Livro de resumos XVII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 77ª SEMANA DE ENFERMAGEM

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Sejam bem vindos a XVII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E 77ª SEMANA DE ENFERMAGEM Em 2013, a Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER foi adquirida pelo Grupo UNIESP. Com a nova administração, viu-se a necessidade de um maior envolvimento dos alunos no sentido de investimento intelectual em pesquisas. Essa nova visão fez com que os eventos que aconteciam separadamente ocorressem juntos e de uma forma maior, acontecendo assim, a partir de 2013.2 a XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT. Dando continuidade ao evento que acontece semestralmente, tivemos em 2014.1 a XV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E I SIMPÓSIO DE RADIOLOGIA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E VII JORNADA DE BIOFÍSICA RADIOLÓGICA DA UFPB e 2014.2 a XVI JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E VII SIMPÓSIO PARAIBANO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT/UNIESP e agora a XVII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E 77ª SEMANA DE ENFERMAGEM. Nossa visão é que os alunos da FASER, assim os de outras Instituições de Ensino, profissionais das áreas de saúde ou pessoas que tenham interesse pelas áreas de Enfermagem, Biomedicina, Cosmética e Estética, e Radiologia venham participar desse momento de troca de conhecimento. Esperamos que todos os participantes aproveitem as palestras, minicursos, oficinas e workshops que serão oferecidos. Estamos sempre buscando melhorar, e para que consigamos, precisamos sempre está ultrapassando os limites do que nos é proposto, pois assim não nos limitamos ao comum.

Msc. Clenia Mª Pereira Batista Presidente da Comissão Organizadora

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Jornada de Iniciação Científica da FASER XVII Jornada de Iniciação Científica e 77ª Semana de Enfermagem : evento direcionado a estudantes e profissionais das áreas de saúde, e pesquisadores interessados na área / Faculdade Santa Emilia de Rodat – João Pessoa, PB: FASER, Maio ; 2015 81p.

1- Pesquisa Cientifica – Jornadas. 2. Enfermagem I Faculdade Santa Emília de Rodat. II.Título CDU 001.8:816-083


XVII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTA EMÍLIA DE RODAT E 77ª SEMANA DE ENFERMAGEM Msc. Clenia Mª Pereira Batista – Presidente da Comissão Organizadora Taynná Henrique Pereira da Silva– Vice-presidente da Comissão Organizadora COMISSÃO ORGANIZADORA ANA FLÁVIA DA SILVA ANA KARINE DE LIMA FERNANDES ANA PAULA DOS SANTOS PONTES ANNA KAROLINA DA SILVA PEREIRA CAMILA MONTEIRO BARBOSA CLENIA MARIA PEREIRA BATISTA DIEGO LINS DE MELO BARBOSA EFIGÊNIA ROSA FAUSTINO ELIZABETH CAVALCANTI ROMANO EVERTON DIEGO A. DE LIMA HEVERSON FRANCISCO FEREIRA INGRID ALESKA ARAÚJO FERREIRA INGRID PONTES DE ARAÚJO BARBOSA JÚLIA VITORINO JALES KAMILLA KARLA DE SÁ GOMES MANUELE CÂNDIDO DA SILVA ROSENDO MARCOS YURE SILVA ARNAUD MAXWELL CAETANO MONIKE FERNANDES ALCÂNTARA FERREIRA PRISCILA GRAZIELLE ARAÚJO DE SOUSA PRYSCILA DE LIMA SILVA ARAÚJO RAQUEL ANDRADE DE LIMA RODRIGO NISKIER BARBOSA SAMUEL BARROS SHEYLA CHRISTINA CALDAS DA SILVA SOCORRO VENTURA PEREIRA OLIVEIRA TAYNNA HENRIQUE PEREIRA DA SILVA VALÉRIA SANTANA VANESSA RODRIGUES FORMIGA VALESCA MARIA DOS SANTOS

COMITÊ CIENTÍFICO CLENIA MARIA PEREIRA BATISTA FÁBIO FORMIGA NITÃO FRANCISCO DE ASSIS FÉLIX DA SILVA FILHO ISA FERNANDA MOURA MONA LISA CAVALCANTI CARTAXO DO NASCIMENTO NILSONETE GONÇALVES LUCENA RODRIGO NISKIER BARBOSA SOCORRO MARIA PEREIRA VENTURA OLIVEIRA

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SUMÁRIO 1- A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ACERCA DAS QUEIMADURAS ....................................................................................................05 2- A SÍNDROME DE HUTCHINSON-GILFORD (PROGERIA) ..............................10 3- CHLAMIDIA TRACHOMATIS: o principal agente causador da cervicite ........... 16 4- DELEÇÕES NO CROMOSSOMO 7 E O DESENVOLVIMENTO DA FIBROSE CÍSTICA ..................................................................................................................21 5- DIAGNÓSTICO MOLECULAR E TERAPIA GÊNICA NO CÂNCER DO COLO UTERINO: uma breve revisão .................................................................................26 6- HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS PARA UM DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO ..............................................................32 7- IMPORTÂNCIA TERAPÊUTICA DOS ANTIMICROBIANOS ..........................37 8- MODIFICADORES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE .....................................................................................41 9- PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ..........................................................................................46 10- PACIENTES EM HEMOTERAPIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: reação transfusional e condutas de enfermagem .......................................................51 11- PERDA E PESAR: uma revisão integrativa..............................................................56 12- PROCEDIMENTOS MICROBIOLÓGICOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS MENINGITES BACTERIANAS ............................................................................60 13- PROPRIEDADES BIOQUÍMICAS E FARMACOLÓGICAS DO CANABIDIOL ..................................................................................................................................65 14- RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E CÂNCER DE PELE ........................................71 15- VIOLÊNCIA SEXUAL: atuação do enfermeiro no atendimento a vítima ...............76

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A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ACERCA DAS QUEIMADURAS Antônio Yuri Oliveira Pereira¹; Karina Frazão¹; Sarita da Silva Leão¹; Terezinha de Jesus Veloso¹; Francisco Felix Filho². 1- Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: anttonioyuri@gmail.com; karinafrazao12@hotmail.com; sarita_ssl@hotmail.com; terezinhajva@hotmail.com. 2- Professor da Faculdade Emília de Rodat/UNIESP, e-mail: professorfelix1@hotmail.com.

Palavras chave: Queimadura. Enfermagem. Atendimento pré-hospitalar.

Introdução De todos os órgãos do corpo, nenhum é mais facilmente inspecionado ou mais exposto à infecção, doença e lesão do que a pele. Embora a localização da pele a torne vulnerável a lesões advindas de trauma, luz do sol, micróbios e poluentes no ambiente, ela possui características protetoras que a defendem de tais danos. A pele é composta de uma epiderme superficial e fina, e de uma epiderme profunda e mais espessa (derme). Abaixo da pele está a tela subcutânea, que fixa a derme aos órgãos e tecidos subjacentes (TORTORA, 2011). De acordo com o autor supracitado (2011), a epiderme é composta de epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado, que contem quatro tipos principais de células: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. A derme é composta principalmente de tecido conjuntivo, contendo fibras elásticas e colágenas, as poucas células presente na derme incluem fibroblastos, macrófagos e alguns adipócitos, vasos sanguíneos, nervos, glândulas e folículos pilosos estão engastados no tecido dérmico. Abaixo da derme encontra-se a tela subcutânea ou hipoderme que consiste nos tecidos adiposo e aureolar. As fibras que se estendem a partir da derme amparam a pele à tela subcutânea, que, por sua vez, se fixa aos órgãos e tecidos subjacentes. A pele possui diversas funções, entre elas: auxiliar na resposta imunológica (célula de Langerhans); participar do equilíbrio térmico, através da rede de capilares e da excreção

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de suor, fazendo a temperatura do corpo permanecer constante, independente das variações externas; inibir a perda excessiva de água e eletrólitos; proteger contra substâncias nocivas ao organismo, nas formas líquidas, sólida e gasosa, além dos micro-organismo, parasitas e insetos; detectar estímulos relacionados a temperatura, ao tato, a pressão e a dor, por conter abundantes terminações nervosas e receptores; sintetizar a vitamina D pela exposição dos raios ultravioleta (MARQUES, 2011). Podemos classificar as lesões por queimaduras de acordo com o mecanismo agressor em físicas e químicas. As queimaduras causadas por agentes químicos podem ser provocadas por ácidos ou álcali. Atualmente, são identificados mais de 25.000 produtos capazes de causar tais lesões. No Brasil, muitos desses produtos são vendidos sem controle nos supermercados. Outros agentes causadores de queimaduras são os físicos, que podem ser térmicos, radiantes e elétricos (ROSSI et al., 2003). Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma resultante da exposição ou contato com chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, eletricidade, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção (SBCP, 2008). As queimaduras de 1º grau (queimadura solar) são dolorosas, duram de 48 a 72 horas sem comprometimento hemodinâmico. As queimaduras de 2º grau podem ser superficiais ou profundas conforme atinjam apenas a epiderme e o terço superior da derme, evoluindo geralmente de forma benigna, com formação de bolhas dolorosas e resolução em torno de 14 dias. Quando acomete a parte profunda derme, embora haja preservação dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas, gera uma expectativa de reepitelização que é prolongada (LIMA et al., 2006). De acordo com o autor supracitado, na queimadura de 3º grau, a pele é geralmente destruída (epiderme e derme), com danos profundos, levando a alteração hemodinâmica na dependência da Área Total de Superfície Corporal Queimada (ATSQ). Casos ocorrem em que a queimadura, além da derme e epiderme, atinge o fáscia, músculos, tendões, articulações, ossos, cavidades, são gravíssimas e podem receber denominação de 4º grau. Esperamos que esta pesquisa sirva como referencial teórico para os profissionais de saúde e a contribua para o desenvolvimento de uma assistência de qualidade. Este estudo tem como finalidade identificar na literatura pertinente ao tema as peculiaridades do atendimento pré-hospitalar a vitimas de queimaduras e descrever os pontos principais para contribuir no conhecimento dos profissionais de enfermagem que se identifiquem com urgência e emergência.

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Metodologia O método utilizado para o desenvolvimento da temática em discussão é decorrente de um apanhado de caráter bibliográfico efetivado no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER/UNIESP, como também, em revistas referentes ao conteúdo abordado e informações adquiridas em sites de credibilidade, durante o período de junho de 2014 a maio de 2015. Os dados foram analisados e interpretados criticamente à luz da literatura concernente o tema.

Resultados e discussão Em 2002, através da Portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de novembro de 2002, que regulamenta e normatiza o Atendimento Pré-Hospitalar (APH), são definidas as funções do Enfermeiro, o perfil desse profissional bem como de toda a equipe que deve atuar nesse serviço. Uma vez inserido no APH, o enfermeiro prevê necessidades da vítima, define prioridades, inicia intervenções e reavalia o estado geral para, a partir daí, transportar a vítima para o tratamento definitivo. Para que se garanta a eficácia na assistência e se diminuam as probabilidades de erros, existem protocolos de atendimentos a serem seguidos pelos enfermeiros, os quais conferem independência e interdependência a esses profissionais (VARGAS, 2006). A equipe deve estar preparada para prestar assistência de enfermagem eficaz em pacientes queimados, isso exige que o enfermeiro tenha alto nível de embasamento científico sobre as alterações fisiológicas que ocorrem no sistema orgânico devida a queimadura, possibilitando assim, identificar e prevenir alterações sutis que possam desencadear maiores complicações em decorrência das lesões teciduais e sistêmicas a assistência prestada pela enfermagem na fase de emergência inclui o monitoramento da estabilização física e psicológica do paciente (SILVA; CASTILHOS, 2010). Inicia-se a avaliação primária com o método de atendimento de trauma ABCDE que é aplicado ao tratamento do doente vítima de queimadura, embora seu cuidado possa trazer desafios únicos em cada uma de suas etapas. O enfermeiro deve manter a desobstrução das

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vias aéreas, maior prioridade no atendimento, em seguida, garantir uma boa respiração observando o restabelecimento da ventilação quando necessário. A avaliação e o tratamento da circulação incluem a mensuração da pressão arterial, a avaliação de queimaduras circunferenciais e a instituição de acesso IV. A colocação de 2 cateteres IV calibrosos, para prover o rápido fluxo necessário à administração de grandes volumes de fluido (PHTLS, 2010). De acordo com o PHTLS (2010), deve-se avaliar a presença de déficits neurológicos e motores, identificando-se fraturas em ossos longos e colocar talas. Em caso de suspeita de lesão na coluna vertebral realiza-se a imobilização da coluna. A próxima prioridade é a exposição completa do doente, onde roupas e joias devem ser imediatamente removidas e deve ser feito o possível para manter a temperatura corpórea, colocando diversas camadas de cobertores e mantendo o compartimento de transporte do doente aquecido. Contudo, os profissionais de enfermagem devem realizar o primeiro atendimento as vitimas de queimaduras de forma eficaz e satisfatória, aplicando os protocolos e cumprindo uma avaliação inicial eficaz. Por isso, o conhecimento dos profissionais acerca dos procedimentos é fundamental para um atendimento pré-hospitalar de qualidade, visando minimizar os danos a saúde da vítima.

Agradecimento/Financiadores A Deus, que sempre abre caminhos para a construção da nossa estrada e nos ajuda por sua misericórdia, proporcionando paz e saúde, ao professor Francisco de Assis Felix Filho pela orientação e incentivo.

Referências Bibliográficas LIMA, O. S.; LIMAVERDE, F. S.; FILHO, O. S. Queimados: alterações metabólicas, fisiopatologia, classificação e interseções com o tempo de jejum. Disponível no site: <http://www.saj.med.br/uploaded/File/artigos/Queimados.pdf >. Acesso em: 19.09.2014. Manual da Defesa Civil. Queimaduras e Emergências Produzidas por Frio Ambiental. Disponível no site: < Queimaduras e Emergências Produzidas por Frio Ambiental>. Acesso em: 31.10.2014. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. Ed. Atlas. 2006.

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MARQUES, E. C. M.; Anatomia e Fisiologia Humana. Ed. Martinari. São Paulo-SP, 2011. MENDES, N. T. et. al. Manual de Enfermagem em Emergências. Ed. Atheneu. 1ª ed. São Paulo, 2014. Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado, PHTLS. 7ª ed. Rio de Janeiro. 2011. Portaria n.º 2048/GM de 5 de novembro de 2002. Disponível no site: < http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23606 >. Acesso em: 05.11.2014. ROSSI, et al. Prevenção de queimaduras: percepção de pacientes e de seus familiares. Rev Latino-am Enfermagem. 2003. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rlae/v11n1/16557.pdf. Acessado em 09 de maio de 2015. SILVA, R.M.A.; CASTILHOS, A.P.L. A identificação de diagnósticos de enfermagem em paciente considerado grande queimado: um facilitador para implementação das ações de enfermagem. Rev Bras Queimaduras. v.9, n. 2, p. 60-5. 2010. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Queimaduras: Diagnóstico e Tratamento Inicial; Disponível no site: < http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/083.pdf >. Acesso em: 19.09.2014. TORTORA, G. J.; Princípios da Anatomia Humana. Ed.Guanabara Koogan. 10º ed. Rio de Janeiro-RJ, 2011.

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A SÍNDROME DE HUTCHINSON-GILFORD (PROGERIA) Everton Diego Araújo de Lima1, Júlia Vitorino Jales1, Cláudia Maria de Souza2, Amanda de Araújo Alencar3. 1. Alunos da Graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: everton.pb01@gmail.com; vitorino_jales@hotmail.com; 2. Professores da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: amandaalencar@yahoo.com.br; claudaudmsz@ig.com.br.

Palavras-chave: Progeria. Senilidade prematura. Doença genética.

1 INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo dinâmico, no qual ocorrem modificações do nível molecular ao morfo-fisiológico, logo após a maturidade, que induzem ao declínio orgânico, aumentando a susceptibilidade, vulnerabilidade a doenças e à morte. 1 No entanto, algumas condições estabelecidas geneticamente por meio de patologias alteram este curso natural. Uma dessas doenças é a Síndrome de Hutchinson-Gilford (Progeria). A progeria, é uma rara doença autossômica dominante, caracterizada pelo envelhecimento precoce.2 Os sintomas manifestam-se a partir de seus dois primeiros anos de vida. A condição é rara, desde 1886, apenas cerca de 130 casos de progeria têm sido documentados na literatura científica.3 Predomina no sexo masculino, com relação de 1,5:1 e maior suscetibilidade dos caucasianos, em 97% dos casos.2 Esta síndrome apresenta alterações em vários órgãos e sistemas como a pele, esquelético e sistema cardiovascular. Trazendo grandes complicações no desenvolvimento das crianças portadoras da síndrome.2 O diagnóstico é essencialmente clínico, com surgimento dos critérios maiores no primeiro e segundo ano de vida. O prognóstico é reservado, com expectativa de vida em torno de 13 anos.2 Apesar de rara, é importante se conhecer a doença para que se haja uma maior abordagem a novas formas de diagnóstico precoce, assim como estudos relacionados à referida patologia. Desta forma este trabalho tem por objetivo ressaltar as principais características da doença, como uma forma de nortear um diagnóstico correto, assim como também ressaltar a importância de se desenvolver novos estudos mais específicos a respeito

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da patologia em questão, para contribuir na criação de uma terapêutica eficiente, e outras formas de contribuição que resultem em um melhor prognóstico.

2 METODOLOGIA A metodologia utilizada no desenvolvimento da referida temática foi à revisão bibliográfica, com abordagem exploratória, que segundo Gil (2002), visa a um acesso mais próximo com o problema investigado e oferece informações sobre determinada temática, facilitando a delimitação de um assunto para estudo e contribui para aprofundar conceitos ainda preliminares, facilitando a construção de hipóteses. O levantamento de dados foi realizado no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER/UNIESP, na Universidade Federal da Paraíba – UFPB e em artigos científicos indexados online, Bireme, Lilacs e Scielo.

