Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Dezembro de 2021

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O LÁBARO Diocese de Taubaté - SP

Desde 1910 - Edição nº 2.202 - Dezembro 2021

Distribuição Gratuita

Editorial

Os cristãos são chamados a oferecerem, como Jesus Cristo, sua proximidade e sua caridade aos mais necessitados. Esse é o ouro, o incenso e a mirra que podemos oferecer ao Deus Menino em nossos dias.

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Palavra de nosso Bispo

O agir do Filho é referência a orientar o agir do cristão e inspira todo homem. Ao contemplarmos a maneira de Jesus agir, intuímos como o cristão é chamado a viver. “Ao discípulo basta ser como o Mestre” (Mt.10,25).

Opinião

Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé inicia projeto de uma rede de comunicação digital

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Ao observar rapidamente os comentários em redes sociais já podemos verificar quantos apoiam ou replicam alsidades, que destroem reputações, sem checar fontes e a veracidade das palavras. Tudo sem nenhum problema de consciência. Não estão lembrando do Oitavo Mandamento da Lei de Deus.

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Diocese em Foco

A atual obra de restauro da paróquia Nossa Senhora d’Ajuda em Caçapava-SP começou com a elaboração de um Projeto de Conservação e Restauração da igreja em 2019.

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Tema Pastoral

Celebramos no Natal o mistério da encarnação do Verbo. Deus se encarna no ventre de Maria por obra do Espírito Santo, assumindo a natureza humana. Conheçamos os mistérios da Encarnação, da Proximidade e da Caridade através da celebração do Natal.

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Entrevista

Pe. Cipriano Alexandre de Oliveira assessorou por sete anos o Setor Juventude da Diocese de Taubaté, em 2022 ele passa a função a um novo assessor. O padre ainda exerce a função de assessor da Pastoral Presbiteral. Em entrevista ao jornal O Lábaro pe. Cipriano fala sobre os desafios pastorais.

Desde março de 2020 as ferramentas digitais como Facebook, YouTube, Zoom, entre outras, tornaram-se anfitriãs de muitos acontecimentos em todas as Paróquias da Diocese de Taubaté e da Igreja no mundo todo, para possibilitar que as pessoas participassem da Santa Missa ou de momento de oração. Além da transmissão da Santa Missa, a Paróquia Bom Jesus de Tremembé criou no canal do Youtube uma programação com entrevistas, notícias e formação. O Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé estreou no dia 01 de novembro de 2021 uma programação

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“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. (Jo 1, 14)

no canal do Youtube como lançamento da Rede Bom Jesus. A Rede de comunicação nasceu da necessidade que a pandemia trouxe em levar a Palavra de Deus até a casa das pessoas. De acordo com o padre José Vicente, pároco e reitor do Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé, com a situação da pandemia as paróquias e comunidades aceleraram e aprimoraram o uso dos canais digitais de comunicação para a evangelização. Ele avalia as ferramentas como importantes recursos para a evangelizar e que esse é também um momento de aprendizado.

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www.diocesedetaubate.org.br


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Editorial

A Igreja, sempre de forma renovada, deixa-se conduzir pela estrela que conduz a Belém. E assim, como os magos do Oriente e os pastores de ovelhas, a Igreja contempla o Deus menino que nasceu do ventre da Virgem Maria. A importância e a beleza desse mistério toma o centro da reflexão do jornal “O Lábaro” no mês de dezembro. A Encarnação do Verbo é mistério da proximidade de Deus e de caridade pelo ser humano. “Ele se chamará Emanuel, que significa, Deus conosco (cf. Is 7,14)”. O exercício da fé é a sensibilidade de reconhecer essa presença amorosa de Deus no seio da história. Nas dificuldades antropológicas e sociais do tempo presente, a Igreja é chamada a proclamar a presença de Deus, mesmo nas estruturas frágeis da história. Ele é conosco na pobreza do estábulo de Belém. Ele é conosco na indiferença e na exclusão de quem não tem um teto digno para nascer. Ele é conosco na fragilidade e na dependência que temos uns dos outros, pois, também Ele precisou do colo e do cuidado de José e de Maria. Ele é conosco quando enfrentamos injustiças e violências, como aquela imposta por Herodes, precisando tornar-se emigrante. Os cristãos são chamados a oferecerem, como Jesus Cristo, sua proximidade e sua caridade aos mais necessitados. Esse é o ouro, o incenso e a mirra que podemos oferecer ao Deus Menino em nossos dias.

A serviço da evangelização!

Opinião Faltas contra o Sexto e o Primeiro Mandamento da Lei de Deus são prontamente lembradas numa confissão. Considerando que a maioria das pessoas não cometam pecados terríveis como roubar e matar, será que as tentações do dia a dia do católico giram apenas em torno da castidade e do amar a Deus sobre todas as coisas? Cada vez mais católicos parecem não perceber que falham com o Terceiro Mandamento e não lhes incomodada a consciência ter faltado à missa aos domingos sem uma justificativa válida. E muitos fazem isso com grande frequência. Outro Mandamento esquecido, ao que parece, é o Oitavo. Uma rápida olhadinha nos comentários das redes sociais já dá para perceber a questão. Quantos fazem comentários e ou acusações sem embasamento algum, nem por isso se sentem em conflito moral com a proibição do falso testemunho. Quantos apoiam ou replicam tais falsidades, que destroem reputações, sem checar fontes e a veracidade das palavras. Tudo sem nenhum problema de consciência. Não estão lembrando do Oitavo Mandamento da Lei de Deus. Hoje nós chamamos isso de Fake News que diz respeito não apenas a fatos inverídicos, mas também em relação a acusações e denúncias, sem nenhuma base de verdade, feitas contra pessoas ou instituições. A frase “o que mais incomoda a minha consciência” raramente diz respeito ao Oitavo Mandamento. Fofoca, maledicência, suposições preconceituosas são vícios cotidianos nas conversas que dificilmente são

O esquecido Oitavo Mandamento sentidos como graves e, no caso de faltar com a verdade, constituem pecados contra o Oitavo Mandamento. Ao que parece para alguns, padre ou leigo, na lista de pecados a confessar estão apenas as faltas contra a castidade. É verdade que, perguntando, lembram de orações e missas negligenciadas, inveja e cobiça são igualmente recordadas. Mas o falso testemunho contra o próximo (e até contra a Igreja) parece ter desaparecido da lista dos Dez Mandamentos. É fácil falar da vida alheia. Não custa nada e sempre encontra ouvidos sequiosos. Pior é que até dá notoriedade para pessoas com baixa autoestima, ressentidas e frequentemente tratadas apenas com indulgência. O silêncio e a modéstia fazem mais amigos verdadeiros. Ao tratar sobre os Dez Mandamentos, o Catecismo da Igreja Católica fala das ofensas contra a verdade. A certa altura acusa como culpado “de calúnia aquele que, por palavras contrárias à verdade, prejudica a reputação dos outros e dá ocasião a falsos juízos a respeito deles” (n. 2477, item 3). É certo que no ano da promulgação do Catecismo, 1992, as redes sociais não eram ainda uma realidade, contudo, no mesmo capítulo sobre o Oitavo Mandamento, o documento cita o uso dos meios de comunicação para espalhar mentiras e falsidades. “Nada pode justificar o recurso a falsas informações para se manipular a opinião pública pelos meios de comunicação” (n. 2498). É dever do cristão não apenas absterse do pecado da calúnia como também deve contrapor-se a toda mentira. Pe. Silvio José Dias

