BRASIL ORIGEM WEEK 2025

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ORIGEM BRASIL MAGAZINE

Olhares da Amazônia

A

Descubra Maricá: belezas, tradições e paisagens únicas

Brasil Origem Week: uma vitrine do Brasil para o mundo

MARCO LESSA

O

Homem da Máquina de Sonhos

O criador do Chocolat Festival, Brasil Origem Week e Casa Brasiliana conta como mudou a história do cacau brasileiro e sobre projetos para promover o Brasil

arte de Edina Costa

Brasil Origem Week: uma vitrine do Brasil para o mundo

Criado pelo empresário baiano Marco Lessa — também idealizador do consolidado Chocolat Festival —, o Brasil Origem Week nasceu para apresentar ao mundo um Brasil que produz com excelência e mantém viva a conexão com suas raízes. O Evento é uma verdadeira celebração da cultura, da gastronomia e dos produtos de origem que carregam identidade, história e sabor.

A cada edição, o BOW reúne produtores, chefs, artistas e empresários para mostrar o melhor do país em experiências que unem negócios e encantamento. A curadoria privilegia autenticidade e qualidade, transformando o evento em um palco para produtos como cacau, chocolate, cachaça, cafés especiais, moda, charutos, artesanato e muita gastronomia brasileira.

Com edições já realizadas em cidades como Porto, Paris, Salvador, Bruxelas, Brasília e Ilhéus, o Brasil Origem Week conquistou o público internacional ao mostrar um pouco do gigante “continente” brasileiro.

“Queremos que cada visitante sinta que está viajando pelo Brasil sem sair do lugar, conhecendo o que temos de mais genuíno e de maior qualidade”, afirma Marco Lessa.

Em cada cidade, o público encontra aromas, cores e sabores que contam histórias de origem: receitas preparadas ao vivo, produtos artesanais raros, palestras inspiradoras e encontros que geram novas parcerias. Cada parada é adaptada à cultura local, mas preserva a alma brasileira: calor humano, criatividade e diversidade.

Olhares da Amazônia, a arte de Edina Costa

Nascida em Guajará-Mirim (RO), Edina Costa cresceu cercada pela força visual e simbólica da floresta. A exposição Olhares da Amazônia, que apresenta no Brasil Origem Week, em Lisboa, traz o seu ponto de vista moldado pelas cores vivas das feiras, o movimento dos rios e as tradições que misturam influências indígenas, ribeirinhas e urbanas. Esses elementos se transformariam, anos mais tarde, na base de uma carreira dedicada a traduzir a cultura amazônica em narrativas visuais. Durante o BOW Lisboa, a artista realizará uma pintura ao vivo ao longo dos quatro dias de evento e apresentará o resultado ao público no dia 14 de setembro.

Autodidata em artes visuais, Edina construiu um percurso sólido dentro e fora do Brasil. Participou de exposições coletivas e individuais em Londres, Nova York — no histórico World Trade Center — e Paris, onde mostrou suas telas no icônico Louvre, integrando mostras que

destacam a arte contemporânea brasileira e, em especial, produções ligadas a identidades regionais. Parte de seu trabalho integra acervos institucionais e coleções particulares no Brasil e na Europa.

Ao longo da carreira, a artista desenvolveu uma técnica em que a pintura acrílica e as experimentações com pigmentos criam superfícies densas e vibrantes. Essa materialidade reforça a ligação entre a obra e o território que a inspira. Mais do que reproduzir imagens, Edina constrói narrativas visuais que preservam memórias e reafirmam identidades.

Em 2022, Edina presenteou o Papa Francisco com uma obra sua. A pintura retrata o pontífice sobre a Catedral Nossa Senhora dos Seringueiros, em Guajará-Mirim, sua cidade natal. O líder do Vaticano gostou tanto da tela que fez questão de agradecer pessoalmente ao bispo Dom Benedito Araújo, da cidade representada.

Amazônia à Mesa: a nova rota dos sabores brasileiros em Portugal

Aentrada de produtos brasileiros em Portugal é um movimento que vai além da nostalgia da diáspora. No campo gastronômico, especialmente quando falamos da Amazônia, estamos diante de uma oportunidade única: unir sabor, cultura e preservação. Ingredientes como açaí, cupuaçu, castanha-do-pará e óleos vegetais amazônicos já não são apenas curiosidades exóticas — tornaram-se símbolos de uma nova forma de consumir, mais consciente e responsável.

Portugal, com sua vocação para acolher e valorizar tradições, é porta de entrada natural para que esses alimentos cheguem à Europa. O consumidor português, atento à saúde e à sustentabilidade, encontra nesses produtos não apenas nutrientes, mas também uma história: cada fruto colhido de forma responsável é um gesto que mantém a floresta em pé e gera renda para comunidades locais.

O desafio está em garantir que essa expansão não seja predatória, mas sim uma ponte entre o paladar europeu e o saber ancestral amazônico. Ao escolher um açaí certificado, um chocolate de cacau nativo ou uma cachaça de pequenos produtores, não se degusta apenas o Brasil: participa-se de um movimento global de proteção ambiental.

Que a mesa portuguesa se abra a esses sabores — e que cada garfada seja um manifesto em defesa da Amazônia.

O futuro da cachaçao

Em 2025, a cachaça apresenta um quadro misto: por um lado, as exportações caíram 22,7% em volume e 28,1% em valor em 2024 face a 2023; por outro, mantém-se relevante no Velho Continente, onde a Europa respondeu por 45,3% do faturamento externo, com destaque para Alemanha, Portugal, França, Itália, Espanha, Países Baixos e Reino Unido. O movimento reforça a necessidade de reposicionamento no exterior: menos ‘commodity’ para caipirinhas, mais destilado com valor agregado e narrativa de qualidade.