ETIOLOGIA A Progeria foi nomeada após ser descoberta pela primeira vez na Inglaterra em 1886 pelo médico Dr. Jonathan Hutchinson e descrita também por Hastings Gilford em 1897. 7 A etiologia da síndrome (autossômica dominante por neomutação) foi desconhecida até Abril de 2003, altura em que foi identificada uma mutação no gene da lamina A (gene LMNA), como causa da progeria.4 Classificando esta doença no grupo das laminopatias. 2 A proteína lamina A é a estrutura de base que mantém a integridade do núcleo e tem sido estudada durante muitos anos.4 O papel principal da lamina A parece ser na desmontagem e na nova formação do núcleo durante a mitose. 5 Pensa-se que o defeito na proteína torna o núcleo instável e que é essa instabilidade provoca o processo de envelhecimento precoce, que é típico da doença. 4. E ao contrário de muitas mutações genéticas, a síndrome de Hutchinson-Gilford não é transmitida hereditariamente.3

SINTOMATOLOGIA Os pacientes portadores desta doença são normais ao nascimento, manifestando as primeiras alterações, no final do primeiro ano de vida, quando o ganho ponderal e o crescimento reduzem, assim como a pele torna-se escleromatosa e surgem os primeiros sinais de alopecia.2

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Caracteriza-se por envelhecimento precoce, apresentando ritmo superior a sete vezes em relação à normalidade, causando alterações em vários órgãos e sistemas, como: a pele, tecido celular subcutâneo, pelos, sistema cardiovascular e esquelético.2 As manifestações clínicas são divididas em critérios maiores e sinais usualmente presentes. Estes são: face de pássaro (surgimento em torno de 6 meses a 1 ano de idade), alopecia, veias proeminentes no couro cabeludo, olhos grandes, micrognatia, dentição anormal e lenta, tórax em pera, clavículas curtas, pernas arqueadas (coxa valga), membros superiores curtos e articulações proeminentes, baixa estatura e peso com idade óssea normal, maturação sexual incompleta, redução do tecido adiposo e desenvolvimento psicomotor adequado com inteligência normal.2 Apesar dos avanços da cirurgia cardiovascular, o principal fator de mortalidade são as doenças cardiovasculares (75%), como o infarto agudo do miocárdio. Devido a essas complicações, a expectativa de vida é em torno de 13 anos.2

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico deve ser baseado em dados clínicos, dada a ausência de um diagnóstico específico.4 A identificação desta mutação, torna possível a realização de um diagnóstico pré-natal, impraticável até essa altura. Em Portugal, já é possível proceder ao estudo molecular do gene envolvido.4 Investigações laboratoriais, nomeadamente estudos metabólicos, endócrinos e imunológicos não revelam alterações, mas o doseamento do ácido hialurónico na urina é dez a vinte vezes maior nos doentes com HGPS do que no grupo controlado. O ácido hialurónico é um glicosaminoglicano não sulfatado que mantém a integridade e textura do sistema musculoesquelético cutâneo e vascular. O fato do ácido hialurónico se encontrar elevado em poucas patologias pode ser um dado útil ao diagnóstico da progeria. O diagnóstico diferencial de progeria é feito com base em algumas síndromes semelhantes, entre os quais estão: a Wiedmann-Rautenstrauch, Cockayne, RothmundThomson, de Barsey e Werner. Outro fato importante que pode compor o diagnóstico é a ausência das manifestações clinicas no período neonatal, possibilitando um diagnóstico diferencial com a síndrome de Wiedmann-Rautenstrauch. A constatação de normalidade no exame oftalmológico, confirmando a inexistência de cataratas, é também usado para excluir a grande maioria das síndromes semelhantes.1

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Ainda não existe cura nem um tratamento realmente eficaz para o tratamento desta patologia, no entanto é importante que o diagnóstico correto seja realizado o mais rápido possível, de modo a melhorar a qualidade de vida do portador da doença. 6 São utilizados medicamentos para amenizar as manifestações sintomáticas. Alguns dos medicamentos administrados são: a coenzima Q10, ácidos-gordos, vitamina E, antioxidantes, hormonas de crescimento, nitroglicerina, aspirina, cálcio, morfina, entre outros.6

3 RESULTADOS E DISCURSÃO A síndrome de Hutchinson-Gilford, denominada como progeria (Hutchinson-Gilford progeria syndrome - HGPS) é uma doença rara de origem genética, que se caracteriza pelo envelhecimento

precoce

e

acelerado

em

crianças.

A palavra progeria deriva da palavra grega progeras, “pro”, significa precoce e “geras” envelhecimento.6 Esta patologia afeta 1 entre 4 a 8 milhões de crianças e o seu diagnóstico é realizado pela observação de vários sintomas, que começam a ser evidentes entre os seis e os doze meses, quando o bebé não consegue ganhar peso e ocorrem alterações cutâneas.6 A principal causa desta doença está associada a uma mutação no exon 11 do gene lâmina A (LMNA) localizado no cromossoma 1, que codifica a proteína lâmina A e C, onde ocorre a substituição de uma citosina por uma timina (C.1824C> T). O gene LMNA codifica os principais componentes da lâmina nuclear, presente no invólucro nuclear que controla a estrutura do núcleo das células.6 Esta alteração parece desestabilizar o núcleo das células, sendo particularmente nociva para os tecidos sujeitos a forças físicas como os cardiovasculares e os musculares ligados ao esqueleto. A mutação do gene causa uma forma alterada, tornando as células instáveis, também danifica o núcleo, impedindo a regeneração dos tecidos e provocando a morte prematura das células.6 Outra forma possível, mas menos comum, de desenvolver esta síndrome é através de uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos telómeros, os quais controlam o número de divisões celulares, fenómeno observado no envelhecimento progressivo patológico.6

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As características desta síndrome incluem: baixa estatura, baixo peso corporal, perda precoce de cabelo, lipodistrofia (alteração na distribuição da gordura do organismo) esclerodermia (doença crónica rara, caracterizada pelo depósito excessivo de colágeno na pele ou outros órgãos), diminuição da mobilidade articular, osteólise, e características faciais que se assemelham a pessoas idosas, no entanto, o desenvolvimento cognitivo nestes pacientes não sofre alterações. O comprometimento cardiovascular nesta patologia é a grande responsável pela morte precoce dos pacientes. 6 Ainda não existe cura nem um tratamento realmente eficaz para o esta patologia, no entanto, é importante que o diagnóstico correto seja realizado o mais rápido possível, de modo a melhorar a qualidade de vida do portador da doença. 6 No âmbito deste trabalho, é possível concluir que torna-se imprescindível perpassar dados, dentre outras informações relevantes referentes a HGPS, para contribuir na formação de um diagnóstico precoce correto, dando possibilidades de um prognóstico melhor. Assim como também, estimular a formulação de novos estudos, que sirvam de mecanismos para a criação novas metodologias de diagnóstico e a formulação de um tratamento especifico e eficaz, vidando o aumentando da sobrevida e qualidade de vida dos portadores da doença. Os estudos relacionados à progeria, também servem como importantes contribuições para o conhecimento das doenças humanas e, neste caso, para a compreensão dos complexos processos de envelhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1-

Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. v.10 n.3 Rio de Janeiro, 2007. Acesso

em:<http://revista.unati.uerj.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180998232007 000300002&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 15, fev. 2015.

2-

LIMA,

L.

L.

Janeiro Jan./Feb. 2011.

et

al.

An.

Bras.

Dermatol. vol.86 no.1 Rio

Acesso

de em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962011000100031>. Acessado em: 15,fev. 2015.

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3-

Instituto

Baresi.

Progeria

Doença Rara,

2009.

Acesso:<http://institutobaresi.com/tag/sindrome-de-hutchinson-guilford/>. Acessado em: 15,fev. 2015.

4-

CAMPOS, J et al. Acta Pediatr Port 2006;37(6):223-5. Acesso em:

<http://www.spp.pt/Userfiles/File/App/Artigos/40/20121231093751_Caso_Clinico _223.pdf> Acessado em: 16, fev. 2015.

5-

NUSSBAUM, R. L et al. Thompson e Thompson Genética Médica, 2002.

6-

Centro de Ciências Junior. Síndrome de Hutchinson-Gilford – progeria.

2015.

Acesso

em:

<http://www.centrocienciajunior.com/miudos_graudos/vamosfalar01.asp?id=1532> . Acessado em: 16, fev. 2015.

7-

Progeria

Research

Foundation,

2012.

Acesso

em:

<http://www.findtheother150.org/assets/files/FAQ%20Sept%202012%20Portugues e.pdf>. Acessado em: 17, fev. 2015.

8-

Centro Universitário de Brusque – Unifebe. Manual de orientações

metodológicas,

2011.

Acesso

em:

<https://www.unifebe.edu.br/03_unifebe/12_biblioteca/documentos/ManualMetodo logia_15ago2011.pdf>. Acessado em: 17, fev. 2015.

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CHLAMIDIA TRACHOMATIS: o principal agente causador da cervicite Júlia Vitorino Jales¹, Everton Diego Araújo de Lima¹, Allan Henrique Luna Costa¹ Renato Guedes Pinto². 1. Alunos da Graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: vitorino_jales@hotmail.com; everton.pb01@gmail.com; allanluna@uol.com.br. 2. Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: renatoguedespinto@hotmail.com.

Palavras Chave: Chlamydia Trachomatis. Infecção. Cervicite.

1 INTRODUÇÃO As infecções pela Chlamydia trachomatis são atualmente reconhecidas como uma das principais causas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) em todo o mundo, com a ocorrência de aproximadamente 89,1 milhões de casos anualmente. Em geral, a cervicite caracteriza-se pela presença de secreção mucopurulenta, com mais de 20 neutrófilos por campo microscópio visíveis em raias de muco cervical de uma preparação corada pelo Gram de esfregaço fino do exsudato endocervical (KASPER; FAUCI, 2013). Chlamydia trachomatis é a causa mais comum de cervicite em mulheres sexualmente ativas (ROBBINS; COTRAN, 2011). Embora assintomática na maioria das vezes, a mulher portadora de cervicite poderá vir a ter sérias complicações, quando a doença não for detectada a tempo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999), tais como: doença inflamatória pélvica, infertilidade e gravidez ectópica (ELEUTÉRIO, 2007). Alguns sintomas genitais leves, como corrimento vaginal, dispareunia ou disúria, podem ocorrer na presença de cervicite mucopurulenta. O colo uterino fica habitualmente edemaciado, sangrando facilmente ao toque da espátula; às vezes, pode ser verificada a presença de mucopus no orifício externo do colo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999). Além disso, milhões de reais são gastos anualmente no Brasil com antibióticos, internações, cirurgias e tratamentos de esterilidade em decorrência da infecção clamydiana (GONÇALVES, 2009). Este estudo teve por objetivo apresentar a clamydia trachomatis (CT) como o principal agente envolvido no processo inflamatório da cervicite.

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2 METODOLOGIA O método utilizado para o desenvolvimento da temática: clamydia trachomatis: o principal agente causador da cervicite é decorrente de uma pesquisa de caráter bibliográfico realizado na biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER/UNIESP, na Biblioteca da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, como também em periódicos referentes ao conteúdo abordado e informações adquiridas nas bases científicas do LILACS, SCIELO e BIREME, no período de 25 de Março de 2015 a 03 de abril de 2015. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

CLAMYDIA TRACHOMATIS A Chlamydia trachomatis é uma bactéria intracelular obrigatória, apresenta diâmetro aproximado de 0,2 a 0,8 μm e não cresce em meios artificiais de cultura, pois não possui a capacidade de gerar ATP para produzir sua própria energia sem infectar a célula do hospedeiro (LAGARES et al.; 2015). Lagares et al.; (2015) prossegue destacando que a chlamydia trachomatis apresenta membrana interna e externa, mas não possui a camada de peptidoglicanos característica de muitas bactérias. Seu cromossomo apresenta aproximadamente 1.000Kb e codifica em média 600 proteínas. Possui RNA e DNA, o que a diferencia dos vírus e a classifica como bactéria. A C. trachomatis pode existir em duas formas diferentes, como uma bactéria dimórfica, durante o seu ciclo de desenvolvimento no hospedeiro: corpo elementar ou forma infecciosa e corpo reticular ou forma não infecciosa. O corpo elementar (EB – elementary body) é uma forma extracelular metabolicamente inativa que se relaciona ao processo de infecção da célula hospedeira. O corpo reticular (RB – reticulate body) relaciona-se com o desenvolvimento intracelular da bactéria e a sua multiplicação dentro da célula infectada. Apesar dessa forma não ser considerada infecciosa, ela é metabolicamente ativa (FLORES et al.; 2011).

CICLO DE DESENVOLVIMENTO

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O ciclo inicia-se com a ligação do corpo elementar na célula hospedeira; no caso da cérvice uterina, as células endocervicais não ciliadas e as células metaplásicas, seguidas de penetração por endocitose, e permanência no seu interior em vacúolos citoplasmáticos. Nesses vacúolos, os corpos elementares organizam-se, aumentam de tamanho e formam os corpos reticulados, que são visualizados nos esfregaços citológicos como inclusão eosinofílica no interior do vacúolo citoplasmático. Os corpos reticulares sofrem divisão binária para formar novos corpúsculos, reorganizando-se novamente em corpo elementar e são liberados da célula mediante lise para infectar novas células (CONSOLARO; MARIAENGLER, 2012).

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico da infecção pela CT ainda é crítico, devido à freqüência de infecções assintomáticas. Tradicionalmente, a cultura celular vem sendo bastante considerada no diagnóstico da infecção por CT, porém recentemente outros métodos para a detecção de antígenos vêm sendo utilizados, como: a Imunofluorescência, Imunoensaio Enzimático, hibridização de DNA e Polymerase Chain Reaction (PCR). Além da citologia cérvicovaginal que há muito tempo vem sendo proposta para o diagnóstico da infecção por Chlamydia trachomatis (MEDEIROS, et al.; 2007). Deve-se considerar o tratamento empírico nas áreas com alta prevalência de Chlamydia Trachomatis, ou se o tratamento for improvável (SOUTH- PAUL, 2014). As infecções genitais por Chlamydia são sensíveis a três classes de antibióticos: as tetraciclinas, macrolídeos e as quinolonas, especialmente ofloxacina (FRASER; COOPER, 2011). Conforme Fraser e Cooper (2011), as tetraciclinas e fluoroquinolonas são atualmente contra-indiciadas na gravidez. A eritromicina tem sido o tratamento de preferência para a infecção por Chlamydia cervical apesar de seus efeitos gastrointestinais. Também é usada em lactantes e mulheres grávidas.

As políticas de saúde desenvolvidas no Brasil nos últimos anos, voltadas apenas para a medicina curativa e medidas paliativas, impediram o reconhecimento da necessidade do rastreio da infecção clamydiana como meio de se tratar precocemente tal enfermidade que, de forma secundária, causaria sérios agravos às mulheres (GONÇALVES, 2009).

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Ao término do estudo, pode se concluir que a bactéria é o principal agente causador da cervicite, por meio da proliferação desregulada da flora vaginal ou pelo contágio em relações sexuais. A infecção por Chlamydia Trachomatis é a mais freqüente e responsável pela grande parte dos casos de cervicite.

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ELEUTÉRIO, R. M. N; JUNIOR, J. E; GIRALDO, P. C; MUNIZ, A. M.V. Cervicite por Chlamydia trachomatis em Mulheres Sexualmente Ativas Atendidas em um Serviço Privado de Ginecologia na Cidade de Fortaleza, 2007.

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FLORES, B. C. T. C. P; OLIVEIRA, A. V; PIRES, M. M; GOUVEIA, V. A; BRENNA, S. M. F. CHLAMYDIA TRACHOMATIS E INFECÇÕES GENITAIS FEMININAS, 2011.

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FRASER, D. M; COOPER, M. A. Assistência obstétrica um guia prático para enfermagem. 1° edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

GONÇALVES, A. K. S; SILVA, M. J. P. M. A; ANDRADE, C. F; PONTES, A. C; DANTAS, G. L; JUNIOR, J. E; GIRALDO, P. C. Rastreamento universal para cervicite clamidiana:

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KASPER, D. L; FAUCI, A. S. Doenças infecciosas de Harrison. 2°edição. Porto Alegre, RS: Ltda, 2015. Cap. 79, pag. 622.

LAGARES, M. H; MOURA, K. K. V. O; QUEIROZ, T. R. S; RODRIGUES, D.A; MARTINS, J. V. M; DANTAS, R. P. Infertilidade Masculina Relacionada à Infecção por Chlamydia

trachomatis

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MEDEIROS, A. L. P. B; LIMA, C. E. Q; SANTANA, E. M; MOTTA, D. L; TASHIRO, T. Chlamydia trachomatis: Diagnóstico Citológico e por Imunofluorescência direta em uma

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SOUTH-PAUL, J. E; MATHENY, S. C; LEWIS, E. L. Current diagnóstico e tratamento medicina de família e comunidade, 3° edição. Editora: Artmed, 2014. Cap. 12, pag. 162.

VALHADÃO, A. S; COSTA, C. M. S. P; CAMARGO, J. A; SOARES, V. C. G. Chlamydia trachomatis e suas implicações na reprodução humana. Disponível em <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S007398552011000400 003&lng=pt&nrm=iso > Acessado em 25 de março de 2015.

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DELEÇÕES NO CROMOSSOMO 7 E O DESENVOLVIMENTO DA FIBROSE CÍSTICA José Pereira Neto¹; Priscilla Anne Castro de Assis² 1- Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: josepereira_netinho@hotmail.com; 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: priscilla.cassis@gmail.com;

Palavras-chave: DNA. Mutação. Fibrose cística.

