Edição N.º 1672

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SEXTA-FEIRA, 9 MAIO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1672 (II Série) | Preço: € 0,90

Língua inglesa obrigatória no 1.º ciclo em 2015

Um quarto dos alunos do 1.º e 2.º anos sem inglês págs. 4/5

“Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut, vence IndieLisboa

O documentário “Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut, filho do escritor e jornalista Miguel Urbano Rodrigues, foi considerado o melhor filme português na última edição do Festival IndieLisboa. Tratase de um “documento visual” cuja matéria-prima é o cante alentejano, no ano em que a Unesco avalia a candidatura dos cantares do sul a Património Cultural Imaterial da Humanidade. pág. 12 PUB

O Alentejo começa num palacete neoárabe em plena baixa da cidade de Lisboa Reportagem págs. 16/17

Autarcas e médicos da região preocupados com reorganização dos serviços hospitalares pág. 7

Saboia é campeão da 2.ª divisão distrital e Penedo Gordo vence campeonato do Inatel págs. 18/19


Diário do Alentejo 9 maio 2014

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Editorial Nós

Vice-versa “O ministro da Educação, Nuno Crato, disse esta semana que a introdução do ensino do inglês no currículo do 1.º ciclo, a partir de 2015-2016, será feita de forma gradual, com recurso a um projeto-piloto. Ou seja, deverá começar apenas pelos alunos do 3.º ano de escolaridade e, entre eles, apenas em alguns estabelecimentos de ensino”. Nuno Crato, ministro da Educação e da Ciência, em declarações aos jornalistas

Paulo Barriga

“Para o SPZS/Fenprof torna-se indispensável e urgente a realização de um amplo debate que envolva a comunidade e, em geral, a sociedade, visando uma verdadeira reorganização curricular”.

É

sempre tão difícil falar de nós. De nós próprios. A psicanálise por certo terá explicações para esta imperfeição congénita do ser humano. Mas o povo também tem as suas sábias mezinhas para justificar a ineficácia, o pudor e até mesmo a soberba que sempre afetam a autoanálise. Nós. Há um ditado brasileiro que diz o seguinte: “O macaco senta-se em cima do rabo para falar do rabo dos outros”. Os jornais, os órgãos de comunicação em geral, costumam ter o mesmo costume dos macacos. Uma certa sobranceria, para não dizer pretensiosismo, impede os jornais e os jornalistas de assumirem os seus erros, os seus defeitos, as suas lacunas. E tantos que são. Um certo pudor, para não dizer desvaidade, impede-os de assumir em público as suas virtudes, os seus méritos, as suas superações. E tantas que identicamente são. Hoje vamos falar de nós. Do “Diário do Alentejo”. E do contentamento que nos invade por termos sido distinguidos no Prémio Dignitas com uma reportagem sobre crianças com necessidades especiais, assinada por Bruna Soares. O “DA”, aliás, foi o único órgão de imprensa reconhecido nesta edição do prémio e o único título regional nele alguma vez mencionado. Sim, é verdade, um jornal, em virtude de sobreviver no calor dos acontecimentos, é uma compilação de erros, de falhas e de omissões. Tanto “mais aceitável” é um jornal, quanto menores forem as suas derrapagens. Aqui, hoje, errámos pouco. Quase nada. Nada, mesmo. Que contentamento! Já no ano passado a Unesco nos tinha recompensado com o prémio “Direitos Humanos & Integração”. E no outro ano, foi a Casa da Imprensa e o El Corte Inglés que nos atribuíram o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, pela ilustração que Susa Monteiro desenhou para uma primeira página do “Diário do Alentejo”. Os prémios são o que são e valem o que valem. Mas vindos dos nossos pares, de quem, como nós, todos os dias se empenha na causa do jornalismo, acarretam uma enorme alegria. E desenterram essa vontade sempre tão imperfeitamente contida de falarmos de nós. De nós próprios. O artigo agora distinguido aborda o direito à diferença. Se, por ventura, o “Diário do Alentejo” marca a diferença isso deve-se ao conjunto da sua equipa e, sobretudo, aos seus leitores. É desta nossa família incomparável e cada vez mais vasta que falo, quando escrevo nós!

Manuel Nobre, presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), em declarações ao “Diário do Alentejo”

Fotonotícia

Vinte e um A Biblioteca Municipal de Beja José Saramago tem dois aniversários. Pode parecer estranho mas não é. É que aquela que provavelmente é a instituição cultural mais antiga da cidade assinala os seus 140 anos em junho, a 21. Mas é, precisamente, há 21 anos que funciona no atual edifício. Foi a 30 de Abril de 1993 que se ergueu uma nova casa dos livros em Beja, num edifício que “ninguém percebia bem como poderia ser uma biblioteca”, mas que trouxe uma nova filosofia, um novo modelo, em prol da comunidade e que se transformou numa referência no País e até fora dele. E foi esta a data que se assinalou no último dia do mês de abril. Com uma festa, com um bolo, com o cante dos “Parabéns”, com discursos, e alguns até emocionados. Uma festa onde não faltaram as entidades, os funcionários, os amigos, mas, sobretudo, os leitores. Uma biblioteca sem sono há 140 anos, mas mais acordada há 21. O outro aniversário, o dos 140, só se comemorará em junho, e nem de propósito, a 21. Parabéns. Bruna Soares Foto Biblioteca Municipal de Beja

Voz do povo O que é a Europa? (O Dia da Europa celebra-se hoje, 9 de maio)

Ana Paula Velhinho 30 anos, arquiteta paisagista

Aprendi que o projeto europeu promoveria além da mobilidade a união entre os povos. Não pertenceríamos a um pais mas a um continente. Hoje os países periféricos e pobres ficam aquém da Europa do projeto inicial. Os interesses económicos prevaleceram sobre os humanos e de desenvolvimento sustentável para todos os países. Tenho grandes dúvidas sobre o que é de facto a Europa.

Kelly Alves Ferreira 19 anos, estudante do ensino superior

Carla Tavares 30 anos, supervisora de call center

O conjunto de países que formam a União Europeia. Este grupo tem a capacidade e o objetivo de fazer frente aos Estados Unidos, à Rússia. Economicamente pareceme um grupo fictício porque as desigualdades entre os Estados são evidentes. Há uma hierarquia clara. Os mais ricos ditam as regras. Os mais pobres cumprem-nas. Países como Portugal não têm uma voz ativa.

Uma união que permite, a nós europeus, deslocarmo-nos livremente de país para país. Une-nos não só a moeda mas também os valores humanos. É para o resto do mundo uma força global. No entanto os países deveriam estar mais interligados para ajudar a evolução dos que mais necessitam. Há ainda muito trabalho pela frente. Sentir-me-ia mais europeia se fosse tratada como tal.

Inquérito de José Serrano

António Palma 34 anos, comerciante

É uma união entre os Estados que permite a livre circulação de bens e pessoas. Acaba por ser uma mais-valia para os países mais pequenos como Portugal. Mas é muito mais do que isso. Estamos para sempre unidos por uma história e caminhos comuns. Pela cultura. Até pela consanguinidade. Mas neste momento, sermos europeus serve-nos mais para poder procurar a vida lá fora.


Rede social DR

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 2 ODEMIRA FESTIVAL DE TEATRO AMADOR ATÉ AO FIM DO MÊS

A Câmara Municipal de Moura assinalou o centenário do nascimento de Álvaro Fialho, artista plástico mourense. Uma cerimónia que contemplou o descerramento de uma placa de homenagem, na casa onde Álvaro Fialho nasceu, e a inauguração, no Museu Gordillo, de uma exposição comemorativa do centenário do seu nascimento, que ficará patente até ao próximo dia 31. Álvaro Gomes Fialho nasceu em Moura, a 3 de maio de 1914. Com mais de 50 anos de atividade artística, da sua obra destacam-se trabalhos em linóleo e pintura, tendo o artista também realizado desenhos e alguma cenografia para teatro amador. Os seus trabalhos têm como temas o labor das gentes do Alentejo, a sua terra, Moura, e a condição do Homem em todos os lugares.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 5 MOURA PITA AMEIXA EM VISITA DE TRABALHO POR MOURA Luís Pita Ameixa, deputado do PS eleito pelo distrito de Beja, esteve em visita de trabalho pelo concelho de Moura, contactando “com a realidade social e económica” do território, entre empresas, instituições e freguesias do concelho. O parlamentar passou pela Fábrica de Pastelinhos de Safara, Escola Secundária de Moura, Unidade de Cuidados Continuados da Fundação São Barnabé, Moura Atlético Clube, e União de Freguesias de Moura e Santo Amador. Da parte da tarde, o périplo prosseguiu com visitas ao Lar de Idosos de Santo Aleixo da Restauração, Junta de Freguesia de Amareleja e Póvoa de São Miguel.

TERÇA-FEIRA, DIA 6 BEJA COMANDO TERRITORIAL ASSINALOU 103 ANOS DA GNR O Comando Territorial de Beja da GNR promoveu uma cerimónia militar para assinalar os 103 anos da Guarda Nacional Republicana, que incluiu a imposição de condecorações a militares. A cerimónia contemplou também o içar da Bandeira Nacional com honras regulamentares em todos os quartéis do distrito de Beja e uma formatura militar com a leitura da mensagem do comandante geral da GNR.

ALENTEJO AGÊNCIA DE PROMOÇÃO TURÍSTICA LANÇA PÁGINA DE FACEBOOK A Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo anunciou o lançamento da sua página oficial na rede social Facebook, no âmbito da estratégia de promoção internacional da região enquanto destino turístico. A página, intitulada Visit Alentejo Official, pode ser consultada em www.facebook. com/VisitAlentejoOfficial e tem como públicos-alvo prioritários Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Brasil, Holanda e países escandinavos. Além de divulgar as atividades disponíveis na região, a página pretende dar a conhecer os fatores de atratividade turística do Alentejo através de conteúdos relevantes e de passatempos. “Chegou agora a altura de apostar no Facebook. Alguns poderão dizer que já chegámos atrasados, mas gostamos de dar passos certos e seguros”, referiu Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.

Está assente na experimentação e descentralização. Quis deixar de lado questões temáticas e unidirecionais, e conceber um projeto com vários discursos, na tentativa de representar diferentes sentidos e interesses artísticos. Pretende-se conjugar várias práticas artísticas, diluir as suas fronteiras, explorar o espaço difuso, deixando de lado as questões temáticas, disciplinares e de fácil entendimento. E confrontar o espetador com várias práticas artísticas conjugadas e a coabitar, pontuadas por conceitos, descontínuos, de forma a potenciarem uma maior proliferação de sentidos e reações sobre uma obra.

Eis alguns alunos da Escola Mário Beirão que integraram na quarta-feira, 7, esta iniciativa cujo desafio foi a recriação de um painel de azulejos no espaço exterior do Museu Regional de Beja. Porque é desde cedo que se deve despertar para a proteção do que nos deixaram os antepassados. DR

Como descreve o conceito por detrás da exposição “Oito artistas noutro lugar”?

Museu Regional de Beja acolhe SOS Azulejo

Seniores em ações sobre igualdade de género Mértola promoveu há dias uma ação de sensibilização sobre igualdade de género dirigida aos alunos da Universidade Sénior. Um encontro que atraiu sobretudo mulheres e onde se debateram preconceitos e ideias feitas. Como esta: “Nem o Diabo o quer/Homem com fala de mulher”. DR

MOURA CENTENÁRIO DE ÁLVARO FIALHO ASSINALADO

Curador da exposição “Oito artistas noutro lugar”, patente na Casa do Governador (castelo de Beja)

Como se chegou a esta seleção de artistas?

A seleção de artistas do circuito nacional, e de jovens e emergentes artistas, reforça a questão experimental tida em consideração, no sentido em que cada um dos artistas tem o seu próprio posicionamento artístico. Estas diferenças foram de encontro ao meu pensamento assente numa mostra que permitisse fazer coabitar formas de produção distintas, que potenciassem uma maior diluição das fronteiras entre elas, permitindo criar, não um, mas vários conjuntos, de forma a libertar outros sentidos, discursos e leituras. Optou-se pela seleção de objetos que problematizassem questões do foro político, social e estético. Obras-abertas a diferentes leituras e contextos, e à forma como estas se relacionam com a vida em todos os seus foros. Podemos ver na mostra peças de escultura, vídeo-instalação, pintura, desenho, instalação, fotografia, ilustração ou objetos.

Projeto Ferreira Sustentável chega ao comércio local Várias lojas, como esta, estão a ser visitadas para sensibilizar os comerciantes sobre separação dos resíduos e correta utilização dos equipamentos de deposição, nomeadamente ecopontos e contentores. Um concelho mais sustentável “com a colaboração de todos”. DR

SÁBADO, DIA 3

3 perguntas a Miguel Sousa Ribeiro

E como se enquadra a sua arte neste “outro lugar”, neste caso Beja e o seu castelo?

A Casa do Governador foi uma escolha intencional, na medida em que se pretende fazer uma reflexão sobre os tradicionais lugares da arte. A organização da exposição, fora do circuito de disseminação da arte, chama ao discurso o conceito de descentralização. Como sabemos, este espaço não é considerado como parte do circuito artístico da cidade de Beja, mas isto permitiu perceber que é um espaço a ser explorado, pois oferece condições excelentes para estar inserido na agenda cultural da cidade. É um espaço amplo, aberto, contendo vários espaços interligados, potenciando o diálogo e coabitação das obras de arte. Constitui-se como uma mais-valia para o público, nacional e internacional. É um lugar que cria uma relação forte de proximidade, desejada, entre arte e sociedade. E, neste momento, já recebemos cerca de 400 visitantes de nove países. Carla Ferreira

Professores estrangeiros em visita por Vidigueira Um grupo de 58 professores estrangeiros (Espanha, Bélgica, Hungria, Croácia, Turquia e Finlândia) foi recebido pelo executivo no salão nobre do município de Vidigueira. A visita, entre 29 de abril e 2 de maio, decorreu no âmbito do projeto Comenius “Imagine… living together”. JOSÉ SERRANO

Um total de 12 grupos de teatro amador participam no festival que arrancou em Brunheiras, na freguesia de Vila Nova de Milfontes, e irá animar a localidade até ao final do mês. O Festival de Teatro Amador, que vai na segunda edição, tem entradas livres e é promovido pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa das Brunheiras. Além das apresentações teatrais a cargo dos grupos que participam no evento, o programa inclui também várias caminhadas especiais, com encenações e surpresas pelo meio, bem como noites de poesia e de cinema.

Vila Nova de São Bento festejou as Santas Cruzes Um momento do desfile dos grupos corais que culminou na visita às Santas Cruzes, no último fim de semana, em Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa. Festa rija que meteu bailes, porco assado comunitário e fogo de artifício, claro.

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Tema de capa No ano letivo em que o ensino do inglês dei- O presidente do Sindicato dos Professores da contratação para garantirem o inglês como xou de ser obrigatório para o 1.º ciclo do en- Zona Sul considera, no entanto, que o fim do oferta”. Esta semana o ministro da Educação sino básico, no âmbito das atividades de enri- inglês enquanto oferta obrigatória “não foi anunciou que o inglês passará a integrar obriquecimento curricular (AEC), passando a sua em nome da autonomia e da liberdade das gatoriamente o currículo do 3.º e 4.º anos do oferta a ser decidida pelos estabelecimentos escolas” e lembra que “as escolas que não ti- 1.º ciclo a partir de 2015/16, uma introdução de ensino, 73,6 por cento das escolas públicas verem recursos humanos disponíveis (profes- que será feita de forma gradual, com recurso do Alentejo disponibilizaram essa oferta ao sores de inglês com horário zero ou com ho- a um projeto-piloto. 1.º e 2.º anos e 97,7 por cento ao 3.º e 4.º anos. rário incompleto) não puderam recorrer à

Texto Nélia Pedrosa Ilustração Susa Monteiro

Língua inglesa obrigatória no 1.º ciclo daqui a dois anos

26,4 por cento das escolas do Alentejo sem inglês no 1.º e 2.º anos

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erto de 74 por cento dos estabelecimentos de ensino públicos do Alentejo (215) oferecem no presente ano letivo, aos alunos do 1.º e 2.º anos de escolaridade do 1.º ciclo do ensino básico, o ensino do inglês no âmbito das atividades de enriquecimento curricular (AEC), segundo dados preliminares recentemente divulgados pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (Dgeec) e elaborados a partir de um inquérito. No caso do 3.º e 4.º anos, o inglês extracurricular é oferecido em 97,7 por cento das escolas (240). Ainda de acordo com os mesmos dados, 67,4 por cento das crianças matriculadas no 1.º e 2.º anos (5 892) e 80 por cento no 3.º e 4.º anos (7 262) têm inglês. Recorde-se que o ensino do inglês no âmbito das AEC gerou alguma polémica no início do presente ano letivo, após o ministro da Educação, Nuno Crato, ter assinado em julho último um decreto-lei que tornava o inglês opcional para o 1.º ciclo, passando os estabelecimentos de ensino a terem liberdade para decidirem se queriam ou não manter essa oferta. Entretanto, poucos dias após o arranque das aulas, o governante veio defender a introdução do inglês no 1.º ciclo, como disciplina obrigatória. Já no início desta semana, Nuno Crato disse, no Parlamento, que introduzir o inglês no 1.º ciclo, conforme foi recomendado num parecer do Conselho Nacional de Educação, produzido depois de um

pedido do ministro para analisar a questão, vai obrigar a rever as metas curriculares estabelecidas para os 2.º e 3.º ciclos, assim como as metas curriculares do ensino secundário. Será também necessário rever a formação dos professores que vão lecionar a disciplina de inglês, criando-se um novo grupo de recrutamento, novos mestrados de especialização em inglês, o que implica a sua acreditação, um processo “que demora tempo”. Em declarações aos jornalistas à saída do parlamento, o ministro esclareceu que essa introdução será feita de forma gradual, com recurso a um projeto-piloto, e explicou ainda que foi criado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) um grupo de trabalho com o objetivo de tornar a disciplina obrigatória, e “sequencial, durante sete anos”. E quando questionado sobre o facto de o projeto-piloto ter como consequência alunos com diferentes níveis de inglês à entrada para o 2.º ciclo (5.º ano de escolaridade), Nuno Crato explicou que haverá uma seleção de escolas que permitam uma continuidade aos que já trazem bases do inglês do 1.º ciclo. SPZS defende amplo debate “visando uma verdadeira reorganização curricular”O presidente da dire-

ção do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), Manuel Nobre, em declarações ao “Diário do Alentejo”, afirma que o “fim do inglês enquanto oferta obrigatória das AEC não foi em nome da autonomia e

da liberdade das escolas” e lembra que “as escolas que não tiverem recursos humanos disponíveis (entendam-se, professores de inglês com horário zero ou com horário incompleto) não puderam recorrer à contratação para garantirem o inglês como ‘oferta de escola’ no 1.º ciclo do ensino básico, porque a designada ‘oferta de escola’ está dependente da existência de recursos humanos”. “Pergunta-se então: como se exercem a autonomia e a liberdade das escolas numa situação destas? Como podem escolas decidir, no quadro da sua dita autonomia, oferecer aos seus alunos do 1.º ciclo o acesso ao inglês se, depois, o MEC as impede de contratarem docentes para o efeito?”, questiona o dirigente, realçando que o SPZS/ /Fenprof (Federação Nacional dos Professores) tem vindo a combater “desde o tempo do governo de José Sócrates/Lurdes Rodrigues” esta “medida imposta à Escola Pública – promoção da língua estrangeira à margem do currículo –, cuja explicação única é não aumentar o número de professores nas escolas, entregando a tarefa às câmaras e a outras entidades promotoras”. Estas organizações sindicais, continua Manuel Nobre, sempre defenderam que o inglês “deveria ser oferta curricular”. “Contudo, o objetivo do Governo em reduzir o investimento na Escola Pública levou a que as atividades de enriquecimento curricular se generalizassem e a qualidade do ensino, em larga medida, empobreceu, em particular no

“Pergunta-se então: como se exercem a autonomia e a liberdade das escolas numa situação destas? Como podem escolas decidir, no quadro da sua dita autonomia, oferecer aos seus alunos do 1.º ciclo o acesso ao inglês se, depois, o MEC as impede de contratarem docentes para o efeito?” Manuel Nobre

interior do País, onde o número de docentes com formação adequada era reduzido e onde existia a precariedade e os recibos verdes proliferaram, levando a que se reconhecesse, exceto pelo Governo, que as AEC afinal não serviam para ‘enriquecimento curricular’”, diz. O presidente do SPZS considera ainda que com o fim do inglês nas

AEC, “em que, embora fosse de oferta obrigatória, não era de frequência universal, dado que nem todos os alunos frequentam estas actividades que são de carácter facultativo”, e a sua “transferência para o currículo, o que, à partida, poderia significar a universalização da oferta e da frequência”, o Governo reduzirá “ainda mais o universo dos que têm acesso ao inglês no 1.º ciclo”. Essa “imposição e as suas consequências, que o SPZS/Fenprof denunciou logo que se conheceu a medida”, realça o sindicalista, “serão extremamente negativas para os alunos que ao chegarem ao 2.º ciclo se encontrarão em situação de grande desigualdade: uns tiveram inglês no ciclo anterior, outros estão em completa iniciação à língua. Para os professores essa será mais uma dificuldade extra, pois as turmas serão extremamente heterogéneas no que respeita a esta disciplina”. Para o SPZS/Fenprof torna-se assim “indispensável e urgente a realização de um amplo debate – proposta que, aliás, foi apresentada pelo Conselho Nacional de Educação – que envolva a comunidade e, em geral, a sociedade, visando uma verdadeira reorganização curricular”, sendo que nesse processo “há que ter em conta a atual realidade de uma escolaridade obrigatória de 12 anos e a eventual reorganização dos seus ciclos, a universalidade da resposta de educação pré-escolar, os regimes de avaliação dos alunos e


