Botucatu lança programa de arborização urbana
Programa tem como objetivo o plantio de árvores e envolverá parceiros como CPFL e FCA/Unesp

INEZITA BARROSO, 100 ANOS DE UMA ESTRELA

Inezita Barroso é a inspiração de muitas violeiras, sua trajetória desbravou o caminho para que muitas mulheres adentrassem ao mundo musical. A região de Botucatu com suas cidades vizinhas como Pardinho, Bofete, São Manuel, Pratânia, entre outras, eram muito queridas por Inezita, pois é terra de grandes nomes da música caipira, dessa forma percebe-se o vínculo que a rainha do folclore brasileiro tinha pela região.
Inezita Barroso foi uma das maiores referências da música de viola no Brasil. A cantora, nascida em 04 de março de 1925 em São Paulo, faria 100 anos em 2025 e celebrar seu centenário é um lembrete da eternidade que a música é capaz de evocar.
Com essa missão em mãos, Karoline Violeira trará uma homenagem emocionante para o CAT Sesi Botucatu no dia de hoje, 21 de março, às 19h, em mais uma sexta-feira musical, o show: Inezita Barroso, 100 anos de uma estrela.
Com uma seleção de sons que marcaram a carreira de Inezita, a jovem violeira cria um paralelo entre o ontem e o hoje, que liga a história musical e a vida de mulheres artistas em um ciclo de inspiração, criação e imortalidade.
Essa atividade especial faz parte da nossa programação cultural gratuita e estaremos esperando vocês. Acesse o portal Meu Sesi e faça sua reserva
Link: https://www.sesisp.org.br/evento/37abba77-e77d-4bcc-ab73-2f976aa3aa4b/inezita-barroso-100-anos-de-uma-estrela


Botucatu lança programa de arborização urbana
Programa tem como objetivo o plantio de árvores e envolverá parceiros como CPFL e FCA/Unesp
A Prefeitura de Botucatu, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, lançou o Programa Botucatu Cidade Viva. O lançamento foi marcado por uma ação participativa de plantio com 40 alunos da escola municipal EMEFI Hernâni Donato.
O local escolhido para dar início a arborização do município foi uma praça ao lado da Escola, localizada no Residencial Cedro. A ação também contou com a presença da CPFL Paulista, autoridades municipais, entre elas o Prefeito Fábio Leite, a Secretária de Meio Ambiente Bianca Picado, secretários e vereadores.
O programa é organizado e planejado pela Secretaria do Meio Ambiente em parceria com a Zeladoria e Educação, além da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp de Botucatu e a CPFL para revitalizar e plantar novas árvores no município.
Diversas frentes são contempladas nesse programa, desde a supressão de árvores que estão em risco de queda até o plantio, cuidado, manutenção das árvores e educação ambiental.
Uma das etapas será o Programa Arborização Segura, em que a CPFL realizará o levantamento e mapeamento de árvores em risco de queda e/ou que estejam ameaçando o abastecimento de energia elétrica, por estarem em meio da fiação urbana. Após esse diagnóstico, a árvore será removida e uma nova espécie, adequada as carac-
EXPEDIENTE
terísticas do local, será replantada. Além desta árvore suprimida que será substituída, a CPFL fará a compensação com a doação de mais 14 mudas que serão plantadas em áreas determinadas pela Prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente
Em paralelo e junto a esta ação da CPFL, a Secretaria de Meio Ambiente fará o plantio de mudas em ruas, praças públicas e escolas. Esta primeira ação de plantio que aconteceu nesta segunda-feira (17) marca o início deste programa que, ao longo dos anos, irá transformar a arborização do município.
O objetivo é que outras regiões da cidade recebam o mesmo tipo de ação, mobilizando e tendo a participação da comunidade e escolas. A parceria com a FCA/Unesp será essencial para o embasamento técnico na seleção das espécies e direcionamento de plantio.
Além de arborizar a nossa cidade, o Programa Botucatu Cidade Viva tem como finalidade proporcionar qualidade de vida, saúde do meio ambiente e a sustentabilidade da cidade, melhorando a qualidade do ar, proporcionando sombra, além dos benefícios para o meio ambiente como a mitigação as mudanças climáticas, aumentando a biodiversidade fornecendo abrigo e alimento aos animais. (ACONTECE BOTUCATU)
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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“A vida é assim....”
José Maria Benedito Leonel
A vida é uma estrada que vira carreadô, que por sua vez vira trieiro; é uma avenida que se faz rua e rua que se faz ruela, de becos.
Assim foi e é!
E agora, José?
O que sobrou, o que faltou?
Sobrou uma vontade de voltar no tempo, de andar descalço, de escolher pedregulhos coloridos, de vê o pai chegando na mula Pitanga e a mãe lavando roupa no rio Petiço, onde nóis, crianças, brincávamos. Sobra saudade!