O mercado europeu segue receptivo a bebidas autênticas, diferenciadas e de qualidade, impulsionado pelo crescimento da coquetelaria e pelo consumo premium em bares e lojas especializadas. Para ganhar terreno, a cachaça precisa apostar em curadoria, educação (degustações, formação de bartenders), e na sua versatilidade. Além disso, é necessária

uma comunicação clara sobre método de produção e envelhecimento, bem como inovação de portfólio, criando linhas adaptadas a diferentes públicos: desde rótulos voltados para mixologia até versões premium para consumo puro.

Para importadores e distribuidores, o cenário representa uma oportunidade estratégica: selecionar marcas consistentes, garantir presença em canais de maior valor agregado e construir pontes entre produtores brasileiros e consumidores europeus. O futuro da cachaça no continente dependerá menos do volume exportado e mais da capacidade de mostrar que se trata de uma bebida capaz de disputar espaço com rum, tequila e whisky na prateleira premium

Todos esses dados apontam para uma enorme oportunidade em novos mercados que valorizam a bebida. Nossa bebida. Nosso patrimônio cultural. A hora é agora. Cachaça só o Brasil tem.

Do Tabuleiro ao Mundo: minha missão com o acarajé

Nasci em Salvador, no calor da Bahia, cercada pelo cheiro do dendê e pelo batuque que marca a alma da minha cidade. Sou filha, neta e bisneta de baianas de acarajé. Cresci vendo mulheres fortes, de torso erguido, venderem mais que comida: transmitirem história, resistência e ancestralidade. Desde menina, aprendi que o acarajé não é apenas um quitute – é ritual, é sagrado, é herança do Candomblé. Foi no terreiro Ilê Axé Ibafaromim, em Itapuã, que compreendi o verdadeiro sentido desse alimento, que atravessa gerações e oceanos sem nunca perder sua essência.

Atravessei o Atlântico ainda jovem, com 19 anos, para atender a um convite inesperado: preparar acarajé em um restaurante no Porto. Eu, que trabalhava em um tabuleiro na rua, me vi servindo portugueses curiosos sobre aquele bolinho dourado e crocante. Mal sabia eu que esse seria apenas o começo de

uma longa jornada. Vieram os trabalhos em restaurantes, os acarajés preparados em ocasiões oficiais, como na casa do embaixador do Brasil em Portugal, e as noites de quintas-feiras vendendo na Casa do Brasil em Lisboa, mesmo depois de horas de expediente em outros restaurantes.

Com o tempo, percebi que o acarajé tinha me escolhido. Em 2018, abri o primeiro “Acarajé da Carol” no Bairro Alto, em Lisboa. O espaço foi ganhando vida, música baiana, cores de Salvador e, claro, o tempero ancestral que trago comigo. Cinco anos depois, nasceu a segunda unidade, na Marquês de Pombal, sempre com a missão de oferecer muito mais que comida: oferecer Bahia. Hoje, cada cliente que entra nos meus restaurantes sente o cheiro do dendê, e também o acolhimento de uma tradição que não se curva ao esquecimento.

Agora, em 2025, depois de 22 anos em Portugal e 15 anos vivendo em Lisboa,

dei mais um passo importante: inaugurei minha primeira unidade em Salvador. Voltar à minha cidade com um espaço que leva meu nome é fechar um ciclo e, ao mesmo tempo, abrir outro. Significa dizer às minhas ancestrais que todo o caminho valeu a pena, e dizer às meninas negras da periferia que elas também podem sonhar grande, sem jamais abandonar sua raiz.

Participar pela terceira vez do Brasil Origem Week, desta vez em Lisboa, é para mim um privilégio e uma confirmação de que a comida baiana não tem fronteiras. Quando coloco um acarajé na mão de alguém, não entrego só um prato: en-

trego a memória de quatro gerações de mulheres, entrego o axé do meu terreiro, entrego a força de Salvador.

Meu desejo é que cada vez mais mulheres encontrem, como eu encontrei, uma forma de viver e ser feliz através daquilo que nos constitui. Que nossas tradições não sejam vistas como passado, mas como futuro. O acarajé me ensinou isso: é redondo porque não tem começo nem fim. É Bahia, é África, é mundo.

Sigo firme, com meu tabuleiro expandido para além das calçadas de Salvador, levando no dendê a certeza de que nossa ancestralidade sempre há de resistir.

Consumo Consciente: a cozinha como ato político

Na cozinha, cada escolha conta. O ingrediente que coloco numa panela não é apenas sabor — é história, é cultura e também responsabilidade. O consumo consciente começa quando olhamos para a origem do que comemos: quem produziu, em que solo cresceu e qual impacto deixou pelo caminho.

Como chef vegetariano, acredito que a comida precisa ser real, nutritiva e responsável. O prato que servimos deve respeitar tanto quem o come quanto quem o cultivou. Não se trata de restrição, mas de abundância: a de cores, texturas e sabores que a terra nos oferece quando cuidamos dela.

Mas consumo consciente também é escolher de quem compramos. É valorizar os pequenos produtores, comprar produtos nacionais, aquecer a economia local. É dar prioridade ao vendedor de frutas e legumes da esquina, à mercearia do bairro, a quem faz parte do nosso dia a dia. Criar um sistema em que o produto local e sazonal esteja sempre em primeiro lugar é um gesto que transforma.

Na mesa, cada garfada é também um posicionamento. Acredito numa cozinha que não só alimenta o corpo, mas desperta sentidos e responsabilidades. Comer bem é, sobretudo, um ato de respeito: consigo, com a comunidade e com o planeta.

Você é o que você come — e essa frase ganha ainda mais sentido numa época marcada por ultraprocessados e fast food.

Desafios à Internacionalização e Expansão no Mercado Europeu

Expandir para além das fronteiras deixou de ser uma escolha e tornou-se uma necessidade para empresas de qualquer porte. No entanto, internacionalizar-se é um dos movimentos mais complexos da estratégia corporativa — e o mercado europeu exige atenção redobrada.

A Europa reúne 27 países e mais de 24 idiomas oficiais. Essa diversidade cultural e linguística impõe adaptações de comunicação, marketing e até de produto. O que funciona na Alemanha pode não ressoar na França, e ignorar essas nuances pode custar caro à reputação.

