Nutrição e Hepatologia: Abordagem Terapêutica Clínica e Cirúrgica – Rosângela de Jesus et. al.

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fluxo vascular ocorre a drenagem biliar. Um sistema de capilares biliares (os canalículos biliares), na intimidade da estrutura hepática, progressivamente coalesce para formar os ductos biliares intra-hepáticos direito e esquerdo, que convergem para a formação do ducto hepático comum no hilo hepático, que se encontra com o ducto cístico proveniente da vesícula biliar; juntos, ducto hepático comum e ducto cístico formam o colédoco, que drena na luz do duodeno. A drenagem linfática no fígado segue duas vias principais:

O modelo mais difundido de unidade morfofuncional hepática foi idealizado por Kiernan em 1833. Trata-se do lóbulo hexagonal, idealizado a partir da observação de fígado de suínos e também reconhecido em marsupiais, camelos e ursos-polares. Nesses animais, seis espaços porta estão dispostos nos ápices de um hexágono, tendo no centro uma veia, tributária da veia hepática, referida como veia centrolobular (Figura 1.1). Os espaços são estruturas triangulares ou ovais, com escassa matriz conjuntiva, contendo os elementos da tríade portal: ramos da veia porta, ramos da artéria hepática e ductos biliares (Figura 1.2).

 Linfáticos localizados nos espaços porta convergem para

formar vasos maiores que drenam no hilo hepático em linfonodos do trono celíaco.

Deve-se adicionar um quarto elemento nos espaços porta um pouco mais calibrosos, o vaso linfático. No entanto, nem todos os espaços porta apresentam todos os elementos da tría­de: cerca de 30% deles não mostram o ramo da veia porta. Por outro lado, em alguns os elementos da tríade estão repetidos; assim, pode ser visto mais de um ramo da artéria ou do ducto biliar. Os espaços porta são circundados por células hepáticas, formando a placa limitante. A partir dessa região, as células hepáticas formam traves que convergem na direção da veia central (Figura 1.3).

 As outras vias importantes de drenagem se fazem por meio

do ligamento falciforme e de vasos epigástricos superiores para linfonodos paraesternais.

Microanatomia hepática A despeito de muitos modelos propostos para a definição de uma unidade morfofuncional hepática, nenhum deles responde de modo satisfatório à complexidade funcional do fígado e à forma como este órgão responde às agressões. É provável que, a depender do enfoque dado à diversidade de funções hepáticas, diferentes modelos respondam a essas diferentes abordagens.1,2

As traves hepáticas, no adulto, têm uma célula de espessura. Entre as traves hepáticas estão os vasos sinusoides hepáticos (Figura 1.4).

Espaço porta

Veia hepática terminal 3 2 1 1

2 3

3’ 2’ 1’

Figura 1.1 Modelos de unidade morfofuncional hepática. Lóbulo hexagonal de Kiernan e ácino de Rappaport. Na concepção do ácino de Rappaport um ramo terminal da veia porta, acompanhado do ramo arterial e do ducto biliar correspondente, ao longo de um dos lados do hexágono, irriga um segmento de parênquima hepático que drena para duas veias hepáticas terminais. Essa porção, em forma de bago de uva, é um ácino simples de Rappaport. De cada espaço porta do hexágono do lóbulo de Kiernan se formam três ácinos de Rappaport, constituindo o ácino complexo de Rappaport. Os números 1,2 e 3 correspondem às três zonas do ácino simples de Rappaport (zona 1, mas próxima do ramo terminal da veia porta, a zona 2 corresponde a região referida como médio zonal e a zona 3 equivale a área mais distante do ramo porta terminal e mais próxima da veia tributária)

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C o p y r i g h t ©2 0 1 4E d i t o r aR u b i oL t d a . J e s u se t . a l . Nu t r i ç ã oeHe p a t o l o g i a : Ab o r d a g e mT e r a p ê u t i c aC l í n i c aeC i r ú r g i c a . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .

Nutrição e Hepatologia: Abordagem Terapêutica Clínica e Cirúrgica

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