Procedimentos Ecoguiados em Cirurgia Vascular
Absolutas: alergia conhecida ao esclerosante, trombose venosa profunda (TVP) aguda ou embolia pulmonar aguda, infecção do sítio de escleroterapia ou infecção sistêmica, confinamento no leito ou imobilização prolongada e forame oval patente sintomático. Relativas: gestação, amamentação (sugere-se a suspensão por dois a três dias), condição de saúde global prejudicada, histórico alérgico prévio exuberante, estados de hipercoagulabilidade (como trombofilias ou doença oncológica ativa), tromboflebite superficial e distúrbios neurológicos consequentes à escleroterapia prévia. Pacientes em vigência de tratamento anticoagulante não apresentam contraindicação para o tratamento escleroterápico.35-37
Tabela 4.2 Frequência dos efeitos colaterais Tipo do evento adverso
EGU
Complicações graves Anafilaxia
Casos isolados
Necrose tecidual extensa
Casos isolados
AVC e/ou AIT
Casos isolados
TVP distal (veias musculares comumente)
Incomum
TVP proximal
Muito raro
Embolia pulmonar
Casos isolados
Lesão de nervo motor
Casos isolados
Complicações benignas
COMPLICAÇÕES E RISCOS Quando realizada adequadamente, a escleroterapia é um procedimento seguro e com baixas taxas de complicações.38 As principais complicações descritas, bem como suas respectivas incidências, podem ser vistas nas Tabelas 4.1 e 4.2.
ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES As complicações decorrentes da EGU podem ser minimizadas respeitando-se as limitações do método e não negligenciando nenhuma das etapas que envolvem o procedimento. Tanto a necrose tecidual extensa, decorrente da injeção extravasal do esclerosante, quanto a injeção de espuma intra-arterial inadvertida podem ser evitadas com a utilização apropriada do ultrassom, mapeando adequadamente tanto veias quanto artérias da região a ser tratada e verificando o posicionamento luminal da veia ou do cateter antes da injeção de espuma (grau de recomendação 1C).1 Também tem grau de recomendação 1C a orientação de evitar a injeção de grandes volumes de espuma e de proceder à injeção sem impor pressão ao êmbolo da seringa, com o intuito de impedir necrose cutânea e embolia cutânea medicamentosa.1 Manter o paciente deitado em decúbito por um período mais longo, conforme descrito na Figura 4.1, evitar movimentos bruscos ou manobra de Valsalva após a injeção, assim como respeitar o volume adequado a cada sessão, são medidas que minimizam os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e ataque isquêmico transitório (AIT), bem como distúrbios visuais, cefaleia e migrânea durante o procedimento (recomendação 2C).1
Tabela 4.1 Definição para as incidências dos efeitos colaterais Designação
Incidência
Muito comum
>10%
Comum
≥1% a ≤10%
Incomum
≥0,1% a <1%
Raro
≥0,01% a <0,1%
Muito raro e casos isolados
<0,01%
Fonte: adaptada de Guex, 2010.39
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Distúrbios visuais
Incomum
Lesão de nervo sensitivo
Raro
Enxaqueca e/ou migrânea
Incomum
Opressão retroesternal
Muito raro
Tosse seca
Muito raro
Tromboflebite superficial
Incerto
Reação cutânea (alergia local)
Muito raro
Matting
Comum
Pigmentação residual
Comum
Mínima necrose cutânea
Muito raro
Embolia cutânea medicamentosa
Muito raro
AVC: acidente vascular cerebral; AIT: ataque isquêmico transitório; TVP: trombose venosa profunda. Fonte: adaptada de Guex, 2010.39
Figura 4.1 Paciente mantida deitada em decúbito por um período mais longo, evitando movimentos bruscos ou manobra de Valsalva
Para os pacientes com histórico de TVP espontânea ou antecedente conhecido de trombofilia, orienta-se quimioprofilaxia associada à profilaxia mecânica por meio de meias compressivas e deambulação constante para prevencão de TVP e/ou embolia pulmonar (EP) (recomendação 1C).1 A prevenção da pigmentação da região tratada, exemplificada na Figura 4.2, é feita por meio da drenagem dos coágulos superficiais (recomendação 1C) (Figura 4.3A e B),1
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