Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Julho de 2018

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O LÁBARO Diocese de Taubaté - SP

Distribuição Gratuita

Desde 1910 - Edição nº 2.169 - Julho 2018

Projeto de música da Fundação “Dom Couto” é instrumento de promoção humana e sociocultural

Iniciado em janeiro de 2015, o Projeto Orquestra Jovem “Dom Couto” já atendeu mais 300 pessoas entre crianças, adolescentes e jovens. O projeto é uma inciativa da Fundação “Dom Couto”, criada há 19 anos pelo então bispo diocesano de Taubaté, Dom Carmo João Rhoden, scj, com a finalidade de ser na diocese uma instituição vocacionada à promoção sociocultural. Além, da parceria com outras instituições, por meio das quais se

consegue alguma verba, o projeto é realizado com recursos da própria Fundação, através do trabalho do Grupo de Voluntárias que realizam vários eventos durante o ano para arrecadar fundos. Atualmente, o projeto atende cerca de 120 alunos, entre 10 e 25 anos, priorizando crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica e emocional. Para isso, conta também com a parceria de alguns

órgãos municipais, como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e o Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente. No projeto, os alunos aprendem a tocar instrumentos de cordas, de sopro e percussão, de acordo com a escolha e aptidão de cada um.

PÁG. 06

Fotos Arquivo Pessoal

Nesta Edição

Pastoral do Dízimo - PÁG. 09 “Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro!”. Fl 1, 21.

Entrevista: Crônica da Vila das Graças - PÁG. 10

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Editorial

Ainda é possível ver, em algumas igrejas e ruas residenciais, a criançada comemorando as tradicionais festas juninas. Entre salgados quentes e doces melados, a turma senta em rodas e fica a conversar. Come e conversa, come de novo e torna a conversar, num círculo quase explosivo de excessos bons – bons até o dia seguinte, quando a consciência diet começa a acusar os pecados da gula. É uma rara oportunidade de vida comunitária, já que viver em bando não significa que estejamos em uma comunidade. Comunidade é tempo gasto em convívio, que nem sempre é fácil; é partilhar a refeição, o que fica cada vez mais raro num mundo de medo recíproco; é cantar, para lembramos que somos a mesma coisa, seres humanos, ainda que alguns insistam, como dizia George Orwell, em ser “mais iguais do que os outros”. Festas são boas, não só porque se come muito, muito mesmo. Festas são boas, sobretudo, porque mantêm viva a consciência comunitária das pessoas. Se for festa de igreja, acrescentese a consciência de se ser uma comunidade de fé, todos filhos do mesmo Pai. Em tempos de baladas regadas à vodka, sons ensurdecedores e contato entre corpos que se usam, mas não se comprometem, ir numa festinha de igreja pode ser uma boa pedida. Talvez lá, alguém se lembre que somos irmãos.

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Opinião

E depois da copa...

Então a Copa do Mundo acabou. Houve quem se interessou bastante por ela, houve quem se ligou só quando os jogos começaram, houve mesmo quem a ignorou completamente. Fato interessante que presenciei antes da Copa foi a reunião de adultos, crianças e adolescentes para trocar figurinhas dos jogadores. Nessa época, o assunto preferido nas rodas de conversa era a escalação da Seleção Brasileira. Era impressionante a quantidade de informações sobre um atleta que um e outro possuía. Nos álbuns de figurinhas vinha a ficha técnica do jogador. Jornais, revistas e noticiários de rádio e TV forneciam detalhes da vida dos craques. Dos mais famosos, mesmo da intimidade, gostos e preferências se dava notícia. Mais próximo da Copa, noticiava-se até o humor ou o estado de saúde do dia de um ou outro superstar da bola. Tudo bem, todo mundo tem direito a seu passatempo preferido. Contudo, surpreende a ignorância sobre as informações que realmente influenciam nossas vidas particulares e a da sociedade, da nação. Quantos são os que realmente acompanham o noticiário político? Mesmo que esse nos últimos tempos se pareça mais com noticiário policial é preciso acompanhar as decisões políticas, a votação de leis, as propostas dos partidos, as alianças que se fazem, o uso do dinheiro público, as decisões que mexem com nosso bolso, com a economia do país. E vem aí as eleições gerais. Isso quer dizer que vamos eleger neste ano o próximo presidente da república e o governador do estado e não só, também senadores, deputados federais e deputados estaduais. Nos próximos quatro

anos, serão esses que irão tomar decisões que realmente impactarão em nossa vida e no Brasil. São eles que decidirão se o placar será a nosso favor ou contra. Então proponho usar a técnica adquirida na preparação para a Copa da Rússia. Reúna os amigos e parentes, as crianças e adolescentes, mesmo que ainda não votem, para falar sobre política. Colecione “figurinhas” dos candidatos, levante a ficha deles, procure notícias sobre suas carreiras. Tudo do jeito como foi feito em relação aos jogadores da seleção que competiu na Copa deste ano. Mas faça isso com seriedade, com a responsabilidade de quem quer cuidar do futuro do nosso país e das novas gerações. São esses “atletas” que jogarão um turno que durará mais que uns dias apenas, num jogo que não surtirá efeitos passageiros só lembrados na próxima Copa. O placar do jogo político marcará toda uma geração. Dependendo do resultado, no futuro se dirá “geração perdida” ou “década perdida”, como já foi dito sobre desastres políticos e econômicos de tempos passados e não tão distantes na nossa história. O mais importante: nesse jogo, você não é mero expectador, um torcedor aguerrido, mas incapaz de interferir no resultado da partida. Na política você é de fato um participante da jogada quando elege o atleta que irá decidir os destinos do país e, depois, irá acompanhar ou ignorar as jogadas que estes farão. Esse torneio nãos dura alguns dias, dura um mandato de quatro anos e define a vida de uma geração. Pense nisso. Pe. Silvio José Dias

Domingo à noite: pensamentos de um pároco cansado Mais um domingo terminando e, após quatro ou cinco missas, o pároco volta para sua casa, cansado. De repente, passa em frente a uma dessas igrejas modernas e atuais, da crista da onda. Há muitos jovens lá; muito mais do que em todas as missas daquele dia na sua Paróquia. Na igreja moderna, o culto demora bem mais do que a Missa, mas não há reclamações dos jovens. O ambiente, visto de fora, parece aconchegante e familiar aos jovens: meia-luz, tecnologia, música de qualidade. Perdido em seus pensamentos, o pároco pergunta-se: por que os jovens preferem o lado de lá? Pululam em sua mente as respostas que podem ser resumidas numa verdade tomada por absoluta, quase sempre: é grande a distância entre o que a Igreja prega e o que os jovens vivem e/ou querem viver. Impotente, o pároco pensa que nenhum esforço da Igreja Católica tem efeito. Vez por outra, há a notícia de que aquele jovem que fora coroinha, que fez a Crisma, que frequentava a Paróquia, de repente, mudou de Igreja. Foi atraído pelas luzes que brilham, incessantes, do outro lado. Lembra-se o pároco cansado de um caso recente em sua paróquia: um jovem catequizando relatou ao seu catequista ter participado de um “retiro” da outra Igreja, a convite de um primo. Lá, naquele paraíso, o “retiro” é totalmente diferente dos que se realizam por aqui: nada de ficar sentado ouvindo alguém falar diante de projeções num multimídia; lanche comunitário ao som de “ao Senhor agradecemos o alimento que teremos”, nem pensar; grupos de reflexão, testemunhos, adoração, celebrações, isso jamais. O “retiro” lá é uma verdadeira aventura: é um final de semana diferente, num sítio. Acontece de tudo: meninos e meninas curtem uma agradável estadia na piscina, jogam baralho, fazem gincanas. Enfim, uma sucessão de entretenimentos que perfazem o cenário de um acampamento

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bem ao estilo preferido dos adolescentes. No meio de tudo isso, algo de oração e conteúdo. Bem pouco, para não cansar os participantes, que devem ser “atraídos”. Tão chateado está o pároco com seus pensamentos de domingo à noite que quase não se dá conta da ilusão daquele adolescente que, vindo agora na Catequese, acha tudo ainda mais chato e se recorda com saudade do final de semana de “retiro” na igreja do primo. Mas a Verdade atrai sem iludir, lembra-se o pároco. Ainda assim, fica triste: ele, tão sem jeito, não sabe fazer “retiros” como aquele. Sentese defasados, distantes das exigências atuais deste mundo. Oxalá se lembre o pároco, vencido, enfim, pelo cansaço, de que, no dizer do velho ditado, “nem tudo que brilha é ouro”. Não se pode negar que o lado de lá tem muito mais técnica e dinheiro. Porém, não se pode fazer vista grossa ao fato de que todo aquele aparato montado para atrair o jovem não se preocupa com muito mais do que isso: atrair. Tomara que o pároco durma em paz. A Verdade tem força própria e não precisa de refletores de balada para iluminá-la. É preciso anunciar a Verdade de Cristo integralmente, mesmo que a fila ao lado ande mais rápido. Trata-se de uma opção de evangelização. Mesmo porque, se Cristo e a sua Verdade não atraírem por si mesmos, nada faria sentido. É Ele quem atrai e não nossas estratégias. Rever métodos é necessário, sempre. Mas o peso maior está no desejo dos ouvintes: se desejam mesmo a Cristo, mesmo não é em divertidas piscinas que haverão de encontrá-lo, mas no anúncio de sua Palavra que salva e dá sentido à vida, para além de jogos emocionais mal-intencionados que não passam de iscas eficientes. De resto, basta o que Jesus mesmo mandou: pregar o Evangelho a toda criatura – e não atrair as criaturas aos entretenimentos passageiros deste mundo provisório onde, definitivamente, nem tudo que brilha é ouro... Pe. Celso Luiz Longo

Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor: Pe. Marcelo Henrique de Souza Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Conselho Editorial: Pe. Leandro A. de Souza, Pe. Celso L. Longo, e Anaísa Stipp. Diagramação e Designer: Pe. José Ronaldo de Castro Gouvêa, scj Impressão: Katú Editora Gráfica

Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita Site: www.diocesedetaubate.org.br email: olabaro@diocesedetaubate.org.br www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.

