Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Janeiro e Fevereiro de 2021

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O LÁBARO Diocese de Taubaté - SP

Desde 1910 - Edição nº 2.192 - Janeiro e Fevereiro 2021

Distribuição Gratuita

São José, nosso protetor!

Um ano para São José. É o convite que o Papa Francisco nos dirigiu no último dia oito de dezembro, ao declarar 2021 como o ano do pai adotivo de Jesus e patrono universal da Igreja. José é um exemplo de ser humano, de esposo, de pai e de homem de Deus. Uma referência para todos os cristãos e uma fonte de

intercessão e de inspiração para tantas pessoas. oração e renovação para as comunidades. O papa já havia retomado a citação de Conheça, nesta edição, um pouco do texto São José na oração eucarística, logo após a da Carta Apostólica Patris Corde, publicada referência à Nossa Senhora. Agora, dá esse pelo Papa Francisco para essa ocasião. passo para o resgate da figura de um santo singular, declarando um ano santo. PÁG. 06 Será uma ocasião de muita reflexão,

Nesta Edição

Artigo: Ano dedicado a São José - PÁG. 09

“O amor é garantido para sempre!” Sl 88, 3.

Entrevista: Colaboradora Valquíria - PÁG. 10

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Editorial O ano começa esperançoso, porém a esperança pode ser de natureza boa ou má. A esperança má, que não é bem esperança, é o otimismo bobo, a visão cor de rosa que turva a lucidez. A esperança boa, que é a autêntica, é aquela que vê as possibilidades em meio há várias portas fechadas. Já vamos para um ano de pandemia e os cristãos queremos renovar nossas autênticas e necessárias esperanças. Graças a inteligência que Deus dá ao ser humano, nossos cientistas já conseguem desenvolver vacinas para o nosso povo. Ainda assim, as questões de políticas públicas, de estratégia de distribuição e de conscientização continuam um desafio para todos os homens de boa vontade. Seguimos lutando, mas firmados na esperança que renova. Com São José, patrono universal da Igreja e fonte de inspiração e de oração para este ano, dedicado a ele pelo Papa Francisco, vivemos a nossa Nazaré. Trabalhamos como podemos para sustentar nossas famílias e nossas paróquias. As casas todas enfrentam o desafio da falta de empregos, de recursos, às vezes até de solidariedade. Contudo, nossa esperança é cheia de imortalidade (Sb 3,4). A equipe de O Lábaro deseja a todos um ano de esperança e de vida. São José, valei-nos!

Opinião

Coisas espantosas dessa pandemia Quando a quarentena estava em sua fase mais severa, no ano passado, era comum ouvir alguém suspirar sonhando com uma vacina, único modo de sair dessa pandemia, que já matou mais de 200 mil brasileiros, e de nos vermos livres dos sufocantes protocolos sanitários. Agora que várias vacinas vão se disponibilizando e em alguns países já começou a imunização são frequentes as declarações de pessoas negando-se a tomar o imunizante. Razões que apresentam para decisão tão radical são mesmo motivo para memes nas redes sociais. Espantoso é ouvir queixas contrárias as normas sanitárias de prevenção contra o contágio pelo novo coronavírus. Houve quem negasse a pandemia, quem afirmasse sua fé inabalável e por isso imune a Covid-19, houve mesmo quem protestasse falta de caridade na aplicação dessas normas sanitárias! Essa gente cultiva uma espiritualidade umbilical. Os protocolos sanitários são normas sociais para proteger a

saúde de todos na comunidade. Coisa que cristão entende como caridade, na linha do que escreveu São Paulo propondo que devemos buscar o que é vantajoso para todos e não apenas o que é vantajoso para si (cf 1Cor 10,33). Nesse mesmo sentido vai o Papa Francisco recomendando, no início dessa pandemia, que evitássemos o vírus do egoísmo. Aquele que infecta gente que sente que a coisa está bem só se estiver bem para ela. E se não está bem para os demais? Mas não só de coisas negativas se faz o meu espanto nessa pandemia. Sendo eu o responsável pelas celebrações no Santuário Diocesano de Santa Teresinha, em Taubaté, é admirável ver a dedicação dos voluntários das equipes de acolhida para as missas. Esse pessoal se incube da aplicação dos protocolos sanitários, além de acolher os fiéis para a celebração. São pessoas dedicadas a missão de garantir o bem estar de todos. Para isso chegam primeiro e preparam

todo o necessário e, terminada a missa, permanecem para fazer a higienização do ambiente. Porém, o mais admirável é sua perseverança a despeito de tantas reações contrárias como as relatadas acima. Não é fácil insistir com alguns na necessidade dos protocolos visando a saúde de todos. Contudo, vejo que esses casos de relutância são pontuais, a grande maioria observa as normas, reconhece e agradece os esforços dos voluntários. Essa mesma dedicação se repete em várias paróquias de nossa Diocese. Admirável, igualmente, é perceber como as campanhas de socorro aos necessitados, com doação de cesta básica, recebem adesão muito grande e generosa. Coisa de que já tive a oportunidade de relatar em artigo anterior sobre a solidariedade nessa pandemia. Coisas que se pode saber pelas redes sociais que, afinal, não é feita só de fake news, ainda que essas predominem na internet. Pe. Silvio José Dias

