Diario do Alentejo

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Nº 1555 (II Série) | 10 fevereiro 2012

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RIbanho

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O frio vai continuar a atingir a região e hoje, sexta-feira, as temperaturas vão oscilar entre -1º e os 13º. Amanhã, sábado, prevê-se céu pouco nublado e no domingo o sol deverá brilhar.

Rui Mateus estreia-se com livro de histórias curtas e surreais

E

m Espanha, Grouchy, general de Napoleão, concede a um dos condenados o desejo de um último cigarro: “Infelizmente só havia Ventil”. Uma jornalista no psicólogo, esquecida de si; uma tripulação de marinheiros portugueses obrigada a regressar ao reino, depois de ter conhecido o “paraíso” povoado de “ninfas amorenadas”; o primeiro e mal fadado dia da perceptora das meninas de Velásquez. São 94 micronarrativas soltas que Rui Mateus oferece ao leitor em Fúteis Madrigais, o seu primeiro livro, dado à estampa pela Chiado Editora. “Histórias sobre nada”, moldadas pela reverência ao surrealista Mário-Henrique Leiria e escritas pela calada da noite. Neste seu primeiro livro, Fúteis Madrigais, estão reunidas 94 micronarrativas tocando os mais variados temas, personagens, tempos e lugares. Há algo a unir estes “madrigais”, além do seu autor?

O que une estes madrigais é somente o surrealismo que é comum a todas as histórias. Tive sempre a esmerada preocupação em pôr de parte a racionalidade, e deixar que as emoções primárias, ou simplesmente ideias esquisitas, fossem primordiais na escrita destes contos. No fundo são histórias sobre nada, no seu substrato. Apenas surreais. O que mais o desafia neste registo da microficção?

O mais difícil foi mesmo não entrar no universo daquele que, na minha opinião, PUB

JOSÉ SERRANO

“Histórias sobre nada” escritas pela calada da noite

Rui Mateus,

32 anos, natural de Beja Cresceu nos “subúrbios de Lisboa” e por lá se foi “deixando ficar”, diz. É professor de Língua Portuguesa desde 2003, dividindo o seu tempo livre entre o piano, a escrita, e “uma quase notável carreira” no teatro amador. É nas “noites de whisky duplo”, como lhes chama, que recebe a inspiração para a escrita de “curtos devaneios e histórias soltas” que reuniu e batizou, neste seu primeiro livro, com o título de Fúteis Madrigais.

foi o grande mestre do surrealismo literário em Portugal. Daquele que foi sempre a minha referência desde que me conheço como leitor compulsivo e aspirante a escritor. Neste sentido posso dizer que tive muito trabalho para não plagiar o Mário-Henrique Leiria. Tenho a certeza de que os Fúteis Madrigais jamais veriam a luz do dia se, na adolescência, não tivesse descoberto o surrealismo literário pela pluma deste génio. Se ainda fosse vivo oferecia-lhe um livro, isso de certeza absoluta.

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Colóquio “Beja – Imagens da Cidade” decorre até hoje Decorre, até hoje, sexta-feira, o colóquio “Beja – Imagens da Cidade”. A iniciativa tem lugar no auditório da Biblioteca Municipal de Beja e conta com a organização do Centro de Estudos Arqueológicos das universidades de Coimbra e Porto e do Campo Arqueológico de Mértola. O colóquio conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Beja e da Fundação para a Ciência e Tecnologia. De acordo com a organização, “pretende dar-se, e tendo como mote os recentes trabalhos arqueológicos dirigidos pela professora Conceição Lopes no forum, uma imagem da cidade antiga e das transformações que ela sofreu entre a época romana e o final do mundo islâmico”. Participam no encontro historiadores e arqueólogos de universidades, centros de investigação e museus de Portugal, Espanha e França. Está ainda prevista a realização de uma visita às escavações arqueológicas do forum. A entrada no colóquio é livre e não carece de inscrição prévia.

Em alguma destas histórias sentiu vontade de ir mais longe, evoluindo para um conto ou uma ficção de maior fôlego?

Ourique recebe Feira do Porco Alentejano em março

Não, nunca. A essência deste livro é que muito seja lido em poucas palavras, e num só fôlego, como se espera de quaisquer fúteis madrigais. Todas estas histórias começam de rompante e terminam poucas linhas abaixo, quase tão depressa como começaram.

A Feira do Porco Alentejano 2012 – VI Jornadas Gastronómicas Sabores do Porco Alentejano já tem data marcada para os dias 23, 24 e 25 de março, em Ourique. Numa parceria entre a Câmara Municipal de Ourique e a Associação de Criadores de Porco Alentejano, o evento deste ano “centra a sua estratégia na promoção internacional do porco de raça alentejana, nomeadamente com a realização de um encontro ibérico que reunirá em Ourique dirigentes e produtores ibéricos”, esclarece a organização. A iniciativa “visa dar maior abrangência à estratégia de afirmação de Ourique, capital do porco alentejano, junto de mercados fundamentais para a dinamização económica e social do setor”. Na edição deste ano será ainda criada uma nova área coberta de 300 metros quadrados destinada a expositores de pão e pastelaria tradicional. Como tema central do evento “a organização decidiu distinguir as tradições regionais através do lema ‘Conduto, pão e cante’”.

Dá a este livro o subtítulo de “Devaneios do whisky duplo”. Assume-se, de facto, como um escritor noturno?

Sim, sempre, escrevo sempre à noite. Só a noite me pode inspirar, jamais o cheiro a torradas ao pequeno-almoço. No entanto, evito o estereótipo de escritor que só consegue criar sob o efeito de uma enorme bebedeira, até porque é raro isso acontecer. Não as bebedeiras, naturalmente, mas a escrita sob efeito do whisky duplo. Carla Ferreira


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