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A próxima sessão por Daniela Hendler e Rafaela Gabardo
by eba_pucpr

A noite em Curitiba é ótima. Você pode encontrar grandes festas todos os dias da semana. Anthéa Juin
mente organizam as suas próprias festas, o que eu tenho certeza que os curitibanos também fazem”, diz. Outro aspecto que lhe chamou atenção foi o fato de as mulheres terem mais vantagens que os homens, como filas mais curtas e preços mais baratos. “Esses tipos de vantagens não são dadas para as mulheres na Nova Zelândia”, conclui.
Preços e Serviços
A boliviana Daniela Monje chegou há três anos a Curitiba para trabalhar na área de marketing de uma multinacional. Encantada com bares e baladas temáticas, Daniela aproveita as diversas opções que a capital oferece para curtir muita música ao vivo e uma boa conversa. Mas, apesar dos ambientes serem agradáveis e as comidas e bebidas serem muito saborosas, o preço ainda é salgado. “Quando comparado com outras cidades, como São Paulo, os valores são razoáveis. No entanto, acho que ainda é muito caro, quando comparado a outros países da Europa e até mesmo da América Latina”, comenta.
Mas vale a pena pagar um pouco mais caro se o serviço for de qualidade. Esse foi outro ponto que chamou a atenção de Akilah: a higiene dos locais. “O que eu achei interessante sobre o Brasil, mais especificamente sobre Curitiba, é a forma como vocês são conscientemente higiênicos. Por exemplo, nos Estados Unidos, quando bebemos refrigerante, não usamos o canudo, bebemos direto na latinha; também não usamos talheres para comer pizza, a menos que nós estejamos sentados na mesa de um restaurante”.
Luize Souza Juliana Oshima
Balada
Akilah Porter (primeira à direita) na noite com as amigas.

A próxima sessão de cinema
Cineclube do SESI-PR oferece ao público cardápio variado de filmes
Há algum tempo que o dia a dia da auditora fiscal da Receita Federal Leonora Garan, às vésperas de se aposentar, não é mais o mesmo. Pelo menos não às quintas-feiras à noite. “Descobri, lendo um jornal, o projeto do Cineclube SESI”, comenta a admiradora da sétima arte que aproveita esse dia da semana para assistir às sessões promovidas pelo Serviço Social da Indústria (SESI) no Centro Cultural Sistema Fiep, em Curitiba. “O Cineclube é uma canal valioso de contato entre o projeto do Serviço Social da Indústria e a cidade;” É assim que Miguel Haoni Batista, coordenador do Cineclube SESI, que hoje promove sessões de filmes todas as quintas-feiras na sede do SESI, define o projeto. Segundo ele, o projeto é resultado de várias necessidades. Para o SESI, mais especificamente para as Gerências de Cultura e Educação, o cineclube é a oportunidade de dinamizar seus auditórios, desenvolver atividades de cinema e ampliar a interação com a comunidade curitibana. “Existe também as demandas que eu trago da minha vivência como cineclubista: a necessidade da consolidação de um espaço permanente de trocas em torno do cinema, o desenvolvimento de um grupo de estudos sob a bandeira cinéfila, e mais especificamente um compromisso de gratidão com a ‘musa’ Cinema, que me deu tudo o que tenho e sou até hoje”, declara Miguel. Para ele, existe ainda uma necessidade do cenário cultural curitibano por mais espaços de troca e interação em torno das artes. “O cinema aqui circula até bem, mas existem pouquíssimos espaços que viabilizem o olho no olho, o que é elementar na construção de uma comunidade sensível”. Ana Luiza de Oliveira e Silva, analista técnica da Gerência de Educação do SESI-PR, afirma que o objetivo do Cineclube é proporcionar um contato com a arte cinematográfica de forma gratuita, que se diferencia de outros métodos de exibição por proporcionar ao público a opção de discutir as películas exibidas. “Além dos participantes poderem assistir afilmes de diferentes nacionalidades, épocas e diretores que se afastam do circuito comercial de cinema, eles ainda têm um espaço para troca de ideias sobre os filmes assistidos”, comenta. Miguel destaca a diferença técnica na exibição. “A qualidade das salas e da projeção de imagem e som afetam muito a apreciação. Ser absorvido pela tela grande e assistir ao filme, meio que compulsoriamente, na sua duração integral, respeitando o tempo dos planos e da montagem, faz toda diferença”, defende, comparando essa experiência a sentar diante da televisão ou do computador. De acordo com Ana, por ser uma ação do SESI, existe um foco para que os frequentadores sejam trabalhadores da indústria e seus dependentes. No entanto, o público que realmente comparece às sessões é mais variado: estudantes de diversas instituições e cursos, e profissionais de diversos ramos. “Ou seja, o Cine-

