CPRE – Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica | Angelo P. Ferrari Jr. et al.

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Resultados do Tratamento Endoscópico das Complicações Cirúrgicas e Estenoses Benignas Biliopancreáticas Fernanda Prata Martins

Introdução As estenoses benignas da via biliar costumam decorrer de complicações pós-cirúrgicas (colecistectomia, transplante hepático e outras cirurgias de manipulação hepática) ou condições inflamatórias, como a pancreatite crônica e a colangite esclerosante primária. São causas menos frequentes colelitíase (síndrome de Mirizzi), infecções da via biliar (colangite recorrente e Clonorchis sinensis, entre outras) e disfunção do esfíncter de Oddi e estenoses pós-esfincterotomia. As obstruções biliares benignas podem cursar com um amplo espectro de sinais e sintomas clínicos, variando desde doença subclínica, com discretas alterações enzimáticas, até quadros obstrutivos com icterícia, prurido e cirrose biliar secundária.1 Para fins didáticos, os resultados do tratamento endoscópico das complicações biliares póscolecistectomia e pós-transplante hepático serão discutidos separadamente neste capítulo. Os resultados do tratamento das demais etiologias serão debatidos em outros capítulos (Capítulo 25, Colangite Esclerosante Primária; e Capítulo 27, Resultados do Tratamento Endoscópico nas Pancrea­ tites Aguda e Crônica e suas Complicações).

Lesões biliares pós-colecistectomia A lesão iatrogênica da via biliar é mais comum na colecistectomia videolaparoscópica em comparação com a cirurgia aberta. A incidência atual estimada de lesões biliares (estenoses ou fístulas) após a colecistectomia laparoscópica varia entre 0,2% e 0,7%.2 Uma classificação geral para as lesões iatrogênicas da via biliar foi proposta por Strasberg de acordo com sua localização anatômica (Figura 22.1).3,4

Estenose biliar pós-colecistectomia O tempo de apresentação e a evolução dos sintomas são variáveis e dependem basicamente do tipo de lesão.5,6 A clipagem completa da via biliar (Figura 22.2) e a coexistência de fístula geralmente determinam o aparecimento mais precoce de sintomas.5 O diagnóstico da estenose biliar deve ser complementado por exames de imagem. A colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) é capaz de determinar com exatidão a localização da estenose e mapear a anatomia biliar. Isso possibilita programar de maneira antecipada o procedimento endoscópico terapêutico.

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