A espiritualidade beneditina na pandemia A crise suscitada pela pandemia SarsCov-2 (Covid-19), não obstante indesejada, por seus efeitos maléficos, de vários pontos de vista, inclusive do econômico-financeiro, na ótica da espiritualidade beneditina, apresenta um facho de luz, até porque, mesmo de situações inóspitas Deus, faz surgir benesses. Jamais se impõem apenas as trevas, e nos desertos há sempre a esperança de oásis. Isso porque o tempo vivido é rico para o recolhimento, o estar-consigo-mesmo e com Deus (para o quê é preciso coragem e vontade), sobremodo nos silêncios que o isolamento franqueia em tempos de tantos palavreados, muitos deles vazios. No capítulo 6º da Regra de São Bento está escrito que “às vezes, se devem calar mesmo as boas conversas, por causa do silêncio”. E se até as boas conversas devem se curvar diante da importância do silêncio, quanto mais as voláteis. De fato, os tempos são propícios à oração do salmista: “Coloca, Senhor, um

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Departamento de Comunicação da Diocese de Taubaté Avenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

guarda diante de minha boca, uma sentinela à entrada de meus lábios” (Sl 141,3). Deus sempre nos fala, nos ouve, mas é necessário fazer silêncio para escutá-lo, o que não nos temos permitido nesses tempos ruidosos. Aprendamos de Jesus que se retirava para lugares solitários e se entregava à oração (Lc 5,16). Portanto, o isolamento ora vivenciado é oportunidade capaz de nos levar ao silêncio, para que possamos contemplar o mistério que nos envolve. O silêncio é o moinho que movimenta a sabedoria e a santidade. Não é mera ausência de palavras, mas o espaço sagrado que só podemos pisar com as sandálias da humildade. Nunca é vazio interior, mas a plenitude da fé. São João da Cruz ensina que Cristo, a Palavra do Pai, é sempre dita no silêncio e que é no silêncio que ela há de ser ouvida, o que nos direciona ao Sl 37,7 “Descansa no Senhor e espera nele”. Talvez seja bom destacar que a Palavra de Deus é como um fio de silêncio

Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor: Pe. Marcelo Henrique de Souza Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Conselho Editorial: Pe. Leandro A. de Souza, Pe. Celso L. Longo, e Henrique Faria. Diagramação e Designer: Pe. José Ronaldo de Castro Gouvêa, scj Impressão: Katú Editora Gráfica

sonoro (1Rs 19,12). Cassiano observa que o silêncio permite estados de oração intensa, pois quem está mergulhado em Deus, num profundo recolhimento, não tem palavras para discursar com aquele que é inefável. O silêncio, enfim, cava um espaço no nosso íntimo para ali Deus poder habitar. Por vezes, haverá também o próprio silêncio de Deus (o mesmo que Jesus experimentou na cruz). Mas esse silêncio não é ausência, mas presença e escuta, ainda que na escuridão da dor e da solidão. Enfim, um coração aberto e silencioso é melhor que muitas palavras. Desse modo, esperaremos em silêncio a salvação do Senhor (Lm 3,26) e diremos com o profeta “o Senhor está no seu templo santo; silêncio em sua presença, terra inteira” (Hab 2,20). Nesse silêncio, certamente o Senhor nos confortará e conduzirá. João Batista, oblato beneditino Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita Site: www.diocesedetaubate.org.br email: pastoral@diocesedetaubate.org.br www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.


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Palavra de nosso Bispo A Quaresma é ocasião oportuna para exercitarmos a necessária conversão diária e aperfeiçoarmos nossa vida cristã, a fim de podermos celebrar a Páscoa trazendo em nós a vida nova de ressuscitados em Cristo. Com esse intuito, nos exercitamos pela oração, pelo jejum e pela caridade. A liturgia nos auxilia com celebrações significativas e ricas exortações da Palavra de Deus. Contribuindo com essa caminhada de conversão a Igreja nos propõe, a cada ano, um tema para reflexão comum a fim de ampliar nosso horizonte, ultrapassando os limites individuais, a fim de que haja também aperfeiçoamento comunitário e social. A dimensão comunitária é essencial ao cristianismo. Ela é exigência decorrente do mandamento maior da fé cristã: o amor, que exige abertura a Deus e ao próximo. Assim superamos os limites do que é puramente individual. Com esse objetivo, a cada ano, enriquecendo a Quaresma, a Igreja realiza a Campanha da Fraternidade. Neste ano somos chamados a refletir sobre fraternidade e diálogo, compromissos decorrentes do amor. O lema motivacional vem da carta aos Efésios: Cristo é a nossa paz; do que era dividido ele fez uma unidade (Ef 2, 14). O cristianismo nasceu em um contexto marcado por divisões. Israel, país de Jesus, era dominado pelo Império Romano e, internamente, havia os que colaboravam com essa dominação, dela tirando proveito, e os que resistiam a ela. No âmbito religioso existia a divisão entre aqueles que eram observantes da religião judaica, como os fariseus e os mestres da Lei, em contraste com aqueles que eram menos observantes. Jesus e seus seguidores eram provenientes da Galileia, região com forte influência

