da vitamina A no corpo é estocada no fígado.3,7 Esse estoque regula os efeitos de variabilidade nas taxas de ingestão de vitamina A, particularmente contra os riscos de deficiência durante os períodos de baixa ingestão.3 A depleção do estoque hepático é de 0,5% ao dia.8 A vitamina A é solúvel na gordura corporal, em óleos e na maioria dos solventes orgânicos, exceto em água. É instável aos processos oxidativos, à luz e a temperaturas superiores a 34ºC.1,9 Trata-se de um nutriente essencial, presente nos pigmentos visuais,7 importante para promoção do crescimento e do desenvolvimento, manutenção da integridade epitelial, função imunológica e reprodução,10 além de ser considerada antioxidante.11 A deficiência de vitamina A (DVA) afeta a integridade anatomofuncional das mucosas gastrintestinais e respiratórias, contribuindo para um aumento significativo da morbidade e mortalidade por doenças infecciosas.12 Também pode levar a um distúrbio no funcionamento das células da retina, cujo efeito funcional mais conhecido é a cegueira noturna,13 podendo chegar a cegueira total.14 A suplementação de vitamina A (SVA) tem sido amplamente estudada. As diretrizes publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2011 trazem algumas mudanças em relação à indicação de SVA. A necessidade de suplementação dessa vitamina deve ser avaliada nos locais em que sua deficiência é endêmica. Entretanto, o uso excessivo de vitamina A pode ser prejudicial, acarretando náuseas, icterícia, irritabilidade, anorexia, vômitos, turvação da visão, cefaleia, perda de cabelo, dor muscular e abdominal, fraqueza, sonolência e alterações do estado mental.15-18 Dessa maneira, é considerada vitamina essencial para diversas funções fisiológicas e manutenção da saúde. Um desequilíbrio na homeostasia dessa vitamina está associado
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ao desencadeamento de diferentes doenças. A prevalência de deficiência de vitamina A, apesar dos progressos feitos em nível mundial, ainda é muito frequente, especialmente entre mulheres e crianças. A biodisponibilidade de nutrientes é imprescindível para o estabelecimento de recomendações nutricionais para populações sadias e enfermas. Assim, uma melhor compreensão do metabolismo da vitamina A, bem como das fontes alimentares, pode auxiliar na concepção de novas estratégias para o tratamento de doenças causadas por concentrações insuficientes ou excessivas de retinoides e/ou na utilização da suplementação como agente terapêutico.
FUNÇÕES DA VITAMINA A A vitamina A atua como grupo prostético de pigmentos visuais, na síntese de glicoproteínas, com ação no núcleo celular, para controle da proliferação e da diferenciação celulares e em outras funções que serão aqui abordadas.
Grupo prostético de pigmentos visuais A vitamina A (11 cis-retinal) é um componente dos pigmentos visuais de cones e bastonetes, situados na retina, porção do olho sensível à luz. Os cones atuam como receptores de alta intensidade luminosa para a visão colorida, enquanto os bastonetes são especialmente sensíveis a ausência e baixa intensidade de luz. Os cones e os bastonetes retinianos contêm pigmentos visuais denominados, respectivamente, iodopsina e rodopsina.7 Quando há diminuição do retinol circulante, a reconstituição da rodopsina torna-se mais lenta, provocando cegueira noturna (nictalopia), distúrbio funcional mais precoce da hipovitaminose A. Em casos de deficiência de vitamina A, os bastonetes são mais afetados que os cones visuais.7,9
C o p y r i g h t ©2 0 1 5E d i t o r aR u b i oL t d a . S c h i e f e r d e c k e r e t . a l . V i t a mi n a s , Mi n e r a i seE l e t r ó l i t o s : As p e c t o sF i s i o l ó g i c o s , Nu t r i c i o n a i seDi e t é t i c o s . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .
4 Vitaminas, Minerais e Eletrólitos: Aspectos Fisiológicos, Nutricionais e Dietéticos
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