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Livro conta como agricultura em Maracaju foi dos campos de vacaria à maior produção de grãos de MS

Maracaju é o maior produtor de soja e milho de Mato Grosso do Sul. Graças à força da sua agricultura, é o oitavo município mais rico do agro no país, segundo o Mapa. Mas nem sempre foi assim. A pecuária já foi o destaque em sua economia. Para resgatar a história e deixar regis trada para as futuras gerações toda essa transformação, o Sindicato Rural lançou um livro, com apoio do Senar/MS.

“A História da agricultura de Maracaju, dos campos de vacaria para o maior produtor de grãos do Mato Grosso do Sul” foi escrito pela jornalista Vanessa Bordin. Com 17 anos de experiência e passagens por televisão, assessoria de imprensa, revista e rádio, a paranaense está radicada há quase dois anos na cidade. Com o olhar de quem conviveu com o agro desde pequena – além do seu pai ser técnico agrícola, ela trabalhou por diversas vezes diretamente com o setor, recebeu o convite e aceitou o desafio. “O projeto surgiu no final de 2020, no Núcleo de Mulheres do Sindicato Rural, de uma necessidade de ter registrada a história do agro e de como as coisas foram acontecendo aqui. Como eu estava ficando conhecida na cidade em razão do programa sobre agro que fazia em uma rádio, me procuraram para fazer parte do projeto. Me fizeram o convite e aceitei na hora. Sempre gostei de escrever e a ideia me fez brilhar os olhos”.

Mais do que retratar a transformação do agro no município, o livro mostra a importância dos produtores. “Tudo começou da vontade dos produtores em ver a lavoura dando certo. Eles acreditaram, buscaram conhecimento, implementaram as tecnologias. Enfrentaram crises econômicas, mas persistiram. Foi um longo processo para Maracaju se tornar esse berço de tecnologias no agro que é hoje, e isso precisa ser valorizado”.

Nesse caminho, Vanessa escreveu sobre a fundação, a chegada dos imigrantes, o conhecimento dos produtores que vinham de fora (holandeses, gaúchos, paranaenses), a introdução do plantio da soja no lugar do arroz já no início dos anos 1970 e depois o destaque estadual e nacional.

Para o presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Fábio Caminha, o projeto é especial para toda região, por relatar a história da cidade, que é berço e referência na agricultura. “Apostamos no livro como um resgate histórico fundamental para ficar registrado para as futuras gerações. Contar uma história é mergulhar em fatos que aconteceram, estudar, pesquisar e, sobretudo, é aprender. Isso vem ao encontro do nosso propósito à frente do Sindicato, que é de transformar realidades por meio da educação”, enfatizou.

O livro tem 140 páginas e sua primeira edição foi de 500 exemplares, sem fins lucrativos.

O município, entretanto, já manifesta interesse em inserir a publicação nas aulas de história das escolas, para valorizar a memória local.

Está previsto um relançamento neste ano para, também, divulgar a versão online da obra.