podem trazer consequências, onde normalmente são fraturas de úmero proximal, radio distal, fêmur ou vértebras. Quanto às complicações destas, podem ou não evoluir para deformidades, diminuição da capacidade funcional, independência, até óbito. Contudo, o estudo evidenciou que essa população apresenta uma maior predisposição para sofrer novos episódios de queda.

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Dessa forma, em relação ao evento queda, o estudo mostrou que a enfermagem apresenta importante papel, pois atua na identificação das causas intrínsecas e extrínsecas; direciona a prevenção diminuindo riscos; orienta tratamento para aumentar a capacidade e resistência à ameaça ao equilíbrio do idoso no intento de diminuir a possibilidade de uma nova queda. Atua também para atenuar a gravidade das conseqüências, trazendo melhorias à qualidade de vida, acelerando a recuperação do idoso, diminuindo gastos com internações e possíveis complicações.

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randomizado.

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116


PEREIRA S. R. M.; BUKSMAN, S.; PERRACINI, M. PY, L.; BARRETO, K. M. L.; LEITE, V. M. M. Quedas em idosos. Elaboração final: 16 de junho de 2001. Sociedade

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PERFIL MICROBIOLÓGICO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA-PB Adrian Roque da Silva1, Amanda de Araújo Alencar2 1- Graduação em Biomedicina, Faculdade Santa Emília de Rodat adrianroquepe@hotmail.com 2- Biomédica, Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat amandaalencar@yahoo.com.br

RESUMO As úlceras por pressão são definidas como lesões cutâneas ou de partes moles, superficiais ou profundas, localizando-se usualmente sobre uma proeminência óssea. Representam um problema importante na prática hospitalar, devido à sua frequência e custos de tratamento. No presente trabalho, foram analisados resultados de culturas de úlceras por pressão de um hospital municipal de João Pessoa-PB. Observou-se prevalência de bactérias Gramnegativas, sendo encontradas com mais frequência as espécies Pseudomonas aeruginosa (30%), Escherichia coli (23,3%) e Acinetobacter baumannii (20%). Entre os Grampositivos, observados com menor frequência, foram encontradas bactérias dos gêneros Staphylococcus (6,6%) e Enterococcus (3,3%). Conclui-se que os micro-organismos Gramnegativos são muito mais frequentes nesse tipo de infecção e que tais feridas podem funcionar como reservatório dessas espécies, o que favorece o surgimento de infecções hospitalares. Assim, é necessário isolamento e identificação dessas bactérias, para que se possa combater o estabelecimento dessas infecções e evitar o seu agravamento. Palavras-chave: escaras; bactérias; prevalência. Introdução Úlceras por pressão são lesões decorrentes de hipóxia celular, comuns em ambiente hospitalar. Estão localizadas na pele e/ou no tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea (DICCINI, CAMADURO e IIDA, 2009; SILVA,2011). Podem ser entendidas como falhas ou lesões cutâneas resultantes do aumento de pressão externa sobre um tecido mole, por um período de tempo prolongado e podem ocasionar a má circulação sanguínea

local,

gerando

necrose

e

infecção

secundária

crônica

(BOMFIM,

CAVALCANTE e SANTOS, 2012). As úlceras por pressão, também conhecidas como escaras ou úlceras de decúbito, são reconhecidas como uma das cinco maiores causas de agravos à saúde em pacientes hospitalizados e em idosos residentes em instituições de longa permanência, tanto no Brasil como em outros países. Tais feridas crônicas causam sofrimento físico, emocional, social e prejuízo financeiro tanto para o paciente, a família e a comunidade, como para os serviços de saúde de um modo geral (LUZ et al., 2010; BRAGA, 2011). Dentre os fatores que contribuem para o aparecimento desse tipo de lesão estão fatores como: estado nutricional alterado, incontinência urinária e fecal, tabagismo, idade

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avançada, insuficiência arterial ou venosa e diabetes mellitus (DICCINI, CAMADURO e IIDA, 2009). Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas são comuns em feridas como as úlceras por pressão. Bacilos Gram-negativos, como Pseudomonas aeruginosa e espécies da família Enterobacteriaceae são mais frequentemente isolados desse tipo de material, que podem funcionar como reservatório desses micro-organismos em hospitais (BRAGA, 2011). Por ser uma patologia de elevado custo, é necessário conhecer a prevalência de bactérias nessas lesões, buscando ações de prevenção e tratamento (CHAVASCO et al.,1999). Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o perfil microbiológico de amostras provenientes de lesões de úlceras por pressão em pacientes atendidos em um hospital municipal de João Pessoa-PB.

Metodologia Foram analisados resultados microbiológicos positivos obtidos a partir de culturas microbiológicas de úlceras por pressão, realizadas durante o período de abril a junho de 2013, em hospital municipal de João Pessoa-PB. Os resultados coletados totalizaram 24 amostras.

Resultados e discussão Após análise dos dados, foi possível observar a prevalência de Pseudomonas aeruginosa (30%), Escherichia coli (23,3%) e Acinetobacter baumannii (20%). Outras bactérias, isoladas com menos frequência, foram identificadas como pertencentes aos gêneros: Klebsiella (6,6%), Proteus (6,6%), Staphylococcus (6,6%), Enterococcus (3,3%) e Providencia (3,3%). De acordo com Ferreira, Santos e Sampaio (2004), uma contagem de colônias maior que 105 organismos/mL de exsudatos de feridas é indicação de infecção bacteriana. Tais infecções fazem com que a cicatrização da ferida seja retardada ou prejudicada. Estudo realizado por Bomfim, Cavalcante e Santos (2012), visando investigar o potencial antimicrobiano da aroeira vermelha sobre bactérias isoladas de exsudatos de úlceras por pressão, identificou cinco espécies prevalentes: Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus, E. coli, Enterobacter spp. e Proteus spp. Resultado semelhante foi obtido por Braga (2011), analisando úlceras por pressão de pacientes hospitalizados e idosos residentes em uma instituição de longa permanência. O autor observa

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a prevalência de micro-organismos Gram-negativos, como: E. coli, Enterobacter spp., P. aeruginosa, Acinetobacter spp., além de S. aureus como única espécie Gram-positiva. Outros autores, analisando úlceras por pressão de pacientes hospitalizados, observaram prevalência de Staphylococcus aureus, P. aeruginosa, Proteus, E. coli e Klebsiella pneumoniae (CHAVASCO et al., 1999; MARTINS et al., 2010). Tais resultados confirmam o predomínio de Gram-negativos nessas infecções e, dentre os Gram-positivos, a prevalência de espécies do gênero Staphylococcus. Bactérias Gram-negativas são encontradas em ambientes diversos e fazem parte da microbiota do homem, podendo estar também associados com infecção. Podem ser colonizadores de superfície e integrarem biofilme em lesões crônicas, além de que podem ser encontrados em tecidos tissulares mais profundos. Esses micro-organismos são responsáveis por grande parte das infecções hospitalares, acometendo principalmente os tratos respiratório e urinário (MARTINS et al., 2010; PADRÃO et al., 2010). P. aeruginosa são bacilos não-fermentadores de glicose, que desempenham importante papel nas infecções nosocomiais. Esta espécie é comumente isolada de pacientes com pneumonia em hospitais da América Latina, sendo comum também em úlceras infectadas graves e profundas, muitas vezes em paciente com osteomielite (NETO et al., 2004). Os cocos Gram-positivos são importantes agentes de infecção e sua resistência aos antimicrobianos tem aumentado, principalmente em ambiente hospitalar (MENDES et al., 2002). Espécies do gênero Staphylococcus, frequentemente isolados de escaras de pacientes hospitalizados, são também descritos como os agentes infecciosos mais frequentes na úlcera diabética (CABETE et al., 2011). S. aureus representa ainda uma das causas mais frequentes de infecções associadas ao cuidado à saúde, relatada pelo Nacional Nosocomial Infection Surveillance System (EUA), incluindo pneumonia associada à ventilação, bacteremia associada a cateter e infecções de sítio cirúrgico (FERREIRA et al., 2011). Sabe-se que a prevenção das úlceras de decúbito é uma tarefa multidisciplinar, que deve ser exercida diariamente (LUZ et al., 2010). Conclui-se, assim, que tais feridas são importantes reservatórios de bactérias e um relevante fator de risco para a infecção hospitalar. Levando-se em consideração o potencial perfil de resistência aos antimicrobianos apresentado por esses micro-organismos, é fundamental que seja dispensada uma atenção especial no sentido de se combater o surgimento das úlceras de decúbito, através do acompanhamento constante do paciente. Outro fator fundamental é o isolamento e

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identificação dessas espécies, para que tais feridas sejam tratadas com eficácia, evitando-se maiores riscos ao paciente portador desse tipo de infecção.

Referências Bibliográficas BOMFIM, E. O.; CAVALCANTE, G. M.; SANTOS, M. S. Potencial antimicrobiano do extrato de Schinus terebenthifolius sobre exsudatos de úlceras por pressão. Revista Saúde Com., v. 8, n. 1, p. 14-23, 2012. BRAGA, Iolanda Alves. Úlcera por pressão como reservatório e fonte de infecção por bacilos Gram-negativos em pacientes internados em um hospital de nível terciário e em residentes de instituições de longa permanência para idosos. 93f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde), Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, 2011. CABETE, J. et al. Caracterização do perfil microbiológico e de sensibilidade antimicrobiana dos micro-organismos isolados em úlceras diabéticas de doentes de um hospital português. Revista Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular, v. 18, n. 1, p. 53-60, 2011. CHAVASCO, J. C et al. Avaliação microbiológica das úlceras de decúbito (escaras). Revista .Un.Alfenas, v. 5, p. 211, 1999. DICCINI, S.; CAMADURO, C.; IIDA, L. I. S. Incidência de úlcera por pressão em pacientes neurocirúrgicos de hospital universitário. Acta Paul. Enferm., v. 22, n. 2, p. 205209, 2009. FERREIRA, A. M.; SANTOS, I.; SAMPAIO, C. E. P. O cuidado de Enfermagem nos procedimentos de coleta para análise microbiológica de feridas: aplicabilidade de duas técnicas. Arq. Ciên. Saúde, v. 11, n. 3, p. 137-141, 2004. FERREIRA, A. M. et al. Colchões do tipo caixa de ovo: um reservatório de Staphylococcus aureus resistente à meticilina? Rev. Esc. Enferm. USP, v. 45, n. 1, p. 161-166, 2011. LUZ, S. R. et al. Úlceras de pressão. Geriatria e Gerontologia, v. 4, n. 1, p. 36-43, 2010. MARTINS, M. A. et al. Úlceras crônicas de perna de pacientes em tratamento ambulatorial: análise microbiológica e de suscetibilidade antimicrobiana. Cienc. Cuid. Saúde, v. 9, p. 464-470, 2010. MENDES, C. et al. Atividade antimicrobiana in vitro de quinupristina/dalfopristina para cocos Gram-positivos isolados de cinco centros brasileiros: resultado do estudo de vigilância L-SMART. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 38, n. 3, p. 191-197, 2002. NETO, R. M. et al., Pé diabético: etiologia e resistência a antimicrobianos de cepas isoladas de moradores do estado do Ceará. Revista NewsLab, edição 65, 2004. PADRÃO, M. C. et al. Prevalência de infecções hospitalares em unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Clínica Médica, v. 8, n. 2, p. 125-128, 2010. SILVA, R. C. L et al. Feridas: Fundamentos e Atualizações em Enfermagem. 2ª ed., Ed Yendis, 2011.