A regulação também é um obstáculo. Apesar de políticas de harmonização, cada país mantém suas próprias exigências em áreas como saúde, alimentação e tecnologia. O GDPR é o exemplo mais conhecido, impondo padrões rígidos de proteção de dados. Além disso, tributação, rotulagem e certificações variam, exigindo preparo jurídico e operacional.

Há ainda a competitividade: mercados saturados, consumidores exigentes e marcas locais consolidadas. Para conquistar espaço, é preciso oferecer qualidade, inovação e responsabilidade

socioambiental, atributos cada vez mais valorizados pelos europeus. A logística, embora apoiada por uma infraestrutura avançada, também traz desafios com custos, alfândega e diferenças entre países, o que impacta estoques e prazos.

Produtos e serviços precisam ser adaptados. Sabores, design, embalagens, interfaces digitais — tudo passa por ajustes para dialogar com preferências locais. Soma-se a isso a instabilidade macroeconômica e política, com impactos de crises, Brexit e tensões sociais, que podem alterar o ambiente de negócios de forma repentina.

Nesse cenário, construir parcerias locais é decisivo. Conhecer distribuidores, fornecedores e instituições ajuda a navegar pelas complexidades culturais e regulatórias, além de abrir portas em setores estratégicos.

Mesmo com os desafios, o mercado europeu continua sendo uma grande oportunidade de crescimento e consolidação para quem planeja com rigor, investe em adaptação e estabelece bases sólidas. O sucesso depende menos da pressa em entrar e mais da capacidade de permanecer, ajustando-se a um continente diverso e em constante transformação.

Os Segredos do Poder para Mulheres

Líderes

Nos dias atuais, saber navegar no tabuleiro do poder é essencial para a sobrevivência e para resultados positivos nos negócios. Como presidente do Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa, tenho vivenciado o melhor e o pior das relações humanas no mundo corporativo. Na minha imersão “Estratégias para Mulheres que Ousam Comandar”, trago a proposta de empoderar líderes para que assumam seu poder pessoal e desenvolvam estratégias assertivas em ambientes competitivos e desafiadores, inspiradas nos ensinamentos de Nicolau Maquiavel em “O Príncipe”.

Nesse processo de aquisição de poder, a adaptabilidade é fundamental. Maquiavel propunha que o líder “deve ser flexível como a água”. Para as líderes, reforço a importância de manter a essência: no jogo do poder, todas as táticas podem ser válidas, mas os valores continuam essenciais. O mito de que devemos ser sempre “as boazinhas” nos tira a possibilidade de lutar com as mesmas armas e ainda nos impõe crises de identidade. No tabuleiro do poder somos iguais: ou jogamos, ou somos jogadas. Ao conhecer o poder da inteligência fe-

minina, tornamo-nos capazes de mudar estratégias, voltar atrás e recomeçar, sem perder de vista os objetivos.

Outra lição de Maquiavel, ainda atual, é sobre a aparência e a realidade. A percepção pública é decisiva. Mesmo que alguém não seja virtuoso, deve parecer ser. A reputação e a imagem nos precedem: somos, muitas vezes, o que aparentamos ser. O segredo é gerenciar percepções sem comprometer quem realmente somos. A imagem construída abre ou fecha portas e deve ser cuidada como um diamante.

A Arte das Alianças consiste em construir, participar e fortalecer redes de apoio estratégicas, que podem ser decisivas para os resultados. Eventos como o Brasil Origem Week e redes globais como o Clube MNLP são portas de conexões poderosas. Mover esses grupos gera oportunidades de posicionamento. E, também nesse aspecto, Maquiavel nos chama ao pragmatismo: as relações são sempre relações de poder. Entender essa lógica, muitas vezes cruel, das relações humanas é imprescindível para avançarmos nos projetos e ações em que acreditamos.

Inovação: repensar a tecnologia com equidade

Em meio ao avanço acelerado da transformação digital, uma pergunta inquietante persiste: quem está ficando à margem desse progresso? Apesar do seu potencial, a tecnologia ainda reproduz desigualdades — e, nesse cenário, a equidade deixa de ser um ideal para se tornar uma necessidade urgente.

Vivemos a era da inovação, mas nem todos têm acesso a ela. A tecnologia, que promete conectar o mundo, continua refletindo desigualdades históricas: mulheres, pessoas negras, migrantes e comunidades periféricas seguem sub-representadas no setor responsável por definir os rumos do futuro.

Falar em equidade na tecnologia é ir além da diversidade numérica. Trata-se de garantir acesso real à formação, à

liderança, ao investimento e à criação de soluções que dialoguem com diferentes realidades. Não basta incluir na ponta; é preciso transformar o centro.

A equidade, nesse contexto, não é um ideal abstrato — é uma estratégia de inovação. Ambientes diversos são comprovadamente mais criativos, sustentáveis e eficazes. Mais do que corrigir distorções, promover equidade é impulsionar avanços.

É urgente que os ecossistemas de inovação deixem de ser redutos de privilégio e se tornem territórios de inclusão ativa. Criar pontes entre mundos, visões e experiências não é apenas questão de justiça — é o que garante que a tecnologia avance com propósito, refletindo de forma plural a complexidade da sociedade que busca transformar.

Cidades Sustentáveis

Atraem Talentos e Investimentos

Cidades inteligentes e sustentáveis combinam tecnologia, inovação e responsabilidade ambiental para gerar qualidade de vida, otimizar recursos e reduzir impactos. São espaços com conectividade avançada, mobilidade eficiente, energias renováveis e gestão inteligente de recursos, que tornam o dia a dia mais prático e saudável. Mas vão além: essas características também funcionam como motores de atração de investimentos estratégicos.

Aveiro é prova disso. Reconhecida por seu ambiente urbano inovador e sustentável, a cidade foi escolhida pelo Porto Digital para acolher o Cais do Porto — hub de internacionalização de empresas brasileiras de tecnologia que conecta o Brasil à Europa.