1 INTRODUÇÃO O ácido desoxirribonucleico (DNA) é o responsável pelo armazenamento e transmissão da informação genética. É constituído pela união de nucleotídeos, sendo encontrado principalmente nos cromossomos nucleares e, em pequenas quantidades, nos cromossomos da mitocôndria e dos cloroplastos nos vegetais (LEHNINGER,2006). Alterações no DNA como inserções ou deleções de bases nitrogenadas, estão relacionadas a diversas patologias e a fibrose cística (FC) é um exemplo, sendo caracterizada como uma doença genética hereditária de caráter autossômico recessivo letal. A FC apresenta uma incidência estimada em um para cada 2.500 nascidos vivos, eurodescendentes (SARAIVA-PEREIRA, 2011). Entretanto essa incidência pode variar, sendo pouco frequente em negros e raramente encontrada em asiáticos (REIS, 1998). No Brasil, essa incidência estima ser de um para cada 8.000 nascidos vivos em diferentes regiões de acordo com a miscigenação (DAMACENO, 2004). A fibrose cística afeta diversos órgãos e sistemas, sendo mais afetado o sistema respiratório e o gastrointestinal. É conhecida também como mucoviscidose devido à obstrução generalizada das glândulas mucosas pela produção de muco espesso pelos pacientes acometidos (CASTRO, 2011). Caracteriza- se como uma doença pulmonar obstrutiva crônica, além de apresentar insuficiência pancreática e eletrólitos elevados no suor. Essas manifestações clínicas podem ser observadas no período neonatal ou essa doença pode ser assintomática durante anos e seus efeitos podem aparecer tardiamente (ALVAREZ, 2004; ANDRADE, 2001).

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A identificação do gene associado ao desenvolvimento da fibrose cística, assim como também as mutações já descritas, possibilitou o diagnóstico por estudo genético para substituir com uma maior precisão o teste do suor (CABELLO et al., 2003). Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar características clínicas e o mecanismo molecular da Fibrose Cística, relatando as mutações mais comuns já descritas e técnicas de biologia molecular para realização do diagnóstico laboratorial.

2 METODOLOGIA O estudo é uma revisão bibliográfica que consistiu na realização do levantamento, seleção, fichamento e o arquivamento de informações obtidas por meio de documentos de interesse. Em busca de fontes científicas, foram identificados alguns trabalhos publicados em diversos tipos de veiculação da pesquisa científica, tais como periódicos especializados, artigos, livros, teses e dissertações relacionados à Fibrose Cística e seu mecanismo molecular.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Fibrose Cística caracteriza-se por um mecanismo anormal de transporte iônico sistêmico, o que gera permeabilidade diminuída ao cloro, ocasionando infecções pulmonares recorrentes; doença pulmonar obstrutiva crônica; rinossinusites; polipose nasossinusal; má absorção gastrointestinal secundária à insuficiência pancreática; prolapso retal e infertilidade por obstrução dos ductos deferentes (CARVALHO et. al., 2008). O diagnóstico é dado segundo as características clínicas de doença pulmonar obstrutiva crônica, pela colonização pulmonar persistente (cepas mucoides de Pseudomonas), íleo meconial, insuficiência pancreática com prejuízo do desenvolvimento ou história familiar da doença (hereditariedade). Sendo presente alguma dessas, o diagnóstico pode ser confirmado pela concentração de cloro no suor maior que 60 mEq/ L ou pela mutação FC patológica nos cromossomos (REIS, 1998). O tratamento da FC visa uma redução dos sintomas, uma vez que ainda não foi encontrado a cura para essa patologia. Desta forma, agentes que promovam o movimento e a desobstrução do muco nos pulmões, antibióticos para o tratamento das infecções, dieta e reposição de enzimas pancreáticas para melhorar o status nutricional, são as ações terapêuticas realizadas na clínica. Até hoje já foram identificadas mais de 900 mutações no

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gene CFTR que causa FC. A identificação de duas mutações pelo exame de DNA confirma o diagnóstico clínico. Porém, caso não se encontre mutações neste gene, o diagnóstico de FC não estará excluído devido ao grande número de mutações (FARIAS, 1997; SILVA, 2009). O gene responsável pela expressão da FC (CFTR) se localiza no braço longo do cromossomo 7 (locus 7q 21-31), sendo denominado Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator (CFTR). O gene CFTR, que é considerado grande, abrange aproximadamente de 190-250 kb de DNA genômico e está dividido em 27 éxons, o que representa 5% do DNA genômico. Esse gene é transcrito em um mRNA maduro de 6,5 kb cuja tradução dá origem a uma proteína composta por 1.480 aminoácidos, com peso molecular de 168 kDa (SARAIVA-PEREIRA et. al., 2011). Porém a mutação mais frequente ocorre por uma deleção de três pares de bases, adenosina-timina-timina (ATT), exon 10, acarretando a perda de um único aminoácido (fenilalanina) na posição 508 (DF508 onde ‘’D’’ significa supressão e ‘’F’’ abreviação de fenilalanina) da proteína CFTR, o que favorece o funcionamento inadequado (RIBEIRO et. al., 2002). Esta mutação encontra-se presente em 70% dos cromossomos FC (REIS et. al., 1998). A CFTR é um canal iônico de cloreto presente na membrana das células epiteliais exócrinas, tendo como papel, a regulação do transporte de eletrólitos através das membranas celulares. (DALCIN et. al., 2008). O estudo molecular é indicado para confirmação do diagnóstico em pessoas com manifestações clínicas de FC; identificação de portadores de defeito no gene da FC; diagnóstico pré-natal e em doadores de esperma e óvulos. A técnica utilizada para a identificação da mutação presente é a Reação da Polimerase em cadeia (PCR) que irá utilizar o DNA extraído do sangue do paciente, avaliando os alelos jitos na literatura como os causadores da doença, sendo possível o sequenciamento do material genético do paciente (CABELLO, 2003). Desta forma, podemos concluir que a Fibrose cística é uma doença causada pela deleção de três bases nitrogenadas no gene da Proteína transmembranar Reguladora da Fibrose cística que acarretará várias alterações no transporte de íons no organismo do paciente, afetando sistema respiratório e digestório do mesmo. O extraordinário progresso na compreensão da patogênese da FC tem contribuído para o desenvolvimento de novos

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tratamentos e drogas que tem como alvo o transporte defeituoso de íons, que embora não promovam a cura da doença, melhoram a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVAREZ, A. E.; RIBEIRO, A. F.; HESSEL, G.; BERTUZZOC. S.; RIBEIRO, J. D. Fibrose cística em um centro de referência no Brasil: características clínicas e laboratoriais de 104 pacientes e sua associação com o genótipo e a gravidade da doença. Jornal de Pediatria, v. 80, n. 5, p. 371-379, 2004.

ANDRADE, E. da F.; FONSECA, D. L. O. da; SILVA, F. A. de A.; MENNA-BARRETO, S. S.. Avaliação evolutiva da espirometria na fibrose cística. Jornal Pneumologia, v. 27, n. 3, p. 130-136, 2001.

CABELLO, G. M. K.; CABELLO, P. H.; ROIG, S. R. S.; FONSECA, A.; CARVALHO, E. C. D.; FERNADES, O.. Rastreamento da fibrose cística usando-se a análise combinada do teste de IRT neonatal e o estudo molecular da mutação ΔF508. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, Rio de Janeiro, v. 39, n. 1, p. 15-20, 2003.

CARVALHO, C. P.; TEIXEIRA, D. C.; RIBEIRO, A. C. G.; BARREIROS, A. C. FONSECA, M. T.. Manifestações Otorrinolaringológicas da Fibrose Cística: Revisão da Literatura. Arq. Int. Otorrinolaringologista, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 552-558, 2008.

CASTRO, M.C.S. de;FIRMIDA, M.de C. O tratamento na fibrose cística e suas complicações. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, UFRJ. Rio de Janeiro, v.10, n.4, p.82-108,2011.

DALCIN, P. de T. R.; SILVA, F. A. de A.. Fibrose cística no adulto: aspectos diagnósticos e terapêuticos. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 34, n. 2, 2008. DAMACENO, N. Fibrose cística. Revista Brasileira de Medicina – Grupo Ed. Moreira Jr, 2004.

Disponível

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FARIAS, L.; ROSÁRIO, N. A. Filho; KOVALHUK, L.; MIASAKI, N.; CHAVES, S. M.; RECCO, R. A. C.; PADILHA, T. M. Aspectos clínicos da Fibrose Cística. Experiência no Hospital de Clínicas da UFPR, 1980-1996. Pediatria, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 241-248, 1997.

LEHNINGER, A. L., NELSON, D. L; & COX, M. M. Princípios de bioquímica. 4. ed. São Paulo: Savier, 2006.

REIS, F. J. C.; DAMACENO, N. Fibrose cística. Jornal de Pediatria, v. 74, Supl. 1, p. 7694, 1998.

RIBEIRO, J. D.; RIBEIRO, M. A. G. de O.; RIBEIRO, A. F. Controvérsias na fibrose cística – do pediatra ao especialista. Jornal de Pediatria, v. 78, sulp. 2, p. 171-186, 2002.

SARAIVA-PEREIRA, M. L.; FITARELLI-KIEHL, M.; SANSEVERINO, M. T. V. A genética na fibrose cística. Revista HCPA, v. 31, n. 2, p. 160-167, 2011.

SILVA, C. de C.. Fibrose Cística: Avaliação das Alterações Pulmonares e do Sono. Fortaleza, 2009.

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DIAGNÓSTICO MOLECULAR E TERAPIA GÊNICA NO CÂNCER DO COLO UTERINO: uma breve revisão Rouselaine Marinho Maia¹; Priscilla Anne Castro de Assis² 1- Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: laininha_02@hotmail.com; 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: priscilla.cassis@goeak.com. Faculdade Santa Emília de Rodat/UNIESP - Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa /PB CEP 58020-560

Palavras chave: Câncer Cervical. HPV. Biogenética.

1 INTRODUÇÃO O câncer é considerado um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Caracterizado pelo crescimento excessivo e desordenado das células, esta enfermidade atinge milhares de pessoas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer no Brasil em 2014 as estimativas foram de 576.580 novos casos. Dentre estas neoplasias, o câncer do colo uterino é o segundo tipo mais comum em mulheres, levando em conta que o principal responsável por esta incidência é o Papiloma Vírus Humano (HPV), que pode ser potencializado junto com outros fatores de risco. Contudo a biologia molecular tem proporcionado avanços cada vez maiores no campo da ciência, atuando como uma das principais ferramentas na busca de novas medidas para alcançar a cura e/ou o controle destas desordens, com técnicas de diagnóstico e tratamentos cada vez mais precisos e menos invasivos. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo mostrar a importância da biogenética, no diagnóstico molecular e na terapia gênica do câncer cervical.

2 METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo na área de genética molecular e patologia, baseado em artigos científicos originais e de revisão literária pesquisados em base de dados: BIREME, Pubmed, SCIELO e INCA, publicados até o ano de 2015, utilizando-se os seguintes descritores: “Câncer cervical”, “HPV” e “biogenética”.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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O Câncer de cervical, apesar de apresentar um diagnóstico acessível e uma progressão lenta, continua sendo uma das neoplasias que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, como mostra o (Gráfico 1), a estimativa de novos casos no ano de 2014 foram de 15.590 (INCA, 2015). O câncer cervical pode ser dividido em dois tipos: lesões de baixo grau (LSIL) e lesões de alto grau (HSIL), normalmente se desenvolvem em mulheres com vida sexual ativa que possuem fatores de risco como: tabagismo, múltiplos parceiros, alta paridade, dentre outros, porém o principal agente causador é o papiloma vírus humano (HPV), responsável por causar lesões a nível celular, promovendo alterações no crescimento e na diferenciação das células que podem evoluir para um tumor de grau invasivo (FERNANDES, 2011; NUNES et al, 2013). O rastreamento e diagnóstico de rotina para esta patologia é o exame preventivo denominado Papanicolaou, onde são colhidas e analisadas amostras epiteliais da cérvix uterina. Dependendo do grau da lesão de cada paciente, o tratamento baseia-se principalmente em técnicas cirúrgicas, radioterapia, uso de antivirais e outros agentes, como interferons. Existe também a vacina preventiva para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e a vacina terapêutica que pode ajudar no tratamento diminuindo a carga viral (ALMEIDA; OLIVEIRA, 2014). 70.000 60.000

50.000 40.000 Masculino

30.000

Femenino

20.000

Total

10.000 0 Câncer de Próstata

Câncer de mama

Câncer do Colo do Útero

Traquéia, brônquio e pulmão

(Gráfico 1) - Estimativa dos novos casos de câncer no Brasil em 2014. (INCA).

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A biologia molecular é utilizada no diagnóstico de muitas doenças, a nível genético e bioquímico, e são de grande importância no diagnóstico do câncer cervical envolvendo diretamente a identificação do HPV (ALMEIDA; OLIVEIRA, 2014). A técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), é uma das mais utilizadas, pois detecta o DNA do HPV de alto e baixo risco; outra técnica é a de Captura Híbrida, que detecta o vírus na lesão da célula, porém é mais específica para os de alto grau. Outro procedimento técnico é a Hibridização in situ, utilizada para detectar o vírus em fragmentos de tecidos; a Imunohistoquímica localiza antígenos específicos, seja em células ou em tecidos e por fim, os chips de DNA, que é uma técnica qualitativa e semi-quantitativa para os tipos de alto e baixo risco do HPV (D’ALESSANDRO, 2014). Outra forma de diagnóstico molecular bastante utilizada é a identificação de marcadores, que segundo Almeida e Oliveira (2014) são moléculas que podem ser detectadas e dosadas, indicando se algo está normal ou não e auxiliando no diagnóstico e tratamento da doença. Dentre os principais marcadores estudados, vimos os supressores de tumor como a proteína RB que participa na regulação do ciclo celular e a proteína p53 que atua evitando a propagação de células geneticamente danificadas, que quando na presença da neoplasia são inativadas como mostra a Figrura 1 (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013, p. 681).

Figura 1: Inativação da proteína p53. Fonte: Silva J. L. et al., 2010.

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Os marcadores moleculares tem sido alvo de estudos para a terapia gênica do câncer em geral, proporcionando tratamentos menos invasivos e com baixa toxicidade para o paciente, através da introdução de ácidos nucléicos nas células para substituir o material genético danificado e assim chegar ao tratamento ou cura de uma doença. Na terapia gênica por compensação de mutações são desenvolvidos fármacos que quando associados à radioterapia e/ou quimioterapia possui grande eficácia, já que as mutações na maioria das vezes são responsáveis pelo suprimento de proteínas essenciais para o ciclo celular como a p53 e a pRB (RODRIGUES et al, 2014). Banno et al. (2014) demonstra em seu estudo pesquisas cada vez mais realistas na elaboração de drogas sintéticas anticâncer, a base de suplementação de supressores de tumor denominados miRNAs, os quais encontram-se diminuídos no processo de evolução do câncer cervical. A anexina A1 relacionada com o ciclo celular, diferenciação e apoptose das células, é outra proposta em estudos que a utilizam como estratégia de tratamento, já que seu mRNA é altamente expresso em infecções relacionadas ao HPV (PRATES, 2014). A nanotecnologia tem mostrado técnicas bastante inovadoras no câncer cervical, pesquisas com nanotubos de carbono, que consiste em uma folha de anéis de carbono formando uma estrutura tubular, permitem a absorção da radiação e aquecimento localizado, destruindo seletivamente células cancerígenas, tornando os efeitos colaterais do tratamento menor (ALVARENGA et al., 2014). Desta forma, podemos concluir que os avanços nas técnicas de biologia molecular como base para o diagnóstico assim como para a terapia do câncer de colo uterino, tem se mostrado de suma importância devido às descobertas e resultados inovadores para a medicina, mas que ainda são necessários mais estudos para encontrar a cura de inúmeras doenças, como câncer.

4 AGRADECIMENTOS/FINANCIADORES Esta revisão teve como colaboradores a Faculdade Santa Emília de Rodat e a orientadora: Doutoranda Priscilla Anne Castro de Assis.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALMEIDA, A. C.; OLIVEIRA, K. B. Câncer de colo uterino: desenvolvimento, diagnóstico, tratamento e marcadores moleculares. Londrina/ PR, Revista Saúde e Pesquisa, v. 7, n. 1, p. 155-161, jan./abr. 2014;

ALVARENGA, E. C. et al. Potenciais alvos terapêuticos contra o câncer. Campinas/SP, Ciência e Cultura, vol.66 nº1, 2014;

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KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins & Cotran Patologia – Bases patológicas das doenças, 9ª Edição, Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2013. P. 161 e 681;

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PRATES. J. Investigação da expressão gênica diferencial em resposta aos efeitos da proteína antiinflamatória anexina A1 nas células de carcinoma de colo de útero. 2014, 25 páginas. Dissertação do Mestrado. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, São José do Rio Preto;

RODRÍGUEZ, J. A. et al. Terapia génica para el tratamiento del cáncer. Bogotá, Revista Colombiana Cancerologia; 18(1):27-40 Fev/2014.

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HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS PARA UM DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO Manoele Cândido da Silva Rosendo1; Samuel de Barros1; Lenilde Dias Ramalho2 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: manuelly_cs@hotmail.com; phuzir@hotmail.com; 2- Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@gmail.com.

Palavras-chave: Envelhecimento ativo. Idoso. Implicações para envelhecimento saudável.

1 INTRODUÇÃO A nutrição está diretamente ligada à longevidade e ao envelhecimento. Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do indivíduo e ocorre por meio de mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem, de forma particular, cada pessoa com sobrevida prolongada (MENDES, 2005). Portanto, discutiremos sobre a nutrição dos idosos e de que forma ela pode influenciar para um envelhecimento mais saudável. Pretendemos abordar os aspectos relacionados à nutrição e a hidratação dos idosos, bem como as evidências na sua alimentação que direta ou indiretamente afetam as alterações fisiológicas. Freitas et al. (2006) ressaltam que perdas sensoriais que ocorrem com o envelhecimento podem resultar em consumo de uma dieta mais monótona, podendo ocorrer um declínio progressivo da disfunção do paladar e olfato em idosos. Para os mesmos, entre os fatores que podem levar uma vida saudável, e a longevidade humana, a nutrição tem um papel fundamental e relevante. Todavia, os efeitos de uma alimentação não adequada tanto por excesso como por déficit nutricional, acarreta danos que muitas vezes contribuem para um estado patológico. Portanto, preocupados com a nutrição para um desenvolvimento saudável e envelhecimento bem-sucedido, este estudo terá como objetivo investigar na literatura corrente os aspectos relativos à nutrição dos idosos, considerando o impacto dos hábitos alimentares no seu estado de saúde.

