era considerada padrão em casos de rupturas traumáticas, nos quais as anastomoses não são consideradas seguras, ou em infecções abdominais seguidas de perfurações. Entretanto, estudos mais recentes revelam, de maneira consistente, que existem baixas morbidade e mortalidade nos pacientes nos quais são feitas anastomoses primárias nesses casos.3-8 Como resultado desses estudos, as regras para as derivações do cólon estão sendo reavaliadas, tendo diminuído a realização desse tipo de colostomia. Além disso, a ileostomia em alça tem sido colocada como uma estomia segura e com baixa morbidade nos casos em que uma derivação é necessária; assim, as colostomias derivativas têm sido cada vez menos utilizadas.9-13 Existem várias técnicas para a realização de uma colostomia temporária de derivação: ■■ Colostomia em duas bocas, sendo uma proximal funcional e uma distal, como uma fístula mucosa. ■■ Colostomia do tipo Hartmann, em que a boca proximal é colocada na parede abdominal à maneira terminal, enquanto a distal é fechada e sepultada na cavidade abdominal. ■■ Colostomia em alça, geralmente protegendo uma anastomose primária. Cada técnica tem suas vantagens e desvantagens, mas todas fornecem uma derivação efetiva e favorecem a recuperação da afecção do intestino distal; além disso, todas podem ser realizadas por videolaparoscopia. Quanto ao fechamento das colostomias temporárias, em regra, devem ser fechadas em 3 a 6 meses, para assegurar a completa resolução da condição patológica que as gerou, com cicatrização adequada da anastomose ou do processo inflamatório. Entretanto, o fechamento poderá ser feito em 3 a 6 semanas, se a investigação diagnóstica demonstrar que a causa para a derivação do trânsito não existe mais. O fechamento pode ser realizado laparoscopicamente ou por procedimento aberto.
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Colostomias permanentes São mais comumente realizadas em casos de neoplasias que envolvam o reto, tipicamente em lesões localizadas a 1 ou 2cm da junção anorretal, pois essas lesões geralmente requerem uma amputação por via perineal, já que uma ressecção adequada desses tumores distais, com margem de segurança, exige a retirada do aparelho esfincteriano anal. Reconhece-se que a margem de 1cm do tumor é segura e suficiente para a ressecção, reduzindo significativamente o número de pacientes com câncer retal que precisam de uma colostomia definitiva. A anastomose endoanal feita com aparelhos de sutura mecânica também tem contribuído muito para a redução das colostomias permanentes, já que possibilita ao cirurgião fazer uma anastomose baixa, em uma região em que a anastomose manual seria impossível ou muito difícil de ser realizada. Além do mais, alguns estudos têm sugerido que tumores bastante baixos no reto podem ser removidos, com segurança, por meio de cirurgia transesfincteriana, fazendose uma ressecção parcial do esfíncter interno do ânus, sem aumento da morbidade ou da recidiva da doença, respeitando-se a margem de segurança recomendada, que é de 1cm.14-16 Continência e frequência adequada de evacuações podem ser conquistadas, nesses pacientes, com a construção de um reservatório coloanal.17,18
Ileostomias A ileostomia é realizada quando é necessária a remoção ou o desvio do trânsito intestinal de todo o intestino grosso ou para proteger uma anastomose mais distal a esse segmento. Se o aparelho anorretal for removido junto com o intestino grosso, a ileostomia se tornará permanente, seja realizada de maneira simples ou com um reservatório ileal continente; porém, se o mecanismo esfincteriano for mantido, a ileostomia será potencialmente reversível.
C o p y r i g h t ©2 0 1 5E d i t o r aR u b i oL t d a . Dí d i a / Mo s s . Do e n ç a sI n f l a ma t ó r i a sI n t e s t i n a i s–R e t o c o l i t eUl c e r a t i v aeDo e n ç ad eC r o h n . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .
Cuidados nas Ostomias Intestinais
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