Gastrostomia Endoscópica Percutânea – Técnicas e Aplicações

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Gastrostomia Endoscópica Percutânea: Técnicas e Aplicações

tempo cirúrgico abdominal. Os médicos podem ficar posicionados tanto do mesmo lado da maca quanto em lados opostos, de acordo com a preferência da dupla, ou à disposição da sala (Figura 3.1). Pelo menos um técnico de enfermagem deve fazer parte da equipe, trabalhando como instrumentador (auxiliar endoscópico). Existem, entretanto, relatos isolados de procedimentos realizados com segurança por apenas um médico endoscopista,23,24 sendo descrito o uso de um dispositivo auxiliar de suporte para o aparelho.25 Com tempo de jejum adequado e após a administração de antibioticoprofilaxia, o paciente é colocado em decúbito dorsal na maca endoscópica.4,26 Esse posicionamento pode ser feito logo de saída ou apenas após a avaliação endoscópica inicial, em decúbito lateral esquerdo tradicional, de acordo com a preferência do examinador. Durante o exame endoscópico, após a aspiração de líquidos e secreções, todo o trato gastrintestinal (TGI) alto (hipofaringe, esôfago, estômago e duodeno) deve ser cuidadosamente avaliado para afastar condições que contraindiquem a realização da GEP.26 Em seguida, o estômago deve ser adequadamente insuflado, com o objetivo de deslocar o cólon para baixo e o fígado lateralmente, permitindo a aposição da parede anterior do estômago à parede abdominal. O local habitual para a colocação da GEP normalmente está situado no quadrante superior esquerdo do abdome, na junção dos terços proximal e médio

de uma linha imaginária paramediana que liga a borda costal na altura da linha mamária e a cicatriz umbilical. É importante que o ponto escolhido represente a rota percutânea mais curta e direta até a luz gástrica, minimizando o risco de complicações (como a punção de órgãos interpostos) e facilitando posteriormente as subsequentes trocas de sondas. Para a confirmação do local adequado e para a verificação da segurança do ponto de punção, três manobras básicas e obrigatórias são descritas: a transiluminação, a digitopressão e a aspiração com agulha. Por meio da realização dessas manobras, é possível avaliar a presença de vísceras ocas (como alças colônicas ou de delgado), órgãos sólidos (como fígado ou baço) ou de vasos calibrosos no trajeto da agulha, além da adequada aposição da parede gástrica anterior com a parede abdominal. A transiluminação da luz do endoscópico deve ser observada externamente por meio da parede abdominal, quando a extremidade do aparelho é posicionada junto à parede anterior do estômago, no corpo distal. Nesse momento, a redução da luz ambiente facilita a localização da área transiluminada (Figura 3.2). A digitopressão no ponto de punção da parede abdominal, feita por um médico responsável que marca o tempo abdominal do procedimento, é identificada endoscopicamente como uma impressão aguda e bem delimitada, também na parede anterior da transição corpo-antro do estômago (Figura 3.3).26

Figura 3.1 (A e B) Formas de posicionamento da equipe médica (endoscopista e assistente) para a realização de GEP. Em lados opostos (A). Lado a lado (B)

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