2 METODOLOGIA

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Realizaremos um estudo do tipo bibliográfico, que será realizado em acervo pessoal, com assento prevalente em bibliotecas de instituições de ensino superior na cidade de João Pessoa-PB e na rede mundial de computadores, onde se buscarão a relevância do conteúdo em relação ao cumprimento do objetivo proposto. Para a realização deste estudo os autores seguirão as orientações de Gil (2007), as determinações da Associação Brasileira de Normas e Técnicas - ABNT, bem como as normatizações exigidas por esta Instituição de Ensino Superior.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com o Mistério da Saúde (2012), a alimentação saudável deve ter início nos primeiros meses de vida, através do aleitamento materno (exclusivo até o sexto mês e complementar até os dois anos ou mais). Essa deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, garantido saúde e desenvolvimento adequado. O leite materno é o único alimento completo, pois é capaz de prover isoladamente todas os nutrientes de que uma criança necessita nos primeiros seis meses de vida para se desenvolver com saúde e expressar o seu potencial genético. A alimentação adequada para os idosos deve ser equilibrada, com proteínas, vitaminas, e sais minerais, baixo teor de gordura, ser rica em fibras, moderada em sal e açúcar e conter líquidos. Deve ser ingerida em menor quantidade, mas em maior número de vezes ao dia. Deve ser de fácil digestão, ter aspecto agradável e respeitar os hábitos adquiridos ao longo de sua vida. As alterações digestivas, hábitos culturas e religiosos, fatores psicológicos, problemas de saúde e problemas socioeconômicos são alguns fatores que interferem na alimentação do idoso (RODRIGUES, 2000). Segundo Veras et al. (2001), quem opta durante a vida por beber menos, não fumar, praticar exercícios físicos, controlar o estresse e adotar uma dieta adequada e balanceada, sem excesso de sal, açúcar e gordura, possui as condições necessárias para viver até o limite biológico da vida. A atividade física regular mantém os músculos, os ossos e as articulações fortes e os perfis hormonais e sanguíneos dentro dos índices de normalidade, e as funções imunológicas e intestinais equilibradas. Também contribui para a prevenção das DCNT e doenças dos ossos e articulações.

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O envelhecimento populacional é um fenômeno na historia da humanidade. Ele vem acompanhado de

significativas transformações demográficas, biológicas sociais,

econômicas e comportamentais. A ciência, durante muitos anos, investiu grandes esforços no prolongamento da vida dos indivíduos, obtendo êxito somente no ultimo século (BERZINS, 2003). Kachar (2003), afirma que o Brasil está deixando de ser caracterizado como “país de jovens”, pois a população tem apresentado mudanças nas taxas medias de crescimento, alterando as estruturas etárias. Sobre essas questões, acrescenta que a população brasileira de idosos já supera 15 milhões de pessoas, perspectiva do ano de 2050, sermos a 5ª população do mundo com 32 milhões de idosos. A longevidade da população é um fenômeno mundial que traz importantes repercussões nos campos sociais econômicos. Este processo, no entanto, vem se manifestando de forma distinta entre países do mundo. Não é possível estabelecer conceitos universalmente aceitáveis e uma terminologia globalmente padronizada para o envelhecimento (VERAS, 1998). A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o envelhecimento populacional com uma história de sucesso das politicas de saúde pública e social e, portanto a maior conquista e triunfo da humanidade no último século. O envelhecimento não é problema, e sim vitória. O problema será se as nações desenvolvidas ou em desenvolvimento não elaborarem programas para promoverem o envelhecimento digno e sustentável e que contemple as necessidades do grupo etário das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Na realidade brasileira prevalece à carência de programas ou assistência ao idoso, principalmente na classe menos privilegiada, na qual se acrescenta a carência de programas e serviços de instituições sociais voltadas para a prevenção dos problemas da velhice (SOUZA, 2004). As pessoas idosas contribuíram e continuam a contribuir com a sociedade onde vivem, portanto cabe a este segmento a preservação, o direito de igualdade, de oportunidade de tratamento em todos os aspectos da vida (BERZINS, 2003). O principal objetivo destas medidas na terceira idade não é apenas reduzir as taxas de mortalidade, mas melhorar a saúde e a qualidade de vida dos idosos, de modo que eles tenham suas atividades menos afetadas por doenças crônicas (BERZINS, 2003).

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Suzuki (2003), afirma que o processo de envelhecimento consiste na deterioração lenta e progressiva das diversas funções orgânicas, que podem ser ou não imprescindíveis a manutenção da vida. De acordo com a autora citada alguns indivíduos manifestam sinais do processo de envelhecimento precoce, ao passo que outros avançam em suas ideias sem qualquer evidencia de debilidades em suas funções cognitivas e sensoriais. Deve-se considerar sempre a influencia de fatores ambientais constitucionais e genéticos no processo natural, do envelhecimento. Com o proposito de investigar as implicações da adoção de hábitos saudáveis á saúde e suas repercussões para um envelhecimento bem sucedido, foram realizadas uma investigação literária avaliando a opinião dos diversos autores especializados no tema em questão. Entendeu-se que todos os autores pesquisados concordam que há uma estreita relação entre estilo de vida e processo de envelhecimento. Destacaram que a adoção de hábitos saudáveis e a eliminação de hábitos saudáveis a saúde, são importantes para preservação e qualidade de vida do idoso. A educação geronto-geriatrica não se restringe ao idoso, mas a toda população, em qualquer idade, a qual precisa entender de que forma prevenir agravos e promover a saúde para uma velhice com qualidade. Isto implica afirmar, que a educação no enfoque da enfermagem é de primordial importante para a prevenção de doenças crônico-degenerativas ao processo de envelhecimento, a qual afeta consideravelmente a autonomia e independência na fase da velhice.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERZINS, M. Serviço Social e Sociedade. Rio de Janeiro: Cortez, 2003.

DARCY, R. L. Manual de Farmacologia Clínica Terapêutica e Toxicologia. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora Medsi, 2002.

FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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GILMAN, A.G. et al. As bases farmacológicas da terapeuta. 8ª ed. Editora Guanabara Koogan, S. A. Rio de Janeiro, 1991.

KACHAR, V. Terceira Idade informática: Aprender revelando potencialidade. São Paulo: Cortez, 2003.

MENDES, M. R. S. S. B. et al. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paul Enferm, 2005.

MORIGUTI, Julio Cesar; IUCIF, Nelson Jr.; FERRIOLI Eduardo. Nutrição no Idoso. In DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E; MARCHINI, J. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier 1998.

RODRIGUES, R. A. P.; Diego, M. J. D. E. Como cuidar de idosos. 3. Ed. Rio de Janeiro: Papirus. Coleção Viva Idade, 2000. SOUSA, A. M. V. de. Tutela jurídica do idoso: A assistência e a convivência familiar – Campinas. São Paulo: Alínea, 2004.

SUZUKI, H. S. Conhecimentos essenciais para atender bem o paciente idoso. São Jose dos Campos, São Paulo: Editora Pulso, 2003.

VERAS, P. R. País jovem com cabelos brancos. Rio de janeiro: Relummé- Dumare/Vera, 1998. VERAS, R. et al. Velhice numa perspectiva futuro saudável. UnATI – Universidade Aberta da Terceira Idade, 2001.

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IMPORTÂNCIA TERAPÊUTICA DOS ANTIMICROBIANOS Allan Henrique Luna da Costa 1, Julia Vitorino Jales¹, Priscilla Anne Castro de Assis2, Fábio Pedrosa Lins Silva 2. 1. Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: allanluna@uol.com.br; vitorino_jales@hotmail.com;

2. Professor(a) da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: priscilla.cassis@gmail.com; pedrosalinssilva@gmail.com;

Palavras-chave: Bactérias. Antimicrobianos. Microrganismo resistente.

1 INTRODUÇÃO As bactérias são organismos unicelulares, procariontes e possuem tamanho microscópico. Existem várias doenças causadas por bactérias, dentre elas podemos citar a sífilis, tuberculose, hanseníase, coqueluche, tétano, gonorreia, meningite meningocócita, disenterias bacterianas, entre outras [1]. Os antimicrobianos são uma classe de compostos naturais ou sintéticos capazes causar a morte ou inibição de fungos ou bactérias. Quando estes causam a morte de bactérias podem ser classificados como bactericidas, e quando inibem o crescimento microbiano, podem ser classificados como bacteriostáticos [2]. Os agentes antimicrobianos utilizados no tratamento das doenças bacterianas podem ser classificados em agentes sintéticos e antibióticos. Em 1910, Ehrlich desenvolveu o primeiro antibiótico de origem sintética, Salvarsan, um composto contendo arsênio usado no tratamento da sífilis. Em 1935, Gerhard Domagk descobriu que o Prontosil apresentava atividade in vivo contra infecções causadas por espécies do gênero Streptococcus, este prófarmaco originou uma nova classe de antibióticos sintéticos, as sulfas ou sulfonamidas, que constituem a primeira classe de agentes efetivos contra infecções sistêmicas [3]. Apesar destes avanços, a Penicilina, descoberta em 1928 por Alexander Fleming, é descrito na literatura como o primeiro antibiótico utilizado no tratamento das infecções bacterianas. O resultado da atividade bacteriana da penicilina se mostrava superior à das sulfas, e demonstrava que os fungos produziam substâncias capazes de controlar a proliferação bacteriana motivando uma nova frente de pesquisas na busca de novos antibióticos [2].

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Os antibióticos de origem natural e seus derivados semi-sintéticos compreendem a maioria dos antibióticos em uso clínico e podem ser classificados em β-lactâmicos, tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos, peptídicos cíclicos, estreptograminas, entre outros. Os antibióticos de origem sintética são classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas [2]. No mundo inteiro pouco mais de 40 bilhões de dólares foram gastos em 2013 na compra de antimicrobianos, dos quais 1,24 bilhões foram gastos pelo Brasil, o uso exagerado e descontrolado desses medicamentos vem gerando bactérias altamente resistentes. Esses medicamentos já perderam a batalha para dezessete micro-organismos multirresistentes, causando, nos Estados Unidos, mais mortes que a AIDS, são 23 000 mortes anuais, ante 15 000 causadas pelo HIV. A preocupação de médicos e cientistas em todo o mundo é que, sem o investimento em pesquisas e um plano contra o abuso de medicamentos, podemos voltar, rapidamente, à época em que os antibióticos não existiam. Um relatório divulgado no fim de março pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que cerca de 500 000 casos de tuberculose em 2012 foram causados por bactérias super-resistentes em todo o mundo. Até 2015, os casos podem chegar a 2 milhões. Ou seja, milhões de pessoas podem adoecer como se estivessem no início do século XX, antes da descoberta do primeiro antibiótico [4]. Contudo, sabendo da importância terapêutica dos antimicrobianos e que este vem sendo utilizado de forma indiscriminada, o objetivo do presente trabalho é discutir sobre a terapêutica e o alerta para o fim de eficácia dos antimicrobianos conhecidos.

2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica descritiva com abordagem qualitativa, discutindo-se sobre o a importância terapêutica dos antimicrobianos e o seu cenário atual. Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada, em abril de 2015, uma busca na base de dados do Scielo e periódicos da capes tendo também como suporte o uso de livros.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir de 2000, poucos antibióticos foram introduzidos para a terapêutica antimicrobiana. Em 2001, apenas um antibiótico de origem sintética da classe das oxazolidinonas foi introduzido no mercado farmacêutico, a linezolida. No século XX, dez classes de antibióticos foram desenvolvidas. No século XXI, até agora, apenas duas. Não era

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preciso bola de cristal para saber que bactérias super-resistentes iriam surgir. O problema é que não conseguimos evoluir tão rápido quanto elas [2, 4]. Superbactérias assim desafiam a medicina desde 1950, quando o microrganismo Staphylococcus aureus, causador de infecções cutâneas e respiratórias, deixou de responder à Penicilina [4]. A resistência adquirida pelas bactérias pode ser considerada um fenômeno ecológico que ocorre como uma resposta frente ao amplo uso de antibióticos e sua presença no meio ambiente. Um agravante é o fato de que as bactérias se multiplicam muito rapidamente, sofrendo mutação, podendo trocar material genético entre linhagens de mesma espécie ou de espécies diferentes. Devido a isso elas são consideradas microrganismos de alta capacidade de adaptação a diversos fatores, como a exposição a agentes químicos potentes [2, 4]

. Antes do século XXI a resistência bacteriana ocorria predominantemente em

ambientes hospitalares. Atualmente, a resistência bacteriana está associada a diversos ambientes e pode atingir indivíduos saudáveis. Um dos fatores que acelerou o processo de resistência bacteriana foi o uso indiscriminado dos antimicrobianos, desde seu surgimento. De acordo com dados da consultoria internacional IMS Health, os antimicrobianos são o quinto remédio mais vendido do mundo, atrás apenas de drogas de combate ao câncer, dores, diabetes e hipertensão. De todos esses remédios vendidos, estima-se que pelo menos a metade venha de prescrições inúteis [4]. Em razão do abuso no uso dessas substâncias, em 26/10/2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicou uma resolução estabelecendo critérios para sua prescrição e comercialização. Dentre outras disposições, a resolução obriga a venda de antibióticos somente sob prescrição médica, em receita de duas vias, na qual uma delas fica retida na farmácia [5]. Diversas razões justificam a necessidade urgente por novos agentes antibióticos, uma delas se daria pelo fato de doenças infecciosas serem a segunda maior causa de mortalidade no mundo, a outra estaria relacionada às altas taxas de resistência microbiana, especialmente em ambientes hospitalares e por fim o decréscimo constante observado no número total de novos agentes antimicrobianos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA).

4 Agradecimento/Financiadores

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FASER - UNIESP.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] – LIMA, M. A. C. S., Doenças bacterianas. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/doencas/doencas-por-bacterias.htm>. Acessado em: 08 abr. 2015. [2] – GUIMARÃES, D. O., MOMESSO, L. S., PUPO, M. T., Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Química Nova, v. 33, n. 3, p. 667-679, 2010. [3] – MADIGAN, M. T., MARTINKO, J.M., DUNLAP, P. V., CLARK, D. P., Microbiologia de Brock. Artmed, Porto Alegre- RS, 12º edição. ISBN 978-0-132-324601. 2010. [4]

-

Loiola,

R.,

A

era

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Disponível

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Doenças

bacterianas.

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<http://www.mundoeducacao.com/doencas/doencas-por-bacterias.htm>. Acessado em: 08 abr. 2015.

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MODIFICADORES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE IMMUNOLOGICAL RESPONSE MODIFIERS THE TREATMENT OF RHEUMATOID ARTHRITIS Bianka Márcia do Nascimento Xavier1, Débora Gleyce Nascimento da Silva1, Joelma Rodrigues de Souza3. 1. Aluna de graduação da Faculdade Santa Emilia de Rodat, e-mail: xavierbianka@gmail.com; cad.d.nasc@gmail.com; 2. Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, email: profa.joelma@hotmail.com.

Palavras-chave: Artrite Reumatoide, Resposta Imunológica, Autoimunidade.

1 INTRODUÇÃO Doenças autoimunes são um tipo de desordem imunológica e sua característica reside na diminuição da tolerância aos componentes do próprio organismo. O sistema imune tem a capacidade de distinguir o próprio do não-próprio, e assim, tolerar os antígenos do hospedeiro e responder a antígenos estranhos (ABBAS et al., 2012). A autoimunidade pode ser órgão específica ou sistêmica e envolve diferentes mecanismos como: perda da anergia da célula T, defeito no mecanismo de deleção clonal, ativação policlonal de linfócitos, reação cruzada entre antígenos próprios e microbianos e falha do linfócito T supressor. Esses mecanismos podem muitas vezes, estar associados a fatores genéticos, como os alelos do sistema HLA, processos inflamatórios e fatores metabólicos que podem predispor uma determinada patologia (MURPHY, 2014). Uma das patologias de caráter autoimune é a Artrite Reumatoide (AR) – uma doença caracterizada pela inflamação das articulações, que provoca a alteração das estruturas ósseas e das cartilagens, tendo como ponto de partida inflamação da membrana sinovial. Esta membrana é uma estrutura de revestimento da parede interna da cápsula fibrosa que envolve a articulação e cuja função é produzir o líquido sinovial, que nutre a cartilagem e lubrifica a sua superfície, permitindo o movimento normal da articulação. Quando, porém, ocorre um processo inflamatório, esta membrana torna-se mais espessa, aumenta de volume e deixa de produzir o líquido sinovial normal, para produzir um líquido inflamatório que destrói

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progressivamente as cartilagens que revestem as articulações, prejudicando a sua função, limitando os movimentos articulares e causando dor (RAMOS, 2011). Na base da doença está uma alteração do sistema imunológico que determina a autoagressão dos tecidos. Existem anticorpos do tipo IgG localizados no líquido sinovial das articulações. A presença de fatores reumatóides (auto-anticorpo, geralmente da classe IgM) nesse local faz com que tais fatores liguem-se às frações constantes das imunoglobulinas IgG. Os imunocomplexos formados pelo fator reumatóide e o IgG podem ampliar o processo inflamatório das articulações. Além disso, ocorre uma ativação de macrófagos e linfócitos na membrana sinovial, provocando uma infiltração dessas células, produção do fator de necrose tumoral e outras citocinas pró-inflamatórias (YABUTA et al., 2012). O Fator de necrose tumoral (TNF) é uma potente citocina inflamatória expressa em grandes quantidades no soro e no líquido sinovial de indivíduos com AR. Ele promove a liberação de outras citocinas, particularmente as interleucinas IL-1, IL-6 e IL-8, estimula a produção de proteases, aumenta a expressão de moléculas de adesão endotelial favorecendo o processo inflamatório. Em acréscimo, estudos têm demonstrado que a inibição do TNF parece ser uma forma efetiva rápida de controle da atividade da doença (MOTA et al., 2012). O tratamento da artrite reumatóide deve ser iniciado o mais rapidamente possível visto que difere de pessoa para pessoa, consoante a idade e a gravidade das perturbações. Embora não exista uma cura definitiva, há muitas substâncias que podem mantê-la sob controle, abrandando o processo inflamatório. Vários avanços foram feitos na terapia da doença, destacando-se os fármacos para retardar a evolução da doença e recuperar, no todo ou em parte, a funcionalidade das articulações. Entre esses temos: os antiinflamatórios, usados no controle da dor; e as cortisonas, para as fases agudas. Além desses, a introdução de agentes modificadores da resposta biológica, especialmente os inibidores do fator de necrose tumoral foram experimentados com êxito nos Estados Unidos e demonstraram bloquear a progressão da doença controlando os sintomas. Desta forma, o presente trabalho tem por função conhecer e discorrer sobre o papel dos modificadores da resposta imunológica no tratamento da artrite reumatoide.