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Do que era dividido, Cristo fez uma unidade

pagã, e população considerada não observante. De Jesus e de seu grupo chegou-se a dizer: “o que pode vir de bom de Nazaré”, ou da Galileia? (Jo.1,46). Foi movido pela mentalidade judaica que dividia o mundo entre Israel, povo escolhido por Deus, e os pagãos, que o apóstolo Paulo, na carta aos Efésios, disse que do que era dividido Cristo fez uma unidade. Paulo escreve para corrigir uma mentalidade elitista e exclusivista mostrando que Cristo veio para todos e, por todos derramou seu sangue. Ele veio para que todos, sem exceção, tenham vida e vida em abundância, vida plena, salvação. Esse é o dom que Cristo nos oferece; porém, acolher esse dom depende de cada um, mas a oferta é para todos. Em Cristo não há mais distinção entre judeu ou pagão, escravo ou livre, homem ou mulher, todos são um só em Cristo Jesus (Gl. 3,28). Não há nem pode haver discriminação. A todos é oferecida a graça da salvação. Todos são assumidos como filhos. Todos recebem a mesma herança. Internamente, na comunidade cristã, também houve divisões entre aqueles que diziam “eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu sou de Pedro”, e teve que haver correções e superação, pois todos somos de Cristo e Cristo não está dividido (cf, ICor.1,12-13)! Esta é boa notícia, este o ‘evangelho’: o dom da salvação é para todos, indistintamente. Porém, a todos que o acolhem, Jesus pede: converta-se e creia no evangelho. Atualmente, também nós vivemos em um mundo marcadamente dividido entre dominadores e dominados, entre ricos e pobres, entre direita e esquerda, entre verdades e fake news, entre os que se orientam pela ciência e os que a negam ou a desconsideram, entre gente ‘do

bem’ e aqueles que maquinam o ódio e promovem a divisão. No âmbito religioso, existem diversas crenças. Mesmo no cristianismo são tantos os segmentos, tantas igrejas, tantas seitas. Entre nós católicos também há divisões: conservadores e progressistas, movimentos ditos espirituais e aqueles de cunho mais social, simpatizantes de Bento XVI, o papa emérito ou do papa Francisco, etc. De fato, diante de uma tal realidade, a Campanha da Fraternidade nos chama à uma reflexão oportuna e necessária, ao mostrar que a fraternidade e o diálogo são compromissos decorrentes do amor e, portanto, exigências da fé cristã. Ninguém pode se furtar ao diálogo aberto, abrangente não excludente, pois esta é uma atitude de respeito e consideração pelo outro, nosso semelhante, e por quem devemos ter consideração e respeito, mesmo que não comunguemos de suas convicções. Isso é atitude cristã! Excluir este ou aquele de nosso diálogo, acusar, atacar e combater agressivamente o que não está de acordo com nossas convicções pessoais é favorecer divisões, é desconsiderar o Cristo, é conspirar contra o projeto do Senhor que veio para superar o que era dividido e unir a todos como irmãos, filhos do mesmo Pai. Quem fere a unidade e favorece a divisão não é de Cristo e não age pelo Espírito de Deus. Dom Wilson Angotti


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Diocese em Foco

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Semana de Formação Intensiva no Seminário Diocesano Pe. Luiz Gustavo Sampaio Moreira - Reitor da Teologia

Nos dias 01º a 05 de fevereiro ocorreu no Seminário Diocesano Santo Antônio, a Semana de Formação Intensiva para os seminaristas das duas etapas formativas. Esta semana teve como tema central, a formação presbiteral na nova Ratio Fundamentalis. Em parte do período de férias acadêmicas, as formações foram oferecidas com o objetivo de favorecer a dimensão comunitária do Seminário Diocesano e aprofundar temas relacionados ao Projeto Formativo. Os trabalhos em todos os dias da Semana de Formação tiveram a seguinte estrutura e programação: Oração das Laudes; conferência sobre um tema específico da Ratio Fundamentalis; trabalhos em grupo ou individuais; seguida de plenária. No primeiro dia da semana, tivemos a presença do Côn. Carlos Antônio da Silva, Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico de Aparecida, que abordou o tema da identidade do presbítero diocesano. Ele nos apresentou

a importância do presbítero na vida eclesial e sua origem nas Sagradas Escrituras e na História da Igreja. No segundo dia da semana, contamos com assessoria do Pe. Osmar Cavaca, formador espiritual do nosso Seminário Diocesano, com a reflexão sobre os agentes e as dimensões da formação presbiteral, destacando que a formação deve ser compreendida como um único caminho de discipulado, apresentando seu início no sacramento do Batismo e término com à morte. Ainda explicou de forma introdutória cada uma das dimensões da formação. Já no terceiro dia dos encontros formativos, tivemos a presença do Pe. Edinei Evaldo, Reitor do Seminário de Teologia da Diocese de São José dos Campos, que abordou o tema da etapa do discipulado ou estudos filosóficos. Ele salientou que a formação é um ato de responsabilidade, que pede sempre um compromisso do formando com leituras,

cursos, retiros, direção espiritual, etc. No quarto dia, quem conduziu a reflexão foi o Pe. Djalma Tuniz, Reitor do Convento do Sagrado Coração de Jesus. Durante a formação explicou que é a partir da experiência pessoal com Jesus Cristo que a missão e vocação presbiteral se mantêm. Na conclusão da Semana de Formação Intensiva, os Reitores do nosso Seminário Diocesano, Pe. Marcelo Henrique e Pe. Luiz Gustavo, estudaram conjuntamente com os seminaristas o Diretório Diocesano para a Formação Presbiteral Inicial e o Plano Formativo, aprovados no ano passado por um período experiencial de três anos. Ao longo destes dias, os seminaristas tiveram a oportunidade de acolher interiormente e intelectualmente as formações, também de forma oportuna deram contribuições significativas que tornaram ainda mais fecundo o caminho formativo.

