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AS CABECEIRAS DE DEUS
Em São Sebastião das Três Orelhas, Ouvia o zumbido dos insetos alados Fritando na lâmpada à minha cabeceira.
Pequenas vidas de grandes feitos Atravessaram o vale ilesas, Ludibriaram inimigos ferozes, Sobrevoaram fogueiras nos quintais, Febris lançaram ovos, as larvas nas poças, Alimentaram-se de restos e excrementos.
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Enquanto eu insone testemunha dos fatos Calculo o quanto posso e temo o mal de meus iguais Servindo-se de ganância e vaidade em banquetes, Vivendo como ultimados animais perenes. Mas eis que no anoitecer dos anos chegam à luz!
E as cabeceiras de Deus estão sempre acesas.
Noite Turva
um casal emplumado encarou a tempestade de ferrugem com a ternura de um abraço profundo. suportaram o assombro do céu e os ataques nervosos.
bateram-se contra às águas e os ventos como se o peito fosse de marfim e a coragem, uma armadura impermeável.
(o baile cambiante das pernas na regência dos trovões vorazes seguia em compassos de pavor) o império turvo do céu rogava assombros em lastros de serpentes luminosas. o casal lutou na rinha feroz da noite que não oferecia extremidade ou margem para abrigo.