A Igreja e as exigências da encarnação e da caridade “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Fl 2, 6-8) O mistério da Encarnação tem muito que, do sono profundo de Adão Deus tira do A Encarnação exige que o Evangelho seja a nos ensinar, e quando aprendemos, ele se seu seio a sua esposa Eva, do sono profundo encarnado na vida das pessoas e, para isso, torna um princípio existencial para nós e da morte de Cristo no alto da cruz, nasce a sua o trabalho evangelizador é necessário e, sem não um mero conteúdo aprendido, porque esposa, a Igreja. ele, a Igreja perde a sua identidade. vemos nesse mistério um ponto de partida A Igreja nasce de um fato histórico Mas enquanto presença de Deus na fundamental para o seguimento de Jesus. concreto: Jesus morre na cruz. A origem história, ela deve ser uma presença amorosa, Quando o Verbo se fez carne e assumiu da Igreja não é algo mítico, mas histórico, de modo que manifeste o Deus que mostrou em tudo a condição humana, exceto o pecado, consequente do mistério da Encarnação e todo o seu amor pela humanidade, ao vir ao uniu o divino ao humano. Ele assumiu a do mistério do amor vivido até as últimas nosso encontro e dar a sua vida pela nossa condição humana para que pudéssemos consequências no mistério pascal de Cristo e, salvação. participar da vida divina, pela graça da adoção por isso, faz parte da natureza da Igreja a sua Assim, a fé deixa de ser algo que se filial que recebemos de Deus. participação no mistério da Encarnação e no resume à mística e à prática religiosa, mas exige Com isso, Jesus nos mostra que a mistério do amor oblativo de Cristo, que se fez que assumamos a história e nela pratiquemos salvação acontece no concreto, na história, e oferenda por nós. Assim, a Igreja encontra a o amor através das obras de misericórdia, para não fora dela, pois Ele entra na história para sua identidade nos mistérios da Encarnação e que possamos ser sinais vivos de salvação e nos salvar. A nossa salvação não é fruto de Pascal, logo, ela deve atender às exigências da contribuir para que o Reino de Deus aconteça relatos mitológicos, lendas ou fantasias, mas Encarnação e da Caridade. na história, construindo, no dizer do Papa São do agir concreto do Filho de Deus que se Por isso, a Igreja é a presença de Deus Paulo VI, a civilização do amor. oferece na cruz por todos nós, para a nossa na história, na vida das pessoas e em todos Pe. José Adalberto Vanzella salvação. os ambientes e situações. A catolicidade da Na obra da cruz, Jesus funda a sua Igreja. Igreja não pode ser resumida a número de Como nos mostra Orígenes, do mesmo modo fiéis ou ocupação de espaços geográficos.

O LÁBARO A serviço da evangelização

Departamento de Comunicação da Diocese de Taubaté Avenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

Diretor: Côn. José Luciano Matos Santana Editor: Pe. Thomás Ranieri da Silva Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Conselho Editorial:Pe. Celso L. Longo, Pe. Marcelo Henrique de Souza, Valquiria Vieria. Diagramação e Designer: Pe. Julius Rafael Silva de Barros Lima Revisão: Ana Regina de Oliveira Impressão: Katú Editora Gráfica

Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita Site: www.diocesedetaubate.org.br email: pastoral@diocesedetaubate.org.br www.facebook.com/diocesedetaubate As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.


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Palavra de nosso Bispo

O FILHO ETERNO SE FEZ HOMEM homem, é filho por excelência, pois tem a mesma natureza divina de Deus Pai. Nós, unidos ao filho Jesus, somos filhos assumidos, adotados por Deus Pai (cf. Ef.1,5). Não temos natureza divina, mas somos criados por Deus, por Ele queridos e amados. Eis nossa dignidade; ela é comum a todo ser humano. Ao assumir a condição humana, o Filho elevou-a, associando-a à Sua divindade. A partir da Encarnação do Filho, nossa humanidade está irreversivelmente unida a Deus. Nossa natureza humana, afastada de Deus devido ao nosso pecado, em Jesus foi resgatada e unida a Deus de maneira definitiva e eterna. O Filho encarnado e glorificado leva consigo nossa humanidade ao seio da Trindade. Agir como Jesus

Em dezembro, celebramos o mistério do Natal. A palavra “mistério” nos remete a uma realidade que diz respeito a Deus. Em uma sociedade que enfatiza o aspecto comercial da festa, convém refletir sobre o sentido e a extensão desse fato que, com alegria, celebramos. O Filho Eterno, que sempre existiu no seio da Trindade, em um momento da história, nasceu como um de nós. Sem deixar de ser Deus assumiu a condição humana, vivendo em tudo como nós, exceto no pecado. Esse fato mudou não só nossa história, mas também nossa compreensão acerca de nós mesmos, de nosso agir e de nosso destino. Sobre esses aspectos proponho esta reflexão. Ser como Jesus A Encarnação do Filho Eterno nos faz conhecer a que o ser humano é chamado. Jesus revela o homem ao homem; nEle contemplamos a estatura do homem perfeito (cf. Ef.4,13). Pela Encarnação, o Filho feito homem nos revela como o Pai nos considera; compreendemos nossa dignidade: somos filhos de Deus. Jesus, o Filho que se fez

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O agir do Filho é referência a orientar o agir do cristão e inspira todo homem. Ao contemplarmos a maneira de Jesus agir, intuímos como o cristão é chamado a viver. “Ao discípulo basta ser como o Mestre” (Mt.10,25). Quem é discípulo de Jesus, aprende do Mestre e Senhor e, por opção, coloca-se junto aos mais pobres; assume uma atitude de serviço; não se serve das pessoas nem busca tirar vantagens das situações; em tudo, move-se por amor. É isso que confere pleno sentido à vida humana. O verdadeiro discípulo não busca os próprios interesses, mas dedica-se pelo bem e a felicidade dos outros. Diante das necessidades concretas dos semelhantes, o discípulo de Jesus tudo faz para que os menosprezados recuperem a integridade do ser, a saúde, o que precisam para viver, a dignidade. O discípulo de Cristo dispõe-se a perdoar, a ser verdadeiro, justo, bom. Inspirando-se no agir de Jesus, o cristão é aquele que não só se comove com a situação do outro, mas se compromete ajudando-o a superar o que o aflige; perdoando e corrigindo quem errou, revelando a verdade e indicando o caminho a quem se encontra desorientado;

suscitando esperança de vida a quem caminha sem perspectiva. Diante das necessidades concretas das pessoas, o cristão não pode se contentar em rezar; pode e deve rezar, mas deve fazer-se, concretamente, solidário e comprometido em ajudar o irmão que sofre. A espiritualidade do cristão deve ser encarnada e inspirada no agir de Cristo; por isso levamos seu nome. Fazer a vontade do Pai e dar a vida pelos irmãos é o que nos caracteriza e nos distingue como cristãos. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo.13,35). Participar do destino de Jesus Tendo assumido a condição humana, Jesus também revela nosso destino divino. Quem nesta vida verdadeiramente segue a Jesus é destinado a estar com Ele na eternidade. “Pai, quero que lá onde eu estou estejam comigo aqueles que me destes” (Jo.17,24). O caminho de Jesus implica na entrega de si, passa pela cruz, mas também conduz à ressurreição e à vida em comunhão com Ele, na eternidade. O Filho que assumiu nossa condição humana, ao ser exaltado na glória, elevou consigo nossa humanidade e, na esperança, já nos fez participantes de sua glória. Os que caminham com Jesus, demonstrando que O amam, observam sua Palavra, participam de sua vida e herdarão o que Ele promete (cf. ICor.2,9). Jesus abre a todos o acesso à vida eterna e à comunhão com a Trindade. Por isso dizemos que ao assumir nossa condição humana ele nos elevou a participar de sua condição divina. Celebrar o nascimento de nosso Senhor encerra contemplar e participar de todo mistério da vida de Cristo. A isso todo ser humano é chamado. A todos, desejo feliz e santo Natal! Dom Wilson Angotti Bispo Diocesano de Taubaté - SP