Ordenações Diaconais em na Diocese de Taubaté


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Diocese em Foco

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Comissão diocesana da Campanha da Fraternidade promove uma Live sobre o tema da CFE 2021 Seminarista Junior Rangel

No último dia 07 de fevereiro, domingo, a Comissão diocesana da Campanha da Fraternidade promoveu um momento de batepapo online sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2021, que tem como tema: “Fraternidade e diálogo, compromisso de amor”; e o lema: “Cristo é nossa paz, do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14a). A live, transmitida pelas redes sociais da Paróquia Nossa Senhora do Belém, foi a solução encontrada diante da impossibilidade de realizar a formação presencial que acontecia

anualmente – e que sempre reuniu dezenas de fieis leigos de todo território diocesano. O momento contou com a presença do revmo. Padre Marcelo Henrique, reitor do Seminário filosófico Cura d’Ars, e do revmo. Cônego Luciano, coordenador diocesano de pastoral, além do seminarista Junior e do casal Paulo e Silvia, membros da comissão da CF. Com a expressiva interação dos que acompanharam a transmissão, várias questões puderam ser devidamente respondidas, de modo a esclarecer alguns pontos que ficaram

pouco claros no Texto-Base, sobretudo quanto à origem e a intenção do material. Além disso, foi possível tornar explicito aquilo que é, afinal, o objetivo da CFE 2021: ser um convite às comunidades de fé e às pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para superar as polarizações e violências do mundo atual através do diálogo respeitoso e aberto, testemunhando a unidade na diversidade.

Procissão “motorizada” e apresentações nas capelas adaptam Folia de Reis em Pindamonhangaba

A tradição da Folia de Reis ganhou nova roupagem na Paróquia de São Vicente de Paulo, em Moreira César, distrito de Pindamonhangaba (SP). Com a pandemia do novo coronavírus, o grupo de reisado não realizou a tradicional visita às casas do distrito. Desta vez, os personagens do presépio seguiram em carro aberto pelas ruas, interagindo a distância com os moradores. A programação também contou com apresentações, entre os meses de dezembro e janeiro, nos templos que compõem o território paroquial. “Temos que reinventar nossas formas de evangelizar durante a pandemia. Por isso mesmo trouxemos os foliões para as ruas, mas mantendo a segurança e a saúde deles e dos fiéis”, explica o administrador da Paróquia São Vicente de Paulo, padre Gabriel Henrique de Castro. O trajeto percorreu 12 bairros. No caminho, foram executadas canções natalinas gravadas pelo próprio grupo, composto por

pessoas ligadas à paróquia. Além dos músicos, participam também fiéis caracterizados com personagens bíblicos como a Virgem Maria, São José e os Reis Magos. Além das vestes tradicionais, máscaras passaram a integrar o figurino. “É uma forma de recordar as pessoas que o Menino que nasceu em Belém também é sinal de nossa esperança. E é esse sentimento que queremos ter: confiando em Deus e fazendo a nossa parte, teremos dias melhores”, assinala o vigário paroquial, padre Marcelo Emídio. Além da passagem do grupo pelas ruas, as apresentações da Folia de Reis também aconteceram nas capelas que compõem a Paróquia. O acesso dos fiéis foi controlado e limitado à capacidade dos templos. Quem não conseguiu entrar na igreja pôde acompanhar pelas redes sociais. A transmissão, realizada ao vivo pelas redes sociais, atraiu centenas de pessoas. Entre elas, Orlando Campos, de São José dos Campos

Fotos: César Augusto / PASCOMPSVP

Por Victor Hugo Barros, Jornalista (SP). Membro do grupo de reisado em seu município, desta vez ele teve que participar de forma virtual. “Infelizmente este ano não sairemos, mas estamos em oração para que no próximo ano possamos realizar nosso trabalho”, afirmou. Considerada como expressão da cultura brasileira, a Folia também foi acompanhada via internet pelo argentino Jorge Cres, da cidade de Itatí, município da província de Corrientes, na Argentina. Acostumado a comemorar as festas natalinas comendo a típica rosca de reyes, ele se encantou com a animação dos foliões. “Temos apresentações similares aqui, mas muito menores. Estou impressionado”, conta. Para o fim deste ano, a expectativa é de que o grupo volte a se apresentar. O formato e as datas ainda não estão definidos, pois podem variar de acordo com a situação sanitária da região.

Fotos: Victor Hugo Barros / PASCOM PSVP


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Um ano para São José

Destaque

Semt. Bruno, 2º ano de teologia

“Com coração de pai” (Patris Corde, em Latim), é assim que o Papa Francisco inicia e dá o título à sua carta apostólica por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja. A carta é acompanhada da publicação do Decreto da Penitenciaria Apostólica que anuncia o “Ano de São José”, de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021, convocado pelo Santo Padre concedendo o dom de indulgências especiais por ocasião do mesmo. Destaco, aqui, alguns pontos do conteúdo deste texto. A intenção central do Papa Francisco é apresentar a importante presença de São José na história da salvação e sua postura diante de conflitos e crises, assumindo com coragem a paternidade legal de Jesus. O Papa recorda também a importância de São José para o Magistério da Igreja, pois, depois de Maria, a mãe do Senhor, José é venerado como nenhum outro santo. Tal importância é dada pelo seu papel no projeto salvífico de Deus. Além de ser invocado como

padroeiro universal da Igreja, São José é também venerado como padroeiro dos operários, guardião do Redentor e é também venerado como padroeiro da boa morte conforme a devoção popular. Francisco também compara a figura de São José a de tantas pessoas que durante esta pandemia passam despercebidas, mas que impactam de forma positiva na vida de tantas pessoas, seja pelo