2 METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório descritivo que iniciou-se com um levantamento bibliográfico baseado nas bases de dados Scielo (Scientific Electronic

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Library Online), Bireme (The Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information) e Pubmed (U.S. National Library of Medicine National Institutes of Health). Foram considerados artigos publicados até 2014, nos idiomas português e inglês, utilizandose como descritores “ARTRITE REUMATOIDE”, “MODIFICADORES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA”, “AUTOIMUNIDADE”. Terminando o levantamento bibliográfico, deu-se início a revisão das obras relacionadas que contemplavam o objetivo proposto.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A AR atinge cerca de 1% da população mundial, na faixa etária entre 30 e 50 anos de idade, sendo mais comum nos jovens e nas mulheres por possuírem susceptibilidade genética, embora a doença não seja considerada hereditária (VIDAL et AL., 2012). Não existe um consenso quanto à causa da artrite reumatoide. Entretanto estudos demonstraram que a presença de alguns genes que regulam o funcionamento do sistema imunológico implica uma maior suscetibilidade no desenvolvimento da doença, dentre eles estão os alelos HLA-DRB1 (DRB1*0101, DRB1*0401 e outros). O produto proteico desse alelo é uma proteína, de cadeia β, do complexo de histocompatibilidade principal de classe II, o qual apresenta antígenos às células T CD4 (QUEIROZ et al, 2013). Em estudo realizado por (QUEIROZ et al., 2013) os pacientes com artrite reumatoide apresentaram associação da doença com o alelo HLA_DR4. Assim, o reconhecimento do antígeno pelas células T através desses alelos, exerce papel importante na patogenia da doença, com a participação dessas células no infiltrado no líquido sinovial, bem como de células apresentadoras de antígenos como os macrófagos, que conjuntamente secretam as citocinas inflamatórias como o TNF, favorecendo a ativação de fibroblastos produtores de proteínas que degradam a cartilagem articular (YABUTA et AL., 2012). O tratamento convencional da AR consiste em administração de fármacos como os sais de ouro, antimaláricos, metotrexato, ciclosporina, cortisonas e AINES. Contudo, esse tratamento envolve riscos e necessita de monitorização, embora sejam aparentemente tolerados, podem causar irritação da mucosa da boca, agravar casos de insuficiência renal, perturbações gástricas, diabetes, aumento da pressão sanguínea e favorecer o aparecimento da osteoporose (VIDAL et AL., 2012).

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Assim, os inibidores do TNF e o receptor antagonista da interleucina-1 (Anakinra), são fármacos recentes, denominados modificadores da resposta imunológica, utilizados no tratamento da artrite reumatoide, e que, durante os estudos realizados em vários centros dos Estados Unidos, demonstraram ser seguros e eficazes ao longo do tempo (SCOTTON et al, 2012). Os inibidores do TNF (infliximabe, adalimumabe e etanercepte) atuam ligando ou capturando o TNF em excesso; tornam a citocina TNF inativa e permitem uma importante redução da inflamação e da sintomatologia típica da doença. Assim como os DMARDs (Medicamentos Modificadores do Curso da Doença), eles também possuem efeito imunossupressor, porém são mais rápidos, visto que os DMARDs apresentam eficácia parcial no controle dos surtos, de novas lesões, e na progressão das incapacidades articulares ao longo do tempo. O anakinra bloqueia a ação da interleucina-1, principal pirógeno e inductor de proteínas de fase aguda da inflamação (FAUCI, 2014). Assim, os bons resultados no tratamento da AR com os Modificadores da Resposta Imunológica, como a retração e melhora de alguns sintomas, a manutenção da proteção imunológica e os menores riscos durante sua administração quando comparados aos demais tratamentos, fazem de sua administração uma terapêutica extremamente promissora, de valiosa perspectiva na contenção desta grave patologia, bem como amplia sua aplicabilidade em outras desordens de caráter autoimune.

4 AGRADECIMENTOS Agradecemos à instituição UNIESP – FASER pelo incentivo ao desenvolvimento da pesquisa como também a nossa professora orientadora Dra. Joelma Rodrigues de Souza pelo valioso conhecimento transmitido e pela revisão do presente trabalho.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Básica. Editora Elsevier. 2013.

ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 7ª Ed. 2012.

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FAUCI, A. S.; LANGFORD, C. A. Reumatologia de Harrison. 3ª Ed. 2014.

MURPHY, K. Imunobiologia de Janeway. 8ª edição. Editora ArtMed. 2014.

QUEIROZ, P. H. O.; ALVES, P. G.; ALMEIDA, J. M. C. Artrite Reumatóide. Disponível em: http://lareufjf.blogspot.com.br/2013/03/artrite-reumatoide-perguntas-e-respostas.html. Publicado em: Mar 2013. Acesso em: 07 Abril 2015. RAMOS, H.; Bianchi, W.; NAVA, P.; BONOMO, I. Artrite Reumatóide – Cartilha para pacientes.

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http://www.reumatologia.com.br/PDFs/cartilha_artritereumatoide.pdf. Publicado em: 2011. Acesso em: 06 Abril 2015.

REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o tratamento da Artrite Reumatóide. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0482-50042012000200002&script=sci_arttext. Publicado em: Mar/Abr 2012. Acesso em: 04 Abril 2015.

SCOTTON, A. S.; FELLET, A. J. Como diagnosticar e tratar Artrite Reumatóide. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=2854. Publicado em: 2012. Acesso em: 06 Abril 2015.

VIDAL, A. T.; SALOMON, F. C. R.; FALCAO, M. G.; SANTOS, V. C. C. Medicamentos biológicos

para

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da

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http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ce6dd08044ae53989625b66b0d9f14d3/Medic amentos+Biol%C3%B3gicos.pdf?MOD=AJPERES. Publicado em: Set 2012. Acesso em: 06 Abril 2015.

YABUTA, P. B. D. O papel dos microRNAs de células T na susceptiblidade/resistência a

artrite

reumatoide.

Disponível

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http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-16022012150623/publico/tese.pdf. Publicado em: 2012. Acesso em: 06 Abril 2015.

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PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Antonio Yuri Oliveira Pereira¹, Sarita da Silva Leão¹, Wemison Hélio Uchoa Arruda¹, Nieje Almeida². 1 – Aluno de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: anttonioyuri@gmail.com; sarita_ssl@hotmail.com; wemisonuchoa@hotmail.com. 2- Professora da FESVIP, e-mail: niejealmeida@hotmail.com;

Palavras chave: Insuficiência. Rins. Tratamento.

1 INTRODUÇÃO A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma síndrome clínica reversível em que existe uma perda súbita e quase completa da função renal durante um período de horas e dias, com falha para excretar os produtos residuais nitrogenadas e manter a homeostasia hidroeletrolítica (BRUNNE E SUDDARTH, 2009). De acordo com Barros, 2006 A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre em 10 a 25% dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), sendo que 60 a 70% desses pacientes irão necessitar de terapia de substituição da função renal. A IRA no contexto do paciente criticamente enfermo está associada com elevados índices de mortalidade, 50 a 90%, adicionalmente dos pacientes que sobrevivem a um episódio de IRA em UTI, 5% a 30% irão evoluir para insuficiência renal crônica terminal e necessidade de tratamento dialítico, em longo prazo. No Brasil, diferentes métodos dialíticos atualmente empregados, para tratamento a IRA. Estudos realizados em dois centros do estado de São Paulo mostraram dados semelhantes indicando uma incidência global de IRA em hospital terciário de 0,79% e 0,49% respectivamente, sendo que em 55% dos casos a IRA ocorreu em UTI (BARROS, 2006). De acordo com Cheregatti (2010) os rins são orgãos pares localizados no espaço retro peritoneal, estando pólo superior situado na altura da 12ª vértebra torácica e inferior ao lado da terceira vértebra lombar. O rim esquerdo é mais alto e usualmente maior que o direito. O peso de cada rim varia de 125 a 170gno homens adultos e de 115 a 155g na mulher, cujo tamanho é de 11 a 12 cm de comprimento, 5,0 a 7,5 cm de largura e 2,5 a 3,0cm de espessura,

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são ligados funcionalmente ao organismo pelo hilo, local por onde passam os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos e o ureter. Os rins apresentam uma notável capacidade de se recuperar da agressão. Os objetivos do tratamento da IRA consistem em restaurar o equilíbrio químico normal e evitar as complicações ate que a reparação do tecido renal e a restauração da função renal possam acontecer. O tratamento inclui manter o equilíbrio hídrico, evitar os excessos de líquidos ou, possivelmente, realizar a diálise (BRUNNER E SUDDARTH’S, 2009). Uma equipe de UTI deve responder a uma série de exigências, como competência, habilidade e destreza, disponibilidade para ficar confinado no ambiente hospitalar, disposição para cuidar de clientes críticos, preparação para adaptar-se aos ruídos dos aparelhos, preparação para luta diária com a vida e com a morte, conhecimento técnico e cientifico, permanente atualizado (FIGUEIREDO, 2006). Esperamos que esta pesquisa sirva como referencial teórico para os profissionais de saúde que atuam na área, para assim, desenvolver uma assistência de qualidade. O estudo tem por objetivo identificar a partir da literatura, a terapêutica empregada a pacientes com Insuficiência Renal Aguda na UTI.

2 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão da literatura. O método utilizado para o desenvolvimento da temática em discussão é decorrente de um apanhado de caráter bibliográfico efetivado no acervo da biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat – FASER/UNIESP, como também em revistas referentes ao conteúdo abordado e informações adquiridas em sites de credibilidade, durante o período de 03 de fevereiro a 08 de abril de 2015. Os dados foram analisados e interpretados criticamente à luz da literatura concernente o tema.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A insuficiência renal aguda é organizada em três categorias gerais, cada tipo tem uma causa diferente: na pré-renal ocorre depleção do volume corrente, perdas gastrointestinais, eficiência cardíaca prejudicada e vasodilatação. Intra-renal: isquemia renal prolongada, agentes nefrotóxicos, processos infecciosos. Pós-renal: obstrução do trato urinário (BRUNNER E SUDDARTH, 2009).

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A glicose aparece na urina (glicosúria) quando a quantidade desta no sangue e no filtrado glomerular excedem a quantidade que os túbulos são capazes de reabsorver. Isto ocorre quando a concentração de glicose sobe acima de 180mg/100 ml um nível chamado de limiar sérico para o aparecimento da glicose na urina. (GUYTON E HALL, 2006). Em relação ao equilíbrio hidroelétrico, Guyton e Hall (2006) afirma que a regulação do volume de sódio depende da aldosterona, um hormônio sintetizado e liberado pelo córtex da supra-renal, cuja função é a reabsorção renal de sódio; quanto mais sódio é excretado que ingerido, resulta a desidratação; se menos sódio é excretado que ingerido, sobrevém a retenção de líquido. Segundo Porto (2011), O tratamento é feito primeiramente tendo um cuidado com o paciente, monitorando a diurese, o peso corporal, a correção das anormalidades hemodinâmicas (hipovolemia), se a IRA for induzida por medicamentos, suspender o agente responsável. Medicamentos utilizados para reverter a IRA com oligúria: furosemida, EV, 40 a 80 mg, 6/6h (dose máxima 500mg/dia). Hiperpotassemia: casos graves (gliconato de cálcio EV; insulina EV+ glicose), se houver acidose, administrar bicarbonato de sódio, resina de troca de potássio, kayexalante ou sorcal. O manitol (Osmitrol), a furosemida (lasix) ou o acido etacrínico (edecrin) podem ser prescritos para iniciar a diurese e evitar as complicações. O fluxo sanguíneo adequado para os rins nos pacientes com causas pré-renais de IRA pode ser restaurado por líquidos intravenosos ou transfusões de hemoderivados (BRUNNER E SUDDARTH’S, 2009). O kayexalate age trocando íons sódio por íons potássio no trato intestinal, o sorbitol pode ser administrado em combinação com o kayexalante para induzir um efeito diarreia (ele induz a perda hídrica no trato GI). Quando ocorre retenção o kayexalante é administrado (o cólon é o principal sitio de troca de potássio), quando necessário, um cateter retal com um balão é utilizado para facilitar a retenção (BRUNNER E SUDDARTH’S, 2009). As medidas de suporte incluem uma dieta rica em calorias e pobre em proteínas, sódio e potássio, com vitaminas suplementares e líquidos restritos. A rigorosa monitorização eletrolítica é essencial para detectar a hipercalemia. Quando a hipercalemia acontece, a terapia aguda pode incluir a diálise, bircabonato de sódio e infusão de glicose hipertônica e insulina, todos administrados por via intravenosa (LIPPINCOTT WILLIAMS E WILKINS, 2005).

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Segundo Knobel e Elias (2006) a reposição de volume deve ser restringida a 400ml/dia, acrescido do débito urinário. O balanço de sódio deve ser controlado por meio de dieta pobre em Na+ (1g/dia) nos pacientes que não estão sendo submetidos á diálise, porem com maior liberdade (até 3g/dia), quando já em programa dialítico. Lembrar-se de ajustar todas as drogas que tenham alteração do seu metabolismo pela presença de alteração da função renal. Diálise precoce e freqüente deve ser utilizada para manter uréia a baixo de 180mg/dl e creatinina inferior a 8mg/dl. A diálise peritoneal (DP) é realizada com a introdução por gravidade de 1 a 3 litros de uma solução salina contendo dextrose na cavidade peritoneal, através de um cateter. Por meio de difusão e de ultrafiltrarão, as toxinas se movem dos vasos sanguíneos do peritônio para a solução de diálise que foi infundida cavidade peritoneal. As trocas ocorrem durante o tempo de permanência. Após o tempo de permanência (que pode variar de 30 minutos na DPI, até no máximo, 6 horas no CAPD), o líquido é drenado por gravidade, eliminando o excesso de água, as toxinas e os produtos finais do metabolismo (FERMI, 2003). De acordo com Costa et al., (2003) Hemodiálise é o método de depuração extracorpórea pelo qual o sangue obtido por um acesso vascular é colocado em contato com uma solução de diálise em um filtro que utiliza uma membrana semipermeável artificial. Na hemodiálise intermitente ou convencional, os fluxos de sangue e de dialisto são relativamente altos (300 ml/min, em geral), propiciando depurações de uréia ao redor de 150 ml/min. Normalmente são realizadas sessões de duas a seis horas diariamente ou em intercalados, de acordo com a necessidade do paciente. Conclui-se que, é importante que o conhecimento dos profissionais que atuam na unidade de terapia intensiva seja satisfatório, pois o tratamento dos pacientes portadores de IRA é minucioso e exigente. Portanto, o atendimento tem que ser eficaz e ágil para que seja prestado um serviço de qualidade.

4 REFERÊNCIAS BARROS, Elvino. Nefrologia Rotinas Diagnósticos e Tratamentos, 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

CHEREGATTI, Aline. L, AMORIM, Caroline. P. Enfermagem: Unidade Terapia Intensiva. São Paulo: Martinari, 2010.

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COSTA, J. A. C; VIEIRA, O. M. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA. Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS. Divisão de Nefrologia. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, 2003. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbti/v19n3/v19n3a13.pdf. Acessado em 09 de Setembro de 2011.

FERMI, Márcia Regina Valente. Manual de Diálise para Enfermagem. Rio de Janeiro: Medsi Editora Médica e Cientifica 2003.

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Silva, Carlos Roberto Lyra da. SILVA, Roberto Carlos Lyra Da.CTI: Atuação, Intervenção e Cuidados de Enfermagem. São Caetano do Sul SP: Yendis Editora, 2006.

GUYTON, Arthur C.; HALL, Jonh E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. LIPPINCOTT Williams & Wilkins. Enfermagem médico – cirúrgico. Rio de Janeiro: editora. Guanabara koogan, 2005.

PORTO, Celmo. Celeno. Vademecum de clínica médica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 3ª Ed. Vol.1. São Paulo: editora Atheneu, 2006.

SMELTZER, S.C, BARE, B. G.BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirurgica. 11. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

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PACIENTES EM HEMOTERAPIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: reação transfusional e condutas de enfermagem Joseane Flor dos Santos1; Jaqueline Farias Viana2 1- Aluna de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat. e-mail: josy-florzinha@hotmail.com 2- Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: jaquefariasviana@hotmail.com Endereço para contato: Praça Caldas Brandão s/n, Tambiá - João Pessoa / PB. CEP 58020-560.

Palavras-chave: Transfusão Sanguínea. Cuidados de Enfermagem. Paciente Crítico.