Prezados Diocesanos, Por diversos aspectos, temos vivido tempos difíceis. Que a celebração do nascimento de Jesus nos traga alegria, ânimo renovado e a esperança de dias melhores. Desejo a todos Santo Natal e feliz ano novo. Sejam esse votos extensivos aos seus Familiares, acompanhados de minhas orações e minha bênção. Dom Wilson Luís Angotti Filho Bispo de Taubaté


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Diocese em Foco

A Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda está realizando a obra de restauração da sua Igreja Matriz em Caçapava. O templo, que é de grande beleza, é de grande relevância para a cidade e tem elevada importância histórica. A origem da Paróquia de Nossa Senhora D’Ajuda remonta ao ano de 1705 e está ligada à capela erigida em Caçapava Velha, primeiro povoado a partir do qual nasceu a cidade de Caçapava, no Estado de São Paulo. Em 1850, ocorreu a transferência da sede da Paróquia, deixando a igreja de Caçapava Velha para se instalar na nova Igreja Matriz erguida em novo povoado construído à margem esquerda da estrada real, fruto de divergências políticas, emancipado em 1855, dando origem a atual Cidade de Caçapava. Por esse motivo, a Paróquia continuou a invocar como patrona Nossa Senhora D’Ajuda, mas São João Batista passou a ser o Titular (Orago) da Igreja Matriz de Caçapava, tornando-se, assim, o padroeiro da nova cidade de Caçapava. Com a criação da Diocese de Taubaté, em 1908, pelo Papa Pio X, a Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda passou a dela fazer parte. Em 1842, foram doadas, pelo Coronel João Dias Guimarães, algumas terras para a formação do patrimônio de São João Batista - o protetor de uma pequena capela de paua-pique construída por volta de 1850 ao lado da “estrada geral ou real”. Com a crescente devoção a São João Batista, em 1877 iniciou-se a construção de uma nova igreja de maiores dimensões, executada em taipa de pilão e feita com grandes esforços dos primeiros povoadores daquela localidade. Hoje, a Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda se apresenta como um dos bens religiosos edificados mais significativos no contexto histórico do Vale do Paraíba paulista. Inicialmente, a arquitetura era simples; no entanto, tomou grandes proporções principalmente

A serviço da evangelização!

Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda, em Caçapava, passa por restauro após grande reforma, no início do século XX, com a construção em alvenaria de tijolos de uma grande torre sineira, assim como o revestimento (encamisamento) e remodelamento da taipa de suas laterais e fachada posterior com tijolos maciços. A atual obra de restauro começou com a elaboração de um Projeto de Conservação e Restauração da igreja em 2019. O projeto foi elaborado pela Dra. Cláudia Rangel (Arquiteta, Conservadora e Restauradora), profissional que trabalhou na restauração da Basílica Velha de Aparecida e, atualmente, está à frente de trabalhos de restauro de outras Igrejas Históricas do Vale do Paraíba. Como etapa inicial do projeto, elaborou-se um estudo técnico de toda a igreja, reconhecendo sua tecnologia de construção e o estado de conservação de todas as áreas da edificação, com vistas para um projeto global executivo dos bens integrados e móveis. Assim, se tornou possível planejar gradativamente as intervenções de restauro necessárias na igreja, partindo dos pontos mais urgentes até as intervenções estéticas menos graves. Embora o bem não seja tombado na esfera estadual ou municipal, a igreja figura como um dos patrimônios edificados mais significativos da cidade e região, sendo elemento coparticipante da fundação da cidade de Caçapava.

Foi realizado um projeto básico com levantamento de todos os pavimentos, plantas, cortes e vistas do estado de conservação e principais patologias, fachadas e alguns detalhes mais relevantes, além de uma extensa documentação fotográfica. O projeto básico apresentado deu origem ao projeto executivo, onde as intervenções foram detalhadas de forma

Pe. Leandro dos Santos

mais refinada, especificando os materiais e as técnicas a serem utilizadas na restauração e que deu origem às planilhas quantitativa e orçamentária. Após detectar as causas de deterioração e diagnosticar a situação atual da Igreja Matriz, elaboraram-se propostas visando sanar os problemas encontrados na conservação da edificação. As propostas contemplaram intervenções que têm possibilitado a recuperação física e estética de várias áreas e dos elementos decorativos da igreja com profissionais habilitados para cada atividade específica.

Alguns trabalhos que foram considerados emergenciais estão sendo realizados desde 2020: troca total de todas as calhas, rufos e condutores da igreja; a descupinização de grande parte da igreja que estava infestada por cupins de solo e de madeira; a obturação de algumas cavidades que foram encontradas nas paredes laterais; a troca de toda a estrutura do teto da nave central (que são os chamados barrotes, que sustentam o estuque na nave central) e o restauro das pinturas da nave central. Até agora. os recursos para a realização desses trabalhos foram obtidos exclusivamente da doação dos fiéis através do dízimo, ofertas, doações espontâneas e ações beneficentes. Segundo o Padre Leandro dos Santos, pároco, “a consciência de responsabilidade, o sentido de pertença e a participação do povo têm sido um diferencial para a realização desse projeto de restauro. A consciência dos dizimistas e a participação de novos membros aumentaram significativamente, assim como contamos, também, com doações específicas vindas de famílias tradicionais da cidade”.


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Diocese em Foco

O clero da Diocese de Taubaté reuniu-se para um dia de estudos e reflexões sobre o tema da catequese, no último dia 18 de novembro, nas dependências da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté. O material base do dia de estudos foi o “Diretório para a Catequese”, Documento do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, texto mais recente e atualizado que orienta as perspectivas e bases para os trabalhos de catequese. Catequese e Formação está entre as Prioridades Pastorais da Diocese de Taubaté, oriunda do discernimento feito na última Assembleia Diocesana de Pastoral para o

5 Clero diocesano reflete “Diretório para a Catequese” em encontro formativo Dezembro 2021

quadriênio 2020-2023. Além da importância estratégica do tema para a Diocese, ele se tornou ainda mais significativo devido aos desafios advindos da pandemia da Covid-19 e a necessidade de adaptações e reformulações para o período, tornando possível identificar tanto as dificuldades como também muito potencial em novas iniciativas que foram implantadas. A condução da reflexão sobre o “Diretório para a Catequese” foi realizada pelo padre Jean Poul Hansen, Mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade de Salamanca, na Espanha, e que exerce o trabalho de coordenador diocesano de pastoral da Diocese de Campanha, Minas Gerais, além de pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição em Careaçu, também no estado mineiro. Após uma contextualização geral dos documentos acerca da catequese no Magistério da Igreja pós Concílio Vaticano II, padre Jean Poul Hansen explanou sobre a estrutura do Diretório para a Catequese em suas partes e capítulos. Durante todo o dia, ele apresentou o texto a partir de duas chaves de leitura fundamentais: 1) O que o Diretório para a Catequese tem de novo? (correlacionado a documentos anteriores);

Da Redação

2) Qual é o papel do ministro ordenado no processo catequético? Essas duas chaves de leitura do documento eclesial, permitiram destacar pontos de partida fundamentais, tanto no que diz respeito ao exercício da catequese no contexto do mundo contemporâneo como no ministério específico dos ministros ordenados, o que resultou em perspectivas práticas e concretas a partir do estudo proposto. O coordenador da pastoral dos presbíteros da Diocese de Taubaté, Pe. Cipriano Alexandre de Oliveira, representando todo o clero, agradeceu a disponibilidade e a rica partilha de conteúdos e experiências de catequese do padre Jean Poul Hansen, ato que finalizou o dia de estudos do clero.