A decisão reflete a importância de um ecossistema que oferece infraestrutura moderna, mobilidade verde e qualidade de vida — fatores que motivam profissionais a trabalhar no escritório, fortalecendo comunidades e estimulando a colaboração.

O exemplo de Aveiro mostra que cidades que investem em inteligência e sustentabilidade não apenas cuidam do presente, como também criam condições para atrair e reter talentos, empresas e projetos transformadores.

O novo luxo não brilha, ele respira

Há muito tempo, o luxo deixou de ser apenas uma vitrine de objetos caros e inacessíveis. Em um mundo saturado por imagens de ostentação, começa a ganhar força uma nova forma de enxergar o que é realmente valioso: o luxo que não brilha, mas respira. Um luxo que se revela na autenticidade de um território, na preservação de sua memória e na capacidade de criar vínculos afetivos duradouros.

Essa mudança de paradigma é visível no chamado new luxury e new living, movimentos que se afastam da lógica de consumo pela posse e se aproximam de experiências que unem natureza, cultura e inovação. Não se trata de construir cenários artificiais para impressionar, e sim trabalhar com a essência de um lugar para que o visitante não seja apenas espectador, mas participante ativo.

A transformação de destinos como a Costa Brava, na Catalunha — emblema da cultura mediterrânea espanhola—, a integração entre alta gastronomia e reflexão cultural em Sevilha, ou a valorização do luxo natural de Castilla-La Mancha são exemplos concretos de como é possível reposicionar territórios sem apagar o que os torna únicos. Cada projeto nasce de um mergulho profundo

no local, respeitando o que já existe e ampliando seu significado.

No Brasil, iniciativas na Mata Atlântica e no litoral nordestino — como o bairro da Penha, em João Pessoa — apontam para a mesma direção. Ao substituir a lógica puramente comercial por vivências imersivas, esses projetos propõem que o turismo seja também uma forma de regeneração: ambiental, cultural e comunitária. É o turismo regenerativo, que não extrai, mas devolve; que preserva tradições, como a pesca artesanal e a religiosidade popular, enquanto abre espaço para novas experiências e legados.

Esse olhar sobre o luxo coloca o afeto no centro. Mais do que hotéis de cinco estrelas ou objetos raros, ele se expressa na criação de memórias, na sensação de pertencimento e na certeza de que cada viagem pode deixar marcas para além das fotografias. É um luxo silencioso, que não se mede por etiquetas, mas pelo impacto que causa em quem vive e em quem visita um lugar.

Num tempo em que a pressa e a superficialidade ameaçam engolir o que é genuíno, talvez o verdadeiro luxo esteja justamente em desacelerar para sentir, respeitar e cultivar o que é essencial. Um luxo que, ao invés de ostentar, respira.

O Preço Invisível de Não Viajar

Ni nguém, à beira da morte, lamenta não ter comprado o último lançamento da Apple.

Foi o que descobriu Bronnie Ware, enfermeira que cuidou de pacientes terminais. Ela ouviu, dia após dia, os arrependimentos de quem estava indo embora. E quase todos diziam a mesma coisa:

“Eu queria ter vivido mais. Queria ter me permitido ser feliz!”

Ninguém falava de bens materiais. Todos lamentavam o que não viveram: aquele voo nunca comprado, a sorveteria nova do bairro que adiaram tanto, que nunca conheceram.

A coisa mais especial de ter uma empresa que realiza sonhos em forma de viagens pelo mundo é ver de perto as transformações que uma viagem pode fazer na vida das pessoas.

A história se repete. Alguém que trabalhou muito, melhorou de vida… mas um dia acorda no piloto automático. Pede sempre o mesmo prato, tem as mesmas conversas com as mesmas pessoas (quando tem!), e raramente fala de si mesma, porque acha que sua vida não é interessante. Melhor falar da vida das subcelebridades do Instagram, né?!

Até que um dia viaja com a gente. Vive algo novo. Faz novas amigas. E volta diferente. Mais leve, mais viva — protagonista da própria história.

Porque quem sente o gosto da própria liberdade não aceita mais viver no automático.

O preço de não viajar não aparece na fatura. Mas pesa. Na falta de histórias. Na sensação de que a vida ficou pequena demais pra tudo o que você sonhou em ser.

E um dia, você percebe: foi adiando justamente o que poderia ter mudado tudo. O que podia ter te feito feliz de verdade.

Eu não aceito pagar esse preço. Eu escolho viver. E você, o que escolhe?

Entre a serra e o mar, Maricá, no estado do Rio de Janeiro, vem conquistando olhares no Brasil e no exterior com suas paisagens

únicas, tradições preservadas e experiências autênticas. Agora, a cidade dá um passo decisivo para se consolidar como referência em turismo com o lançamento da Central de Passeios — um equipamento inovador que conecta visitantes e moradores à riqueza cultural, histórica, natural e rural do município.

Descubra Maricá:

belezas, tradições e paisagens únicas

A iniciativa, realizada pela Prefeitura de Maricá por meio da Secretaria de Turismo, Comércio, Indústria e Mercado Interno, reúne roteiros guiados e acessíveis que valorizam cada pedaço da cidade — das trilhas e praias paradisíacas ao centro histórico e patrimônio cultural. Localizada em ponto estratégico, na Praça do Turismo (próxima ao Terminal Rodoviário do Povo de Maricá e ao Boulevard), a Central atende presencialmente e também pela internet.

Dez roteiros para viver

Maricá intensamente

Centro Histórico

Espraiado e seus Encantos

Silvado + Unidade de Conservação

Itaocaia + Trilha Caminho de Darwin

Pedra do Elefante

Orla de Itaipuaçu

Pedra do Macaco

Igrejas & Padre José de Anchieta

Maricá e Suas Histórias

Orla de Ponta Negra

“Nosso objetivo é ampliar o tempo de permanência dos visitantes e estruturar ainda mais o setor turístico. Todos os check-ins de pousadas, hotéis e espaços públicos da cidade terão a oferta de passeios via nossa plataforma”, explica o secretário de Turismo, José Alexandre Almeida

Guias bilíngues, todos cadastrados no Ministério do Turismo, conduzem as experiências. Moradores de Maricá ainda desfrutam de um benefício especial: 50% de desconto nos passeios.