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também o acesso ao ensino superior, as saídas profissionais e a empregabilidade, num caso e noutro, exigindo-se uma elevada qualidade na educação e formação dos jovens”, esclarece Manuel Nobre. “A iniciação à língua inglesa tem conhecido as mais diversas fases, sempre impostas por motivos que são alheios ao interesse pedagógico: ora curricular ora não curricular, ora obrigatória ora facultativa e, recentemente, transformada em oferta complementar, em função dos recursos existentes, numa clara discriminação e violação dos princípios da equidade e igualdade de oportunidades. Opção política de Nuno Crato que é agravada com o seguidismo do ministro pelas provas de diagnóstico e exames”, refere ainda o dirigente, adiantado que o sindicado considera também “indispensável” a alteração do modelo de AEC atualmente em vigor. “É necessária uma clara distinção entre a resposta social da escola e as atividades desenvolvidas no âmbito do currículo. Nesse sentido, o SPZS/Fenprof aponta para a

possibilidade de, com base na realidade já hoje existente na educação pré-escolar, ser adaptada a resposta social que já aí se encontra organizada. Não tem qualquer sentido que uma componente que deverá ser essencialmente de apoio às famílias, acabe por constituir mais escola em cima da escola para as crianças”, conclui. Escolas “é que devem definir AEC” O Agrupamento de Escolas de Serpa foi um dos que decidiu manter a oferta do inglês no âmbito das AEC no 1.º ciclo. “Consideramos que é importante os meninos terem iniciação a uma língua estrangeira logo no 1.º ciclo”, justifica Isabel Louzeiro, diretora do agrupamento, ao “Diário do Alentejo”. A direção entendeu, no entanto, abranger somente os alunos do 3.º e 4.º anos de escolaridade, dado que ao nível dos dois primeiros anos de escolaridade “havia outras áreas mais importantes para essa faixa etária” e “também porque quatro anos de iniciação de inglês seria demasiado”. Ao todo são 179 alunos, distribuídos

por cinco escolas do concelho, o que representa “99 por cento” dos alunos matriculados nos dois últimos anos do 1.º ciclo. Quanto ao decreto-lei assinado pelo ministro Nuno Crato, que acaba com a obrigatoriedade do ensino do inglês, cabendo aos estabelecimentos de ensino decidirem se querem ou não manter essa oferta, a docente concorda que “sejam as escolas a definir” as atividades de enriquecimento curricular, “seja o inglês ou outra qualquer”, porque são elas, e não o ministério, “que conhecem a realidade, e a realidade não é igual em todo o País”. Isabel Louzeiro concorda ainda com a introdução do inglês no 1.º ciclo como disciplina obrigatória, “com uma carga não muito elevada”, “mas desde que os currículos do segundo ciclo estejam em conformidade”, para que não “haja repetições [de matéria]”: “O inglês realmente é cada vez mais importante, até porque há muitas faculdades que têm cadeiras em que a língua é o inglês, por isso há que preparar melhor as nossas

Isabel Louzeiro concorda com a introdução do inglês no 1.º ciclo como disciplina obrigatória, “com uma carga não muito elevada”, “mas desde que os currículos do segundo ciclo estejam em conformidade”, para que não “haja repetições [de matéria]”.

crianças, os nossos adolescentes, para enfrentarem essa realidade e também porque muitos deles acabam por sair do País, e a língua normalmente é o inglês”. A docente realça, contudo, que “não se devem descurar as outras línguas que também são importantes”, nomeadamente o francês. A introdução do ensino do inglês no currículo do 1.º ciclo também poderia resolver “o problema dos pais não levarem as AEC muito a sério”: “Os meninos, às vezes, não têm a mesma postura com os professores das AEC que têm com os outros professores. Não sei muito bem porquê, mas acontece. Assim podiam levar as coisas um bocadinho mais a sério. Mas, de facto, penso que o inglês deve ser obrigatório pelo menos no 3.º e 4.º anos, ou pelo menos no 4.º ano, acho que será benéfico, mas desde que depois se façam as devidas alterações”. “A nossa opção em oferecermos o inglês aos nossos alunos vem na sequência daquilo que era hábito no agrupamento. Independentemente de ser obrigatório ou não, é uma disciplina em que possivelmente os alunos têm alguma falta de bases. E já antes de haver AEC oferecíamos a língua para uma iniciação, para uma experimentação”, explica, por sua vez, Maria João Martins, adjunta do diretor do Agrupamento de Escolas de Castro Verde, adiantando que a oferta da língua engloba, no presente ano letivo, “260 crianças do concelho”, distribuídas por cinco escolas. Quanto ao decreto-lei assinado por Nuno Crato, a docente considera que o mesmo “dá alguma autonomia às escolas para organizarem as AEC”, o que “é positivo”. E sobre a introdução do inglês no 1.º ciclo do ensino básico como disciplina obrigatória, Maria João Martins afirma que “é uma forma de o tornar mais credível”, porque “faz parte do currículo”, embora realce que os colegas que têm lecionado a língua inglesa até ao momento, no âmbito das AEC, também “sejam credíveis”.

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Santa Clara do Louredo contra fecho de escolas do 1.º ciclo

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A Assembleia de Freguesia de Santa Clara do Louredo, Beja, aprovou por unanimidade, no passado dia 30, uma moção em que se manifesta contra o “encerramento de escolas do 1.º ciclo no concelho de Beja”. Refere o documento que, “tendo chegado ao nosso conhecimento que o Ministério da Educação e Ciência se prepara para proceder ao encerramento de mais um conjunto significativo de escolas do 1.º ciclo e que, entre elas, poderão estar algumas do concelho de Beja”, a Assembleia de Freguesia de Santa Clara do Louredo “manifesta desde já o seu repúdio e a sua oposição a uma medida que, a concretizar-se, será um rude golpe para as populações que habitam as localidades eventualmente afetadas”.

Atual

Ação recebe notícias “lacónicas” da Refer

“PS pelos Comboios” ainda não obteve resposta da CP

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concelhia de Beja do PS tornou pública na segunda-feira, 5, a resposta “lacónica” da Refer na sequência da sua ação de 15 de março último, designada por “PS pelos Comboios”. “De uma forma lacónica, informa a Refer que irá proceder, ainda durante o ano de 2014, a melhorias operacionais nas estações de Beja, Cuba, Vila Nova da Baronia e Alvito, não especificando em que consistem essas possíveis melhorias”, divulgam os socialistas de Beja, na esperança de que “se melhorem as condições de sinalética e de iluminação dessas estrutu-

ras, tal como por nós foi sugerido e que não sejam meramente intervenções cosméticas”. Quanto à eletrificação da linha, adianta a concelhia em nota de imprensa, “fica-se com a certeza de que até 2020 tal não irá acontecer mas que, o mais tardar até 2050, ela deverá ocorrer no âmbito do plano total de eletrificação da rede ferroviária nacional”. Uma notícia “péssima” para o distrito de Beja, concluem os socialistas, dando conta de que ainda não foram contactados pela CP, mas que aguardam “com expectativa notícias da empresa às questões colocadas”.

Entre os próximos dias 12 e 14

SPZS promove ação pela remoção do amianto nas escolas

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Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) vai promover, entre os próximos dias 12 e 14, uma ação de “informação e protesto” junto a “várias escolas que contêm amianto” nos distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro. No distrito de Beja, o SPZS prevê passar pela Escola Secundária de Odemira (dia 14, pelas 12 horas), embora, segundo um levantamento feito pela estrutura sindical, sejam mais as escolas afetadas pelo problema. Mais concretamente quatro: as secundárias de Castro Verde e Serpa e a Escola Básica Integrada de Vila Nova de São Bento, PUB

além do estabelecimento de Odemira. O SPZS lembra que a Assembleia da República aprovou por unanimidade a Lei n.º 2/2011 “para se fazer a remoção de amianto em edifícios públicos” mas que, entretanto, o atual Governo veio dizer que o assunto “não é urgente”. Assim, estimando-se que exista amianto “em cerca de metade das escolas do País, o SPZS considera que é um imperativo que se faça o levantamento previsto na lei e se proceda à sua remoção em segurança, começando pelos estabelecimentos escolares onde o risco para a saúde pública é maior”.

Bruna Soares A única jornalista da imprensa escrita entre os distinguidos

Reportagem “Onde estão os meus terapeutas?”

Jornalista do “Diário do Alentejo” distinguida no Prémio Dignitas A cerimónia de entrega do Prémio Dignitas, galardão nacional de jornalismo atribuído pela Associação Portuguesa de Deficientes, com o patrocínio da MSD e o apoio da Escola Superior de Comunicação Social, aconteceu na segunda-feira, dia 5, na Fundação Vieira da Silva, em Lisboa.

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reportagem “Onde estão os meus terapeutas?”, da autoria de Bruna Soares, jornalista do “Diário do Alentejo”, publicada neste jornal no dia 1 de novembro de 2013, foi distinguida com uma menção honrosa. O trabalho do “Diário do Alentejo” foi o único galardoado a nível nacional na categoria de Imprensa Escrita. “Onde estão os meus terapeutas?” aborda o tema de quatro crianças (Rodrigo, Afonso, João e Alexandru) com Necessidades Educativas Especiais a frequentar o ensino regular. Retrata a reivindicação dos

encarregados de educação a propósito da aprovação dos planos de ação e financiamento do Ministério da Educação, nomeadamente “a diminuição de horas de apoio terapêutico e a ausência de técnicos habitualmente colocados pelas escolas”. Para o Prémio Dignitas, “trata-se de uma reportagem que infelizmente denuncia a forma desastrosa como se iniciou o ano letivo por todo o País”, retratando, neste caso, o que se passou em Beja. E “reforça ainda a importância dos técnicos na educação destas crianças e conta o percurso de cada um e a sua evolução com o apoio dos terapeutas”. Foram ainda galardoados os trabalhos “Despertares” (Prémio Dignitas), de Ana Leal, jornalista da TVI, “Hino ao Futebol” (Menção Honrosa Televisão), de Jaime Cravo, jornalista da Sport TV, e “Pegar a Vida” (Prémio Digital), de João Ferreira, jornalista do “Correio da Manhã”.


Reorganização dos serviços hospitalares

Ordem dos Médicos de Beja reúne-se com Cimbal O presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, Pedro Vasconcelos, vai reunir-se na próxima segunda-feira, 12, com a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) para refletir em conjunto sobre “as graves consequências decorrentes” da Portaria 82/2004, documento que categoriza as unidades hospitalares portuguesas em quatro grupos e define a carteira de valências de cada uma delas.

A

reunião de dia 12 surge na sequência de um encontro com o presidente da Cimbal, João Rocha, no passado dia 2 e que se justificou, segundo um comunicado da Ordem dos Médicos distrital, pela “certeza de que também ao poder local importa tomar consciência das implicações negativas e irreversíveis desta portaria para a sobrevivência do interior”. O presidente da Câmara de Beja, em declarações ao “Diário do Alentejo”, admitiu que a Cimbal possa, “eventualmente, vir a tomar uma posição sobre o assunto”, reservando mais comentários para depois do encontro. Na edição do “DA” de 18 de abril, Pedro Vasconcelos, presidente do Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos, já então prometia “pôr travão” à entrada em vigor da portaria que, segundo o comunicado divulgado esta semana, “prevê uma profunda reorganização dos hospitais portugueses e, a concretizar-se, o encerramento a prazo de múltiplos serviços hospitalares”, que não deixam de fora os hospitais de Beja e do Litoral Alentejano. Foi também solicitada, entretanto, a convocação de uma assembleia distrital do Distrito Médico de Beja da Ordem dos PUB

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O concelho de Sines conquistou bandeiras azuis em seis praias e uma marina em 2014, anunciou a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), no último dia 30 de abril. As praias Grande de Porto Covo, da Ilha do Pessegueiro, de Vale Figueiros – Vieirinha, de Morgavel e de São Torpes, candidatadas pela Câmara Municipal de Sines, e a praia Vasco da Gama, candidatada pela Administração do Porto de Sines (APS), são as que, em 2014, ostentam o galardão europeu de qualidade balnear. O Porto de Recreio de Sines, da responsabilidade da APS, foi também galardoado com uma bandeira azul, na categoria “portos de recreio e marinas”.

João Rocha e Pedro Vasconcelos Autarcas e médicos da região vão discutir política de saúde

Médicos (que geograficamente engloba o distrito de Beja e o litoral alentejano), e planeia-se a realização de um “debate público”, com a participação de “representantes de diversos setores da sociedade civil”. Serpa contra por taria A Assembleia Municipal de Serpa aprovou, na sessão do último dia 28, uma moção “Pela defesa do Serviço Nacional de Saúde”, em que, entre outras exigências, solicita ao Governo a “imediata revogação da Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril”, uma legislação que “constitui um violento ataque ao SNS e o direito constitucional à saúde, visando o desmantelamento da rede hospitalar pública”. Com esta portaria, refere o documento, as instituições do chamado Grupo I, no qual se inclui a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), “não irão dispor dos serviços de obstetrícia, neonatologia e urologia”, pelo que “irão

desaparecer, até 31 de dezembro de 2015, as maternidades de todas as instituições do Grupo I. Os deputados municipais de Serpa apontam o exemplo do seu próprio concelho, “com populações que ficarão a mais de 130 quilómetros do hospital do Grupo II da região Alentejo”, para ilustrar as consequências desta medida enquanto “atentado à vida e à segurança de muitos recém-nascidos e respetivas mães”. Porém, conclui o documento, as ameaças “contra a nossa saúde continuam”, uma vez que com esta portaria o Governo “deixa em aberto a possibilidade de perdemos na nossa região mais uma série de especialidades e valências, nomeadamente oftalmologia, otorrinolaringologia, pneumologia, cardiologia, hematologia clínica, oncologia médica, infeciologia e nefrologia”, com base em “critérios e pressupostos que, mais uma vez, ninguém conhece”.

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Sines com sete bandeiras azuis em 2014

PCP confronta ministro da Saúde

O

grupo parlamentar do PCP questionou recentemente o ministro da Saúde sobre várias problemas que afetam o setor no distrito de Beja, mas o governante não respondeu às perguntas dos comunistas. As questões foram colocadas no âmbito de uma audição, realizada no último dia 30, na Comissão Parlamentar de Saúde e incidiram sobretudo sobre três itens: carência de médicos de família, evidente sobretudo nos centros de saúde de Moura, Vidigueira e Almodôvar; a recusa a pedidos de renovação de contratos de fisioterapeutas, o que coloca “em risco serviços como os de Barrancos ou Ourique”; e, por último, o número “insuficiente” de psiquiatras e pedopsiquiatras no Departamento de Psiquiatria de Beja e o facto de o serviço de internamento ainda não ter sido aberto. “Infelizmente o ministro não respondeu a estas questões, com o argumento ridículo de que a sua vinda à comissão servia para discutir política de saúde e não a falta de médicos ou de técnicos aqui e acolá. Como se a falta de profissionais de saúde não fosse um reflexo das políticas de saúde”, concluem os deputados do PCP, avisando que o grupo parlamentar apresentará por escrito as questões não respondidas e “suscitará a discussão e votação do Projeto de Resolução n.º 811/XII – 2.ª”, em que se recomenda ao Governo a concretização das medidas políticas necessárias para o “funcionamento pleno” do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.


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Jerónimo de Sousa almoça em Grândola

Executivo CDU “não cumpre promessas” feitas aos clubes desportivos de Beja Os clubes do concelho de Beja, apesar de a época desportiva já estar na sua fase final, “ainda não receberam qualquer verba da autarquia e não sabem ainda quanto e quando a vão receber”, denunciaram no início da semana

A CDU vai realizar no domingo, dia 11, pelas 13 horas, nos pavilhões do Parque de Feiras e Exposições de Grândola, um almoço regional do litoral alentejano, que prevê a participação e intervenção do secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa. O encontro dos comunistas do litoral decorre no âmbito das eleições Europeias.

os vereadores do PS, informando que propuseram o assunto para a agenda da próxima reunião de câmara. Trata-se de uma situação que “causa fortes constrangimentos ao normal funcionamento dos clubes e impede a normal preparação da próxima época desportiva”, dizem em nota de imprensa, lembrando que “o último processo

de atribuição de apoios e de definição de datas para pagamento dos mesmos levado a cabo pelo anterior executivo do PS mereceu o apoio dos clubes desportivos por ter ido ao encontro das suas necessidades, nomeadamente ao nível do planeamento das épocas desportivas e da sua gestão financeira”.

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Anúncio feito durante a Ovibeja

Novo Programa de Desenvolvimento Rural em vigor até final do ano O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, revelou em Beja que a transição do atual para o novo Programa de Desenvolvimento Rural, o qual deverá entrar em vigor até final deste ano, vai decorrer sem sobressaltos, nem paragens na apreciação de candidaturas.

“A

fase de mudança vai decorrer sem grandes sobressaltos. Vamos transitar de um programa para outro sem que haja nenhuma paralisação no processo de apreciação de candidaturas e respetiva materialização dos contratos, o que é uma belíssima notícia”, disse o governante, que falava no colóquio “O futuro da PAC [Política Agrícola Comum] - Desenvolvimento Rural”, no âmbito da 31.ª Ovibeja. Segundo o governante, a submissão do novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2014-2020) a Bruxelas deverá terminar no princípio da próxima semana e o processo de análise e aprovação do programa deverá demorar

“poucos meses” e ficar concluída “até ao final do verão”. A administração pública portuguesa vai, entretanto, trabalhar na produção da legislação nacional, do conjunto de portarias necessárias, para pôr o PDR 2014-2020 em prática, o que, “correndo tudo bem”, deverá acontecer “antes do final deste ano”, disse. A entrada em vigor do PDR 2014-2020 “não se notará muito, porque, até lá, não pararemos de aprovar candidaturas ao abrigo das medidas” do atual Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) “mesmo que o dinheiro se esgote”, explicou. “Isto é, podemos usar dinheiro do próximo PDR no conjunto de medidas que estão em vigor. Não haverá paragem. No momento em que haja novas medidas, estas cessam, mas nada para do ponto de vista daquilo que é a implementação no terreno”, frisou. Por outro lado, disse, Portugal beneficiará este ano “de uma dotação de 500 milhões de euros, que não necessita de cofinanciamento do Orçamento do Estado, permitindo

que não haja nenhuma paragem na transição entre o Proder e o PDR 2014-2020”. Segundo Francisco Gomes da Silva, o Governo está “convicto” de que o PDR 2014-2020 é “bom” e, “dentro dos condicionalismos, permite responder a um conjunto de necessidades que o mundo rural em Portugal tem”. “O PDR 20142020 é um excelente instrumento de aplicação de política de desenvolvimento rural para as necessidades de Portugal neste momento e nos anos próximos, mas esta convicção não inibe e não deve impedir a administração pública de estar atenta aos sinais dos utilizadores desta política e destes estarem atentos às dificuldades e virtudes da aplicação do programa”, disse. Francisco Gomes da Silva lembrou que o atual Proder atravessou “momentos menos bons e dificuldades iniciais”, mas, “felizmente, graças ao esforço e engenho de muita gente”, atualmente, “a cerca de um ano do final”, está com uma taxa de execução que “ronda os 85 por cento, o que é, de facto, notável”.


8.º Festival Islâmico de Mértola apresenta-se amanhã

Alentejo é responsável por 71 por cento da produção de azeite O Alentejo foi a região responsável pela maior parte (71 por cento) das 90 mil toneladas de azeite produzidas no País na campanha olivícola de 2013/2014, concretamente 64 mil toneladas, revelou na quarta-feira, 7, Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do

Azeite do Alentejo (Cepaal). Uma produção que, admitiu o responsável à Lusa, pode ter rendido “um volume de negócios estimado em 128 milhões de euros, considerando apenas a venda de azeite a granel e excluindo o valor acrescentado pelo embalamento e pela marca e toda a economia adjacente ligada a fatores de produção e serviços”. Atualmente,

Ourique vive “asfixia financeira” à espera de empréstimo do PAEL A Câmara de Ourique vive em “asfixia financeira” devido a um encargo mensal superior a 50 mil euros à banca, resultante de créditos para pagar dívidas, porque ainda não obteve um empréstimo do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). Para pagar dívidas a credores, a Câmara de Ourique, nalguns casos, recorreu a sessões de crédito, ou seja, transferiu algumas dívidas para bancos, aos quais tem vindo a pagar, explicou o presidente da autarquia, Pedro do Carmo.

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Pedro do Carmo Câmara de Ourique

nomeadamente sobre a maior parte da dívida, que é financeira”, ou seja, corresponde a sessões de crédito e não a dívidas diretas a fornecedores, e, por isso, não deverá poder ser incluída no PAEL. Sem o empréstimo do PAEL, a Câmara de Ourique “tem vindo a fazer acordos de pagamento e vai dando resposta e, como o grosso a dívida está controlado, através de sessões de crédito, vai cumprindo as obrigações”, explicou, referindo que “a ideia de aderir ao programa era para a autarquia ter uma gestão de tesouraria muito mais fácil”. A Câmara de Ourique está a pedir esclarecimentos para saber se a maior parte da dívida, que é financeira, “pode ou não vir a ser incluída no PAEL” e caso não

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“o Alentejo tem um peso determinante na produção de azeite em Portugal”, sendo “a região mais importante em termos de volume”, porque “é a que mais azeite produz, a que tem a maior área de olival plantado e a que tem o olival mais moderno e a maior proporção de olival intensivo e superintensivo, o que leva a maiores produções”, concluiu.