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POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO PARA PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE “PÉ DIABÉTICO” Ivete Pereira de Almeida¹ ; Emanuely Cristine Pereira da Silva¹ Ana Flávia Gomes de Britto Neves²

RESUMO É uma doença crônica e se caracteriza por uma variedade de complicações, entre as quais se destaca o pé diabético, considerado um problema grave e com conseqüências muitas vezes devastadoras. O estudo tem por objetivo identificar na literatura possibilidades de prevenção e tratamento para pacientes com diagnóstico de “pé diabético”. Este trabalho caracteriza-se por uma revisão bibliográfica e após leituras e análise crítica do conteúdo selecionado podemos considerar o pé diabético como o conjunto de alterações ocorridas no pé do portador de diabetes melito, decorrentes de neuropatias, micro e macrovasculopatias e aumento da susceptibilidade a infecção, devido às alterações biomecânicas, que levam a deformidades. O tratamento depende do grau de comprometimento do membro, considerando-se a presença e/ou gravidade de isquemia e/ou infecção. A prevenção é um excelente recurso, portanto, é importante que a equipe de saúde busque estratégias que motivem os pacientes com diabetes a adotarem comportamentos adequados acerca dos cuidados com os pés e a encontrarem caminhos para superar as barreiras na adoção desses comportamentos. Palavras-chave: Pé diabético. Diabetes mellitus. Neuropatias Introdução Diabetes mellitus (DM) é um dos problemas de saúde mais importantes da atualidade, por ser uma doença com elevada morbidade e mortalidade. É uma doença crônica e se caracteriza por uma variedade de complicações, entre as quais se destaca o pé diabético, considerado um problema grave e com consequências muitas vezes devastadoras diante dos resultados das ulcerações, que podem implicar em amputação de dedos, pés ou pernas (MILMAN et al., 2001). O pé Diabético é uma das complicações mais graves e dispendiosas da Diabetes Mellitus, sendo o principal motivo de ocupação de camas hospitalares pelos diabéticos. Esse problema é responsável por cerca de 70%de todos as amputações efetuadas por causas não traumáticas, sendo 85% dessas amputações precedidas por uma úlcera no pé. Anualmente cerca de 4 milhões de diabéticos desenvolvem uma úlcera no pé (MALAGUTTI et al., 2011). Atualmente, existe muitas opções para o tratamento das lesões, tais como curativos com vários tipos de cobertura existentes no mercado, debridamento de tecidos desvitalizados, revascularização, aplicação local de fatores de crescimento e a amputação de extremidades esta última, a opção adotada com maior frequência (COELHO, SILVA e PADILHA, 2000). Em todos esses tipos de tratamento a atuação dos enfermeiros é muito

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importante, já que eles estão em constante contato com o paciente, realizando os curativos, acompanhando a evolução clínica das feridas e, principalmente, dando apoio psicológico. Anualmente, cerca de 4 milhões de diabéticos desenvolvem uma úlcera no pé. (MALAGUTTI et al., 2011). Para tanto, é primordial a disseminação do conceito de que o pé diabético é caracterizado pela presença de pelo menos uma das seguintes alterações: neurológicas, ortopédicas, vasculares e infecciosas, que podem ocorrer no pé do paciente portador de diabetes. Essa visão se contrapõe, de forma decisiva, à visão corrente do membro em estágio terminal, necrosado e infectado, encontrado em todos os serviços de emergência, resultado da prevenção inexistente e de meses ou anos de atendimentos inespecíficos e falta de diagnóstico. (CAIAFA et al., 2011). O estudo tem por objetivo identificar na literatura possibilidades de prevenção e tratamento para pacientes com diagnóstico de “pé diabético”.

Metodologia Caracteriza-se como uma revisão bibliográfica sobre o pé diabético. A literatura foi pesquisada no banco de dados da SCIELO e fez parte do estudo aqueles artigos cuja publicação se deu entre os anos de 2002 a 2012. Utilizou-se como palavra-chave para pesquisa “pé diabético”, onde foram encontrados 14 artigos. Após a leitura do título e resumo foram selecionados 4 para compor o estudo. Estes, por sua vez foram lidos em sua íntegra e categorizados considerando-se como método de análise proposto por Bardin (2009), tendo em vista o objetivo proposto em nossa pesquisa. Após leituras e análise crítica do conteúdo selecionado chegou-se ao resultado final deste estudo.

Desenvolvimento O pé diabético é o conjunto de alterações ocorridas no pé do portador de DM, decorrentes de neuropatias, micro e macrovasculopatias e aumento da susceptibilidade a infecção, devido às alterações biomecânicas, que levam a deformidades (CAIAFA et al., 2011). A neuropatia leva a uma insensibilidade, isto é, à perda da sensação protetora e, subseqüentemente, à deformidade do pé, com a possibilidade de desenvolver uma marcha anormal. Torna, ainda, o paciente vulnerável a pequenos traumas, provocados pelo uso de sapatos inadequados ou por lesões da pele ao caminhar descalço, os quais podem precipitar uma úlcera. (COSSON, NEY- OLIVEIRA e ADAN, 2002). A doença vascular periférica,

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associada a pequeno trauma, pode resultar em dor e úlcera puramente isquêmica; entretanto, em pacientes com isquemia e neuropatia os sintomas podem estar ausentes apesar da isquemia severa, e algumas lesões servem de porta de entrada para infecções, o que pode agravar ainda mais a situação do portador de Diabetes (VIRGINI-MAGALHAES e BOUKELA, 2008). O tratamento do pé diabético depende do grau de comprometimento do membro, considerando-se a presença e/ou gravidade de isquemia e/ou infecção. Comprometimento exclusivamente neuropático pode ser tratado com antibióticos e desbridamento. Nos casos de isquemia, a reperfusão é o objetivo. Casos mais graves podem exigir até mesmo amputação. Estudos internacionais apontam que portadores de DM têm 15 vezes mais chances de vir a sofrer uma amputação dos membros inferior do que os que não têm a doença (MALAGUTTI et al., 2011). A diabetes é uma doença crónica que exige adaptações pessoais e no estilo de vida. Dessa forma, será necessário que o enfermeiro adote uma postura de decisão com o cliente, a fim de identificar as medidas mais pertinentes e passíveis de execução. (COSSON et al., 2002). O cuidado à saúde do portador do pé diabético deverá envolver também a capacitação da equipe multiprofissional visando um melhor acompanhamento, sendo essencial a sensibilização do cliente, para que este perceba os resultados positivos decorrentes de cada mudança de comportamento. A enfermagem deve ser capaz de identificar, na sua atuação junto aos clientes, as anormalidades precoces para lhes proporcionar educação contínua e lhes oferecer apoio na prevenção de úlceras e infecção de membros inferiores, minimizando dessa maneira os riscos de amputações. Nesse sentido, no que concerne a prevenção, deve-se fazer o controle da dieta, cuidar da pele, fazer limpeza dos pés com agua morna e não quente com sabão, observar os pés quanto a cortes, bolhas, manchas avermelhadas e inchação, não automedicar-se nem usar remédios caseiro ou de uso popular para tratar os problemas dos pés sem orientação do profissional de saúde. A Diabetes é uma doença metabólica irreversível e isso exige do paciente um cuidado mais rigoroso para evitar os danos mais graves como infecções, amputações. Apesar da gravidade da doença o paciente pode conviver com ela o resto da vida desde que tem uma dieta balanceada e aceite as limitações impostas por essa patologia e assim evita o pé

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Diabético. No entanto, não devemos esquecer que a prevenção e a educação em saúde são fundamentais na prestação de cuidados ao diabético com risco de desenvolver lesões do pé, considerando uma vez não tratada aumenta-se o risco de incapacitação permanente do doente. É importante que a equipe de saúde busque estratégias que motivem os pacientes com diabetes a adotarem comportamentos adequados acerca dos cuidados com os pés e a encontrarem caminhos para superar as barreiras na adoção desses comportamentos.

Referências BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009. MALAGUTTI, W. et al. Curativos, Estomias e Dermatologia: Uma abordagem multiprofissional. 2 ed. – São Paulo: Martinari, 2011. CAIAFA, J. S.et al . Atenção integral ao portador de pé diabético. J. vasc. bras., Porto Alegre, v.10, n.4, supl.2, 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167754492011000600001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 06 Nov. 2013. SANTOS, I.C.R.V. et al . Prevalência e fatores associados a amputações por pé diabético. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 18, n. 10, Oct. 2013 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232013001000025&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 06 Nov. 2013. VIRGINI-MAGALHAES, C. E.; BOUSKELA, E. Pé diabético e doença vascular: entre o conhecimento acadêmico e a realidade clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 52, n. 7, Oct. 2008 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302008000700002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 Nov. 2013. COSSON, I. C. de O.; NEY- OLIVEIRA, F.; ADAN, L. F.. Avaliação do conhecimento de medidas preventivas do pé diabético em pacientes de Rio Branco, Acre. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 49, n. 4, Aug. 2005 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302005000400013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 Nov. 2013. MILMAN, M.H.S.A. et al . Pé diabético: avaliação da evolução e custo hospitalar de pacientes internados no conjunto hospitalar de Sorocaba. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 45, n. 5, Oct. 2001 . Dsiponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302001000500007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 08 Nov. 2013. COELHO, M. S; SILVA, D M G V; PADILHA, M. I. de S. Representações sociais do pé diabético para pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 43, n. 1, Mar. 2009 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S008062342009000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 Nov. 2013.