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Palavra de nosso Bispo

Um espiritualidade Integral

No documento intitulado “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”, os Bispos do Brasil, dizem que o encontro com Jesus Cristo leva a uma espiritualidade integral (n. 188). O que vem a ser isto? Tratase de uma espiritualidade completa, em todos os seus aspectos essenciais, a fim de que seja de fato cristã! Nesse sentido, a espiritualidade cristã envolve aspectos como: a conversão pessoal, o discipulado, a experiência comunitária, a formação bíblico-teológica e o compromisso missionário. Esses elementos foram destacados pelo Episcopado Latino-Americano, reunido em Aparecida, em 2007. Quando se chama a atenção para uma espiritualidade integral é com o intuito de se evitar ou superar desvios e lacunas que podem comprometer a verdadeira espiritualidade cristã. Entre essas falhas podemos lembrar as superstições, que consistem em atribuir valor mágico a certas práticas que, uma vez realizadas, por si só “garantiriam” o que se quer alcançar. A espiritualidade individualista de quem, limitadamente, busca a Deus estabelecendo uma relação exclusivista e fechada que restringe a experiência cristã que, essencialmente, se caracteriza pela abertura ao outro. Existem também muitas práticas devocionais, como as que a seguir cito; tais práticas podem alimentar só a piedade pessoal, mas não a verdadeira fé, que transforma e configura a vida cristã. Há aqueles que alimentam uma espiritualidade em vista a garantir aquilo que querem alcançar. Nesse sentido buscam “orações fortes”. Qual oração seria mais “forte” que a oração do Pai Nosso, ensinada pelo próprio Jesus? Há os que rezam mil Ave Marias, fazem “Cerco de Jericó”, procuram missa de “Cura e Libertação”, novena de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, etc. Tais práticas seriam sempre expressão de verdadeira fé e espiritualidade de quem busca conhecer e fazer a vontade de Deus ou esconderiam a intenção de quem pretende “convencer” Deus a fazer a vontade deles? Devemos estar sempre atentos e nos perguntar se nossa espiritualidade e práticas dela decorrentes são expressões verdadeiras da fé cristã ou da busca daquilo que queremos alcançar; se é autêntica busca de Deus ou de nós mesmos. A espiritualidade cristã consiste em configurar-nos à vontade de Cristo e fazer-nos viver unido a Ele, seguindo a ação do Espírito Santo, que nos conduz a isso. A verdadeira fé leva-nos a não buscarmos nossa própria vontade, mas a vontade de Deus. Diz Jesus: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mc 8,34). Renunciar a si é condição primeira para ser discípulo. Nisso consiste a conversão, em não pensar e não viver só para si mesmo, para os próprios interesses, para saciar as próprias paixões; mas, dispor-se a Deus e aos

Diocese de Taubaté A Paróquia São Francisco das Chagas é das mais antigas de nossa região vale-paraibana, remontando ao século XVI. Com a criação da Diocese de Taubaté em 1908 a antiga “matriz de Taubaté” vou elevada à condição de Catedral. Enquanto construção física, sua estrutura foi continuamente adaptada e modernizada para corresponder às exigências de cada momento da história, culminando com a grande reforma empreendida pelo saudoso Mons. Evaristo Campista César o que permitiu a celebração de sua Dedicação em 13 de agosto de 1950. Tal data é tão memorável que até mesmo o calendário litúrgico universal foi perpetuamente modificado para a Diocese de Taubaté: se no dia 13 de agosto se celebra em todo o mundo a memória de são Ponciano; se no Brasil a mesma data litúrgica recorda a Bemaventurada Dulce dos Pobres, para as 11 cidades da Diocese a data de 13 de agosto é celebrada como festa: Festa da dedicação da Catedral, tanto na oração da Liturgia das Horas quanto na Celebração Eucarística. A palavra Catedral já pertence ao nosso vocabulário. Neste templo encontra-se a Cátedra do Bispo de Taubaté, a cadeira da qual ele preside clero e fiéis batizados no exercício do Sumo Sacerdócio de Cristo e no anúncio do Evangelho como Mestre da fé e da doutrina.

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outros. Renunciar a si em função dos outro é próprio do amor, que se constitui como maior mandamento de Jesus e principal característica que distingue e identifica o cristão (Jo 13,35). Quem encontrou o Senhor faz uma experiência de discipulado, ou seja, de aproximar-se do Senhor para aprender dEle o que é agradável ao Pai, o que é segundo Sua vontade, o que realiza o ser humano segundo o projeto de Deus. Isso é algo que se aprende! Os discípulos passaram anos convivendo, contínua e proximamente, com Jesus para poderem aprender com ele. Por isso, o cristão deve participar de todas as oportunidades de formação oferecidas pela comunidade. Quem acha que já conhece o suficiente é, na verdade, quem mais precisa aprender. Para quem quer se instruir e aprofundar a fé encontra no “Catecismo da Igreja Católica” um excelente instrumento para isso. Nesse contexto da formação, nossa Diocese tem insistido no projeto “Família em Oração”, a fim de que, lendo, partilhando e rezando a Palavra de Deus, as famílias cresçam e se fortaleçam na fé cristã. O cristianismo é um caminho que não se faz individualmente; ele é essencialmente comunitário! Por isso, ao longo da vida, a pessoa vai sendo gestada como cristã. Da mesma forma como a família é imprescindível para a integral formação da pessoa, a Igreja o é para a formação do cristão. A autêntica espiritualidade cristã nunca pode prescindir desta dimensão comunitária. Além disso, outra característica da espiritualidade cristã é ser missionária, ou seja, tudo o que aprendemos do Senhor devemos comunicar aos outros a fim de suscitar neles a fé e conduzi-los a Deus. Para isso Jesus instituiu a sua Igreja. Ser missionário é dever que se impõe a todos os discípulos de Cristo (Mt. 28, 19-20). Neste sentido o Papa Francisco, insistentemente, tem nos chamado a ser “Igreja em saída”. Todo discípulo de Cristo, necessariamente, deve ser também missionário. Discipulado e missionariedade são inseparáveis! O conjunto desses elementos aqui considerados nos faz compreender o que significa a espiritualidade cristã integral. Empenhemo-nos em alcançá-la. Dom Wilson Angotti

Catedral Diocesana, nosso “Duomo”: 68 anos de sua Dedicação Sobretudo nesta cadeira se assenta aquele que deve ser o sinal e o promotor da unidade da Igreja de Cristo que subsiste em nossa Diocese. No entanto, ao lado da palavra Catedral, com toda a sua riqueza doutrinária, há um outro vocábulo não muito usual entre nós brasileiros. Algumas dioceses europeias gostam de se referir ao principal templo da Diocese como “nosso Duomo” – “nossa Casa”. Nestas primeiras semanas como pároco de São Francisco das Chagas tenho sentido com muita vivacidade o quanto o povo taubateano assim considera nossa Catedral: ela é a nossa casa. Casa do Senhor na qual encontramos repouso e restauro de nosso vigor espiritual. Como gosto de ouvir dos taubateanos que aqui chegam: “Padre, pertenço à paróquia X ou Y, mas sempre que posso gosto de vir aqui. Quantas boas lembranças carrego comigo desta igreja”; como que dizendo: “Aqui eu ‘vi o Senhor’ e sempre que posso eu volto para reencontrá-lo”. Se para os taubateanos esta experiência é quase natural, Deus permita que todo fiel diocesano de qualquer uma das 11 cidades de nossa Diocese possa também dizer: a nossa Catedral é a nossa Casa! Lá eu renovo meu “ser Igreja de Cristo”. Lá eu reafirmo meus laços com a família do Senhor. Lá eu experimento um pouco da universalidade da Igreja que se

concretiza pela pluralidade de ministérios, dons, carismas, realidades culturais e sociais que conferem identidade à nossa amada Igreja Particular de Taubaté. Também ao clero esta experiência deveria ser muito evidenciada. Vários de nossos padres diocesanos, antigos formandos moradores do Seminário Santo Antônio no tempo em sua sede situava-se na Av. Granadeiro Guimarães, recordam saudosos – e eu me incluo entre seu número – do tempo em que aquele espaço, por 100 anos, foi o local em que se gestava as vocações sacerdotais de nossa Diocese. Voltar àquele prédio para as reuniões do clero, celebrações ou somente para deixar seu veículo no estacionamento do seminário e tomar um café antes de retornar à lida paroquial era rememorar lembranças de um tempo bom da vida. Os tempos hoje são outros e outros passos foram dados em outras direções. No entanto, a nossa Catedral continua sendo a mesma! Se nela nosso povo encontra alento espiritual quanto mais nós, padres, deveríamos enxergar na reunião da Igreja Militante a imagem e, de algum modo, a antecipação da Igreja Triunfante que todos nós ansiamos um dia chegar. 13 de agosto, festa da Dedicação da Igreja Catedral. Festa da nossa Casa! Pe. Roger Matheus, cura da Catedral