Encargo mensal de mais de 50 mil euros à banca

omando todas as sessões de crédito, que “estão inscritas em dívida, porque o dinheiro ainda se deve”, disse o autarca, a Câmara de Ourique tem “um encargo mensal de mais de 50 mil euros” à banca, o que “asfixia financeiramente” a autarquia, que “fica sem disponibilidade financeira para muito mais ao fim do mês”. Em 2012, a Câmara de Ourique candidatou-se ao PAEL para pedir um empréstimo de 2,5 milhões de euros ao Estado para pagar dívidas a fornecedores, mas a candidatura ainda não obteve o visto do Tribunal de Contas (TdC). Segundo Pedro do Carmo, a candidatura foi aprovada e remetida para o TdC, que, “numa primeira análise, não deu o visto e devolveu o contrato para alguns esclarecimentos,

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O Cineteatro Marques Duque recebe amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, o espetáculo de apresentação do 8.º Festival Islâmico de Mértola, com a participação do Grupo Coral Guadiana de Mértola e Eduardo Ramos – Ensemble Moçárabe. Na ocasião, adianta o município, que organiza a iniciativa, “serão divulgados o cartaz da edição de 2015 e algumas novidades”.

possa “não será vantajoso” para a autarquia aderir ao programa e contrair um empréstimo. Se for possível incluir a dívida financeira, que está contratada, a Câmara de Ourique adere ao PAEL, porque assim a dívida e o empréstimo serão de 2,5 milhões de euros, mas, se não for possível, a dívida direta a fornecedores e o empréstimo a pedir serão “apenas de 600 mil euros”, explicou. “Se a Câmara de Ourique ficar com um conjunto de entraves e de sacrifícios para os munícipes por causa de um empréstimo de uma quantia tão pequena”, ou seja, de 600 mil euros, “não vale a pena”, justificou. Se for possível pagar as sessões de crédito, ou seja, o grosso da dívida, com “o dinheiro mais barato” do PAEL, através de um empréstimo do Estado a 20 anos e “com juros muito mais baixos”, a Câmara de Ourique “ficará com um encargo mensal de apenas 10 mil euros e um encaixe de tesouraria de 40 mil euros todos os meses e que dará para fazer muito mais coisas”, explicou. No entanto, se não for possível incluir e pagar o grosso da dívida através do empréstimo do PAEL, a autarquia “não vai ganhar nada” com a adesão ao programa, insistiu.

António Chainho vai atuar e gravar no Musibéria O mestre da guitarra portuguesa António Chainho vai estar em concerto em Serpa, pelas 21 e 30 horas do próximo dia 16. O músico, natural de São Francisco da Serra, Santiago do Cacém, apresenta-se no palco do Musibéria – centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico, acompanhado por Ciro Bertini, Tiago Oliveira e Ana Vieira, na voz, num espetáculo em que os presentes terão oportunidade de ouvir ao vivo e pela primeira vez alguns dos temas inéditos que farão parte de um novo trabalho. Recorde-se que, em 2015, António Chainho cumprirá 50 anos de carreira, as bodas de ouro deste “casamento apaixonado” com a guitarra, sua companheira de sempre. E que, neste contexto será editado em novembro um novo trabalho de originais, que começará a ser gravado em Serpa, nos estúdios do Musibéria, durante este mês de maio.

Costa de Grândola com 10 bandeiras azuis As praias de Melides, Comporta, Aberta Nova, Carvalhal, Pego, Atlântica, Troia-Bico das Lulas, Troia-Galé e Troia-Mar mantêm este ano a Bandeira Azul, que continua também hasteada na Marina de Troia, o que faz de Grândola, novamente, o concelho alentejano com mais Bandeiras Azuis, divulgou na quarta-feira o município local. A câmara municipal de Grândola aproveita para recordar também que, entre o oceano Atlântico e a planície alentejana, numa extensão de 45 quilómetros, a costa do concelho de Grândola “é a maior extensão de praia do País e a terceira maior do mundo”, tendo sido reconhecida mais uma vez, pela Associação Bandeira Azul da Europa, pelas condições “de natureza ambiental, de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental”.


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Moura recebe Congresso Nacional de Azeite

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ntegrado na XIII Olivomoura tem lugar hoje, sexta-feira, a partir das 9 e 30 horas, no Cineteatro Caridade, a primeira edição do Congresso Nacional de Azeite – Azeite do Alentejo. Organizado pelo Cepaal – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e pela Câmara de Moura com o objetivo “de promover o estudo e o debate em torno de setor oleícola”, o encontro divide-se em “três painéis temáticos especializados dedicados às políticas de qualidade, económicas e comerciais do setor”. A primeira edição, que reúne os principais agentes e profissionais ligados ao setor, deverá contar, entre outros, com as presenças de Armando Sevinate

Pinto, da empresa Agroges; Jean-Louis Barjol, diretor executivo do Conselho Oleícola Internacional; João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal; e Luís Folque, presidente da Casa do Azeite. O evento conta ainda com a intervenção dos deputados da Comissão de Agricultura e Mar João Ramos, do PCP, Mário Simões, do PSD, Miguel Freitas, do PS, e Manuel Isaac, do CDS-PP. Segundo Henrique Herculano, diretor técnico do Cepaal, o Congresso Nacional de Azeite “pretende ser o ponto de encontro da olivicultura em Portugal, sendo um setor com grande tradição e importância determinante em diversas áreas do nosso País”.

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No quadro da tradicional Feira de Maio, o Parque de Feiras e Exposições de Moura recebe até domingo, 11, a XIII Olivomoura – Feira Nacional de Olivicultura e o III Salão de Caça e Pesca. Eventos promovidos pela Câmara

Municipal de Moura, em colaboração com um vasto conjunto de entidades, e cujo principal objetivo é divulgar um dos produtos de excelência do concelho, o azeite, e as atividades de caça e pesca. Texto Nélia Pedrosa

Tradicional Feira de Maio decorre até domingo

Olivomoura divulga “potencial olivícola da região e do concelho” Quais são os grandes objetivos da Olivomoura – Feira Nacional de Olivicultura, que cumpre este ano a sua 13.ª edição?

No que à Olivomoura diz respeito o objetivo n.º 1 é o de divulgar o potencial olivícola da região e do concelho. E se esse é o objetivo genérico, podemos afirmar que há outros, que passam pela promoção do nosso território, pela afirmação das nossas potencialidades. Tendo em pano de fundo uma outra preocupação, que é a de fazer passar uma mensagem de esperança, otimismo e sentido de luta nesta altura tão difícil. Não nos vale de muito andarmos com lamúrias e queixumes. E se é verdade que a situação é má e os responsáveis políticos que a isto nos trouxeram têm de ser penalizados, não é menos verdade que nestas la po alturas temos de nos afirmar pela poor isso sitiva e procurando soluções. Por também fazemos questão que estaa feira mos 15 seja organizada em parceria. Somos e. entidades a pôr de pé este certame. Quais são no seu entender os principais ncipais destaques da XIII Olivomoura e porquê? rquê?

Temos apostado na inovação e na diempre versificação. Daí que tenhamos sempre novidades a apresentar. O que háá nesta guaOlivomoura? Degustações de iguarias confecionadas com azeite e azeitona. O concurso nacional de azeite virgem, que tem um número recorde de participações. Workshops e oficinas: “Benefícios do azeite para a saúde” e “Aromatização de azeites”. Maiss um showcooking de muito jovenss eicozinheiros. E ainda provas de azeinte tes comentadas. Uma componente científica marcará presença com a enmico, trega do Prémio de Mérito Académico, destinado a premiar um trabalho de investigação apresentado como disserno sutação numa instituição de ensino aberá, perior. Um lugar de destaque caberá, zeite, certamente, ao Congresso do Azeite, dos e organização do Centro de Estudos

Promoção dos Azeites do Alentejo. Esta entidade tem tido um papel de grande relevo no âmbito da Olivomoura. Vamos ter animação musical, com destaque para grupos e artistas locais. Que mais? A animação garantida pelas associações, nas tasquinhas que estarão em funcionamento durante todo o certame. A demonstração de falcoaria. A presença da GNR, que fará uma importante demonstração de segurança rodoviária, destinada aos mais jovens. A participação dos jovens da nossa Escola Profissional irá também introduzir elementos de inovação na feira. Ou seja, entre a tarde de dia 8 e a noite de dia 11 não há “horas mortas”... A feira integra a terceira edição do Salão de Caça e Pesca. O que é que se

pretende com esta iniciativa? Foi uma aposta ganha?

Foi, seguramente, uma aposta ganha. E foi-o pelo facto de termos no concelho várias associações que se dedicam a estas áreas e por termos centenas de caçadores e de pescadores. Que com regularidade promovem iniciativas e fazem valer a sua dinâmica. O que se pretende? Mostrar produtos, promover debates, fazer com que a feira seja, ainda mais, o que sempre foi. Ou seja, um ponto de encontro. Nesta iniciativa tem papel preponderante a Escola Nacional de Caça, Pesca e Biodiversidade, uma estrutura “informal” de grande interesse e que tem sido crucial para o lançamento de novos projetos. Quantos expositores estão presentes visitantes são esperados due quantos vis quatro dias de feira? rante estes qu

Temos 66 exp expositores no espaço dos pavilhões. Não contamos c aqui nem as tasquinhas nem o espaço da feira tradicional. Quanto a n números, não faço ideia. Na feira de Moura o público não paga entradas nem esse ttipo de “contabilidade” nos interessa. O que qu sabemos é que o recinto da feira está, em permanência, cheio. E animado. Pod Podíamos fazer como outros e inventar núme números – 10 000, 20 000 – mas esse não é o nnosso estilo. Que imp importância tem atualmente o setor olivícola e as atividades de caça caç e pesca na economia do concelho? conc

São atividades de grande impo portância na economia (segu guramente a olivicultura m que a caça e a pesca). mais M é também imporMas tante referir que a promoção destes temas tem t também a ver com a afirma mação da nossa identidade cultura Somos assim, temos escultural. tas prátic práticas e estas tradições e quem remos mantê-las.


vidas destroçadas, desconfiança coletiva, colonização espiritual nas escolas e nas televisões, etc. etc”. Natural de Safara (Moura), atualmente a desempenhar funções numa divisão distrital de Justiça Tributária, José Pires Campaniço foi, nos anos 80, sócio fundador da Associação de Novos Escritores do Sul e diretor do jornal literário “O Cardo”, editado por aquela associação. Tem colaboração dispersa por mais de uma vintena de jornais e revistas.

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José Pires Campaniço lança na próxima quinta-feira, dia 15, pelas 17 horas, no espaço Desassossego – livraria, bar, galeria e clube literário –, em Lisboa, a obra Um Ano em Cheio – 365 Contos Digitais, que marca o seu regresso aos escaparates após uma ausência de 22 anos. Editada pela Chiado Editora, o livro aborda, segundo o autor, as desventuras dos “entroikados”: “Insegurança no emprego, agiotagem, prepotências, solidão, malandrices,

MANUEL SILVEIRA

José Pires Campaniço lança Um Ano em Cheio

Castro Verde recebe fase distrital do Concurso Nacional de Leitura

Raça Bovina Garvonesa vai estar em destaque

Feira de Garvão até domingo

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bre hoje as portas, a partir das 10 horas, mais uma edição da Feira de Garvão, que integra também a 20.ª Exposição Agropecuária. O certame, que se prolonga até domingo, 11, com entrada livre, é uma oportunidade para locais e forasteiros apreciarem a gastronomia e o artesanato regionais, assistirem à tradicional corrida de touros (amanhã, sábado, pelas 17 e 15 horas, na praça Dr. António Semedo) e a mostras e concursos de gado, bem como de participarem em atividades equestres, entre um petisco nas tasquinhas e

um salto ao palco principal, para assistir a uma atuação musical. O programa de hoje abre, pelas 10 e 15 horas, com o Concurso Gastronómico Sabores do Porco Alentejano (tenda Showcooking), prossegue com dois encontros de criadores – do Campo Branco, pelas 12 e 30 horas, e da Raça Bovina Garvonesa, a partir das 15 horas – e com um showcooking em torno da carne de vaca autóctone. O serão musical é inaugurado, pelas 21 e 30 horas, pelos Campaniça Trio, seguindo-se-lhes Rafa & Beltran e um baile com Rui

Soares & Lau, antes mesmo da garraiada noturna, a partir da uma da madrugada. Paulo Colaço e o seu projeto “Por um par meias solas”, bem como a cantora popular Ruth Marlene, animam a noite de amanhã, sábado, que encerra com baile a cargo do DJ Jamaica. Domingo, como já vem sendo hábito em qualquer feira por estes dias, é dia de “Somos Portugal”, programa da TVI, em direto de Garvão entre as 14 e as 20 horas, altura em que Ruben Baião, o conhecido “rei dos bailes” subirá ao palco principal para encerrar a festa em grande.

A fase distrital da 8.ª edição do Concurso Nacional de Leitura vai ter lugar em Castro Verde, no próximo dia 14, com a receção dos participantes agendada para as 10 horas, na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca. Esta fase vai reunir os alunos das escolas do distrito de Beja a concurso (Beja, Alvito, Mértola, Ourique, Almodôvar, Cuba, Castro Verde, Moura, Serpa, Aljustrel, Amareleja e Vila Nova de Milfontes), e inclui uma prova escrita (EB 2,3 Dr. António Francisco Colaço), e uma prova oral (Cineteatro Municipal de Castro Verde), cujo público-alvo são os alunos apurados na prova da manhã. A apresentação estará a cargo de Jorge Serafim e contará com a presença do escritor Afonso Cruz, autor de algumas das obras escolhidas para esta fase distrital. O Concurso Nacional de Leitura é uma iniciativa da responsabilidade do Plano Nacional de Leitura, Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (Dglab) e da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), que tem como objetivos a promoção da leitura junto dos alunos do 3.º ciclo dos ensinos básico e secundário. Na primeira fase, as escolas selecionaram 2500 alunos que, neste período letivo, concorrerão à final distrital organizada por 18 bibliotecas municipais, entre elas a Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca.

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Largo D. Nuno Álvares Pereira, 12 7800-018 Beja Tel. (+351) 284 327 602 Fax (+351) 284 327 604 Email geral@hospedariadonamaria.pt www.hospedariadonamaria.pt wwww.facebook.com/hospedariadonamaria


Workshop de sushi em Aljustrel

Diário do Alentejo 9 maio 2014

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Está agendado para amanhã, sábado, no espaço Oficinas, em Aljustrel, um workshop de sushi, dinamizado pela escola Everything About Sushi. A ação irá “permitir aos curiosos e apreciadores da gastronomia oriental desvendar os mistérios desta arte centenária japonesa de cozinhar”, revela o município local em nota de imprensa. Durante a manhã, e com repetição à tarde, serão ensinadas algumas das técnicas desta nobre arte de cozinhar: desde a forma de lavar, cozer e temperar ao preparo e corte de legumes e frutas, passando pelo tratamento e corte do pescado cru e pela identificação dos diferentes utensílios da cozinha nipónica e dos produtos japoneses.

Serpa mostra emprego Serpa recebe a Feira do Emprego, Formação e Orientação Vocacional – Na Rota das Oportunidades – nos próximos dias 14 e 15. Esta será a primeira edição de um evento que irá reunir escolas profissionais, instituições de ensino superior e empresas no mesmo espaço, onde o tema principal é

o emprego. O objetivo do evento é dar a conhecer aos estudantes as possibilidades formativas profissionais e universitárias mas, também, dar a conhecer aos empresários e potenciais alunos aquilo que as escolas profissionais e as universidades fazem de melhor no campo da formação e investigação. No decorrer do

evento serão realizados vários workshops e palestras sobre diferentes experiências profissionais, entre os quais o workshop de jornalismo realizado pelo “Diário do Alentejo”. Demostração de equinos, atuações musicais, manhã desportiva, debates, entre outros, serão as principais atividades da primeira edição da feira.

São 27 as entidades que vão constituir a rede educativa e formativa da região

IPBeja e escolas secundárias e profissionais assinam protocolo

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Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e os agrupamentos de escolas e escolas de ensino secundário e profissional do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral vão assinar, no próximo dia 20, um protocolo de cooperação estratégica. Um documento que pretende, em conformidade com o Plano Estratégico do IPBeja para o quadriénio 2014-2017, “potenciar a participação e o envolvimento de outros parceiros de vocação educativa e formativa, designadamente agrupamentos de escolas, escolas profissionais e centros

de formação profissional, visando a constituição de uma rede educativa e formativa de escala regional confinante aos territórios de intervenção prioritária” do IPBeja. No âmbito deste protocolo, as 27 entidades parceiras abrangidas comprometem-se, assim, “a desenvolver todas as medidas julgadas necessárias e adequadas à promoção de uma fileira formativa regional e verticalizada, que garanta a melhor concretização dos processos ensino-aprendizagem devidamente estabilizados, assegurando a desejável oferta formativa de continuidade efetiva”.

Entrevista com Sérgio Tréfaut na próxima edição do “Diário do Alentejo”

“Alentejo, Alentejo” é o melhor filme português do IndieLisboa 2014

“A

lentejo, alentejo”, o documentário do realizador Sérgio Tréfaut sobre o cante alentejano, foi o vencedor, na categoria de filmes nacionais, do festival internacional de cinema independente IndieLisboa 2014, que chegou no domingo, dia 4, ao fim. Com esta distinção de Melhor Longa-metragem Portuguesa, Tréfaut repete assim a vitória de 2004, com “Lisboetas”, um filme sobre a imigração na capital portuguesa, destacando-se como um dos dois grandes vencedores do IndieLisboa 2014, ao lado do chileno Alejandro Fernández Almendras, distinguido com o Grande Prémio Cidade de Lisboa, com o filme “Matar a un hombre”. O júri, composto pela realizadora Margarida Cardoso, pela programadora Marie-Pierre Duhamel e pelo crítico Ariel Schweitzer, reconheceu assim, neste retrato que Tréfaut esboça sobre o Alentejo, tendo como ponto de partida o cante

– enquanto expressão musical mas também enquanto traço identitário, agregador –, a qualidade de melhor documentário português do ano. Recorde-se que este foi o filme português escolhido pela organização para abrir esta edição do festival, na noite de 24 de abril último, dando as boas vindas à madrugada libertadora de há 40 anos. Na plateia do São Jorge, assistiram à primeira projeção alguns dos cantadores que foram protagonistas, desde o município de Serpa, cujo apoio ao filme foi fundamental, como fez notar o realizador, até ao grupo dos mineiros de Aljustrel, que, vestidos a rigor, entoaram “Grândola, Vila Morena”, acompanhados pela assistência, de cravo vermelho ao peito. Uma escolha simbólica e de algum modo prenunciadora desta vitória, a alguns meses de se saber se a Unesco reconhece ou não o cante como Património Imaterial da Humanidade.


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Terra Rui Vasques, designer, realizou um estudo que foi premiado e que garante que o Alentejo é apontado como o sítio ideal para a construção em superadobe. Esta técnica utiliza a terra do próprio local e os conhecidos solos de barro são ótimos para boas construções. Edificar terras amigas do ambiente é o grande objetivo. Texto Buna Soares

Rui Vasques, designer, desenvolveu estudo que aposta na construção em superadobe

“Fazer do Alentejo um epicentro de sustentabilidade” Foi premiado num trabalho que representa um modelo social sustentável e que apresenta o Alentejo como a região que reúne as melhores condições para acolher a construção de casas em terra. Em que consiste este trabalho?

O trabalho premiado representa um modelo social sustentável que utiliza materiais orgânicos e potencia os elementos naturais e interações humanas, com os princípios de construção local, produção local de recursos e autossuficiência energética, junto com a cooperação e a geometria sagrada. Esta tese-projeto, em Design de Produção Industrial, obteve 20 valores pela complexidade dos assuntos abordados, execução de uma metodologia avançada de design (divergência/convergência), conclusões e resultados finais do projeto, consoante aplicabilidade real, seguido da obtenção do prémio de melhor aluno de curso, correspondente ao mestrado em Design de Produção de 2012. Ao criar este modelo, dividi-o por zonas correspondentes às necessidades básicas essenciais para a sobrevivência, bem-estar e evolução do ser humano no planeta Terra, em sintonia com ele, e não como atualmente, em que estamos desconectados com os fluxos naturais que o regulam. Por que resolveu estudar esta área?

No momento em que me debrucei sobre a tese-projeto, no IADE, escolhi o tema “Construções Sustentáveis”, em parceria com o LNEG. No desenrolar da pesquisa fui abordando os temas que mais me interessavam, desde a evolução do homem primitivo até aos dias de hoje, à forma como o planeta Terra funciona como um superorganismo regulado pelos fluxos naturais dos seus ecossistemas, à neurociência, estudando o processo da memória no cérebro e também o processo da visão. Também abordei temas como sociologia, marketing verde, bioconstrução, desenvolvimento comunitário e restauração de locais e espécies, questões de projeto e design, entre outros. No

Para o Alentejo, isto pode significar a hipótese para um novo “oásis de vidda”, se pegarmos neste modelo como exemplo e aplicarmos os seus conceitos a estas terras que precisam de água, vegetação, e que tanta argila possuem para boas construções. momento de passagem da informação para o projeto, decidi que faria mais sentido criar algo maior e mais complexo do que apenas uma casa sustentável, e decidi então explorar as hipóteses possíveis, e criar um projeto visual e funcional para um futuro diferente, de encontro com o desenvolvimento sustentável. E que casas são estas?