125


ANEXO:

Fonte: CAIAFAet al (2011). Infecção grave do paciente. Observar, após o debridamento inicial, a polidez da musculatura e a necrose dos tecidos profundos.

Fonte: CAIAFA et al (2011). Infecção grave do paciente. Observar a pinça passando pela articulação interfalangeana com osteomielite e os abscessos nas regiões interdigital e dorsal.

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PROPRIEDADES NUTRICIONAIS DA Spirulina ssp. Juliane Santos da Rocha Vasconcelos¹; Bruno Alves Moura¹; Lidiany Karla Medeiros¹, Maria das Graças Silva² 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat e-mail: juliane.srv@hotmail.com; brunoalves_270@hotmail.com; lidiany_karla@hotmail.com 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: gracasilva@gmail.com Endereço para contato: Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

RESUMO O estudo objetiva demonstrar a Spirulina como uma opção para tratamento de desnutrição. Trata-se de um estudo realizado a partir de métodos bibliográficos com o intuito de verificar nas literaturas publicadas a eficácia desta como uma fonte de proteínas e minerais. O projeto visa esclarecer os profissionais de enfermagem acerca das propriedades medicinais desta microalga, bem como demonstrar que ela pode ser utilizada em conjunto com outros métodos como suplemento alimentar. A desnutrição configura-se como um problema social e os profissionais de saúde devem estar atentos aos mecanismos de reversão desta patologia. Portanto, espera-se com este estudo contribuir para que este método natural possa ser uma medida de escolha na elaboração dos cuidados de enfermagem para pacientes acometidos de desnutrição. Introdução As primeiras espécies de Spirulina que serviram como alimento foram encontradas as margens de um rio na África em épocas de guerra. A microalga passou a ser ingerida e percebeu-se sua eficácia tanto no contexto de saciar a fome como na prevenção de possíveis agravos ao estado nutricional, tendo em vista a escassez de alimentos que existia na região. Atualmente ainda se utiliza este fitoterápico como alimento nesta região. A Spirulina vem sendo estudada a muitos anos devido a sua composição rica em proteínas e minerais, sendo um dos poucos alimentos a oferecer todos os aminoácidos essenciais em perfeita quantidade e qualidade. Configura-se no cenário científico como o alimento do futuro e é utilizada atualmente como suplemento alimentar por atletas. Sua eficácia é garantida, pois a mesma produz uma grande quantidade de proteínas que é quase que totalmente absorvida pelo organismo. Neste projeto abordaremos sua ação nutricional na desnutrição, tendo em vista que a mesma possui todos os aminoácidos essenciais para síntese de proteínas, tornando-a uma opção de tratamento nos casos de clientes com suporte nutricional prejudicado. O estudo tem por objetivo trazer a acadêmicos e profissionais de enfermagem conhecimento acerca da Spirulina, apresentando-a como uma escolha no combate a desnutrição, fornecendo-lhes informações acerca de sua composição, seus princípios ativos

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bem como os efeitos indesejados que esta cianobactéria poderá trazer aos clientes que dela fizerem uso, explicitando os casos em que a mesma poderá ser indicada.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa exploratória do tipo bibliográfica que foi operacionalizada por meio de artigos científicos pesquisados na base de dados SciELO, a partir dos descritores Spirulina, desnutrição e fitoterápicos. Os artigos foram criteriosamente selecionados e discutidos, e posteriormente foi realizada uma leitura exploratória com o intuito de extrair das literaturas os resultados pertinentes a problemática sugerida neste projeto.

Desenvolvimento A desnutrição é considerada um problema social e de saúde pública, devido a sua natureza multicausal. Ocorre quando o organismo não recebe os nutrientes necessários para o seu metabolismo fisiológico, devido à falta de alimentos ou problema na absorção, podendo também estar relacionada com algumas doenças ou às vezes deriva de fatores desconhecidos. Spirulina é uma alga verde-azul, fotossintética, filamentosa e tem formato helicoidal. Dentre as várias espécies de Spirulina existentes as mais importantes são a Spirulina máxima e a Spirulina platensis. A Spirulina cresce e se reproduz em lagos naturalmente ricos em minerais, principalmente bicarbonato e carbonato de sódio, e com pH elevado, condições que são encontradas em regiões tropicais e subtropicais quentes, ensolaradas e isoladas no México, Chade, Etiópia, Zaire, Zâmbia, etc. Em razão de sua grande habilidade em produzir proteínas em quantidade (60-70%) e de qualidade, com todos os aminoácidos essenciais em perfeito balanço, e por ser uma das poucos organismos capaz de sintetizar vitamina B12, a Spirulina tem sido indicada na alimentação humana e é considerada o alimento do futuro. (Instituto Fazenda Tamanduá, 2013) Os minerais presentes na Spirulina são: o cálcio, o fósforo, o magnésio, o ferro, o zinco, o cobre, o cromo, o manganês, o sódio e o potássio, sendo que os principais são o cálcio (1,3 a 1,4 g/Kg de Spirulina), o fósforo (6,7 a 9,0 g/ Kg de Spirulina) e o potássio (6,4 a 15,4 g/Kg de Spirulina) (Henrikson, 1995). Possui de 60 a 70% de proteínas, e quase todo este percentual é absolvido pelo organismo. Estudos realizados anteriormente comprovaram

128


que a Spirulina acelerou a recuperação em crianças desnutridas, devido a seu suporte nutricional bastante elevado. Atualmente, vem sendo utilizada como suplemento alimentar, sendo muito indicada para atletas, e encontra-se disponível no mercado na forma de comprimidos, flocos, e forma de pó. A Spirulina não é recomendado para pessoas que sofrem de fenilcetonúria, doenças auto-imunes, hipertireoidismo, durante a gravidez e lactação. O presente estudo avaliou que nas literaturas pesquisadas a microalga mostrou-se eficaz no tratamento da desnutrição, principalmente em crianças, devido ao seu alto teor de aminoácidos essenciais e proteínas. Sua eficácia está comprovada a partir de experimentos científicos e o conhecimento acerca de suas propriedades medicinais deve ser amplamente discutido no âmbito das terapias fitoterápicas, a fim de favorecer os clientes que estão acometidos desta patologia.

Referencias AMBROSI, M.A.; Reinehr, C.O.; Bertolin, T.E.; Costa, J.A.V.; Colla, L.M.; Propriedades de saúde de Spirulina spp., Revista de Ciências Farmácêuticas básicas e aplicadas, v. 29, n.2, p. 109-117, 2008. Instituto

Fazenda

Tamanduá,

disponível

em:

http://www.fazendatamandua.

com.br/instfaztam-espirulina.htm, acesso em 21 de outubro de 2013. MATARESCA, Natália Rocha; Spirulina platensis: Otimização de processo para obtenção de lipídeos; Revista educação, V.(8) n.(2), 2013. MORAIS, Rênica Alves, Ações da Spirulina, disponível em http://www.nutricaoem foco.com.br/pt-br/site.php?secao=publ-nefdebate&pub=3839, acesso em 21 de outubro de 2013.

129


RELEVÂNCIA DA NUTRIÇÃO PARA PREVENÇÃO DA CONSTIPAÇÃO NO IDOSO Ana Paula dos Santos Pontes1;Elane de Souza Batista Gomes1; Lenilde Dias Ramalho2. 1 - Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail:hanapaulasp@hotmail.com; elanebgomes@gmail.com; 2 - Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@uol.com.br

RESUMO A constipação seja qual for a sua origem é o estado mórbido caracterizado por defluxo, prisão de ventre e redução na frequência das evacuações. O idoso estar predisposto a desenvolver esse estado decorrente as suas alterações fisiológicas típicas do envelhecimento. Alterações essas que são agravadas por fatores como ingesta reduzida de líquidos, má nutrição e imobilidade. Correlacionar a importância de uma nutrição balanceada para prevenção da constipação em idosos. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado em periódicos do acervo da Faser/Uniesp e na rede mundial de computadores,utilizando os seguintes descritores:idoso;alimentação e constipação, durante o mês de setembro a novembro de 2013,em João Pessoa-PB. Os resultados encontrados mostram uma nítida contribuição da nutrição para uma melhora no quadro constipatório. Com o presente estudo, detectamos nos achados literários a correlação positiva da adoção de práticas alimentares como fator de melhora no quadro de constipação evidenciados em idosos. A relevância da nutrição para o idoso é de extrema importância para os cuidados dessa população. Até mesmo aos que ainda estão no processo de envelhecimento, pois é necessário que exista a prevenção, visto que tem que existir um controle alimentar para se ter uma velhice saudável. Introdução O estado nutricional do idoso é também dependente das condições sociais e é influenciado pela presença de doenças crônicas e uso de medicações, que podem algumas vezes, gerar interações indesejáveis com os nutrientes (BRASIL, 2010). As alterações fisiológicas do envelhecimento, incluem alterações endócrinas, gastrointestinais, renais e musculares e podem afetar as necessidades de nutrientes (BRASIL, 2002). Nesse contexto, Matos (2003) questiona o motivo da nutrição não ser mais claramente reconhecida como prioridade tanto para o idoso como pelos outros profissionais de saúde que não sejam, apenas, aos da área da nutrição. O autor expõe a necessidade por avaliação e intervenção nutricional e, afirma que é particularmente crucial neste grupo etário, em quem a incidência de doenças crônicas é muito prevalente e uma infinidade de fatores sociais e econômicos aumenta a possibilidade de erro nutricional. Para o mesmo, os indivíduos idosos estão em risco nutricional ou em risco de desnutrição. Para Ferriolli, (2003) os idosos apresentam dificuldades de manutenção do equilíbrio do balanço energético, quando expostos a um período de restrição calórica pela dieta, e talvez

130


por isso, também diante de uma perda de peso, voluntária ou não, estes idosos também apresentam dificuldade de restabelecer ao peso anterior. Diante do exposto, como acadêmicos de enfermagem e futuros profissionais integrantes da equipe de saúde, vimos uma necessidade importante na atenção e na realização desta pesquisa com o objetivo de correlacionar a relevância da nutrição para prevenção da constipação em idosos, em prol da melhoria da saúde e qualidade de vida desta população. Com a realização deste estudo esperamos poder contribuir para o conhecimento de quem se fizer interessado no tema abordado e, ainda aumentar as fontes literárias acerca da temática em apreço.