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Diocese em Foco

Espiritualidade e psicologia são refletidas por Padres

Diácono Thomas Ranieri

Realizou-se no dia 20 de junho, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Taubaté, um dia de estudos, onde se fizeram presentes o Bispo Diocesano, Dom Wilson Angotti Filho, os padres diocesanos e religiosos e seminaristas. O encontro foi assessorado pelo Pe. Adalto Luiz Chitolina, scj, cujo tema desenvolvido se inspirou na obra: “O que nos adoece... e o que nos torna sadios”, de autoria compartilhada de Wunibald Muller e Alnselm Grun. A reflexão teve como temática central a importância da espiritualidade para o desenvolvimento de uma vida integrada e saudável, sobretudo, psicologicamente, diante da sobrecarga de trabalhos e uma

constante exposição a estímulos estressantes, a que podem estar expostos os líderes religiosos. A espiritualidade, vivida de forma profunda adequada, manifesta seu efeito positivo sobre a saúde e como força de superação das experiências limítrofes da existência. Uma imagem pedagógica para compreender bem essa espiritualidade integrada à totalidade das dimensões do ser humano (corpo, alma, psiquismo) é a de uma árvore e de sua dinâmica vital. “A espiritualidade é como uma árvore, enraizada no solo e estendida ao céu” (Wunibald Muller). Isso implica compreender que a espiritualidade abrange a corporeidade, as forças vitais, pela referência da árvore que pelas suas raízes busca seus nutrientes e a água necessária para o seu desenvolvimento a partir do seu contexto terreno. Complementarmente, a espiritualidade é como a árvore que pela força de suas raízes profundas, da vitalidade de sua seiva, busca expandirse em seus galhos no espaço vertical, que representa a experiência do sagrado, a busca de Deus. Nessa síntese, encontra-se uma espiritualidade saudável, por uma vida que se dirige ao alto a partir da situação terrena, ligada à terra. A espiritualidade integrada supera uma vida espiritual evasiva, etérea, alienada. Propicia homens equilibrados, com vida interior profunda, dinâmica, que não permite reduzir-se a um estilo de vida meramente pragmático, numa rotina que negligência a importância da oração, do encontro com Deus, que torna a vida pesada, sem sentido, conduzindo ao adoecimento.

Padres se retiram para refletir e orar Da redação Colaboração: Pe. Frederico Meirelles

O sacerdote, segundo a carta aos Hebreus, é “o homem tirado do meio do povo, para cuidar do povo, nas coisas de Deus”. Jesus é o Sumo Sacerdote, da Nova Aliança, que revela o Pai e que, ao mesmo tempo, leva ao Pai as preces e o culto do povo do Senhor. O padre é aquele que age na pessoa de Cristo: que celebra os mistérios, que perdoa os pecados, que anuncia a Boa Nova. Como os apóstolos, enviados por Jesus, os sacerdotes são enviados para continuar a missão. E, do mesmo modo, como Jesus nos quarenta dias no deserto, antes da missão pública, os sacerdotes se retiram, todos os anos, para se fortalecerem no amor de Deus,

para prosseguirem com seu apostolado. No mês de junho, no convento dos jesuítas de Itaici (Indaiatuba – SP), por cinco dias, os padres da diocese de Taubaté se retiraram para rezar e contemplar a Palavra de Deus. O condutor do encontro espiritual foi Dom Paulo Roxo, bispo emérito de Mogi das Cruzes. Com noventa anos de idade, forte na saúde do corpo, vivo nas ideias e cheio de carisma espiritual, ele guiou os sacerdotes para um encontro mais fundo com o Deus vivo. Refletindo sobre a ideia cristã do “amor como Cristo Jesus”, partindo dos vocábulos gregos bíblicos, ele demonstrou

que esse amor é uma derivação, um amor nascido de uma experiência de encontro com o Senhor. Amar “como” não é amar “igual”, apenas; antes, é um amar “por que Ele nos amou”. Essa foi, entre outras, uma palavra forte de motivação, de meditação e de conversão, que Dom Paulo deixou para o coração dos padres. O retiro foi isto: uma longa e profunda reflexão sobre o ministério de Jesus e o ministério do padre. Todos os sacerdotes, sem dúvida, voltaram abastecidos pelo amor de Deus, que continua a falar todas as vezes que nos reunimos por seu amor, escutando sua voz e partilhando a alegria da fraternidade.

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5 Diocese de Taubaté organiza mais um encontro com políticos Julho 2018

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Diocese em Foco

Padre Mário Marcelo Coelho, scj

Aconteceu no dia 16 de junho na cidade de Taubaté/SP mais um encontro do movimento “Católicos na Política”, que tem o objetivo de refletir a participação dos católicos no campo da política. Promovido pela Diocese de Taubaté, contou-se com a presença de várias pessoas filiadas a vários partidos políticos presentes nas cidades que compõem a diocese. No encontro, Dom Wilson Angotti, Bispo de Taubaté, refletiu sobre a importância dos católicos na política como forma de viver a missão própria da vocação cristã. Também, respondeu aos questionamentos sobre o papel da Igreja Católica na conscientização dos seus fiéis sobre a importância de se inserirem na política e de modo particular da presença destes nas instituições políticas do nosso País. Padre Mário Marcelo Coelho, dehoniano e professor de Teologia

Moral da Faculdade Dehoniana de Taubaté, refletiu sobre o papel do leigo na sociedade hoje, em particular no mundo da política, a partir do documento 105 da CNBB, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, por ocasião do Ano do Laicato. O documento afirma que o laicato como um todo é um “verdadeiro sujeito eclesial”. Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo. Destaca a importância da presença e missão do laicato no vasto e complicado mundo da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos mas media e, ainda, outras realidades abertas à evangelização. O cristão deve ser fermento, sal, caminho e luz. Deve lutar pelos princípios básicos da mensagem cristã, como defesa da ética, da justiça social, da vida desde a concepção, da família, da democracia, da participação social e da liberdade, assumindo responsabilidade social e política. Nossa fé precisa capacitar-se para criticar, avaliar, comparar e intervir na realidade à luz do Evangelho, fazendo uma política com ética, compromisso, reforma, transformação e realização de justiça social. A fé e a política devem ajudar os cristãos a decidir, optar e assumir os compromissos que nos são dados viver e transformar, historicamente. Precisamos resgatar o interesse do povo, eu diria até o encantamento, pela boa política. Resgatar a esperança através de políticos comprometidos. Hoje se torna necessário organizar ações e práticas sociais como instrumentos de concretização para construção de uma sociedade solidária conforme a proposta cristã.

“Os jovens, a fé, e o discernimento vocacional” foi o tema da Formação Diocesana da Juventude Junior Rangel, seminarista

------------------------------ Fotos André Somensari ------------------------------

Aproximadamente 120 jovens dos diversos grupos e movimentos da Diocese de Taubaté se reuniram, no dia 1º de julho, para a Formação Diocesana da Juventude. O evento, este ano realizado no Auditório Dom José Antônio do Couto, nas dependências da Faculdade Dehoniana, em Taubaté, faz parte do calendário de atividades do Setor Juventude desta diocese. Entre momentos de oração e animação e sob a assessoria do Padre Antônio Ramos (Padre Toninho), Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, um organismo da CNBB, o objeto de reflexão deste ano foi o texto preparatório

da próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, convocada pelo papa Francisco e que acontecerá em Roma no próximo mês de outubro, tendo como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Padre Toninho reafirmou várias vezes durante sua fala que este é um momento ímpar não apenas para a juventude diocesana de Taubaté, mas para a juventude católica do mundo todo. A “Igreja decidiu interrogar-se sobre o modo de acompanhar os jovens a reconhecer e a acolher a chamada ao amor e a vida em plenitude, e também pedir aos próprios jovens que a ajudem a identificar as modalidades hoje mais

eficazes para anunciar a Boa Notícia. Através dos jovens, a Igreja poderá ouvir a voz do Senhor que ressoa inclusive nos dias de hoje”, é o que diz o texto preparatório. Eis, pois, o desejo do Papa Francisco e dos padres Sinodais. Encerrando os trabalhos daquele dia, às 16h foi celebrada a Santa Missa, presidida pelo Assessor do Setor Juventude, Padre Cipriano de Oliveira. Aos envolvidos na organização e animação de mais este evento, a todos que participaram e à equipe que coordena os trabalhos do Setor Juventude, a nossa gratidão.


