Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia

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Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia Copyright © 2012 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-64956-06-3 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em partes, sem a autorização por escrito da Editora.

Produção Equipe Rubio Capa Bruno Pimentel Francisco Editoração Eletrônica Elza Maria da Silveira Ramos Fotos Stock.XCHNG Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Memória na prática da terapia ocupacional e da fonoaudiologia / Andréa Fabíola Tinoco Carvalho, Elaine Rosa da Silva Peixoto. -- Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.   Bibliografia   ISBN 978-85-64956-06-3   1. Fonoaudiologia 2. Memória 3. Terapia ocupacional 4. Terapia ocupacional Estudos de casos I. Carvalho, Andréa Fabíola Tinoco. II. Peixoto, Elaine Rosa da Silva. 11-12012

CDD-615.8515 NLM-WB 555

Índices para catálogo sistemático: 1. Terapia ocupacional : Fonoaudiologia : Ciências médicas  615.8515

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55(21) 2262-3779 • 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Organizadoras

ANDRÉA FABÍOLA TINOCO CARVALHO Terapeuta Ocupacional. Especialista em Saúde Mental pelo Instituto Franco Basaglia/Instituto Philippe Pinel, RJ. Formada em Geriatria e Gerontologia Interdisciplinar pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Fundação Geraldo Venâncio, RJ. Graduada em Terapia Ocupacional pela Escola de Ensino Superior Helena Antipoff, RJ. Terapeuta Ocupacional da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes e de Rio das Ostras, RJ. Atualização em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pelo Programa de Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Especialização em Terapia Ocupacional Pediátrica a Distância pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), em curso.

ELAINE ROSA DA SILVA PEIXOTO Fonoaudióloga. Especialista em Neurofisiologia pelo Instituto de Medicina de Reabilitação, RJ. Formada em Geriatria e Gerontologia Interdisciplinar pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Fundação Geraldo Venâncio, RJ. Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes e de Macaé, RJ. Atualização em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pelo Programa de Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

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Colaboradora

ANDRÉA TOLEDO FARNETTANE Musicoterapeuta. Especialista em Psicossomática pela Universidade Gama Filho (UGF) e em Saúde Mental pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ. Coordenadora Técnica e Musicoterapeuta do CAPS III João Ferreira Filho (Complexo do Alemão), RJ. Graduada pelo Conservatório Brasileiro de Música – Centro Universitário (CBM-CeU), RJ. Musicoterapeuta da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, RJ. Musicoterapeuta da Unidade de Cuidados Paliativos (UNIC) – Atendimento Domiciliar a Pessoas com Câncer.

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Dedicatória

Aos profissionais que tiveram a coragem de se lançar no tratamento da memória.

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Agradecimentos

Aos pacientes, que sempre foram inspiração para nossos estudos e amadurecimento profissionais. Aos nossos familiares, pais, maridos e filhos, que sempre acreditaram e confiaram em nós.

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Prefácio

É com enorme prazer que venho apresentar o livro Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia, elaborado por profissionais competentes, hábeis, criteriosas e, sobretudo, conhecedoras do tema abordado. Preparar a apresentação deste livro foi emocionante pelo fato de me recordar do processo de criação do Grupo de Memória, proposto pelas autoras logo que o Serviço de Reabilitação do Hospital Geral de Guarus (HGG) foi implantado em 2002. Hoje, esse trabalho está solidificado e colhe frutos, pois reflete a enorme satisfação dos usuários acompanhados e a extensa experiência que os profissionais envolvidos vêm adquirindo ao trabalhar de forma multi- e interdisciplinar. De maneira clara e objetiva, o livro aborda conceitos, históricos de estudos realizados sobre o tema, mecanismos bioquímicos reguladores, classificações, aspectos socioculturais e suas relações na construção da memória. Além disso, merecem destaques os capítulos sobre a perda da memória e seus fatores e a avaliação dos aspectos cognitivos (atenção, memória e praxias), por nortear adequadamente o profissional na conclusão diagnóstica, no prognóstico, além de auxiliar na escolha da melhor abordagem terapêutica. A apresentação da experiência do Serviço de Reabilitação do HGG é de grande valia, uma vez que demonstra uma possível e enriquecedora prática multi- e interdisciplinar, viabilizando o conhecimento sobre o tema aos profissionais de diferentes áreas e servindo de modelo a ser seguido e desenvolvido em outras unidades de saúde, públicas ou privadas, de diferentes níveis de complexidade. Desejo que este livro seja, para todos os leitores, uma fonte de aprendizagem, assim como, inspiração para novas propostas de trabalho e buscas científicas. Dra. Maura Nogueira Cobra Fisioterapeuta Pós-Graduada em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória, Mestre em Saúde da Família, concursada da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, atuando no Hospital Ferreira Machado e Coordenadora do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Estácio de Sá, em Campos dos Goytacazes, RJ. Foi Coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Geral de Guarus (2009-10).

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Apresentação

A proposta do livro Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia é apresentar o trabalho que é realizado desde setembro de 2002 no Hospital Geral de Guarus com grupos de estimulação de memória. Para enriquecer o trabalho, será apresentado um breve histórico dos conceitos de memória sob a luz de vários autores como Ivan Izquierdo, Xavier, Vigotsky, Kandel, Cardoso, entre outros. Serão abordados ainda os aspectos neurobiológicos e as patologias associadas à perda de memória. Dessa forma, sem grandes pretensões, será oferecida uma visão geral dos principais aspectos relacionados à memória. Outro fator que enriquece o livro é a apresentação dos protocolos de intervenção e avaliação utilizados pelas profissionais e dos materiais produzidos para intervenção de Terapia Ocupacional e de Fonoaudiologia a clientes com déficit de memória, como também a visão interdisciplinar proposta pela musicoterapia. Por fim, serão apresentadas as dinâmicas realizadas com a finalidade de prevenir déficits e estimular a memória. Este livro reflete uma possibilidade de atuação interdisciplinar na área da saúde e não pretende estabelecer conceitos nem formas “fechadas” de tratamento. Pelo contrário, aponta possibilidades diante de uma clientela com muitas limitações, mas que se beneficia de um tratamento dinâmico e criativo. As Organizadoras

