Abordagem Interdisciplinar do Idoso

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Outros títulos de interesse Cláudia Pedral S. de Sena / Patrícia Moreira Bastos Terapia Ocupacional – Teoria e Prática Clóvis Eduardo Ramos Tomasi A Prática Médica no Interior do Brasil

A

velhice é a fase da vida caracterizada por transformações sociopsicológicas e anatomometabólicas que tornam o indivíduo mais vulnerável ao ambiente físico e social.

Essas pessoas – idosos ou “superidosos” – ficam mais expostas a quedas, a dificuldades financeiras, ao abandono, à segregação e, muitas vezes, a preconceitos, e, portanto, necessitam de orientação de equipe multidisciplinar que os oriente, apoie e incentive no sentido de conquistarem um envelhecimento saudável, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde. O objetivo deste livro, que reúne profissionais de variados segmentos, é fornecer uma contribuição a todos os leitores que se interessem pela área de Geriatria, para que, por meio de suas vivências e experiências com idosos, orientem profissionais de diversas áreas sociais, educadores, familiares e pessoas que pretendam trabalhar com esse grupo a se relacionarem com ele de maneira pontual e assertiva. O grande desafio na organização desta obra consistiu em reunir profissionais renomados de diferentes áreas geográficas do País, para, em uma visão interdisciplinar, mapear os problemas, as situações e as particularidades que permeiam essa população, nos contextos fisiológico, psicológico e social.

Elisa Maria Amorim da Costa / Maria Herminda Carnone Saúde da Família – Uma Abordagem Multidisciplinar Flávia Mori Sarti / Gislene Aparecida dos Santos Ética, Pesquisa e Políticas Públicas Francisco J. Werneck de Carvalho Nefrologia em Geriatria Jacquelline de La Rocque Entrando nos Enta – Para Mulheres dos Quarenta aos Noventa Márcia Regina Vitolo Nutrição – Da Gestação ao Envelhecimento William Malagutti (Org.) Bioética e Enfermagem William Malagutti / Karen Cardoso Caetano (Orgs.) Gestão do Serviço de Enfermagem no Mundo Globalizado Wilson Jacob Filho Terapêutica do Idoso – Manual da Liga do Gamia

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William Malagutti (Organizador) Ana Maria Amato Bergo (Coorganizadora)


Abordagem Interdisciplinar do Idoso Copyright © 2010 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-7771-056-0 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em partes, sem a autorização por escrito da Editora. Produção e Capa Equipe Rubio Editoração Eletrônica Redb Style Produções Gráficas e Editorial Ltda. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Abordagem interdisciplinar do idoso /   [organizadores] William Malagutti, Ana Maria Amato Bergo.   -- Rio de Janeiro : Livraria e Editora Rubio, 2010.   Vários colaboradores.   Bibliografia.   ISBN 978-85-7771-056-0   1. Envelhecimento 2. Geriatria 3. Gerontologia 4. Idosos 5. Velhice I. Malagutti, William. II. Bergo, Ana Maria Amato. CDD 618.97

Editora Rubio Ltda. Av. Churchill, 97 sala 203 – Castelo 20020-050 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55 (21) 2262-3779  2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil


ORGANIZADORES

William Malagutti (Organizador) Graduado em Enfermagem pela Universidade de Mogi das Cruzes, SP. Licenciado em Enfermagem pela Universidade de Mogi das Cruzes, SP. Especialista em Administração Hospitalar pelo Instituto de Pesquisas Hospitalares (IPH), SP. Pós-Graduado em Educação em Enfermagem pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP – Fiocruz). Mestrado em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos (UNIMARCOS), SP. Coordenador e Docente da Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Gama Filho (UGF), SP. Docente Convidado da Pós-Graduação do Centro de Estudo em Enfermagem e Nutrição (CEEn) da Universidade Católica de Goiás (UCG). Coordenador da Pós-Graduação em Enfermagem do Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino (IBRATE), PR. Assessor do Periódico Enfermagem Brasil. Consultor da Área de Saúde da Inova e da Conplasa, SP. Gerente da URSI Santo Amaro – Unidade de Referência Saúde do Idoso – Secretaria Municipal Saúde de São Paulo. Ana Maria Amato Bergo (Coorganizadora) Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSC–SP). Especialista em Enfermagem (Estomaterapia) pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) e pela Sociedade Brasileira de Estomaterapia (SOBEST). Membro Pleno da SOBEST. Membro Técnico da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.


Prefácio

A velhice é uma condição humana heterogênea, multifacetada, multidimensional e pouco previsível, fatores que tornam extremamente complexa a sua compreensão. É entendida do ponto de vista cultural e psicossocial, não apenas biológico. Envelhecer, todos os seres vivos envelhecem, mas o ser humano é capaz de vivenciar a velhice em sua plenitude, dando significado à última etapa da vida. A velhice é tão humana, que a única maneira de viver cada vez mais é alcançá-la. E para vivenciá-la em sua plenitude, é preciso querer atingi-la, preparar-se para tal e saboreá-la, aproveitando cada momento. A última etapa da nossa vida. A longevidade do ser humano, conquistada ao vencer os percalços e as adversidades da natureza, através do desenvolvimento socioeconômico, cultural e tecnológico, é uma possibilidade tangível para uma proporção cada vez maior de indivíduos em todo o mundo, em uma velocidade impressionante. O Brasil não foge à regra. Mas o processo de envelhecimento vem acompanhado, com frequência, do medo de envelhecer. Os indivíduos desejam viver cada vez mais, mas colocam algumas condições, entre as quais a de não ficar velho. Como se fosse possível envelhecer sem ficar velho. Pelo menos no atual estágio de desenvolvimento científico da humanidade. A negação da velhice e do envelhecimento impede que essa última etapa seja planejada. Esse medo se explica pela experiência do envelhecimento em uma sociedade que não se preparou para enfrentá-lo com respostas adequadas às demandas aumentadas do segmento idoso. Em uma sociedade que privilegia o novo e o vigor da juventude. Assim, a realidade social e econômica de muitos idosos e a omissão e negligência de inúmeras políticas públicas traz uma situação objetiva de exclusão social e ausência de cidadania. O arcabouço jurídico para a população idosa no Brasil é um dos melhores do mundo, mas há distância entre a lei e a prática. Muito há de se fazer, para que as portarias e leis promulgada se transformem em ações concretas.