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Destaque

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Projeto Orquestra Jovem “Dom Couto” transforma a vida de crianças, adolescentes e jovens através da música

A sala de audição, situada no andar superior do prédio histórico onde está sediada a Fundação “Dom José Antônio do Couto”, está lotada. Cada um toma o seu lugar e prepara o seu instrumento. Metais, cordas e percussão, antes misturados, agora já estão no seu posicionamento correto. O maestro abre os braços, erguendo-os à altura dos ombros. Todos os olhos estão vidrados nele. O silêncio é total. Com um movimento preciso da batuta, inicia-se a execução orquestral, preenchendo a sala com um som harmonioso que escapa pelas janelas e se faz ouvir nas imediações. Quem passa pela rua não consegue ficar indiferente, e para para ouvir. É a música da Orquestra Jovem “Dom Couto”, um projeto da Fundação “Dom José Antônio do Couto”, em Taubaté, Estado de São Paulo, que tem transformado a vida de centenas de crianças, adolescentes e jovens. Vidas tocadas pela música Augusto César Rondon Nascimento, 16, Pedro Henrique Geraldo de Jesus, 15, Eric Vinícius Barra de Queiroz, 18, Estela Regina de Andrade, 18, Kathuryn Francine da Silva, 16, e Guilherme Henrique Madona, 23, são alguns dos jovens que tiveram as vidas transformadas pelo projeto Orquestra Jovem “Dom Couto”. Faz dois anos e meio que Augusto conheceu a Fundação Dom Couto. Embora sendo de uma família envolvida com música, quando entrou no projeto, junto com o irmão que se inscreveu para percussão, não sabia tocar nenhum instrumento ainda. Queria aprender saxofone, mas como não tinha vaga para esse instrumento, ficou na lista de espera e, enquanto isso, aprendia a tocar clarinete. Depois de um ano, passou para o sax alto. Em 2017, Augusto enfrentou um momento muito difícil e delicado de sua vida. Foi diagnosticado com um câncer na região do pescoço, denominado Linfoma de Hodgkin. Durante o tratamento, conheceu o Gabriel, um jovem de 19 anos que tratava de uma leucemia e veio a falecer no ano passado. Foi alguém que o incentivou bastante a não desistir dos seus sonhos. Este é um ensinamento de que nunca se esquece. Hoje, já curado, reconhece que a música e o apoio dos amigos da orquestra foram fundamentais no seu processo de recuperação. “A orquestra é a minha segunda família”, diz com um sorriso de quem revela o que está no coração e para quem a música apresentou um novo mundo possível. Destaca como momento marcante quando a orquestra executou a oração do Pai-Nosso durante uma apresentação na Catedral, na Páscoa deste ano. Para ele, a música é sinônimo de felicidade. “Sintome muito feliz quando estou tocando. Passa pela minha cabeça o que me fez chegar até aqui. É uma realização”, revela o jovem saxofonista, que sonha em se profissionalizar e viver da música. Pedro Henrique, mora na Gurilândia, em Taubaté. É o caçula de oito irmãos. Misteriosamente, desde muito pequeno gostou de música clássica e, mesmo sem ter nenhum contato, despertou-se nele o desejo de aprender a tocar violino. É o único da família a se interessar pela música. Com apenas um mês de aula, começou a tocar na orquestra e nunca se esquece da primeira vez em que se apresentou em um evento. “Me deu um friozinho na barriga, aquela ansiedade para saber como é pisar num palco pela primeira vez. Nunca tinha tido essa experiência, de ficar sob os holofotes, e foi uma sensação incrível. Não queria mais sair dali”, conta o pequeno músico que está no projeto há dois anos e meio e que também considera a orquestra como uma grande família. Embora morando em um bairro distante, Pedro se esforça para não perder as aulas, porque é um lugar que lhe faz bem. “A música para mim é alegria. Eu poder mostrar os meus sentimentos através do violino é uma coisa espetacular!... É gratificante!”, expressa o menino que foi tocado pela música e a quem – como acredita – ela fez olhar para o futuro. Eric Vinícius descobriu precocemente a vocação para a música.

O filho único de Raquel e Elson tem uma explicação simples e curiosa para o seu gosto pelo estilo erudito: a mãe sempre ouvia música clássica durante a gravidez. Quando tinha cinco anos, assistiu a uma apresentação de orquestra na televisão e se apaixonou. Sem ainda conhecer o nome dos instrumentos, falou para a mãe que queria um violão de pescoço, aquele que ele viu na TV sendo tocado na apresentação da orquestra. Na verdade, era um violino. Instrumento que futuramente se tornaria extensão de seu próprio corpo e expressão de sua alma. Foi no início deste ano que teve o seu primeiro contato com o Projeto Orquestra Jovem “Dom Couto”. Participar do Projeto para o jovem músico de sorriso largo, vai muito além do que tocar violino. “Já toquei em outros projetos, em grupos, quartetos etc. Mas, de verdade, ver pessoas colocando tanto amor naquilo que fazem, fazerem com paixão mesmo, como aqui, faz toda a diferença”, confessa. O modo como fala da música, de sua relação com ela e de seu significado para a vida, revela a maturidade de um grande músico e a sensibilidade de um menino que se deixou tocar pelo mistério. “A música, além de ser algo que flui de dentro de mim, é a forma pela qual a gente une o mundo. Eu fico imaginando que se no mundo não tivesse música, não se teria sabor de viver, porque é com a música que a gente vive... ela é parte da gente”, fala com brilho no olhar, como quem declama um poema. O Seu sonho é se tornar professor de música e músico de orquestra. Diz que quando está tocando, o importante é transmitir emoção e fazer o público se emocionar. “Quando vejo alguém chorando na plateia, isso me deixa feliz, porque sei que fiz o meu papel. Apresentar, para mim, não é apenas mostrar o que eu aprendi, mas é mostrar o que a música faz com a gente”. Já chegou a pensar em abandonar a música, por falta de condições financeiras e por não conseguir ter a evolução que pretendia. Ouviu certa vez de um professor que aquilo [a música] não serviria para nada. Ficou tão desanimado que abandonou o violino num canto, e sempre chorava quando olhava para ele. Certo dia, resolveu pegar o violino e tocar uma música, bem baixinho, porque o pai estava dormindo e não queria acordá-lo. Apenas iniciou, e a música se misturava às lágrimas. O pai acordou e, comovido com o choro do filho, decidiu, naquele momento, procurar uma escola para ele. “Foi um tempo difícil. Achei que não conseguiria mais levar adiante o meu sonho de músico”. Mas a música não o abandonou, e Eric segue, firme e confiante, perseguindo o sonho de se tornar um grande músico. O sonho de Estela Regina – a menina que tem estrela e rainha no nome – era tocar numa orquestra, embora sem nunca ter visto uma e sem jamais ter tido contato com a música clássica. Segundo o pai, havia nos antepassados da família, músicos de música clássica. Acredita que possa ter vindo daí esse interesse. Sabia que tinha tino para a música e até aprendeu a tocar violão sozinha, mas o que queria mesmo era fazer parte de uma orquestra. Tudo começou quando fez amizade, pelo Facebook, com uma menina que tocava violino. Sim, uma das proezas das novas tecnologias é diminuir distâncias e promover encontros, os quais muitas vezes inusitados. Foi se valendo disso, que o que era apenas um sonho começava a se tornar realidade. Ao ver, na rede social, uma foto do violino da amiga, fez um comentário, dizendo que achava lindo o som daquele instrumento. A amiga virtual lhe falou sobre o Projeto Orquestra Jovem “Dom Couto” e a incentivou para que se inscrevesse, o que aconteceu no início deste ano, no mesmo dia em que também conheceu pessoalmente a amiga do Facebook, a Bianca, de quem se tornaria companheira de cordas, com o instrumento que nunca imaginou que pudesse tocar algum dia. Quando fez a inscrição, colocou nas opções de instrumentos violino, violoncelo e saxofone, respectivamente nessa ordem. Passou