Metodologia O presente estudo foi de cunho bibliográfico, que Segundo Gil (2007, p.48) é realizado a partir do material já elaborado, constituído por livros de leitura corrente; livros de referência informativa e remissiva, como dicionários, enciclopédias, anuários, almanaques e catálogos, publicações e periódicos, como jornais e revistas, impressos diversos. Este estudo foi realizado no acervo da biblioteca da Faser/Uniesp, bem como na rede mundial de computadores através dos seguintes descritores: idoso, alimentação saudável, constipação, realizado no período de setembro a novembro de 2013, cujo o instrumento utilizado foi consulta a fontes secundárias. Para realização deste trabalho foram obedecidos os seguintes passos: exploração das fontes bibliográficas, levantamento e seleção do material; livros, periódicos, revistas de enfermagem, dissertações e internet, leitura do material selecionado, a qual compõe a fonte bibliográfica do estudo e que permitiu aglutinar as temáticas pertinentes à pesquisa; elaboração de fichas, ressaltando os aspectos mais importantes das fontes bibliográficas; as fichas foram ordenadas, analisadas, interpretadas e avaliadas segundo os dados contidos nelas; a elaboração do texto final foi realizada pela compreensão, interpretação crítica e pela discrição do material teórico analisado.

Resultados e discussão Segundo Lueckenotte (2002), no processo de envelhecimento normal ocorrem alterações fisiológicas e biológicas que afetam a alimentação e a nutrição do idoso. E as

131


doenças crônico-degenerativas (diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardiovascular) comuns na população idosa sofrem influência da dieta na sua prevenção e tratamento. A alimentação pode interferir tanto no aparecimento da doença como na determinação de sua gravidade, o que justifica a preocupação com o padrão alimentar no envelhecimento.

Tabela 01: Principais alterações fisiológicas e conseqüências no consumo alimentar e estado nutricional durante o processo de envelhecimento

Alteração Fiisológica

Efeito

1. Percepção do olfato/paladar;

Redução no apetite, perda de peso e

2. Perda progressiva do número de papilas

desnutrição, alteração da composição

gustativas e da secreção salivar;

nutricional da dieta.

3. Consumo de medicamentos que podem levar à alteração da palatabilidade, diminuição da sensibilidade olfativa;

Limitações na ingestão alimentar, na absorção e interação com nutrientes alterando sua utilização e a ingestão alimentar.

4. Menor capacidade de mastigação (por falta de dentes ou pelo uso de próteses mal adaptadas e

Redução no consumo alimentar.

também alguns distúrbios da deglutição; 5. Redução na produção de enzimas;

Má digestão e diminuição de absorção de nutrientes, principalmente vitamina B12

6. Redução da deficiência no sistema

Torna o organismo mais susceptível a

imunológico

desnutrição

Fonte: IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Projeção da População do Brasil - população brasileira envelhece em ritmo acelerado. Comunicação Social publicado em 27 de novembro de 2008.

O fracionamento aumentado e o volume reduzido das refeições, ou seja, comer pouca quantidade várias vezes no decorrer do dia, facilita o processo de digestão, absorção e aproveitamento dos alimentos. Portanto, é recomendável o consumo de quatro a seis refeições diárias, como por exemplo: desjejum, lanche manhã, almoço, lanche tarde e jantar. É importante que a refeição apresente aspectos agradáveis como: cor, sabor, aroma e textura (BRASIL, 2001). De acordo com Daroz (2009), as frutas, verduras e legumes são fontes de vitaminais e sais minerais, portanto devem ser incluídas em todas as refeições. A absorção do cálcio

132


também diminui com a idade e sua suplementação é necessária. Portanto se faz necessário aumentar o consumo de alimentos (leite e derivados) ricos nesse mineral, bem como aderir à prática da atividade física e incluir a exposição ao sol em horários adequados, pois esses hábitos também auxiliam para melhorar a absorção do cálcio no organismo. Para Takahashi (2009), a água, que é um nutriente muito importante nos idosos, muitas vezes é esquecida. A inadequada ingestão de água leva à desidratação e problemas associados com hipertensão, elevação na temperatura corporal, obstipação intestinal, secura das mucosas e diminuição da excreção de urina. Portanto deve ser consumido de 4 a 6 copos de água, chás e sucos por dia. Um cuidado nutricional preventivo é importante, pois na terceira idade é que algumas doenças como (hipertensão arterial, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, osteoporose e outras) aparecem. A atenção em desenvolver atividade física e os hábitos alimentares saudáveis pode fazer diferença e farão com que se sintam melhor nos anos futuros. Tramontino (2009) informa que em se tratando de qualidade de vida, pode-se citar que a constipação intestinal traz complicações e provoca queixas constantes na população idosa, seja na situação ambulatorial, seja em pacientes acamados por longos períodos, em seu domicílio ou em instituições. Corroborando, Oliveira (2009) diz que embora a constipação intestinal seja uma condição prevalente e de morbidade importante na população geriátrica, e que pode acarretar várias complicações como impactação fecal (fecaloma), incontinência, dilatação, complicações hemorroidárias, risco de fístula anal, câncer de cólon, obstrução intestinal e até perfuração do cólon, visto que é freqüentemente abordado de forma simplista tanto pelos profissionais da área de saúde quanto por alguns pacientes. O autor informa que a associação freqüente de atonia muscular geral com o envelhecimento tem levado à suposição de que a constipação intestinal funcional no idoso seja devido à diminuição da motilidade colônica e, portanto uma condição “normal” com a idade, mas na verdade esta é uma condição de perda importante na qualidade de vida, de origem multifatorial. Nessa sequência, Ramos (2009) evidencia estudos que demonstraram que várias doenças que são comuns no mundo ocidental como constipação, hérnia de hiato, diverticulose, câncer de cólon, hemorróidas e outras, são raras na zona rural da África. Para o mesmo, esta diferença estaria ligada diretamente com a alimentação, sendo a fibra alimentar o principal componente estudado. Segundo o autor citado, nestes estudos

133


verificaram-se que na população norte americana o peso das fezes são de 80-120g/dia, em quanto que na África este peso é de 300-500g/dia, isto se dá ao grande consumo de fibras. Dessa forma, Oliveira (2009) destaca que o hábito alimentar de um indivíduo, principalmente de um idoso, se faz através dos anos de sua vida e depende de alguns fatores como país em que vive, costumes regionais, hábitos familiares, situação sócio-econômica, o marketing cada vez mais forte sobre determinados produtos, a falta de informação sobre a importância da alimentação correta, e muitas outras variáveis que podem influenciar os costumes de cada pessoa. O autor diz ainda que a origem da constipação intestinal no idoso pode ter vários fatores como, os dietéticos, emocionais, patológicos, físicos e medicamentosos. Entretanto a fibra pode se constituir como um componente primordial na terapêutica e principalmente na prevenção da constipação intestinal. Portanto, com o presente estudo, detectamos nos achados literários a correlação positiva da adoção de práticas alimentares saudáveis como fator de melhora no quadro de constipação evidenciados em idosos. A alimentação pode interferir tanto no aparecimento da doença como na determinação de sua gravidade, o que justifica a preocupação com o padrão alimentar no envelhecimento. Até mesmo aos que ainda estão no enfrentando este processo, pois é necessário que exista prevenção, visto que tem que existir um controle alimentar para se ter uma velhice saudável.

Referencias bibliográficas BRASIL.Ministério da Saúde.Estatuto do Idoso.Ministério da Saúde,2002. BRASIL.Ministério da Saúde.Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Regulamento Técnico de boas práticas para serviços de alimentação. DAROZ, Claudia Batitucci. Nutrição para idosos. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2009 set-dez; 21(3): 258-67. MORIGUTI, Julio Cesar; IUCIF, Nelson Jr.; FERRIOLI Eduardo. Nutrição no Idoso. In DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E; MARCHINI, J. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo, 2007. LUECKENOTTE, A.G. Avaliação em Gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002.

134


OLIVEIRA, J. E. Dutra de; MARCHINI, J. Sérgio. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998. MATTOS, L.L; MARTINS, I.S. Consumo de Fibras Alimentares em População adulta. Rev. Saúde Pública, vol 34 n 1 p. 50-55 Guarulhos, SP – 2003. RAMOS, Simone Cordeiro; OLIVEIRA, Maria Núbia Gama. Constipação Intestinal No Idoso: A Fibra Como Tratamento e Prevenção - Revista Nutrição em Pauta, edição Maio/Junho

2009.

Disponível

em:

<http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=219>

Acesso

em:07/09/13. Tramontino VS, Nuñez JMC, Takahashi JMFK, Santos-Daroz CB, Rizzatti-Barbosa CM. Nutrição para idosos. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2009 set-dez; 21(3): 258-67. IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Projeção da População do Brasil população brasileira envelhece em ritmo acelerado. Comunicação Social publicado em

27

de

novembro

de

2008.

disponível

em

dhttp://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_notic ia=1272 acessado dia 29/09/13.

135


REVISÃO DE LITERATURA DA PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO BRASIL OLIVEIRA, K. K. S.¹; CAVALCANTI, V. M. ¹; CARVALHO, L. C. T. ³ 1- Discente de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat (kamilakassia@outlook.com; vanessa_mjp@hotmail.com); 2- Docente da Faculdade Santa Emília de Rodat (laisctcarvalho@gmail.com).