Trabalhar o conhecimento da Gerontologia, levá-lo a um número cada vez maior de profissionais, divulgar diretrizes e conceitos do envelhecimento representam tarefas urgentes e necessárias. Nosso país precisa de técnicos que detenham esse saber gerontológico, para colocar em prática as respostas corretas às demandas da população idosa. Essa é a finalidade deste livro, que reúne conhecimento de diferentes áreas do saber. O envelhecimento é aqui tratado sob várias óticas, como Serviço Social, Enfermagem, Direito, Saúde Bucal, Psicologia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Música, Educação, Assistência Farmacológica e Medicina, em abordagem interdisciplinar, como deve ser. As respostas efetivas, eficientes e eficazes aos idosos devem ser fornecidas por uma equipe gerontológica, cada disciplina com esmero metodológico e científico ímpar, buscando o melhor do avanço na área. Há uma responsabilidade profissional enorme de conseguir colaborar, para que todos vivamos, cada vez mais, com qualidade de vida cada vez melhor, inclusive na velhice. A vida tem de fazer sentido e valer a pena em todas as suas fases, velhice inclusa. Sérgio Márcio Pacheco Paschoal Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Mestrado em Medicina (Medicina Preventiva) pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorado em Ciências (Medicina Preventiva) pela USP. Integrante do Conselho Editorial da Revista Geriatria e Gerontologia.


APRESENTAÇÃO

A terceira idade, melhor idade ou, atualmente, quarta idade, como alguns teóricos estão denominando, é a etapa do ciclo vital que se segue à idade adulta nos seres humanos e que se caracteriza por grandes transformações fisiológicas, psicológicas e sociais, as quais requerem atenção especial dos profissionais responsáveis pelo cuidado e acompanhamento desse grupo etário em diferentes momentos de suas vidas, sejam eles saudáveis ou não. Até pouco tempo considerada quase espécime rara, a população de idosos da quarta idade, acima de 80 anos, praticamente dobrou no Brasil na última década. Hoje, eles já são mais de 24,5 mil e a expectativa é que este crescimento siga em ritmo acelerado. A nova terminologia para definir as infladas legiões de octogenários, nonagenários e centenários denomina-se quarta idade. A velhice é a fase da vida caracterizada por transformações sociopsicológicas e anatomometabólicas que tornam o indivíduo mais vulnerável ao ambiente físico e social. Essas pessoas – idosos ou “superidosos” – ficam mais expostas a quedas, a dificuldades financeiras, ao abandono, à segregação e, muitas vezes, a preconceitos, e, portanto, necessitam de orientação de equipe multidisciplinar que os oriente, apoie e incentive no sentido de conquistarem um envelhecimento saudável, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde. O objetivo deste livro, que reúne profissionais de variados segmentos, é fornecer uma contribuição a todos os leitores que se interessem pela área de Geriatria, para que, por meio de suas vivências e experiências com idosos, orientem profissionais de diversas áreas sociais, educadores, familiares e pessoas que pretendam trabalhar com esse grupo a se relacionarem com ele de maneira pontual e assertiva.


Os depoimentos e as experiências profissionais aqui relatados agregam subsídios com informações imprescindíveis para auxiliar não apenas os idosos, bem como o seu grupo de convívio: cônjuges, amigos, familiares, cuidadores e profissionais em geral que convivem com essa clientela específica tão merecedora de respeito e admiração. O grande desafio na organização desta obra consistiu em reunir profissionais renomados de diferentes áreas geográficas do Brasil, para, em uma visão interdisciplinar, mapear os problemas, as situações e as particularidades que permeiam essa população, nos contextos fisiológico, psicológico e social. William Malagutti Ana Maria Amato Bergo Organizadores


COLABORADORES

Ana Paula Abreu Borges Graduada em Serviço Social pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), RJ. Mestrado em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Especialista em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP – FIOCRUZ). Coordenadora do Curso de Aperfeiçoamento em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pela ENSP – FIOCRUZ. Consultora Técnica da Área Técnica de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde. Ana Paula G.B. Azevedo Graduada em Farmácia / Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista e Mestrado em Análises Clínicas/Hematologia pela USP – Ribeirão Preto. Docente do Departamento de Saúde da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), SP. Anderson Sena Barnabé Graduado em Biologia pelo Centro Universitário São Camilo, SP. Mestrado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP – USP), Área de Concentração em Saúde Ambiental. Doutorado em Saúde Pública pela FSP – USP Área de Concentração em Epidemiologia. Docente e Coordenador da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), SP.