clube tem atingido a comunidade em geral: curitibana e de outras cidades e estados”, relata. Miguel diz que, por mais que o público-alvo sejam os cinéfilos, ele gosta mesmo é de trabalhar com quem não entende muito da arte. “Com quem tem pouca base no assunto, a troca é mais confrontante e eficaz”, diz ele. Idosos e universitários são dois dos grupos mais atuantes nas sessões do Cineclube. “É uma sorte, pois são duas experiências de mundo valiosíssimas para os debates”, afirma. O projeto teve seu primeiro ciclo em julho de 2012 com a exibição de três filmes do diretor espanhol Luis Buñuel, agora em maio de 2013 iniciou o décimo ciclo, com filmes da nouvelle vague – escolhidos e selecionados a dedo por Miguel. “É isso o que atrai o interesse pelo cineclube, o espaço destinado para o debate sobre os Nascimento diz que gosta de ver gente. “Quando morei em uma casa de estudantes, alugava filmes pro pessoal. A gente tinha uma sala de tevê que não tinha canais a cabo... Uma sala com umas 20 pessoas assistindo a Fome Animal, do Peter Jackson, foi incrível. O pessoal reclamava do jeito ‘trash’ do filme, mas a sala estava sempre cheia. Hoje quase todos têm televisores no quarto, a sala de TV tem pouca gente agora”, relembra. A espectadora relata que adora cinema, e que vê no cineclube um bom passatempo e uma boa forma de adquirir cultura e ampliar os conhecimentos sobre a cinematografia nacional e internacional. “Não sei exatamente a quantas sessões eu assisti, acredito que foram umas nove ou dez, e o filme exibido que eu mais gostei foi O Pântano, da Lucrecia Martel”, conta.
As sessões do Cineclube acontecem sempre nas quintas-feiras, a partir das 19h30. “Talvez eu pudesse sugerir que a sessão fosse repetida no sábado ou no domingo; assim, quem não pode ir na quinta-feira, teria outra oportunidade”, opina Leonora. Nascimento comenta que “queria que as sessões fossem mudadas para quarta-feira, mas é só uma questão pessoal”, diz.


filmes. O Miguel, além de selecionar os filmes que serão passados, leva informações mais aprofundadas sobre o filme, seu contexto, seu diretor e afins. Ele ainda proporciona um momento de discussão em que os participantes comentam o filme, colocam e trocam informações e impressões”, comenta Ana.
O analista de comunicação Francisco Nascimento comprova o que é dito por Ana. Espectador do cineclube, ele esteve presente na primeira edição do projeto e continua a marcar presença. Nascimento começou a participar das sessões por achar o formato de exibição interessante. “Gosto de cinema e tem muita coisa boa que desconheço. É uma forma de conhecer melhor o mundo pelos olhos grandes diretores e até alguns menos consagrados, mas que sempre têm uma mensagem bacana”, diz. Ele defende a exibição de filmes para públicos maiores, diz que mesmo quando não conhecia o Cineclube. “Não lembro como o descobri. Deve ter sido navegando pela internet.”, ele diz – sempre é a favor do público coletivo.
A auditora fiscal da Receita Federal Leonora Garan, que conheceu o projeto do Cineclube por meio do Caderno G do jornal Gazeta do Povo, comenta que, em primeiro lugar, a tela do cinema, que é bem maior e melhor, faz toda a diferença. “É muito diferente do que assistir na tevê de casa. Outro motivo que também me faz ir às sessões envolve todo o ritual de sair para ir ao cinema... O efeito psicológico cria o clima de preparação, que facilita a concentração. Em casa sempre tem alguma interrupção, barulho, vizinho, telefone, trânsito na rua...”, analisa a Leonora, quase aposentada. Ela cita ainda os comentários pós-filme. “O Miguel (Cineclubista responsável) faz comentários sobre os filmes que são sempre muito bons, e que, por isso mesmo são indispensáveis.”
Serviço
As sessões do Cineclube SESI acontecem no Centro Cultural Sistema Fiep – Sala Multiartes (Av. Cândido de Abreu, 200 – Centro Cívico), Telefone: 0800 6480088 Inscrições pelo site www.sesipr.org.br/cultura. Entrada gratuita. *Sala com 25 lugares, sujeita à lotação.
Daniela Hendler Rafaela Gabardo


.O Cineclube é uma canal valioso de contato entre o projeto do SESI .Miguel Haoni, Cineclubista

Discussão
Cineclubistas discutem a sessão com Miguel Haoni