Edição 1135

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br

Esta data é uma homenagem a todos os direitos conquistados ao longo dos anos pelos brasileiros como cidadãos, além de representar todos os valores e objetivos da nação republicana.

Nesta data os brasileiros são convidados a refletir sobre o significado do lema da bandeira nacional: “Ordem e Progresso”, que simboliza a república nacional desde 1889.

O Dia Nacional do Progresso é celebrado anualmente em 27 de junho.

A frase “Ordem e Progresso” é uma abreviação de uma famosa citação do positivista Augusto Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.

Neste sentido, a palavra “Progresso” está relacionada com a ideia de melhorias e avanços, seja em questões sociais básicas para todos, como para o melhoramento econômico e tecnológico do país.

MINHA HISTÓRIA

Novo livro de Fulvio José Chiaradia, onde narra a sua própria história de vida, com suas vivências familiares e profissionais. Fulvio já havia escrito livro sobre seu pai

– consagrado jornalista de Botucatu: Pedro Chiaradia – que exerceu a sua cidadania de forma exemplar. Na página 3, artigo sobre o livro “Pedro Chiaradia: Documentário de uma Vida Exemplar”. É uma lição de vida. Exemplo de cidadania.

Diário da Cuesta

Positivismo

O positivismo é uma corrente filosófica do século XIX que aposta na ordem e na ciência para a obtenção de progresso social.

O positivismo é uma corrente teórica inspirada no ideal de progresso contínuo da humanidade. O pensamento positivista postula a existência de uma marcha contínua e progressiva e que a humanidade tende a progredir constantemente. O progresso, que é uma constatação histórica, deve ser sempre reforçado, de acordo com o que AugusteComte, criador do positivismo, chamou de Ciências Positivas. As Ciências Positivas teriam a sua mais forte expressão

na Sociologia, ciência da qual Comte é considerado o fundador.

O positivismo também incorporou, na teoria de Comte, elementos políticos e ganhou, nos trabalhos de John StuartMill, um escopo mais ético e moral. Isso acabou reforçando o molde de uma teoria política positivista, fundada na ordem e no conhecimento para se alcançar o progresso.

Essa teoria ressoou na política brasileira, mais especificamente no início do período da Primeira República, pois o marechal Deodoro da Fonseca (primeiro presidente do Brasil) e outros políticos que participaram do governo tinham fortes influências positivistas

Monumento em homenagem ao filósofo Auguste Comte, fundador do positivismo.*

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a
jornal.

Diário da Cuesta 3

Homenagem ao Pai!

“Eu era criança e queria ser igual a ele. Adolescente, procurei meus próprios caminhos. Então cresci e descobri que queria ser igual a ele.” Nilzan Guanaes.

No jornalismo, o registro dos CIDADÃOS

PRESTANTES, é sempre sinalizadora e importante. E quando essa homenagem é sobre um Pai Exemplar, ela se reveste de brilho especial, mais ainda quando é escrita por seu filho. Acaba de ser publicado o livro “Pedro Chiaradia – Documentário de Uma Vida Exemplar”, de Fúlvio José Chiaradia É uma lição de vida Exemplo de cidadania

Pedro Chiaradia nasceu no Brasil mas como era costume naquele tempo, foi para a Itália, terra de seus pais, para estudar. Formou-se “Ragioniere” (Guarda-livros), retornando ao Brasil em 1912. No entanto, com a eclosão da 1º Guerra Mundial, Pedro alistou-se no Exército Italiano, em 1915, participando bravamente da guerra. Em 1920, retorna ao Brasil, atuando como professor da Escola Italiana Dante Alighiere Em 1924, casa-se com Oliva, filha do imigrante italiano, pioneiro industrial em Botucatu, Virgínio Lunardi e de Stella Paulini Lunardi.

Pedro e Oliva tiveram sete filhos: Lívia, Edda, Vera, Innocente, Fúlvio, Maria de Lourdes e Mirna.

Pedro atuou como Guarda Livros (contador), jornalista, professor e empresário. Como empresário teve atuação na cinematografia, tendo sido pioneiro, juntamente com Peduti e Eichemberg da empresa de cinema com unidades em todo o estado de São Paulo Posteriormente, consolidada como Empresa Teatral Peduti Mas foi com sua atuação como empresário da comunicação que Pedro marcou sua atividade cidadã em Botucatu. À frente de um grupo de idealistas, fundou, em 1935, o jornal “FOLHA DE BOTUCATU”. O jornal encerrou suas atividades em 1960, deixando registrada a sua presença na formação cívica da cidade e sua firme defesa das boas causas da comunidade.