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Sumário

1

Memória: conceitos, mecanismos e classificações ......................................... 1

2

Aspectos socioculturais relacionados à memória ......................................... 13

3

Perdas de memória ...................................................................................... 17

4

Avaliação dos aspectos cognitivos: atenção, memória e praxias .................. 25

5

Musicoterapia e o trabalho interdisciplinar .................................................. 37

6

Aplicações e vivências .................................................................................. 49 Considerações finais .................................................................................. 109 Referências................................................................................................. 111 Índice Remissivo......................................................................................... 115

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Memória: conceitos, mecanismos e classificações

A memória é uma das principais funções cognitivas do homem. É a habilidade que possuímos de armazenar informações e conhecimentos sobre o mundo e sobre nós mesmos. Segundo Yassuda (2002), a memória é fundamental tanto para o desenvolvimento da linguagem quanto para o processo de reconhecimento de pessoas e de objetos no dia a dia, para termos a consciência de quem somos e da continuidade de nossas vidas. Sem a memória, seria como se começássemos uma vida nova a cada momento, sem podermos nos valer do nosso aprendizado anterior. Outros autores abordam diferentes conceitos de memória, como Izquierdo (2002) que a define como: “Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem: só se ‘grava’ aquilo que foi aprendido. A evocação é também chamada de recordação, lembrança, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido.” Grieve (2005) ratifica: “A memória é a nossa capacidade de guardar coisas na mente e recuperá-las em algum momento futuro.” Para a autora, ela constitui-se de um sistema dinâmico criado e modificado ao longo do tempo, descartando a possibilidade de que seu acesso esteja disponível em um único ponto do cérebro. Estudos de correlatos anatomofuncionais que envolvem processos de memória vêm se beneficiando do conceito de modularidade das funções de memória, isto é, compreende um conjunto de habilidades mediadas por diferentes módulos do sistema nervoso que funcionam de modo independente, porém cooperativo (Xavier, 1996). A memória é um processo de retenção de informações no qual as experiências são arquivadas e recuperadas quando requisitadas, ou seja, uma função cerebral superior relacionada ao processo de informações obtidas em experiências vividas.

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Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia

A memória humana é parecida com a dos animais mamíferos no que se refere a seus mecanismos essenciais, às áreas nervosas envolvidas e a seu mecanismo molecular de operação, mas não no que se refere a seu conteúdo. Os seres humanos utilizam a linguagem para adquirir, codificar, guardar ou evocar memórias; as demais espécies animais, não. Todavia, com exceção das áreas de linguagem, usamos as mesmas regiões do cérebro e mecanismos moleculares semelhantes para evocar memórias totalmente diferentes (Izquierdo, 2002). Os seres humanos armazenam conteúdos diferentes dos animais. Por exemplo, podemos “guardar” poemas, letras de músicas, conteúdos relacionados às mais variadas áreas acadêmicas etc., enquanto os outros animais não o fazem. A complexidade da memória humana é bem maior do que a de qualquer outro animal. Além disso, como está sujeita à interferência de várias funções mentais, a memória humana torna-se variável no mesmo indivíduo, dependendo do tipo de informação, da relevância dessa informação e do contexto. Também é variável quando comparamos indivíduos entre si, ou seja, são as memórias pessoais de cada um que constroem a nossa personalidade, o nosso modo único de ser e de agir no mundo. Essa faculdade mental forma a base do conhecimento e está relacionada com a orientação do indivíduo no tempo e no espaço e, ainda, com suas habilidades intelectuais e mecânicas. A memória é uma função seletiva, cujo determinante é o grau de interesse do indivíduo sobre aquele dado naquele momento. A atenção é, portanto, fundamental para a atividade da memória. Dessa maneira, a aprendizagem e a memória são os alicerces de todo conhecimento, das habilidades e do planejamento, permitindo aos seres humanos considerar o passado, situar-se no presente e prever o futuro.

X Bases bioquímicas da memória Há evidências de que a memória é formada por mais de um mecanismo bioquímico, dependendo do seu tipo. Também existem evidências de que os mecanismos pelos quais se forma a memória de um fato (aprendizado) são diferentes dos mecanismos relativos à evocação (recordação). Acreditava-se que o traço de memória poderia estar armazenado no código genético de moléculas de RNA e de DNA ou em proteínas. Desse modo, para cada memória nova que se formasse ocorreria a síntese de um novo código genético, ou seja, uma nova molécula seria criada em correspondência a essa memória. Essa hipótese deu origem a um experimento, no final da década de 1970, em que era ensinada a uma planária uma determinada tarefa. Em etapa posterior, essa planária era sacrificada e dada como alimento à outra planária que, surpreendentemente, con-

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Memória: conceitos, mecanismos e classificações