André Junqueira Xavier Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Geriatria pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP – FIOCRUZ), pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG/AMB). Mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutorado em Informática na Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente das Disciplinas de Geriatria e Medicina Preventiva da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de Santa Catarina (SBGG-SC). Christiane de Fátima Colet Graduada em Farmácia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Mestrado em Ciências Farmacêuticas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Cristiane Pinto Ribeiro Graduada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Mestrado em Fisiopatologia Experimental pela, USP. Docente da Universidade Anhembi Morumbi, SP. Cristiano Teodoro da Silva Graduado em Biomedicina pela Universidade de Marília (UNIMAR), SP. Especialista em Imunologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Mestrada em Ciências Básicas em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente das Disciplinas de Genética e Biologia Molecular da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Presidente do Departamento de Biologia Molecular da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM). Cristina Aparecida Duarte Graduada em Fisioterapia pela Universidade do Grande ABC (UNIABC), SP. Pós-Graduada em Gestão Empresarial pela Universidade Anhembi Morumbi, SP. Coordenadora do Curso de Graduação em Estética da Universidade Anhembi Morumbi, SP.


Daniel Sigulem Livre-Docente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Doutorado em Medicina (Nefrologia) pela Unifesp. Especialista em Nefrologia pela Cornell University Medical College. Especialista em Nefrologia pela Unifesp. Especialista em Clínica Médica pela Unifesp.

Graduado em Medicina pela Unifesp.

Duilio Nachbar Jr. Graduado em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Gerenciamento Empresarial pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Gerente de Projetos de Tecnologia da Informação na empresa SCOPUS Tecnologia. Responsável pelas Operações e Equipamentos de Autoatendimento (ATM) do Banco Bradesco, SP.

Ednaldo Cavalcante de Araújo Docente Pós-Doutor do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pós-Doutorado pela Université Rene Descartes / Département des Sciences Sociales / Faculté des Sciences Humaines et Sociales − Sorbonne/Paris V, França. Ex-Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Revisor Chefe da Revista de Enfermagem da UFPE on-line (REUOL).

Eleonora d’Orsi Mestrado e Doutorando pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ. Especialista em Medicina Preventiva pela Fiocruz, RJ. Graduada em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Eliana Novaes Procópio de Araújo Mestranda em Gerontologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Pesquisadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento, na linha de pesquisa “Moradias”, da PUC-SP. Consultora em gestão de serviços psicogerontológicos a idosos, familiares e funcionários em ILPI e em Centro-Dia.


Euzeli da Silva Brandão Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Enfermagem Dermatológica pela Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBENDE – SP). Especialista em Enfermagem Intensivista pela UERJ. Mestrado em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da UERJ. Docente Assistente do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ. Vice-Líder do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Gerontológica (NEPEG/ CNPq). Fabio Scatigno Amato Graduado em Odontologia pela Universidade Santo Amaro (UNISA), RJ. Pós-Graduando em Ortopedia Funcional dos Maxilares com ênfase em Reabilitação Neuroclusal (RNO). Pós-Graduado em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares com ênfase na Técnica Funcional Gomes. Fernanda Jardim Okasaki Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) e Engenheira Civil pela Escola Politécnica da USP. MBA em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios pela Escola Politécnica da USP. Helena Akemi Wada Watanabe Graduada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Especialista em Enfermagem de Saúde Pública e Licenciatura em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP). Mestrado e Doutorado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Professor Docente Doutor da USP. Vice-Coordenadora e Membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP (CEP – FSP – USP). Isa Gabriela de Almeida Stefano Graduada em Direito pelo Centro Universitário Euripedes de Marília (FEESR), MG. Especialização em Direito pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. Mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Docente no Curso de Direito da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN).


Isabela Vono Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), MG. Pós-Graduada em Fonoaudiologia Hospitalar pela Faculdade Estácio de Sá – Belo Horizonte, MG. Pós-Graduada em Reabilitação do Idoso pelo Centro Interdisciplinar de Assistência e Pesquisa do Envelhecimento (CIAPE) – Belo Horizonte, MG. Coordenadora Acadêmica e Docente de Cursos Promovidos pela FONOHOSP Cursos e Eventos (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Cuiabá e Ceará). Sócia da Empresa Fono Mais Serviços de Fonoaudiologia Clínica e Hospitalar Ltda. Fonoaudióloga das Empresas de Assistência Domiciliar PEDILAR e Hospital Residência.

João Fernando Brinkmann dos Santos Graduado em Educação Física (Bacharelado e Licenciatura Plena) pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM). Mestrado em Ciências da Reabilitação Neuromotora pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Docente de Cursos de Graduação e Pós-Graduação da UNIBAN.

José Luiz Telles Graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ. Mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), RJ. Pesquisador Titular da FIOCRUZ e Coordenador da Área Técnica Saúde do Idoso do Ministério da Saúde. Presidente do Conselho Nacional de Direitos do Idoso (CNDI) (Gestão 2009-2010).

Lilia de Souza Leal Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade de Taubaté (UNITAU), SP. Pós-Graduada em Tratamento Intensivo ao Paciente Crítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), SP. Pós-Graduada em Enfermagem em Gerontologia e Geriatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pós-Graduada em Enfermagem em Estomaterapia pela UNITAU, SP. Mestranda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (FCM – UNICAMP – Área de Concentração Saúde e Trabalho. Docente Assistente da Instituição de Ensino São Francisco/Mogi Guaçu, SP.