Estas casas foram inventadas pelo iraniano Nader Khalili, e desenvolvidas pelo seu Instituto Cal-Earth na California. Na minha pesquisa abrangente, escolhi utilizar esta técnica pelas inúmeras vantagens que ela apresenta em relação a qualquer outra técnica de construção (materiais locais, baixo custo, construção rápida, forte isolamento e resistência, construir em grupo, ligação à terra, etc.). E porque estas seriam desenhadas para funcionar em sinergia com os quatro elementos naturais, utilizando o mínimo de recursos para a máxima eficiência. São adaptáveis a todo o Mundo. Neste momento, já depois de ter aprendido a técnica, pretendo implementar as suas normativas de construção em Portugal, assim como otimizar o seu

processo de construção e propriedades finais, através de projetos de investigação.

de modo a conectar o melhor deste projeto, com o melhor de cada local, que vive a sua realidade.

Que poderia significar para o Alentejo?

Esta técnica (superadobe), assim como a maioria da taipa tradicional, utiliza a terra do próprio local da construção, depois de testada e analisada para o efeito. No superadobe, ao juntar cal-hidráulica na mistura, a terra molda-se dentro dos sacos, depois de prensar, e adquire propriedades da pedra, ganhando estabilidade e grande consistência e solidez. Para o Alentejo, isto pode significar a hipótese para um novo “oásis de vida”, se pegarmos neste modelo como exemplo e aplicarmos os seus conceitos a estas terras que precisam de água, vegetação, e que tanta argila possuem para boas construções, para criação de lagos e locais de produção de agricultura biológica. Ao criar-se algo deste género, pode ser integrado nos mais diversos âmbitos (ecoturismo, turismo rural, centro ambiental, parque de campismo, centro de investigação para a sustentabilidade, centro de cura, escola verde, condomínios, etc.). Adaptando-se às necessidades e que, pensado e construído de forma racional, poderá constituir um exemplo único em Portugal, e de Portugal para o Mundo, como algo promissor no futuro da espécie humana. Em sua opinião, é possível passar do papel à prática?

Não só é possível como é algo que é mais simples do que parece, pelas tecnologias já desenvolvidas e conhecimento difundido e urgente pelos problemas que enfrentamos hoje a nível global. Realizando os últimos detalhes de organização, design social, e angariação de capital, empresas de construção, energias renováveis e implementação, assim como todos os recursos, este modelo é perfeitamente possível, e com uma relação custo/eficiência/sustentabilidade nunca antes vista. A ideia será integrar estes conceitos nos recursos, clima, tradição e necessidades existentes no local de intervenção,

O Alentejo poderia, assim, acolher a primeira cidade sustentável? Já foram feitos alguns contactos?

O Alentejo seria o sítio ideal no País para avançar com estas ideias. Para além de ser o local com a maior radiação solar da Europa, para energia solar, é também uma região onde foi preservado o espírito de comunidade e os valores tradicionais, assim como a ligação das pessoas à terra, e as próprias características dos solos para cultivar, e até para construir, sendo também uma região de uma riqueza e biodiversidade notáveis. O Alentejo sofre de ameaças de desertificação em algumas zonas e em futuros próximos. Esta previsão pode servir de alerta para solucionarmos aquilo que pode vir já a acontecer. Com este tipo de soluções de empreendimentos, aliados à restauração natural, e através da aplicação dos conceitos referidos e das sinergias criadas com as comunidades, natureza e projetos locais, como Tamera, por exemplo. Estas redes que se têm criado, projetos e oportunidades, combinadas com os métodos e estratégias certas, poderiam fazer do Alentejo um epicentro de sustentabilidade, como exemplo único para o Mundo, ao ser uma região autónoma a nível de recursos, energia e até a nível económico, como objetivo final. Nestes últimos três anos (desde início de 2012), tenho corrido pelo sonho e espalhado a mensagem pelo País e pela Europa, numa missão que pretendo realizar através de Portugal para o Mundo. Fazendo a mudança global através da ação local e da criação de exemplos inovadores. Tenho criado redes de contactos e parcerias, realizando e participando em eventos, formado uma equipa, criando as estratégias e modelos de negócio para o projeto, material de promoção e audiovisual, entre todo o restante trabalho para, em breve, podermos começar a atuar com a Live With Earth, para o bem de todos.


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Precisamos de um segundo nível de administração [regionalização] porque aquilo a que estamos a assistir é cada vez mais uma centralização do poder, ao contrário da ideia que se pretende vender! José Alberto Guerreiro, “Jornal Sudoeste”, 2 de maio de 2014

Opinião

Gás natural e déjà vu Luís Miguel Ricardo Coordenador editorial

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á cinco anos atrás, quando Beja foi minada por condutas de fornecimento de gás natural, uma empresa assumiu a dianteira na apresentação da nova oferta energética. Mais por menos, mais desempenho por menos valor. Uma proposta cativante, mas que ainda assim necessitava de um trabalho de persuasão, pois a mudança implicava, na maioria das casas, obras de ajustamento. Na perspetiva dos promotores, tudo eram facilidades. A empresa responsabilizava-se pelo cancelamento do contrato vigente, pelas obras nas habitações, pelos ajustamentos nos equipamentos domésticos, e pelo fornecimento da nova energia. Na altura, em nome da evolução, da segurança, da economia e da natureza, alinhei ao lado dos promotores para persuadir os restantes habitantes do prédio. Conseguimos a mudança e a empresa cumpriu quase todas as responsabilidades assumidas, à exceção de Vencida a teoria uma. Terminadas as obras, foi da arrogância, feita a ligação à nova rede, e um não houve direito técnico externo aferiu a qualia qualquer pedido dade e a segurança do serviço. de desculpa ou Verificou-se que o fogão escomentário que tava preparado para queimar gás propano e não natural, emamenizasse bora o fizesse com menor efia indelicadeza, Na presença do inspepois praticamente ciência. tor, o novo fornecedor assumiu fui rotulado a alteração. de mentiroso Passou um dia, uma see/ou pateta. mana, um mês, um ano, dois, três, quatro, cinco anos e a correção nunca chegou a ser executada. Mudei de casa e cessei o contrato de fornecimento. Passados uns meses, precisei da casa e pedi novo contrato de fornecimento de gás natural, nos mesmos moldes e à mesma empresa. Foi marcada a inspeção com o técnico exterior e executada a operação com a presença do fornecedor. De imediato o processo esbarrou no fogão e na sua inadequação ao tipo de energia pretendida. De forma perentória, o inspetor afirmou que o fogão foi alterado no período entre o primeiro contrato de gás natural e aquela nova pretensão, pois jamais o equipamento poderia funcionar com a energia pretendida. O representante do fornecedor alinhou na suposição e eu limitei-me a comunicar os factos que contrariavam a teoria. O representante retraiu-se, pois nomeei a designação dos antecessores, mas o inspetor manteve-se certo da sua suposição, ignorandome a mim mais às minhas justificações, até ao momento em que a ligação foi estabelecida, o fogão acionado, o fogo ateado e a chama começou a crepitar sobre o equipamento. Vencida a teoria da arrogância, não houve direito a qualquer pedido de desculpa ou comentário que amenizasse a indelicadeza, pois praticamente fui rotulado de mentiroso e/ou pateta. No final, o representante da empresa

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O documentário “ALENTEJO, ALENTEJO”, do realizador Sérgio Tréfaut, foi o melhor filme português do Festival IndieLisboa 2014. Uma excelente notícia para a região e, sobretudo, para o cante alentejano que é a matéria-prima deste documento fílmico. No ano em que a Unesco se vai pronunciar sobre a elevação do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade este é, sem dúvida, um belo empurrão. PB

No terreno concreto da realidade política, bem pode dizer-se que o poder local transformou profundamente a geografia do País, no plano do desenvolvimento económico e social e as suas realizações são assinaláveis de norte a sul, pese embora alguma “obra de fachada” e porventura algum desperdício de recursos, que os seus adversários não se cansam de assinalar. Manuel Veiga, “Seara Nova”, primavera de 2014

comprometeu-se com a retificação do equipamento, com vista a um melhor desempenho. A operação seria efetuada no dia seguinte, mas a ligação ficava estabelecida, pois não apresentava perigo. Passou o dia seguinte, o dia seguinte ao dia seguinte, a semana seguinte ao dia seguinte e vamos no mês seguinte ao dia seguinte. A inspeção aprovou o fornecimento de gás, o contrato avançou e… um dia voltaremos à casa de partida: ao novo contrato, ao fogão desadequado, ao cliente pateta, à promessa de alteração e à fuga dos compromissos.

Uma singela homenagem Luís Covas Lima Bancário

temática com pozinhos de humor para alegria dos presentes. Tinha uma característica que o distinguia, apoiava e defendia por norma os mais fracos, fosse no campeonato regional ou no de elite. Politicamente, de uma forma espontânea, comparava os tempos do antigamente com os de agora. Dessa analogia, registava com facilidade as dificuldades de um tempo e de outro, mas, acima de tudo, zangava-se com a falta de valores e de referências dos atores dos dias de hoje. Apoquentava-se, e muito, com o descrédito das instituições que nos governam. Referia com azedume que não sabia para onde caminhávamos. Entristecia-se muito com a falta de rumo do País. Falei do Tio Gó, com amor, porque me dizia muito. Estive muitas vezes com ele, vivi as suas preocupações, partilhámos coisas boas e, acima de tudo, posso dizer que aprendi a ser uma pessoa melhor com os seus ensinamentos. Lembro-me tão bem das suas conversas e picardias carinhosas com o meu pai. Como disse, no dia da despedida, o meu primo Manel, seu filho, “Não se peguem e deem-se bem!”. Sempre o fizeram.

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r. José Alexandre Pacheco Covas Lima era meu tio. Deixou-nos no passado dia 26 de abril. O último de uma geração que muito fez pela sua terra, a nossa terra, Beja. Ficam cá os filhos e as netas para honrar o nome da família. Que estejam à altura de quem tanto fez e sempre soube cuidar dos seus. A responsabilidade é imensa, o orgulho é enorme. Pessoalmente, relacionou-se com todos. Recordo os momentos de boa disposição no snack-bar “O Aperitivo” nas Portas de Mértola e na esplanada do Jardim do Bacalhau. O convívio, o respeito, a partilha e o compromisso para com o próximo foram expoentes que o caracterizaram como a ninguém. Tive o privilégio de desfrutar de alguns desses momentos e reFalei do Tio Gó, cordo com ternura a amizade com amor, porque que me dedicava. Profissionalmente, foi de me dizia muito. uma dedicação extrema às suas Estive muitas causas, a medicina e as ciências vezes com ele, farmacêuticas. O Laboratório de vivi as suas Análises Clínicas e a Farmácia preocupações, J.A. Pacheco preencheram-lhe partilhámos coisas uma vida, plena de vigor, rigor e de muito trabalho. Cedo erboas e, acima de guer, trabalhar sem parar, era o tudo, posso dizer seu lema. A sua maior preocuque aprendi a ser pação foi sempre a de servir os uma pessoa melhor outros. com os seus Culturalmente, exterioriensinamentos. zava facilmente as suas faculdades. Aliás, era notória a sua aptidão para a leitura. Romances, contos e ensaios complementavam uma forma de viver. Atento ao quotidiano, nunca abdicava dos noticiários na televisão e da imprensa escrita. Nesta última, os jornais locais assumiam particular destaque. O “Diário do Alentejo” era o de eleição. Desportivamente, era adepto convicto do Belenenses, preferência que herdou do seu pai, meu avô. Sofria com as derrotas e sorria com as vitórias. Após o resultado final do jogo, mesmo que o seu clube de coração não ganhasse, era o primeiro a desanuviar o ambiente e a introduzir nova

A utopia da democracia Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

s 40 anos do 25 de Abril convidam-me a uma breve ref lexão sobre o muito que importa fazer, para realizar os ideais de Abril e da Democracia, enquanto sistema que procura responder aos legítimos direitos, deveres e aspirações dos cidadãos. Quarenta anos penso ser tempo suficiente para olharmos criticamente e construtivamente para o País que tem vindo a ser delineado ao longo destas décadas, embora seja evidente que as opiniões não serão coincidentes na leitura e nas conclusões, o que também é salutar, pois unidade é sinónimo de pluralidade e não de unanimismo. Numa coisa creio não haver dúvidas: não há verdadeira Democracia sem o voto dos cidadãos, embora ela não se restrinja a isso, e seja necessário criar e apoiar outras formas de participação dos cidadãos, de forma individual ou organizada, com caráter mais ou menos estável, sendo obrigação dos políticos ouvir as pessoas, sempre que elas se expressem dentro do quadro legal e respeitem os princípios do Estado de Direito. Para se poder avançar na utopia de um mundo melhor e mais justo, apresento, ainda que de forma sintética, algumas ideias: – Maior proximidade entre eleitos e eleitores, entre os nomes propostos nas listas e os efetivamente eleitos; – Mais clareza e transparência nas relações entre a Política e os demais setores da sociedade; – Aposta mais decidida nas novas gerações, e naqueles que estiverem disponíveis para o serviço do bem comum; – Diálogo mais abrangente entre as diversas forças políticas, na implementação de medidas de caráter conjuntural e estrutural, para além do horizonte de uma legislatura; – Maior liberdade de pensamento e de expressão dos representantes do povo, sempre que estejam em causa questões de consciência e os legítimos direitos dos cidadãos eleitores. O que acabo de afirmar são notas, naturalmente breves, da Doutrina Social da Igreja, e que é possível encontrar nos documentos elaborados, sobretudo, a partir do Concílio Vaticano II.


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Diário do Alentejo 9 maio 2014

15 É já neste sábado que a Associação de Defesa do Património de Beja retoma uma das mais antigas tradições culturais da cidade de Beja. Durante a manhã, disseminadas pelo centro histórico, várias meninas vestidas de branco e ornamentadas com flores silvestres irão permanecer nos seus tronos florais, enquanto outras deambulam pelas ruas a pedir “um tostãozinho para a MAIA”. Eu vou dar! PB

A CASA DO ALENTEJO é um dos locais mais visitados pelos turistas que procuram Lisboa. É certo que a imponência interior do palacete neoárabe onde está instalada é um chamariz imperdível. Mas também não deixa de ser verdade que, para muitos visitantes, sobretudo estrangeiros, o Alentejo começa mesmo ali, nas Portas de Santo Antão. O passo seguinte é trazê-los, realmente, à região. PB

Governar é tomar opções no presente e perspetivar o futuro. Penso que o verdadeiro programa político de quem ainda nos governa se reduz a um objetivo central, pobreza da larga maioria das pessoas. Pergunto que Portugal vamos ter após este governo PSD/CDS? José Alberto Fateixa, “Brados do Alentejo”, 1 de maio de 2014

Matemático: a melhor profissão do mundo! Gonçalo Jacinto, Fátima Pereira e Sara Fernandes Professores do Departamento de Matemática, ECT da Universidade de Évora

A Matemática é uma ciência muitas vezes incompreendida pela sociedade, quer porque existe uma grande parte da população que não gosta do tipo de raciocínio inerente à matemática, mas também porque uma parte ainda maior não associa os seus conhecimentos matemáticos a situações práticas. Na realidade, um matemático é alguém capaz de pensar de forma abstrata e de resolver problemas, sejam estes oriundos da Biologia, da Economia, da Física, da Química, da Saúde, do Desporto, da Sociologia, enfim, de qualquer área. E é esta a característica que faz com que os matemáticos sejam requisitados por empresas de todas as áreas. De facto, segundo o último estudo do Ministério da Educação, os licenciados em Matemática são aqueles que de entre os desempregados com ensino superior têm das menores taxas de desemprego do País. É interessante verificar o que se passa nos Estados Unidos da América. Em 2014, em 200 profissões analisadas, a de matemático é considerada a melhor profissão do mundo. E isto deve-se exatamente à versatilidade referida que um matemático tem no mercado de trabalho, aliado a uma previsão do aumento da procura destes profissionais. Este estudo foi realizado pelo site careercast. com, um site especializado na procura e oferta de empregos que todos os anos realiza um ranking das melhores e piores profissões segundo uma série de critérios que podem ser resumidos em: ambiente de trabalho, remuneração, perspetivas futuras, desgaste emocional e exigências físicas. Podemos ainda constatar que a de professor universitário aparece no segundo lugar. A profissão de estatístico aparece em 3.º lugar, em virtude de cada vez mais empresas das mais diversas áreas atribuírem maior importância à estatística e análise de dados para o seu crescimento, pelo que tem existido um aumento acentuado da procura destes profissionais. Ainda de referir que a profissão de atuário, um técnico com formação em Matemática especializando no cálculo de risco em seguros, aparece colocada em 4.º lugar, devido ao facto de se prever uma maior procura por parte da população dos mais variados seguros. Constatamos assim que no top 4 das melhores profissões encontram-se três que necessitam de uma formação em Matemática! Portanto, quem diria? Matemático, a melhor profissão do mundo! Durante as próximas semana, o Departamento de Matemática da Universidade de Évora irá apresentar neste espaço a “Crónica Matemática”, textos acessíveis a toda a população, sobre curiosidades e histórias relacionadas com a Matemática e suas aplicações. Fonte: http://www.careercast.com/jobs-rated/ best-jobs-2014

Cartas ao diretor deixam muito a desejar, basta os trânsitos Votar sim, em julgado de vários deles que têm passado pelos tribunais e o seu fim é nas camas devagar deias, nas indemnizações, nas penas susManuel Aires Faro

O “Correio da Manhã”, jornal de grande informação diária, trouxe a 2 de abril, que não foi dia das mentiras, um esclarecimento quanto a duas matérias muito importantes para os contribuintes que somos todos nós. No primeiro caso trata-se do imposto chamado IRS, que mais não é que o Imposto do Rendimento Singular, isto é, aquele que cada cidadão paga anualmente ao Estado em função do seu rendimento pessoal individual mesmo que seja do agregado familiar no conjunto do casal e dos filhos. Este imposto é demasiado agressivo visto que nos últimos três anos tem sido substancialmente agravado com altas taxas na formação dos cálculos matemáticos e, sobretudo, pela abolição dos benefícios fiscais a partir dos rendimentos de 80 000 euros anuais que deixam de existir e abaixo dessa verba são quase inexistentes ou mesmo nulos para aqueles que não têm família e são contribuintes líquidos e mesmo até casos há de desempregados de média e longa duração, e os pensionistas que não podem jamais exercer uma profissão e lhes saqueiam aquilo que ao longo de uma vida de dezenas de anos de trabalho descontaram se veem agora alvos do fisco. Mas é preciso ter em conta quem é amigo do contribuinte delapidado pelo fisco que tudo lhe leva, e aquelas câmaras municipais que entendem que os seus munícipes não são nenhumas vacas leiteiras e como tal fazem um esforço para lhes devolver cinco por cento do IRS, e pasme-se, dessas câmaras, que são 308, só 12, e por sinal as mais pobres cujos nomes fixamos: Ponte de Lima, Vieira do Minho, Boticas, Resende, Sabrosa, Mealhada, Manteigas, Sabugal, Oleiros, Gavião, Crato e Alcoutim é que devolvem esse benefício fiscal aos seus eleitores. No Alentejo só duas têm esse mérito e ficam no distrito de Portalegre, quase metidas na Beira Baixa, as Câmaras Municipais de Gavião e de Crato, o que é vergonhoso no conjunto das 47 câmaras alentejanas, onde as capitais de distrito Beja, Évora e Portalegre nada devolvem aos eleitores e ao que tudo indica serão as mais ricas e as que mais esbanjam as receitas municipais com eventos de fachada. Com o IMI, o fenómeno não sendo igual é semelhante, pois aí a taxação vai de 0,3 a 0,5, tendo em conta para o pagamento a qualidade da habitação, as áreas, a idade, a localização e vários itens. O entendimento municipal é o mesmo, havendo câmaras municipais mais papistas que o papa Francisco, uma vez que este imposto é exclusivamente arrecadado pelos municípios para gerirem os seus territórios. Há autarcas sérios e honestos e outros que

pensas, nas multas, fora aqueles, que são a maioria das situações, que não chegam a tribunal. Finalmente, é de lamentar que o fisco cobre a cada português mais de 200 euros do que devia no IMI, um imposto que se agravou de forma imoral, acabando num autêntico saque à mão armada. É fundamental que os cidadãos quando são chamados a votar não se esqueçam de quem na realidade é amigo do eleitor e não vote nos demagogos de todos os quadrantes ideológicos que depois de eleitos praticam a sagrada política – agora, não há nada para ninguém e quem não está bem que se mude porque durante quatro anos eu sou o maior da cantareira.