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seguia cumprir a tarefa com desempenho semelhante ao da anterior (seu alimento). Esses dados nunca foram replicados, pois, se para cada experiência nova houvesse a síntese de uma proteína específica, como seria o processo de armazenamento e codificação de tamanha quantidade de proteínas? Além disso, em quais organelas elas deveriam ser armazenadas? Um sistema em que cada proteína codificasse uma memória caiu em descrédito por não parecer viável em termos biológicos. A memória depende, de fato, de síntese protéica, e isso foi demonstrado em experiências com ratos, camundongos e moluscos. Quando um inibidor do processo de síntese proteica (anisomicina) é injetado nesses animais, o aprendizado e a formação de memória são prejudicados. No entanto, isso não significa que a memória de longa duração seja codificada em proteínas, mas que a formação da memória depende de eventos relacionados à síntese proteica, em particular de proteínas específicas chamadas de “proteínas de adesão celular”, necessárias à memória de longa duração. Já a memória de curta duração não depende da síntese dessas proteínas. O glutamato, presente nas estruturas cerebrais, é um neurotransmissor liberado por neurônios e é importante para a formação da memória. Ele é liberado e se liga a receptores específicos que podem ser ionotrópicos (AMPA, NMDA e cainato) que controlam diretamente um canal iônico permitindo a entrada de sódio (Na+) e potássio (K+). Esses receptores agem em ações sinápticas excitatórias ou inibitórias, comuns, rápidas, com duração de poucos milissegundos, e que são críticas para a mediação do comportamento. Os receptores do glutamato também podem ser metabotrópicos, que são receptores que não têm canais iônicos. São denominados metabotrópicos porque acionam alterações no metabolismo da célula pós-sináptica, mexem na sua maquinaria bioquímica interna. Também podem desencadear ações inibitórias e excitatórias. Quando um neurotransmissor se liga a um receptor metabotrópico, é ativada uma enzima dentro da célula que altera a concentração de uma pequena molécula sinalizadora intracelular chamada de segundo mensageiro ou mensageiro intracelular. Na ligação dos receptores com o glutamato, há alterações no neurônio-alvo que acabam por ativar: ■■Enzimas proteinocinase A, proteinocinase C e proteinocinase ativada por magemitógeno (MAPK, do inglês mitogen-activated protein kinase): A MAPK é uma subfamília de proteínas-cinase específica de serina/treonina que responde a estímulos extracelulares e regula várias atividades celulares, como a expressão gênica, a mitose, a diferenciação, a sobrevivência celular e a apoptose (morte celular). ■■CREB-1 (CREB, do inglês cAMP response element-binding): a proteína reguladora da expressão gênica, sintetiza fatores neurotróficos, como o fator neu-

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rotrófico derivado do cérebro envolvido no desenvolvimento e na regeneração de neurônios, plasticidade sináptica e neurogênese, além de abrir os canais iônicos. A CREB-1 é a proteína ligante do elemento de resposta ao AMPc-1. A forma fosforilada da CREB-1 atua ligando-se ao elemento de resposta ao AMPc no ADN, que ativa a transcrição dos genes necessários para a formação da memória de longa duração. Quando essas proteínas acima são ativadas, são ativados também mecanismos intracelulares que resultarão na síntese proteica e no aumento da efetividade da transmissão de informações entre os diversos neurônios, resultando na neuroplasticidade ou plasticidade neuronal. Os processos descritos estão sujeitos à modulação e à interferência, inclusive por outros neurotransmissores diferentes do glutamato, tais como a dopamina, a noradrenalina, a serotonina, a acetilcolina, o ácido gama-aminobutírico (GABA, do inglês gamma-aminobutyric acid) e as poliaminas, os quais são liberados por neurônios presentes no hipocampo ou em estruturas adjacentes, como a tonsila. Esses tipos de modulação permitem que o processo de formação de memória seja muito variável. O significado biológico proporcionaria maior facilidade ou dificuldade para formar memórias de dados ou eventos. Eventos e fatos com pouca relevância são fadados ao esquecimento. Deve ser considerado também o fato de que a evocação da memória não é tão somente a “reativação” do traço de memória. Quando evocamos uma memória, é frequente que só parte dela seja restituída; caso contrário, poderíamos confundir pensamentos e associações ligados de modo direto à memória evocada. Assim, o processo de evocação da memória implica também uma “reconsolidação” da memória prévia, uma vez que a informação armazenada é modificada durante sua evocação. Isso avança um pouco no conceito de memória porque faz com que o traço de memória seja suscetível a alterações. Dessa forma, a memória é tão dinâmica quanto a plasticidade neural que está associada a ela e esta plasticidade neural parece ser o mecanismo pelo qual os indivíduos aprendem e lembram.

X Armazenamento da memória de longa duração Em 1973, os neurocientistas Tim Bliss e Terje Lömo fizeram uma notável descoberta enquanto trabalhavam no laboratório do respeitado pesquisador Per Andersen na Universidade de Oslo, na Noruega. A partir de observações da neurocientista canadense Brenda Milner, que apontou o papel do hipocampo e do lobo temporal medial no armazenamento da memória, os pesquisadores tentaram verificar se as

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Avaliação dos aspectos cognitivos: atenção, memória e praxias

A proposta deste capítulo é apresentar e afirmar a importância do uso de protocolos e baterias de testes na avaliação de pacientes com déficits cognitivos, além de valorizar, fundamentar, direcionar e enriquecer o trabalho da estimulação da memória e dos demais aspectos cognitivos. Usar um instrumento de avaliação validado é imprescindível tanto na clínica quanto na pesquisa, uma vez que direciona o tratamento e evidencia as alterações apresentadas pelo paciente. Esse instrumento é utilizado como parâmetro de comparação ao longo do tempo, identificando a eficácia do tratamento. Além disso, é importante que ele seja reconhecido e traduzido na língua do país. Desse modo, apresentaremos dois testes muito comuns no Brasil: o Miniexame do Estado Mental (MEEM) e o consórcio para estabelecer um registro para doença de Alzheimer (Cerad, do inglês Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s). Adotamos esses testes em nossa prática clínica e, mesmo que indicados para idosos, podem ser utilizados por adultos que apresentem indicação para realizá-los, ou seja, apresentem queixas ou diagnósticos de déficits cognitivos. O profissional que planeja a sua avaliação/anamnese com uso de testes padronizados, como os que são sugeridos neste capítulo, tem mais condições de avaliar e reavaliar seus clientes, com maior respaldo técnico não apenas no que concerne ao desempenho, mas também na evolução de seu trabalho clínico.

 MINIeXaMe dO eSTadO MeNTaL Segundo Almeida (1998), a memória pode ser avaliada com o MEEM, pois é a escala de avaliação cognitiva mais utilizada para essa finalidade (Tabela 4.1). Apesar disso, o MEEM ainda não foi validado de forma adequada para o diagnóstico de demência no Brasil.