Conselho Diocesano de Pastoral realiza reunião de consulta sinodal

No dia 27 de novembro, aconteceu última reunião do Conselho Diocesano de Pastoral da Diocese de Taubaté do ano de 2021. Na ocasião, os membros do Conselho participaram da consulta sinodal. A reunião começou com um

momento de oração dirigida pelo padre Gabriel Henrique de Castro, em seguida, o bispo diocesano Dom Wilson Angotti conduziu uma breve formação sobre o tema “Sinodalidade”. A consulta sinodal foi organizada em grupos, os participantes responderam a uma questão fundamental e a mais 10 questões sobre núcleos temáticos, que abordam os diferentes aspectos da “sinodalidade vivida”. As respostas colhidas com o Conselho Diocesano de Pastoral serão incluídas na síntese da Diocese e será enviada à CNBB em abril de 2022. Na reunião, o Conselho Diocesano de Pastoral tratou também sobre o Planejamento Pastoral 2022 e o direcionamento para o trabalho das coordenações das Pastorais Diocesanas.

Da Redação

Dom wilson publica decreto que revoga dispensa do preceito dominical O bispo diocesano de Taubaté, Dom Wilson Luís Angotti Filho, publicou no dia 24 de novembro de 2021 um novo decreto que revoga a dispensa do preceito dominical. O Decreto entra em vigor a partir de 24 de dezembro de 2021, véspera do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. Com esta revogação, reafirma-se o teor do

cânon 1.247 do Código de Direito Canônico que prescreve a obrigação de participar da Santa Missa nos domingos e demais dias de preceito. Ainda em situação de pandemia do coronavírus, fica determinado também a obrigatoriedade de seguir as recomendações sanitárias.

Da Redação

Para participar da missa presencialmente cada fiel deverá higienizar as mãos e manter o uso de máscara nas celebrações e atividades pastorais enquanto tais orientações forem recomendadas pelos órgãos de saúde. Confira o decreto na íntegra no site diocesedetaubate.org.br.


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Destaque

O Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé estreou no dia 01 de novembro de 2021 uma programação no canal do Youtube como lançamento da Rede Bom Jesus. A Rede de comunicação nasceu da necessidade que a pandemia trouxe em levar a Palavra de Deus até a casa das pessoas. “Dada a necessidade de transmitir as missas, fomos aperfeiçoando a forma de chegar até a casa dos fiéis com mais qualidade de som e imagem, assim nasceu a Rede Bom Jesus”, conta o Pároco e Reitor do Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé, Padre José Vicente. Desde março de 2020 as ferramentas digitais como Facebook, YouTube, Zoom, entre outras, tornaram-se anfitriãs de muitos acontecimentos em todas as Paróquias da Diocese de Taubaté e da Igreja no mundo todo, para possibilitar que as pessoas participassem da Santa Missa ou de momento de oração. Além da transmissão da Santa Missa, a Paróquia Bom Jesus de Tremembé criou no canal do Youtube uma programação com entrevistas, notícias e formação.

Para o Padre José Vicente esse trabalho traz muitos desafios, entre eles a qualidade do conteúdo e a produção de mais programas. “O desafio é dar mais qualidade aos nossos programas e nos passos seguintes, é crescer com mais programas de entretenimento, cultura e evangelização.”, pontuou.

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Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé cria rede de comunicação As transmissões das missas, oração do terço e demais conteúdos tiveram uma grande adesão do público, pois as celebrações transmitidas por emissoras de rádio e televisão não são uma novidade, elas fazem parte da rotina de milhares de pessoas, já há algum tempo, inclusive com canais religiosos próprios. Mas a necessidade do isolamento social devido a pandemia da Covid-19, fez com que as celebrações ganhassem uma nova configuração. “O retorno do público tem sido ótimo, bem positivo, recebemos também algumas críticas para melhorar em alguns pontos, mas percebo uma boa aceitação em tudo que tem sido feito”, disse o pároco. A Rede Bom Jesus tem uma parceria com a Associação Josefina Maria de Jesus (AJMJ), entidade beneficente fundada pelo empresário José Edgard Soares Filho, cujo nome da Associação é uma homenagem a sua avó Josefina Maria de Jesus. Alicerçada em valores cristãos e familiares, a Associação tem como premissa o texto Bíblico: “Mostre-me a sua fé sem obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas obras” (Tiago 2,18). A AJMJ apoia trabalhos de inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social, desde crianças a idosos. Em Tremembé (SP), através da Rede Bom Jesus, a parceria possibilita a formação de 11 adolescentes para o mercado audiovisual. Os jovens recebem uma bolsa de estudo da AJMJ e na Rede Bom Jesus aprendem na prática sobre produção de conteúdo, gravação de matérias, programas, edição e áudio, assim como transmissões de missas e demais atividades do Santuário Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé.

“A parceria com a Associação Josefina Maria de Jesus nasce junto com a Rede Bom Jesus, hoje é a mantenedora da Rede e o objetivo é oferecer formação e trabalho aos adolescentes com poucas oportunidades”, explicou o Padre José Vicente. Os jovens aprendizes e estagiários da Rede Bom Jesus são coordenados por uma equipe profissional com jornalistas, editor de vídeo, cinegrafista e técnicos de áudio e vídeo. Além disso, conta com formação sobre ética, comportamento para o trabalho, Igreja e Liturgia. Sobre a expectativa para os próximos passos da Rede Bom Jesus, Padre José Vicente reforça o potencial de crescimento. “Acredito que temos muito para oferecer, o projeto está se desenvolvendo, crescendo, e

Da Redação pensamos em ter cada vez mais programas que forme e informe as pessoas com qualidade e verdade”, reforçou. De acordo com o padre José Vicente, com a situação da pandemia as paróquias e comunidades aceleraram e aprimoraram o uso dos canais digitais de comunicação para a evangelização. Ele avalia as ferramentas como importantes recursos para a evangelizar e que esse é também um momento de aprendizado. “Os canais digitais para o serviço da evangelização têm sido um suporte muito grande no momento atual, a pandemia nos impulsionou para isso e estamos ainda aprendendo a lidar com essa realidade”, pontuou.

A Rede Bom Jesus surge para oferecer um canal de conteúdo religioso, informativo, cultural e formativo, seguindo um dos pedidos do Papa Francisco para ser “Igreja em saída” com uma programação que propague a Boa Nova do Reino de Deus, que é a missão de Evangelização da Igreja e de todo batizado. Atualmente, a Rede Bom Jesus realiza diariamente a transmissão da Santa Missa às 15h e a oração do Ângelus às 18h, e mais quatro programas acontecem durante a semana: - Segunda-feira às 8h, o programa “Bom Dia Bom Jesus”, com entrevista, música, mensagem e oração, para começar todas as semanas com um conteúdo positivo; - Quarta-feira às 19h30, o programa a “A Caminho do Céu”, traz um conteúdo de formação com uma disputa entre dois candidatos respondendo perguntas sobre a Bíblia; - Sexta-feira às 17h30 o “Jornal da Boa Notícia”, traz um resumo das principais notícias da comunidade, entre outros assuntos com um viés positivo; - Sábado às 16h, o programa “Conversa na Praça”, faz entrevista com um convidado para dividir sua história de vida inspiradora, seus aprendizados e ensinamentos. Toda a programação vai ao ar pelo canal da Rede Bom Jesus no Youtube:

www.youtube.com/ bomjesusdetremembe


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Igreja no Brasil Na preparação para o Natal, contemplar e rezar com o presépio em família. Esta é a proposta da Campanha “Minha Família acolhe o Menino Jesus”, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) pelo segundo ano. “A Campanha Minha Família acolhe o Menino Jesus quer chamar atenção para que todos os membros da família, nos dias do Advento, especialmente aquelas famílias que têm crianças e adolescentes, que se reúnam em torno do presépio para rezar, pelo menos uma oração do Pai Nosso uma vez por dia”, explica o assessor da Comissão Vida e Família e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães em um dos vídeos divulgados pela Pastoral Familiar. “E para que essas celebrações sejam mais completas ainda”, motiva o assessor, a indicação é que as famílias e grupos da pastoral utilizem como roteiro de reflexão a Novena de Natal proposta pela CNBB, “como