RESUMO Dentre as doenças parasitárias existentes, a esquistossomose, cujo principal agente etiológico é o Schistosoma mansoni, é a segunda principal causa de morbidade no mundo, sendo de grande importância socioeconômica e de saúde pública em áreas tropicais e subtropicais. No Brasil, estima-se que, aproximadamente, 25 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de contrair a esquistossomose mansoni, e que 2,5 a 6 milhões encontremse infectadas. Em 2010, os Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais apresentaram os maiores índices de positividade para doença. Na Paraíba, a esquistossomose mansônica está presente em 71 dos 223 municípios do estado, sendo endêmica nas Zonas do Litoral, Zona da Mata, Brejo e, em alguns municípios do Agreste, se apresentando de forma focal. Os índices de mortalidade, em 2010, revelaram que o maior número de óbitos pelo agravo da doença foi no Estado de Pernambuco, com 40% dos 541 óbitos registrados. Como óbitos por esquistossomose são considerados um grave problema de saúde pública, uma vez que esta se refere a uma doença prevenível e tratável, faz-se necessário a intensificação de medidas de controle da doença, visando a redução dos óbitos por ela ocasionados, além da diminuição da prevalência por localidade, a fim de evitar a sua dispersão por várias regiões. Palavras chave: Esquistossomose Mansônica. Óbitos. Brasil. Introdução A esquistossomose mansônica, segunda doença parasitária em termos de importância socioeconômica e de saúde pública em áreas tropicais e subtropicais, é uma infecção parasitária cujo principal agente etiológico é o Schistosoma mansoni, sendo transmitida ao homem por moluscos aquáticos do gênero Biomphalaria (MELO, 2011). As sequelas da esquistossomose são debilitantes e a sua morbidade inclui anemia, diarreias de repetição, dor crônica, astenia e, nos casos mais graves, são percebidas nodulações grosseiras no fígado, hipertensão portal, circulação colateral, varizes esofagianas, que podem levar ao óbito (BRASIL, 2008). Esta doença é muitas vezes definida como uma endemia de fácil expansão em função da extensão de áreas agrícolas com projetos de irrigação, utilização das águas naturais contaminadas, devastação ambiental e ocupação das terras por uma população de baixo nível socioeconômico (TIBIRIÇA, 2008). De acordo com Souza e Santos (2008), a esquistossomose pode ser um indicativo socioeconômico importante, estando relacionada à pobreza e a sua relação como questão de saúde pública é decorrente desta inter-relação.

136


Segundo Nascimento (2013), atualmente existem várias iniciativas nos órgãos da Organização Mundial da Saúde com o objetivo de eliminar algumas doenças para as quais existem ferramentas prontas para o seu enfrentamento, como por exemplo, a esquistossomose. Ao participar deste esforço global, o Ministério da Saúde do Brasil lançou, em 2011, o Plano Integrado de Ações Estratégicas de Eliminação da Hanseníase, Filariose, Esquistossomose e Oncocercose. A essência do plano está na priorização da estratégia de busca ativa e de oferta oportuna de tratamento nos grupos populacionais mais vulneráveis. Considerando a esquistossomose um problema de saúde pública negligenciado, este estudo teve como objetivo a realização de uma revisão bibliográfica acerca da prevalência do Schistosoma mansoni nas Unidades Federativas do Brasil.

Metodologia Este trabalho consta de uma investigação exploratória e descritiva, sendo realizada por meio de levantamento e revisão da literatura, com artigos sobre o tema entre os anos de 2005 a 2013.

PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO BRASIL No Brasil estima-se que cerca de 25 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de contrair a esquistossomose, e que 2,5 a 6 milhões encontrem-se infectadas. A esquistossomose ocorre de forma endêmica nos Estados: Alagoas, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais. No Pará, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal a transmissão é focal (BRASIL, 2010). A infecção por esquistossomose não é homogênea no Brasil. As áreas mais afetadas são caracterizadas por condições precárias ou inexistentes de saneamento básico, pobreza e baixos níveis de escolaridade. Os Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais apresentam os maiores índices de positividade (Tabela 1) (BRASIL, 2010).

137


Tabela 1. Prevalência de Esquistossomose Mansônica por Unidade Federativa no Brasil (2004 a 2010). Ano Unidade Federativa

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Pará

0,7

2,3

2,4

2,2

1,7

0,3

1

Maranhão

4,2

5,3

4,2

4,1

4,7

4,1

5,3

Piauí

0

0

0,1

0,1

0

0

0

Ceará

0,8

0,8

0,5

0,4

0,4

0,2

0,1

Rio Grande do Norte

2,8

3,8

3,6

3,6

3,1

3,3

3,8

Paraíba

4,9

5,1

4,7

5,4

7,1

5,1

5,4

Pernambuco

9,1

10,1

8,6

8,2

8,5

6,6

6

Alagoas

10,2

9,6

8,7

8,1

8,4

8,7

7,2

Sergipe

10,8

9,7

10

10,5

10,5

9,1

6,7

Bahia

6,1

5,1

5

4,3

3,7

3,1

3

Minas Gerais

7,7

5,9

5,9

6,0

6,5

4,2

4,5

Espírito Santo

3,8

5

4,3

3,6

3,4

2,9

3,4

Rio de Janeiro

1,3

1,9

1,9

0,3

1,1

3,7

0

Paraná

0,9

1,3

1,5

1,4

2,1

6,4

2,2

Santa Catarina

0,1

0,1

0,2

0,5

0,1

0

-

Goiás

0,7

0

1,5

0

0

0

-

Fonte: MS/SVS Devido ao grande número de pessoas afetadas, e aos constantes deslocamentos da população em busca de melhores condições de vida, as pessoas infectadas são diagnosticadas em todo o território nacional. Embora na maioria das vezes a doença passe despercebida, em áreas endêmicas, devido a maior chance da aquisição continuada de parasitas durante as exposições aos focos, os efeitos deletérios da esquistossomose manifestam-se com mais frequência (TELES, 2005). Os índices de mortalidade por esquistossomose revelam que o maior número de óbitos pelo agravo da doença foi no Estado de Pernambuco, que conta com cerca de 40% dos 541 óbitos. No ano de 2010, foram registrados 48.823 óbitos por doenças infecciosas no Brasil. Em Pernambuco, aproximadamente 9% destes óbitos foi devido à esquistossomose, enquanto que os Estados de Alagoas e Sergipe apresentaram um percentual de 4% e 5%,

138


respectivamente. Na Paraíba o percentual de mortes por esquistossomose foi de aproximadamente 3% (Tabela 2). A esquistossomose está presente em 71 dos 223 municípios do estado da Paraíba. A doença é endêmica nas Zonas do Litoral, Zona da Mata, Brejo e, em alguns municípios do Agreste, se apresenta de forma focal. Os municípios situados no Litoral Sul (Alhandra, Conde, Pitimbu, Caaporã e Pedras do Fogo) e Lucena, no Litoral Norte, são os que apresentam localidades com as prevalências mais elevadas (BRASIL, 2011). Tabela 2. Óbitos por esquistossomose em Unidades Federadas. Brasil, 2010. Unidade Federada Pernambuco

Esquistossomose 213

Doenças Infecciosas 2430

Óbito por esquistossomose entre as infecções (%) 8,765

São Paulo

77

10.518

0,765

Minas Gerais

68

5.498

1,237

Bahia

64

3.585

1,785

Alagoas

30

797

3,764

Sergipe

20

417

4,796

Rio de Janeiro

17

6.403

0,266

Paraíba

16

793

2,018

Espírito Santo

13

619

2,1

Ceará

4

1.673

0,239

Paraná

4

1.935

0,207

Distrito Federal

4

488

0,82

Rio Grande do

3

600

0,5

Piauí

2

596

0,336

Mato Grosso

2

824

0,243

Tocantins

1

252

0,397

Maranhão

1

1.208

0,083

Mato Grosso do

1

592

0,169

Goiás

1

1.661

0,06

Brasil

541

48.823

1,108

*N = 541. Fonte: SIM/MS

Como óbitos por esquistossomose são considerados um grave problema de saúde pública, uma vez que esta se refere a uma doença prevenível e tratável, faz-se necessário a intensificação de medidas de controle da doença, visando à redução dos óbitos por ela

139


ocasionados, além da diminuição da prevalência por localidade, a fim de evitar a sua dispersão por várias regiões. Agradecimentos A Faculdade Santa Emília de Rodat pela oportunidade e a todos os professores colaboradores do meu crescimento acadêmico.

Referências BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose – 2008. Brasília: Caderno de Atenção Básica n.21. 2 ed rev. 200p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação epidemiológica da esquistossomose no Brasil. Grupo técnico das parasitárias. Brasília: Editora do Ministério da saúde, 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde: relatório de situação: Paraíba - 5ª ed. – Brasília. 2011. MELO, A.G.S. Epidemiologia da Esquistossomose e conhecimento da População em Área Periurbana de Sergipe. 2011. 106f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Ambiente), Universidade Tiradentes, Aracaju, 2011. NASCIMENTO,

G.L.

Formas

graves

da

Esquistossomose

Mansoni:

carga

epidemiológica e custos no Brasil em 2010. 2013. 73p. Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SOUZA, F.A; SANTOS, I. Disseminação da Esquistossomose Mansônica na Região de Santa Cruz das Palmeiras-SP. Rev. LOGOS, 16 p.43, 2008. TELES, H. M. S. Distribuição geográfica das espécies dos caramujos transmissores de Schistosoma mansoni no Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2005, vol.38, n.5, p.426-432. TIBIRIÇA, S.H.C. Epidemiologia da Esquistossomose em três Municípios da Microrregião de juiz de Fora, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade

140


Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, 2008.