O político Rui Xavier Beja

Para Sócrates (Atenas, 470 - 399 a.C), o filósofo, nada de confusões, a expressão “não sou político” era precisamente a definição mais política que existia, porque denota, de forma clara, que se conhece in loco o que é um político. Mas a noção de político da Grécia Antiga, berço da democracia, não é propriamente a que hoje estamos costumados a ver no nosso “dia a dia”. Para os gregos, “o homem era um animal político”, e porque estava destinado a viver em sociedade (Aristóteles filósofo grego 384-348 a.c), sociedade essa designada de polis. Nesses termos, nessa época histórica, o que distinguia os políticos dos não políticos era a direito de participar ou não nessa elaboração/criação da “sociedade”. Assim, a noção de política englobava os cidadãos, os debates sobre as suas necessidades, as suas instituições e as suas lutas. A política não era um fim em si mesma, mas sim a busca de um resultado, do sucesso em relação aos resultados aguardados, basicamente a procura da democracia que adivinha das instituições “políticas”, criadas para o seu efeito. Esse fascínio quebrou-se com o passar do tempo, nos nossos tempos, os cidadãos eleitores passaram a ser apenas a “população alvo” a ter em conta pelos políticos (em sede dos programas partidários), que surgem basicamente como “maximizadores de votos” e não como representantes das populações que exercem os seus cargos com o desígnio de tornar melhor a vida dos cidadãos. Na Grécia Antiga, ser representante do povo era um orgulho imenso para quem era designado, muitas vezes, era pago com a própria vida, na defesa dos ideais que defendia em prol da população (como os

tempos eram outros!). Atualmente é óbvio que não se pretende que os “nossos representantes” políticos nos defendam com a própria vida, mas pelo menos que mantenham inalterados os direitos, liberdades e garantias, que tanto nos custaram a conseguir e plasmar na nossa constituição, nem mais, nem menos. Porém, parece difícil para atual geração de parlamentares e afins, visto que o capital sobrepassou o humano, o que deveras é estranho, visto que o “capital” foi precisamente “criado” pelos seres humanos. Mas, para concluir esta breve e singela exposição temática, basta olharmos para a própria definição que os mais ilustres dicionários de Língua Portuguesa nos facultam da palavra político, a saber: “Que pertence ou diz respeito à política ou aos negócios públicos; que diz respeito ao exercício do poder; relativo à teoria de governar; relativo ao Estado e às relações entre estados; astuto; finório; delicado; cortês; pessoa que tem responsabilidades de ordem política; que participa na vida política; que age de acordo com estratégias consideradas políticas; homem de estado; estadista”. De facto, constata-se que desde a Grécia Antiga até aos tempos modernos passaram muitos anos, tantos anos, que até a definição de política se alterou, como aquela que representava os cidadãos (politikós, em grego), e a atual que caracteriza o astuto e finório, aquele que diz respeito à política ou aos “negócios públicos”.

Fascismo

Albano Carrasco Ferreira do Alentejo

O fascismo está de volta! Ora veja-se, no dia 23 de abril do corrente ano, em vésperas de se comemorar os 40 anos do 25 de Abril, o presidente da Fundação S. Barnabé, ilustre militante do PSD, Valdemar Saleiro, procedeu ao despedimento de uma funcionária da antiga Fundação de Santo António, em Ferreira do Alentejo, sem que para tal tenha cumprido a lei. Não bastava, chamou a GNR de Ferreira do Alentejo para expulsar a dita funcionária do seu local de trabalho. Ali chegados, os militares, não obedecendo aos novos/velhos fascistas, averiguaram o que se passava, denotaram a falta de cumprimento da lei e foram obrigados a defender a funcionária das agressões verbais, e possivelmente físicas, por parte do representante do senhor Saleiro, um indivíduo de nome Paulo Madureira, antigo padre com um passado duvidoso, e atualmente deplorável. Caso esta informação não mereça interesse por parte de V. Ex.ª conclui-se que de novo os fascistas controlam os órgãos de comunicação que deviam ser independentes.


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Reportagem

Casa regional atrai cada vez mais turistas

O Alentejo em Lisboa

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a rua, na rua Portas de Santo Antão, em Lisboa, amontoam-se restaurantes que apregoam a dezenas de turistas que pisam a calçada pratos típicos da época e da cidade. Sardinha assada. O cheiro que sobressai dos grelhadores é automaticamente identificativo do peixe miúdo que ali se assa. Mas há bitoques e até pratos italianos, e empregados à porta que tentam captar a atenção dos tantos que continuam a passar de chapéus envergados e de máquina fotográfica em punho. É aqui, em plena rua Portas de Santo Antão, que está a Casa do Alentejo. Instalada num edifício construído possivelmente nos finais do século XVII, mas que ao longo dos anos sofreu profundas modificações, principalmente no princípio do século XX. À porta da Casa do Alentejo, porém, ninguém apregoa nada, mas há dezenas de turistas que a procuram, seja para contemplar o edifício, seja para apreciar as iguarias regionais que se oferecem a provar na capital, servidas tanto no restaurante como na taberna da casa regional. Há também quem só a procure para assistir ou participar nas atividades que o espaço oferece, onde a cultura e a identidade alentejana são ponto de honra e de destaque. A Casa do Alentejo, na verdade, já faz parte dos roteiros turísticos de Lisboa e são muitos os visitantes, de variadas nacionalidades, que entram diariamente por aqui adentro. Na porta lê-se: “Alentejo. Um povo. Uma cultura. Uma região”. Uma entrada discreta que dificilmente deixa adivinhar o aparato dos seus interiores. Instalou-se há vários anos no conhecido Palácio de Alverca. E deste, segundo os escritos de Guilherme Alves Coelho, em Cadernos da Casa do Alentejo n.º1, “sabe-se que pertencia a uma família aristocrática – os Paes de Amaral (viscondes de Alverca) – de quem adotou o nome de Palácio Paes de Amaral ou Palácio Alverca, cuja propriedade vem até 1981”. Em 1919 o palácio é transformado no “Magestic Club”, que é, de acordo com Guilherme Alves Coelho, “um dos primeiros casinos de Lisboa”, que mais tarde adota o nome de “Monumental Club”, mantendo-se, “já sem as suas luxosas salas de jogo”, até 1928. É, então, em 1932, que o edifício é arrendado ao “Grémio Alentejano”, posteriormente Casa do Alentejo, que em 1981 adquiriu o imóvel aos proprietários descendentes dos fundadores. Depois da porta há uma escadaria e um casal sueco sobe-a apressadamente, mas abranda o passo mal chega ao pátio árabe. A máquina fotográfica que ostenta é disparada uma e outra vez. Encantam-se, mas do Alentejo ainda pouco sabem. Em frente, porém, há uma loja que mostra todos os produtos da região e depois, uma vez lá chegados, para além dos trabalhadores, mais de 30 e alguns oriundos da região, também há alentejanos, que se entretêm a mostrar com orgulho

A Casa do Alentejo continua, ano após ano, a promover a cultura e a identidade da região em Lisboa. Uma associação regionalista, que, para além do seu papel de “dinamizadora de atividades”, garante que luta também pelo “crescimento e sustentabilidade da região”. Acontece que a casa regional já está incluída nos roteiros turísticos da cidade e são cada vez mais os turistas que a procuram. O Alentejo em Lisboa, instalado num antigo palácio, que até já foi um casino. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

a Casa do Alentejo em Lisboa. “Esta é, sem dúvida, a casa regional mais bonita da cidade. Nenhuma outra região tem uma casa como a nossa e esta é mesmo nossa, pois já não é alugada, já a comprámos. Um palácio destes, bonito, que faz justiça ao nosso chão, o Alentejo”, diz um dos sócios, Simplício Farinha, nado e criado em Fronteira, radicado em Lisboa há vários anos. Entre uma conversa e outra folheia os jornais na biblioteca. “Todos os dias cá venho. Tenho aqui muito com o que me entreter”. Voltando ao casal de suecos. Chegaram a Lisboa atraídos pelas maravilhas da cidade e a Casa do Alentejo foi-lhes apresentada por um dos guias da viagem como “ponto obrigatório de visita”. “Este é um pátio árabe”, dizem. E os arcos, as colunas, os azulejos, os pormenores na madeira e o mobiliário não os desmentem. A Casa do Alentejo tem um Pátio Árabe. Mas há mais. De salientar que o edifício foi remodelado, em 1917, pela mão do arquiteto António Rodrigues da Silva Júnior, um dos mais prestigiados da época. O arquiteto, como também é relatado em Cadernos Casa do Alentejo N.º1, foi ainda acompanhado por dezenas de “artistas e artesãos”, entre eles “mestres da pintura e da azulejaria, como Júlio Silva, Benvindo Ceia, Domingos Costa, José Ferreira Bazalisa e Jorge Colaço”. Os turistas não param de entrar e um grupo senta-se na taberna da Casa do Alentejo, no largo Manuel da Fonseca, assim apelidado em homenagem ao escritor alentejano, e porque o que se pretende é que este seja um local de encontros, de partilha, para que o largo continue a ser o centro do mundo. Bruno Silva, trabalhador da Casa do Alentejo, deixou Amoreiras-Gare, no concelho de Odemira, e rumou até Lisboa. “Estudei cinema, mas o meu pai já conhecia a casa e lembrou-se que este poderia ser um bom sítio para eu arranjar um trabalho temporário. Fiquei por cá dois anos, acabou por não ser assim tão temporário. Depois arranjei trabalho na minha área, mas acabei por preferir voltar. Agora sou taberneiro e isso dá-me algum gozo, mas aqui a componente associativa é muito grande e acabo por colaborar de outras formas, nas tardes alentejanas, entre outras iniciativas. A direção tem-me ainda permitido ir desenvolvendo na Casa do Alentejo outras coisas, tais como mostras de cinema, concertos, enfim, acabo por ser também, de certa forma, um dinamizador cultural e isso também acaba por ser compensador”, conta entre sorrisos. Antes da conversa serviu petiscos alentejanos a estrangeiros. Linguiça assada, migas, queijo da região e copos de vinho tinto. “São cada vez mais os estrangeiros que procuram a Casa do Alentejo. Aqui na taberna, por exemplo, há muitos alentejanos que se juntam, onde o


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cante alentejano acaba por surgir naturalmente e isso acaba também por agradar muito aos estrangeiros. Mesmo que um grupo de alentejanos se junte e até cante mal, há sempre um grupo de espanhóis ou alemães a baterem palmas”, diz, desfazendo-se novamente em gargalhadas. Mas Bruno Silva não tem dúvidas, esta casa é, sobretudo, um orgulho para os alentejanos. “É muito bonita, tem muito carisma. Os alentejanos encontram aqui o reflexo da sua cultura. Qualquer alentejano que aqui chega encontra pontos em comum e sente-se orgulhoso”. E, como não poderia deixar de ser, são muitos os alentejanos que também diariamente a procuram, para se sentirem mais perto de casa. A Casa do Alentejo, tal como tantos afirmam, é uma “embaixada” do Alentejo em Lisboa. “Esta é uma casa onde pretendemos que os alentejanos se sintam bem, que se divirtam, que confraternizem e que partilhem”, começa por explicar João Proença, presidente da Casa do Alentejo. E rapidamente acrescenta: “Das casas regionais de Lisboa esta é aquela que mantém uma atividade mais regular. É, digamos, a que tem maior dimensão, nenhuma outra casa regional tem esta estrutura. Temos mais de 30 trabalhadores efetivos. É uma casa que só fecha no 1.º de Maio e no Natal. É um local de encontro de alentejanos, mas também de muitos lisboetas. Sem esquecer, claro, os estrangeiros que por aqui passam diariamente. O número de visitantes de nacionalidade não portuguesa é cada vez maior”. Qual é, então, o segredo para a Casa do Alentejo, comparativamente a outras casas regionais, ter ganho esta dimensão? “Os alentejanos gostam de se juntar. Juntam-se para cantar, juntam-se para conviver, juntam-se para comer. Durante décadas esta casa foi sendo preparada por sucessivas direções e hoje continua a ser um local de encontro e com todas as condições. Por exemplo, atualmente verifica-se aqui o fenómeno dos estudantes alentejanos que estão em Lisboa e que encontram aqui uma embaixada que os recebe”. Mas há uma pergunta que se impõe. Quem visita a Casa do Alentejo depois acaba por visitar a região? “Ainda não. Essa é uma das questões que para nós é mais importante. Queremos, cada vez mais, transmitir aquilo que de bom existe na nossa região para visitar. Existem muitos pontos de interesse no Alentejo e temos de apostar cada vez mais nessa área”. Ou não fosse a missão da Casa do Alentejo “promover e apoiar a região”. Se a casa é importante para todos os alentejanos, para aqueles que estão radicados assume ainda uma importância maior. “É uma catedral, onde vem e onde encontram sempre gente conhecida. E quando não encontram as PUB

pessoas, encontram os hábitos, os livros e as revistas que falam da região e a gastronomia. Aqui respira-se Alentejo”, assegura o presidente da direção. À hora de almoço o restaurante da Casa do Alentejo está composto, os empregados deambulam entre as mesas, mas há um homem, fardado a rigor, que está na cozinha. Com roupas brancas imaculadas prepara as migas, o bacalhau, a carne de porco à alentejana, o pato no forno, entre tantas outras iguarias. É Joaquim Figo, natural de Estremoz. “Vim trabalhar para Lisboa para restaurantes. Depois entrei para a Casa do Alentejo. Estou nesta casa há quatro anos. Sou o braço direito da chefe de cozinha”, conta com orgulho. Aqui, garante,

“Das casas regionais de Lisboa esta é aquela que mantém uma atividade mais regular. É, digamos, a que tem maior dimensão, nenhuma outra casa regional tem esta estrutura”. João Proença

“come-se de tudo e com qualidade”. Mas há um prato que, sem dúvida, é o mais procurado e principalmente pelos estrangeiros: as migas à alentejana. Joaquim Figo não sabe em média quantas refeições são servidas por dia, mas garante que são muitas. E defende: “Desde que haja turismo em Lisboa a Casa do Alentejo está sempre a trabalhar”. Enquanto Joaquim se responsabiliza pelas panelas, há quem não pare de servir quem chega no restaurante. Um dos responsáveis pela sala é José Rosado, natural de Caridade, Reguengos de Monsaraz. “Vim viver para a margem sul e vir trabalhar para a Casa do Alentejo foi mesmo uma surpresa, porque anteriormente tinha trabalhado com um cozinheiro que veio trabalhar para aqui e foi ele que me fez a proposta. Cheguei à Casa do Alentejo em 1980. Trabalho aqui há tantos anos e a sensação ainda é a mesma de quando cheguei. A casa é maravilhosa, o espaço é magnífico e tem evoluído ao longo dos tempos. Nunca tivemos aqui crise em termos de trabalho e com toda esta evolução sinto-me muito bem, todos os dias é como se voltasse ao primeiro dia de trabalho em 1980”. No restaurante sentam-se mais turistas. Nas salas, devidamente adornadas, seja pela azulejaria, seja pelos frescos que se avistam, ou pela madeira devidamente trabalhada, há visitantes que entram e saem. Mas há também arranjos a decorrer, carpinteiros que se entretêm com as madeiras, pintores que dão retoques. “Há um trabalho constante de manutenção e melhoria do espaço”, explica João Proença. A conversa volta, assim, à direção, que enaltece as diversas atividades que ao longo do ano se realizam no espaço e, entre outros, destaque para “os debates, para as festividades e comemorações, para as exposições, para o apoio aos artistas, para o lançamento de livros, para o cinema, para as tardes alentejanas e para os famosos bailes”. “Há muitos alentejanos que estão espalhados pela área metropolitana de Lisboa e têm a particularidade de se associar, e muitas vezes em grupos corais. Em momentos de comemoração, por exemplo, exigem a presença de um membro da direção da Casa do Alentejo. A presença desta casa nestas terras é, assim, crucial, e representa bem a importância que a Casa do Alentejo tem para estas pessoas. A Casa do Alentejo é mesmo uma embaixada em Lisboa. Nós de facto fazemos mesmo esta ligação, com os alentejanos que estão cá e com os que estão na região”, resume Manuel Verdugo, vicepresidente da Casa do Alentejo.


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Futebol juvenil Nacional de Juniores Manutenção 2.ª Divisão 13.ª jornada Olhanense-Despertar, 1-1. Próxima jornada (10/5) Despertar-Imortal.

Desporto

Nacional de Iniciados Manutenção 13.ª jornada Louletano-Odemira, 2-1. Próxima jornada (11/5) São Luís-Despertar Odemirense-Imortal

Distrital de Juvenis 2.ª Fase – 6.ª jornada Odemirense-CD Beja, 2-1; Despertar-Castrense, 1-1. Campeão: 16 pts. Distrital de Iniciados 2.ª Fase – 6.ª jornada Serpa-Almodôvar, 1-2; Moura-Aljustrel, 8-2. Campeão: 18 pts. Distrital de Infantis 2.ª Fase – 9.ª jornada Despertar A-Sp.Cuba, 6-0; Aljustrel-Aldenovense, 9-2;

Almodôvar-Despertar, 2-2. Campeão: Despertar A, 25 pts. Próxima jornada (10/5) Sp.Cuba-Almodôvar; Aldenovense-Despertar; Despertar B-Aljustrel. Liga de Benjamins 10.ª jornada Alvorada-Boavista, 1-3; Despertar-B.º Conceição, 0-8; Sanluizense-Renascente, 4-2; V.Gama-Aldenovense, 2-5; Castrense-Ferreira B, 2-2; Alvito-Serpa, 4-3; Piense-NS

Beja, 7-0; Cab.Gorda-Moura, 0-2; Ourique-Aljustrel, 3-1; Milfontes-Sp. Cuba, 1-2; CDBeja A-Almodôvar, 1-2; Ferreira A-Odemira, 4-1. Próxima jornada (10/5) Renascente-Alvorada; Boavista-Desper tar B; CDBeja B-Sanluizense; Serpa-Vasco Gama; Aldenovense-Castrense; Moura-Alvito; NS Beja-Ourique; Moura-Piense; Odemira-Milfontes; Sp.Cuba-CDBeja A; Despertar A-Ferreira A.

Vitória Sabóia Atlético Clube, campeão distrital da 2.ª Divisão AF Beja

Uma época coroada de sucesso para a equipa treinada por José Venâncio

O Saboia é campeão... O Saboia Atlético Clube, já promovido ao escalão principal do futebol bejense, acaba de conquistar o título de campeão distrital da 2.ª divisão. Na época passada tinha sido campeão distrital do Inatel. Texto e foto Firmino Paixão

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om a aproximação do termo da temporada futebolística na jurisdição da Associação de Futebol de Beja, vão-se tornando conhecidos os campeões dos diversos escalões. Tinha sido notícia a promoção do Saboia à 1.ª Divisão Distrital; agora, a novidade é que o clube do concelho de Odemira conquistou o título distrital da 2.ª Divisão, uma jornada antes do final do campeonato e

mercê do empate em casa, sem golos, com o formação do Despertar. Assim, resta apenas conhecer a segunda equipa a assegurar a promoção, o Despertar ou o Renascente, decisão aguardada para a tarde de amanhã, quando ambos se encontrarem em Beja, para cumprirem a última ronda da prova. Os bejenses ganharam em São Teotónio na 1.ª volta, o que lhes dá vantagem se terminarem empata-

dos em pontos. O Saboia cumpre calendário no recinto do Amarelejense, equipa que não perde há duas jornadas. Resultados da 5.ª jornada: Saboia-Despertar, 0-0; Amarelejense-Renascente, 3-3. Classificação: 1.º Saboia, 11 pontos. 2.º Despertar, 8. 3.º Renascente, 5. 4.º Amarelejense, 2. Próxima jornada (10/5): Despertar-Renascente (2-1 na 1.ª volta); Amarelejense-Saboia (2-3 na 1.ª volta).

Mineiro despede-se no terreno da única equipa que lhe ganhou em casa

Almodôvar recebe o Louletano e Moura joga no terreno do Lagos

O acerto de contas...

O Moura é o novo líder

O

Mineiro Aljustrelense vai a Vidigueira procurar vingar a única derrota que sofreu no seu terreno. No 1.º de Maio, em Pias, a equipa local e o Odemirense ensaiam a final da Taça Distrito de Beja. Quando o Vasco da Gama visitou o Municipal de Aljustrel e venceu os tricolores (0-1) na 13.ª ronda do campeonato, suscitou algumas interrogações sobre a capacidade dos mineiros para manterem a caminhada triunfal até ao final da época. Um jogo menos conseguido? Um acidente de percurso? A resposta será dada no domingo quando o Vasco da Gama abrir as suas portas ao campeão. É uma ronda em que se cumpre calendário, mas de onde sobressai o jogo entre os dois finalistas da Taça Distrito de Beja, Piense e Odemirense, que ensaiam a tão aguardada final. A goleada do Serpa ao São

Marcos (recorde da prova) sobressaiu na monotonia da jornada anterior. Resultados: Milfontes-Rosairense, 2-0; Serpa-São Marcos, 9-0; Odemirense-Sporting Cuba, 3-1; Aljustrelense-Piense, 2-0; Aldenovense-Vasco da Gama, 1-4; Guadiana-Cabeça Gorda, 0-0; Castrense-Bairro da Conceição, 3-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 69 pontos. 2.º Vasco Gama, 57. 3.º Odemirense, 56. 4.º Castrense, 51. 5.º Milfontes, 47. 6.º Serpa, 41. 7.º Piense, 36. 8.º Cabeça Gorda, 35. 9.º Sporting Cuba, 28. 10.º Rosairense, 28. 11.º Guadiana, 23. 12.º São Marcos, 16. 13.º Bairro Conceição, 10. 14.º Aldenovense, 7. Próxima jornada (11/5): São Marcos-Milfontes; Sporting Cuba-Serpa; Piense-Odemirense; Vasco da Gama-Aljustrelense; Cabeça Gorda-Aldenovense; Bairro Conceição-Guadiana; Rosairense-Castrense.FP

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om a manutenção no Campeonato Nacional de Seniores assegurada, a formação do Moura já correspondeu à ambição do treinador Bruno Ribeiro em chegar ao primeiro lugar da Série H. Pode ser uma questão menor mas, sendo verdade que o segundo é sempre o primeiro dos últimos, Bruno Ribeiro quando chegou a Moura manifestou como primeiro objetivo a consolidação na manutenção e como segunda meta a liderança da série. E a equipa vai no domingo para Lagos na condição de líder, após o triunfo difícil sobre o Montemor, que antes era o líder, mas em igualdade de pontos com os mourenses. Depois do triunfo sobre o Lagos, (primeira vitória desta fase), o Almodôvar volta a

jogar no domingo no seu terreno, mas com Louletano, emblema que ainda não assegurou a manutenção e que será um forte opositor ao desejo dos almodovarenses se despedirem do seu público com um resultado positivo. Resultados da 12.ª jornada: Barreirense-Louletano, 1-1; Almodôvar-Esperança Lagos, 3-2; Moura-U. Montemor, 3-2; Quarteirense-Cova Piedade, 3-2. Classificação: 1.º Moura, 38 pontos. 2.º U. Montemor, 35. 3.º Quarteirense, 31. 4.º Louletano, 31. 5.º Cova Piedade, 28. 6.º Barreirense, 27. 7.º Esperança Lagos, 14. 8.º Almodôvar, 12. Próxima jornada (11/5): Almodôvar-Louletano; Esperança Lagos-Moura; U. Montemor-Quarteirense; Cova Piedade-Barreirense. FP


Disputa-se na tarde de amanhã a 1.ª mão das meias-finais do Troféu de Honra da Agência de Beja do Inatel, com o seguinte quadro de jogos: Vale da Oca-Luzianes Gare e Vale Figueira-Penedo Gordo. A segunda mão está marcada para os próximos dias 17 e 18.