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Destaque para a turma de cordas e optou pelo violino. Mas a professora Aline, como que desafiando o seu interesse, entregou-lhe o violoncelo, um instrumento que nunca tinha visto. “Na primeira passada do arco, eu me apaixonei. E nem cheguei a pegar no violino”, fala achando graça. Considera que o projeto mudou completamente sua vida. “Eu não tinha perspectiva do que fazer na minha vida e, de repente, o que eu tinha como sonho se tornou realidade”, diz, emocionada. Kathuryn tinha oito anos quando os pais se separaram. Foi um momento difícil que lhe trouxe muito sofrimento. Consequência disso foi uma depressão e constantes convulsões. O psicólogo com quem fazia terapia sugeriu que sua mãe arrumasse uma atividade lúdica para auxiliar no tratamento. Começou, então, a fazer aula de flauta em um projeto do bairro onde mora. Durante um evento em que também estava participando, assistiu à apresentação da Orquestra Jovem “Dom Couto” e teve a oportunidade de conversar com o maestro William, que a convidou para participar do projeto. Não teve dúvida. Faz dois anos que está na orquestra como saxofonista, e ali ela se encontrou. Fala com gratidão sobre tudo o que tem vivenciado e aprendido na Fundação, e sonha em fazer faculdade de música. “Aqui, eu aprendi que não estou sozinha e que sempre vou precisar de alguém para me ajudar. Aqui, eu desenvolvi o meu eu. Eu tinha muita vergonha de tocar, e consegui superar isso”, diz a menina que adora tocar o tema de Romeu e Julieta e para quem a música devolveu o sorriso. Guilherme é um dos veteranos da orquestra. Aos 23 anos, está no projeto desde o início. O seu primeiro contato com a música foi ainda criança, quanto tinha cerca de oito anos. Ouvia os discos de vinil do avô num toca-discos que o pai encontrou e consertou. Ouvia música clássica, moda de viola e Rock’n roll. “Fiquei apaixonado com tudo aquilo”, relembra. Aos dez anos, incentivado pelo pai, se inscreveu para a fanfarra da escola onde estudava e foi admitido. Como integrante da fanfarra, teve oportunidade de se apresentar em vários lugares, inclusive de participar do Campeonato Mundial de Fanfarras sediado em Taubaté. No início, tocava corneta, depois passou a tocar trompete. Conheceu o projeto de música da Fundação através de uma matéria de jornal. Achou que seria algo bom para o seu irmão e foi leválo para fazer a inscrição. Na ocasião conheceu o maestro William, que o convidou também para entrar no projeto. Dessa vez, escolheu aprender tocar tuba. “A música é um negócio que tem dentro da gente. E mesmo quando não estamos envolvidos com música, ela nos persegue”, acredita. Além de participar do projeto na Fundação Dom Couto, também estuda instrumento de sopro na Escola Municipal Maestro Fêgo Camargo. “Entrar no projeto da Fundação me fez abrir a mente para a importância de me dedicar ao estudo da música. Para mim, a música é como o ar que eu respiro. Não posso viver sem ela”, diz o jovem músico que no momento se dedica a aprender os solos de tuba do compositor russo Alexey Lebedev e que, por incentivo do maestro William, pretende iniciar a Faculdade de licenciatura em Música no próximo ano. O que no início era apenas um hobby, tornou-se profissão e o que lhe move a vida. Dois regentes, no mesmo compasso e na mesma direção, comprometidos em formar pessoas Os caminhos de William Anaia Bonafé, 36, e Aline Domingues Ibar, 24, se cruzaram por força da música, essa sublime arte que, além de mexer com as emoções, consegue unir histórias e transformar vidas. Aline cursou licenciatura em música e estudava violino e canto lírico no conservatório, mas trabalhava numa loja de roupas. Encontrou no Facebook uma camerata de Pindamonhangaba. Entrou em contato e conversou com o maestro, interessada em fazer aulas, mas ele disse que não tinha como, porque as aulas eram de manhã e à tarde, e ela trabalhava durante o dia. O maestro quis conversar pessoalmente e foi até à loja onde ela trabalhava, porque ele também precisava comprar um terno para uma apresentação de fim de ano. Depois de um bom tempo de conversa, Aline contou ao maestro a sua história. Ele então lhe falou do projeto que estava para ser iniciado em Taubaté e a convidou para conhecer. Ela hesitou muito e recusou por três vezes a proposta feita. Afinal, mal o havia conhecido e não sabia exatamente quem ele era ainda. “Vai que era um sequestrador”, brinca. Mas, convencida pela mãe, decidiu conhecer o projeto e se encantou com o lugar e com a proposta. Foi assim que começou a bem-sucedida parceria entre a professora Aline e o maestro William. “No início foi um pouco difícil, porque eu não tinha muita experiência, mas só caminhando que a gente ver o resultado. O projeto cresceu muito, e eu cresci como profissional, como professora e como musicista”, conta Aline, que é responsável pelo ensino dos instrumentos de cordas e pela preparação do coral, aberto à participação das pessoas da comunidade. É com emoção que a jovem professora fala de seu magistério e do significado da música. “O ato de ensinar dá oportunidade de mudança de vida. Não se trata apenas de ensinar música, mas ajudar o aluno a

enfrentar a vida”. E conclui: “A música para mim é tudo... é educação, é alegria... a música é Deus”. Para o maestro William a relevância do projeto não está apenas em ensinar a tocar, uma vez que isso qualquer escola de música, pública ou particular, pode fazer, mas a relevância está, sobretudo, em transmitir valores. “O importante é incutir valores que vão ajudá-los a ser, mais do que bons músicos, pessoas melhores”, ressalta o professor que coordena o projeto e ensina a tocar instrumentos de sopro e de percussão. William está convicto de que não foram suficientes apenas força e vontade humanas para que tudo acontece. Ele acredita na graça divina. “Humanamente falando, dá a sensação de que a realização desse projeto seria impossível, mas acredito que há uma centelha divina ali que faz tudo prosperar... que faz tudo acontecer”, diz, em tom de testemunho, o maestro que desde muito jovem encontrou na música a motivação para vencer os obstáculos da vida e que, por isso, se sente grato em poder ajudar tantos jovens a encontrar o seu caminho através dessa arte. Acredita que “a música é preenchimento pleno. Ela toca o corpo, a mente e a alma”, conclui. Como tudo começou William trabalha desde 2007 com um grupo musical que faz parte da rede salesiana, em Moreira César, distrito de Pindamonhangaba, chamado Camerata Jovem, próximo à Paróquia São Vicente de Paulo, onde o Pe. Geraldo é pároco e, à época, também presidente da Fundação Dom Couto. Pe. Geraldo queria levar para a Fundação algo semelhante àquilo que via em Moreira César. Depois de algumas conversas com ele, William elaborou um projeto para tentar conseguir apoio por meio de uma emenda parlamentar junto à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Depois de dois anos e nove meses, o processo foi concluído e em dezembro de 2014 houve a liberação do recurso para iniciar o projeto. No início de 2015, efetivamente, começaram as aulas de música na Fundação Dom Couto, com 32 alunos. O apoio de outras instituições possibilitou a compra de mais instrumentos e, com isso, a ampliação da capacidade de atendimento pelo projeto. Compromisso com a promoção humana O projeto começou como uma proposta cultural aberta a todos, já que, pela Constituição Federal, o acesso à cultura é um direito de todos, independente da condição econômico-social. Com a implantação do Serviço Social na Fundação Dom Couto, percebeu-se que algumas crianças, adolescentes e jovens apresentavam alguma situação de vulnerabilidade, econômica, social ou emocional. Em 2017, o projeto passou a receber também encaminhamentos da rede socioassistencial de Taubaté. Além disso, o projeto recebeu o apoio do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente, podendo ampliar ainda mais a capacidade de atendimento, priorizando os casos de vulnerabilidade. Isabel Oliveira, assistente social e coordenadora desse serviço na Fundação é quem faz o trabalho de triagem, estudo socioeconômico e escuta qualificada, afim de ter uma compreensão mais abrangente da situação dos alunos. “Através do instrumental de atendimento, conhecemos a realidade de cada aluno e a necessidade familiar e, quando necessário, realizamos a visita domiciliar. Quando há identificação de dificuldades familiares, iniciam-se as ações de cuidado, buscando solucionar o problema e encaminhando à rede de apoio”, explica a assistente social, que realiza esse trabalho em conjunto com o maestro William e a professora Aline. Atualmente, são atendidos em torno de 120 alunos, com faixa etária entre 10 e 25 anos. Alunos que tiveram seu primeiro contato com a música no projeto, hoje, fazem conservatório, e três já estão cursando faculdade de música, outros já montaram grupo musical e estão se encaminhando para a carreira profissional. Em parceria com a Faculdade Anhenguera, a Orquestra Jovem “Dom Couto” realizou a gravação de um CD, que está em fase final de produção. Este é o resultado do trabalho de quem acredita que a beleza, em forma de música, pode salvar o mundo. Pe. Jaime Lemes


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Em Tempo Aconteceu no dia 26 de maio o encontro de fo5o Congresso Americano Missionário é realizado na Bolívia Com o objetivo de “fortalecer a identidade e compromisso missionário de Ad Gentes da Igreja na América, anunciar a alegria do Evangelho a todos os povos, com especial atenção para as periferias do mundo de hoje e para o serviço de um Estado mais justo, solidário e fraterno”, foi realizado do 5o Congresso Missionário Americano (CAM 5) dos dias 10 a 14 de julho, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O Congresso teve início com a missa na praça da Catedral de San Lorenzo, presidida pelo enviado especial do papa Francisco, cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos povos Durante a última conferência do Congresso, na manhã da sexta-feira, 13, Dom Vittorino Girardi, bispo emérito de

Pe. Jaime Lemes, msj Tiralán-Liberia, na Costa Rica, exortou que é preciso fixar o olhar em Jesus Cristo e disse que mediocridade cristã e compromisso missionário não são compatíveis. Destacou ainda que a missão não é apenas o meio que a Igreja tem de levar o evangelho a quem não conhece Jesus Cristo, mas também o modo próprio e concreto de ela se colocar à disposição de Jesus e do Espírito Santo. “A missão não começa com a Igreja, mas esta é que se põe à disposição da missão, constituída, ela mesma, em missão. A Igreja é missão!”, sublinhou. O CAM 5 refletiu sobre o tema “A alegria do evangelho, coração da missão profética, fonte de reconciliação e comunhão”, inspirado no lema “América em missão: o Evangelho é alegria”. Divididos em oficinas, conservatórios e sub-assembleias os participantes aprofundaram a reflexão das questões sobre a missão da Igreja apresentadas pelos assessores.