Igreja no Mundo

O Papa Francisco realizou sua 35º Viagem apostólica que teve como destino Chipre e Grécia. A visita do papa deu-se entre os dias 2 a 6 de dezembro, iniciando por Chipre e concluindo na Grécia. Nas palavras do Papa Francisco, essa visita tratou-se de uma “Peregrinação às fontes”, ressaltando que visitar os dois países significava voltar às fontes da fé apostólica e da fraternidade entre cristãos de várias confissões. Entre os temas tratados na viagem apostólica do Papa Francisco, estão: crise migratória da Europa, fraternidade, jovens, paz, esperança e humanidade, sendo o tema do ecumenismo e da migração, prioritários nos discursos do Papa no Chipre e na Grécia. A promoção do ecumenismo de modo concreto e profético, deu-se através do encontro entre o Papa Francisco e o arcebispo ortodoxo de Chipre Chrysostomos II, encontro que foi demarcado com a assinatura mútua do Livro de Honra, um gesto concreto da promoção do diálogo ecumênico entre Igreja Católica e Igreja Ortodoxa. Em mensagem sobre a assinatura do Livro de Honra afirmou o Papa Francisco: “Beatitude, obrigado por ter falado da Igreja

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Comissão vida e família e pastoral familiar motivam espiritualidade do advento a partir do presépio CNBB

forma de manter a espiritualidade do Natal em explicam a origem, a espiritualidade e a popularização do costume de representar o nossas casas, nas nossas famílias”. nascimento de Jesus. Confira os vídeos acessando o canal do Série de vídeos Youtube da Comissão Nacional da Pastoral Na série de vídeos preparados pela Pastoral Familiar. Familiar, são oferecidos conteúdos que

Papa Francisco faz visita apostólica à Grécia e ao Chipre

Mãe, em meio ao povo. Esta - escreve o Papa no Livro de Honra - é o caminho que nos unge como pastores. Avancemos juntos por este caminho. E muito obrigado por ter falado do diálogo. Devemos seguir sempre pelo caminho do diálogo, um caminho difícil, paciente e seguro, um caminho de coragem. Paresia e paciência”. A ênfase ecumênica da visita do Papa Francisco estendeu-se também à Grécia. Em Atenas, encontrou-se com Sua Beatitude Ieronymos II, arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia. Como gesto de humildade e real disponibilidade para o diálogo com a Igreja Ortodoxa, Papa Francisco reiterou o pedido de perdão pelas ocasiões que levaram no passado a divisão no interior da Igreja: “A história tem o seu peso e, hoje, sinto a necessidade de renovar aqui o pedido de perdão a Deus e aos irmãos pelos erros cometidos por tantos católicos”, afirmou o Papa Francisco. Outro tema central da visita do Papa Francisco aos países mencionados, foi o dramático e doloroso caso das migrações na região do mediterrâneo. Foram realizados dois encontros com migrantes durante a viagem, na sexta-feira (3), quando foi realizado

Da Redação um momento de oração ecumênica com os migrantes na Igreja de Santa Cruz em Nicósia, e no domingo (5), onde reuniu-se com os refugiados em Mytilene-Lesbos, concedendo uma mensagem de consolo e ânimo aos refugiados no “Centro de Acolhimento e Identificação”. Sobre o tema da migração, o Papa Francisco tem sido bastante enfático e profético ao apresentar as contradições humanas da falta de acolhida e integração dos migrantes. “penso naqueles que, nos últimos anos e ainda hoje, fugiram da guerra e da pobreza, chegando às costas do continente e em outros locais, e encontrando não hospitalidade, mas hostilidade, e até mesmo sendo explorados. Eles são nossos irmãos e irmãs. Quantos perderam as suas vidas no mar! Hoje ‘o nosso mar’, o Mediterrâneo, é um grande cemitério”. Daí o seu forte apelo: “O mar, que abraça muitos povos, com os seus portos abertos, lembra-nos que as fontes de vida em conjunto residem na acolhida mútua”. O Papa Francisco lamentando as poucas iniciativas coordenadas para minimizar o problema das migrações, convidou toda sociedade a recobrar a boa consciência ao ser interpelada pelo rosto inocente das crianças: “O Mediterrâneo, que uniu durante milênios povos diferentes e terras distantes, está se tornando um cemitério frio sem lápides. Esta grande bacia hidrográfica, berço de tantas civilizações, agora parece um espelho de morte. Não deixemos que o mare nostrum se transforme num desolador mare mortuum, que este lugar de encontros se transforme no palco de confrontos. Não permitamos que este «mar das memórias» se transforme no «mar do esquecimento». Por favor, paremos este naufrágio de civilização!”


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Ano Josefino

A serviço da evangelização!

São José e sua importância no mistério da encarnação e redenção

Professor José Pereira da Silva

A figura de São José, não considerada em si mesma, mas essencialmente em função da Encarnação, é apresentada na sua característica de “minister salutis” (ministro da salvação), em estreita relação com a sua função paterna. A autenticidade da paternidade de São José está ligada com a sua vocação e com a própria paternidade de Deus, o qual lha participa juntamente com os sentimentos correspondentes. O direito da paternidade é juridicamente dependente da verdade do matrimônio com Maria, do qual vem elucidada a sua natureza. A estrutura da Revelação exige que não sejam separados fatos, palavras e mistério. Jesus recapitula e realiza todo o Antigo Testamento. Encarnação e Redenção formam uma unidade indissolúvel, de conseqüência, tudo o que não é assumido não é redimido. Toda a Igreja é convidada, a exemplo de São José, a colaborar fielmente com a obra da salvação a ter a mesma fidelidade e pureza de coração em servir o Verbo Encarnado, a “caminhar, a exemplo e pela intercessão do Santo, diante de Deus nos caminhos da santidade e da justiça” (Redemptoris Custos, n.31), a “servir a missão salvífica de Cristo, tarefa que na Igreja está reservada para cada um e para todos” (Redemptoris Custos, n.32). São José está inserido no mistério da Redenção, serviu diretamente a pessoa e a

missão de Jesus mediante o exercício da sua paternidade. Essa paternidade o coloca mais próximo possível a Cristo. Por isso, todo o povo cristão deve ter sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e participar no mistério da salvação. A consideração da participação de São José no mistério divino consentirá à Igreja, em sua caminhada para o futuro juntamente com toda a humanidade, de encontrar continuamente a própria identidade, no âmbito deste desígnio redentor, que tem o seu fundamento no mistério da encarnação. O sacrifício que São José fez de toda sua existência às exigências da vinda do Messias para sua casa. O que comprovou que as duas realidades, paternidade e serviço não se excluem, mas se relacionam e se completam reciprocamente. São José foi ministro da salvação através do exercício de sua paternidade, colocada a serviço da pessoa do Redentor cuja missão é justamente a salvação. A presença de Deus na carne é o mistério salvífico por excelência, porque é através desta que, como enfatiza o Catecismo da Igreja Católica: “somos chamados a formar uma só coisa com ele; ele nos faz comungar como membros de seu corpo daquilo que viveu na sua carne por nós e como nosso modelo” (n.521). O mistério é, de fato, a solidariedade

