Revista Controle & Instrumentação n°257

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Energies

Digitalização no setor de energia Webinar patrocinado pela Siemens discutiu o potencial de ganhos embutidos em dados gerados nos processos de energia, futuro que já chegou para vários agentes desse setor, beneficiados em termos de produtividade, transparência e eficiência energética, sejam empresas distribuidoras de energia, grandes consumidores, provedores de soluções e órgãos reguladores. O evento teve como convidados o gerente de Aplicação Digital da área de Digital Grid da Siemens, Paulo Antunes, o coordenador de Comissionamento e Proteção da ISA-CTEEP, Daniel Nascimento Barbin, o geren-

te executivo de Estratégia e Inovação do ONS, Fábio Reis Cortes, o coordenador divisional de Instalações Industriais / Departamento de Novas Implantações da Gestamp Mercosul, Juan Manuel Chantada e o diretor-técnico da PSR, Bernardo Bezerra, (na foto, em sentido horário). Bernardo abriu o seminário com uma apresentação na qual abordou temas como a descarbonização e descentralização de energia, que estão remodelando o sistema. Diante de um futuro mais complexo e incerto as inovações serão cada vez mais necessárias, e, entre as de maior potencial, a maioria será beneficiada por recursos de digitalização, como Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Big Data. Paulo Antunes, da Siemens, comentou que a incorporação de recursos digitais é uma forma de extrair valor dos processos. “A digitalização é a fronteira seguinte da automação: hoje, muitos processos já são capazes de gerar enormes quantidades de dados. O que fazer com esses dados, acessando o potencial escondido nessa expressiva quantidade de informações, é a próxima fronteira de ganhos de eficiência e produtividade”, acrescentou o gerente da Siemens.

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Nº 257 | 2020

Avaliando o tema sob a perspectiva do operador do sistema elétrico nacional, Fábio Reis Cortes, do ONS, afirmou que “digitalização é um assunto de longo prazo, uma jornada”, explicando que, na entidade, o tema é abordado em tópicos, como dados e analytics, interação dos usuários, segurança cibernética. “O passo seguinte é a inteligência artificial”, acrescentou Fábio. Do ponto de vista de um grande consumidor de energia, Juan Manuel Chantada, da Gestamp, afirmou que a digitalização é uma grande oportunidade de utilizar dados e tomar decisões a partir deles, gerando maior eficiência e produtividade nos processos. “A digitalização também nos permite obter conhecimentos mais detalhados dos nossos próprios processos, por exemplo, com a avaliação das plantas em função de sua eficiência energética”, explicou o coordenador. Daniel Barbin, da ISA-CTEEP, chamou a atenção para uma visão ainda recorrente no setor. “Em muitos casos, o profissional da área ainda carrega conceitos do passado, como a simples substituição de tecnologias. Digitalização vai além desse conceito, permitindo a utilização de dados e melhorando as tomadas de decisão, efetivamente agregando valor aos processos”, apontou Daniel. Entre os principais benefícios da digitalização para empresas, Paulo Antunes citou mudanças de paradigmas, por exemplo, na manutenção de equipamentos, baseada não mais em períodos pré-determinados, mas no real estado desses equipamentos. “É possível passar a realizar uma gestão de ativos com base no ciclo de vida, categorizando riscos e entendendo momentos certos de manutenção, para garantir melhor utilização de recursos, o que se traduz em melhorias para o negócio e para a sociedade, de forma geral, evitando desperdícios gerais. Outra vantagem trazida pela incorporação tecnológica com foco em digitalização, são os investimentos que se pagam pelo uso da própria tecnologia. É o que acontece com as perdas não técnicas, por exemplo. Ao eliminar gargalos que fazem a empresa perder receita, a tecnologia em si já representa um ganho para o negócio”, observou o gerente da Siemens.

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