“Temos hoje cerca de 70 guias associados na cidade, e entre 20 e 30 deles já estão trabalhando diretamente com os roteiros da Central. É um grande investimento nos profissionais e no futuro do turismo de Maricá”, afirma Alberto Matrilhas, presidente da Associação de Guias de Maricá.

Com mar azul, montanhas verdes e um povo acolhedor, Maricá prova que o turismo vai muito além de belas paisagens: é sobre criar conexões, contar histórias e valorizar quem vive e ama o lugar. A Central de Passeios é, sem dúvida, o convite perfeito para descobrir — ou redescobrir — esse pedaço especial do Brasil.

Entrevista com DaryanDornelles

1. Quando e como você percebeu que a fotografia seria o seu caminho de vida?

Comecei a fotografar com 23 para 24 anos. Dois anos depois, fui trabalhar na revista (de esportes) “Placar”. Ali, comecei a fazer retratos e senti que seria o meu caminho.

2. O seu trabalho tem uma assinatura muito reconhecível. O que você busca capturar numa pessoa quando a fotografa?

Acho que a assinatura vem com o tempo de trabalho. Então, é um pouco da insistência do que você gosta de fazer. Não ligar para as opiniões dos outros e seguir em frente com o que você realmente acha que é bom. E foi o que eu fiz. Tento fazer um retrato que eu gosto, como eu vejo a pessoa, não como ela se vê. Geralmente é uma coisa simples e forte.

3. Quem são suas referências na fotografia?

Ah, são muitas. Além de fotógrafos, tem artistas, pintores… Mas para citar os clássicos da fotografia, vou de Richard Avedon e Irvin Penn.

Reconhecido por retratar ícones da música e da cultura brasileira, o fotógrafo carioca Daryan Dornelles apresenta no Brasil Origem Week, em Lisboa, uma seleção de imagens que marcaram capas de discos e revistas. Nesta entrevista, ele fala sobre seu início na fotografia, referências e como a mudança para Portugal ampliou o seu olhar.

4. Depois de muitos anos de sucesso no Brasil, você mudou-se para Portugal. Você acha que essa migração mexeu de alguma forma com seu trabalho? Te fez ver coisas novas?

Super. É uma coisa simples… Mas eu não andava com câmera na rua no Rio de Janeiro. Faço isso não só em Portugal, mas pela Europa toda. Essa possibilidade me fez ver a fotografia com outras camadas, outros ângulos. Foi super importante para mim, para o meu crescimento.

5. Você tem uma foto favorita? Qual?

Tem as fotos que me ajudaram a crescer. Como a capa da Fernanda Montenegro para a revista “Bravo”, em 2009, e a capa do Chico Buarque para a “Rolling Stone”, de 2011, eu realmente consegui subir degraus na fotografia.

5. O que o público vai poder conferir na sua exposição no BOW Lisboa?

O melhor da música brasileira retratado por mim, da maneira mais honesta possível.

O homem da máquina de sonhos

Idealizador do Chocolat Festival e do Brasil Origem Week, Marco Lessa construiu uma ponte entre a Bahia e o mundo. Filho de Guanambi, a 800 km de Salvador, viveu em Ilhéus, sul da Bahia, cenário de novelas, terra do cacau e de Jorge Amado.

Publicitário, com atuação na realização de shows, grandes eventos e até de novelas, foi das roças de cacau que nasceu uma causa, que era mais do que um negócio, era um projeto transformador. Criou o maior evento do setor na América Latina, reposicionou o cacau brasileiro no cenário internacional e deu visibilidade a pequenos produtores, marcas autorais e territórios esquecidos.

Com uma máquina movida a propósito, sensibilidade e criatividade, Lessa fez surgir o chocolate de origem, uniu sabores tradicionais e inovação, e reinventou a maneira de contar o Brasil. Não pelo estereótipo, mas pela potência. Para ele, promover a origem é promover dignidade, identidade e valor.

Em 2023, cruzou o oceano com um novo sonho: apresentar à Europa um Brasil que produz, que encanta, que dá certo. Um Brasil de raiz e excelência. E de 11 a 14 de setembro, chega pela primeira vez a Lisboa, mais especificamente na Praça do Comércio, o Brasil Origem Week, um encontro vibrante entre cultura, gastronomia, sustentabilidade e negócios. Um encontro de Brasis em nome de um Brasil gigante por natureza.

Chocolat Festival: do sonho ao maior evento de Chocolate e Cacau do Brasil

Tudo começou em Ilhéus, em 2009, com apenas 13 estandes emprestados e um grande sonho. Marco Lessa, publicitário e empreendedor, acreditava que o cacau brasileiro merecia voltar ao protagonismo perdido após a crise da vassoura-de-bruxa, uma praga que atingiu o cacau baiano na década de 1990. Nascia assim o Chocolat Festival, um encontro que uniu produtores, chocolateiros, chefs, pesquisadores e apaixonados por chocolate em torno de uma missão: valorizar a origem, gerar negócios e encantar o público.

O que teve um início modesto, cresceu ano após ano. O Festival passou a atrair milhares de visitantes, ampliar a sua feira de negócios, receber palestrantes renomados e oferecer cursos, degustações e receitas ao vivo, com experiências para toda a família. Tornou-se o maior e mais relevante evento de chocolate e cacau do Brasil, referência para quem busca qualidade, rastreabilidade e inovação no setor. Mais de 2 milhões de pessoas já passaram pelas mais de 40 edições do evento.

O impacto vai muito além da economia e do turismo. O Chocolat Festival ajudou a consolidar o movimento bean to bar no país, estimulando o nascimento de mais de 200 novas marcas de chocolate e fortalecendo a imagem do cacau brasileiro no exterior. Hoje, ultrapassou fronteiras com edições em Portugal e na França. De Ilhéus para o mundo, mantém a mesma essência: celebrar a cultura do cacau e mostrar que, com visão e propósito, até 13 estandes emprestados podem se transformar em uma vitrine global.