O nascimento de Belém 10. Como depositário do mistério «escondido desde todos os séculos em Deus» e que começa a realizar-se diante dos seus olhos na «plenitude dos tempos», José encontra-se juntamente com Maria na noite de Belém, qual testemunha privilegiada da vinda do Filho de Deus ao mundo. São Lucas exprime-se assim: «Enquanto eles ali (em Belém) se encontravam, completaram-se para ela os dias da gestação. E

que se instaura graças a humanidade assumida pelo Verbo, entre Deus e nós. Não se celebra por acaso na liturgia de Natal este maravilhoso intercâmbio: “O Criador assumiu uma alma e um corpo, nasceu de uma Virgem; feito homem sem obra do homem, nos doa a sua divindade” (Liturgia das Horas, I Antífona das Vésperas na oitava de Natal). A fé da Igreja na manifestação de Deus na carne (1 Tm 3,16) se estende por toda a vida terena de Jesus. O Catecismo da Igreja Católica dedica um parágrafo inteiro a verdade de que “toda a vida de Cristo é revelação do Pai, que toda a vida de Cristo é Mistério de Redenção e de Recapitulação (nn. 516-518). Cristo não viveu a sua vida para si, mas para nós; desde a sua encarnação (n.519). Nos diz o Catecismo da Igreja Católica: “Tudo aquilo que Cristo viveu, foi para que pudéssemos vivê-lo e para que Ele o vivesse em nós” (n.521). A apresentação desses mistérios revela o seu significado e a sua importância com o intuito de mostrar a tarefa que nele teve São José, chamado por Deus para servir diretamente à Pessoa e à missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade. Diz São Bernardo de Claraval (1090-1153): “a missão de São José supera a todos, porque: “a ele, José, foi concebido não somente de vê-lo e ouvi-lo, mas de carregá-lo, guiá-lo em seus passos, abraçálo, beijá-lo, nutri-lo e cuidar dele” (Homilia II Super Missus est 2,16). As necessidades imediatas da Encarnação são aquelas devidas à existência do Filho de Deus na carne. São Paulo escreve que Jesus foi crucificado “ex infirmitate” (1 Cor 13,4). Ou seja, fraqueza, falta de força. A virtude divina de Jesus se manifestou na vida pública por meio dos milagres e da ressurreição. O Catecismo da Igreja Católica comenta justamente: “Tal submissão (aos pais) é a imagem temporal da sua obediência filial ao Pai celeste” (n.532). Com a Encarnação, as promessas e as figuras do Antigo Testamento tornam-se realidade. Maria é a humilde serva do Senhor, preparada desde a eternidade para a missão de ser a Mãe de Deus; e José é aquele que escolheu para ser o coordenador do nascimento do Senhor, aquele que tem o encargo de prover à ordenada inserção do Filho de Deus no mundo, mantendo o respeito pelas disposições divinas e pelas leis humanas. São José Marello (1844-1895), assim se exprime: “Tu, José, que depois da bendita Virgem, foste o primeiro a apertar ao peito Jesus Redentor, sê o nosso modelo em nosso ministério, que, como o teu, é um ministério de relação íntima com o Verbo Divino”. Que São José nos proteja, na nossa vida educando-nos ao silêncio, à oração, na busca da vontade de Deus, e nos encoraje na evangelização, fazendo de Jesus o eixo essencial da evangelização.

Trecho da Exortação Apostólica REDEMPTORIS CUSTOS, S. João Paulo II, 1989

deu à luz o seu filho primogénito, que envolveu em faixas e recostou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 6-7). José foi testemunha ocular deste nascimento, que se verificou em condições humanamente humilhantes, primeiro anúncio daquele «despojamento», no qual Cristo consentiu livremente, para a remissão dos

pecados. Na mesma ocasião, José foi testemunha da adoração dos pastores, que acorreram ao lugar onde Jesus nascera, depois de um anjo lhes ter levado esta grande e jubilosa notícia (cf. Lc 2, 15-16); mais tarde, foi testemunha também da homenagem dos Magos, vindos do Oriente (cf. Mt 2, 11).


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9 Encarnação do Verbo: mistério da proximidade e da caridade Dezembro 2021

A serviço da evangelização!

Tema Pastoral

Mons. José Eugênio de Faria Santos

Graças à ação do Espirito Santo, tem-se a plena união da natureza divina e da natureza humana na pessoa de Jesus. Ele é totalmente Deus e totalmente homem. É o “Ungido” de Deus, é o Cristo, ou seja, o enviado do Pai entre a humanidade. Mas não só o Deus “entre” os homens, mas também o Deus “na” mesma humanidade. O mistério da encarnação revela a proximidade de Deus com os homens de modo radical e profundo. Mistério da caridade Toda a obra da salvação realizada por Jesus Cristo em favor da humanidade é uma obra de caridade. Por amor, Deus envolve-se com o mundo e com os homens, vivendo como eles, partilhando e assumindo uma história comum, dentro de um contexto cultural e de tradições humanas. Pelo mistério da encarnação do Verbo, Deus estabelece a máxima proximidade com todas as pessoas, fazendo-se caminho de salvação para todos. Movido pelo Espírito Santo, Jesus, por onde passou, distribuiu a vida com inumeráveis curas e milagres. Ele perdoou e foi ao encontro dos pecadores, revelando a todos a misericórdia de Deus. Realizando a obra máxima da caridade, Jesus libertou o ser humano da condenação do pecado e da morte. E, através da sua ressurreição, revelou aos homens a certeza de que eles foram feitos para o Reino de Deus. A Igreja deixa-se inspirar e motivar pelo mistério da encarnação do Verbo. Sendo Corpo Místico de Cristo, a Igreja busca estar próxima dos mais necessitados, a partir do mandamento novo da caridade. “Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,12Celebramos no Natal o mistério da encarnação do Verbo. Deus 13). se encarna no ventre de Maria por obra do Espírito Santo, assumindo a Deus se fez próximo e cidadão da história. E por infinita caridade, natureza humana. Assim, Jesus, o Verbo Encarnado vivendo próximo da fez do tempo uma história de salvação, fez dos homens cidadãos do Reino humanidade, apresenta o caminho da salvação. Eterno. Um Feliz Natal para todos! Mistério da Encarnação O apóstolo e evangelista São João, depois de ter contemplado o Cristo ressuscitado, a partir das aparições pós-pascais de Jesus, escreve na introdução do seu Evangelho: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Afirmar que Jesus é o Verbo Encarnado, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, implica em dizer que Nele se realiza a plena comunicação e a mediação entre Deus e a humanidade. Deus vem em socorro da humanidade, que tem a marca da fragilidade e da mortalidade. Por meio de Jesus, o ser humano tem a possiblidade de chegar ao conhecimento de Deus, e ao mesmo tempo, de ser inserido no caminho da salvação. A graça manifestada na encarnação do Verbo traz a possibilidade do ser humano experimentar Jesus Cristo como Palavra definitiva do Pai. Palavra profética que anuncia o Reino de Deus como destino último da realidade humana, que mostra que a história humana, ao acolher o Verbo que nela se encarna, torna-se espaço da ação divina, uma história de salvação. O Verbo que é a sabedoria pela qual tudo foi feito na criação é, ao mesmo tempo, a verdade que ilumina a vida dos homens. O Verbo que assumiu a natureza humana apresenta toda a verdade sobre Deus Amor, toda a verdade sobre o homem, que foi feito para ser feliz junto de Deus. No mistério da encarnação, Deus se faz próximo do homem, revelando toda a verdade sobre nós. Mistério da proximidade “Deus é Amor” (1 Jo 4,8)! Amor eterno, sempre fiel à Aliança que fez com a humanidade. Em vista da obra redentora de seu Filho Jesus Cristo, Deus preservou Maria, a sua Mãe, de todo o pecado. Maria foi concebida sem pecado, gerada sem mácula, nem mancha da iniquidade. As Sagradas Escrituras dão testemunho de que ela é cheia de graça, cheia de Deus, feliz, eleita por Deus Pai para ser a Mãe de seu Filho amado. Tudo isso é confirmado pelas palavras do anjo Gabriel: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). O Espírito Santo que é fonte de vida, encobre Maria com sua sombra e pelo seu poder, fecunda o ventre de Maria (cf. Lc 1,35), concretizandose o mistério da encarnação do Verbo. Deus assume a natureza humana na pessoa de Jesus, que abraçou todo o mistério do homem, fazendo-se em tudo igual a ele, exceto no pecado.