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Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia

Tabela 4.1    Pontuação para o Miniexame do Estado Mental (MEEM) Teste

Pontuação

Orientação

10 pontos

Temporal: ano, semestre, mês, data e dia

5 pontos (1 ponto para cada resposta correta)

Espacial: estado, cidade, bairro, hospital e andar

5 pontos (1 ponto para cada resposta correta)

Memória imediata

3 pontos

Nomear três objetos: vaso, carro e tijolo (1 segundo de intervalo para cada nome)

1 ponto para cada palavra correta

Atenção e cálculo

5 pontos

“Sete seriado” (100-7; 93-7; 86-7; 79; 79-7; 72-7) ou Soletrar a palavra “mundo” de trás para a frente

1 ponto para cada resposta correta, correspondendo a um total de cinco pontos ou 1 ponto para cada resposta correta correspondendo a 5 pontos

Memória de evocação

3 pontos

Perguntar pelos três objetos nomeados anteriormente (vaso, carro e tijolo)

3 pontos (1 ponto para cada resposta correta)

Linguagem

9 pontos no total

Mostrar um relógio e uma caneta

2 pontos (1 ponto para cada resposta correta)

Repetir a frase: “Nem aqui, nem ali, nem lá”

1 ponto

Comando: “pegue o papel com a mão direita, dobre ao meio e coloque no chão”

3 pontos (1 ponto para cada comando feito de maneira correta)

Ler e obedecer: feche os olhos

1 ponto

Escrever uma frase

1 ponto

Copiar um desenho (Figura 4.1)

1 ponto

Total

30

O MEEM foi descrito por Folstein e cols. (1975), traduzido e adaptado para a língua portuguesa por Bertolucci e cols. (1994). É provável que seja o mais breve teste usado em Gerontologia que serve para rastreamento inicial do estado mental. Embora planejado para uso em ambiente clínico, o MEEM também tem sido muito empregado em estudos epidemiológicos. Assim, existem informações

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Avaliação dos aspectos cognitivos: atenção, memória e praxias

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consideráveis a respeito dos escores responsáveis por predizer a disfunção cognitiva. O exame envolve duas categorias de respostas: verbais e não verbais. Os subtestes verbais medem, em particular, a orientação espaço-temporal, a memória imediata, a evocação e a memória de procedimentos, a atenção e a linguagem. Os subtestes não verbais medem a coordenação perceptivo-motora e a compreensão de instruções.

Orientações Perguntas iniciais ■■Temporal: qual é o ano, semestre, mês, data e dia? ■■Espacial: onde estamos – estado, cidade, bairro, hospital e andar? Instrução: pedir ao paciente que diga o ano, o semestre, o mês, a data, o dia do mês e no qual nos encontramos. Não dar dicas. Observação: não há necessidade de confirmar ao paciente se está correto ou não, apenas passe para o próximo item.

Memória imediata ■■Dizer três objetos: vaso, carro e tijolo (um segundo de intervalo para cada nome). ■■Pedir para prestar atenção, pois terá que repetir mais tarde. Pergunte pelas três palavras após tê-las nomeado. ■■Repetir até que fale corretamente e anotar o número de vezes. Instrução: dizer as três palavras com pausa e boa dicção. Essas palavras devem ser sempre as mesmas. O cliente deve repetir após você. Registrar o número de palavras evocadas. Quando o paciente não falar as três palavras, deve-se repetir pedindo que o cliente preste bem atenção e repita. Não se registra o escore dessa vez (o escore do item é o da 1a evocação). Observação: quando o paciente não falar as três palavras nessa 2a tentativa, devese repetir as três palavras para que ele as fale de novo. Fazer isso até cinco vezes e registrar o número de repetições (é preciso ter certeza de que o paciente adquiriu as três palavras para a evocação posterior).

Atenção e cálculo Subtrair: 100-7 (5 tentativas: 93 – 86 – 79 – 72 – 65)

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Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia

Instrução: no alternativo não se deve utilizar o original “soletrar a palavra ‘mundo’ de trás para a frente”. Observação: o avaliador pode perguntar ao paciente o que ele prefere, fazer os cálculos ou a soletração. Caso ele escolha as duas possibilidades, o avaliador pode considerar o que tiver melhor resultado.

Memória de evocação Perguntar pelos três objetos nomeados anteriormente (vaso, carro e tijolo).

Linguagem ■■Perguntar o nome dos objetos: relógio e caneta, apresentando-os ao cliente. ■■Pedir ao cliente para repetir a frase: “Nem aqui, nem ali, nem lá”. Falar com clareza e de preferência uma vez só. ■■Pedir ao cliente para seguir o comando com três estágios: 1. Pegar o papel com a mão direita. 2. Dobrá-lo ao meio. 3. Colocá-lo no chão. ■■Pedir ao cliente que leia para si e execute a ação do cartão “FECHE OS OLHOS” (escrever em um papel com letras de forma e em tamanho grande para facilitar visualização dos pacientes que porventura tenham problemas visuais). ■■Pedir ao cliente que escreva uma frase com início, meio e fim. (Não se pontua se o cliente escrever seu nome completo ou mesmo uma única palavra.) ■■Solicitar que o paciente faça a cópia do desenho apresentado (Figura 4.1).

Figura 4.1    Exemplo de desenho a ser copiado

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Avaliação dos aspectos cognitivos: atenção, memória e praxias

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Pontuação O MEEM é composto de 30 questões categóricas (Tabela 4.1) e a pontuação é feita do seguinte modo: ■■30 a 20 pontos: as funções cognitivas estão preservadas. ■■26 a 24 pontos: alteração não sugestiva de déficit. ■■23 pontos ou menos: sugestivo de déficit cognitivo (para indivíduos com mais de oito anos de escolaridade). ■■14 pontos ou menos: sugestivo de déficit cognitivo (para iletrados). Os escores acima de 26 pontos são considerados ótimos e refletem um funcionamento cognitivo normal. Pacientes com prejuízos cognitivos moderados são refletidos pelo escore de 11 a 20 e prejuízos graves, por 10 ou menos. O escore 23 em geral é indicativo de disfunção cognitiva. No entanto, a aplicação dessa nota de corte deve ser modificada pelo nível de escolaridade do paciente, para as pessoas com mais de oito anos de escolaridade o escore mínimo é de 23, já que alguns itens do teste exigem escolaridade mínima. Exemplo disso é a tarefa da série numérica que contribui de maneira significativa para a pontuação final, pois é difícil para os pacientes com limitação educacional. Já os que têm um nível educacional mais alto podem apresentar considerável declínio cognitivo diante de um escore de 23 pontos, ao passo que o mesmo escore para um paciente com limitações educacionais pode ser indício de normalidade. Pessoas analfabetas, por exemplo, devem ter escore de 14, no mínimo, para que não seja evidenciado declínio cognitivo ou mesmo demência.