Pedro, considerado o “Mestre do Jornalismo” em Botucatu, privou da colaboração de ilustres botucatuenses: Hernâni Donato, Francisco Marins, Elda Moscogliato, Eulico Mascarenhas de Queiroz, Gilberto Pereira Machado, José Pedretti Netto, Sebastião de Almeida Pinto, Manoel Paes de Almeida, Antônio Tílio Jr., Osmar Delmanto, Sebastião da Rocha Lima e tantos outros jovens idealistas.

Em 1988, por sugestão e incentivo de Elda Moscogliato – a CRONISTA DE BOTUCATU! – editamos a 2ª fase da “FOLHA DE BOTUCATU”, com artigos de Elda Moscogliato,Hernâni Donato e Francisco Marins. A NOVA FOLHA surgia como homenagem àquele período jornalístico de alto nível e de grande identificação com a população botucatuense. Já em sua primeira edição, o novo jornal trazia artigo sinalizador de Hernâni Donato:

“...A todo o exposto, vai acrescida uma singularidade da maior importância: o nome do jornal. O Armando Delmanto escolheu o que deverá pesar sobre a sua mesa de diretor, como permanente responsabilidade Pois a anterior “Folha de Botucatu”, nem está tão perto, no tempo, que iniba a nova titulagem, nem está longe o bastante para que remeta ao limbo do esquecimento o papel sobremodo importante que desempenhou na vida citadina. Seria um nunca terminar a relação de causas que defendeu, de valores intelectuais que agregou, revelou, burilou e cedeu para instâncias mais amplas do que o fazer jornalístico e literário...”

“...Sob os bons augúrios da “Folha” do Pedro, começa a “Folha” do Armando. Embora não haja cordão umbelical entre ambas, a aura existe. Que ela e a juventude e o empenho do realizador alcancem grandes feitos para o jornalismo da cidade ”

E efetivamente, a nova “Folha” se orgulhava da “Folha” do Pedro e a ele fazia a sua homenagem, posteriormente incorporada ao meu livro “Memórias de Botucatu”, 1990, como uma justa homenagem a PEDRO CHIARADIA:

“PEDRO CHIARADIA”

Com ele floriu a mais bela e rica época da imprensa botucatuense. Nobilitou a comunicação escrita, fazendo dela, com a grandeza despreendida de um mestre, o porta-voz das legítimas aspirações desta Botucatu nobre na grandeza de suas origens Fez do jornal uma tribuna e por ela infiltraram-se os fatos históricos que marcaram para a cidade, os grandes acontecimentos. Apreciação serena, equilíbrio de opinião, critério nos julgamentos. Severidade para com a solércia enganosa, incentivo aberto para com os planos construtivos, defesa impertérrita das justas causas.

Viveu com o povo e para o povo botucatuense.

“D’Artagnan da pena”, como dele disse o saudoso Mascarenhas, esgrimia em todas as direções. Cavalheiro maneiroso e fidalgo em todas as contendas. Fez do jornalismo, arte e ciência. Despojado de ambições pessoais nele entrou e sai pobre O que lhe endossa a nobreza de ação

Trazia cultura européia vasta, multiforme,bem sedimentada. Herdeiro de fina sensibilidade latina, possuía estilo próprio, inconfundível Sutil, elegante, percuciente, aligeirava em graciosos sueltos a mais profunda crítica Ia ao âmago sem sangrar

Seus editoriais foram acadêmicos. Sóbrio, antológico, tinha o poder admirável da análise Discernia com profundez os mais surpreendentes e atordoantes acontecimentos e lavrava em sentenciosos juízos a mais serena opinião Viveu intensamente o verdadeiro jornalismo O jornalismo clássico que não se curva às injunções temporais

Como Eça de Queiroz, foi no jornal que ele tanto amou, tudo: paginador, compositor, revisor, impressor, chegando mesmo à vassoura e à limpeza dos tipos, desde que ao leitor viesse a edição impecável, a tempo e hora. Foi um herói quixotesco fazendo da imprensa a sua fascinante Dulcinéia. Que, esquiva, fugidia, escapou-lhe das mãos, consumindo-lhe num grande ideal, aos anos e à saúde combalida

Fina ironia, a sátira elegante, a penosa imagem do cotidiano que ele tão bem sabia colori compunham o suelto desenvolto que transformava em comicidade hilariante o mais trágico dia-a-dia.