ATV RECORD deu palco à voz de um dos grandes comunicadores do Brasil. Reinaldo Gottino, um dos maiores apresentadores e jornalistas brasileiros, foi o convidado do programa ‘Palco’, numa entrevista conduzida por Rita Rosado, em Portugal. Ao longo da conversa, o público pôde conhecer a sua história pessoal e profissional, marcada por uma grande paixão antiga pela rádio e pela televisão, não deixando de partilhar uma reflexão profunda sobre os enormes desafios do jornalismo, neste novo paradigma de inteligência artificial, que enfrenta uma nova era de desinformação.

Além do retrato da carreira, a convaersa sublinhou o papel da TV RECORD enquanto emissora que se posiciona como grande embaixadora da lusofonia no mundo inteiro, presente em mais de 150 países, reforçando a importância de um canal que liga famílias das mais diferentes geografias, através do entretenimento, jornalismo, ficção e desenhos animados, em língua portuguesa.

Veja a entrevista na íntegra.

Reinaldo Gottino:

Um dos maiores comunicadores brasileiros

[Entrevista originalmente exibida no programa ‘Palco’, da TV RECORD]

Rita Rosado: É bom estar perto dos portugueses novamente, Gottino?

Reinaldo Gottino: Ah, eu gosto muito, eu adoro vir para cá!

RR: O Gottino é um rei da comunicação, é um verdadeiro apaixonado. Desde sempre, Gottino?

RG: Desde sempre. Eu me apaixonei pela comunicação ouvindo rádio. E depois acabei indo trabalhar na televisão, e me apaixonei por isso aqui – pelo estúdio, pela luz,

pela câmera, pelo microfone, pela comunicação toda – e gosto de fazer isso. E tenho feito isso na TV RECORD já há bastante tempo, é uma honra para mim poder trabalhar naquilo que eu gosto de fazer.

RR: E como locutor de rádio, quando começou, como é que foi essa experiência?

RG: Eu comecei indo à rádio, porque descobri que uma amiga da minha irmã trabalhava na rádio, então pedi para ela para

eu ir lá conhecer. Quando eu vi como é que a rádio funcionava, eu adorei. E eu pedi para essa amiga da minha irmã me dar a oportunidade de eu ir lá, ajudar de alguma maneira, e então comecei a ser um voluntário de final de semana. E um dia o locutor faltou, e eu entrei no ar e fiz o texto, li o texto, e adorei aquilo. Eu tinha 15 anos, e aí falei “é isso que eu quero para a minha vida”. Aí fui estudar jornalismo, fui me preparar, fiz cursos de locução primeiro, e aí não saí mais. É o que eu amo fazer.

RR: Falamos em rádio, falamos também, da televisão, que veio depois. O propósito que tinha quando começou a ver e a fazer televisão é o mesmo que tem hoje?

RG: Com certeza! Eu gosto de comunicar, eu gosto de contar histórias. A reportagem é a arte de você contar a história da vida real. Você, por exemplo, eu já vi que você se preparou para a entrevista. Você está contando para o seu público, para o seu telespectador a minha história. E é uma paixão. Não tem como você trabalhar na comunicação se não for a paixão pela comunicação.

RR: Gottino, falamos então dos vários programas que já teve a oportunidade para apresentar o ‘SP no Ar’, o ‘Esporte Fantástico’, o ‘Balanço Geral’, e agora, mais recentemente, também o ‘Cidade Alerta’. Como é que foi esta possibilidade de poder apresentar tantos programas que só mostram a sua versatilidade?

RG: É legal poder ter essa variação. Agora eu estou no ‘Cidade Alerta’, que é um programa que tem a editoria policial mais forte, mas já participei do ‘Balanço Geral’, o ‘SP Record’, ‘São Paulo no ar’. Eu já tive a honra 3 2

de apresentar o ‘Domingo Espetacular’. Já tive a oportunidade de fazer os plantões do jornalismo da TV RECORD. Então é legal isso. E eu acho que você usou a palavra certa, a gente acaba se tornando um comunicador versátil. A gente consegue falar sobre todos os assuntos. A gente consegue se adaptar à situação, à notícia, à informação. E parece que o público gosta, porque a gente está aqui até agora.

RR: E como jornalista, o que é que mais gosta e o que é mais importante para si receber das pessoas?

RG: Eu fiquei impressionado com a força da TV RECORD na Europa. Eu fiquei impressionado que eu trabalho numa emissora que não é local nem nacional, ela é global. Há gente andando pelas ruas de Lisboa, gente que assiste a gente em Cabo Verde, gente que assiste a gente na Holanda, gente que assiste a gente em Setúbal, aqui em Portugal. É muito bacana, porque eu estou lá no estúdio em São Paulo apresentando um programa e tem gente no mundo todo assistindo, quem está no hotel tem acesso, quem está em casa tem acesso. Isso é muito interessante. A TV RECORD traz esse Brasil para as pessoas e isso é muito bacana.

RR: Gottino, o improviso, é a base do jornalista?

RG: O improviso é a base do jornalismo e eu acho que a rádio te dá isso. Você trabalhar em rádio, você fazer jornalismo na rádio, te dá essa desenvoltura, e o esporte também ajudou bastante.

RR: Por falarmos aqui em improviso, nos seus programas, há improviso?

RG: Total. Porque o Brasil, bem diferente de Portugal, tem muita coisa acontecendo na área policial a todo o instante. Você está ali apresentando o programa e de repente é um avião que cai. É um caso de última hora que chega, é uma pessoa que desaparece e aí o país todo fica comovido com a história. Então, você tem que ter esse improviso, você tem que ter essa desenvoltura para poder falar sobre os mais variados temas.

RR: E como é que isso se aprende?