X Cerad Estes testes do Cerad (Morris e cols., 1989), padronização para a língua portuguesa por Bertolucci e cols. (1998), são uma bateria de avaliações sucintas elaboradas para captar dados demográficos, clínicos, neurológicos e neuropsicológicos em indivíduos com distúrbios cognitivos, a fim de estabelecer um diagnóstico clínico de demências. Os testes incluem o teste de fluência verbal (Isaacs & Kennie, 1973), o teste de nomeação de Boston, versão abreviada (Kaplan & Goodglass, 1983) – ambos com o objetivo de acessar a capacidade de linguagem; o teste de evocação da lista de palavras; e o teste de reconhecimento da lista de palavras; além do teste de praxia construtiva (Rosen, 1984), que avalia a habilidade de copiar figuras geométricas simples, incluindo funções como percepção visual e execução motora; e o teste de evocação de praxias.

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Memória na Prática da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia

Avaliação – Cerad Data da avaliação: ____/____/____ Prontuário: _______________________________________ Nome: ______________________________________________________________________________ Sexo: ________ End.: _________________________________________________________________ Tel.: ________________________ Médico: _____________________ Diagnóstico Clínico: ________________________________________________________________

Fluência Verbal Categoria Animais Palavras: ____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Total: ________

Categoria Frutas Palavras: ____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Total: ________

Teste de nomeação de Boston (versão abreviada) Árvore (  )

Canoa (  )

Gaita (  )

Cama (  )

Escova de dentes (  )

Pegador de gelo (  )

Apito (  )

Vulcão (  )

Rede (  )

Flor (  )

Máscara (  )

Funil (  )

Casa (  )

Camelo (  )

Dominó (  )

Miniexame do Estado Mental (MEEM): ______ Obs.: ________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________

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Aplicações e vivências

Por ser a base da aprendizagem, considera-se a memória uma faculdade cognitiva extremamente importante. Assim, ela envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências. Segundo Izquierdo (2002) expressa, “a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos”. Pelo fato de a memória ser uma capacidade tão importante para o ser humano, sua perda ou seu déficit é tão catastrófico e impactante. Com o objetivo de estimular a memória e as outras funções cognitivas e também de reviver histórias e desenvolver aptidões, foram criadas várias dinâmicas. Dessa forma eram estimuladas tanto áreas cerebrais relacionadas às funções cognitivas, linguísticas, gnósicas e práxicas como também era destacado o papel social da memória, já que eram incentivadas as lembranças de eventos passados e os comentários de experiências já vividas. Esse trabalho foi desenvolvido no setor de reabilitação do Hospital Geral de Guarus (HGG) em Campos dos Goytacazes (RJ) e foi coordenado pela fonoaudióloga Elaine Rosa da Silva Peixoto e pela terapeuta ocupacional Andréa Fabíola Costa Tinoco Carvalho. O trabalho foi realizado de setembro de 2002 até 2009, com encontros de 1 hora de duração por semana em parceria com os setores do Serviço Social e da Fisioterapia. Os pacientes atendidos apresentavam alterações de ordem neurológica, tais como acidente vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico e doença de Parkinson. Um paciente só poderia participar de um dos grupos se tivesse indicação, ou seja, se apresentasse algum déficit de memória. Ele deveria ser encaminhado por

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algum profissional (fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, assistente social, médico, entre outros) para que as terapeutas que coordenavam os grupos realizassem avaliações pertinentes – como o Miniexame do Estado Mental (MEEM) e o consórcio para estabelecer um registro para doença de Alzheimer (Cerad, do inglês Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s) – e verificassem se o paciente se enquadraria no perfil dos grupos. A metodologia utilizada é a dinâmica em grupo. As atividades eram explicadas e exemplificadas; quando havia dificuldades por parte dos clientes, eram oferecidas dicas bastante variadas, partindo da experiência de vida de cada participante, para facilitar a compreensão das atividades propostas. Os objetivos principais focados pelas terapeutas foram: ■■Minimizar a perda da memória. ■■Estimular aspectos relacionados à atenção, percepção e memória. ■■Favorecer a melhora da qualidade de vida. ■■Facilitar a integração dos membros do grupo para trocas, proporcionando um ambiente socializante. ■■Trabalhar a memória corporal. ■■Realizar orientações aos familiares e aos próprios pacientes, sempre que necessário. Algumas atividades realizadas foram: ■■Adivinhações. ■■Provérbios. ■■Atividades com cálculos. ■■Sequência lógica. ■■Atividades com rimas. ■■Atividades com estímulo auditivo associado a movimentos corporais. ■■Categorização. ■■Atividades com músicas, bolas ou caixas. ■■Atividade de estereognosia, entre outras. Os resultados foram favoráveis, com evolução dos pacientes nos aspectos relacionados à atenção, percepção e memória, podendo ser observados também uma melhor compreensão das atividades propostas; respostas mais rápidas às solicitações das terapeutas e melhor performance nas atividades. Além disso, pôde-se observar também: melhora da autoestima; maior interesse nas atividades individuais; cuidado e apreciação com os demais membros do grupo.

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Aplicações e vivências

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De acordo com a experiência de vários estudiosos e pesquisadores, o que mais estimula a memória é seu uso contínuo, ou seja, para que a capacidade de memorizar se mantenha ao longo da vida é necessário exercitá-la. A partir desse pressuposto, acreditamos que as atividades de estimulação cognitiva previnem déficits futuros e auxiliam os pacientes que já apresentam alterações significativas. Dessa forma apresentaremos as atividades/dinâmicas que foram elaboradas para efetivar este trabalho.