1 INTRODUÇÃO A terapia da transfusão possui importante papel no tratamento de inúmeras doenças, constituindo-se na prática por meio de normas técnicas padronizadas, em que a segurança e a qualidade do sangue e derivados devem ser asseguradas. A hemoterapia moderna é multiprofissional (médicos, enfermeiros, técnico de laboratório, bioquímico, assistente social) e pressupõe um elevado nível de conhecimento, treinamento e experiência dos executores, de todas as categorias profissionais, é um processo complexo dependente de vários profissionais para realizá-lo com segurança (FERREIRA et al., 2007). O Conselho Federal de Enfermagem em março de 1997, publicou a resolução 200, que dispunha sobre a atuação da enfermagem em hemoterapia e em transplante em medula óssea. Essa resolução foi atualiza em abril de 2006, pela Resolução 306/06 – no que concerne às atividades da enfermagem em hemoterapia (COFEN, 2006). O papel da enfermagem em hemoterapia no passado era prestado somente por técnicos de laboratórios, nas últimas décadas houve progresso em relação à prática assistencial hemoterápica e a presença do profissional com conhecimento específico na área de atuação tornou-se fundamental, sendo assim a enfermagem passou a desenvolver atividades em várias áreas, como triagem clínica do doador, coleta de sangue, procedimento transfusional de hemocomponentes (FLORIZANO; FRAGA, 2007). A transfusão de hemocomponentes e hemoderivados quando criteriosamente avaliada e corretamente indicada é uma terapia eficaz, no entanto, não estão livres de riscos, complicações relacionadas à transfusão podem ocorrer e algumas delas podem trazer sérios prejuízos aos pacientes, inclusive fatais. Isto inclui o tipo de componente que está sendo transfundida, característica do paciente e sua condição clínica, uso de equipamentos

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inadequados, as soluções endovenosas incompatíveis, os procedimentos inadequados e erros ou omissões por parte da equipe que presta cuidados aos pacientes (FERREIRA et al., 2007). Uma conduta correta mediante a uma situação adversa a uma reação transfusional salva vidas, a tecnologia em equipamentos evolui a cada ano, porém o contato direto com o paciente nunca deixará de ser essencial para identificação de problemas adjacentes. O objetivo da atual pesquisa é trazer para profissionais na área da saúde e a todos que venham ter interesse pelo assunto, aspectos como diagnóstico das complicações imediatas e tardias na transfusão sanguínea e condutas corretas mediante as reações transfusão sanguinea.

2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, com revisão da literatura, desenvolvido a partir da leitura de doze artigos científicos no mês de março e abril de 2015, em fontes eletrônicas seguras como Lilacs, Scielo, Bireme e BVS, esses artigos foram revisados e conforme leitura houve a necessidade de excluir quatro artigos por não seguir a temática proposta, e oito foram inclusos, pois fazem coesão e coerência a temática, a seguir houve a elaboração da atual pesquisa bibliográfica.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na prática de transfusão sanguínea, a prescrição transfusional é do médico, porém é o enfermeiro e sua equipe que identificam o paciente, verificam e avaliam os sinais vitais, realizam a conferência da bolsa do hemocomponentes, iniciam e acompanham a infusão do produto sanguíneo e auxiliam no cuidado diante de reações. Vale ressaltar que o grande número de pacientes admitidos em UTIs têm níveis de hemoglobina abaixo do normal, o que faz da transfusão de hemácias uma das intervenções terapêuticas mais utilizadas nestas unidades (FLORIZANO; FRAGA, 2007). A reação transfusional é a intercorrência que pode ocorrer como consequência da transfusão sanguinea, durante ou após a sua administração. A ocorrência desta reação ou evento adverso está associada a diferentes causas, dentre as quais fatores de responsabilidade da equipe hospitalar como, erros de identificação dos pacientes a serem transfundidos, erro de identificação ou troca de amostras, fatores relacionados ao receptor e/ou doador, como a

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existência de anticorpos irregulares não identificados nos testes pré transfusionais de rotina (FIDLARCZYK D, FERREIRA, 2008). É importante que a equipe de enfermagem esteja preparada para reconhecer e atender imediatamente uma reação, identificar o paciente à beira do leito, imediatamente antes da transfusão conferindo seus dados, com os dados do hemocomponente; Informar o paciente ou familiar sobre a administração do hemocomponente (quando consciente) e os riscos transfusionais e orientá-lo para comunicar qualquer reação diferente. Quando paciente for inconsciente a enfermagem necessita de observação constante sobre o paciente, a velocidade de infusão deve ser determinada pelo estado clínico do paciente. Pacientes com necessidade de reposição volêmica (por grandes hemorragias e politraumatizados) transfundir rapidamente, com gotejamento livre. Pacientes cardiopatas, nefropatas, idosos e crianças, transfundir lentamente, respeitando as condições hemodinâmicas, a observação facilita a pronta intervenção nas reações adversas. Após 10 minutos de infusão, sem alterações nos sinais vitais, a velocidade de gotejamento pode ser aumentada, observando-se a relação de tempo e de volume a serem administrados (HOSPITAL SIRIO LIBANES, 2010). A reação hemolítica aguda ocorre de imediato sendo a mais temida das reações, podendo levar o paciente a óbito, sendo sua frequência associado à incompatibilidade de sanguínea, os sinais e sintomas são dor torácica, dor no local da infusão, calafrios, hipotensão, náuseas, dispneia e sangramento, havendo intercorrência, condutas devem ser iniciadas, interromper a transfusão, manter acesso venoso com soro fisiológico, elevar decúbito, ventilar e controlar coloração e volume da diurese do paciente (REZENDE, 2010). O TRALI (Transfusion-Related Acute Lung Injury) é definido como edema pulmonar não cardiogênico, relacionado à transfusão de sangue ou derivados, principalmente ao plasma fresco congelado. A primeira descrição de TRALI foi feita em 1957, em paciente sadio transfundido com sangue rico em leucoaglutininas, os sintomas ocorrem: dispneia, febre, hipóxia, hipotensão, taquicardia, cianose. A conduta imediata é interromper a transfusão, manter acesso venoso com soro fisiológico, eleva decúbito e ventilação (HOSPITAL SIRIO LIBANES, 2010). A sobrecarga volêmica também é um evento que pode insuficiência respiratória aguda e evoluir para um edema agudo de pulmão. Ocorre com maiores frequências em crianças, pacientes cardíacos e idosos. A transfusão deve ser realizada em gotejamento lento que não ultrapasse quatro horas, os sinais e sintomas são dispneia, hipertensão, taquicardia,

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cianose e edema pulmonar, a enfermagem deve adotar como conduta: interromper transfusão, manter acesso venoso e elevar decúbito (SILVA; SOARES, 2009). A contaminação bacteriana é um evento raro, mas pode configurar um sério risco aos receptores podendo levar a bacteremia aguda, as bactérias podem penetrar na bolsa de sangue, em consequência de antissepsia inadequada no local da punção no momento de ter coletado o sangue do doador, os sinais e sintomas são febre alta, hipotensão, choque, tremores, náuseas, vômitos e dores abdominais. Nesse caso a conduta da enfermagem será interromper tranfusão, manter acesso com soro fisiológico, à bolsa de concentrado e amostras de sangue do paciente deve ser encaminhado ao Hemocentro para cultura (SOUZA; BARBOSA, 2012). As reações hemolíticas tardias ocorrem quando o paciente já possui um anticorpo antieritrocitário pré-formado que reage com antígeno presente nas hemácias do doador provocando hemólise, isso pode ocorrer após vinte e quatro horas ou mesmo em dias após transfusão, os sinais e sintomas variam desde febre, icterícia, dor lombar, urina escura, dispneia, hemoglobina pós transfusional abaixo do esperado. A conduta imediata é monitorar a função renal e fluxo urinário, coletar nova amostra do paciente, repetir os testes e realizar Coombs Direto (REZENDE, 2010).

Adotar boas práticas de enfermagem a pacientes no período antes, durante e após a administração de hemoconcentrados é construído coletivamente pelos profissionais de enfermagem e a equipe multiprofissional que atuam na uma UTI, nesse artigo foram abordados cuidados na instalação dos hemocomponentes, determinação da velocidade de infusão, cuidados ao término da infusão e condutas frente às reações transfusionais. A utilização de boas práticas de cuidados é importante para a tomada de decisão da enfermagem, uma vez que priorizam as necessidades de cada paciente da UTI que recebe transfusão sanguínea, geralmente em estado crítico, reconhecer os sinais e sintomas de cada reação na transfusão é primordial para o enfermeiro identificar os efeitos adversos em cada paciente a ser transfudido.

4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n°. 306 de 25 de abril de 2006. Disponível

em:

<http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-3062006_4341.html>.

Acesso em: 06 abril. 2015.

FERREIRA O, MARTINEZ EZ, MOTA CA, SILVA AM. Avaliação do conhecimento sobre hemoterapia e segurança transfusional de profissionais de Enfermagem. Rev Bras Hematol Hemoter. 2007.

FLORIZANO, A.A.T.; FRAGA, O. S. Desafios da enfermagem frente aos avanços da Hemoterapia. Rev. Meio Ambiente, p.282-295, 2007.

FIDLARCZYK D, FERREIRA SS. Transfusões sanguíneas. In: Enfermagem em hemoterapia. Rio de Janeiro: MedBook; 2008.

HOSPITAL SIRIO LIBANES. Guia de condutas hemoterápicas. São Paulo: Sirio Libanês, 2010. 194 p.

REZENDE, E. Utilização de sistema fechado para coleta de sangue e necessidade de transfusão em pacientes graves. Rev. bras. ter. intensiva. 2010.

SILVA KFN, SOARES S. A prática transfusional e a formação dos profissionais de saúde. Rev Bras Hematol Hemoter. 2009; 3(6):421-6.

SOUZA AL, BARBOSA MH. Incidentes transfusionais imediatos: revisão integrativa da literatura. Acta Paul Enferm. 2012; 25(1):146-50.

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PERDA E PESAR: uma revisão integrativa Lucas Eduardo Rodrigues da Cruz 1; Lenilde Dias Ramalho2. 1-Aluno da graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lucaseduardorodriguesdacruz@hotmail.com 2-Professor da faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: lenildedias@gmail.com.br

Palavras-chave: Pacientes. Perda. Pesar. Enfermagem.

1 INTRODUÇÃO A morte é o evento no qual se encerra a vida, situação esta capaz de trazer aos humanos, reações emocionais, seja no indivíduo que está morrendo ou na família. Dessa forma, não se pode considerar a morte somente como fator biológico, mas sim um processo de relações culturais que está presente no cotidiano, independente de suas causas ou formas (BRÊTAS; OLIVEIRA; YAMAGUTI, 2006). No século passado, a morte era constante na vida das pessoas, seja por epidemias, guerras e pelo fato de que as pessoas viviam mais próximas pela dinâmica das famílias. Contudo, o pensamento acerca do ato de morrer tem se modificado junto ao processo de transformação da sociedade e por diversos momentos torna-se um tabu discuti-la (RIBEIRO; BARALDI; SILVA, 1998). Restrição sobre a manifestação aberta de afetos relacionados a perda remontam ao século XIX e seus resquícios ainda perduram até nossos dias, como uma das características da civilização ocidental cada vez mais secularizada, menos ritualizada (ao menos em termos formais) e tendente a negar a morte. Consequentemente tende a rejeitar e suprimir o luto, visto como indigno, vergonhoso e sinônimo de fraqueza de caráter, presentando-se apenas exacerbar desnecessariamente a dor (ARIÉS, 1977). Embora tristeza e pesar sejam respostas normais à perda, a depressão não é. Pacientes que experimentam o pesar normal tendem a despertar simpatia e tristeza no médico; a depressão muitas vezes produz frustração e irritação no médico. O pesar costuma ser acompanhado por alto-estima intacta, enquanto a depressão é marcada por um sentimento de culpa e demérito (BOWLBY, J. 1979). O sentimento de perda e pesar está associado a alguns estressores identificáveis ou situação adversa da vida, geralmente a: Perda de uma pessoa por morte (Reação de pesar),

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divórcio, revés financeiro (Crise), Perda de um papel estabelecido, como de ser necessário. A raiva está frequentemente associada a perda, e esta, por sua vez, produz sentimento de culpa. O distúrbio ocorre dentro de 3 meses do estressor e causa significativa deterioração do funcionamento social ou ocupacional (EDITORA LIVRO PLENO; Campinas, 2002). Por esses problemas, destaca-se a importância do profissional enfermeiro em toda sua capacidade e conhecimento teórico/cientifico para aconselhar e tratar esse sofrimento, realizar de forma acolhedora trazendo resolutividade em sua missão, de salvar um indivíduo, minimizar seu sofrimento e sua dor trazendo-o a vida (POLES; BOUSSO, 2006). Neste sentido, objetivou-se nesta pesquisa, conhecer os significados e percepções do indivíduo diante a esses sentimentos de perda e pesar. Além disso, conhecer as implicações da morte e as diferentes formas de sofrimento que isso causa. No decorrer do estudo, percebeu-se o quanto é necessário o conhecimento sobre o tema abordado para que haja o aconselhamento eficaz dos profissionais de Enfermagem no enfrentamento necessário desse problema.

2 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual permite a caracterização e sumarização, síntese e análise do conhecimento científico acerca do tema investigado. Foram seguidas as seguintes etapas: identificação do problema, seleção da amostra, definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, análise, apresentação e discussão dos resultados, bem como apresentação da revisão. A seleção dos artigos foi realizada mediante busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores: “Perda” e “Pesar”. Como critérios de inclusão: foram selecionados artigos em português, publicados nos últimos 6 anos e voltados para a discussão da temática. O que resultou numa amostra de 5 artigos Em seguida, foram extraídas de cada artigo informações acerca das características da publicação, intervenção estudada e principais resultados encontrados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra da presente pesquisa foi constituída por 5 publicações acerca do tema exposto disseminados em periódicos nacionais no período de 2008 a 2014. Com relação ao período de publicação houve o predomínio de artigos no ano de 2011 (60%).

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Quanto aos periódicos em que os artigos foram publicados, pode-se verificar que 4 revistas disseminaram estudos acerca da temática, Havendo uma distribuição maior de estudos na Revista Ciência & Saúde Mental, 02 (40%). Quanto à formação profissional, identificaram-se pesquisadores da área de enfermagem e psiquiatria, com predomínio de autores psiquiatras (60%). Quanto à modalidade da publicação dos artigos selecionados para o estudo, a maior frequência foi de estudos oriundos de pesquisas originais correspondente a 4 estudos (80%). Segundo Calvin e Smith (1986), o senso de perda está diretamente associado ao conjunto de funções fornecidas pela pessoa perdida, sua importância e exclusividade. Em outras palavras, é como sintetiza Marris (1993) quando afirma que A intensidade do pesar está mais relacionada com a intensidade do envolvimento do que com a do amor (p. 33). O sentimento de pesar maior com a perda também pode ser resultado de uma concepção de que a morte só deveria acontecer na velhice, a fim de que todos os seres humanos passassem por todos os processos do ciclo biológico desde o momento do nascimento, crescimento, envelhecimento e morte. De acordo com Kóvacs (2003) uma das formas de que a visão da morte de maneira escancarada são os meios de comunicação, em especial a televisão, as pessoas têm seus domicílios inundados com imagens e notícias a respeito do tema, o que faz com que ele seja banalizado pela forma que é veiculado. Com isso, não há uma reflexão sobre o tema com as pessoas próximas e da família, fazendo com que se cultue a ideia de que a morte é sempre algo distante e de que as unidades hospitalares, juntamente dos profissionais que nelas atuam, sempre possam reverter os quadros de adoecimento, fato este que muitas vezes não é possível. O vínculo entre o paciente e o enfermeiro é fundamental. Além, é claro, de não tratar o paciente como um ser impensante ou incapaz de tomar decisões a respeito do seu estado de saúde e o que ele gostaria de que fosse feito por ele. Atitudes de zelo, cuidado, olhar atento, é imprescindível por parte da equipe para que esta possa acompanhá-lo em sua decisão, ouvindo-o, esclarecendo-lhe dúvidas e principalmente sabendo respeitá-lo. Diante de todas estas questões de enfrentamento da morte durante todo o seu processo, é imprescindível afirmar que há necessidade de um maior envolvimento e esclarecimento diante da temática, de forma aberta e não mascarada com espaços reais de

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discussão, para que aos profissionais de enfermagem atuem de forma integrada e resolutiva nos diferentes tipos de sofrimento que estes pacientes e familiares estejam enfrentando.

4 REFERÊNCIAS ARIÉS, P. (1977). História da morte no ocidente (P. V. Siqueira, Trad.). Rio de Janeiro: Francisco Alves. (Original publicado em 1975).

BOWLBY, J. Formação dos laços afetivos. Martins Fontes, SP, 1979.

BRÊTAS, J. R. S; OLIVEIRA, J. R; YAMAGUTI, L. Reflexões de estudantes de enfermagem sobre morte e o morrer. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 40, n. 4, p.77-83, 2006.

BROMBERG, M.H.P.F. Estudos Avançados sobre o Luto. Editora Livro Pleno, Campinas, 2002.

CALVIN, S.; SMITH, I. M. (1986). Counseling adolescents in death related situations. Em Corr, C. A. & McNeil, J. N. (Orgs.), Adolescent and death (pp. 215-230). New York: Springer.

MARRIS, P. (1993). Loss and change. New York: Routledge.

KOVÁCS, M. J. Educação para a morte: temas e reflexões. São Paulo: Casa do Psicólogo: Fapesp, 2003.

POLES, K; BOUSSO, R. S. Compartilhando o processo de morte com a família: a experiência da enfermeira na UTI pediátrica. Rev. Latino-Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 20713, 2006.

RIBEIRO, M. C; BARALDI, S; SILVA, M. J. P. A percepção da equipe de enfermagem em situação de morte: ritual do preparo do corpo “pós-morte”. Revista Escola de Enfermagem da USP, v. 32, n. 2, p. 117-23, 1998.