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SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO Ana Sibelli C. Amorim¹; Ideltônio J.F. Barbosa² 1 – Acadêmica de Radiologia/Faser, e-mail: sibelli.amorim@gmail.com 2 – Professor da Faculdade Santa Emilia de Rodat, e-mail: idel.barbosa@gmail.com Faculdade Santa Emilia de Rodat. Praça Caldas Brandão – Tambiá, João Pessoa – PB, 58028-650

RESUMO As radiações podem ser classificadas como ionizantes ou não ionizantes, de acordo com a energia transportada. Ao interagir com a matéria a radiação transmite parte ou toda sua energia para os átomos e moléculas, arrancando elétrons, mudando a estrutura e o comportamento de moléculas. Um individuo irradiado com altas doses pode desenvolver a Síndrome Aguda da Radiação, que consiste em um grupo de sinais e sintomas que variam e se agravam com o valor da dose que foi absorvida e se manifestam no sistema hematopoiético, no sistema gastrointestinal e no sistema neurovascular, podendo levar o indivíduo a morte em poucos dias. A síndrome é uma doença que se apresenta sob diversas formas, seu prognóstico é baseado fundamentalmente na quantidade da dose que foi absorvida. Palavras-chave: Radiação. Ionização. Dose. Síndrome. Introdução Radiação é a propagação de energia através de qualquer meio, podendo ser classificada em não ionizante e ionizante. A ionizante possui alto poder energético capaz de arrancar elétrons de átomos, ionizando moléculas, desencadeando uma série de efeitos biológicos.A radiação ao interagir com a estrutura viva pode provocar diversos danos, variando de acordo com a quantidade que é absorvida pelo corpo; dose absorvida.Um individuo exposto de corpo inteiro a altas doses de radiação pode apresentar o que se chama Síndrome Aguda da Radiação, que se resume em um conjunto de sintomas e sinais clínicos provenientes de uma exposição à elevada quantidade de radiação. Os efeitos dependem de duas variáveis: dose absorvida e tempo de exposição.Antes dos sintomas da síndrome o indivíduo pode ou não apresentar náuseas, vômitos, mal- estar, diarreia e febre. Em uma escala de ordem crescente, considerando o valor da dose absorvida a síndrome se manifesta em três apresentações: Hematopoiéticas quando exposto a alguns Grays, caracterizada pela diminuição considerável do número de células do sangue, causando infecções ou hemorragias, devido à baixa taxa de leucócitos e de plaquetas, a morte pode ocorrer entre o período de 30 a 60 dias. Gastrointestinais quando exposto a dezenas de Grays, caracterizada por náuseas, vômitos, perda de apetite e dor abdominal, a morte pode ocorrer entre 3 a 10 dias. Neurovasculares quando exposto a centenas de Grays, caracterizada por vertigem, dor

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de cabeça, ou redução do nível de consciência com ausência de vômitos, a morte pode ocorrer dentro de 48 horas após a exposição. Nosso trabalho tem como objetivo descrever a relação entre os sinais e sintomas da Síndrome Aguda da Radiação e a dose absorvida.

Metodologia Nós nos utilizamos de estudos bibliográficos para realizar uma revisão literária acerca dos sinais e sintomas dos indivíduos cometidos pela síndrome.

Resultados e discussão A Síndrome Aguda da Radiação é uma doença polimorfa aonde a evolução e prognóstico são inteiramente dependentes da dose absorvida. É sabido que a síndrome é típica de acidentes e incidentes nucleares, não se manifestando em caso de pequenos acidentes laborais.

Referências Bibliográficas Garcia, E.A - Biofísica. Ed. Sarvier. São Paulo – SP 2002. Leitão & Gomes, A. - Fotobiologia e Radiobiologia. Ed. UERJ, Rio de Janeiro – RJ 1997. Heneine, I.F. - Biofísica básica. Ed. Ateneu, Rio de Janeiro – RJ 2002. Barbosa, I.J.F. – CB Virtual 3: Biofísica dos sistemas biológicos. Ed. Mec/UFPB 2009.

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TELOMERASE: sua importância para o tratamento do câncer Samanta Rodrigues de Oliveira Gonzaga¹; Gregório Fernandes Gonçalves²,³ 1- Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat (samanta.biomedicina@gmail.com) 2- Docente da disciplina de Bioquímica Básica e Bioquímica Metabólica da Faculdade Santa Emília de Rodat (gregorio_goncalves@yahoo.com.br) 3- Mestre em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (Área de Farmacologia)

RESUMO Os telômeros vêm sendo fortemente pesquisados, pois possivelmente podem estar relacionados com o tratamento contra o câncer. O câncer é hoje considerado uma das doenças que mais matam os seres humanos, logo a necessidade de novos tratamentos é essencial. Este artigo tem como objetivo demostrar a importância da utilização dos telômeros no tratamento do câncer, desde a possível identificação do câncer pela expressão da telomerase, até a utilização de inibidores desta. O estudo a seguir foi elaborado a cerca de uma revisão de literatura, através de materiais disponíveis em sites especializados. Nos artigos analisados foi elencada a utilização da inibição da telomerase nas células neoplásicas, com a justificativa de que possibilitava a morte celular, evitando que a célula cancerígena seja imortal. Sendo assim, podemos observar que é de extrema importância a intensificação em relação ao entendimento da funcionalidade da região telomérica visto que esta, na maioria dos canceres, encontra-se altamente expressa, impossibilitando assim um desenvolvimento normal da célula. Palavras-chaves: telomerase, câncer, tratamento. Introdução O organismo humano é dotado de um sincronismo homeostático perfeito, para que ele possa ter seu funcionamento desde a formação da primeira célula – tecidos - órgãos sistemas, e ao final da senescência aconteça sua morte. Todo este desenvolvimento é estabelecido pelo código genético o qual determinará a especificidade e funcionalidade de cada célula. (INCA, 2008). O crescimento celular é composto de cinco fases a G1, S, G2, M e GO. A G1 prepara o DNA para síntese de nucleotídeos, de aminoácidos, de proteínas, através da utilização de bases púricas, pirimídicas, fosfatos e riboses. (INCA, 2008).

Um cromossomo é formado pela associação de duas longas fitas de DNA, nas quais as sequencias de bases nitrogenadas codificam a informação genética. As extremidades dos cromossomos de eucariotos contem sequencias repetitivas de bases nitrogenadas que não codificam informação genética. Tais sequencias (juntamente com proteínas a elas associadas) são denominadas telômeros* (do grego télos, fim). Sua existência é importante para manter a integridade cromossômica, pois impedem que as pontas das fitas de DNA fiquem soltas e expostas. (CANTO, 2013)

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A presença dos telômeros, formados por uma ribonucleoproteínas, irá direcionar a formação do DNA adicionando cataliticamente desoxirribunucleotideos a extremidade 3’ do cromossomo, através do molde de RNA presente em sua estrutura. Logo, esta enzima irá manter a imortalidade celular, visto que sem a formação dos telômeros, o cromossomo fica “[...] desnudo [...]” (PARSONS, 2003), sem uma proteção, ficando exposto à recombinação e degenerações não esperados.

FUNCIONALIDADE E ALTERAÇÕES TELOMÉRICAS É indiscutível de que os telômeros são de extrema importância para a conservação da estrutura dos cromossomos. “Não somente os telômeros protegem o material genético da perda durante a divisão celular, como também servem como um “relógio mitótico”, dizendo para as células a hora de parar a divisão e ir para senescência” (CASTRO, 2008). Assim a correta sequência telomérica, permite o correto anelamento da telomerase e consequentemente replicação completa do cromossomo. “A região telomérica é responsável pelo ancoramento dos cromossomos à membrana nuclear, garantindo a correta distribuição espacial dos cromossomos, sugerindo uma função no posicionamento cromossômico para a replicação celular” (PARSONS, 2003).

O CÂNCER E A RELAÇÃO COM A TELOMERASE O câncer é caracterizado por um crescimento desordenado (maligno) de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se por todo o corpo. Com as células dividindose rapidamente, tendem a ser agressivas e incontroláveis, levando a formação do tumor ou de neoplasias malignas. (INCA, 2008). A Telomerase é uma ribonucleoproteína que se encontra hiperexpressa em um grande número de neoplasias malignas (ALMEIDA, 2007), formada por um complexo enzimático constituído de duas subunidades, a RNA (hTR), denominada depositária, que consiste em adicionar desoxirribonucleotídios no região terminal dos cromossomos, a segunda ativa a telomerase, sendo denominada de catalítica (hTERT), uma transcriptase reversa (CASTRO, 2008) A atividade da Telomerase é indetectável na maioria das células somáticas humanas, mas em, aproximadamente, 85% dos cânceres e linhagens de células imortais, ela se encontra altamente ativada. Acredita-se que as células cancerígenas readquirem a habilidade de expressar o gene hTERT. (CASTRO,2008).

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A incidência, a distribuição geográfica e o comportamento de tipos específicos de cânceres estão relacionados a múltiplos fatores, incluindo sexo, idade, raça, predisposição genética e exposição a carcinógenos ambientais. (INCA, 2008,4) Diferentemente das células normais, as neoplásicas são consideradas imortais, pois seu tempo de vida é prolongado e não tem limite em sua replicação, ou seja, as células cancerígenas não possuem um replicômero (capacidade de contar o número de replicações celulares e identificar o fim das replicações), ao contrário das células normais que possuem o número de divisões estabelecido pelos telômeros. Com isso é observado nas células cancerígenas a alta atividade da telomerase, sendo esta características fundamental para novos caminhos de tratamentos uma vez que inibindo a telomerase das células cancerígenas não irá afetar as células saudáveis. (PARSONS, 2003).

TELOMERASE E O TRATAMENTO DO CÂNCER A dificuldade para o tratamento de muitos canceres está relacionada com a falta de especificidade celular. Logo muitas pesquisas giram em torno da busca de fármacos que sejam capazes de inibir o crescimento acelerado de células anormais. E atualmente a telomerase está sendo uma das principais linhas de pesquisas. Pois com a inibição da telomerase, a célula poderá identificar a cessação da replicação celular permitindo assim sua senescência (PARSONS, 2003). A inativação da telomerase está sendo pesquisada seguindo dos mecanismos: (1) utilização do AZT (azidotimidina-trifosfato, zidovudina), o Ara-GTP (arabinofuranilguanosina trifosfato), que permite a inibição da telomerase reduzindo os terminais teloméricos rapidamente; (2) utilização do DNA anti-sense (complementar a uma sequencia) com sondas que agirá na proteína essencial na telomerase, especificamente contra o mRNA desta proteína, impedindo a hTERT, inativando assim a telomerase (PARSONS, 2003) Além de fármacos, também estão sendo estudas substâncias presentes em alimentos, nos quais possibilitam a inativação da telomerase, de acordo com o temos: Gisteína, a EGCG (chá verde), Sulforafano (crucíferas). (MATEUS, 2012)

Metodologia

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Este trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico a cerca dos artigos que referenciavam a telomerase no uso do tratamento do câncer. Toda a pesquisa foi realizado durante os meses de julho e outubro do ano vigente. Em seguida discutimos a cerca da temática e elaboramos este artigo sobre o tema citado.

Resultados e discussão A necessidade de tratamentos mais específicos para o câncer é urgente. A cada tempo que se passa este tipo de patologia está acometendo mais a população, como está se tornando mais forte, impossibilitando de ser tratado com os métodos atuais. No entanto observamos em nossa pesquisa, que a Telomerase está sendo foco de estudos a cerca de sua subunidade ativa a hTERT, na qual impede o reconhecimento celular para é É possível a utilização de substância que inibem a expressão da hTERT, da telomerase, para que assim, as células cancerígenas possam sofrer apoptose, levando-se a morte das células cancerígenas minimize seus efeitos ao paciente. Com isso, temos uma nova vertente de tratamento para a formulação de novos fármacos, que possam atuar como antineoplásicos, permitindo, então, aos portadores de câncer e pessoas predispostas geneticamente a eles, um prognóstico e uma possibilidade de tratamento mais eficaz e específico. Contudo necessitamos ainda de mais estudos referentes a ação dos inibidores da telomerase, seu efeito e mecanismo de ação nas células cancerígenas.