Campeonatos do Alentejo em Elvas Os XVII Campeonatos do Alentejo de Pista disputam-se na tarde de amanhã (15 horas) no Estádio Municipal de Atletismo de Elvas, com organização da Associação de Atletismo de Portalegre, colaboração das suas congéneres de Beja e Évora e apoio do município de Elvas.

Títulos para Moura e Despertar

Com a época desportiva a chegar ao final, conheceram-se mais dois campeões da temporada 2013/2014. O Moura Atlético Clube sagrou-se campeão distrital de iniciados e o Despertar Sporting Clube conquistou o título no escalão de infantis.

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Troféu de Honra Inatel

Nacional de Masters em Almodôvar A vila de Almodôvar vai receber no próximo domingo (11 horas) os Campeonatos Nacionais de Ciclismo, nas categorias de Masters 30, 40, 50 e 60, com organização conjunta da Associação de Ciclismo do Algarve, Federação Portuguesa de Ciclismo e município de Almodôvar.

Penedo Gordo sagrou-se Campeão Distrital do Inatel 2013/2014

Um título justo em época brilhante A equipa da Associação Cultural e Desportiva do Penedo Gordo venceu Luzianes Gare, por 2-0, na final do Campeonato Distrital de Futebol do Inatel e arrebatou o título de campeã distrital da época 2013/14. Texto e foto Firmino Paixão

“U

m tributo ao entusiasmo da nossa massa associativa e todas a pessoas do Penedo Gordo que ao longo da época nos acarinharam e acompanharam sempre”, foi a dedicatória de António Calatróia, o treinador da equipa que venceu a edição 2013/14 do Campeonato Distrital de Futebol do Inatel, disputado por 34 equipas. O treinador especificou que “este título é dedicado também a todos os meus jogadores, eles fizeram uma época excelente. Não basta só termos bons jogadores, eles são muito humildes, trabalham todos os dias para serem melhores atletas e dignificaram muito o nome do nosso clube e da nossa terra”. O técnico teve também uma palavra para o adversário: “O Luzianes foi uma equipa muito digna, lutou muito para contrariar o nosso ascendente, justificaram bem a presença nesta final”. Mas, continuou Calatróia, “o Penedo Gordo fez um jogo bonito, foi superior ao adversário, foi uma das exibições mais conseguidas desta época, merecemos este título”. Quanto ao futuro, o técnico disse que “primeiro vamos desfrutar esta vitória e depois tentaremos chegar um pouco mais à frente, temos que tornar a equipa mais forte, reforçá-la com alguns jogadores que estão nos nossos planos, se for possível, claro, porque os nossos jogadores são aliciados por muitas outras equipas”. Mas o trajeto parece definido: “Vamos assumir uma candidatura ao campeonato da 2.ª divisão da AF Beja, veremos se é possível mas, como todos o respeito por esta competição do Inatel, penso que temos recursos humanos com qualidade para disputarmos uma prova federada”. O desejo de António Calatróia é, aliás, corroborado pelo presidente do clube, Joaquim Correia, que afirmou estar “com o pensamento de nos inscrevermos na Associação de Futebol de Beja.

Festa Os campeões com o treinador António Calatróia ao centro

Penedo Gordo Mariana Braz, coordenadora da Delegação de Beja do Inatel, entregando o troféu ao vencedor

Equipa Luzianes Gare, vice-campeões distritais do Inatel

Manteremos o nosso espírito totalmente amador, não temos dinheiro para pagar a jogadores, fomos sempre amadores e será assim que vamos continuar”. Contudo, lembrou o dirigente, “ainda vamos disputar a taça e a fase nacional, depois logo se vê, mas fizemos uma grande época, já no ano passado tivemos uma boa equipa mas a deste ano foi francamente melhor. Conseguimos o título, é uma alegria grande para a nossa massa associativa e um orgulho para todos nos, termos atingido o objetivo a que nos tínhamos proposto”. E lembrou: “Há meia dúzia de anos que o futebol tinha acabado no Penedo Gordo e fazia falta termos uma equipa, eu estive muito anos ligado ao clube e vieram pedir-me para ajudar a reativar o futebol, em boa hora o fizemos para darmos esta alegria às pessoas da nossa terra”. Um sentimento que contrastou com o vivido na cabine do Luzianes, mas o presidente (e treinador) do clube, Paulo Alão, foi perentório em reconhecer que “o Penedo Gordo foi um justo vencedor, temos que dar a mão à palmatória”. E recordou: “o Luzianes fez um campeonato regular, a 1.ª volta não terá sido muito boa mas a segunda foi mais regular, mudámos de treinador, eu sou o presidente da direção, mas estou sempre cá para ‘segurar a barra’ com se costuma dizer, os capitães de equipa pediram-me que f izesse alguma coisa, porque achavam que o treinador não estava a mexer bem no plantel e os resultados não eram os esperados, então, tomei conta da equipa e o único jogo que perdemos foi esta f inal ”. Paulo Alão reafirmou a vontade de manter o clube nesta competição, argumentando que “somos uma pequena aldeia no interior do concelho de Odemira, não chegamos a ter 400 eleitores, já militámos na 2.ª Divisão Distrita l mas, para mantermos o futebol na nossa terra, temos que manter a equipa no Inatel, mesmo assim é bastante dispendioso, porque só temos dois ou três miúdos da terra e a maior parte dos jogadores são de fora”.


Maratona de Futsal no Bairro dos Moinhos

Diário do Alentejo 9 maio 2014

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A Associação Bairro dos Moinhos, de Beja, organiza no próximo dia 28 de junho, no Pavilhão de Santa Maria, uma Maratona de Futsal inserida no tradicional evento designado “Noite dos Moinhos”, organizado por aquela coletividade. A prova é aberta a 12 equipas (15 jogadores) e as inscrições terminam em 20 de junho próximo (contacto 969784220/ Café Caixinha).

Penedo Gordo José Saúde

Francisco Fernandes termina carreira Decidido a colocar um ponto final na sua carreira desportiva, o treinador Francisco Fernandes escolheu o Campo José Agostinho de Matos, em Cabeça Gorda, sua terra natal, para organizar, no próximo dia 7 de junho (11 horas), um jogo de futebol entre o “Ferróbico” e uma equipa formada por jogadores que treinou ao longo da sua carreira.

Challenger e Maratona do Vale do Sado são eventos com visibilidade

Cegonhas planam sobre o Sado A Associação BTT “Team Cegonhas do Sado” nasceu há cerca de uma década em Alcácer do Sal, com o desígnio de promover o concelho no quadro dos eventos de lazer, aventura e desporto de natureza. Texto e foto Firmino Paixão

A

promoção da prática desportiva e de uma vida saudável naquela comunidade tem sido o lema de uma coletividade com 150 sócios, que congrega vontades para tornar fortes os fracos recursos com que trabalha para o bem-estar físico das pessoas. No dia em que se realizou o 9.º Challenger de Alcácer do Sal, fomos conhecer esta realidade. Jacinto Santos, o presidente das “Cegonhas do Sado”, diz que tem valido a pena estar ao leme de um projeto que as pessoas acarinham, porque a qualidade e o reconhecimento dos eventos que realizam é compensador da dedicação de todos.

Prova multidisciplinar 18 equipas, 54 atletas nas três atividades do Challenger (atletismo, canoagem e BTT)

dosear o esforço e possuir muita força mental para superar o cansaço físico, mas é limitada porque só temos 18 canoas e não podemos aceitar mais do que 54 participantes.

A cegonha e o rio Sado conjugam-se na perfeição na natureza desta associação…

Quisemos criar uma designação que fosse representativa e conseguisse agregar tanta maravilha que temos aqui no nosso concelho. Associámos essas bonitas aves que são as cegonhas, tão abundantes por aqui, a um recurso natural com tanta beleza como é o rio Sado, que nos toca tão profundamente. Foi uma designação muito expressiva e muito feliz e que, ao mesmo tempo, simboliza um pouco daquilo que é o nosso património. A associação foi criada em 2004. O que tem sido a sua atividade ao longo destes 10 anos de existência?

Costumo dizer que durante este tempo temos brincado um bocadinho, mas têm sido brincadeiras muito sérias porque, nestas coisas, temos que ser um pouco profissionais e sermos exigentes em todas as nossas organizações, nomeadamente naquilo que é a responsabilidade e a segurança que se exige em eventos com a dimensão dos que realizamos. O Challenger é uma das vossas organizações mais emblemáticas?

O Challenger é a melhor prova que a nossa associação organiza. Pelo menos, é aquela de que mais gostamos e, provavelmente, a mais representativa

A Maratona do Vale do Sado é outro evento de qualidade…

Jacinto Santos

Temos brincado um bocadinho, mas têm sido brincadeiras muito sérias porque, nestas coisas, temos que ser profissionais e exigentes em todas as nossas organizações. que se realiza nesta cidade, em termos de atividades de aventura e desporto na natureza. É uma competição multidisciplinar, num só evento conseguimos conjugar três atividades particularmente interessantes, o atletismo, a canoagem e o BTT. É uma prova muito exigente, as pessoas têm que saber

É a nossa prova rainha em termos de visibilidade. Vamos limitá-la a 300 pessoas, para podermos dar as melhores condições a quem nos visita. Os concorrentes aos nossos eventos estão habituados a serem bem recebidos em Alcácer do Sal. Temos que manter essa tradição. O BTT é a atividade mais mobilizadora nas “Cegonhas do Sado”?

O BTT é a nossa modalidade prioritária. E é importante referir que, para além das atividades organizadas pela associação, também apoiamos a deslocação dos sócios a outras provas regionais ou nacionais, em representações devidamente organizadas. Temos muita gente a participar, todos os meses temos atividade e já preparámos uma prova mítica que é Alvalade/Porto Covo, onde estaremos com cerca de 40 pessoas, todas sócias das “Cegonhas do Sado”. As águas de um recurso com a qualidade que tem o rio Sado não merecem refrescar mais os vossos projetos de desporto e aventura?

O rio Sado é uma porta muito bonita e de excelência para Alcácer do Sal, é um espelho que reflete nas suas águas

o perfil da nossa cidade, mas a nossa preferência, a nossa vocação, aponta mais para o BTT. Penso, no entanto, que com o tempo iremos incrementar a canoagem. Mas não temos um espaço próprio e isso cria-nos algumas dificuldades. As nossas coisas, o nosso património está na garagem de um ou outro amigo e juntamo-lo na altura das provas. O desenvolvimento desta associação passará pela existência de um espaço próprio. Nos tempos que correm é difícil consolidar este projeto?

Temos muitas limitações e isso obriga-nos a dosear muito bem os nossos custos. Contamos com os apoios possíveis da autarquia, percebemos que não nos podem dar muito, mas nós precisamos de mais. Temos alguns patrocinadores que nos permitem alguma estabilidade. As dificuldades são sempre superiores aos apoios, mas nós estamos cá para as superar. Não temos dúvidas quanto a isso, porque estamos muito unidos. Porque não dão mais asas às “Cegonhas do Sado” para que elas sobrevoem projetos com um caudal ainda mais ambicioso?

Esta é uma cegonha que voa baixinho, mas voa muito bem. Tem um voo certinho, vai planando, refrescando-se no Sado e abraçando as suas margens em todo o território que é o nosso concelho, que tem locais muito aprazíveis e que são cada vez mais procurados.

Contemporizando memórias que paulatinamente se dissipam num tempo que teima apagar inolvidáveis imagens desportivas passadas, enalteço, hoje, o campeonato do Inatel (Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres), antiga FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho), e o subsequente aproveitamento de gentes trabalhadoras no que concerne ao seu virtuoso desenvolvimento desportivo. O Inatel, colateralmente, insere a sua temática em diversas vertentes desportivas, sendo o semblante mais visível o futebol. Neste contexto, cito, com rigor, que no mais recôndito lugar neste imenso Alentejo, existem massas operárias que, nos tempos livres, se dedicam com dignidade a uma prática desportiva expressamente salutar. Asseguro que o futebol permanece como imaculada paixão em povoações, ou lugarejos, distantes dos maiores centros urbanos. O povo, uníssono, delira com as vitórias da sua equipa e os atletas, efusivamente, agradecem. Lanço um olhar atento pelo aglomerado demográfico do Penedo Gordo, tido como um bairro dos subúrbios de Beja, e revejo rostos de gentes que muito contribuíram, e contribuem, para enaltecer o panorama desportivo regional bejense. A Associação Cultural e Desportiva do Penedo Gordo é uma coletividade que há muito se apresenta como uma escola donde sobressaem jogadores de craveiras reconhecidas. E se no passado o Penedo Gordo assumiu um papel preponderante na aquisição de atletas para emblemas de maior dimensão regional, no presente a história repete-se. Na atual época, 2013/2014, a ACD Penedo Gordo sagrou-se campeã distrital do Inatel, vencendo a turma de GDR Luzianes no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, por 2-0. António Calatróia, treinador, e todo o staff, plantel e dirigentes, são pessoas orgulhosas pelo brilhante trabalho feito, assumindo-se, também, como dignos representantes de um povo que, literalmente, soube sempre defender a sua coerência desportiva.


A cerimónia de abertura dos Jogos Municipais de Serpa 2014 realiza-se na tarde de amanhã (17 horas) com um desfile entre a praça da República e o pavilhão do Parque Desportivo, local onde decorrerão demonstrações de várias modalidades.

Kayak polo em Ferreira do Alentejo

A Piscina Municipal de Ferreira do Alentejo recebe durante o próximo fim de semana a Taça de Portugal de Kayak Polo, competição organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem em parceria com a Associação Juvenil Ferreira Ativa.

21 Diário do Alentejo 9 maio 2014

Jogos Municipais em Serpa

Andebol 3.ª Divisão Nacional (9.ª jornada) Oriental-Almada, 24-23; Bairro Janeiro-Sassoeiros, 16-19; Olhanenses-Lagoa, 24-31; Zona Azul-Loures, 28-26. Classificação: 1.º Almada 24 pontos. 2.º Loures, 24. 3.º Zona Azul, 23. Próxima jornada (10/5): Almada-Bairro Janeiro; Lagoa-Oriental; Sassoeiros-Zona Azul; Loures-Olhanenses.

Atletas Rosa Mota e a a judoca Telma Monteiro alinharam na corrida da Wings for Life

Comporta Mais de 600 participantes saíram da praia para correr pelos que não podem

Carro Meta A viatura que perseguiu os atletas até apanhar o vencedor

Embaixadores Figuras do desporto nacional na Corrida da Comporta

Rosa Mota correu na Comporta para dar esperança a quem o não faz

Correr pelos que não podem A edição portuguesa da Wings for Live, uma corrida à escala global, reuniu cerca de 600 participantes de 22 nacionalidades, na praia da Comporta. Correu-se em simultâneo em 34 diferentes países do mundo. Texto e foto Firmino Paixão

A

Wings for Live World Run promete fazer história, na Comporta e em mais 33 percursos em todo o mundo. “Tivemos gente a correr por esta causa que tem como objetivo encontrar a cura para as doenças da espinal medula, suportando o trabalho da Fundação Wings for Live”, sublinhou Gonçalo Bettencourt, da organização do evento. “Esse é o grande objetivo”, lembrou, adiantando que “aquilo a que assistimos aqui foi fantástico, vai ser algo histórico, porque nunca existiu um evento desportivo precisamente a decorrer no mesmo segundo, tivemos largadas simultâneas e gente a correr durante a noite e madrugada, felizmente o clima estava fan-

tástico. É um desafio enorme, foram milhares de pessoas em todo o mundo a correr por esta causa” (35 397 participantes). A World Run Wings for Life (Corrida Mundial Asas para Viver) foi uma corrida de resistência, que se realizou simultaneamente em 33 locais diferentes de 32 países, em seis continentes, que em Portugal saiu da praia da Comporta com percurso pela costa da Galé com final num ponto indefinido a caminho de Vila Nova de Milfontes. Trinta minutos depois da partida dos atletas avançou o Carro Meta, perseguindo os participantes a velocidades progressivas entre os 15 e os 20 km/hora. Os atletas eram sucessivamente eliminados quando ultrapassados pelo Carro Meta e a corrida terminou 46,82 quilómetros depois da partida, quando o antigo atleta internacional António Sousa foi alcançado pela inovadora meta móvel. Sousa foi o 27.º classificado a nível mundial, numa corrida ganha pelo etíope Lemawork Ketema, que correu 78,58 quilómetros, em cerca de seis horas, na

prova realizada na Áustria (Donatal). A norueguesa Elise Selvikvag Molvik percorreu 54,79 quilómetros (34,04’) no seu país (Stavanger) e ganhou no escalão feminino. A melhor atleta feminina na corrida portuguesa foi Mária Santos, 33.ª da lista mundial, com 24,65 quilómetros. A iniciativa foi apadrinhada em Portugal por inúmeras figuras do desporto, tornados embaixadores, entre elas Mário Pardo, Ruben Faria, Hélder Rodrigues, Carlos Sá, Telma Monteiro e Rosa Mota. A campeã olímpica foi mesmo uma das participantes, e no final disse ao nosso jornal que participou “com muita alegria, porque só todos unidos faremos a diferença e aqueles que não podem correr sabem que não estão sozinhos, isso é que importa”. Rosa Mota sublinhou que “esta é uma boa causa e foi importante estarmos todos unidos para darmos esperanças àqueles que, neste momento, não podem fazer aquilo que nós fizemos, que é correr ou andar, eles não o podem fazer”, e revelou a esperança de que “sabe-se lá se um dia poderão juntar-se

a nós, a maior parte deles tiveram acidentes, nenhum de nós está livre disso, portanto devemos colaborar ativamente na procura de soluções de cura ou contribuirmos positivamente para ajudar na descoberta científica dessa cura”. Por isso, concluiu Rosa Mota,“é nossa obrigação estar todos de mãos dadas, depois este evento teve outra parte muito interessante que foi o facto de ter acontecido simultaneamente em várias partes do mundo. Tenho participado em muitas corridas de solidariedade, tenho andado a correr por quem não pode, mas esta é diferente, é um conceito inovador, com tantos atletas em simultâneo em tantas partes do mundo, não só inovador, como muito interessante”. A Fundação Wings for Life nasceu em 2004 depois do bicampeão mundial de Motocrosse, o austríaco Heinz Kinigadner, ter visto o seu filho ficar paraplégico após um acidente de moto, e procura financiar projetos de investigação que possam encontrar a cura para lesões da espinal-medula ou melhorar a qualidade de vida desses doentes.


saúde

22 Diário do Alentejo 9 maio 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Ginecologia Obstetrícia CLINIPAX Avenida Zeca Afonso, 6 1B BEJA Tel. 284322503 Tms. 917716528/916203481 Estomatologia

GASPAR CANO

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

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das 14 horas Tel. 284322503

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

Clinipax

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

cave esq. – 7800 BEJA

Neurologia

Consultas em Beja CLINIBEJA 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043 veraluciarochabaiao@gmail.com

ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar

Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313

LUZ Médico Especialista

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos

pela Ordem e Ministério da Saúde Generalista

Consultas de 2ª a 6ª

CONSULTAS DE OBESIDADE

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA MÉDICA DERMATOLOGISTA Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA

Clínica Dentária

Dr. José Loff

HELIODORO SANGUESSUGA

DRA. SÓNIA FERNANDES

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Pediatra Consultas no Centro Médico de Beja

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS

Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230

Consultas :de segunda a sextafeira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

MARCAÇÕES E CONSULTAS às 3ªs feiras, a partir das 15 horas pelos Telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA Urologia

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

Otorrinolaringologia

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA

FRANCISCO FINO CORREIA

MÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

DR. J. S. GALHOZ

DR. ÁLVARO SABINO

Ouvidos,Nariz, Garganta

Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau)

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

DR. A. FIGUEIREDO

Especialista pela Ordem dos Médicos

Pediatria

Terapeuta da Fala

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Doenças do Sangue

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

DR. MAURO FREITAS VALE

nº 6-1º B – BEJA

Obesidade

Médico oftalmologista

Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11

HEMATOLOGIA CLÍNICA

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

JOÃO HROTKO

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

Rua Zeca Afonso,

Terapia da Fala

Marcações pelo 284322446;

Hematologia Clínica ▼

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Cirurgia Maxilo-facial

Marcações a partir

VERA LÚCIA BAIÃO

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

Ginecologia/Obstetrícia

LUÍSA GUERREIRO

Clínica Geral

Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Oftalmologia

Telef. 284322527 BEJA

Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA


saúde

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

23 Diário do Alentejo 9 maio 2014

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA


necrologia

24 Diário do Alentejo 9 maio 2014

MISSA

Custódia Maria Cabrita Palma 2.º Ano de Eterna Saudade Marido, filhos e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 14-05-2014, quarta-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Salvador, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer ao ato religioso.