RG: Então, eu acho que o principal é a experiência, você vai ganhando isso com o tempo e você vai também desenvolvendo isso a partir de participações na rádio, no esporte. Eu acho que os grandes comunicadores passam por isso.

RR: E hoje, como é que olha para este mundo do jornalismo?

RG: O jornalismo é cada vez mais necessário e fundamental. Se tem uma profissão que não vai acabar é a nossa. Porque com o advento da modernidade, com a tecnologia, com as redes sociais, todo mundo pode comunicar, todo mundo pode informar. Mas só os jornalistas vão trazer um conteúdo de apuração, um conteúdo em que as pessoas podem realmente confiar. Eu não sei se vocês usam o termo ‘fake news’ aqui. A gente usa muito no Brasil. A gente nunca teve tempos de tanta informação, mas ao mesmo tempo de tanta desinformação. Porque informar, trazer a notícia, a notícia real, a notícia verdadeira, isso é importante e fundamental. Então, os jornalistas vão ser pessoas que vão ser mais seguidas. Porque a pessoa sabe que a sua postagem é uma postagem confiável, porque é algo que você verificou. É nisso que eu acredito, que a nossa profissão tem uma marca importante. E o jornalista é obrigado a fazer isso com responsabilidade, a fazer isso com respeito pelas pessoas que estão assistindo. Eu acho que a gente tem que valorizar a nossa profissão e, quando for dar uma notícia, se certificar que aquela notícia é real. E isso vai ser importante para todos nós e para aqueles jornalistas que vão chegar depois.

Gastronomia

Ambrósia

Segundo a lenda, sua origem está na mitologia grega — o manjar dos deuses, capaz de conceder imortalidade a quem o provasse. Na prática, tornou-se um doce comum na Península Ibérica e chegou ao Brasil trazido pelos portugueses.

Ingredientes:

• 1 litro de leite integral

• 500 g de açúcar cristal

• 250 g de gemas (cerca de 12 unidades)

• 150 g de ovos inteiros (cerca de 3 unidades)

• 20 g de suco de limão (aprox. 2 colheres de sopa)

• Especiarias a gosto: canela, cravo, noz-moscada ou raspas de limão/laranja

Modo de preparo:

Com um batedor de arame, misture as gemas, os ovos e o suco de limão até espumar levemente. Reserve.

Em uma panela grande (para evitar transbordar), ferva o leite com o açúcar e as especiarias ou raspas, até atingir 104 ºC, ou por cerca de 10 minutos se não tiver termômetro.

Despeje a mistura de ovos, mexendo delicadamente e apenas o suficiente para incorporar.

Cozinhe em fogo baixo, sem mexer mais, até o leite talhar e reduzir, formando a ambrosia. O tempo varia entre 30 e 60 minutos.

Quando restar pouco líquido, desligue o fogo e transfira para o recipiente final.

Observações:

Guarde em geladeira por até 1 semana.

A textura pode variar, ficando mais úmida ou seca, conforme o gosto.

Para obter cor mais dourada e sabor mais intenso, caramelize metade do açúcar antes de juntar o leite.

Bacalhau com Pera e Broa

Tempo de preparação: 20 min

Tempo de cozedura: 15 min

Tempo total: 35 min

Porções: 6 pessoas

Modo de preparo

Pêra

Coloque as pêras fatiadas numa frigideira e deixe caramelizar até ficarem douradas.

Cebolada

Em outra frigideira, aqueça um fio de azeite e refogue a cebola até dourar. Acrescente o alho picado e a folha de louro. Tempere com sal e pimenta.

Bacalhau

Cozinhe o bacalhau em água por 5 minutos. Escorra, retire a pele e as espinhas, e desfie em lascas grandes.

Montagem

Num refratário, disponha uma camada de pêras, seguida do bacalhau e, por cima, a cebolada. Finalize com a broa esfarelada e o parmesão. Leve ao forno por cerca de 5 minutos, apenas para gratinar.

Ingredientes

• 1 kg de bacalhau dessalgado

• 6 cebolas fatiadas

• 6 dentes de alho picados

• Azeite a gosto

• 8 pêras rocha fatiadas

• 300 g de broa de milho esfarelada

• 100 g de queijo parmesão ralado

• Sal e pimenta a gosto

• 1 folha de louro

Empratamento

Sirva a gosto e decore com tomates-cereja ou flores comestíveis.

Sugestão:

Experimente três versões de apresentação: Pêra recheada, Em camadas, Ou a posta inteira servida no prato.

Por Chef Marcio Ricci @chefmarcioricci

Bolo Pé de Moleque

O Bolo Pé de Moleque é um clássico da culinária brasileira e uma tradição das festas juninas em Pernambuco. Com textura densa e sabor marcante, é uma verdadeira homenagem às raízes do país. Sua base é a massa de aipim fermentada (massa puba), enriquecida com temperos e especiarias, geralmente decorado com castanhas de caju.

Feito desde o período colonial, levava originalmente mel de engenho, açúcar mascavo e especiarias. Hoje, a receita mantém sua essência e continua atravessando gerações.

Tempo de preparo: 30 min

Rendimento da massa: 3,2 kg Peso final do bolo: 3 kg

Modo de preparo

Prepare o café: leve ao fogo 200 ml de água com o café solúvel e a erva-doce. Deixe ferver, desligue o fogo e reserve tampado até esfriar.

Bata a base: na batedeira, bata os açúcares com a manteiga em velocidade alta por 3 a 4 minutos. Acrescente os ovos, um a um, e depois as gemas. Bata por mais 1 minuto.

Misture os líquidos: junte a massa de aipim, o leite de coco, o cacau em pó, o melaço e o café preparado. Bata até obter uma massa homogênea e consistente.