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PROCEDIMENTOS MICROBIOLÓGICOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS MENINGITES BACTERIANAS Fabilene Souza da Silva 1, Amanda de Araújo Alencar2 1. Aluna de graduação em Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: fabi_lene@hotmail.com; 2. Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat, e-mail: amandaalencar@yahoo.com.br

Palavras-chave: Meningites. Diagnóstico. Bactérias.

1 INTRODUÇÃO Meningite é um processo inflamatório que acomete as meninges e pode ser de etiologia infecciosa ou não. O processo não infeccioso pode estar relacionado a vários fatores, como hemorragia subaracnóidea, neoplasias primárias ou secundárias do sistema nervoso central (leucemia, tumores), distúrbios metabólicos etc. O processo de origem infecciosa pode ser causado por grande variedade de microrganismos, tais como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Esses microrganismos são de distribuição e predominância variadas, dependendo das características particulares de cada região. Os casos de meningite são de abrangência mundial, o que a caracteriza como um importante problema de saúde pública, podendo sua letalidade atingir até 70% nas formas graves, sendo comum a ocorrência de sequelas neurológicas (MERELLES, 2011). A primeira descrição clínica e patológica de meningite bacteriana data do início do século XIX, apesar de ser uma doença já descrita por Hipócrates. Na era pré-antibióticos, tal doença era caracterizada pelo seu potencial endêmico e epidêmico, pela predominância em crianças e pela invariável letalidade. O uso de agentes antimicrobianos teve um impacto significativo na evolução das meningites, possibilitando a cura de muitas dessas infecções. No entanto, essa doença ainda possui elevadas taxas de morbidade e mortalidade, sobretudo em crianças. Os principais agentes etiológicos dessas meningites são: Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae (FARIA; FARHAT, 1999; ROMANELLI et al., 2002). A suspeita diagnóstica é feita a partir da presença de sinais e sintomas clínicos que traduzem a inflamação meníngea e suas consequências, variando com a faixa etária

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acometida. Na presença de sinais e sintomas sugestivos de meningite, deve ser realizada a punção lombar, com coleta de líquido cefalo-raquidiano (LCR), que deve ser examinado imediatamente, através das análises citológica, bioquímica e bacteriológica. O diagnóstico precoce e a instituição imediata de terapêutica são condições fundamentais para a redução da morbidade e mortalidade causadas pelas meningites (FARIA; FARHAT, 1999). Assim, o objetivo deste trabalho é realizar um levantamento bibliográfico sobre os principais métodos microbiológicos para o diagnóstico laboratorial das meningites causadas por bactérias.

2 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa exploratória, a partir de um levantamento bibliográfico baseado em diferentes bases de dados no Google acadêmico (Scielo). Foram considerados artigos científicos em português, bem como livros da área. As palavras-chave utilizadas como descritores para a busca foram: meningite, diagnóstico e bactérias.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O diagnóstico das meningites é feito a partir da análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), através da cultura e bacterioscopia, além de outros exames complementares. A realização da semeadura em meios de cultura selecionados e a bacterioscopia precisa são importantes para o diagnóstico e o tratamento da meningite, pois permite a identificação do agente causador. Sendo assim, é de grande valia esclarecer o procedimento correto a ser seguido, a fim de que se possa obter um resultado seguro e preciso (FONSECA, 2011). O LCR é rotineiramente coletado por punção lombar, entre a terceira, quarta ou quinta vértebras lombares. Embora esse procedimento não seja complicado, requer determinadas precauções, incluindo a medição da pressão intracraniana e cuidadosa técnica para evitar a introdução de infecção ou danificar o tecido neural (STRASINGER, DI LORENZO, 2012). A assepsia da pele deve ser feita de forma adequada e cuidadosa, para evitar a contaminação do material estéril, o qual tipicamente é enviado ao laboratório em três tubos de vidro. O primeiro tubo é utilizado para a contagem de células e para as colorações diferenciais; o segundo para a cultura e preparação de esfregaços, que devem ser corados com o Gram ou outras colorações específicas; no terceiro tubo, são realizados testes bioquímicos. A amostra deve ser transportada imediatamente ao laboratório e nunca deve

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ser refrigerada durante o transporte. Um dos aspectos avaliados no exame macroscópico do LCR são as alterações na coloração, observadas em alguns casos. A pleocitose confere uma aparência turva ou de vidro fosco e é detectada quando há presença de 200 hemácias/mm 3 ou mais. A presença de hemácias (1.000 a 6.000/mm 3) confere uma coloração rosa-turva a vermelha, o que dá um aspecto eritrocrômico ao LCR. É necessário distinguir se esse aspecto é decorrente de uma hemorragia ou de um acidente de punção (traumático) (FONSECA, 2011). O líquor em suas condições fisiológicas é límpido, incolor e possui aspecto de “água de rocha”, significando que qualquer ligeira alteração nesse aspecto ou na cor pode indicar alguma patologia. Um LCR levemente turvo, descrito como “água de arroz”, sugere a presença de células sanguíneas e/ou microrganismos. O aspecto leitoso é associado à presença de número aumentado de leucócitos, bactérias, fungos ou níveis elevados de proteínas e lipídeos. Em relação à cor, a xantocromia consiste em coloração rosada, laranja ou amarela e é devida comumente à lise de eritrócitos e à degradação de hemoglobina. O LCR auxilia no diagnóstico e na avaliação de condições infecciosas, inflamatórias e não infecciosas (vasculares), envolvendo o cérebro, medula espinal e meninges (LEITE, LEÃO, BORGES,2014). O processamento do líquor para a cultura bacteriana de rotina inclui preparação de um esfregaço para coloração com Gram e cultura. Para detecção de meningite bacteriana, a coloração de Gram possui uma sensibilidade de 60% a 90%, quando realizada por pessoal qualificado, dependendo da quantidade e do tipo de organismos presentes. Os meios utilizados para semeadura do líquor são o Ágar Chocolate, Ágar Sangue, Tioglicolato e ainda outros menos utilizados, como o Eosina azul de metileno (EMB). O meio específico para pesquisa de Neisseria meningitidis é o Thayer Martin (FONSECA, 2011). Dentre os meios utilizados, o Ágar chocolate permite o crescimento de bactérias Gram-positivas e Gramnegativas, favorecendo ainda o isolamento dos principais patógenos relacionados às meningites, incluindo os fastidiosos, como Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis (LEITE, LEÃO, BORGES, 2014). É fundamental a adoção de uma antibioticoterapia empírica imediata, uma vez que ela reduz os riscos de seqüelas nos indivíduos. Em laboratórios de microbiologia, o resultado do crescimento bacteriano pode ser obtido até no mínimo 24 horas após semeadura. Caso haja suspeita de meningite são liberados outros resultados mais rápidos como, por exemplo,

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os exames de coloração de Gram e coloração de Ziehl-Nelseen (detecção de bactérias álcoolácido-resistentes) (LEITE, LEÃO, BORGES, 2014). No entanto, a antibioticoterapia restrita deve ser adotada após o resultado da cultura, para evitar o aparecimento de espécies bacterianas resistentes. Estudos que avaliam métodos de diagnóstico constatam uma melhor acurácia para o método de Gram, uma vez que a cultura implicou em grandes perdas. Tal método é de execução relativamente simples e rápida, permitindo uma identificação presuntiva e provisória do agente etiológico, capaz de auxiliar na orientação da antibioticoterapia empírica inicial (FERREIRA, ALVES, MARINHO, 2006). A respeito dos avanços tecnológicos em relação ao diagnóstico, à patogênese e ao tratamento, a meningite bacteriana ainda permanece como importante doença de distribuição mundial, na qual o diagnóstico se apoia, principalmente, no exame bacteriológico. Tal exame permite o isolamento e a identificação do agente etiológico, que se faz essencial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Cabe ressaltar que, mesmo com o avanço das técnicas moleculares, o diagnóstico microbiológico continua sendo amplamente utilizado e, portanto, merece atenção especial (FONSECA, 2011).

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARIA, S. M.; FARHAT, C. K. Meningites bacterianas – Diagnóstico e conduta. Jornal de Pediatria, v. 75, Supl. 1, 1999.

FERREIRA, A. A. A.; ALVES, M. S. C. F.; MARINHO, L. A.; Perfil etiológico e terapêutico da meningite bacteriana aguda contribuindo para a vigilância dos serviços de saúde. Revista de Ciências Médicas e Biológicas. Salvador, v.5, n.2, p. 140-145, mai/ago. 2006.

FONSECA, F. M. et al.; Diagnóstico Laboratorial das Meningites Bacterianas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salvador, v.10, n 1 , p.77-81, jan./abr. 2011.

LEITE, L. C. P.; LEÃO, M. T. C.; BORGES, W. S.; Comparação entre técnica manual e sistema automatizado para análise de culturas de líquido cefalorraquidiano em suspeitas de meningites.Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, 11:153-167,2014.

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MEIRELLES, D. L. ET AL.; Investigação de meningite por Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae na região de Ribeirão Preto, SP, Brasil, utilizando métodos laboratoriais convencionais. Bepa 8(85), 2011.

ROMANELLI, R. M. C. et al. Etiologia e evolução das meningites bacterianas em centro de pediatria. Jornal de Pediatria, v. 77, n. 1, 2002.

STRASINGER, S. K.; DI LORENZO, M. S.; Líquido Cefalorraquidiano.Urinálise e Fluidos Corporais. Quinta Edição. Editora LMP. P.193-216, 2012.

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PROPRIEDADES BIOQUÍMICAS E FARMACOLÓGICAS DO CANABIDIOL Martha Mª de Albuquerque Belo1, Suênia Paulino de Melo1, Amon Jedy Egito1 Isis Fernandes2, Gregório Fernandes Gonçalves3 1. Alunos de graduação da Faculdade Santa Emília de Rodat 2. Coorientadora – Professora da Faculdade Santa Emília de Rodat 3. Orientador - Professor da Faculdade Santa Emília de Rodat

Palavras-chave: Canabis sativa. Canabinóides. Ações terapêuticas.

1 INTRODUÇÃO As primeiras evidências da utilização de Cannabis sativa com fins medicinais datam do terceiro milênio a.C., na Índia, onde era utilizada devido às suas propriedades analgésicas, antieméticas e anti-convulsivantes (ROBSON, 2013). Atualmente, devido seus efeitos psicoativos, é a droga de abuso mais utilizada em todo o mundo, e cerca de 20% da população mundial de jovens a usam de forma exagerada e regular (DIEHL et al., 2010). Desta forma, o uso de Cannabis sativa com fins recreativos e o conceito pejorativo que lhe é dado, foram determinantes para que a sua utilização médica fosse “rejeitada” pela sociedade, contribuindo para o atraso no estudo das suas propriedades farmacológicas (FONSECA et al., 2013). A diversidade de substâncias ativas da Cannabis e a natureza lipídica dos fitocanabinóides dificultaram significativamente a sua caracterização. Desta forma, o isolamento do seu principal composto ativo, Δ 9-tetrahidrocanabinol (THC), ocorreu apenas em 1964, visto que o uso terapêutico da Cannabis resumia-se à utilização de partes da planta, resultando numa grande variabilidade na dosagem dos seus princípios ativos e concomitantemente nos seus efeitos terapêuticos (MECHOULAM et al., 1965). Até 1980, acreditava-se que os efeitos da Cannabis não eram mediados por receptores, devido à natureza altamente lipofílica dos canabinóides, o que permitiria que eles pudessem atravessar as membranas celulares cerebrais e exercer seus efeitos. Porém, em 1988, Devane et al., identificaram o primeiro receptor canabinóide, expresso a nível do sistema nervoso central, mediando os efeitos psicotrópicos dos canabinóides, hoje classificado como CB1, despertando o interesse nos canabinóides como possíveis candidatos terapêuticos.

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Após a determinação molecular deste receptor, foi descoberto o primeiro ligante endógeno capaz de ativá-lo, o endocanabinóide denominado anandamida (AEA) (DEVANE et al., 1992). Em 1993, o segundo receptor canabinóide foi identificado, o CB2 (MUNRO et al., 1993), localizado principalmente em órgãos e tecidos periféricos. Nos anos seguintes, outros endocanabinóides como o 2-araquidonilglicerol (2-AG), a virodamina, a Naraquidonildopamina e o 2-araquidonilgliceril éter foram identificados, variando em termos de eficácia e afinidade para os receptores CB1 e/ou CB2 (FONSECA et al., 2013). Na Cannabis foram identificadas mais de 400 substâncias, das quais mais de 60 são canabinóides. As três mais abundantes são o Δ 9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), o canabinol (CBN) e o canabidiol (CBD) (SCHIER, 2012).

2 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização deste estudo partiu de uma pesquisa bibliográfica através de artigos, livros e sites relacionados. Esse conjunto de obras incluiu publicações de distinta natureza, a saber: livros especializados da biblioteca, artigos em revistas científicas coletados em bancos de dados, tais como: Scielo, PubMed, NCBI, Web of Science, entre outros.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os canabinóides são substâncias caracterizadas por uma estrutura carbocíclica com 21 átomos de carbono, geralmente formado por três anéis: um ciclo-hexeno e um tetrahidropiranbenzeno (COSTA, 2011). O Δ9-THC tem como principais efeitos clínicos a ação analgésica, diminuição da pressão intraocular, a estimulação do apetite, a atividade ansiolítica e antiemética, os quais resultam da ativação do receptor CB1. No entanto, os efeitos psicotrópicos, a potencial dependência e efeitos adversos como sedação, disfunção cognitiva e taquicardia, impuseram restrições ao seu uso em alguns países do mundo (HALL et al., 2013). Os análogos do Δ9-THC foram os primeiros fármacos desenvolvidos para modular o sistema endocanabinóide com certa estabilidade metabólica, biodisponibilidade oral e reduzidos efeitos adversos. Inicialmente, seu derivado sintético, o dronabinol, foi utilizado em doentes oncológicos para estimulação do apetite e redução das náuseas e vômitos secundários à quimioterapia. O dronabinol tem como nome comercial Marinol® e a sua

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utilização abrange principalmente doentes com AIDS, como estimulante do apetite (FONSECA et al., 2013). A multiplicidade de efeitos de CBD pode ser explicada pelos seus vários mecanismos de ação. A descrição e clonagem de receptores específicos para os canabinóides no sistema nervoso foram uma grande contribuição para a compreensão destes mecanismos. No entanto, em contraste com o Δ9-THC, CBD tem pouca afinidade para os receptores CB1 e CB2 (PERTWEE, 2004). CBD é um antagonista do receptor CB1, inibindo os efeitos de Δ 9-THC neste receptor, mostrando, desta forma, capacidades antiepiléticas, antiinflamatórias, antieméticas, ansiolíticas e antipisicóticas reduzindo os efeitos psicoativos provocados pelo Δ9-THC (HAZEKAMP & GROTENHERMEN, 2010). Outras ações de CBD no sistema canabinóide são o bloqueio da captação de anandamida e a inibição da sua hidrólise enzimática. Estudos estão sendo realizados demonstrando que CBD estimula ainda receptores vanilóides (VR1) e 5HT1A, envolvidos na ação antiinflamatória e antiisquêmica, respectivamente (ZUARDI, 2010). Tem-se observado que o tratamento com o canabidiol atenua alguns dos distúrbios psicológicos induzidos por doses elevadas de Δ 9-THC (0,5 mg/kg), tais como ansiedade e pânico. Também foi atribuído ao canabidiol um papel neuroprotetor, devido a sua atuação como antioxidante frente aos efeitos oxidativos produzidos nos neurônios pela liberação excessiva de glutamato (COSTA, 2011). Estudos mostram que CBD inibe o crescimento de células cancerígenas induzindo a apoptose por gerar espécies reativas do oxigênio nestas células. Esta capacidade provavelmente funciona através de NADPH oxidases geradoras de superóxido. A inibição de células cancerígenas por Δ 9-THC funciona via MAPK/ERK mediados por receptores CB1 e CB2. A ação de Δ 9-THC e CBD em conjunto, produz a inibição sinérgica do crescimento de células cancerosas e a apoptose (MARCU et al., 2010) Podemos concluir que, apesar do uso medicinal da planta cannabis ter sido abandonado em vários países, mesmo com inúmeros estudos que apontem sua segurança, os canabinóides sintéticos têm sido aceitos pela terapêutica médica. Há uma grande esperança de que, nos próximos anos, produtos focando o sistema endocanabinóide expandam o arsenal terapêutico, com grande potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aliviando sintomas ainda não controlados pelas alternativas atualmente disponíveis. O grande desafio do uso medicinal dos compostos da cannabis é encontrar uma forma de balancear seus usos terapêuticos benéficos com sua rejeição pela sociedade.

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4 AGRADECIMENTOS Agradecemos ao nosso orientador, Professor Gregório F. Gonçalves, pelo incentivo ao desenvolvimento deste trabalho, assim como suas valiosas discussões e sugestões, e a nossa co-orientadora, Isis Fernandes, pela contribuição no decorrer do mesmo.

5 Referências bibliográficas CARLINI E. A; LEITE J. R; TANHAUSER, M; BERARDI A. C; Cannabidiol and cannabis sativa extract protect mice and rats against convulsive agents. J Pharm Pharmacol. 1973;25(8):664-5.

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FONSECA, B. M; COSTA, M. A; ALMADA, M; CORREIA-DA-SILVA, G. TEIXEIRA, N. A; Endogenous cannabinoids revisited: a biochemistry perspective. Prostaglandins Other Lipid Mediat. 2013; 102-103:13-30.

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MUNRO, S; THOMAS, K. L; ABU-SHAAR, M; Molecular characterization of a peripheral receptor for cannabinoids. Nature. 1993; 365(6441):61-5.

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MECHOULAM, R; PETERSA, M; MURILLO-RODRIGUEZ, E; HANUS, L. O; Cannabidiol – recent advances. Chem Biodivers. 2007; 4:1678-92.

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TURKANIS, S. A; CELY, W; OLSEN, D. M; KARLER, R; Anticonvulsant properties of cannabidiol. Res Communic Chem Pathol Pharmacol. 1974;8(2): 231-46.