institutos religiosos, e grupos eclesiais se inspiram em sua espiritualidade e vários santos recomendam a devoção a São José, como o faz Santa Teresa de Jesus. Isso demostra o carinho e amor que o povo cristão tem a São José. No segundo capítulo, Francisco nos recorda que São José é pai na ternura e que diante das angústias, medos e fragilidades, Deus interveio por meio da fé de José. E isso é uma grande lição para nós. O anjo do Senhor se manifesta a José por meio de sonhos conforme o relato narrado por Mateus. Papa Francisco nos recorda no terceiro capítulo a atitude de obediência de José diante das ordens dadas por Deus pelo mensageiro celestial. Na primeira manifestação em sonho, o anjo revela a encarnação do Verbo de Deus no ventre de Maria; no segundo sonho, o anjo exorta José a fugir com o menino e sua mão da perseguição de Herodes, para o Egito; e no terceiro sonho o anjo o informa a morte daqueles que perseguiam o menino e o ordena a voltar para Israel, mas por medo de

Em todas as circunstâncias de sua vida, José soube pronunciar o seu ‘fiat’, assim como Maria na anunciação e Jesus no Getsêmani. trabalho, pela oração ou até mesmo pelos pequenos gestos cotidianos que, de alguma forma, ajudam a enfrentar a crise causada pelo Coronavírus. O Santo Padre ressalta,, em cada um dos sete capítulos, uma característica do pai adotivo de Jesus. No primeiro, o Papa destaca a solicitude de São José não só como cuidador da Sagrada Família de Nazaré, mas também como intercessor do povo cristão. A ele é dedicado numerosas igrejas no mundo todo; confrarias,


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Destaque Arquelau, filho de Herodes, não retorna a Israel, todavia parte para Nazaré na Galiléia, conforme fora revelado a ele novamente em sonho. Em todos esses eventos em que o mensageiro de Deus se manifestou a José, ele foi obediente e em nenhum momento hesitou. Afirma o Papa: “Em todas as circunstâncias de sua vida, José soube pronunciar o seu ‘fiat’, assim como Maria na anunciação e Jesus no Getsêmani.” O Papa Francisco discorre no quarto capítulo sobre a figura de José como pai no acolhimento e destaca que José não impôs condições para acolher Maria, mas confiou plenamente na mensagem do anjo que lhe apareceu em sonho. José é um paradoxo no mundo atual, pois sua atitude respeitosa e delicada que preservou a honra, a dignidade e sobretudo a vida de Maria, opõe-se ao mundo hodierno onde frequentemente vemos atitudes de desrespeito como a violência psicológica, verbal, e física contra a mulher. José soube também acolher os acontecimentos adversos assumindo a responsabilidade e a partir disso se reconcilia com a própria história. “Só o Senhor pode nos dar força para acolher a vida como ela é, aceitando até mesmo suas contradições, imprevistos e desilusões”, afirma o Santo Padre. No quinto capítulo Francisco refere-se a José como pai com coragem criativa. Deus cuidou do menino Jesus e de sua mãe por meio de José, e José teve que ser corajoso para passar por inúmeras dificuldades guardando e protegendo a vida da mãe e do menino.

O Papa Francisco destaca a coragem criativa de José que em meio a tantas adversidades viu em cada uma delas a oportunidade de cumprir o projeto de Deus. Para isso confiou piamente na Providência Divina. A figura de José está intimamente ligada ao trabalho, principalmente a sua profissão de carpinteiro. Nos Evangelhos de Marcos e Mateus, Jesus é citado algumas vezes como “o filho do carpinteiro”. (Cf. Mc 6,3 ; Mt 13,55). José, portanto, nos recorda o significado do trabalho que dignifica. “A crise do nosso tempo, que é econômica, social, cultural e espiritual, pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído” afirma o Papa no sexto capítulo. Inspirado no livro do escritor polonês Jan Dobraczynski, A sombra do Pai, Francisco apresenta neste capítulo, São José como sendo sombra do Pai Celeste na terra com suas atitudes e principalmente com sua maneira de acolher e de amparar seu filho adotivo. Todos que assumem a responsabilidade sobre alguém, é impelido, de certa forma, a exercer paternidade. O Papa nos exorta a exercermos uma paternidade que não

seja possessiva, isto é, que não prenda ou subjugue, mas que eduque para que o filho seja livremente responsável. E a oposição a atitude de posse é a castidade, segundo Francisco. “O próprio Deus amou o homem com amor casto, deixando-o livre para amar e opor-se a Ele”. Por fim, o Papa Francisco conclui a carta com a seguinte oração:

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem. Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal. Amem!


