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Dependência digital

comprar um carregador portátil, porque precisava de bateria no celular.” O vício chegou a tanto, que a contadora Thelma Scolar, de 32 anos, em uma viagem de sete dias em um cruzeiro, pagou US$ 27,90 por uma hora de serviços de internet a bordo. Foram R$ 69,75 gastos para saciar a necessidade de se comunicar pela telinha do celular, postar imagens e vídeos. Na visão da socióloga Gilmara Rank, o uso exagerado desse instrumento pode vir a prejudicar o convívio com as pessoas reais porque elas vivem em um ambiente virtual afetando assim não só o bem estar psicológico, mas o social. “Acaba sendo uma fuga da realidade conflitante e de seus problemas pessoais”. Caso completamente contrário é o que vive a estudante de direto de 19 anos, Ana Maria Garcia. A jovem só usa o aparelho (a que considera mais como “bugiganga”), para funções essenciais como ligações e mensagens. “Tem vezes que eu até esqueço de carregar o

celular, não sei se é porque meu inconsciente rejeita isso de ficar dependente de tomada, ou porque simplesmente sou esquecida. Mas já fiquei uma semana sem celular e, realmente, nem percebi.” Quando precisa falar com alguém, pede emprestado. A família também já acostumou. “Todos os meus amigos, e eu digo todos mesmo, ficam constantemente olhando seus smartphones para fazer qualquer coisa. Se estamos comendo algo em um restaurante ou estamos bebendo uma cerveja em um bar, lá estão os aparelhos, e é bem chato isso. O celular está sempre na mão ou do lado, nunca no lugar onde ele deve estar: no bolso ou na bolsa.” A psicóloga Narjara reforça, que o uso da internet e do celular é saudável para as pessoas, até o momento em que elas não se prejudicam em outros setores de sua vida pessoal, como trabalho, relacionamentos, estudos e lazer. Nesses casos, uma boa saída é tentar abandonar, aos poucos, o vício, ou nos casos mais graves, tentar sessões de terapia. Um alerta e atenção especial ainda é com relação também aos pais, que são os grandes responsáveis pela formação da “Geração CrackBerry”. O índice de dependência é entre os adolescentes de 9 a 16 anos, sendo duas vezes maior do que os adultos (acima de 16 anos). Segundo Narjara, eles não têm as capacidades cognitivas e emocionais necessárias para se controlarem, porém é quase que impossível impedi-los. “Portanto, o aconselhável é o acompanhamento e estabelecimentos de regras e limites pelos pais ou responsáveis.” Se ao final desta reportagem, você não se rendeu à curiosidade do sinal de notificação, parabéns! Você faz parte dos poucos brasileiros que ainda não se renderam por completo, ao “mal” da era digital.

Sinais de dependência

O uso da internet é considerado excessivo (análise por um período de seis meses)

Tempo

Quando você perde a noção do tempo quando está online ou sempre fica mais tempo do que pretende originalmente/tem necessidade de usar cada vez mais tempo.

Relações

Quando a pessoa já correu o risco de perder um relacionamento significativo, emprego ou oportunidade educacional ou profissional por causa da internet.

Mentiras

Já mentiu para familiares, terapeutas e outras pessoas para esconder o seu envolvimento com a internet.

Humor

Fica quieto, irritado, mal-humorado ou deprimido quando tenta diminuir ou parar de usar a internet.

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