Agradecimentos Agradeço primeiro a Deus por estar realizando um curso que sempre almejei, e agradeço especialmente ao professor Gregório Gonçalves por me orientar na elaboração deste artigo. E ao meu esposo e familiares por aceitarem minha ausência durante este período.

Referências PARSONS, H.A. Telômeros, Telomerase e Câncer. Revista da Faculdade de Ciências Medicas

de

Sorocaba,

v.5,

n.1,

p.

54-59,2003.

Disponível

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<

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INCA (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER). Ações de enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço.. – 3. ed. rev. atual. ampl. – Rio de

Janeiro:

INCA,

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http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap2.pdf > Acessado em 02 de jul. 2013, 08:30. CANTO, Eduardo. Ciências naturais. O que é telomerase?. Ciências Naturais, aprendendo com

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2009.

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http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB 30D6852A0130D7D89DC36AC9 >. Acessado em 13 ago. 2013, 15:23. SEIXAS, Fabiana. Interpretando a Base Genética do Câncer, 2011. Disponível em < http://www.ufpel.edu.br/biotecnologia/gbiotec/site/content/paginadoprofessor/uploa dsprofessor/c9fb5772fd1af1b020a3c0528a322252.pdf > Acessado em 13 ago. 2013, 17:45. ALMEIDA,

J.

R.

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Marcadores

Tumorais,

2007.

Disponível

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http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf > Acessado em 15 ago 2013, 18:35. CASTRO, Elisabeth. Telomerase: funções, bases genéticas e moleculares e suas aplicações nas neoplasias. Disponível em < http://genetica.ufcspa.edu.br/Telomerase.pdf > Acessado em 23 ago. 2013. 14:45. MATEUS, Gabriel. Inflamação e telomerase: dois aliados ao cranco, 2012. Disponível em < http://blog.projetosafira.org/2012/11/27/inflamacao-e-telomerase-dois-aliados-docancro/ > Acessado em 10 ago. 2013, 12:33.

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TRANSMISSÃO DE HEPATITE B POR TRANSFUSÃO SANGUÍNEA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA Gilvânia Araújo Diniz Santos¹, Oziléia Maria Barbosa Alves¹, José Fernandes da Silva Cardoso 1, Kaetillyn Araújo Diniz da Silva², Valderi Carvalho³ 1- Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: gilvaniadinizsantos@gmail.com, ombalves12@gmail.com e jfernandesbio@gmail.com. 2- Bacharel em medicina veterinária, e-mail: kaetillyn@hotmail.com. 3- Professor da faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: valdericarvalho@hotmail.com.

RESUMO As hepatites virais representam um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Com o objetivo de amenizar os riscos decorrentes da transfusão sanguínea, os doadores de sangue passam por três etapas de seleção, a captação de doadores de sangue, a triagem clínica e a triagem sorológica. A triagem sorológica em doadores de sangue, não possibilita segurança de 100% quanto à possibilidade de transmissão de agentes infecto-contagiosos. A amostra do doador deve ficar armazenada por um período mínimo de seis meses. Por ser uma doença de investigação obrigatória na triagem sorológica, a hepatite B, torna-se uma das causas de inaptidão definitiva para doação de sangue. A principal via de transmissão da hepatite B é a sexual, porém, existem raros casos de transmissão parenteral que podem ocorrer se o doador estiver na fase de viremia do período de incubação, chamada janela imunológica da hepatite B. Esta pesquisa consiste na realização de um levantamento quantitativo de casos de infecção pelo vírus da hepatite B cuja fonte mecânica de transmissão é o processo de transfusão sanguínea com sangue infectado. Palavras-chave: Infecção. Hepatite B. Transfusão sanguínea. Doadores de sangue. Inaptidão. Introdução O constante esforço para minimizar cada vez mais os riscos relacionados à transfusão de sangue, principalmente no que se refere à transmissão de doenças infectocontagiosas, tem impulsionado a organização de serviços e procedimentos voltados para a seleção de doadores em condições adequadas de saúde. É neste contexto, que se apresentam os procedimentos triagem cujo objetivo é proteger tanto os doadores, quanto os pacientes que vão receber a transfusão. A lei 7.649, de 25 de janeiro de l988, estabeleceu a obrigatoriedade do cadastramento de doadores de sangue e a realização de exames laboratoriais para hepatite B e outras doenças de notificação compulsória (Pinho et al. 2001). Em 1993, a Portaria 1.37617 normalizou as práticas hemoterápicas no Brasil, tornando obrigatória também a inclusão de testes para anticorpos contra o vírus da hepatite B nos exames de triagem. Essas medidas reduziram a transmissão dessas duas formas de hepatite por transfusão de sangue e hemoderivados (Valente et al. 2005).

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A transmissão de patógenos através da transfusão necessita basicamente que o doador tenha o agente circulante em seu sangue, que os testes de triagem sorológica não sejam capazes de detectá-lo e que o hospedeiro seja susceptível. Além disso, o tropismo de agentes infecciosos por determinado componente do sangue determina a contaminação dos diferentes hemocomponentes (concentrado de hemácias, concentrados de plaquetas, concentrados de leucócitos e plasma). Assim, o Vírus da Hepatite B (HBV) e o Vírus da Hepatite C (HBC) localizam-se preferencialmente no plasma (Carrazzone et al. 2004). Para haver maior segurança no processo de transfusão sanguínea, os doadores passam por três etapas de triagem. A capitação de doadores de sangue; A triagem clínica e a triagem sorológica. Os reagentes atualmente empregados na triagem sorológica das hepatites B em bancos de sangue exibem boa sensibilidade e especificidade. Todavia, ao serem aplicados em populações onde são baixos os valores de prevalência, geram um percentual considerável de resultados falso-positivos. Faculta-se aos serviços de hemoterapia a realização de testes confirmatórios ou complementares (Valente et al. 2005). O nordeste brasileiro é considerado como área de endemicidade intermediária para o VHB, pois a prevalência do HBsAg vai de 2% a 7% com menos de 60% da população apresentando histórico sorológico (Cháves et al. 2003). O VHB é transmitido por transfusão de sangue e hemoderivados, transplante de órgãos, hemodiálise, aleitamento materno, contaminação de agulhas, seringas e materiais intravenosos, e por via sexual, destacando-se o papel de fluidos orgânicos, como o sêmen e a saliva. O período de incubação varia de 2 á 6 meses (Caetano & Beck; 2006). Esta pesquisa tem por objetivo, reunir informações quantitativas de casos de infecção por HBV transmitidas a partir de sangue contaminado em transfusões sanguíneas no município de João Pessoa – Paraíba.

Metodologia Para elaboração desta pesquisa, foi realizado um levantamento de dados anuais através de registros encontrados no arquivo do banco de dados do sistema único de saúde, via site www.datasus.gov.br, entre os períodos de 2007 a 2013. Primeiramente, foram coletados dados referentes aos casos registrados de infecção por hepatite B transmitida por transfusão sanguínea. Logo após, foram analisados dados de casos registrados de hepatite B por outros diversos meios de transmissão. A fim de se estabelecer um comparativo.

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Resultados e discussão Conforme dados do sistema único de saúde (SUS), no período entre 2007 e 2013, os casos confirmados e registrados no SUS de hepatite B no município de João Pessoa, foram à seguinte: 99 casos em 2007, dentre estes, 64 casos se deram por transfusão sanguínea. 1 caso em 2008, sendo este, transmitido por transfusão sanguínea. 13 casos em 2009, onde todos foram oriundos de transfusões sanguíneas. 17 casos em 2010, dentre estes, 14 se deram por transfusão sanguínea. 81 casos em 2011, onde todos foram oriundos de transfusões sanguíneas. 2 casos em 2012 e 3 casos em 2013, onde todos estes casos foram veiculados por transfusão sanguínea. TABELA 1. NÚMERO DE CASOS DE HEPATITE B REGISTRADOS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA

Casos de hepatite B

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

99

1

13

17

81

2

3

64

1

13

14

81

2

3

Casos de hepatite B transmitidos por transf. Sang. . FONTE: DATASUS – ministério da Saúde. Ao avaliar a soroprevalência de hepatite B na América Latina, constatou-se que o Brasil foi o único país que apresentou uma associação entre alta soroprevalência e baixo nível socioeconômico. A vacina é indicada em todos os indivíduos suscetíveis à infecção pelo HBV, independentemente da idade, sobretudo naqueles que residem ou se deslocam para áreas hiperendêmicas. São grupos prioritários para vacinação os profissionais de saúde, os usuários de droga soronegativos, os indivíduos que usam sangue e hemoderivados, os presidiários, os residentes em hospitais psiquiátricos, os homossexuais masculinos e os profissionais do sexo.

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FIGURA 1. COMPARATIVO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE B E SEUS MEIOS DE TRANSMISSÃO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PB 120

100

80

casos de hepatite B

60 casos de hepatite B transmitidos por transfusão sanguínea

40

20

0 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

FONTE: DATASUS – Ministério da Saúde.

Analisando os dados coletados e comparando-os, é possível concluir que apesar do controle rigoroso de triagem, coleta e sorologia dos doadores de sangue, existe ainda um grande percentual de transmissão de hepatite B por transfusão sanguínea. Isso se deve, em parte, pela formação da janela imunológica da hepatite B, período onde não se detecta o vírus na sorologia e ainda não se tem um quadro clínico da doença. Além disso, o diagnóstico sorológico não possui 100% de eficiência, podendo ocorrer casos falso-negativos, onde o indivíduo é portador da doença mas, não é identificado no teste sorológico, podendo por tanto, agir como veiculador do vírus em transfusões sanguíneas.

Bibliografia CAETANO, M.M.; BECK, S.T. Importância da detecção de anticorpos anti-HBc na prevenção da transmissão do vírus da hepatite B (VHB) em bancos de sangue. RBAC, 38(4): 235-237, 2006. CARRAZZONE, C.F.V.; BRITO, A.M.; GOMES, Y.M.; Importância da avaliação sorológica pré-transfusional em receptores de sangue. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia 26(2) São José do Rio Preto, 2004.

