Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica
tamina A.3 Apenas 10% dos 600 carotenoides conhecidos apresentam atividade provitamínica A, sendo que, dentre eles, o betacaroteno é o que tem maior representatividade nessa função.4 O fígado contém 90% da vitamina A do organismo. A proteína transretinol (RBP – retinol binding protein) é uma proteína necessária para transporte de retinol do fígado para os tecidos-alvo. A síntese dessa proteína é fortemente regulada pela disponibilidade de retinol e, portanto, é sensível para identificar o estado nutricional de indivíduos. A RBP está vinculada a outra proteína chamada transtirretina (TTR). Como o retinol circula ligado ao complexo RBP-TTR, a presença de desnutrição pode comprometer os níveis séricos circulantes de vitamina A.5-7
Avaliação laboratorial da vitamina A A concentração de retinol sérico é o teste bioquímico usado na prática clínica para avaliar os níveis de vitamina A. A medida de retinol no sangue fornece um índice das reservas corporais, pois quando os depósitos no fígado são baixos, o retinol do plasma diminui.5,8 Níveis de retinol sérico maiores do que 30μg/dL indicam adequada reserva hepática de vitamina A; níveis de retinol sérico inferiores ou iguais a 10μg/dL podem indicar reservas hepáticas esgotadas ou próximas do esgotamento com sinais clínicos frequentemente presentes.9 Assim como a vitamina A, o betacaroteno também pode ser medido no sangue. Esse exame geralmente é indicado para o diagnóstico de hipercarotenemia por ingestão excessiva de precursores da vitamina A, sendo útil no diagnóstico diferencial de indivíduos que apresentem impregnação de pele por pigmento amarelo. Nesses casos, as escleróticas permanecem normais, e pode ocorrer prurido cutâneo e perda de peso.10,11 Uma pesquisa com atletas profissionais alemães encontrou concentrações plasmáticas de retinol dentro da faixa de normalidade, com considerável variabilidade das concentrações de betacaroteno, indicando que, embora haja uma aparente ingestão adequada de vitamina A, pode haver uma variada ingestão de betacaroteno. Assim, a circulação de vitamina A reflete as reservas do organismo que são mais estáveis e mantidas por causa dos depósitos, enquanto as concentrações de betacaroteno são mais variáveis, provavelmente por causa das flutuações na ingestão de carotenoides.11 Não foi identificado um único metabólito urinário que reflitisse com precisão os níveis teciduais de vitamina A ou a sua taxa de utilização.1 Ver vitamina A sérica (Anexos I e II).
Vitamina D A vitamina D é necessária ao organismo humano para manter níveis normais de cálcio e fósforo que, por sua vez, são necessários para a mineralização normal dos ossos, contração dos músculos, condução nervosa e função celular geral do
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