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Ano Josefino

O Papa Francisco proclamou o Ano de São José desde 8 de dezembro de 2010 a 8 de dezembro deste ano, publicando a Carta Apostólica “Patris Cordi”: com Coração de Pai. O objetivo deste ano é celebrar os 150 anos da dedicação do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica, através do Decreto do Beato Pio IX de 8 de dezembro de 1870 que desejou ardentemente dar este título a São José. Como nos lembra o Papa Francisco, São José é um modelo de pai na ternura, na obediência, no acolhimento, com coragem criativa, trabalhador, homem bom e justo, dedicado aos interesses de Jesus, protetor da Igreja e da família. É importante suscitar o interesse pela sua pessoa, a valorização de sua espiritualidade e a importância de sua missão no evento da encarnação e da vida de Jesus assim como de sua presença na vida dos cristãos ao longo da caminhar da Igreja. São José cuja pessoa é ligada com a pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade, como ministro da nossa salvação, e como esposo da Mãe de Deus, e que participou de forma decisiva do evento da encarnação do Verbo de Deus, tem muito para dizer e ensinar a todos nós, fiéis e membros da Igreja. Sendo valorizado ao longo dos séculos por muitos santos e santas, fundadores e fundadoras de inúmeras Congregações, por diversos papas com suas vozes na Igreja, assim como por diversas associações e por um incontável número de fiéis devotos e estudiosos.

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Ano de São José: a importância de sua missão no evento da encarnação e da vida de Jesus

São José continua sendo ainda pouco conhecido, havendo consequentemente a necessidade de ser estudado e aprofundado, assim como mais amado dentro da Igreja e pelos cristãos. Como nos lembra o Decreto”Quemadmodum Deus” (8.12.1870) sendo um dado de fato que “a Igreja, depois da Santa Virgem, esposa dele, sempre considerou com grandes honras e cumulou de louvores o Bem-aventurado José, e de preferência recorreu a ele nas angústias”. Comparando São José com uma lâmpada que difunde os seus raios benéficos na casa de Deus ,a Igreja, o Beato Paulo VI (1963-1978)afirma que ele “a ilumina com seu incomparável exemplo, aquilo que caracteriza o Santo entre todos afortunado pela intensa comunhão de vida com Jesus e Maria, aquilo que é o seu serviço a Cristo seu serviço por amor. Este é o segredo da grandeza de um São José, que se harmoniza bem com a sua humildade... Se na verdade é conveniente a alguém esta insígna evangélica que faz a glória de Maria,a profetisa do Magnificat, aquela do Precursor, aquela, pode-se dizer, de qualquer santo: serviço de amor, a São José devemos atribuí-la sobretudo a São José o qual se nos apresenta por ela revestido, como de um perfil que o define, como do esplendor que o glorifica: servir Cristo foi a sua vida, servi-lo na dedicação mais completa, servi-lo com amor e por amor.” (Homilia de 19.03.1966). Ele foi um homem empenhado, todo para Maria... e para Jesus; Dizia o Beato Paulo VI: “São José é o tipo do evangelho

que Jesus anunciará como programa para a redenção da humanidade; é o modelo dos humildes que o cristianismo eleva a grandes destinos; é a prova de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não são necessárias grandes coisas, mas bastam e são necessárias virtudes comuns, humanas, simples mas verdadeiras e autênticas”. ( Homilia de 19.03.1969). O Papa Leão XIII ( 1878-1903) propõe São José como modelo dos diferentes estados de vida do povo cristão. Para o Santo João XXIII (1958-1963) “São José oferece um exemplo de atraente disponibilidade ao divino chamado, de calma em cada acontecimento, de plena confiança encontrada numa vida de sobre-humana fé e caridade, e no grande meio que é a oração”.(Homilia de 17.03.1963). A todo o povo cristão que o Santo João Paulo II ( 1978-2005) propõe o exemplo de São José, a fim de que este “tenha sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e de participar da economia da salvação”.( Redemptoris Custos, n.1). Enquanto outros santos e santas podem interessar somente esta ou aquela categoria ou instituição, a figura e a missão de São José dizem respeito, ao invés, a toda a Igreja. É fundamental promover na Igreja o conhecimento, a devoção e a espiritualidade de São José. Ó Bem-aventurado São José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida! Prof. José Pereira da Silva


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Tema Pastoral

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Pandemia e Igreja virtual: um ano de experiências e avanços Jesus está ON!

Estamos vivenciando um momento histórico que será parte dos livros, futuramente e, com todo o caos, a busca pela calmaria se tornou essencial. As conversas rápidas com encontros “na correria”, viraram diálogos de desabafo em vídeo chamadas, choros por lutos, por saudade, por se perder de si mesmo, por querer encontrar algo que por vezes nem sabemos o que possa ser, e sim, um clamor por Deus. Antes da pandemia a internet era vista por muitos com preconceitos e maus olhos, mas eu seguia com a minha certeza: Deus não permitiu que a internet acontecesse à toa, existe um propósito maior. Há um tempo, a igreja começava a ser encontrada pelos www pesquisados, um perfil que quase não era atualizado no facebook, mas com o lockdown o caminho era um só, ela mesma, a internet. Um salto entre perfis nas redes sociais de igrejas, padres, grupos de oração aconteceu, e entre posts, stories, vieram lives, a missa foi até as salas dos lares, chegou em quartos escuros que precisavam da luz divina. De repente, em questão de dias um dos itens mais pesquisados no Google era “missa ao vivo agora”. Com dígitos feitos no teclado do celular, ali aparecia reluzente o Santíssimo Sacramento, uma palavra de aconchego ao ouvir a leitura da Bíblia, um sentimento de tranquilidade ao acompanhar o terço, ou o convite para um encontro com Deus através das próprias atitudes ao sentir a alma ser tocada nas homilias. É o Espírito Santo agindo com a tecnologia: Jesus está ON! Ver a igreja despertar do offline para o online é um grande – e lindo – passo para se acompanhar. Mesmo com tanto conteúdo sem o menor trabalho envolvido que vemos ao navegar na internet, hoje conseguimos encontrar os @s de igrejas, padres e pessoas ligadas que são desenvolvidos de forma profissional, nos apresentando um conteúdo de valor que conecta a alma. Transpõe as paredes e vai para os sinais dos celulares, exercita a criatividade que antes era mantida em sua maior parte somente dentro de rituais já pré-estabelecidos há séculos para nos surpreender de forma positiva em posts, vídeos no IGTV, stories, lives, que foram previamente estudados para alcançar um público que tem saudade de Deus, trazendo à tona a inspiração pela vida e por viver os passos de Jesus se adaptando aos novos tempos de mãos dadas com a história e respeitando a tradição. A igreja tem um papel fundamental na formação do ser humano, estamos vivendo dentro, dentro de casa, trabalhando