X Atividade 1: sequência Material: cartões com sequências de figuras com cores diferentes e cadeiras em círculo (Figura 6.1). Dinâmica da atividade: cada participante receberá um cartão e deverá monitorar a sequência que é apresentada. Objetivos: percepção auditiva, reconhecimento de figuras e cores, memorização, coordenação motora, atenção, concentração e lateralidade.

X Atividade 2: o que há de diferente? Material: cartões duplos com figuras iguais e uma figura diferente em um dos cartões e cadeiras em círculo (Figura 6.2). Dinâmica da atividade: o participante receberá o par de cartões e terá três minutos para observá-los; em seguida, deverá dizer o que viu de diferente. Objetivos: percepção visual de semelhanças e diferenças, noção de figurafundo, constância de percepção e coordenação motora.

X Atividade 3: o que não combina? Material: cartões com várias figuras da mesma categoria e uma das figuras de categoria diferente e cadeiras em círculo (Figura 6.3). Dinâmica da atividade: cada participante receberá um cartão e deverá identificar qual dos quatro objetos apresentados não tem ligação entre si ou por que três deles estão inter-relacionados e um não. Objetivos: percepção de figura-fundo, atenção, concentração, reconhecimento de figuras, verbalização e categorização.

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Figura 6.1    Exemplos de conteúdo dos cartões

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Aplicações e vivências

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Figura 6.2    Exemplos de conteúdo dos cartões

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Figura 6.3    Exemplos de conteúdo dos cartões

X Atividade 4: quem são esses artistas? Material: cartões com fotos de pessoas famosas com uma ou mais partes do corpo não aparentes e cadeiras em círculo. Dinâmica da atividade: todos os participantes receberão um cartão e terão que dizer o nome do artista ou se lembram de algum trabalho recente que esse artista realizou.

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Índice Remissivo

A Abuso sexual, história de, 39 Acetilcolina, 4, 10 Acidente vascular cerebral, 39 Ácido gama-aminobutírico (v. GABA) Adesão celular, proteínas de, 3 Adrenalina, 7 Afasia, 43 - de Broca, 43 - de Wernicke, 43 - musicoterapia e o grupo de, 42 AIDS, 38 Álcool, excesso de, 20 Alcoolismo crônico, 17 Alteração do humor, 19 Alucinações, 19, 22 Alzheimer, doença de, 18 Amnésia, 7, 17 - senil benigna, senilidade e, 22 Andersen, Per, 4 Animais, experiências com, 3 Anisomicina, 3 Ansiedade, 17 Antidepressivos, uso de, 21 Apatia, 21 Aplicações de vivências (v. Vivências, aplicações e) Apoptose, 3 Aprendizagem, problemas de, 38 Área de Wernicke, 8

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Aspectos cognitivos, avaliação dos, atenção, memória e praxias, 25-35 - miniexame do estado mental, 25 - - orientações, 27 - - - atenção e cálculo, 27 - - - linguagem, 28 - - - memória de evocação, 28 - - - memória imediata, 27 - - - perguntas iniciais, 27 - - pontuação, 29 - teste do Cerad, 29 - - avaliação geral, 30 - - de nomeação de Boston, 30 - - evocação, 31 - - - das praxias, 32 - - - de lista de palavras, 31 - - fluência verbal, 30 - - memória de lista de palavras, 31 - - orientações dos, 32 - - - de fluência verbal, 32 - - - de memória de palavras, 33 - - - de nomeação de Boston, 33 - - - evocação da lista de palavras, 34 - - - evocação das praxias, 35 - - - miniexame do estado mental, 33 - - - praxia constritiva, 33 - - - reconhecimento da lista de palavras, 35 - - praxia construtiva, 31 - - reconhecimento da lista de palavras, 32

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Associação de ideias, 104 Atenção, 38 - memória e praxias, avaliação dos aspectos cognitivos, 25-35 - - miniexame do estado mental, 25 - - testes do CERAD, 29 - transtorno do déficit de, com hiperatividade, 38 Atividades (v. Vivências, aplicações e) Atraso psicomotor, 38 Audição, deficiência da, 38 AVC (v. Acidente vascular cerebral) B Bartlett, Frederic Charles, 13 Betaendorfina, 7 Bliss, Tim, 4 Boston, teste de nomeação de, 30, 33 Broca, afasia de, 43 C Cálcio, 3 Cálculos, problemas com, 55 Canais iônicos, 3 Câncer, 38 Cardiopatas, 39 Cegueira verbal, 44 Célula(s), 18 - nervosas, 18 - pós-sináptica, 6 CERAD, teste do, 29 - avaliação geral, 30 - de nomeação de Boston, 30 - evocação, 31 - - das praxias, 32 - - de lista de palavras, 31 - fluência verbal, 30 - memória de lista de palavras, 31 - orientações nos, 32 - - de fluência verbal, 32 - - de memória de palavras, 33 - - de nomeação de Boston, 33 - - evocação, 35

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- - - da lista de palavras, 34 - - - das praxias, 35 - - miniexame do estado mental, 33 - - praxia constritiva, 33 - - reconhecimento da lista de palavras, 35 - praxia construtiva, 31 - reconhecimento da lista de palavras, 32 Cérebro, fator neurotrófico derivado do, 3, 4 Cocaína, uso crônico de, 20 Código genético, 3 Cognição, 19 (v.t. Aspectos cognitivos) Coma, paciente em, 39 Comportamentos bizarros, 22 Conexão sináptica, 5 Confusão mental, 17 Coordenação motora, 27, 33 Cores, falando as, 71 Córtice, 8 - occipital, 18 - parietal, 8, 18 - pré-frontal, 8, 11, 18 - - lesões no, de origem genética, 22 Corticosteroides, 7 CREB-1, 3 Creutzfeld-Jakob, doença de, 20 D Deficiências, 38 - auditivas, 38 - físicas, 38 - visuais, 38 Déficit de atenção, transtorno do, com hiperatividade, 38 Delírios, 22 Depressão, 17, 21 Desorientação, 19 Diabéticos, 39 Distúrbio(s), 17 - de fala e linguagem, 38 - psicológicos, 17 DNA, 2