Depois dele, nunca mais tivemos outro Petrus Petronius. Mas sobretudo, o mestre. Soube rodear-se de gerações de jovens. E, com seu atilado sentido, qual minerador capaz, classificou pepitas autênticas. Percebeu os veros talentos e iniciou-os. Sobre sua mesa se acumularam bisonhos ensaios, canhestros versos, tímidos rascunhos. Leu-os todos, com a grave autoridade do julgador.

Depois selecionou. Corrigiu, aprimorou, riscou, transpôs, suprimiu, tudo levandoà linguagem escorreita, à manifestação clara do pensamento autêntico, à comunicação concisa, simples, pura. Perfeita.

Exigiu, brigou, magoou, enalteceu, depurou, incensou e, finda a trabalhosa fase dos iniciados, abriu-lhes os reais valores, os largos umbrais de uma caminhada longa e gloriosa.

Ele forneceu às terras nacionais, num raro e único exemplo, o mais rico e belo contigente de escritores de que tanto se ufana a nossa Botucatu tradicional.

Foi Membro Honorário da Academia Botucatuense de Letras: PEDRO CHIARADIA.”

Esse artigo publicado na edição de 13 de agosto de 1988 – há 25 Anos! -, na “Folha de Botucatu” e, ao depois, passou a compor no livro lançado em 1990, “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, o capítulo “HOMENS QUE FIZERAM BOTUCATU”, que era o registro dos grandes vultos do passado e do presente, verdadeira coletânea das Gerações Botucatuenses.

“De “Folha” a “Folha”

Ao amigo Fúlvio Chiaradia, os meus cumprimentos e o meu abraço amigo. No DIA DOS PAIS, o seu livro presta a sua carinhosa homenagem. Já havia dado o nome dele ao seu único filho: Pedro Chiaradia Neto.

Fúlvio Chiaradia, economista conceituado em Botucatu, já publicou a história do BTC – Botucatu Tênis Clube. Teve atuação profissional na implantação e no sucesso da FAMESP. Bem sucedido cidadão botucatuense, teve participação efetiva em empresas e em movimentos sociais a favor da comunidade.

Como a PEDRO CHIARADIA , podemos afirmar que FULVIO JOSÉ CHIARADIA é um CIDADÃO PRESTANTE!

(Blog do Delmanto, 11 de agosto de 2013)

“A vida é ligeirinha por demais…”

Ando cismado que a vida me pregou uma peça, que me deu um pealo seco. Eu não sabia que ela, a vida, tão curtinha, tão ligeirinha.

Mas é!

Parece que foi outro dia mesmo que eu era criança no canto de invernada onde nasci; parece que foi ontem que nóis brincava no meu arruado, no meu lugarejo. Mas não foi, não! Já foi a vida inteira, quase.

Desta vez não vai dá pra sê peão de comitiva no pantanal, pra morá num quilombo, numa aldeia indígena, num acampamento cigano. Não vai sê desta vez que vou vivenciar suas vidas e conhecer suas almas. Vou seguir por aí sem berrante e arribadas, sem causos, raízes e remédios, sem cores, cantigas e danças.

Também não vou ouvir o canto do uirapuru que, como criou o Alexandre Kadunc, ”EXIGE SILÊNCIO”. Nem pra fazê o caminho de Santiago de Compostela vai dá desta vez. Fazê o quê, não

dá, não dá, uai.

Desta vez não vai dá pra brindar aventuras em Caminito, nem pra buscar carências de amores em Montmatre ou nostalgia no Café Rick’s em Casablanca. Perdoem-me Argentina, França e Marrocos, mas não deu, embora tenha sido lindo e aconchegante sonhar melancolias.

Tantas coisas não deu pra se vê, pra aprendê, pra vivê, fossem lugares, ideias e amores. Mas, e ainda bem que tem esse mas, porque deu pra sê fiel ao meu rio (que não é o Tejo), às minhas águas ( “do Corvo”, da “Tia Marica”, “da Orvaia”), ao meu arruado e sua capela e padroeiro, à minha gente. De saudade minha não chorô minha mãe, e nem meu pai ficô angreste.

Ah, a dona da pensão e do coração sabe por quem voltei quando podia ter ficado. Foi por ela!

Será que a vida de todo mundo é assim, ligeirinha, igual lambari nos riachos? Sei lá. Só sei malemá da minha e digo, ou ela é muito curtinha ou muitos são meus devaneios. Mas digo, com minha gente, nos meus lugares, do meu jeito, fui e sou feliz. Simples assim.

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