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Entrevista

A serviço da evangelização!

A Igreja, os jovens, os padres

Pe. Cipriano Alexandre de Oliveira completará sete anos de sacerdócio no próximo dia 20 de dezembro, mesmo tempo que se dedicou ao Setor Juventude da diocese de Taubaté, agora, sob a assessoria do Pe. Júnior Rangel. O Pe. Cipriano também é coordenador da Pastoral Presbiteral. Nesta entrevista, ele fala sobre os desafios pastorais, a participação dos jovens na Igreja e sobre a importância do padre cuidar para exercer bem o seu ministério. O LÁBARO: Por vários anos o senhor foi assessor do Setor Juventude aqui na diocese. Como o senhor avalia a participação dos jovens na Igreja hoje? Pe. Cipriano: Tão logo fui ordenado padre, recebi o convite para ser o assessor do setor juventude. Iniciei o meu ministério atuando junto à nossa juventude diocesana, algo muito desafiador para mim. Afinal, era um trabalho novo, reestruturar o nosso setor juventude, buscando aproximar os diversos movimentos que atuam junto aos jovens. Nesses sete anos pude perceber que houve um avanço no tocante à aproximação dos diversos grupos, principalmente nos eventos e atividades diocesanas. Porém, ainda não conseguimos atingir a grande maioria da nossa juventude. A participação deles ainda é minoritária, dado a quantidade de jovens que temos em nossas comunidades. O grande desafio é descobrir um modo capaz de atraílos novamente, despertá-los para o encontro pessoal com Cristo e com a Igreja. O LÁBARO: : A Juventude é uma das prioridades dentro do Plano de Pastoral da Diocese de Taubaté. Por que é importante falar da Juventude e criar espaços de participação dos jovens na Igreja? Pe. Cipriano: A Igreja tem insistido nesses últimos anos com a temática juvenil. A CNBB lançou o documento 85 enfatizando a

Pe. Jaime Lemes, msj importância da juventude dentro do contexto eclesial. Refletiu os desafios e as perspectivas pastorais no âmbito juvenil. O Papa Francisco também tem demonstrado um carinho muito especial pelos jovens. A exortação pós-sinodal Christus Vivit é uma clara demonstração da preocupação com a juventude. O texto aborda de modo muito claro a realidade em que se encontram nossos jovens, tais como o ambiente virtual, a cultura do descartável, etc. Tudo isso reflete na atuação pastoral e na necessidade de redescobrirmos caminhos novos para chegarmos ao coração dos nossos jovens. O LÁBARO: : O que dificulta para se estabelecer o canal de uma comunicação mais efetiva com a juventude dentro da Igreja? Pe. Cipriano: Acredito que ainda falta uma conversão pastoral no tocante à juventude. É preciso considerar a fase em que estão vivendo, ou seja, um período de muitas descobertas, de buscas e sonhos diversos. O jovem se encanta e se desencanta com muita facilidade, inclusive com questões relacionadas à nossa Igreja. Ainda estão num processo de amadurecimento, e isso deve ser considerado no trabalho de evangelização. Precisamos acreditar e dar espaço para que eles adentrem às nossas comunidades, sintam-se acolhidos e motivados a colaborar nos trabalhos pastorais. O LÁBARO: : Atualmente, o senhor é o coordenador da Pastoral Presbiteral na Diocese de Taubaté. Fale um pouco sobre o que é essa pastoral e o trabalho que é feito. Pe. Cipriano: No âmbito diocesano, a pastoral presbiteral tem como função colaborar na organização dos retiros do clero, nas formações e demais atividades direcionadas ao clero, zelando sempre pela unidade e fraternidade do nosso presbitério. Na província, organizamos a celebração penitencial em Aparecida e a formação anual em Passa Quatro – MG. Também represento a nossa diocese nos encontros regionais e no encontro nacional dos presbíteros – ENP. Atualmente, a pastoral presbiteral da nossa província está colaborando na criação de um aplicativo de celular direcionado aos presbíteros. Em breve será disponibilizado para todo o nosso clero.

O LÁBARO: Nos últimos tempos tem-se falado bastante sobre o cuidado na vida clerical. Por que é importante falar sobre este tema? Quais os grandes dramas que o padre vive nos tempos atuais? Pe. Cipriano: O cuidado com a saúde mental do presbítero é um tema bastante relevante em nossos dias. Várias dioceses tem se ocupado em organizar encontros com essa temática. Inclusive é um pedido recorrente nos encontros de que já participei. Muitos irmãos padres são acometidos de doenças psíquicas, tais como o burnout, stress, síndromes do pânico e depressão. Alguns estão vivendo a base de ansiolíticos e remédios antidepressivos. A solidão e o isolamento muitas vezes levam o padre a um profundo vazio existencial, perdendo assim o encanto e a vitalidade ministerial. Nesses últimos meses, lamentavelmente, presenciamos um aumento no índice de suicídios. Só nesse ano de 2021, nove padres cometeram suicídio no Brasil. É preciso cuidar da saúde psíquica, buscando ajuda no presbitério, na vida de oração, nas amizades saudáveis e, se necessário, recorrer a profissionais que atuam no cuidado com a saúde mental.


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Dezembro 2021

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Espiritualidade A luz resplandeceu nas trevas iluminando toda escuridão, o Verbo se fez carne e habitou entre nós, para nos dar a salvação. Nasceu em pobreza em um estábulo na cidade de Belém, luxo não teve, sua cama foi a manjedoura onde colocavam alimentos para os animais. Os pastores que por ali andavam receberam a grande notícia de que nasceu o Salvador, ao chegarem no estábulo viram a simplicidade da mãe e do pai com a criança no colo. Um Deus tão grande se fez tão pequeno, igualado a cada um de nós menos no pecado, teve apenas o essencial de um ser humano do seu tempo. Deus quis que seu Filho nascesse no meio dos pobres para nos convidar, através de seu exemplo, a viver o desapego desse mundo.

Pergunta do Leitor

A Vida Consagrada é um dom do coração de Deus Pai para a Igreja, para que a jovem siga os passos do Filho, tomando para si o modo de vida de Cristo pobre, obediente e casto. O Espírito Santo é o mestre, contando com a abertura e docilidade da jovem, é Ele quem vai fazer o molde da vida de Cristo na vida da vocacionada durante o período de formação e em toda a vida. Em resposta a esse chamado, a jovem deve procurar conhecer a Vida Consagrada nos seus vários carismas existentes na Igreja, visitar os Institutos Religiosos, conversar com as Irmãs, participar dos Encontros Vocacionais, buscar orientação com o seu Pároco e viver bem sua vida cristã.