O evento reuniu mais de 2.500 missionários de 24 países do continente americano. A delegação brasileira foi composta de 175 pessoas dos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Papa anuncia o tema do Mês Extraordinário Missionário O papa Francisco comunicou o tema para o Mês Extraordinário Missionário, convocado para outubro de 2019: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Em carta, enviada aos bispos, a Congregação para a Evangelização dos Povos dá indicações para viver este evento eclesial. Organizar uma celebração diocesana ou nacional para a abertura do Extraordinário Mês Missionário de outubro de 2019; celebrar a Vigília Missionária com o tema proposto pelo Santo Padre; propor uma celebração eucarística em nível diocesano para o domingo do Dia Missionário Mundial; promover uma peregrinação mariana ou a um santuário, memória de santos ou mártires da missão; propor aos jovens uma atividade pública de anúncio do Evangelho são algumas das sugestões para celebrar o Mês Extraordinário Missionário.

Palavras para combater as doenças da cultura atual

No quarto capítulo da sua Exortação Apóstolica “ Gaudete et exsultate” (Alegraivos e exultai), sobre o chamamento à santidade, Francisco elenca “ a ansiedade nervosa e violenta que nos dispersa e enfraquece; o negativismo e a tristeza; a acedia cômoda, consumista e egoísta; o individualismo e tantas formas de falsa espiritualidade sem encontro com Deus que reinam no mercado religioso atual.” Em resposta , o Papa dá-nos as cinco grandes expressões de amor a Deus e ao próximo que considera de particular importância à luz dos perigos presentes na cultura de hoje. 1) Perseverança, paciência e mansidão: O Papa diz que é preciso “permanecer centrado , firme em Deus que ama e sustenta”. É isso que nos dá a força interior para perseverar, não apenas nos altos e baixos da vida, mas também em face das “questões dos outros, as suas infidelidades e defeitos”. A força interior que vem de saber que Deus nos amo, “a testemunha de santidade, no nosso mundo acelerado, volúvel e agressivo”. Ao mesmo tempo, “uma pessoa, precisamente porque está liberta do egocentrismo, pode ter a coragem de discutir amavelmente, reclamar justiça ou defende os fracos diante dos poderosos, mesmo que isso traga consequências negativas para a sua imagem”. 2) Alegria e sentido de humor: Os santos são alegres e cheios de bom humor, segundo o Papa Francisco, não são tímidos, rabugentos, amargos ou melancólicos. Citando São Tomás de Aquino, escreve ele, “do amor de caridade,

segue-se necessariamente a alegria. Pois quem ama sempre se alegra na união com o amado. (...) Daí que a conseqüência da caridade seja a alegria”. A alegria sobrenatural vem de saber que somos infinitamente amados. Ele contrasta essa alegria espiritual com a falsa alegria oferecido pela cultura consumista de hoje. “O consumismo não atravanca o coração; pode proporcionar prazeres ocasionais e passageiros, mas não alegria”. A alegria vem de dar e amar. 3) Ousadia e ardor: A santidade requer ousadia e ardor, “impulso evangelizador que deixa um marca neste mundo”. Francisco observa que a compaixão de Jesus fez com que saísse fortemente de si mesmo “ a fim de anunciar, mandar em missão, enviar a cura e libertar”. O Papa adverte contra o “pelo medo e o calculismo”. Esse medo pode manifestarse de várias maneiras: “ Individualismo, espiritualismo, confinamento em mundos pequenos, dependência, instalação, repetição de esquemas preestabelecidos, dogmatismo, nostalgia, pessimismo, refúgio nas normas”. O Papa diz que há um caminho para sair desse mundo “ Deus é sempre novidade, que nos impele a partir sem cessar e a movernos para ir mais além do conhecido, rumo às periferias e aos confins. “Deus não tem medo! Ultrapassa sempre os nossos esquemas e não lhe mete medo as periferias. Ele próprio fez-se periferia”. 4) Na comunidade: O Papa não acredita em santos solitários. Em vez disso, “a santificação é um caminho comunitário, que se deve fazer dois

a dois”. Cada comunidade é chamada a criar um “espaço iluminado por Deus para experimentar a presença oculta do Senhor ressuscitado”. “partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária”. A comunidade , diz ele, também é composto de pequenas coisas quotidianas. “A comunidade, que guardar os pequenos detalhes do amor e na qual os membros cuidam uns dos outros e formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado que vai santificando segundo a proposta do Pai”. 5) Em oração constante: O Papa, diz que “a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração”, mas essa oração não se trata necessariamente de longos períodos ou de sentimentos intensos”. Ele cita Sanat Teresa de Ávila, que disse que a oração é “uma relação íntima de amizade , permanecendo muitas vezes a sós com que sabemos que nos ama”. Esta oração “ não é apenas para poucos privilegiados, mas para todos”. Na Eucaristia, “o único Absoluto recebe a maior adoração que se lhe possa tributar neste mundo, porque é o próprio Cristo que se oferece”. Paciência, alegria, ousadia, comunidade e oração: cinco expressões de amor que levam à verdadeira santidade. Prof. José Pereira da Silva

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Alfredo Barbieri conta histórias da Vila das Graças Pe. Marcelo Henrique

undada há setenta anos, em Taubaté, a paróquia Santíssima Trindade está celebrando sua história durante todo este ano. Muitos fatos marcantes lá aconteceram, quer para a vida de apostolado da Diocese de Taubaté, quer para a própria crônica taubateana geral. Resgatar acontecimentos, biografias e causos é não só um prazer de historiadores, mas uma questão de preservação e desenvolvimento da própria identidade da paróquia e de seus fiéis. Para contar um pouco sobre as origens e o desenvolvimento da vida paroquial na Santíssima Trindade, O Lábaro conversou com o professor Alfredo Barbieri, que viveu praticamente toda sua vida frequentando a Igreja da Vila das Graças, matriz da paróquia em questão. Professor Alfredo Barbieri é um paulistano que se tornou um taubateano. Ainda muito pequeno, seus pais vieram da capital para o interior de São Paulo, em função da revolução de 32, instalando-se em Pindamonhangaba. Seu pai assumiu a função de conservador de vias férreas e ele, menino pequeno, foi ser coroinha do padre José Luiz Pereira Ribeiro – o padre Zé Luiz. Na matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, professor Alfredo fez sua primeira comunhão e participou das cruzadas eucarísticas. Foi lá que conheceu padre Zé Luiz, homem piedoso, e foi seu coroinha nas missas que celebrava na Igreja de S. Benedito e a que, nos dias das longas cerimonias festivas, dizia: “Quando eu estou no altar, não existe tempo para mim”. Ainda pequeno, Alfredo decide ir para o seminário. Vai, com sua mãe, ao prédio do Seminário Diocesano de Taubaté, hoje colégio Anchieta – no centro da cidade. Os seminaristas acabavam de passar por uma troca de reitores, sendo o mais recente responsável o padre Theodomiro Lobo. Como o menino Alfredo não tinha completado o terceiro ano ainda, o novo reitor não o aceitou no seminário. Sua sorte foi que seu tio, Monsenhor Ascânio Brandão, grande pregador de Taubaté, conhecia um padre de São Paulo, Monsenhor João Pavésio, que facilitou seu ingresso no Seminário Preparatório da capital. O Seminarinho, como era conhecido exercia a função equivalente aos ensinos fundamental e médio, preparando os candidatos ao sacerdócio para o ingresso no Seminário Menor, em Pirapora e de lá para Seminário Maior Central do Ipiranga – hoje, PUC-SP. Durante suas férias, o seminarista Alfredo voltava para casa, agora em Taubaté, onde ajudava o padre de sua infância de coroinha. “Quando padre Zé Luiz assumiu a paróquia, minha família já morava em Taubaté. Sempre que eu estava na região, ele me incumbia de ajudálo com o apostolado da paróquia. Foi assim durante todas minhas férias de seminarista”, conta o professor. “Mesmo quando eu saí do seminário, no segundo ano de teologia, padre Zé Luiz me deu grande apoio”, acrescenta. Alfredo Barbieri tem, assim, uma íntima relação com duas personagens importantíssimas das origens da igreja da Vila das Graças, os padres Ascânio e Zé Luiz. Ascânio Brandão, seu tio, foi o capelão da primeira igrejinha da Vila Nossa Senhora das Graças. Esse nome do bairro, inclusive, só surgiu após a construção da capela. Antes disso, o que havia era um imenso espaço de terras da Mitra Diocesana: era, como o povo a chamava, a Chácara do Bispado. Por influência do ecônomo, padre Florêncio e com a colaboração do senhor Sílvio Amora, Dom Epaminondas, primeiro bispo de Taubaté, loteou a chácara em pequenos terrenos. A razão era menos financeira do que social, já que padre Florêncio preocupava-se com os trabalhadores que estavam vindo para Taubaté, juntamente com as indústrias que iam surgindo na cidade. Professor Barbieri lembra que “monsenhor Ascânio era um homem bem humorado, grande pregador, escritor de primeira mão. Uma de suas primeiras iniciativas na Vila eram as visitas domiciliares de Nossa Senhora, quando a imagem de Maria era levada à casa dos moradores do bairro, motivando-os na fé. Padre Fred, o atual pároco, tem estimulado o resgate dessa atividade evangelizadora, que tanto contribuiu para a construção da comunidade paroquial que temos hoje”. Já o padre Zé Luís, referência do coroinha e do seminarista Alfredo, foi o sacerdote que mais marcou a história nascente daquela que, em 01 de janeiro de 1948, tornou-se a sede da Paróquia Santíssima Trindade. “Foi ele quem idealizou e realizou o Serviço Paroquial de Assistência. Construindo um grande edifício com muitas salas e um salão, padre Zé Luiz conseguiu oferecer educação à população circundante, pois no Paroquial – como é chamado o prédio que fica do lado da igreja até hoje – foram formadas muitas levas de estudantes dos cursos primário e ginasial”, conta professor Alfredo. E acrescenta: “Pe. Zé Luiz era envolvido nos círculos influentes da política daquela época. Nunca fez propaganda de nenhum político na igreja, mas conseguia