Lirane Elize Ferreto Graduada em Economia Doméstica pela Faculdade de Ciências Humanas de Francisco Beltrão, PR. Mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Vale dos Sinos (UNISINOS), RS. Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Liziane Maahs Flores Graduada em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Nutrição pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura, RS. Especialista em Farmácia Hospitalar pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela UFRGS. Doutoranda em Ciências Médicas pela UFRGS. Docente da Universidade de Caxias do Sul, do Instituto Racine e do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, RS. Luiz Roberto Ramos Livre-Docente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Pós-Doutorado pela Harvard University, EUA. Doutorado e Mestrado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, Londres. Coordenador da Pós-Graduação em Medicina Preventiva da UNIFESP. Márcia Lopes Graduada em Estudos Sociais com Habilitação em Geografia pela Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Pires, SP. Graduada em Geografia pelas Faculdades Integradas Ribeirão Pires, SP. Pós-Gradução em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestrado em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo. Docente da Universidade Gama Filho e Professora de Educação Básica II Efetiva – Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Marco Antônio dos Santos Sociólogo. Graduado em Sociologia, Sociólogo e Educador em Saúde Pública. Especialista em Educação em Saúde e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP – USP). Docente Assistente da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro (UNISA, SP). Membro do Centro Médico Preventivo Esteves Pereira & Henrique Ltda (CEPHE), SP. Ouvidor da Coordenadoria Regional de Saúde Sul – SMS, SP.


Maria Aparecida Ferreira de Mello Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestrado em Ciências pela State University of New York, Nova York. Doutorado em Reabilitação pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Presidente do Centro Interdisciplinar de Assistência e Pesquisa em Envelhecimento (CIAP). Coordenadora de Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG). Maria Cecília Ciaccio Vendola Graduada em Odontologia, Periodontia, Odontogeriatra pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadora em Envelhecimento Bucal da Sociedade Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SGHC-FMUSP). Docente de Saúde Bucal na Universidade Aberta à Terceira Idade (UNISAL). Coordenadora de Cursos na área de Odontogeriatria e Home Care do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (INEPO APCD). Maria de Jesus Pereira do Nascimento Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestrado em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Maria Helena Sant’Ana Mandelbaum Graduada em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Enfermagem em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBENDE). Supervisora do Projeto Profae – Fundap/Ministério da Saúde. Marília Anselmo Viana da Silva Berzins Graduada em Serviço Social pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), SP. Mestrado em Gerontologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). Assistente Social da Prefeitura da Cidade de São Paulo, onde exerce a função de assistente técnica da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal da Saúde. Pesquisadora da PUC-SP – Núcleo de Pesquisa do Envelhecimento. Docente convidada do Instituto Sedes Sapientae e da Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (COGEAE – PUC). Conselheira Titular do Grande Conselho Municipal do Idoso da Cidade de São Paulo.


Michelle Vicente Torres Graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Especialista em Fisioterapia Cardiovascular pelo Programa de Residência em Fisioterapia Cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, SP. Mestranda da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Narjara Pereira Leite Graduada em Nutrição pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Especialista em Pediatria e Nutrição Clínica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Ciências da Pediatria pela UNIFESP. Nutricionista no Programa de Internação Domiciliar de Santo André, ambulatório de pediatria (obesidade e desnutrição). Docente do Curso de Graduação da UNIBAN. Paulo Sérgio da Silva Santos Graduado em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade Adventista de Enfermagem, SP. Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Santo Amaro, SP. Especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Mestrado em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP). Doutorando em Patologia Bucal pela FOUSP. Diretor do Grupo de Estudos em Odontologia Hospitalar da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. Coordenador da Equipe de Odontologia Hospitalar do Hospital Santa Isabel, SP. Pedro Lodovici Neto Graduado em Eletrotécnica pela Escola Técnica Mackenzie e Engenharia Metalúrgica pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), SP. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Mestrado em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com foco em Musicoterapia. Doutorando em Ciências Sociais: Antropologia do Envelhecimento, com foco na Música/Musicoterapia, pela PUC-SP. Roberto Brasil Lima Graduado em Odontologia pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), SP. Mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP).


Roger Marchesini de Quadros Souza Graduado em Pedagogia pelo Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), SP. Especialização em Supervisão Escolar na Faculdade de Filosofia e Letras de São Bernardo do Campo (FFCL), SP. Mestrado em Filosofia e História da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutorado em Educação – História, Política, Sociedade – pela PUC-SP. Docente Assistente da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Docente da Pós-Graduação Lato Sensu na Universidade Gama Filho (UGF).

Rosimere Ferreira Santana Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Silvana Sidney Costa Santos Graduada em Enfermagem e Obstetrícia com Habilitação em Saúde Pública pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Graduada em Licenciatura em Enfermagem pela UFPE. Especialista em Enfermagem em Saúde Comunitária pela UFPE. Especialista em Administração Hospitalar pela Universidade São Camilo, SP. Especialista em Saúde Pública pela Universidade São Camilo, SP. Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela UFPE. Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Docente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande (FURG/RS). Organizadora e Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Gerontogeriatria, Enfermagem/Saúde e Educação (GEP-GERON/FURG-CNPq).

Silvia Affini Borsoi Tamai Graduada em Terapia Ocupacional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), SP. Especialista do Curso de Aprimoramento em Terapia Ocupacional pela Universidade de São Paulo (USP). Especialização em I Curso Internacional de Aperfeiçoamento em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).