Flávia Maria, assessora de Branding dentro de casa, convivendo com as pessoas que moram na casa, mas acredito que o convite vai além, a primeira conexão é aquela voz interior que nos chama para o que fato fomos designados por Deus, para a nossa missão de alma aqui na Terra. Sinto que esse encontro de gerações passando por uma pandemia mundial é o momento mais propício para uma evolução de espírito que toca e transforma o ser, potencializando sua essência para uma entrega com excelência para Deus, para si e para o próximo. Foi preciso o mundo parar aos olhos humanos para que o espiritual fosse lembrado, então que a igreja faça o melhor usufruo dessa fase. “Aqueles de nós que foram transformados pela vida de Jesus, entendem que nele encontramos a promessa do que podemos nos tornar” – João 14,7. De forma prática: fiéis leigos e até pessoas que não iam à igreja estão a uma tela de distância, não precisam se identificar e com isso se sentem mais à vontade para desabafar. Pensar nas dores e nos amores, levar para as redes sociais o conteúdo que essas pessoas precisam ler, assistir ou escutar. Estudar os formatos que a internet traz, aproveitar essa acessibilidade a favor do indivíduo para que se faça diferença no mundo dele e na comunidade é ver a igreja do século XXI agir de uma forma brilhante, com amor e conexão além alma! Como Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “Já que a verdade brilha aos seus olhos, não fuja da sua luz.” Somos almas artesãs feitas de material divino criando obras de arte que passam pelo universo digital, fazendo acontecer os planos de Deus.


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Entrevista

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Valquíria, a nova colaborada da Comunicação da Diocese de Taubaté

C

Pe. Marcelo Henrique, editor

omeçando no início deste ano os serviços junto ao Secretariado Diocesano de Pastoral, Valquíria conta um pouco sobre sua trajetória na Igreja e os trabalhos que tem exercido com a comunicação diocesana. • Qual é a sua experiência de trabalho na Igreja e, especialmente, com a comunicação eclesial? Minha experiência de trabalho na Igreja é praticamente toda a história da minha vida e carreira profissional. Nasci em uma família católica e desde pequena tinha o grande exemplo da minha avó materna que era catequista e sempre trabalhava nas atividades da nossa comunidade. Profissionalmente, sou jornalista por formação e meu primeiro estágio profissional foi na Rádio Cultura, que na época pertencia à Fundação Dom Couto, ligada a Diocese de Taubaté. Na Rádio, além do trabalho jornalístico, tínhamos uma grande vivência dos acontecimentos diocesanos, com a transmissão de missas, rebanhões de carnaval, festas religiosas, entre outros. Estagiei de 2005 a 2007 na rádio, depois fui contratada como locutora, depois passei a repórter, assim fiquei até 2012. Saí da Rádio Cultura em 2012 e fui para uma nova missão, trabalhar com conteúdo digital no Portal A12.com do Santuário Nacional de Aparecida. Por lá vivi grandes experiências na comunicação eclesial. Em Aparecida, além de testemunhar a fé de tantos fiéis que por lá passam, participei de grandes coberturas como a visita do Papa Francisco em 2013, Festas da Padroeira, Assembleias da CNBB, toda a comemoração do ano jubilar dos 300 anos do encontro da imagem de Aparecida e inúmeras romarias e encontros que lá acontecem. Em 2018, me desliguei do Santuário Nacional, por um tempo me dediquei à minha família, em 2019 saí um pouco do âmbito de Igreja e fui trabalhar com marketing, mas uma grande missão em continuar esse trabalho que aumentou em 2021 estou de volta agora na comunicação da Diocese de e se fortaleceu devido à pandemia, mas mais do que isso, que é o trabalho de formar as pessoas para uma comunicação fiel Taubaté. à verdade. • O que é o Secretariado Diocesano de Pastoral? Chamada para trabalhar na comunicação da Diocese de Taubaté assumi também a função de assistente de pastoral junto ao Cônego José Luciano. O Secretariado de Pastoral é o setor da Diocese que articula os trabalhos pastorais, alinhando junto aos assessores e coordenadores toda a ação pastoral, oferendo apoio, subsídios e acompanhando o andamento, as conquistas e desafios dos trabalhos desenvolvidos na Diocese. • Como você, como jornalista, observa o fenômeno das Pastorais da Comunicação estarem em alta, desde o início da pandemia? Com a pandemia, vi o crescimento das Pastorais da Comunicação, além disso vejo uma valorização dos diversos meios que temos para Evangelizar e que muitas vezes não eram usados. Creio que a Igreja ganhou muito com esse fenômeno das Pastorais da Comunicação. Mas esse grande fenômeno da comunicação levanta um alerta a nós fiéis católicos, que é sempre procurarmos fontes seguras de informação e Evangelização, assim como diz o Papa Francisco na Mensagem do Dia Mundial das Comunicações Sociais “Ide e Ver”. Não só os jornalistas precisam verificar se as informações são verídicas, nós, como cidadãos, fiéis católicos que buscamos sempre pela verdade, temos que ter o cuidado de acompanhar as fontes oficiais das nossas paróquias, nossa Diocese, e também ter o cuidado de não multiplicar informações falsas ou de fontes duvidosas. Acredito que as Pastorais da Comunicação têm