Ingredientes

• 1 kg de massa de aipim lavada e peneirada (massa puba)

• 900 ml de leite de coco

• 1 colher (chá) de cravo em pó

• 1 a 2 colheres (sopa) de canela em pó

• 17 g de erva-doce

• 6 ovos

• 3 gemas

• 200 g de manteiga derretida

• 80 g de café solúvel forte (aprox. 1 xícara)

• 80 g de cacau em pó (50%)

• 300 g de açúcar cristal

• 300 g de açúcar mascavo

• 150 g de castanha de caju triturada

• 50 g de castanha de caju inteiras

• 50 ml de melaço (ou mel de abelha/ flores com ½ colher de chá de xarope de bordo)

Finalize a massa: acrescente a castanha triturada, a canela e o cravo. Misture bem.

Prepare a forma: unte 2 formas de 20 cm (ou 1 forma de 26 cm) com manteiga e polvilhe com açúcar. Despeje a massa.

Forno: pré-aquecido a 240 °C (forno tradicional) ou 180 °C (forno elétrico).

Tempo de forno: cerca de 1h15.

Escondidinho Rápido de Aipim (Macaxeira)

Ingredientes

• 300 g de aipim (macaxeira) cozido(a) com sal

• 50 g de manteiga derretida ou azeite

• 200 g de carne-seca desfiada (pré-cozida)

• 1 cebola picada

• 100 g de queijo coalho ralado

• Requeijão cremoso (a gosto, para rechear)

Modo de preparo

Amasse ou triture o aipim cozido com a manteiga derretida (ou azeite) até obter um purê liso. Reserve.

Refogue a cebola picada em azeite ou óleo de dendê. Junte a carne-seca desfiada, deixe refogar bem e ajuste o sal.

Monte o escondidinho em camadas: comece com uma de purê de aipim, depois requeijão, carne-seca, mais requeijão e finalize com purê de aipim.

Cubra com o queijo coalho ralado e leve ao forno preaquecido a 170 °C por 5 a 10 minutos, até gratinar.

Dica: sirva ainda quente, acompanhado de salada fresca ou vinagrete — fica irresistível!

Por Chef Virgínia Soares @vs_achefvi

Pato no Tucupi com Purê de Mandioca

Ingredientes

• 1 pato limpo e cortado em pedaços

• 1 litro de tucupi

• 2 maços de jambu

• 1 kg de mandioca cozida

• Manteiga, leite e sal (para o purê)

• Alho, sal, pimenta e cheiro-verde (para temperar o pato)

• Chicória e pimenta-de-cheiro (para o tucupi)

Modo de preparo

Tempere o pato com alho, sal e pimenta. Deixe descansar por cerca de 30 minutos e depois asse ou cozinhe até a carne ficar bem macia.

Em uma panela, leve o tucupi ao fogo com alho, chicória e pimenta-de-cheiro. Deixe ferver por alguns minutos, acrescente o jambu e cozinhe apenas até surgir o formigamento característico.

Para o purê: amasse a mandioca já cozida, misture com manteiga, leite quente e sal, mexendo até ficar bem cremoso.

Monte o prato: sirva o pato mergulhado no tucupi com jambu, acompanhado de uma generosa porção de purê de mandioca.

Resultado: um clássico amazônico repaginado, em que o purê acolhe todo o sabor intenso do tucupi e do pato. É Pará no coração — mas com um toque diferente!

Chef Anderson Sousa @chefandersonsousa

Tapioca de Bacalhau

quando Portugal encontra o Brasil no prato

O Brasil trouxe a tapioca: leve, prática e sempre pronta para salvar o dia. Portugal entrou com o bacalhau: estrela das festas e guardião de tantas memórias de família. Juntos eles viram uma receita que é puro abraço entre as minhas duas nacionalidades.

Ingredientes

• Goma de tapioca hidratada (direto da tradição brasileira)

• Bacalhau dessalgado e lascado (clássico português dos bons)

• Azeite de qualidade (porque português sem azeite não existe)

• Alho e cebola em meia-lua

• Salsa ou coentros frescos (você escolhe o lado da família)

• Cubinhos de tomate ou pimentão (para dar cor)

• Azeitonas pretas (aquele charme lusitano)

• Queijo mozzarella (para o recheio)

Modo de preparo

Aqueça o azeite numa frigideira e refogue o alho e a cebola até dourar — paciência é o segredo.

Acrescente o bacalhau, deixando-o como protagonista, junto do tomate, das azeitonas e das ervas frescas. Misture até harmonizar os sabores.

Em outra frigideira, prepare a tapioca: mágica instantânea — de pó a disco macio em segundos.

Recheie com queijo mozzarella e o bacalhau, depois dobre com carinho, unindo Brasil e Portugal no mesmo prato.

Final feliz

Finalize com um fio extra de azeite e, se a veia brasileira pedir, uma pitadinha de pimenta. É a prova de que não precisamos escolher entre as duas culturas: dá para ter as duas na mesma mordida.

Por Chef Cidália França @cidaliafranca

Gastronomia

Feijão Tropeiro

Tempo de preparo: 30 min

Rendimento: 6 porções

Um clássico da cozinha brasileira, saboroso e perfeito para reunir a família à mesa!

Ingredientes:

• 150 g de bacon picadinho

• 250 g de linguiça calabresa picadinha

• ½ xícara de azeite (aprox. 50 ml)

• 2 cebolas picadinhas

• 6 dentes de alho amassados

• 500 g de feijão cozido e escorrido

• 4 ovos fritos ou cozidos, inteiros ou picadinhos

• 1 maço de couve fatiada

• 1 xícara de farinha de mandioca

• Cheiro-verde a gosto (salsinha e/ou cebolinha)

• Sal e pimenta a gosto

• Torresmo frito (para finalizar)

Modo de preparo

Aqueça o azeite em uma panela e frite o bacon e a linguiça separadamente. Reserve. Na mesma panela, refogue a cebola e o alho até dourarem levemente. Acrescente a couve fatiada e o feijão escorrido, mexendo bem.

Junte novamente o bacon e a linguiça. Adicione a farinha de mandioca e os ovos picados. Misture até incorporar. Finalize com cheiro-verde, ajuste sal e pimenta a gosto. Sirva decorado com torresmo crocante.

Por Chef Ivanna Limonge @limongegourmet

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