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O natal é a festa do desapego e da solidariedade cristã O presépio de Belém deve servir para nós como exemplo de busca constante de desapego desse mundo do consumismo impulsivo. Apegamo-nos demais às coisas materiais, devemos buscar as coisas que vem do alto, buscar as coisas que vem de Deus, pois o que vem de Deus é eterno. Perdemos muito tempo com arrogância e não temos tempo para amar, acusamos e não ouvimos os mais necessitados, precisamos despojar-nos do nosso egoísmo e ir ao encontro dos mais pobres. O Natal é ir ao encontro, é fazer o mesmo que os reis magos fizeram no presépio de Belém, quando levaram o seu melhor. Também não é apenas doar coisas materiais, mas fazer como os pastores que não tinham nada para apresentar ao

Seminarista Mateus, 1º ano de filosofia menino Jesus, mas foram ao estábulo visitá-lo dando a Ele um pouco de si mesmos, bem como a sua contemplação admirada. Deus menino não vai nascer novamente no Natal, mas ele quer renascer dentro de nós, através de novas atitudes de conversão. Atitudes que colocaremos em prática quando formos visitar os doentes, quando formos ao encontro dos mais necessitados, a levar o Cristo que habita em nós para as pessoas. Nesta festa tão bonita, Cristo tem que estar presente! Que o nosso coração seja uma manjedoura e que ele renasça em nossos corações e que nossas mãos, ao fazerem o bem, ajudem Jesus a nascer na vida dos irmãos que pudermos socorrer com a nossa caridade.

Quais os passos para ser freira (religiosa consagrada)? Ir. Márcia Aparecida de Araújo - Instituto Missionárias do Coraçãode Jesus Crucificado a Profissão Perpétua. O tempo da profissão As etapas de formação são: a) Postulantado: é um período em temporária solidifica a formação inicial nos seus que a vocacionada vai aprofundando no aspectos teóricos e práticos, fortalecendo a irmã autoconhecimento, as razões do seu chamado; no crescimento da sua vocação e assumindo a busca clareza na sua opção vocacional para missão própria da Congregação. poder decidir com maturidade sua vocação no Este período de formação tem a duração seguimento de Jesus Cristo, na Vida Religiosa mínima de 4 anos, mas pode se prolongar no Consagrada. A duração desta etapa geralmente máximo até seis anos. Depois deste tempo de é de 2 anos. É um tempo privilegiado em que formação, a irmã espontaneamente faz o pedido a postulante aprofunda sua busca e procura para a Profissão Perpétua, onde consagra sua conhecer o carisma e a missão da Congregação. vida exclusivamente a Cristo, tornando-se É a etapa em que a candidata faz uma experiência Sua “esposa”, amando-O e servindo-O com o de vida fraterna mais participativa e madura, coração indiviso, dentro do carisma próprio de aprimorando seus conhecimentos e avaliando um Instituto Religioso. Todas estas fases de formação têm em suas capacidades e motivações, amadurecendo média um período de 8 a 10 anos e sempre a decisão de ingressar no noviciado. b) Noviciado e Primeiros Votos: onde a compreende a dimensão humana e cristã: jovem inicia de fato a vida no Instituto Religioso. física, moral, intelectual e espiritual, que se O noviciado tem um período de 2 anos. No segue durante toda a sua vida, na Formação primeiro ano, acontecem os momentos de Permanente. O seguimento de Jesus Cristo oração, de espiritualidade mais sistematizados, a vivência fraterna e de estudos (principalmente exige perseverança, busca da santidade, sobre a teologia da Vida Consagrada), são mais autoconhecimento e conversão contínuos, intensos; é chamado de “Ano Canônico”. No atitude de humildade, cultivo da oração pessoal segundo ano, além dos aspectos já citados, e comunitária, vida em fraternidade na caridade, ocorre a experiência de estágio da missão própria dispondo-se a recomeçar sempre de novo, como do Instituto Religioso. No final do Noviciado, discípulas consagradas do grande Mestre Jesus se a irmã noviça se sentir apta a abraçar esta e enviadas em missão. Que Maria Santíssima interceda por Forma de Vida, faz o seu pedido expressando seu desejo livre de emitir os Primeiros Votos de todas as jovens vocacionadas à Vida Consagrada e que conceda à nossa Diocese vocações Castidade, Pobreza e Obediência. c) Juniorado e Votos Perpétuos: O generosas ao convite de Cristo Jesus para servir Juniorado é a última etapa da formação inicial. ao Seu Reino. A jovem renova seus votos anualmente até

Atos da Cúria

Foram 39 os documentos expedidos pela Cúria Diocesana no período de 9 de novembro a 13 de dezembro de 2021. Dentre estes destacamse: • Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia Sant’Ana. • Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso. • Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia Nossa Senhora da Natividade. • Autorização para a Paróquia Santa Cruz fazer cessão de terreno à Prefeitura de Redenção da Serra. • Decreto de Revogação da Dispensa do Preceito Dominical em Tempo de Pandemia.

SVD.

• Concessão de Uso de Ordens ao Revmo. Pe. Orlando Abreu,

• Concessão de Uso de Ordens ao Revmo. Frei Gerson da Silva Mercês – OFMCap. • Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia São José Operário de Caçapava. • Decreto de Excardinação do Pe. José Adalberto Vanzella. • Autorização para binar nos dias santos de guarda e Faculdade para absolver apóstatas da fé, hereges e cismáticos durante o ano: Mons. José Eugênio de Faria Santos. • Autorização para binar nos dias santos de guarda e Faculdade para absolver apóstatas da fé, hereges e cismáticos durante o ano: Pe. Valtenes Santana Nunes.


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RETROSPECTIVA 2021 PRIORIDADES PASTORAIS DIOCESANAS EM DESTAQUE: JUVENTUDE

FAMÍLIA

CATEQUESE E FORMAÇÃO

Para relembrar os acontecimentos de 2021 na Diocese de Taubaté reunimos algumas fotos de eventos realizados durante o ano. Na prioridade juventude, destacamos a retomada de algumas atividades e a realização do Encontro Diocesano da Juventude na paróquia São Sebastião, que aconteceu no dia 24 de outubro com participação de jovens de todas as paróquias da Diocese.

Destacamos a abertura da Semana Nacional da Família que aconteceu na Paróquia São Vicente de Paulo em Pindamonhangaba. A Forania São Francisco das Chagas realizou um encontro sobre o tema “Família em tempos líquidos”. Em outubro, agentes da Patoral Familiar se reuniram para uma tarde de espiritualidade. Já em dezembro, aconteceu a Preparação para o Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes de Nossa Senhora a ser realizado em 2022.

Na prioridade Catequese e Formação, a Diocese de Taubaté organizou um formato extraordinário da catequese para 2021, com encontros presenciais e atividades à distancia. A missa de envio dos catequistas aconteceu em fevereiro. As paróquias realizaram os encontros presencais e ainda disponibilizaram subsídios para a catequese em família. A Pastoral Bíblicocatequética se preocupou em oferecer formação sobre inclusão com três encontros on-line.

Terço do Setor Juventude na Praça Santa Tersinha em Taubaté.

Missa de Abertura da Semana Nacional da Família.

Dom Wilson orienta catequistas para atividades de 2021 e preside missa de envio.

Grupo de jovens da Catedral realiza ação no Mercado Municipal de Taubaté.

Encontro da Forania São Francisco das Chagas durante a Semana Nacional da Família.

Formação on-line para os catequistas aconteceu em três encontros com o tema “Catequese Inclusiva”.

Diocese de Taubaté reúne jovens na Paróquia São Sebastião em encontro diocesano.

Diácono João Bosco conduz momento de formação do encontro da Pastoral Familiar.

Encontro presencial da catequese na paróquia Santo Antônio de Lisboa.

Setor Juventude retoma atividades presencias em 2021.

Preparação para o Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes de Nossa Senhora.

Encontro presencial da catequese na Paróquia Nossa Senhora do Belém.

Anuncie aqui! comunicacao@diocesedetaubate.org.br


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