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Índice Remissivo

Doença(s) - da tireóide, 17 - da vaca louca, 21 - de Alzheimer, 18 - de Creutzfeld-Jakob, 20 - de Pick, 20 - neurológicas, 17 Dopamina, 4, 10 Down, síndrome de, 19 E Emoções, expondo as, 95 Encefalite, 17 Enzimas, 3 Erros, jogo dos, 71 Esportes, 66 Esquizofrenia, 22 Estado mental, miniexame do (v. Miniexame do estado mental) Estereognosia com texturas ou objetos, 75 Estresse, 17 - hormônio do, 7 Estudo da memória, 13 Evocação, 31 - das praxias, 32, 35 - de lista de palavras, 31 - memória de, 28 Experiências com animais, 3 Expressão(ões) - gênica, proteína reguladora da, 3 - populares, 88 F Fala, distúrbio de, e linguagem, 38 Fator neurotrófico derivado do cérebro, 3, 4 Figura-fundo, 71 Fluência verbal, teste de, 30, 32 Fonoaudiologia, 42 - técnicas de, 45 Frase(s), 64 - completando a, 79 - criativas, formando, 64

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G GABA, 4 Gestantes, 39 Glutamato, 3 H Habilidades, 11 - motoras, 19 - - e sensoriais, 11 - visual-espaciais, 19 Halbwachs, Maurice, 13 Hiperatividade, transtorno do déficit de atenção com, 38 Hipocampo, 4, 7 Hipotireoidismo, 17 HIV positivo, 38 Hormônio do estresse, 7 Hospital Geral de Guarus em Campos de Goytacazes, 42 Humor, alteração do, 19 I Imediatez linguística, 84 - com profissões, 69 Imitações, jogo de, 90 Incontinência, 19 - intestinal, 19 - urinária, 19 Infarto, áreas de, 20 Insônia, 24 Ionotrópicos, 3 J Jogo(s), 71 - de imitações, 90 - dos erros, 71 L Lesão(ões) - desmielinizantes secundárias, 20 - no córtice pré-frontal de origem genética, 22 - vasculares múltiplas, 20

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Linguagem, 19 - distúrbio da fala e, 38 Lista de palavras (v. Palavras, listas de) Lobo, 4 - occipital, 8 - parietal, 8 - temporal, 4, 7 Locus ceruleus, 10 Lömo, Terje, 4 Luria, Alexander, 13 M Magemitógeno, proteinocinase ativada por, 3 Medicamentos antidepressivos (v. Antidepressivos) MEEM (v. Miniexame do estado mental) Memória, 1-12 - armazenamento da, de longa duração, 4 - aspectos socioculturais relacionados a, 13-16 - atenção, praxias e, avaliação dos aspectos cognitivos, 25-35 - - miniexame do estado mental, 25 - - - orientações, 27 - - - pontuação, 29 - - testes do CERAD, 29 - - - avaliação geral, 30 - - - de nomeação de Boston, 30 - - - evocação das praxias, 32 - - - evocação de lista de palavras, 31 - - - fluência verbal, 30 - - - memória de lista de palavras, 31 - - - orientações, 32 - - - praxia construtiva, 31 - - - reconhecimento da lista de   palavras, 32 - bases bioquímicas da, 2 - classificações da, 6 - - de acordo com o conteúdo, 9 - - - declarativas, 9 - - - declarativas episódicas, 9 - - - declarativas semânticas, 9

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- - - não declarativas, 10 - - - não declarativas de   procedimentos, 11 - - - não declarativas de trabalho, 11 - - - não declarativas emocional, 12 - - de acordo com o tempo de   duração, 7 - - - de curta duração, 8 - - - de longa duração, 7 - conceitos, 1 - estudo da, 13 - mecanismos, 1 - perdas de, 17-24 - - patologias que causam, 18 - - - doença de Alzheimer, 18 - - - doença de Creutzfeld-Jakob, 20 - - - doença de Pick, 20 - - - esquizofrenia, 22 - - - quadros depressivos, 21 - - - senilidade e amnésia senil   benigna, 22 - - - síndrome de Down, 19 - - - síndrome de Wernicke-Korsakoff,   20 - - - transtorno cognitivo leve, 18 Mensageiro intracelular, 3 Meynert, núcleo de, 10 Miniexame do estado mental, 25, 33 - orientações, 27 - - atenção e cálculo, 27 - - linguagem, 28 - - memória de evocação, 28 - - memória imediata, 27 - - perguntas iniciais, 27 - pontuação para o, 26, 29 Mioclônus, 21 Molécula sinalizadora intracelular, 3 Movimento e som, 97 Música (v. Musicoterapia) Musicoterapeuta, 38 Musicoterapia, 68 - atividade, 108 - e o trabalho interdisciplinar, 37-47

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Índice Remissivo

- - grupo de afasia, a fonoaudiologia no setor de reabilitação do Hospital Geral de Guarus em Campos de Goytacazes, 42 - - história e conceitos, 40 - - o musicoterapeuta, 38 - prestando atenção a música, 68 - técnicas de, 45 N Neurônios, regeneração do, 4 Neuroplasticidade neuronal, 4 Neurotransmissores, 3, 10 Noradrenalina, 4, 7, 10 Núcleo(s), 11 - da rafe, 10 - da tonsila, 11 - de Meynert, 10 P Palavra(s), 32 - listas de, 31 - - avaliação, 34 - - evocação de, 31 - - memória de, 31 - - reconhecimento da, 32, 35 - cruzadas sorteadas, 84 - ordenando as, 60 - sorteada, 91 - teste de memória de, 33 Paralisia cerebral, 39 Paranoia, 19 Pensamentos ilógicos, 22 Percepção visual, 33, 62 Perdas de memória, 17-24 - patologias que causam, 18 - - doença(s), 20 - - - de Alzheimer, 18 - - - de Creutzfeld-Jakob, 20 - - - de Pick, 20 - - esquizofrenia, 22 - - quadros depressivos, 21 - - senilidade e amnésia senil benigna, 22