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CHÁVEZ, J.H.; CAMPANA, S.G.; HAAS, P. Panorama da hepatite B no Brasil e no Estado de Santa Catarina. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 14(2), 2003. PINHO, A.M.; LOPES, M.I.V.; LIMA, M.J.R.; CASTRO, V.; MARTELETO, M.A. Triagem Clinica de Doadores de Sangue. Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. 2001. 66 p. : il. (Série TELELAB). VALENTE, V.B.; COVAS, D.T.; PASSOS, A.D.C. Marcadores sorológicos das hepatites B e C em doadores de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(6):488-492, nov-dez, 2005.

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USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES DE FORMA INDISCRIMINADA Ana Paula Alves da Costa1, Annyele de Lima Pinto1, Felipe Augusto Maia de Barros Nobrega1, Ivanildo Florencio de Oliveira Filho1, Fábio Pedrosa Lins Silva2. 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail:paulah1988@gmail.com; annyeledelima@hotmail.com; nildinhu@hotmail.com; filipi_augustu@hotmail.com; 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: pedrosalinssilva@gmail.com;

RESUMO Os suplementos alimentares vendidos em farmácias, lojas especializadas e academias fornecem nutrientes, vitaminas e outras substâncias ao organismo em situações em que a alimentação não é capaz de suprir as necessidades de forma adequada. O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido. Os atletas acreditam que esses suplementos lhes darão maior vantagem competitiva quando, na verdade, podem tornar-se prejudiciais tanto para seu desempenho quanto para sua saúde, podendo levar a morte, quando utilizado sem nenhum acompanhamento profissional específico. A grande maioria dos suplementos alimentares disponíveis na atualidade não possuem estudos específicos que comprovem a sua eficiência e seus efeitos colaterais. Palavras-chave: atletas. nutrientes. suplementos alimentares. saúde. nutricionista. Introdução Hábitos saudáveis e uma boa alimentação associados à prática regular de esportes fazem parte da rotina de atletas amadores e profissionais na atualidade. Com o objetivo de completar a dieta diária esses atletas fazem o uso de suplementos alimentares (SA), com o intuito de repor os nutrientes consumidos durante a atividade física, evitando a queda do rendimento esportivo, cansaço excessivo e deficiência dos nutrientes. Os suplementos alimentares são formulações destinadas a complementar a dieta e fornecer nutrientes essenciais, tais como vitaminas, sais minerais, proteínas e aminoácidos, que não pode ser absorvida em quantidades suficientes em uma dieta normal. Esses produtos possuem inúmeros compostos que podem alterar o metabolismo do atleta, por isso, o auxílio de um nutricionista na preparação de uma dieta balanceada e, consequentemente na indicação adequada de um suplemento alimentar é primordial. A grande vantagem no uso dos suplementos é a presença de pouca quantidade de gordura em suas formulações, porém a utilização sem necessidade pode ser prejudicial à saúde do atleta, já que a ingestão dos nutrientes vai estar acima do que ele necessita diariamente. O consumo elevado de sódio, por exemplo, pode elevar o risco de desenvolver hipertensão. Já o uso excessivo de suplementos com carboidratos pode ser o propulsor do ganho de peso. O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos

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contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido. Estima-se que de 8 a 70% dos atletas consomem SA, essa alta prevalência do uso é influenciada entre 27,5 a 43% pelos instrutores, contra apenas 20,5% indicado por nutricionistas. Este trabalho tem como objetivo revisar criticamente o uso, benefícios, e efeitos adversos causados pelos suplementos alimentares utilizados por atletas amadores e profissionais de forma indiscriminada.

Metodologia Trata-se de um estudo informativo descritivo com abordagem qualitativa, destacando os benefícios e os prejuízos gerados pelo uso indiscriminado de suplementos alimentares. Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada, em novembro de 2013, uma busca nas bases de dados do Google Acadêmico, no Scielo e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), associado a entrevistas realizadas com dois nutricionistas, com intuito de levantar algumas dessas informações.

Resultados e discussão No Brasil, o consumo de suplementos alimentares sem prescrição é um problema de saúde pública. Nos últimos anos tem sido observado um uso abusivo de suplementos alimentares em ambientes de prática de exercícios físicos. Os SA se forem mal administrados, oferecem sérios riscos à saúde. A grande maioria dos atletas confiam nas informações nutricionais que recebem dos treinadores, colegas e revistas especializadas em condicionamento físico. O erro está na auto indicação e no hábito de que algumas pessoas utilizam os suplementos como substituto das refeições. Uma alimentação equilibrada ainda é a melhor forma de manter o corpo em dia, pois é a partir dela que retiramos a maior parte dos nutrientes que necessitamos. Os SA são produtos constituídos de vitaminas, minerais, extratos, aminoácidos, metabólicos ou combinações desses ingredientes, não sendo considerados como alimento convencional da dieta. De acordo com a ANVISA, boa parte desses suplementos não tem registro e são vendidos irregularmente no país. Entre os mais populares estão o Jack3D, Oxy Elite Pro e Lipo-6 Black.

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Segundo a ANVISA, os três suplementos têm em suas fórmulas o DMAA, um estimulante usado, principalmente, no auxílio à perda de peso e no aumento do rendimento atlético e, ainda, como entorpecente. O DMAA age como estimulante no sistema nervoso central, podendo causar dependência, além de provocar outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado, alterações cardíacas e até mesmo a morte. Frequentemente, determinadas substâncias são comercializadas sem base em qualquer pesquisa científica que determine seus benefícios potencias ou possíveis efeitos colaterais nocivos. Em entrevista realizada com a nutricionista Wanessa Christina Lima de Oliveira (CRN-5996), ela afirma que os SA quando utilizados em dosagens e horários corretos não apresentam risco à saúde e ainda ajudam na recuperação muscular. O que ela tem observado é que atualmente esta havendo uma utilização em massa destes suplementos, de modo que algumas pessoas chegam a utiliza-los como fonte principal de alimentação, o que acaba acarretando numa série de doenças crônicas, como hipertensão arterial, intoxicação no fígado e disfunções renais. Ela enquanto nutricionista recomenda uma alimentação balanceada e complementada pelo uso de suplementos, apenas se necessário e após avaliação de exames laboratoriais. Em entrevista realizada com o nutricionista Rafael Oliveira Pinheiro (CRN-10229), ele menciona que os SA mais acessíveis e utilizados por esportistas são: a cafeína, a creatina, o BCAA e o Whay Protein. A cafeína (um alcalóide) presente em mais de 60 espécies de plantas, possui efeito diurético. Costuma causar aumento da produção de suco gástrico, que é muito grave para pessoas com úlcera digestiva, além de causar insônia, taquicardia, ansiedade, irritabilidade e dor de cabeça. Em doses elevadas pode ser tóxica podendo gerar crises convulsivas e arritmias. A creatina é um aminoácido produzido no nosso corpo pelos rins e fígado e é usado pelo tecido muscular para a produção de fosfocreatina (importante para a formação de adenosina trifosfato), fonte de energia para a contração muscular e tantas outras funções. A fosfocreatina atua como reservatório de energia rápida importante para os músculos voluntários e o sistema nervoso, é mais indicada para fisiculturistas, pois aumenta a massa muscular, porém não fornece resistência física. O uso indiscrimado pode vir a causar danos

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ao fígado e aos rins, devido à sobrecarga que esse aminoácido pode causar, mas não existe nenhum estudo que comprove isso. O BCAA (Branch Chain Amino Acids) é formado por três aminoácidos essenciais não produzidos pelo organismo que são a L-Valina, L-Leucina e L-Isoleucina. Os BCAAs elevam a produção de insulina, que propicia uma ótima absorção de aminoácidos e outros nutrientes, servindo de matéria prima na construção dos músculos, proporcionando mais energia durante os treinos. É consumido antes e após o treino, pois evita o catabolismo de massa magra e a leucina estimula a hipertrofia muscular. Como se trata de aminoácidos quando consumido em doses altas pode ocasionar problemas renais. O Whey Protein é extraído do soro do leite e encontrado em três formas. A primeira forma é o Whey Protein concentrado, que tem em sua composição cerca de 80% de proteínas e 20 % de carboidratos, gorduras e BCAA. A segunda forma é o Whey Protein isolado, que tem em sua composição 95% de proteína, chegando em algumas marcas a ter 0% de gordura e carboidrato, o que é uma boa opção para quem visa emagrecer ou definir. A terceira forma seria o Whey Protein hidrolisado, que passa por um processo de quebra de cadeias proteicas em fragmentos menores de peptídeos, facilitando ainda mais a absorção. Este SA promove o crescimento muscular, tem ação antioxidante e fortalece o sistema imunológico. Hoje, é o suplemento alimentar mais famoso, tomado por atletas de todos os níveis. O Whey vem sendo usado no tratamento de alguns cânceres, visto que, a depleção muscular e proteica é grande nessa patologia. O uso em excesso pode causar danos graves ao fígado e aos rins. Em suma, o uso de suplementos não traz problemas ao organismo quando se toma atitudes corretas quanto ao seu uso. Para utilizar este recurso é necessário todo um acompanhamento nutricional, baseado em avaliação de exames laboratoriais e tipo de atividade física realizada.

Agradecimento/Financiadores FASER, Wanessa Christina, Rafael Oliveira.

Referências Bibliográficas [1] – MOLINA, D., Anvisa alerta para risco de consumo de suplemento alimentar. Disponível

em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+

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imprensa/assunto+de+interesse/noticias/anvisa+alerta+para+risco+de+consumo+de +suplemento+alimentar>. Acessado em: 08 nov. 2013. [2] – NOGUEIRA, F. R. S., SOUZA, A. A., BRITO, A. F., Prevalência do uso e efeitos de recursos ergogênicos por praticantes de musculação nas academias brasileiras: uma revisão sistematizada. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 18, n. 1, p. 16-30, 2013. [3] – DUARTE, R. B., NICOLAU, C. P. B., SILVA, N. P., FREITAS, K. M., SIQUEIRA, R. M. P., CERQUEIRA, G. S., Consumo de suplementos alimentares por praticantes de atividade física da cidade do Icó, CE: um estudo transversal. EFDeportes.com, v. 16, n. 161, 2011.

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