3 minute read

Em Curitiba como em nenhum lugar do mundo

Night, nuit, noche: como traduzir em diferentes idiomas o que acontece quando o sol se põe? Apesar das diferenças culturais, a noite nas cidades ganha vida por meio das luzes das baladas e dos aromas dos bares e restaurantes. Mas o que a noite curitibana tem que a noite internacional não tem?

Duas semanas em Curitiba foram suficientes para a norte-americana Akilah Porter, de 22 anos, descobrir as diferenças entre os agitos da capital paranaense e de sua terra natal. Nesse período, ela conheceu bares e casas noturnas e constatou que as regras mudam quando o assunto é azaração. Para a estudante de Jornalismo, em nossa cidade é bastante comum duas pessoas que mal se conhecem “ficarem” na balada, sem serem julgadas por isso. “Nos Estados Unidos, se uma garota fizer o mesmo, ela não será bem vista. Em geral, os brasileiros parecem ser mais receptivos quanto a demonstrações públicas de afeto e os americanos, mais rigorosos. Portanto, nos Estados Unidos você não verá tantas pessoas se beijando em um banco do parque durante o dia como no Brasil”, explica. Esse comportamento, apesar de causar espanto, de certa forma agradou a estudante. “O que mais gostei aqui foi o fato das pessoas não parecem estar julgando tudo. Vocês cuidam das suas vidas e não se preocupam muito com o que os outros estão fazendo.” meses e não encontrou momentos de tédio depois do fim de tarde. “A vida noturna em Curitiba é ótima. Você pode encontrar grandes festas todos os dias da semana. É tudo muito vivo! No Brasil, como na França, as casas noturnas estão abertas a noite toda, e eu realmente aprecio isso. Nos Estados Unidos, por exemplo, às duas horas da madrugada já está tudo fechado”, diz. Mas, para a francesa, a paquera nas baladas brasileiras chega a ser agressiva. “Os homens querem chegar beijando. Não gastam tempo para conversar e ou conhecer alguém. Por isso, às vezes, é preciso se posicionar”, explica.

Músicas e Estilos

A música na noite curitibana não é o que mais agrada Anthea. “Confesso que há sertanejo demais para mim. Eu realmente gosto de música eletrônica e é difícil encontrar muitos lugares com esse estilo musical aqui em Curitiba”. A francesa, que já explorou as paisagens do Nordeste, as praias de Santa Catarina e as belezas naturais paranaenses, como Ilha do Mel e Foz do Iguaçu, percebeu que os estilos variam até mesmo dentro das nossas fronteiras. “Eu fui de São Luiz para Fortaleza, depois para Recife e Porto de Galinhas. Infelizmente, eu não tive a chance de conhecer as casas noturnas, pois na maioria das vezes fiquei hospedada em vilarejos menores. No entanto, participei de festas locais e eu diria que a principal diferença é que a música lá em cima é ainda mais tipicamente brasileira do que em Curitiba. Há muito forró ou samba”, explica. Na cidade de Jonathan Wu, 22, que está no Brasil para realizar um intercâmbio, a variedade de estilos musicais fica a cinco minutos de distância. “Em Hamilton, na Nova Zelândia, todos os clubes estão concentrados em uma região. É muito comum irmos de um clube para outro, dependendo do nosso humor. Por exemplo, posso estar ouvindo música eletrônica em um clube, atravessar a rua e mudar imediatamente para rock”, explica. Além de Curitiba, Jonathan esteve em Joinville. Lá participou de uma festa na casa de um dos colegas. “Em Joinville, não há muitos bares ou casas noturnas. Isso é um pouco estranho para uma cidade com tantos estudantes. Pelo que ouvi, lá as pessoas geral-

This article is from: