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Área temática: Implementação

Categoria Subcategoria Unidade de registo

RR2: ”dificuldade em obter os objetos destinados às sessões”

Dificuldades

Material necessário

RR9: ”falta de um dispositivo de projeção de imagem”

Articulação com o cronograma das instituições

Interrupções ao longo das sessões

Défice auditivo

Ausência de espaço adequado

Atropelamento de ideias

Adesão

Iniciativa

Interação social

RR32: ”dificuldade em articular as sessões (...) com as que são diariamente concretizadas pela instituição”

RR33: ”coordenar o nosso planeamento com o cronograma de atividades da instituição”

RR11: ”diversas interrupções ao longo das sessões”

RR1: ”acuidade auditiva reduzida (...) dificulta”

RR9: ”hipoacusia”

RR24: ”défice auditivo”

RR7: ”realizar as sessões num ambiente com mais privacidade, reservado e sem ruído”

RR4: ”os participantes muitas vezes começavam a falar ao mesmo tempo”

RR32: ”atropelamento de ideias”

RR33: ”difícil controlar a vontade de cada utente falar e intervir”

RR22: ”aderiram muito a estas sessões”

RR29: ”iniciativa (...) em participar”

RR7: ”evolução da interação social”

Fatores facilitadores

Participação/partilha

Temas

Estratégia

Adaptação da comunicação

RR20: ”partilha de experiência e histórias”

RR4: ”o tema é importante”

RR1: ”os utentes reagiam muito mais aos slides com imagens do que apenas nas respostas as perguntas realizadas”

RR12: ”adaptação da comunicação”

RR22: ”utilizar linguagem mais simples”

Desafios

Adequação do ambiente

Condutas a adotar

 Avaliação: Dificuldades

RR4: ”as sessões passaram a ocorrer noutro espaço”

RR32: ”instituir condutas a adotar”

As “Dificuldades” da implementação do programa que foram identificados pelos estudantes foram as grelhas de avaliação, como é apresentado na Tabela 3.

Tabela 3

Área temática: Avaliação

Categoria Subcategoria Unidade de registo

Dificuldades Grelhas de avaliação

RR7, RR16: ”dificuldade em preencher as grelhas de avaliação”

RR28: ”dificuldade em avaliar”

 Desafios: Institucionais, dos Participantes e dos dinamizadores

Os “Desafios” identificados pelos estudantes relacionaram-se com as instituições (adequação dos espaços), com os participantes (desmotivação, uso de máscara e cumprimento das regras) e com os dinamizadores (desenvolvimento de competências relacionais/psicossociais e ético-deontológicas, trabalho em equipa e construção da identidade profissional), como é apresentado na Tabela 4.

Tabela 4

Área temática: Desafios

Categoria Subcategoria

Institucionais Adequação dos espaços

Desmotivação

Uso de máscara

Unidade de registo

RR7: ”realizar as sessões num ambiente com mais privacidade, reservado e sem ruído, as interações (...) apresentaram grande melhoria”

RR28: gabinete iluminado, arejado, com cadeiras individuais dispostas em meia lua, sem fontes de distração”

RR4: ”perderem o interesse”

RR6: ”falta de adesão”

RR28: ”necessário negociar e incentivar à participação”

Dos participantes

Cumprimento das regras

Desenvolvimento de competências (relacionais/ psicossociais e ético-deontológicas)

Trabalho em equipa

Dos dinamizadores

Construção da identidade profissional

RR8, RR11: ”uso de máscaras (...) dificultou a comunicação”

RR11: ”não respeitando o momento de comunicar dos restantes participantes”

RR20: ”relembrar que deveriam aguardar a sua vez para falar”

RR24: ”falarem ao mesmo tempo”

RR5: ”estabelecer uma relação empática e de confiança”

RR21: ”desenvolver competências a nível da comunicação e gestão de emoções”

RR15: ”utilização de competências comunicacionais e relacionais”

RR14: ”capacidade de negociação, comunicação, colheita de dados, gestão de tempo e trabalho em equipa”

RR2: ”contribuiu (...) formação da minha identidade profissional”

RR15: ”desenvolvimento de competências fundamentais para a construção da minha identidade profissional”

RR22: ”construção da minha identidade profissional”

Através da análise das reflexões relativas às aprendizagens resultantes da implementação do programa de intervenção combinada, solicitadas aos estudantes no final de cada EC, verificouse que estas ocorrem essencialmente ao nível das competências relacionais, mediante o estabelecimento de uma comunicação funcional adequada às pessoas mais velhas e das competências psicossociais, pelo estabelecimento de uma relação de confiança e trabalho de equipa, que possibilita a partilha positiva de experiências, respeitando o indivíduo.