Saudade de mim, da meiga escola, da moça dona da pensão e do coração. Saudade dos filhos pequenos. Hoje, eles crianças, só nos retratos. Saudade mesmo da felicidade, sempre tão simples, tão pura, tão gostosa.
Sobrou vontade de mais vida em cada trecho da estrada, da avenida.
Eu sabia que era assim que seria.
O que faltou? Parece que nada! Tive perdas e ganhos. Os pais foram embora, mas andam comigo, no que penso, falo e faço. E vieram os netos, anjos de Deus morando no coração da gente.
E agora José?
Olhe-se, enxergue-se, se veja e responda porquê viveu e pra quem viveu. Se sabe e gosta das respostas brinde a vida e sorria. Eu sei e bem, que os carros de boi cantam no carreadô e que as crianças brincam nas ruelas dos becos. Há vida feliz nos trieiros e ruelas. Acredite! Simples assim.
Homenagem a Zé da Luz (poeta paraibano) que diz “a velhice não me espanta, carro de boi, quanto mais velho, mais canta.”

“Estátua”
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA

As crianças tem o poder inato de nos transportar para a nossa infância.
Dia desses, estava na sala de espera do dentista, aguardava sozinha na saleta destinada às crianças, decorada com mesinhas e banquinhos imitando bichos como tartarugas e porquinhos
Num dos cantos tem desenhada na parede uma árvore, onde se penduram macaquinhos.
Era o dia que se comemoram o Dia das Mulheres, e as simpáticas recepcionistas tinham nos brindado com um bombom Sonho de Valsa e um bilhete comemorativo.
Guardei o meu na bolsa, comportadamente para comer depois.
Sobre a pequena mesa da saleta muitos desenhos recém pintados, lápis de cor, e sobre eles um daqueles bombons.
Fiquei ali tomando um copo de água enquanto aguardava.
Num repente a pequena entrou correndo em busca do seu desenho e do bombom esquecido.
Fiquei por alguns momentos olhando-a e sorrindo encantada. Ela olhou para mim surpresa.
Perguntei: “como foi com o seu dentista? Doeu muito?”
Olhando-me direto nos olhos, respondeu com aquela sinceridade infantil encantadora, abrindo a boca e mostrando o dentinho recém tratado:
- “Olhe foi esse dente aqui.Não doeu”.
E me segredou sua tática para que tudo fosse bem: -Eu me fiz de “estátua”.
Lembrei do meu primeiro dentista, Dr. Jair Rodrigues Alves, muito querido.
Ele e Dona Lola, sua esposa, foram amigos da minha família por toda vida.
Naqueles tempos que ele me tratava dos dentes, não sei se era especializado para tratar de crianças, como temos agora.
Lembro de um consultório comum, com o cadeirão antigo e o famoso boticão, aquele tenebroso aparelho para tratar as cáries, que nos fazia estremecer dos pés á cabeça: terrores da criançada.
Chegando as tão aguardadas férias escolares do Rafael de Moura Campos, íamos de trem para Avaré, onde moravam meus avós maternos: Angelina, mais conhecida por lá como D.Nenê, meu avô Gijo, vindo da Itália com 6 anos.
Saíamos de casa ainda de madrugadinha, ainda caindo de sono, e íamos para a esta-

ção, pegar o trem.
Meu pai, Camilo, ia na frente andando muito rápido, bem no meio da rua, logo depois ia minha mãe Yolanda, mais conhecida como Filhinha, e eu e minha irmã íamos mais atrás, tropeçando nos paralelepípedos barulhentos.
A viagem de trem era para nós uma aventura.

Brigávamos para sentar perto da janela para olhar a paisagem. Íamos encantadas vendo tudo, bebendo o verde das árvores.
Ao chegar em Avaré, íamos de charrete até a casa da vovó.
Ao saber da nossa chegada, nossa bisavó Constantina Miatello, mãe do Vô Gijo vinha nos ver.
Era uma italiana doce, me lembro de seus beijos estralados em minhas bochechas, enquanto dizia: Maria Vérgine!
Em seus grandes bolsos do avental, sempre tinha para nós aquelas balas azedinhas, verde, laranja e vermelha, embaladas em papel transparente.
Passava horas ali matando as saudades, contando causos do Tio Tone e do “Sirvio”, seus filhos.
Mas quando resolvia ir embora, sempre pedíamos que ficasse um pouco mais.
Ao que ela sempre respondia muito séria: - “Non, beata casa mia.”
Quem ouve pensa, “deve morar num palácio”, mas era um quartinho pequeno onde tinha uma cama e uma cômoda, junto a porta um pé de peras.
Naqueles áureos tempos, ainda não brincávamos de estátua.