o que precisava com os políticos importantes, já que era insistente e, quando queria algo, ia até onde podia para realizá-lo. Além disso, os políticos o respeitavam muito, quer por sua atuação exemplar para a sociedade, quer por sua influência junto ao povo”. Além das obras de igreja, pe. Zé Luiz também conquistou um posto de saúde e uma filial da Caixa Econômica Federal para o povo taubateano. Vale lembrar, porém, que pe. Florêncio, que praticamente gestou o bairro Vila das Graças, foi o primeiro pároco da igreja local. Muitos outros padres passaram pela Vila: Clemente, Afonso Lobato, Batista Rosa, Paulo César, Alan Rudz, Téquinho e Alberto. O pároco atual é o pe. Frederico Meirelles – pe. Fred. “Desde que assumiu a paróquia – comenta professor Alfredo –, ele tem resgatado a memória do pe. Zé Luiz. Inclusive, junto com uma comissão da comunidade, está preparando um memorial com fotos dos inícios da nossa igreja e com testemunhos de pessoas que conheceram o pe. Zé Luiz. Mais! Para a felicidade dos paroquianos, ele tem conseguido, com o apoio do povo, recuperar o Paroquial que, além de muito útil à pastoral e à vida comunitária, é um símbolo de nossa história”. Padre Fred está feliz na Paróquia e os paroquianos muito mais. As Festas religiosas têm recebido atenção especial, é notório o seu carinho pela Paróquia, é um excelente comunicador, uma bênção de Deus. Neste ano, foi realizada a Primeira Corrida Pedestre Padre José Luiz. Foi mais uma forma de o pe. Fred homenagear esse grande homem de nossa história paroquial e taubateana”, encerra, satisfeito, o professor.

Fotos Arquivo Pessoal

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Dia do Padre confraternização)

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Agenda de Agosto (Missa

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10h

A definir

P. Pessoa Idosa – Reunião Equipe Diocesana

09h

Colégio Padre Anchieta

P. Saúde – Encontro da Sub-Região 09h – Aparecida 15h P. Carcerária – Formação para 14h novos agentes P. Familiar – Reunião Comissão 19h30 Diocesana P. Criança – Encontro de Padres Assessores CAED 19h30

Arquidiocese Aparecida Colégio Padre Anchieta Com. N. Sra. de Lourdes Mogi das Cruzes Cúria Cúria

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Colégio de Consultores

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Festa São Lourenço - (Missa e 19h30 confraternização) P. Criança – Encontro de 08h – Coordenadores 12h P. Vocacional – Reunião Equipe 09h – Diocesana 10h30 P. Carcerária – Formação para 14h novos agentes Missa Abertura Dioces. Semana Nacional da Família Semana Nacional da Família Conselho de Formadores 09h

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A definir Cúria Diocesana Par. S. José Operário - Tté Colégio Padre Anchieta A definir

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RCC – Congresso Diocesano DOM

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Reunião c/ a Província Eclesiástica de Aparecida

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Reunião Geral com o Clero 9º Encontro Mundial das Famílias

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P. Sobriedade – Enc. de Formação Regional Sul 1 P. Carcerária – Formação para novos agentes P. Vocacional – Lual Vocacional P. Vocacional Encontro Vocacional

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DOM P. Dízimo – Formação Diocesana Diáconos – Retiro anual

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Associação de Taubaté

P. Vocacional – Encontro Diocesano 13h – A definir de Coroinhas 17h

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Taubaté

08h30 – Seminário Cura 12h D’Ars Dublin - Irlanda Santo André - SP Colégio Padre 14h Anchieta S. José 19h30 Par. Operário - Tté 08h – Seminário Cura 16h D’Ars 08h – A definir 16h A definir

Dia Nacional do Combate ao Fumo

Paróquias Sem Cura D’Ars Quadra MESCE – VI Encontrão - Forania 0 7 h 3 0 - SalesianosN.Sra.Bom Sucesso 12h Pinda P. Saúde – Reunião da Comissão Colégio Padre 09h Diocesana Anchieta 14h – Colégio Padre PASCOM – Reunião bimestral 17h Anchieta P. Carcerária – Formação para Colégio Padre 14h novos agentes Anchieta C.Past.Sta. P. Sobriedade – Reunião Ordinária 14h Teresinha-Tté

Atos da Cúria Diocesana Documentos expedidos pela Cúria Diocesana no Associação Missionários de São José; • Despacho favorável para reformas na Igreja Matriz da Paróquia período de 29 de maio de 2018 a 30 de junho de 2018 foram N. Sra. do Bom Sucesso; 31. Dentre estes se destacam:

• Despacho favorável à Benção da Capela do Convento Pia União • Autorização para o revmo. Pe. Paulo César Gil possa assessorar das Irmãs Intercessoras do Espírito Santo e • Decreto de Nomeação de Assessores Diocesanos e Assistente o encontro formativo p/ coordenadores de catequese; • Envio de documentação para a Congregação dos Institutos Espiritual para várias pastorais. de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica, em favor da

FELIZ Aniversário !

Agosto: Celebrando a Vida!

- Ordenação

17 - Dom Carmo João Rhoden, Bispos, Padres e Diáconos scj. (episcopal) 19 - Pe. Victor Hugo Porto - Aniversários Natalícios 25 - Pe. Álvaro Mantovani 10 - Diác. Carlos Alberto Carvalho 31 - Diác. Misael da Silva Cesarino da Silva 31 - Diác. Nicola Ângelo Di 10 - Diác. Carlos Domingos Stefano 10 - Diác. Edvaldo dos Santos 13 - Mons. Jose Oswaldo Clemente 13 - Mons. Marco Eduardo Jacob Silva 15 - Pe. Silvio José Dias 16 - Pe. Roque Rodrigues de Souza 17 - Pe. Alberto Martins 19 - Pe. José Batista da Rosa 20 - Pe. Fernando Nascimento

Colaboradores - Aniversariantes 05 – Nair de Moura – Par. Sto. de Pádua (Caçapava) 07 – Juracy Soares – Par. S. João Bosco (Taubaté)

07 – Maria Helena – Par. Espírito Santo (Taubaté) 07 - Maria Augusta – Par. Sgdo. Coração de Jesus(Taubaté) 07 – Renato Mateus – Par. S. Fco. Das Chagas (Taubaté) 10 - João Batista – Par. do Menino Jesus (Taubaté) 13 – Valeria Prado – Par. N. S. Bom Sucesso (Pinda) 14 - Anderson de Oliveira – Par. Sra. Aparecida (Taubaté) 15 – Julio Cesar – Mitra Diocesana 16 – Paulo Ricardo – Par. N. S. Bom Sucesso (Pinda) 23 - Lucelia Souza – Par. São Cristovão (Pinda) 25 - Mario Roberto – Par. N.

S. Bom Sucesso (Pinda) 25 – Sheile Regina – Par. Sto. Antonio de Pádua (Caçapava) 26 – Osmar Donizetti – Par. N. S. Aparecida (Taubaté) 26 – Herminia Rodrigues – P. N. Sra de Fátima (Pinda) 29 – Maria Aparecida – Par. S. José Operário (Taubaté) 29 – Carmem Lucia – Par. N. S. do Belém (Taubaté) 30 – Ana Prado – P. N. S. Natividade (Natividade da Serra) 31 – Rosimeire Cristina – P. N. S. Rainha dos Apóstolos (Pinda)


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O LÁBARO

Julho 2018

A serviço da evangelização!

Foranias, Paróquias e Horários de Missa FORANIA SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS

FORANIA SENHOR BOM JESUS

Vigário Forâneo: Pe. Celso Luiz Longo

Vigário Forâneo: Pe. José Vicente

PARÓQUIA DA CATEDRAL DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS

PARÓQUIA JESUS RESSUSCITADO Matriz Nossa Senhora Rosa Mística

Pe. Roger Matheus 3632-3316 SÁBADO

12h • 16h

DOMINGO

7h • 9h • 10h30 • 18h30 • 20h Convento Santa Clara SÁBADO

7h • 19h

DOMINGO

Pe. Edgar Delbem, sjr.