• O que a Pastoral Diocesana tem pensado em termos de comunicação para nossa Igreja Local? Como, atualmente, funciona o Setor Comunicação da Diocese e em que trabalhos vocês estão empenhados? A Diocese conta com uma equipe diocesana de comunicação, eu faço parte dessa equipe junto com alguns padres. Essa Equipe discute atualmente a articulação entre as Pastorais da Comunicação com a comunicação da Diocese, a atualização do site da Diocese com notícias e informações de serviço, a formatação dos conteúdos para redes sociais, a reformulação do jornal O Lábaro, a organização da comunicação entre cúria, secretariado de pastoral, paróquias, clero, sociedade e imprensa. Com isso, a Pastoral Diocesana visa fortalecer os meios a Evangelização através dos meios que já possuímos registrando também a História da Diocese de Taubaté. • Que mensagem você deixa para os agentes de comunicação das nossas paróquias? Que esses agentes saibam que a comunicação é uma grande missão, e que mais que conhecimentos técnicos o importante é não deixar de comunicar, levar os ensinamentos de Jesus Cristo até as pessoas, mostrar a todos que a Igreja é viva, relatar os bons exemplos de tantas outras pastorais. Que todos possam ser mensageiros indo ao encontro das pessoas anunciando o Amor de Deus.


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Atos da Cúria Foram 64 os documentos expedidos Roque Rodrigues de Souza, Vigário Taubaté; pela Cúria Diocesana no período de 1º Paroquial da Paróquia São Luís de • Decreto de Excardinação: Pe. de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de Tolosa; Alaôr dos Santos; 2021. Dentre estes destacam-se: • Provisão do Côn. Luiz Carlos de • Autorização para o Revmo. Pe.

• Autorização para reformas no prédio da igreja Nossa Senhora de Guadalupe – Paróquia Nossa Senhora aparecida; • Autorização para binar nos dias santos de guarda e concessão da Faculdade para absolver apóstatas da fé, hereges e cismáticos durante o ano: Mons. José Eugênio de Faria Santos; • Autorização para binar nos dias santos de guarda e faculdade para absolver apóstatas da fé, hereges e cismáticos durante o ano: Pe. Valtenes Santana Nunes; • Decreto de Admissão ao Diaconato do Acólito: Miguel Gustavo de almeida; • Decreto de Admissão ao Diaconato do Acólito: José Amarildo Rangel Júnior; • Decreto de Admissão ao Diaconato do Acólito: Julius Rafael S. de B. Lima; • Aprovação do Estatuto do Instituto das Filhas de Nossa Senhora das Graças; • Decreto de Nomeação do Pe. Álvaro Mantovani, Vigário Paroquial da Paróquia Senhor Bom Jesus de Tremembé; • Provisão do Pe. Ricardo Luís Cassiano, Pároco da Paróquia São Luís de Tolosa; • Decreto de Nomeação do Pe.

Souza, Pároco da Paróquia Santa Luzia; • Autorização para ministrar os Sacramentos da Iniciação Cristã: Paróquia Santo Antônio de Pádua Caçapava; • Provisão do Pe. Paulo Vinícius Ferreira Gonçalves, Pároco da Paróquia São João Bosco; • Decreto de Nomeação do Pe. Cleiton Willian Rodrigues, Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Natividade; • Decreto de Nomeação do Pe. Paulo Donizete de Siqueira, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Natividade; • Anuência ao CAEP da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso – Pindamonhangaba. • Concessão do Uso de Ordem para o Revmo. Pe. Anderson Ribeiro de Paula, scj; • Concessão do Uso de Ordem para os Revmos. Padres Salesianos: Alexandro Santana, Emerson Medeiros da Silva, Luís Otávio Botasso e Trajano Mascarenhas Horta; • Provisão de Pároco: nomeação do Pe. Leandro Alves de Souza, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança em Caçapava; • Provisão de Pároco: nomeação do Pe. Alexandre Eduardo da Cruz, Pároco da Paróquia São Vicente de Paulo em

José Adalberto Vanzella, continuar exercendo o ministério presbiteral, por mais um ano, na Diocese de Caraguatatuba; • Orientações sobre a Catequese na Diocese, em 2021; • Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia Nossa Senhora D´Ajuda; • Decreto de Nomeações para várias funções Pastorais; • Decreto de Nomeação de Diretores Espirituais para os Seminários Diocesanos; • Decreto de Nomeação de Procurador da Mitra Diocesana e de um membro da Equipe Administrativa Executiva – EAE; • Provisão do Pe. Lorival João Back, scj, Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus; • Decreto do Pe. Rodrigo Lopes Araújo, scj, Vigário Paroquial da Paróquia Espírito Santo; • Concessão do Uso de Ordem para o Revmo. Frei Anderson Luís de Oliveira, OFMCAp. • Concessão de Uso de Ordem para o Revmo. Pe. Vinícius Ricardo de Paula, sdb. • Autorização para compra de automóvel – Paróquia Santa Luzia.


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