MISSA

Vidigueira AGRADECIMENTO

Joaquim Afonso dos Reis 6.º Ano de Eterna Saudade Há já seis anos que partiste, mas continuas mais vivo do que nunca nos nossos corações e memórias. Tua mulher, teus filhos e nora recordam-te todos os dias e têm cada vez mais saudades da tua presença. Será rezada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 11 de maio, pelas 11 e 30 horas, na igreja Paroquial de Salvada.

Zita Cordeiro Sebastião Freixial Baião Nasceu a 21.04.1936 Faleceu a 02.05.2014 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1672 de 09/05/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1672 de 09/05/2014 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 9 maio 2014 Diário do Alentejo n.º 1672 de 09/05/2014 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE ODIVELAS

CERTIDÃO NARRATIVA Eu, abaixo assinada, Sandra Cristina Vieira Ramos Neves de Oliveira Monteiro Brás, Notária do Cartório Notarial de Odivelas sito no Centro Comercial Odivelas Parque, piso dois, loja dois mil cento e dez, cédula profissional número 206, certifico que: 1 – Foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia dois de Maio de dois mil e catorze, de folhas setenta e dois a folhas setenta e quatro verso do livro de notas para escrituras diversas número cento e quarenta e um, uma escritura de justificação notarial na qual MARIA REGINA NIFRÁRIO DE PINHO TAVARES, divorciada, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residente na Rua José de Carvalho Mesquita, lote trinta – trinta e um, terceiro andar D, em São Pedro e Santiago - Torres Vedras, NIF 195 013 026, ANTÓNIO ALBERTO NIFRÁRIO DE PINHO TAVARES, casado com Jocélia da Silva Gonçalves Tavares, no regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residente na Rua Cabeço do Mestre, Edifício Campinas Parque, Bloco A, segundo andar esquerdo, em Loulé, NIF 199 145 814, e CAETANA JOSEFINA NIFRÁRIO RODRIGUES, viúva, natural da freguesia de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, residente na Rua Cristóvão de Figueiredo, número 6, primeiro andar direito, em Lisboa, NIF 114 147 884, declararam, na qualidade de únicos herdeiros de Celestino José Chagas de Lemos e de Francisca Maria Nifrário, que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, na proporção de vinte e cinco por cento para a primeiro outorgante, de vinte e cinco por cento para o segundo outorgante e de cinquenta por cento para a terceiro outorgante, do prédio urbano, composto por cinco compartimentos e quintal, com área coberta de noventa metros quadrados e área descoberta de cento e sessenta metros quadrados, sito na Rua dos Teimosos, freguesia de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, a confrontar a norte com Arsénio José Parreira, a sul com Eurico da Conceição Chouriço, a nascente com Rua dos Teimosos e a poente com Arsénio José Parreira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vidigueira sob o número mil seiscentos e dezasseis, da referida freguesia, e inscrito na respectiva matriz, em nome de herdeiros de Francisca Maria Nifrário, sob o Artigo 121. Que a parte ou direito que lhes falta no identificado prédio foi adquirido por Celestino José Chagas Lemos e mulher Francisca Maria Nifrário, em cerca de cinquenta e sete anos, por compra verbal que Celestino José Chagas fez a seu irmão Joaquim Francisco de Lemos. 2 – Mais declararam que não dispõem de qualquer título formal para proceder ao registo do direito no mencionado prédio na Conservatória, tendo-o adquirido por usucapião. 3 – Está conforme o original, na parte a que me reporto. Odivelas, dois de Maio de dois mil e catorze. A Notária Sandra Cristina Vieira Ramos Neves de Oliveira Monteiro Brás

Policlínica dos Moinhos de Santa Maria, Lda. Rua Manuel Augusto Soares Correia Nº2 7800-387 Beja Contactos: 284388278 / 960174262

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EDITAL APROVAÇÃO DO PROJECTO DE EMPARCELAMENTO RURAL INTEGRADO DOS COUTOS DE MOURA A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A. (EDIA), entidade responsável pela elaboração do Projeto de Emparcelamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, para os devidos efeitos faz saber que: 1. Terminada a elaboração do Projeto de Emparcelamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, foi este submetido à apreciação dos interessados nos termos do artigo 13º do Decreto-Lei nº 103/90, de 22 de Março. Decididas as reclamações e feitas as correções a que houve lugar, o projeto encontra-se em condições de ser submetido à aprovação dos interessados. 2. O projeto de emparcelamento foi submetido a um, procedimento de Avaliação do Impacte Ambiental e a respetiva Declaração de Impacte Ambiental, com parecer de favorável condicionado, foi emitida em 31.01.2014. 3. O projeto de emparcelamento, devidamente retificado, estará exposto todos os dias úteis de 19 a 30 de Maio de 2014, nas instalações da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Rua das Forças Armadas, em Moura, entre as 10:00 horas e as 17:00 horas. 4. O projeto considerar-se-á aprovado no caso de ter obtido a aceitação da maioria dos proprietários, arrendatários e titulares de direitos reais menores abrangidos ou a aceitação de proprietários que, em conjunto, detenham mais de metade da área a emparcelar. 5. Entende-se que não aprovam o projeto, aqueles que expressamente o declarem, no prazo de 15 dias contados a partir da última publicação deste edital, nos termos do artigo 14º do Decreto-Lei nº 103/90, de 22 de Março. Beja, 5 de Maio de 2014. O Presidente do Conselho de Administração Assinatura ilegível

GNR/CTerBeja

CONVOCATÓRIA Ao abrigo do art° 27° dos Estatutos, venho por este meio convocar a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 26 de Maio de 2014, pelas 20,30 horas na Sede do Clube, sita na Rua Frei Manuel do Cenáculo, n°17, em Beja, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direção referentes ao exercício de 2013. 2. Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2014. 3. Outros Assuntos. De acordo com o art° 31 ponto 1 dos Estatutos, caso à hora marcada não estejam presentes 50% do número total de associados, a Assembleia Geral reunirá em 2.ª CONVOCATÓRIA, 30 minutos mais tarde no mesmo local e dia, com igual ordem de trabalhos. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Francisco Mestre Raposo

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cionado, pronto a habi-

no Bairro Mira Serra.

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Mobilado

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Diário do Alentejo n.º 1672 de 09/05/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo 9 maio 2014

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Vinhos Alentejanos participam na 18.ª edição da Expovinis Brasil

CÂMARA MUNICIPAL DE SERPA

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) participou no final de abril na 18.ª edição da Expovinis, em São Paulo, Brasil. No certame, considerado o maior evento de vinho da América Latina, estiveram presentes 13 produtores alentejanos num expositor de 104 metros quadrados. A saber: Monte Novo e Figueirinha, Ribafreixo Wines, Hacienda Branca, Herdade da Ajuda Nova, Herdade do Arrepiado Velho, Monte da Capela, Herdade dos Coelheiros, Herdade Paço do Conde, Esporão, Herdade da Malhadinha Nova, Henrique Uva/ Herdade da Mingorra, Herdade dos Cotéis e Santa Casa Vitória. As provas foram comentadas pelo crítico de vinhos Rui Falcão e todos os seminários tiveram lotação esgotada.

EDITAL Carlos Alberto Bule Martins Alves, Vereador do Pelouro da Divisão de Obras Municipais e Ambiente da Câmara Municipal de Serpa: Torna Publico, nos termos do artigo 21º do Dec. Lei nº 411/98 de 30 de Dezembro e do art.º 23 do Regulamento do Cemitério, que tendo passado mais de três anos sobre a data de inumação das sepulturas constantes neste Edital, sepultados no Talhão F, deverão os familiares ou responsáveis dos cidadãos falecidos, apresentar-se nos serviços competentes Sector de atendimento da Câmara Municipal de Serpa, em dias úteis das 9.00H às 14.00H, até 30 dias após a publicação deste Edital. Mais se faz saber, que nos termos da lei e findo o prazo estabelecido, se os interessados não comparecerem ou não promoverem quaisquer diligências nesse sentido junto dos serviços desta Autarquia, serão feitas as exumações das ossadas sendo as mesmas removidas para lugar apropriado no Cemitério. Serpa, 09 de Abril de 2014 O Vereador do Pelouro da Divisão de Obras Municipais e Ambiente Carlos Alberto Bule Martins Alves

Empresas Após um mês d abertura, a de DepilConcept De já con já o quistou o prrém mio dos “ttop p 5” q qu ue o grup gr u o ma mastter e r da Depi De pilC lCo on o ncceept pt dest de stac a a meens n al alme ment nte. e.

Franchising destaca-se na área da fotodepilação permanente

DepilConcept chegou a Beja Abriu no final do mês de janeiro, em Beja, junto à Caixa Geral de Depósitos, e já conquistou muitos corações na cidade. DepilConcept é um franchising que surge com um conceito completamente inovador na área da depilação e a preços imbatíveis. Publirreportagem Sandra Sanches

S VENDE-SE MORADIA C/ 4 SUITES (centro da cidade) Tlm: 917 202 481 E LOJA +- 90 M2 (junto escola secundaria) Tlm: 917 202 481 (ACEITA-SE EVENTUAL PERMUTA)

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urgiu em 2007, inserida no grupo Concept, e tem como objetivo apresentar um serviço único e inovador no mercado português. Uma rede de franchising certificada a nível nacional e internacional pretende fazer chegar a estética, com qualidade a um valor acessível, a um maior número de clientes. Em Beja a ideia surge pelas mãos de Ângela Santos, responsável pelo espaço e formada na área de estética há mais de 20 anos. A aposta passa pela tecnologia de ponta aliada ao profissionalismo. Uma marca presente em mais de 47 centros de norte a sul do País, incluindo uma das ilhas, e estrangeiro, do seu portefólio destacam-se os serviços de fotodepilação, depilações, fototerapia flash e ainda tratamentos para manchas, couperose, derrames, acne e de fotorejuvenescimento. Estão também contemplados os serviços de permanente e pintura de pestanas, micropigmentação, alisamento de sobrancelhas e depilação com linha,

esta última a destacar-se como novidade na cidade. De salientar ainda que o espaço disponibiliza produtos complementares aos tratamentos ali efetuados, como protetores solares e géis regeneradores, entre outros. Vinte euros por zona e por cada sessão, sem dúvida que tem permitido uma rápida e sólida expansão da rede e a internacionalização da marca. Mas se 20 euros por zona é acessível, imagine comprar um pack para várias zonas do corpo, cujo valor pode chegar aos 11 euros por zona? Desengane-se quem pensa que chega ao espaço e faz imediatamente um tratamento. Porque uma rigorosa análise passa pelos valores deste espaço, o tratamento é adequado a cada cliente de acordo com vários aspetos, nomeadamente os vários tons de pele. De salientar que todos os tratamentos são indolores, não provocando reações nem vermelhões na pele. Ângela Santos apenas apela para que o cliente cumpra com o plano que lhe é indicado. De facto, quatro a seis sessões de 21 a 21 dias parecem ser o suficiente para se verificarem resultados, mas, dependendo da zona a tratar, muitas vezes uma única sessão já revela resultados. O segredo para combater os tão “indesejáveis pelos” parece ser o tratamento, através da tecnologia de luz pulsada, sua fase de crescimento. No espaço, os tratamentos adequam-se

tanto ao sexo feminino como masculino, desde que a partir dos 15 anos. A fototerapia, um recurso muitas vezes utilizado no tratamento e cura de diversas patologias, consiste numa série de tratamentos à base de processos fotoquímicos que não queimam, nem provocam danos à superfície da pele. O paciente é tratado através de determinados comprimentos de onda, gerados por equipamentos como lasers, diodos emissores de luz e lâmpadas fluorescentes, as quais estimulam e inibem certas atividades das células favorecendo o rejuvenescimento e recuperação tecidual. No espaço, das 10 às 19 horas, a agenda está cheia, mas Ângela tenta sempre encontrar forma de colocar mais um cliente. Levar um amigo ou amiga é sempre benéfico para o cliente, pois o mesmo ganha uma zona do corpo a tratar. Estratégia ou não, mimar o cliente está nos valores éticos deste espaço e o certo é que não há mãos a medir para tanto trabalho. Profissionalismo e inovação aliam-se à experiencia das mãos de Ângela Santos, responsável pelo espaço, Cristina Jorge, na área da fototerapia, e Rita Caixinha, esteticista. Ângela Santos não deixa de agradecer a todos os clientes que da clínica já fazem parte, bem como à família, particularmente marido, mãe e sogros, que a apoiaram neste projeto desde o início.


O aluno bejense Vasco Brito Lança foi recentemente distinguido com o Prémio Especial do Júri, na modalidade de poesia (2.º ciclo), no âmbito do concurso Uma Aventura Literária 2014, promovido pela Editorial Caminho. O aluno frequenta a Escola Básica de Santiago Maior de Beja e verá agora publicado o trabalho premiado, recebendo também como brinde um cheque-livro. A editora felicita o aluno e a respetiva escola “pela qualidade do trabalho, que encantou

o júri”, e informa que este ano estiveram a concurso 10 035 trabalhos individuais e de grupo, de mais de 400 escolas do ensino básico e secundário de todo o País. A cerimónia pública de entrega dos prémios decorrerá no próximo dia 2 de junho, pelas 14 e 30 horas, perto dos pavilhões da Editorial Caminho, junto ao Espaço Leya, na Feira do Livro de Lisboa (Parque Eduardo VII), estando já confirmada a presença das escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

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Aluno bejense premiado pela Editorial Caminho

Pais Continuamos a dar fruta, legumes e muitas gargalhadas aos nossos pequenotes. Divirtam-se.

A páginas tantas... A OQO Editora acaba de lançar pelas mãos de Tina Meroto e Iratxe López de Munáin um Hansel e Gretel renovado. Em várias versões desta história, uma das mais conhecidas dos irmãos Grimm, a situação inicial é composta por dois elementos: a pobreza da família e a crueldade da madrasta, o primeiro elemento servindo de pretexto ao segundo. Na sua primeira versão de 1812, os irmãos Grimm falavam da mãe, mas em versões posteriores, como a de 1819, introduziram a personagem da madrasta, que não estava ligada aos filhos do marido por laços de sangue. Esta adaptação, baseada na primeira versão da história, fornece elementos originais, diferenciando-se de outras interpretações. A verdadeira causa do abandono, neste caso, é a extrema pobreza dos pais. Tanto o texto como a imagem procuram transmitir a união da família. Não estamos perante uns pais desnaturados, pelo contrário, sentem pena e remorsos por se verem obrigados a tomar uma decisão drástica que acaba por ser errada. Nesta história aparecem também os conceitos de perdão e de generosidade. As crianças não guardam rancor aos seus progenitores e, no seu regresso, tudo volta à normalidade e partilham os tesouros não só com os pais mas também com todos os habitantes da região.

Dica Iratxe López de Munáin é uma ilustradora espanhola, residente em Barcelona, uma cidade que transpira arte. Trabalha com várias editoras e estúdios de publicidade. Organiza ainda ateliês de ilustração para crianças e adultos. Vamos espreitar mais do mundo desta senhora em http://www.domestika. org/es/iratxemunain/ portfolio

À solta Adorámos este dominó e apesar de ser comecializado pela empresa Unlimited Design a um preço muito convidativo, resolvemos trazê-lo para a tua página para que uma vez mais possas ver a infinidade de objetos, jogos, brinquedos que se podem fazer com o cartão canelado. Da próxima vez que aparecer lá por casa uma caixa, já sabes, não a deites fora. http://www.fler.cz/zbozi/kartonove-domino-4976337


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Letras O leopardo

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Boa vida Comer Costeletas de porco panadas com salsa Ingredientes: 8 costeletas de porco do cachaço; 4 dl. de vinho branco; 8 dentes de alho; q.b. de sal grosso; q.b. de pimenta branca moída; 200 gr. de banha de porco alentejano; 2 ovos; 80 gr. de massa d pimentão; q.b. de pão ralado; 1 ramo de salsa. Confeção: Depois das costeletas arranjadas tempere com sal, pimenta, alhos picados, vinho e massa de pimentão. Reserve no frigorifico de um dia para o outro. Entretanto pique um pouco de salsa e misture com o pão ralado. (Reserve) Bata os ovos numa tigela e passe as costeletas. De seguida passe-as pelo pão ralado e frite em banha quente. Escorra em papel absorvente. Sirva com batata frita caseira e salada. Bom apetite… NOTA: Cuidado com o sal, visto a massa de pimentão já conter.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Corrida integrada na Ovibeja

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centenária praça de toiros “José Varela Crujo” voltou a abrir as suas portas, no passado sábado, dia 3 de maio, para receber a corrida de toiros integrada na 31.ª Ovibeja. As cortesias voltaram a ser feitas ao som da marcha “Quinta Maria” interpretada pela Banda da Sociedade Capricho Bejense, que após um ano de reorganização voltou a abrilhantar as corridas de toiros em Beja. Pena que apenas se tivessem vendido cerca de 1100 bilhetes, para uma corrida com data afirmada, e com um cartel bem rematado. A crise que afeta os portugueses é uma realidade, e assim, pensamos que o preço dos bilhetes em praças com mais de 3.000 lugares, como esta, têm que ser revistos. Lidaram-se seis toiros de Varela Cujo, de apresentação inquestionável e a transmitir emoção as bancadas. Todos eles com qualidade, o que levou justamente a que no final o ganadeiro fosse merecidamente chamado à praça. O maestro João Moura toureava a primeira corrida da temporada em Beja, o que possivelmente afetou o seu rendimento no primeiro da ordem, levando a que a lide não emergisse. No seu segundo já esteve mais no registo da “casa” Moura, com ferros com colocados remates adornados com ladeios, fechando a sua atuação em Beja com uma rosa. Luís Rouxinol é um caso invulgar de sucesso no distrito de Beja, somam-se êxitos atrás de êxitos e esta corrida não fugiu à regra. Teve em “sorte” dois toiros a pedir

contas, o primeiro com quase 600 kg, mas Rouxinol foi para a luta, e deixou duas atuações de encher o olho, a eleger bem os terrenos que pisava e a deixar ferros com emoção. Terminou a sua atuação em Beja com um grande par de bandarilhas e um palmito. Foi o triunfador desta tarde! Tito Semedo, veio à sua casa, à procura do triunfo. Esperou o seu primeiro toiro à porta dos sustos, levou-o nas crinas da montada até o parar no centro da arena, recebendo logo aí uma forte ovação. Sabe o que faz e tenta fazer bem feito. No segundo valeu-lhe a entrega e a experiência para dar a volta por cima a um toiro bravo e sério. Tito está pronto para mais uma temporada! Nas pegas os “Varelas” não complicavam, mas exigiam que tudo fosse bem feito, e nesta tarde os forcados não facilitaram, pautando-se pelo êxito da forcadagem. Por Cascais, abriu a função Bruno Cantinho, seguindo-se Ventura Doroteia, ambos à primeira tentativa e finalmente o cabo Joel Zambujeira, à segunda, após ter sido violentamente derrotado, na primeira tentativa, fraturando duas apófises vertebrais, ainda assim, conseguiu ter força para consumar com galhardia na tentativa seguinte, e com alguns forcados do grupo de Beja a saltar para ajudar a consumar a pega, mostrando a todos a verdadeira essência da camaradagem entre grupos. Os Amadores de Beja pegaram todos os seus toiros ao primeiro intento, através dos forcados Francisco Santos, que teve irrepreensível perante o tal “Varela” de 585kg, Miguel Sampaio e Ricardo Castilho. No final, e em ambiente de festa, todos os intervenientes foram ovacionados no centro da arena. Dirigiu a corrida o delegado técnico tauromáquico Tiago Tavares, assessorado pelo médico veterinário, dr. João Infante. Vitor Morais Besugo

ascido no final do século XIX, o príncipe de Lampedusa só nos últimos 30 meses da vida – morreu em 1957 – se dedicou a escrever o romance histórico que, por muito tempo, existiu apenas na sua imaginação. Quando o fez, nele dispôs sabedoria – sobre a história e a política italiana de meados do século XIX – e o seu conhecimento da alma humana. São essas qualidades, além das descrições magníficas sobre a sociedade italiana em mutação – “É preciso que tudo mude, se quisermos que tudo fique como está”, é a famosa máxima de Dom Fabrizio Corbera, príncipe de Salina –, o modo como se entretece vida íntima e pública e a complexidade das personagens composta que definem a genialidade de O leopardo. Depois de uma versão revista e integral deste clássico ter sido editada anteriormente pela Teorema, a D. Quixote repõe uma obra que se encontrava esgotada. Esta nova edição revista, inclui prefácio e notas de Gioacchino Lanza Tomasi (filho adotivo de Lampedusa), que esclarecem como se processou a primeira edição (e as edições subsequentes) desta obra, que foi, ainda em vida do autor, rejeitada por duas grandes editoras italianas. Popularizado pela genial adaptação cinematográfica realizada por Visconti, em que Burt Lancaster assina o desempenho da sua vida como Fabrizio e em que Alain Delon e Claudia Cardinale – belíssimos, ambos – representam a união de duas classes numa Itália em convulsão, O leopardo é fundamental em qualquer biblioteca. Filme e livro não se anulam antes se potenciam e, se partilham o enredo, projetam sensibilidades de dois autores geniais. Maria do Carmo Piçarra

Giuseppe Tomasi di Lampedusa D. Quixote 18,90 euros 336 páginas


Filatelia A juventude em destaque na exposição de Alcains

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omo na oportunidade aqui anunciámos, decorreu em Alcains, de 21 a 27 de abril, uma mostra de filatelia comemorativa do 10.º aniversário da fundação da associação de dadores de sangue local. Para assinalar o acontecimento também foi emitido um selo personalizado e um carimbo comemorativo. A afluência de visitantes ao certame terá rondado o meio milhar o que, para um evento desta natureza e, nesta região, é um número muito elevado, bastante superior ao de muitos outros que se realizam noutros locais do País, bem mais populosos e mais familiarizados com este tipo de manifestações culturais. Foi grande o interesse demonstrado pelos alunos de sete turmas do Agrupamento de Escolas José Sanches de Alcains – São Vicente da Beira, que nos dias 22 e 23, acompanhados pelos seus professores, visitaram a exposição. Um dos membros da organização acompanhou cada uma das turmas, dedicando mais atenção a uma ou outra das participações expostas, realçando um ou outro pormenor de uma coleção, ou de uma das peças filatélicas que a constituíam, que pudesse passar despercebido ao grupo que acompanhava. Junto da Aula Filatélica, participação da Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra que, como não poderia deixar de ser, foi uma aula de doutores, aos principiantes filatélicos, foi chamada a atenção, principalmente para o que se não deve fazer no colecionismo filatélico.

