A voz da experiência Com mais de 15 anos de trabalhos voluntários, Tia Alaídes afirma que a comunicação é a principal ferramenta para um bom trabalho
Hoje, a pauta é no bairro Bom Jesus. Para quem não conhece, também é chamado de Camboim. O bairro surgiu, primeiramente, como acampamento para os trabalhadores do DAER que construíram a BR 471 e a RS 409. Em volta do acampamento havia muitas árvores de camboim, que são comuns em torno de ribeiras, já que o bairro fica próximo do Rio Pardinho. Daí surgiu o apelido deste que é o segundo bairro com maior população de Santa Cruz do Sul, RS. Mas ele também é campeão nos índices de violência e furto. Embora os números chamem a atenção, minha pauta vai no sentido oposto. Vou apresentar para você a Tia Alaídes.
Sabe aquela pessoa que dá vontade de abraçar quando começa a falar? Pois é, assim é Alaídes Nopes. Com esse jeitinho simpático, cativante e meigo ela me recebe com um abraço gostoso, puxa a cadeira e me convida para sentar. Logo começa a contar como foi o início do Grupo de Jovens Unidos da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, que há 18 anos ela coordena, numa conversa gostosa e divertida.
Com gestos envolventes e fala mansa, Tia Alaídes lembra que o grupo surgiu de uma pergunta do pároco da igreja: "Onde estão as crianças e jovens da comunidade?". Primeiramente, Alaídes propôs um grupo litúrgico composto por jovens. Mas, para sua surpresa, conta, tudo deu tão certo que os cinco jovens da primeira reunião se multiplicaram rapidinho para quase 50.
As ações do grupo vieram em seguida com um problema enfrentado pela diretoria da paróquia: o alto custo de manutenção dos vidros das janelas da igreja. Ao grupo, cabia a tarefa de "acalmar", literalmente, a criançada. "O jeito foi conhecer as crianças do bairro, ver quais eram suas necessidades. Aí, depois disso, poderíamos montar as ações", conta.
Com o sucesso da primeira ação, o grupo foi ganhando espaço na comunidade e, cada vez mais, a bandeira de ajuda ao próximo era levantada. As atividades tomaram conta