Sirlei Pitteri Graduada em Física pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Mestrado em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), SP. Docente dos Programas de Pós-Graduação no Núcleo de Administração e Negócios da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN) e do Instituto Nacional de PósGraduação (INPG). Taufik Ricardo Sultani Graduado em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes, SP e Administração de Empresas pela Uni FMU, SP. Mestrado em Direito Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-SP.


SUMÁRIO

Capítulo 1 Interdisciplinaridade e Trabalho em Equipe na Abordagem da Pessoa Idosa nos Serviços de Atenção Básica em Saúde.......................................... 1 José Luiz Telles Ana Paula Abreu Borges

Capítulo 2 Suicídio em Pessoas Idosas: a Publicização do Desespero....................................... 9 Marília Anselmo Viana da Silva Berzins Helena Akemi Wada Watanabe

Capítulo 3 Representação Social no Envelhecimento Humano................................................ 23 Lirane Elize Ferreto

Capítulo 4 Direitos do Idoso......................................................................................................... 37 Isa Gabriela de Almeida Stefano

Capítulo 5 Considerações Jurídicas entre a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso...... 49 Taufik Ricardo Sultani

Capítulo 6 Aspectos Sociais da Terceira Idade na Sociedade Atual......................................... 57 Marco Antônio dos Santos


Capítulo 7 Intervenções Psicogerontológicas na Promoção de Envelhecimento Bem-sucedido.............................................................................................................. 67 Eliana Novaes Procópio de Araújo

Capítulo 8 Idoso e Aposentadoria............................................................................................... 77 Silvana Sidney Costa Santos

Capítulo 9 Desafios para Educação do Idoso no Terceiro Milênio........................................... 91 Márcia Lopes Roger Marchesini de Quadros Souza

Capítulo 10 Uso de Tecnologias Assistiva por Idosos................................................................ 101 Maria Aparecida Ferreira de Mello

Capítulo 11 Desafios na Utilização dos Caixas Eletrônicos pelos Idosos................................. 113 Sirlei Pitteri Duilio Nachbar Jr.

Capítulo 12 Perfil Epidemiológico das Doenças Transmissíveis na Terceira Idade................ 131 Anderson Sena Barnabé Ana Paula G. B. Azevedo

Capítulo 13 Câncer de Colo do Útero e o Paradigma do Diagnóstico Molecular................... 141 Cristiano Teodoro da Silva

Capítulo 14 Hipertensão Arterial Sistêmica e Atividade Física do Idoso................................. 153 João Fernando Brinkmann dos Santos

Capítulo 15 Avaliação da Perda da Capacidade Funcional no Envelhecimento..................... 169 Michelle Vicente Torres


Capítulo 16 Terapia Ocupacional em Gerontologia................................................................... 185 Silvia Affini Borsoi Tamai

Capítulo 17 Saúde Bucal do Idoso – Odontogeriatria............................................................... 203 Paulo Sérgio da Silva Santos Roberto Brasil Lima

Capítulo 18 Saúde Bucal do Idoso: Abordagem Gerontológica............................................... 211 Maria Cecília Ciaccio Vendola Fabio Scatigno Amato

Capítulo 19 O Papel do Enfermeiro e a Assistência à Pele Íntegra do Idoso.......................... 219 Lilia de Souza Leal

Capítulo 20 Cuidados Gerais ao Idoso com Vitiligo................................................................... 231 Euzeli da Silva Brandão Rosimere Ferreira Santana Maria Helena Sant’Ana Mandelbaum

Capítulo 21 Alimentação do Idoso............................................................................................... 251 Narjara Pereira Leite

Capítulo 22 A Beleza na Terceira Idade....................................................................................... 275 Cristina Aparecida Duarte Cristiane Pinto Ribeiro

Capítulo 23 Riscos da Polifarmácia em Clientes Idosos............................................................ 287 Liziane Maahs Flores Christiane de Fátima Colet

Capítulo 24 Uso dos Florais de Bach no Cuidado à Pessoa Idosa............................................. 299 Maria de Jesus Pereira do Nascimento


Capítulo 25 Intervenções Fonoaudiológicas no Envelhecimento . .......................................... 313 Isabela Vono

Capítulo 26 Proposta de Reinserção do Idoso na Sociedade: Contribuição da Arquitetura................................................................................................................ 333 Fernanda Jardim Okazaki

Capítulo 27 Musicoterapia no Tratamento do Idoso com a Doença de Parkinson................ 351 Pedro Lodovici Neto

Capítulo 28 Rastreio de Alterações Cognitivas Iniciais por Meio da Análise do Processo de Inclusão Digital de Idosos.................................................................. 369 André Junqueira Xavier Eleonora d’Orsi Luiz Roberto Ramos Daniel Sigulem

Capítulo 29 Exercício da Sexualidade na Terceira Idade: Riscos Prementes às Infecções Sexualmente Transmissíveis................................................................... 381 Ednaldo Cavalcante de Araújo


Capítulo 1 Interdisciplinaridade e Trabalho em Equipe na Abordagem da Pessoa Idosa nos Serviços de Atenção Básica em Saúde José Luiz Telles Ana Paula Abreu Borges