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Foi oferecido a cada um dos jovens visitantes um sobrescrito com vários selos e blocos filatélicos que foram oferecidos à organização para este fim, pelos serviços de filatelia dos correios. O mesmo tipo de material filatélico também foi oferecido a vários visitantes adultos que manifestaram interesse nele. Paralelamente à mostra de filatelia decorreu uma exposição de trabalhos manuais feitos por utentes do Lar Major Duarte Rato de Alcains e uma outra de desenhos, feitos por alunos de várias turmas do agrupamento de escolas e que tinha, como tema, a Dádiva de Sangue.

A todos os pequenos artistas, para além da lembrança que levaram como visitantes da exposição, foi feita uma outra oferta, também de material filatélico, em agradecimento pelo seu valioso contributo para a riqueza do evento. A exposição dos dadores de sangue beirões foi um excelente exemplo da cooperação e solidariedade que deve haver entre as instituições que têm como obrigação servir a população. Neste caso a aniversariante, a Associação de Dadores de Sangue da Beira Interior Sul, foi presenteada com esta realização, pela Associação de Dadores de Sangue de Beja, que, pela mão do seu Grupo Filatélico, a tornou possível e, pelo empenhamento dos autarcas responsáveis pela Junta de Freguesia de Alcains e pela Câmara Municipal de Castelo Branco. Sobre esta necessária solidariedade entre instituições e a população em geral, leia-se o que Cristina Granada, presidente da Junta de Freguesia de Alcains escreveu no catálogo da exposição: “A freguesia de Alcains recebe com muito agrado e sentido privilégio a presente exposição de filatelia da iniciativa do Grupo Filatélico da Associação Humanitária de Dadores de Sangue de Beja em homenagem à sua congénere alcainense – a Associação dos Dadores de Sangue da Beira Interior Sul – na data em que se comemoram 10 anos de efetivos e nobres serviços. A comunidade local, que tem sabido corresponder aos apelos de dádiva de sangue da associação, pode agora desfrutar de uma magnífica exposição filatélica, que traz a Alcains peças jamais vistas nesta vila. Refira-se que sem o prestimoso apoio da Junta de Freguesia de Alcains, não teria sido possível a realização do evento”. As fotografias mostram-nos a inauguração do Posto de Correio pela presidente da Junta de Freguesia de Alcains e o professor Manuel Carlos com alguns dos seus alunos. Geada de Sousa

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“Romeu e Julieta - Encontro Desencontro”, uma produção da Companhia de Dança Contemporânea de Évora, é a proposta para o serão de hoje da 24.ª Primavera no Campo Branco, em Castro Verde. A coreografia, de Benvindo Fonseca, sobe ao palco do cineteatro municipal, a partir das 21 e 30 horas, inspirada no “mundo enigmático das emoções” e com uma trama, “rica em simbolismos”, que se centra “na sincronicidade no encontro, no desencontro, no baile, nas famílias antagónicas, no amor, no desgosto e, por fim, na cripta, envolta em elementos que remetem para a natureza, desde paisagens alentejanas ao crepúsculo, a flores e auroras boreais”.

“Romeu e Julieta” dançado hoje em Castro Verde

Fim de semana

Amanhã, em Beja, nas Portas de Mértola e jardim

Festa das Maias celebra dois mil anos de história

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om a primavera, que já está aí em pleno, nos campos e nos jardins, a tradição das Maias, com dois mil anos de história, regressa a Beja amanhã, sábado, com uma festa que tem início pelas 10 horas, nas Portas de Mértola. A organização é da Associação para a Defesa do Património de Beja (ADPB), que desafia os mais novos, entre Maias, Aios e Aias, a celebrarem o mês da deusa Maia ou Dona Bea, vestindo de branco, adornando-se com flores silvestres, e quem sabe repetindo a tradição de pedir um “tostãozinho para as Maias”. A parte da manhã será animada com música e artes de rua, pelos alunos do Conservatório Regional e da Escola Bento de Jesus Caraça, sem esquecer as atuações dos grupos bejenses Adiafa e Bubedanas. À tarde, a partir das 15 e 30 horas, convidam-se todos, avós, pais e filhos, a merendar no Jardim Público da cidade, e a assistir a momentos de teatro para a infância, pelo Teatro Fórum de Moura, jogos tradicionais, com a associação juvenil Arruaça, contos e histórias, a cargo de Ana Santos e Fátima Silva. Para terminar, há música com os Nau, Alentejanos e António Zambujo e “surpresas” para as Maias, Aios e Aias que se apresentarem a concurso. “Eles merecem ao representar 2000 anos de História de Beja”, desvenda a organização.

Terras Sem Sombra regressa a Beja A 10.ª edição do Terras Sem Sombra – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo terá “um dos seus momentos altos” amanhã, sábado, com a subida ao palco, na igreja de Santa Maria da Feira, matriz da cidade de Beja, pelas 21 e 30 horas, do ensemble Capella Duriensis, sob a direção musical do maestro britânico Jonathan Ayerst. Béla Bartók, um dos compositores mais originais e versáteis da primeira metade do século XX, e a polifonia portuguesa dos séculos XVI e XVII, dão o mote para este concerto que marca, finalmente, “o regresso à capital do Baixo Alentejo de um festival nascido à sombra dos monumentos e das tradições musicais da cidade”, explica a organização, a cargo do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. O concerto dá pelo nome de “O Sagrado e o Profano: Aliterações Húngaro-Portuguesas” e coloca em destaque um património europeu comum aos dois países, unidos por laços plurisseculares, entre os quais se destaca a herança do cristianismo.

Rui Correia expõe um ano de fotografia em Aljustrel As Oficinas de Formação e Animação Cultural, em Aljustrel, inauguram hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, a exposição “365 dias | 365 fotografias”, de Rui Correia, que ficará patente até ao próximo dia 31. O autor, natural de Aljustrel mas a viver em Albufeira, expõe nesta seleção de trabalhos o resultado de um projeto que consistiu em tirar

fotografias todos os dias durante o ano de 2013. “Um compromisso exigente ao nível da criatividade, de tempo e disciplina”, que o obrigou a pôr em prática todo o conhecimento adquirido e que é espelhado nas diferentes linguagens fotográficas utilizadas: o retrato, a fotografia de rua, as paisagens naturais e urbanas, a macrofotografia, o abstrato, a fotografia noturna, light paintings e startrails.

Trinta anos de Guadiana para ver no Museu da Luz O Museu da Luz, na aldeia da Luz, concelho de Mourão, inaugura amanhã, sábado, a exposição temporária “Guadiana 86 – 14”, que reúne fotografias da autoria de Duarte Belo numa “viagem pelas margens do rio Guadiana entre 1986 e 2014, colecionando imagens do que era e do que é hoje o maior rio do sul do País”, desvenda a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA). A mostra, com imagens a preto e branco, pode ser visitada gratuitamente neste primeiro fim de semana de abertura ao público, mantendo-se patente até 23 de novembro. No dia 7 de junho terá lugar uma visita-passeio, com passeio no lago Alqueva e visita guiada à exposição, pelo autor Duarte Belo.

“Habitar as Imagens” na Galeria dos Escudeiros Inaugurada ontem, quinta-feira, na Galeria dos Escudeiros, em Beja, a exposição de artes plásticas e multimédia “Habitar as Imagens” mantém-se

patente até ao próximo dia 7 de junho, dando oportunidade ao público de conhecer os trabalhos realizados por alunos da licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia do Instituto Politécnico de Beja. Beja recebe, assim, a segunda exposição de uma itinerância que se iniciou no ano passado, no Centro de Artes de Sines, reunindo cerca de 80 obras nos domínios da animação 2D, design editorial, ilustração, fotografia, infografia, instalação e vídeo. A mostra celebra também os 10 anos do curso de Artes Plásticas e Multimédia e “coloca em evidência o potencial transformador da criação na especificidade do contexto cultural onde se desenvolve, num diálogo permanente entre o local e o próprio objeto artístico”.

Poema “Grândola Vila Morena” celebra 50 anos É inaugurada hoje, pelas 18 horas, nos antigos paços do concelho de Grândola, a exposição “José Afonso: Andarilho, poeta e cantor”, umas das iniciativas previstas, até o fim do mês, para celebrar os 50 anos do poema “Grândola Vila Morena”. Recorde-se que foi em 24 de maio de 1964, na sede da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (Smfog), que Zeca Afonso leu pela primeira vez o poema dedicado a Grândola, que haveria de ser senha de uma revolução e hoje um hino de resistência intemporal. Assim, no pátio da Smfog também será hoje, pelas 18 e 30 horas, apresentado o livro Livra-te do Medo, de José António Salvador, pelo encenador Hélder Costa.


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O “Diário do Alentejo” está a socorrer-se das suas próprias páginas para recordar os momentos que precederam e que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Sem qualquer intuito científico, histórico ou sociológico, pretendemos apenas dar a conhecer aos nossos leitores a forma como um pequeno diário de província olhava para a região, para o País e para o mundo há precisamente 40 anos. E uma das grandes conclusões que podemos retirar desta revisitação é que por vezes, afinal, a história repete-se.

Diário de uma Revolução (6) Paulo Barriga

“Um ambiente criado para si”

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alta neste título o remate: “minha senhora”. “Um ambiente criado para si, minha senhora” era o slogan publicitário com que o restaurante e cervejaria Henribar, que ainda hoje existe na praça da República de Beja, se atrevia agora, maio de 1974, a cativar para as sessões de fado um público até há 15 dias atrás perfeitamente inimaginável: as mulheres. Já sabemos que os dias que se seguiram à Revolução foram de uma luminosidade impossível de repetir. Da madrugada para o dia, tudo o que parecia ser, de ser deixou. E, naturalmente, essa euforia também chegou às páginas dos jornais através dos anúncios publicitários. Sinais dos tempos, ou o princípio do estado a que isto chegou, como diria Salgueiro Maia, foi o incremento exponencial de reclames promovidos pela banca, ainda não nacionalizada, oferecendo as “maravilhas” do dinheiro a crédito. Portugal estava em transe. A vida vivia-se num só dia, como se amanhã fosse longe demais. E para recuperar o “tempo perdido”, as senhoras podiam agora, sem qualquer pudor ou desconforto, acompanhar até às duas da madrugada os acordes dos “artistas profissionais” Ilda Marques, João Mouro, Henrique Silva e irmãos Franco. No Henribar. A publicidade, na altura o termo propaganda comercial era mais usado, é a verdadeira arte da persuasão. As suas mensagens são sempre tão sumarentas e convenientes como as laranjas de inverno, depois de uma açorda de alho. Podem não levar à ação pretendida no imediato, mas deixam a sua nódoa na memória de quem as recebe. E por serem tão atuantes e atuais, os textos publicitários constituem-se como uma fonte curiosíssima dos tempos e das sociedades em que são emitidas. Hoje não lembraria a nenhuma empresa anunciar a possibilidade de as “senhoras” assistirem livremente a uma sessão de fados, como não lembraria anunciar a existência de águas correntes no quarto de uma pensão, como o fazia, entre muitas outras, a Pensão Lidador, na rua dos Infantes. Ou a reparação de ferros de engomar, ou a venda de para-raios, ou a limpeza de máquinas de escrever ou namoros como este: “Exma. Senhora, as suas toiletes são um encanto, mas ficavam uma verdadeira sedução com as joias da Ourivesaria Pereira”. A publicidade é um verdadeiro decalque do seu tempo. E estes eram os tempos do “Diário do Alentejo” há quatro décadas. Tempos em que as joias da Ourivesaria Pereira rimavam com os automóveis Morris-

-Marina que a Acail vendia na avenida Miguel Fernandes ou com a versão 304 da Peugeot, que a empresa LA Cameirinha acabava de introduzir no Alentejo. “Carros” da moda que traziam várias novidades como “faróis de marcha atrás”, “espelho na pala de sol” ou “porta-luvas com chave”. Poderemos imaginar que, no território do “DA”, depois do êxodo registado nas últimas décadas do Estado Novo, não haveria grande clientela para estas novidades. Mas o regresso ou a simples “visita” dos emigrantes animava e muito o mercado. Como bem percebeu a gerência da grande superfície comercial bejense da época: “À entrada ou à saída de Portugal o Supermercado Urbano apresenta-lhes as mais cordiais saudações e reafirma-lhes todo o seu apreço e estima”. Mas ontem como hoje, o grande motor da economia regional era a agricultura. A Acail dizia que tinha “a técnica e a experiência ao serviço da lavoura”. A Trigal era importadora das “poderosas” Alfaias San Eloy. A Sipema comercializava “material de rasto” para maquinaria agrícola. E José Cândido Chícharo anunciava a ceifeira-debulhadora 970 da John Deere, que aumentava o rendimento em 25 por cento. No terreno a propaganda era outra. O Movimento Democrático de Mulheres decidia, em Lisboa, celebrar a 19 de maio a memória de Catarina Eufémia. Os agricultores do Alentejo promoviam em Beja uma reunião plenária aberta aos trabalhadores “com o propósito de poder esboçar-se a reestruturação da sua atividade, face à situação política”. Em Alcácer do Sal, o lavrador Luís Lopes despedia 15 trabalhadores que tinham comemorado o 1.º de Maio. O verão prometia aquecer os campos do Alentejo, mas esses são calores para os próximos episódios do “Diário de uma Revolução”.

As mais significantes primeiras páginas do “Diário do Alentejo” publicadas em abril de 1974 estão em exibição na galeria de exposições temporárias do Museu Regional de Beja, na rua dos Infantes, até 22 de maio.


Nº 1672 (II Série) | 9 maio 2014

9 771646 923008

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nada mais havendo a acrescentar... Hospital Os ponteiros do relógio levam o tempo às costas. Tão devagar. O tempo é uma coisa tão pesada quando se espera. O nervosismo rói as unhas das pessoas hipnotizadas pelo cansaço e pela preocupação. Algumas calam-se, preferem a omissão porque a dor é tanta que não a conseguem dizer, moem-se com os seus pensamentos, imaginam o pior. Outras falam, descarregam palavras como barragens demasiado cheias de medo. E as palavras são moscas tontas, cegas, batendo nas paredes, no vidro do relógio, nas janelas, na falta de paciência. Falam e procuram os olhos de alguém que lhes sustente o discurso para parecer um diálogo. As vozes são arame farpado a

enrolar-se nos ouvidos, na garganta, no peito, no coração dos que desesperam. Quando se abre uma porta, as cabeças rodam como molas de ossos e pele, os olhos acendem-se e os corações aceleram. Mas as batas passam com os seus sapatos brancos feitos de silêncio, fecham outra porta e as bocas dos que esperam suspiram, os dedos passam pelo cabelo, a testa tomba para as mãos, os olhos tentam empurrar os ponteiros para a frente. As pessoas trazem nas mãos relatórios que não entendem e é por isso que nos hospitais cheira sempre a ciência e a fé. Lá fora, os bombeiros fumam cigarros e esperam que a dor se despache e os chame. Vítor Encarnação

quadro de honra Margarida Guerreiro, 16 anos, natural de Moura Treina no vizinho Boxerpa, clube através do qual conquistou este ano os títulos de campeã regional e nacional de boxe feminino, na categoria de juniores. Mas é em Moura, cidade onde nasceu, que reside e estuda, frequentando o 11.º ano na escola secundária local.

Campeã nacional (juniores) treina no Boxerpa

Boxe foi “amor à primeira vista”

A

ideia feita de um universo masculino, onde reina a violência, fez com que a família não a apoiasse imediatamente. Aprender boxe como forma de “defesa pessoal” foi, assim, a sua porta de entrada numa modalidade pela qual se apaixonou instantaneamente e na qual já se distinguiu como campeã regional e, mais recentemente, nacional. Estranhamente, praticar um desporto de combate não a tornou mais agressiva. Antes pelo contrário. “Desde que entrei para o boxe sinto-me uma pessoa muito mais calma”, confessa. Que significado tem para si este título de campeã nacional de boxe feminino (juniores)?

Para mim, ter ganho o campeonato nacional foi a prova de que, com muita dedicação, trabalho árduo, e muita, muita vontade de ganhar, conseguimos atingir os nossos objetivos. Sendo um desporto que ainda tem pouca expressão no nosso território, e sendo também um universo mais masculino, como é que o boxe entrou na sua vida? PUB

Há dois anos atrás um familiar entrou para o boxe e comentou isso comigo. E, como já tinha experimentado inúmeros desportos, senti-me logo cativada. Contudo, a minha mãe não me deixou praticar a modalidade visto que era praticada cá em Moura só por homens. Porém, este ano integraram no boxe a vertente de defesa pessoal, e eu, dizendo à minha mãe que seria uma mais-valia para mim saber defender-me, inscrevi-me no boxe/defesa pessoal. Logo no primeiro treino percebi que gostava mesmo muito de boxe; pode dizer-se que foi amor à primeira vista. Os meus pais, avós e o clube apoiam-me muito, na medida em que possibilitam a minha ida aos treinos a Serpa. Ao princípio não apoiaram a minha decisão, exatamente porque julgavam que o boxe pertencia a um mundo de homens e que implicava muita violência. No entanto, depois de assistirem a alguns dos meus treinos no Boxerpa perceberam o quanto eu gostava da modalidade e perceberam que não existia violência. O que sente quando luta; em que medida é que o boxe a faz feliz?

Quando subimos a um ringue sentimos um misto de sensações. Há um completo alvoroço de sentimentos a palpitar dentro de nós, desde a paixão até à extrema alegria, passando um pouco pela loucura. Estranhamente, no meu caso, quando toca o sino há uma calma que me preenche. Muitas pessoas julgam que os desportos de combate nos tornam agressivos, mas esse é um pensamento completamente erróneo. No meu caso em particular, desde que entrei para o boxe sinto-me uma pessoa muito mais calma. Depois dos títulos de campeã regional e de campeã nacional, o que se segue? Quais são os passos e os projetos que tem em mente?

De momento estamos a trabalhar com o intuito de aperfeiçoar a parte técnica do boxe. Possivelmente este ano iremos à taça centenária, taça de Portugal e luva de prata. Este ano tenho como objetivo ganhar experiência e competências para poder jogar no estrangeiro representando o meu clube, Boxerpa, Moura e Portugal. Carla Ferreira

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¶ As temperaturas mantêm-se quentes ao longo do fim de semana, em todo o território, oscilando entre os 30 e os 31 graus. Isto apesar de entre amanhã e domingo, 11, estarem previstos períodos de céu muito nublado.

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Alvito debate bullying no Dia da Família A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Alvito promove, no âmbito do Dia Internacional da Família, que se assinala a 15, uma ação de sensibilização sobre bullying. A sessão, que é organizada em parceria com o município local, é dirigida a pais, encarregados de educação e técnicos, e decorre na biblioteca municipal, a partir das 18 e 30 horas. Luís Fernandes, psicólogo e autor do livro Plano Bullying, é o orador convidado. Pelas 18 horas, é inaugurada no mesmo espaço uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Alvito, sob o tema “Família”.

Antigos alunos do Liceu de Beja almoçam em Lisboa O núcleo de Lisboa da Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja vai promover mais uma “jornada de convívio” já no próximo dia 17, e convida para o efeito “todos os que frequentaram aquele estabelecimento de ensino”. O almoço está agendado para as 13 horas, na Casa do Alentejo, na rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa. As inscrições podem ser feitas até domingo, dia 11.

Bombeiros Voluntários de Beja celebram 125 anos A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Beja celebra 125 anos de vida com um programa comemorativo que decorre entre os próximos dias 17 e 18. No sábado, 17, pelas 15 horas, está previsto um simulacro nos Moinhos de Santa Maria, seguido da entrega de diplomas aos sócios com mais de 25 e 50 anos de inscrição, no salão nobre da associação, a partir das 18 e 30 horas. Uma hora mais tarde, serve-se um Porto de Honra e é inaugurada uma exposição alusiva. No domingo, 18, o dia começa com o hastear das bandeiras, seguindo-se, até à hora do almoço, uma homenagem aos bombeiros falecidos, no cemitério da cidade, a receção às entidades convidadas, uma visita à exposição alusiva e o lançamento de uma revista alusiva à efeméride. Pelas 10 e 45 horas, decorre a sessão solene e, duas horas mais tarde, o tradicional desfile de viaturas.


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