DOMINGOS 8h30 • 19h QUINTAS FEIRAS 19h30 TODO O DIA 13 DE CADA MÊS 19h30

PARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADE

7h • 9h • 11h • 19h

Pe. Frederico Meireles Ribeiro

Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas) DOMINGO 8h30

DOMINGO 6h30 • 8h • 11h • 19h30

Igreja de Santana DOMINGO 9h30 (Rito Bizantino) PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Pe. Silvio Dias 3632-2479

Matriz Santuário de Santa Teresinha DOMINGO 6h30 • 8h • 9h30 • 17h • 19h - SÁBADO 19h PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOA Côn. José Luciano 3608-4908

Igreja de Santo Antônio de Lisboa (Vila São José) DOMINGO 7h • 10h • 19h30 PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO Pe. Rafael 3633-2388

Matriz: São José Operário SÁBADO 12h • 18h. DOMINGO 7h • 10h30 • 18h • 20h

Matriz: N. Sra. das Graças Igreja São Francisco Xavier

Pe. Fábio Modesto 3633-5906

Matriz: São Pedro Apóstolo DOMINGO

8h • 9h30 • 17h • 18h30 • 20h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉM

FORANIA NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO

Vigário Forâneo: Pe. Décio Luiz da Silva Santos

Vigário Forâneo: Pe. Joaquim V. dos Santos

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

PARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDA

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO

Pe.Antônio Fernando 3631-1023

Matriz provisória: Exaltação da Santa Cruz DOMINGO 19h30 ..................................................... Comunidade Nossa Senhora de Fátima DOMINGO 10h PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIA Pe. Arcemírio, msj 3681-1456

Matriz: Sagrada Família DOMINGO 8h • 10h30 •17h • 19h

SAB 19h30 • DOM 9h30

PARÓQUIA SANTA LUZIA

PARÓQUIA Nª SRA. APARECIDA Côn. Paulo César Nunes de Oliveira SÁBADO 19h30 DOMINGO 7h • 10h30 • 19h

Pe. Paulo Vinícius 3632-5614

Matriz: Santa Luzia DOMINGO: 8H • 10H • 19H30 PARÓQUIA DO MENINO JESUS

PARÓQUIA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Pe.Aléscio Aparecido Bombonatti, msj. 3681-4334

Pe. Felipe Dalcegio, scj 3621-4440

Matriz Imaculado Coração de Maria

Matriz: Sagrado Coração de Jesus SÁBADO 17h DOMINGO 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA SENHOR BOM JESUS Pe. José Vicente 3672-1102

Matriz: Basílica do Senhor Bom Jesus DOMINGO 6h30 • 8h30 • 10h30 • 15h • 18h • 20h Igreja São Sebastião SÁBADO:18h PARÓQUIA SÃO JOSÉ Pe. Alan Rudz 3672-3836

PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLO

Vigário Forâneo: Pe. Ricardo Luís Cassiano

FORANIA NOSSA SENHORA D’AJUDA

FORANIA MENINO JESUS

Matriz: São José (Jardim Santana) SÁBADO 18h30 DOMINGO

7h30 • 10h30 • 17h • 19h30

PARÓQUIA ESPÍRITO SANTO Pe. Antônio B., scj 3602-1250 DOMINGO 10h • 19h

SÁBADO 19h DOMINGO 8h • 11h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJA Pe. Geovane, scj 3411-7424

Matriz: Santuário São Benedito DOMINGO 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Pe. Celso Batista de Oliveira, sjc 3686-1864

Matriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm) SÁBADO 19h DOMINGO 8h • 18h PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO Pe. Rodrigo Natal 3622-6517 SÁBADO 18h DOMINGO 10h • 17h • 19h30

PARÓQUIA SÃO JOÃO BOSCO Pe. Ricardo Luís Cassiano 3631-2510 DOMINGO 7h • 10h • 19h

Pe. Luís Lobato 3652-2052

Matriz: Santuário Nossa Senhora do Bom Sucesso DOMINGO 7h • 9h • 11h • 18h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

Pe. Ederson 3653-4719

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO Pe. Leandro Alves 3621-8145

Matriz: SÁBADO: 19H DOMINGO: 7H 10H30 19H30

Mons. José Eugênio 3642-1320

Matriz: São José Operario SÁB 17h30 (Com. NSra Saúde) • 19h (Matriz) DOMINGO 7h • 9h • 19h30

Matriz: São Benedito DOMINGO 7h • 9h30 • 18h • 19h30

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUA

(Cidade Jardim) (0xx12) 3522-7574

Pe. Décio Luiz 3652-6825

Matriz: Santuário Santo Antônio de Pádua DOMINGO 7h • 9h • 19h .................................................... Comunidade de São Pedro: Vila Bandeirante DOMINGO 17h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA Côn. Luiz Carlos 3652-1832

Matriz: Nossa Senhora da Esperança DOMINGO 07h • 10h • 19h PARÓQUIA SÃO PIO X Frei Alexandre, OFM Convento 3653-1404

Matriz: São Benedito DOMINGO

6h30 • 9h30 • 11h • 18h • 20h PARÓQUIA DO MENINO JESUS Pe. Carlos Alberto 3652-8459

Matriz: Menino Jesus DOMINGO 6h30 • 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES

(Jambeiro) Pe. Osmar Cavaca 3978-1165

Matriz: Nossa Senhora das Dores DOMINGO 8h • 19h

Pe. Celso Luiz Longo 3621-5170

Matriz Nossa Senhora do Belém DOMINGO 10h • 19h30

Pe. Kleber 3642-2605

Matriz: São João Batista DOMINGO 6h30 • 9h30 • 11h • 18h30

Participe do Jornal

O LÁBARO Envie suas dúvidas, sugestões e críticas! olabaro@diocesedetaubate.org.br facebook.com/olabaro (12) 3632-2855

PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS Côn. Joaquim Vicente dos Santos

Matriz: SAB 16h DOM 8h • 19h N. Sra. Perpétuo Socorro: SAB 19h DOM 10h

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO Côn. Geraldo 3637-1981

Igreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César) DOMINGO 7h • 9h • 19h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS Pe.Vitor Hugo Porto 3522-5318

Matriz: DOMINGO 7h, 10h,18h30 Com. N. Sra. Aparecida: DOMINGO às 8h30 Com. Pinhão do Borba: DOMINGO às 8h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA Côn.Amâncio 3642-7035

Matriz: Nossa Senhora do Rosário de Fátima DOMINGO 7h30 • 9h • 19h PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)

Pe. Cipriano Alexandre Oliveira 3643-6171

Matriz: São Miguel Arcanjo DOMINGO 7h • 10h • 19h PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César) Pe. Antonio Carlos Monteiro 3641-1928

Matriz: São Benedito (Vila São Benedito) DOMINGO 8h

PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO Cidade Nova Côn. Elair 3648-1336

Igreja Matriz: São Cristóvão DOMINGO 7h • 19h PARÓQUIA SANT’ANA Pe. Antonio Carlos Gonçalves 3527-1758

Igreja Matriz: Sant’ana SÁBADO 19h30 DOMINGO 8h • 19h 3º DOMINGO 11h (Motociclistas)

FORANIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Vigário Forâneo: Pe. Antônio Cláudio

PARÓQUIA JOÃO PAULO II (Taubaté) Pe. Luís Paulo DOMINGO 19h

PARÓQUIA SANTA CRUZ (Redenção da Serra) Pe.Antônio Cláudio 3676-1228

Matriz: Santa Cruz DOMINGO 9h • 18h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE

(Natividade da Serra) Pe.Alexandre 3677-1110

Matriz: Nossa Senhora da Natividade DOMINGO 9h30 • 19h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (Bairro Alto - Natividade da Serra) Pe. Paulo Donizete 3677-4152

Matriz: Nossa Senhora da Conceição DOMINGO 10h15 PARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSA (São Luiz do Paraitinga) Pe. Álvaro (Tequinho) 3671-1848

Matriz: São Luiz de Tolosa DOMINGO 8h • 10h • 19h

FORANIA SÃO BENTO Vigário Forâneo: Pe. José Batista da Rosa

PARÓQUIA SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS (Campos do Jordão) Pe. José Alberto L. Cavalcante 3662-1740

Matriz: Santa Teresinha do Menino Jesus DOMINGO 7h • 9h • 19h PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Campos do Jordão) Pe. José Eliomar Soares, sjc 3663-1340

Matriz: São Benedito DOMINGO 10h30 • 18h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDE (Campos do Jordão) Pe. José Rosa 3662-7068 DOMINGO 10h • 20h

PARÓQUIA SÃO BENTO (S. Bento do Sapucaí) Pe. Ronaldo, msj 3971-2227

Matriz: São Bento DOMINGO 8h • 10h • 18h

PARÓQUIA SANTO ANTONIO (Santo Antônio do Pinhal) Pe. Marcelo Sílvio Emídio 3666-1127

Matriz: Santo Antônio DOMINGO 8h • 10h • 19h


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