Introdução

A saúde pública brasileira vem redirecionando seu modelo de atenção desde a histórica VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986. O processo de implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da Lei no 8.080 de 1990, vem gradativamente deslocando o modelo de atenção à saúde que privilegia o hospital como espaço central de produção do saber-fazer em saúde. A comunidade e, mais especificamente, o espaço familiar são assumidos pelas políticas do SUS como o lugar central para o trabalho em saúde. Nesse contexto, torna-se “urgente que se estabeleça uma nova relação entre os profissionais de saúde (...) diferentemente do modelo biomédico tradicional, permitindo maior diversidade das ações e busca permanente do consenso”.¹ A compreensão do processo saúde-doença para além dos domínios da biomedicina e o pressuposto do trabalho em equipe que fundamenta a estratégia saúde da família, assumida pelo Ministério da Saúde como estruturante do nível de atenção básica, trazem para o cenário contemporâneo o debate sobre as possibilidades da interdisciplinaridade. No campo da saúde pública, a interdisciplinaridade pode ser entendida “como uma necessidade intrínseca à complexidade de seu objeto e como uma proposta de resgate da medida do humano na racionalidade técnico-científica”.² O resgate da “medida do humano”, por meio da interdisciplinaridade, assume maior relevância quando os serviços de saúde, em todos os níveis de atenção, vêm lidando, com frequência crescente, com questões e problemas específicos do envelhecimento. Com efeito, o rápido processo de envelhecimento populacional verificado nas últimas décadas no País tem produzido sérios desafios para todo o sistema de


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saúde. De sua gestão ao próprio conhecimento por parte dos profissionais de saúde, perpassando pelas peculiaridades que envolvem o cuidado da pessoa idosa, impõe-se a necessidade premente de retomada do debate da interdisciplinaridade como estratégia para uma abordagem adequada às necessidades de saúde, nem sempre tão evidentes, da população idosa que procura o atendimento no SUS. O debate sobre o trabalho interdisciplinar em saúde para a atenção à população idosa tem como referência, neste capítulo, a estratégia saúde da família, na medida em que o trabalho das equipes da saúde da família é fundamental para a busca permanente de comunicação e troca de experiências e de conhecimentos entre os integrantes da equipe de saúde e destes com o saber popular do agente comunitário de saúde.

A Interdisciplinaridade no Campo da Saúde Pública ■ Conceituar interdisciplinaridade não é tarefa simples. Para apreender o conceito seria preciso distingui-lo de outros termos correlatos, como multi-, pluri- e transdisciplinaridade. A multidisciplinaridade seria a justaposição de duas ou mais disciplinas, com objetivos múltiplos, sem relações entre elas e, também, sem nenhuma coordenação entre si. A pluridisciplinaridade, por sua vez, diria respeito ao conjunto de duas ou mais disciplinas, com objetivos múltiplos, com certa relação e cooperação, sem, entretanto, existir uma coordenação entre essas relações. A transdisciplinaridade significaria a coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas do sistema de ensino sobre a base de uma axiomática comum a um conjunto de disciplinas. Assim, a interdisciplinaridade seria a interação existente entre duas ou mais disciplinas, podendo envolver desde a simples comunicação de ideias até a integração de epistemologias, termos, métodos, procedimentos, dados e organização referentes ao ensino e à pesquisa.3-5 Contrapondo-se à lógica positivista da ciência, responsável pela afirmação das disciplinas isoladas e pela consequente fragmentação do saber, a interdisciplinaridade se impõe como alternativa para a construção de uma proposta epistemológica de caráter interdisciplinar. Nessa perspectiva, a noção mais difundida de interdisciplinaridade é aquela que pressupõe a interação entre duas ou mais disciplinas com a meta de superar a fragmentação do conhecimento, e que implica uma troca entre especialistas de vários campos de conhecimento, na discussão de um assunto, na resolução de um problema, com vistas à melhor compreensão da realidade. A interdisciplinaridade, entretanto, não deve cair na armadilha de ser o remédio para todas as questões, constituindo-se, assim, verdadeira “panaceia epistemológica” para a cura dos males da ciência moderna.6 Japiassu (1976),4 por sua vez, traz para o debate a possibilidade de uma dupla necessidade da interdisciplinaridade. De um lado a necessidade interna da própria


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Figura 2.1 Distribuição de óbitos por suicídio, segundo o sexo, no Brasil, no ano de 2005 Fonte: adaptada do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Secretaria de Vigilância de Saúde (SVS) e Ministério da Saúde (MS).

Figura 2.2 Distribuição percentual de óbitos por suicídio, segundo faixa etária, no Brasil, no ano de 2005 Fonte: adaptada do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Secretaria de Vigilância de Saúde (SVS) e Ministério da Saúde (MS).


Capítulo 5 Considerações Jurídicas Acerca dos Textos da Constituição Federal e do Estatuto do Idoso Taufik Ricardo Sultani

Pensamentos do filho sobre o pai. Aos 7 anos: meu pai é um sábio, sabe tudo. Aos 14 anos: bem, papai às vezes se engana. Aos 20 anos: papai está um pouco atrasado em suas teorias. Aos 25 anos: “velho” não sabe nada. Decididamente está caducando. Aos 35 anos: com a minha experiência, meu pai nesta idade seria milionário. Aos 45 anos: não sei se consulto o “velho” neste assunto, talvez me pudesse aconselhar... Aos 55 anos: pena o velho ter morrido. Na verdade, ele tinha ideias e clarividência notáveis. Aos 65 anos: pobre papai. Era um sábio... Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde! (Autor desconhecido)

Introdução

Este capítulo tem como objetivo a análise e comparação dos termos da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto do Idoso de 2003. Devemos conceituar para o leitor que a Constituição é o conjunto das normas básicas e das leis fundamentais que definem a organização política de um país, ou seja, determina os direitos e deveres dos seus cidadãos, ao passo que o conceito de Estatuto entende-se como a lei ou o regulamento em que são definidos os princípios institucionais ou orgânicos restritos a uma coletividade ou corporação, pública ou particular.