Os estudantes salientam a importância da equipa na formação/treino para a implementação das sessões dos programas e consideram relevante a aprendizagem adquirida com a utilização dos instrumentos de colheita de dados. Reforçam, ainda, as competências ético-deontológicas no que concerne ao respeito pela individualidade da pessoa humana, pela adoção de uma postura adaptada às necessidades de cada um, nomeadamente ao nível da personalidade e das suas vivências, estabelecendo uma relação empática que tem em conta a vontade dos participantes. Destacam que sentem algumas dificuldades iniciais na dinâmica de grupos, sobretudo na gestão do tempo de participação de cada interveniente e na motivação de alguns residentes. Contudo, conseguiram reverter estes obstáculos, tornando-os um desafio à sua criatividade enquanto dinamizadores das sessões e para a qual a participação ativa dos docentes orientadores e dos profissionais de referência se revelou crucial.

4. Conclusões

As narrativas dos estudantes confirmam o reconhecimento do potencial pedagógico que advém da participação ativa na implementação de um programa de intervenção terapêutica dirigido às pessoas mais velhas, tendo permitido a participação nas várias fases do processo. Destaca-se a avaliação inicial dos participantes com recurso a instrumentos de avaliação de rastreio, que permitiram selecionar os participantes elegíveis para participar na investigação; a dinamização de sessões de TR e EF tendo em conta as características individuais e do grupo; e a avaliação final, que permitiu avaliar o impacto da intervenção combinada.

Deste modo, foram desenvolvidas competências comunicacionais e relacionais, de proximidade com as pessoas mais velhas e com as equipas multiprofissionais das instituições parceiras onde são realizados os EC. Foram também desenvolvidas competências de avaliação sistematizada e, ainda, de planeamento, competências essas que os estudantes consideraram relevantes para a construção da sua identidade profissional.

A importância da incrementação de intervenções terapêuticas estruturadas deve, então, ser incutida nos processos de formação dos estudantes de Enfermagem. Neste caso concreto, trata-se de uma intervenção agradável, com grande aceitação, que permite a estimulação a nível físico e cognitivo, constituindo-se como uma opção de baixo custo para as instituições, mas que exige formação específica para a sua implementação.

Outro aspeto que importa considerar é que os profissionais das instituições parceiras que recebem os estudantes em contexto de EC, especificamente os enfermeiros, mas também gerontólogos, gerontopedagogos e terapeutas ocupacionais, mostraram vontade em participar na implementação deste programa terapêutico reconhecendo-o como uma boa-prática e promovendo condições facilitadoras da aprendizagem dos estudantes.

5. Referências Bibliográficas

Rocha, R. S., Freitas, J., Ramalho, F., Couto, F., & Apóstolo, J. (2019). Programa de exercício físico para o idoso com fragilidade: Manual de apoio. Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. https://ipdj.gov.pt/ documents/20123/0/Mind%26Gait-ProgramaExerc%C3%ADcio-IdosoFragilidade2019. pdf/17a621a9-09b0-054c-7192-a819abbdedc1?t=1585913519528

Vendruscolo, C., Ferraz, F., Prado, M. L., Kleba, M. E., & Reibnitz, K. S. (2016). Integração ensinoserviço e sua interface no contexto da reorientação da formação na saúde. Interface, 20(59), 1015-1025. https://doi.org/10.1590/1807-57622015.0768

Yang, C., Moore, A., Mpofu, E., Dorstyn, D., Li, Q., & Yin, C. (2019). Effectiveness of combined cognitive and physical interventions to enhance functioning in older adults with mild cognitive impairment: A systematic review of randomized controlled trials. The Gerontologist, 60(8), 633642. https://doi.org/10.1093/geront/gnz149

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