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- - síndrome(s), 20 - - - de Down, 19 - - - de Wernicke-Korsakoff, 20 - - transtorno cognitivo leve, 18 Personalidade, 19 Pick, doença de, 20 Plasticidade neuronal, 4 Potássio, 3 Praxias, atenção, memória e, avaliação dos aspectos cognitivos, 25-35 - miniexame do estado mental, 25 - - orientações, 27 - - - atenção e cálculo, 27 - - - linguagem, 28 - - - memória de evocação, 28 - - - memória imediata, 27 - - - perguntas iniciais, 27 - - pontuação, 29 - testes do CERAD, 29 - - avaliação geral, 30 - - de nomeação de Boston, 30 - - evocação, 31 - - - das praxias, 32 - - - de lista de palavras, 31 - - fluência verbal, 30 - - memória de lista de palavras, 31 - - orientações do, 32 - - - de fluência verbal, 32 - - - de memória de palavras, 33 - - - de nomeação de Boston, 33 - - - evocação da lista de palavras, 34 - - - evocação das praxias, 35 - - - miniexame do estado mental, 33 - - - praxia constritiva, 33 - - - reconhecimento da lista de   palavras, 35 - - praxia construtiva, 31 - - reconhecimento da lista de palavras, 32 Problemas emocionais, 39 Proteína(s), 2 - cinase, 3 - de adesão celular, 3 - reguladora da expressão gênica, 3

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Proteinocinase, 3 - A, 3 - ativada por magemitógeno, 3 - C, 3 Provérbios incompletos, 86 Psicoses infantis, 38 Psicoterapia, 21 Q Quadros depressivos, 21 Quebra-cabeça, 104 R Rafe, núcleo da, 10 Reabilitação, setor de, do Hospital Geral de Guarus em Campos de Goytacazes, 42 Receptores, 6 - do glutamato, 3 - NMDA pós-sinápticos, 6 Regiões corticais, 8 RNA, 2 S Schaffer, via das colaterais de, 5 Sedentarismo, 17 Segundo mensageiro, 3 Senilidade e amnésia senil benigna, 22 Sequelas neurológicas, 39 Serina, 3 Serotonina, 4, 10 Silogismo, 100 Síndrome(s) - da imunodeficiência adquirida (v. AIDS) - de Down, 19 - de Wernicke-Korsakoff, 20 - genéticas, 38 - neurológicas, 38 Som, movimento e, 97 Substância beta-amiloide, 18 Surdez verbal, 43 SUS, 40

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T Tarefas motoras, cumprindo, 105 Técnica(s) - de fonoaudiologia, 45 - de musicoterapia, 45 Teste(s), 30 - de fluência verbal, 30, 32 - de memória de palavras, 33 - de nomeação de Boston, 30, 33 - do CERAD, 29 (v. CERAD, teste do) Tireoide, doenças da, 17 Tonsila, 11 - basolateral, 10 - núcleos da, 11 Trabalho interdisciplinar, musicoterapia e o, 37-47 - grupo de afasia, a fonoaudiologia no setor de reabilitação do Hospital Geral de Guarus em Campos de Goytacazes, 42 - história e conceitos, 40 - o musicoterapeuta, 38 Tranquilizantes, uso de, 17 Transtorno(s), 38 - cognitivo leve, 18 - do déficit de atenção com hiperatividade, 38 - mentais graves, 38 - neurológicos graves, 38 - psicóticos, 38 Traumatismo craniano, 7, 44 Trava-língua, 81 Treonina, 3 Tumores cerebrais, 17 V Vasopressina circulantes, 7 Vírus da imunodeficiência humana (v. HIV) Visão, deficiência da, 38 Vitaminas, uso de, 17 Vivências, aplicações e, 49-108 - atividades, 51 - - abrindo o jogo, 94

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Índice Remissivo

- - advinhações, charadas e curiosidades, 83 - - associação, 80 - - - de ideias, 104 - - cantando, 91 - - colocando na ordem correta, 76 - - completando a frase, 79 - - contorno dos animais, 63 - - cumprir tarefas motoras, 105 - - de que é esta marca, 75 - - de que utensílios preciso para fazer..., 106 - - descrição e imitação de ações, 97 - - discussão sobre preconceitos, 92 - - encontrando o seu par, 103 - - enigmas, 92 - - escolhendo entre as opções, 57 - - esportes, 66 - - estereognosia com texturas ou objetos, 75 - - expondo as emoções, 95 - - expressões populares, 88 - - falando as cores, 71 - - figura-fundo, 71 - - formando frases criativas, 64 - - imediatez linguística, 84 - - - com profissões, 69 - - jogo(s), 71 - - - de imitações, 90 - - - dos erros, 71 - - movimento e som, 97 - - musical, 108 - - o hóspede, 65 - - o que diz a história, 77 - - o que é, o que é, 106 - - o que há de diferente, 51 - - o que há em comum, 87

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- - o que não combina, 51, 89 - - o que pode acontecer, 67 - - o que são, 99 - - o que significa, 55 - - o que você faria, 93 - - o que você lembra, 102 - - o que você vê, 74 - - ordenando as palavras, 60 - - palavra(s), 84 - - - cruzadas sorteadas, 84 - - - sorteada, 91 - - percepção visual, 62 - - prestando atenção à música, 68 - - problemas com cálculos, 55 - - provérbios incompletos, 86 - - qual é o objeto, 93 - - quebra-cabeça, 104 - - quem são esses artistas, 54 - - quinto excluído com palavras, 98 - - representando personagens no passeio de carruagem, 70 - - revelação, 90 - - rimas, 90 - - sequência, 51 - - sequência, 77 - - silogismo, 100 - - surpresa dentro da bola, 65 - - trava-língua, 81 - - vendendo objetos, 78 - - vendo os sobrepostos, 63 Vygotsky, Lev Semenovitch, 13 W Wernicke, 8 - afasia de, 43 - área de, 8 Wernicke-Korsakoff, síndrome de, 20

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