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Abordagem Interdisciplinar do Idoso

Por que foi criado o Estatuto do Idoso, uma vez que a nossa Lei Maior, a Constituição Federal, já determina os direitos de seus cidadãos, como, por exemplo, no que se refere à igualdade entre as pessoas, independentemente da raça, da cor, da idade, do sexo, entre outras condições? O grande desafio para o Brasil é cumprir a sua Constituição de maneira uniforme em todo o seu território, porém respeitando as diferentes culturas resultantes da miscigenação de raças que, entre outras questões, gerou diferentes modos de cultuar o idoso. O Estado tem a função de promover a igualdade social e o bem comum para toda a sua sociedade. O nosso estudo se inicia com a inversão na base da pirâmide populacional, pois atualmente as pessoas estão vivendo mais. Em um breve estudo comparativo com décadas anteriores, fica evidente que a expectativa de vida do brasileiro passou a ser compatível com a de países da Europa, ou seja: ■■ 1900: expectativa de vida de 43,2 anos. ■■ 1950: expectativa de vida de 55 anos. ■■ 1960: expectativa de vida de 57,1 anos. ■■ 1970: expectativa de vida de 63,5 anos. ■■ 1980: expectativa de vida de 68,6 anos.

A média da expectativa de vida do brasileiro atingiu a marca de 71,9 anos, de acordo com a pesquisa Tábua de Vida 2005, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).1 Devemos lembrar que a dignidade humana, matéria da nossa Carta Magna, deve ser aplicada a todos os brasileiros e estrangeiros que habitam nosso solo. Idoso é todo aquele que se enquadra no critério objetivo,2 ou seja, maiores de 60 anos. Martinez (1997)3 diz: “Vem sendo considerado politicamente incorreto falar-se em velho, por associação à ideia de coisa inútil, de imprestável. Todavia, a palavra idoso, de qualquer modo, liga-se à pessoa com mais idade, pelo menos em comparação com a nomenclatura ‘grupo de terceira idade’. Expressão cunhada pela Organização Mundial da Saúde – OMS, 1957, em grande aceitação nos últimos 15 anos no Brasil. A Assembleia Nacional Constituinte teve dificuldades linguísticas para redigir o art. 203, I, e acabou falando em velhice, na Lei Maior de 1988.”

Abordaremos a seguir alguns tópicos referentes à dignidade e legalidade do idoso em nosso país e os descasos com a sua dignidade enquanto ser humano.


Câncer de Colo do Útero e o Paradigma do Diagnóstico Molecular

Figura 13.3 (A) Células normais. (B) Lesão de baixo grau. (C) Lesão de alto grau Fonte: cortesia de QIAGEN Brasil – Método: citologia em meio líquido.

Apesar de preciso na identificação das alterações morfológicas celulares, o teste de Papanicolaou não é capaz de identificar a presença do HPV antes que elas se iniciem. Isso quer dizer que um teste de Papanicolaou negativo não exclui a presença do HPV no epitélio cervicovaginal.

Identificação do Câncer Após a década de 1980, com o avanço da biologia molecular, novas ferramentas diagnósticas surgiram com o objetivo de identificar em praticamente qualquer tipo de amostra a presença de DNA ou RNA de um agente infeccioso específico.6,7 Não tardou para que testes moleculares fossem desenvolvidos e aplicados na pesquisa do DNA do HPV. Esses testes permitem identificar com absoluta precisão a presença do HPV no epitélio cervicovaginal antes das primeiras lesões, o que outrora era impossível, além de caracterizar a persistência viral, fator determinante para o início do processo oncogênico.8-11 Há pelo menos uma década a América do Norte e alguns países da Europa introduziram, em associação com a citologia cervicovaginal, os testes moleculares em suas rotinas de rastreamento do câncer de colo do útero. Tal atitude vem re-

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Câncer de Colo do Útero e o Paradigma do Diagnóstico Molecular

Figura 13.4 Incidência de câncer de colo do útero por idade Fonte: adaptada de OMS, 2007.

Figura 13.5 Mortalidade por idade do câncer de colo do útero Fonte: adaptada de OMS, 2007.

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Terapia Ocupacional em Gerontologia

Figura 16.2 Modelo de competência ocupacional Fonte: adaptada de Polatajko, 1994.

A competência ocupacional será o resultado da adequação da interação entre os aspectos individuais, ocupacionais e ambientais da ocupação. Competência pode ser definida como a adequação, como resposta às demandas do ambiente.3 Assim, competência ocupacional será determinada pela interação entre as habilidades necessárias para realizar a ocupação, as habilidades pessoais e as demandas do ambiente. Concluindo: ■■ A prática da terapia ocupacional é centrada no cliente, que tem total autonomia para intervir no tratamento, direcionando-o para as suas necessidades e interesses. ■■ A prática da terapia ocupacional trabalha com o fortalecimento da autonomia, aumentando a possibilidade de a pessoa tomar decisões em relação à sua vida, tanto em nível pessoal como em nível social. ■■ O objetivo último da prática da terapia ocupacional é possibilitar a competência ocupacional. ■■ O terapeuta ocupacional domina técnicas para o desenvolvimento da competência ocupacional. ■■ A prática da terapia ocupacional é centrada no contexto no qual a pessoa está inserida. ■■ O terapeuta ocupacional utiliza uma série de recursos para o desenvolvimento de sua prática, e a atividade é apenas uma delas. Nesses recursos estão incluídas as prescrições

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Alimentação no Idoso

o estado nutricional do idoso pode ser identificado de modo adequado, tendo em vista a escassez de profissionais de nutrição.