ZUARDI, A. W.; Cannabidiol: from an inactive cannabinoid to a drug with wide spectrum of action. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(3):271-80

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RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E CÂNCER DE PELE Julyhanderson Ribeiro da Silva¹, Priscilla Anne Castro de Assis ² 1. Aluno de Graduação da Faculdade Santa Emilia de Rodat, e-mail: julyhanderson@gmail.com; 2. Professora da Faculdade Santa Emilia de Rodat, e-mail: priscila.cassis@gmail.com;

Palavras-chave: Radiação ultravioleta. Mutação. Câncer de pele.

1 INTRODUÇÃO O câncer é um complexo de doenças caracterizado pelo crescimento desordenado das células que apresentam a capacidade de invadir tecidos e órgãos, podendo se propagar para outras regiões do organismo, caracterizando a metástase. Dentre os diferentes tipos de carcinomas, temos o câncer de pele como um dos mais frequentes e com o aumento da exposição ao sol, o numero de casos tende a crescer, especialmente nas pessoas de pele clara que são as mais propensas a desenvolvê-lo[1,2.3,4]. O crescimento acelerado do câncer de pele esta ligado a uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, devido à degradação da camada de ozônioa a luz ultravioleta natural potencializou a sua ação. Em segundo lugar, houve varias modificações no estilo de vida e o acréscimo da longevidade, já que o a incidência de câncer aumenta de acordo com a idade [1,3,7,8,9]. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar os mecanismos moleculares utilizados pela radiação ultravioleta que contribui para o desenvolvimento do câncer de pele. Adicionalmente, o trabalho visa orientar a sociedade para os riscos dessa radiação, assim como seu diagnóstico, sintomas, tratamentos e a importância da ação preventiva para evitar tal patologia.

2 METODOLOGIA O presente trabalho é uma revisão bibliográfica do tipo descritiva que foi realizado através da leitura de artigos científicos recentes disponíveis em banco de dados como Science Direct, Scopus, Web of Science e Google acadêmico, assim como livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado relacionados ao tema em estudo. Inicialmente, foram pesquisados artigos científicos que esclarecem as caraterísticas do câncer de pele, tais

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como causas, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Posteriormente, tendo as informações básicas da doença, foram pesquisados os mecanismos mais aceitos para justificar o desenvolvimento da doença em questão e sua ligação com a radiação ultravioleta.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO A pele é nosso maior órgão e apresentam diversas funções, tais como:regulação da temperatura corporal, proteção a agentes físicos, químicos e infecciosos. Dentre os fatores causadores do câncer, a radiaçãoultravioleta que entramos em contato pela exposição excessiva ao sol, é um forte carcinogênico. Entramos em contato com essa radiação pela pele que é composta por duas camadas: a epiderme e a derme. A epiderme é um agente protetor contra a Radiação Ultravioleta (UV) que em contato com a pele provocam reações químicas que fazem os queratinócitos ficarem mais resistentes à apoptose, aumentando o número de alterações no DNA e nas proteínas, favorecendo o desenvolvimento da carcinogênese [5, 6]. A radiação UV esta na faixa de 200-400 nm e é dividida em três: UV-A 320-400 nm, UV-B 290-320 nm e UV-C 200-290 nm [2]. A radiação UV-A, equivale a maior parte da radiação solar, apresenta maior comprimento de onda e menor quantidade de energia UV. Já a UV-B possui maior quantidade de energia UV, menor comprimento de onda e é o que apresenta ligação com o desenvolvimento do câncer. Enquanto a UV-C é potencialmente mais forte e mais nociva em relação às outras, toda via, essa radiação não consegue penetrar a atmosfera da terrestre [7,8]. Os tipos de câncer de pele mais comuns são os não-melanomas (carcinomas basocelular e carcinoma epidermóide) e os melanomas que, apesar de menos frequentes, são mais graves por causa do risco de metástases. O melanoma cutâneo é um tumor maligno da pele, procedente dos melanócitos, ou de um dano melanócitico benigno já existente. Os casos de carcinoma basocelular são mais freqüentes na cabeça e no pescoço, e tende a desenvolverse com mais freqüência em homens e idosos [9,10,11,12]. Segundo o INCA, em 2014 foram estimados cerca de 182.130 novos casos de câncer de pele do tipo não melanoma e cerca de 5.890 do tipo melanoma, sendo a maior incidência em homens com cerca de 98.420 novos casos e mulheres com cerca de 83.710 novos casos de câncer de pele (Tabela 1). Mundialmente, os casos de câncer de pele não melanoma

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ocorrem mais em homens em relação às mulheres. Porém, no Brasil, esses tipos de câncer ocorrem de maneira igual em homens e mulheres. Os sintomas desse tipo de câncer são feridas de difícil cicatrização; pintas que sangram, coçam e/ou crescem devagar, além de apresentarem assimetria e bordas irregulares. A lesão maligna observada neste tipo de câncer apresenta cor escura ou avermelhada, com crescimento lento e progressivo. O diagnóstico é dado pelo aspecto clínico e pela biópsia da lesão apresentada pelo paciente. Após o diagnóstico, o tratamento consiste na retirada cirúrgica do tecido lesionado, além de quimioterapia ou radioterapia, nos casos de maior gravidade. Entretanto, a prevenção é a melhor medida para evitar o câncer de pele. Pessoas que são expostas aos raios UV tem que tomar medidas protetoras para evitar queimaduras, em especial crianças e pessoas que tende a queimarem-se com facilidade. Evitar exposição ao sol por longo período de tempo, o uso de roupas e locais sombreados colaboram com a proteção e não se deve desprezar o uso de bloqueador solar que protegem dos raios UV. Um fator interessante é a proteção dos lábios, pois estes são mais sensíveis a radiação.[7] Desta forma, concluímos que a radiação ultravioleta em contato com o tecido celular causa lesões nas células, afetando sua funcionalidade, desencadeando uma mutação na estrutura do DNA levará ao desenvolvimento do câncer de pele e que ações preventivas, além do diagnóstico precoce são de grande valor para o tratamento e cura desta patologia.

Tabela 1. Estimativa de novos casos de câncer de pele no Brasil em 2014. Localização

Homens

Mulheres

Total

Melanoma

2.960

2.930

5.890

Não Melanoma

98.420

83.710

182.130

Primaria da neoplasia maligna

4 AGRADECIMENTOS À minha esposa Regina de Cassia por me ajudar na pesquisa e na execução do trabalho; à minha professora Priscila Anne pelo apoio e orientação, aos meus colegas de classe Javan Modesto e Persio Costa pelas importantes contribuições para realização do

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artigo, e a minha instituição Faculdade Santa Emilia de Rodat pela oportunidade de aprimorar cada vez mais meus conhecimentos.

5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.Diepgen TL, Mahler V. Theepidemiology of skin cancer. Br J Dermatol Suppl. 2002; 146(61): 1-6.

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câncer

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2015-03-29]

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7. Thornhil MH. The sun, the ozone layer and the skin : the role of ultraviolet light in lip and skin cancer. Dental Update. 1993; 20(6): 236-40.

8. Nora AB, Panarotto D, Lovatto L, Boniatti MM. Freqüência de aconselhamento para prevenção de câncer de pele entre as diversas especialidades médicas em Caxias do Sul. AnBras Dermatol. 2004; 79(1): 45-51.

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9. Rawashded MA, Matalka I. Basal cell carcinoma of the maxillofacial region: site distribution and incidence rates in Arab/Jordanians, 1991 to 2000. J Oral MaxillofacSurg. 2004; 62(2): 145-49.

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VIOLÊNCIA SEXUAL: atuação do enfermeiro no atendimento a vítima Aluska Domingos de Queiroz¹; Juliana da silva oliveira¹; Veronica Cristina de Araújo Gonçalves 1-Aluno de graduação da Faculdade Santa Emilia de Rodat email; aluskadqueiroz@gmail.com; cristinagbg@hotmail.com; juliana.vitoria19@gmail.com;

Palavras-chave: Violência sexual. Aborto legal. Enfermagem. Humanização. Capacitação.

1 INTRODUÇÃO A violência, em suas mais variadas adjacências, é um acontecimento histórico na composição da sociedade, diferentes fatores colaboram para o aumento da violência, as causas da violência são associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome, desemprego. A violência se manifesta através das opressões históricas e enraizadas tidos como um sistema cultural dentro da sociedade, sendo essa exposta através do machismo e entre outros meios, ocorrendo assim um constrangimento entre a vítima e opressor ao ponto de anular-se seja total ou parcialmente (DIAS, 2007, p. 48) A violência se apresenta nas mais diversas configurações e pode ser caracterizada como violência contra qualquer que seja o ser humano (mulher, criança, idoso), essa violência também pode acontecer de várias formas, sexual, política, psicológica, física, verbal, dentre outras, neste estudo, nos deteremos em violência sexual, mas propriamente, em como a equipe de enfermagem deve se comportar com a vítima frente ao ato pós violência. No país, segundo o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes-VIVA do Ministério da Saúde, no ano de 2012 foi registrado que cerca de 18.007 mulheres procurou o Sistema Público exibindo vestígios de terem sido vítima de violência sexual, estes dados se perdem por falta de notificação, uma falha da rede de apoio, bem como em alguns estados que o serviço está se estruturando, com passe no IPEA: No caso da violência sexual, o atendimento ágil e humanizado pode fazer grande diferença na vida das mulheres, devido a todas as sequelas biopsicossociais frequentemente verificadas em uma situação pós-trauma. Neste tipo de violência, a mulher é obrigada a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, suborno, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite sua vontade pessoal. As consequências para a saúde podem ser diversas, como contrair doenças

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sexualmente transmissíveis, o vírus da imunodeficiência humana (HIV)/AIDS e/ou desenvolver uma gravidez não desejada. (IPEA. 2000 ,p. 340)

2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo bibliográfico realizado com ênfase em referências bibliográficas, documental realizada tanto no acervo da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, como também web gráfica através de artigos científicos e revistas de sites indexados a rede mundial de computadores no período de 15 de setembro à 07 de outubro de 2014. Foi seguido os critérios de seleção de material, fichamento e levantamento de dados e por fim o material foi analisado criticamente para a elaboração desta revisão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O atendimento às mulheres vítimas de violência sexual compreende toda mulher pós-púbere e não púbere maior de 14 anos que relate ter sido vítima de violência sexual das seguintes formas: estupro, atentado violento ao pudor com penetração oral e/ou anal ou sem penetração com ejaculação externa próxima à região genital; é oferecido durante as 24 horas; priorizado no momento em que a cliente chega ao serviço e em local privativo e tranquilo CENTRO FEMINISTA DE ESTUDOS E ASSESSORIA. 2009, p. 26).

A equipe multidisciplinar é composta por enfermeiros(as), ginecologistas, infectologista, assistentes sociais e psicólogas com protocolos específicos para cada área. Deve-se abrir prontuário para registro e arquivo do atendimento e observações dos diferentes profissionais, anotadas em uma única ficha clínica. A abertura do Boletim de Ocorrência (B.O.) é prerrogativa da mulher, ela ou seus representantes legais são estimulados a comunicar às autoridades policiais e judiciárias, porém cabe a eles a decisão final; deve-se informar que a consulta ginecológica não substitui o Exame de Corpo de Delito. O hospital somente comunicará a violência às autoridades nos casos previstos em lei e ao Conselho Tutelar da Infância e Juventude os menores de 18 anos. Todos os casos atendidos são notificados, on line, no Sistema de Notificação de Violência de Campinas CENTRO FEMINISTA DE ESTUDOS E ASSESSORIA. 2009, p. 27).

Recomenda-se desenvolver as etapas do processo da seguinte maneira preconizado pelo protocolo de atendimento à vítima de violência sexual: 1.Por meio de entrevista coletar os seguintes dados: identificação pessoal (idade, raça, religião e outros), antecedentes ginecológicos e obstétricos, relato do ocorrido e identificação do risco de exposição à DST/HIV e gravidez. No seguimento ambulatorial, deve-se ainda: questionar o uso correto, sintomas de intolerância ou de intoxicação aos

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antiretrovirais (ARV), sinais e sintomas de infecção geniturinária e de gravidez; investigar aspectos emocionais, sociais e sexuais (incluindo a opção sexual); apoiar a família ou pessoa significativa. Evitar questionamentos sobre a violência sofrida e/ou sobre a decisão de interrupção legal da gestação. A entrevista deve ser realizada, utilizando linguagem clara, com perguntas objetivas, respeitando o direito da cliente em responder ou não às perguntas e em relatar ou não o ocorrido, isentando-se de fazer julgamentos e de ter atitudes preconceituosas. 2.Observar o aspecto físico geral (presença de lesões), emocional e nível de consciência. Algumas vítimas são obrigadas pelo violentador a fazer uso de drogas ilícitas, sendo necessário aguardar que cesse o efeito da droga antes de proceder ou continuar a entrevista. Os exames físico, completo e ginecológico serão realizados pelo ginecologista. Nos casos de internação e aborto legal, a enfermeira deve realizar o exame físico, no momento da evolução da cliente, a cada 24 horas. 3. Identificar os possíveis diagnósticos e intervenções de enfermagem. Prescrever de acordo com os diagnósticos identificados para a cliente e familiares/acompanhantes. Fazer as anotações atentando ao caráter legal deste documento. É importante letra legível, tendo o cuidado em escrever as palavras: refere, informa, narra e atribui, para que fique claro que está se registrando o relato da cliente e não impressões pessoais. A seguir são apresentadas as principais intervenções de enfermagem de acordo com o tipo de atendimento:

Atendimento na ocorrência imediata (até o 5º dia após a violência sexual): 1. Explicar os riscos de gravidez, infecção por DST e HIV e prevenção disponíveis, como a eficácia da AE e quimio profilaxia para DST/HIV, ressaltando que quanto mais precoce o início do tratamento, mais eficaz. 2. Preparar para consulta médica, exame físico e ginecológico com possível coleta de material forense (coleta de esperma em papel filtro). 3. Informar a equipe médica sobre os dados relevantes coletados durante a consulta de enfermagem. 4. Explicar sobre os medicamentos prescritos, a sua indicação e o tempo de tratamento. 5. Orientar sobre a coleta de sangue para sorologias de HIV, sífilis, hepatite B e C.

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6.

Coletar

sorologias,

administrar

medicamentos

profiláticos,

vacina

e

gamaglobulina. 7. Encaminhar ao banho e oferecer troca de roupa, se a cliente desejar. 8. Explicar que, na ocorrência de vômito até duas horas após a ingestão do AE, deverá repetir a dose do medicamento. 9. Iniciar os ARV imediatamente e adequar horário, de acordo com a rotina da cliente, com objetivo de maior adesão ao tratamento. 10. Orientar os sintomas de intolerância aos ARV prescritos (manifestações gastrintestinais, cutâneas e gerais). 11. Explicar a importância do uso de preservativo, por seis meses, em razão do risco de transmissão de DST/HIV e como método anticoncepcional (MAC). Orientar como usar e fornecer até o retorno ambulatorial. 12. Orientar cuidados com ferida, se apresentar lesões. 13. Orientar a observação de sintomas e manifestações clínicas de infecções geniturinárias. 14. Acolher e orientar familiares e/ou acompanhantes com objetivo de que os mesmos proporcionem apoio no convívio diário. 15. Fornecer endereço da Delegacia de Polícia, estimular a realização do B.O. e orientar sobre a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) se ocorrer durante e/ou no percurso do trabalho. 16. Encaminhar para atendimento social e psicológico e agendar retorno ambulatorial com a enfermeira orientando sobre seguimento com equipe multidisciplinar.

Atendimento tardio (a partir do 6º dia após a ocorrência da violência sexual): 1. Explicar sobre os riscos de gravidez e de DST/HIV e que, neste momento, não há eficácia comprovada da AE e dos ARV, portanto, eles não serão prescritos. A quimio profilaxia para DST e coleta de sorologia será prescrita no seguimento ambulatorial. 2. Fazer teste rápido de BETA HCG, se houver suspeita de gravidez. Se positivar, encaminhar ao serviço social para receber orientação sobre o protocolo de interrupção legal da gestação. 3. Solicitar consulta médica ginecológica imediata na presença de sinais importante de infecção.

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4. Acolher familiares e realizar demais orientações descritas no atendimento imediato. Ao término deste estudo, notamos a grande importância da capacitação da equipe de enfermagem para a assistência de forma urgente, pois disso depende o cuidado à vítima de violência sexual. Esse cuidado vai muito além da execução de uma técnica, move uma gama de Sentimentos e emoções que influenciam diretamente na realização do cuidado. Os profissionais da enfermagem precisam ter consciência de suas atribuições, suas competências legais no que tange à Lei do Exercício Profissional, que rege a profissão da Enfermagem e, além de conhecer e se conscientizar, devem assumir as suas responsabilidades diante destes preceitos legais.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que nos fortalece a cada passo da longa caminhada das nossas vidas.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Políticas sociais: acompanhamento e análise, v. 1 - (jun. 2000 -). – Brasília: Ipea, 2000 – v.: il.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica Saúde da Mulher. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas para profissionais de saúde, centro Feminista de Estudos e Acesoaria . Brasília; 2005.

BRASIL. Norma técnica prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. 2ª Ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

BRASIL. Lei Maria da Penha: do papel para a vida. Comentários à Lei 11.340/2006 e sua inclusão no ciclo orçamentário CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria. Gráfica Brasil. 2009. 2ª edição. Disponível em: www.cfemea.org.br. Acessado em 20/11/2014.

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DIAS, Maria Berenice. A lei Maria da Penha na justiça. A efetividade da Lei nº 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

FAÚNDES, A.

BARLEZATTO, J. O drama do aborto: em busca de um consenso.

Campinas: Komedi. 2004.

STRAUSS, A. CORBIN, J. Basics of qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage, 1990.

SOS Ação Mulher e Família: histórico [texto na Internet]. Campinas; 2004. [citado 2004]. Disponível em: <http://www.preac.unicamp.br/sosacaomulher/html/historico.htm>.

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