Miniavaliação Nutricional (MAN) A MAN (Tabela 21.13) é um método de diagnóstico nutricional que avalia a desnutrição e o risco de desnutrição em idosos. Foi desenvolvida por pesquisadores americanos, franceses e suíços e validada na França com mais de 600 idosos, incluindo indivíduos saudáveis e com algum tipo de risco.40 Tabela 21.13 Miniavaliação nutricional Nome: __________________________________________________________________________ Sexo: _________ Data: ___/___/___ Idade: _____________ Peso (kg): ____________ Altura (cm): ____________ Avaliação antropométrica 1. IMC (peso/altura)2

2. Circunferência do braço (CB em cm):

0 = IMC <19

0,0 = CB >21

1= 19 ≤IMC <21

0,5 = 21 ≤CB22

2 = 21 ≤IMC <23

1,0 = CB >22

3 = IMC ≥30 3. Circunferência da panturrilha (CP em cm):

4. Perda de peso nos últimos meses

0 = CP <31

0 = superior a 3kg

1 = CP ≥31

1 = não sabe informar 2 = entre 1 e 3kg 3 = não perdeu peso

Avaliação global 1. Reside em domicílio próprio?

2. Utiliza mais de três medicamentos por

0 = não

dia?

1 = sim

0 = não 1 = sim

3. Teve algum estresse psicológico ou doença

4. Mobilidade

aguda nos últimos três meses?

0 = restrito ao leito

0 = não

1 = deambula, mas não é capaz de sair de casa

1 = sim

2 = deambula normalmente

5. Problemas neuropsicológicos

6. Lesões na pele ou escaras

0 = demência ou depressão grave

0 = sim

1 = demência leve

1 = não

2 = sem problemas psicológicos (continua)

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Proposta de Reinserção do Idoso na Sociedade: Contribuição da Arquitetura

Figura 26.1 Projeção da pirâmide demográfica brasileira no ano 2050 Fonte: adaptada de Berkeley University, 2007.

Figura 26.2 Pirâmide demográfica brasileira no ano 2000 Fonte: adaptada de U.S. Census Bureau, 2005.

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Abordagem Interdisciplinar do Idoso

■■ Lazer: ●● Ambiente de leitura. ●● Mezanino de transição 1. ●● Mezanino de transição 2. ●● Teto do jardim. ■■ Alimentação: ●● Refeitório. ●● Cozinha. ■■ Serviços: ●● Área de serviço. ●● Dois vestiários. ●● Oito sanitários. ■■ Circulação: ●● Escadas e elevador. ●● Rampas. ●● Circulação e corredores.

Figura 26.4 Planta do pavimento térreo Legenda: 1. Recepção; 2. Sala dos profissionais; 3. Vestiário feminino; 4. Vestiário masculino; 5. Enfermaria; 6 e 7. Sala do médico; 8. Sala do fisioterapeuta; 9. Sala do fonoaudiólogo; 10. Sala de terapia ocupacional; 11. Sala do psicólogo; 12. Sanitário masculino; 13. Sanitário feminino; 14. Refeitório; 15. Cozinha; 16-18. Sala de atividades; 19. Ginásio esportivo; 20. Mezanino intermediário 1.


Proposta de Reinserção do Idoso na Sociedade: Contribuição da Arquitetura

Considerações Finais

Diante do panorama de aumento da população idosa brasileira, percebe-se a urgente necessidade de se estabelecerem políticas públicas voltadas para essa população. Tais políticas devem envolver ampla gama de disciplinas e profissionais nas áreas de saúde, educação e construção. Nesse sentido, insere-se a arquitetura como meio de concretização das necessidades espaciais específicas dos idosos, respeitando suas dificuldades de locomoção e criando ambientes adequados e convidativos. Assim, o desenvolvimento de um projeto de uma unidade de referência à saúde do idoso, projetada exclusivamente para a saúde e o lazer dessa população, mostra-se mais que adequado, uma vez que, além de atender às necessidades físicas e espaciais, favorece sua interação na sociedade e a manutenção de sua saúde física, psicológica e mental.

Referências ■   1. Ribas EC, Murai HC. Qualidade de vida no envelhecimento da população. Base online dos trabalhos de conclusão de curso – enfermagem – Unisa; 2003.   2. Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: projeto Epidoso. Cad. Saúde Pública São Paulo; 2003.   3. Brasil. Governo Federal. Estatuto do Idoso. Lei no 10.741. Brasília, 2003.   4. Prefeitura Municipal de São Paulo. Política Municipal do Idoso – URSI. Decreto no 439.001. São Paulo; 1.10.2003.   5. Nakagawa CS, Formoso CL. Resgate de valores: uma opção para os idosos através do programa de terapia ocupacional de ambulatório. Rer. Ter Ocup. USP; 1991.   6. Ferrari, MAC. Instituições que abrigam idosos: propostas para padrões mínimos para seu funcionamento. Terapia ocupacional São Paulo; 1991.   7. Hertzberger H. Lições de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes; 1999.

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