Edição 1098

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Circuito ocupa espaços públicos que tradicionalmente são pontos de encontro

Botucatu receberá, dia 18 de maio, a edição 2024 do Circuito Sesc de Artes, que traz uma extensa programação nas áreas de música, teatro, dança, circo, cinema, literatura, artes visuais e tecnologias. Evento gratuito e aberto a todas as idades ocorre das 16 às 20 horas na Praça da Pinacoteca Fórum das Artes (Rua General Teles, 1.040 – Centro). Realizado pelo Sesc São Paulo em parceria com prefeituras municipais e sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo locais, o Circuito ocupa espaços públicos que tradicionalmente são pontos de encontro no município. O

CAUBY PEIXOTO CIRCUITO DAS ARTES NA PINACOTECA

evento é um convite à população para desfrutar de um dia diferente e vivenciar novas experiências. Em todo o estado, serão mais de 760 atividades em cerca de 480 horas de programação. (NOTÍCIAS.BOTUCATU)

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Cauby Peixoto, falecido em 15 de maio de 2016, foi um cantor brasileiro considerado um dos maiores e mais versáteis intérpretes da música brasileira. Iniciou sua carreira artística no final da década de 40... e a partir dos anos 1960 virou um grande cantor da noite. Cantou em tudo quanto foi churrascaria, inferninho e boate — até na famosa Drink, que arrendou com os irmãos no Leme, entre 1964 e 1968. Foi o Rei da Noite na época que os holofotes da mídia pareciam ter se apagado para ele. Mas eis que em 1979, Elis Regina o convida para cantar “Bolero de satã” em seu disco. Daí que não por acaso, no ano seguinte, João Araújo da Som Livre decide reerguê-lo. Nasce o LP “Cauby, Cauby” e seu segundo maior emblema após “Conceição”: “Cantei, cantei, jamais cantei tão lindo assim”. E sua interpretação se renovou. Página 2

Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1098 QUARTA-FEIRA , 15 DE MAIO DE 2024 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br Diário da Cuesta LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente Moderno como você!

Cauby Peixoto

Foram 85 anos de vida e 67 de carreira, se levado em conta que o cantor – nascido na cidade fluminense de Niterói (RJ) – entrou em cena em 1949, aos 18 anos, como calouro de programa da carioca Rádio Tupi.

Foram também 65 anos de carreira fonográfica, iniciada em fevereiro de 1951 com o disco de 78 rotações que apresentou o samba Saia branca (Geraldo Medeiros, 1951) e a marcha Ai! Que carestia (Victor Somón e Liz Monteiro, 1951) na aveludada voz de barítono, de volume amplificado pelos arroubos do artista na interpretação do repertório abrasivo.

Antítese do cantor cool, Cauby pecou por excessos,

mas foi por essa abundância vocal e cênica que o intérprete criou escola de canto no Brasil. E é esse excesso de voz e talento que mantém Cauby como símbolo eterno das paixões da era do rádio.

Fosse no paulistano Bar Brahma, onde cumpriu longa temporada em fase crepuscular da carreira, fosse nas grandes casas de show, Cauby Peixoto pisava em qualquer chão – dentro ou fora de cena – como se estivesse no lendário palco do auditório da Rádio Nacional, onde reinou na áurea década de 1950.

Ele estourou em meio à geração dos cantores de rádio, na virada para os anos 1950, mas se lançou na década anterior fazendo shows em boates e programas de calouros como A Hora dos Comerciários, da rádio Tupi. Ganhou mais de dez concursos, cantando hits inesquecíveis como “Conceição” e “Blue Gardenia” – versão brasileira da canção do repertório de Nat King Cole que lhe valeu a entrada no elenco da Rádio Nacional. Cole, por sinal, foi homenageado em um dos últimos discos de Cauby, gravado no ano passado. “Nós temos o mesmo estilo de voz”, dizia, orgulhoso, sobre o cantor norte-americano, com quem se apresentou e de quem se assumia fã.

Cauby Peixoto confirmou em várias entrevistas que o gosto pelas perucas volumosas, maquiagem e roupas de show inclusive no dia a dia era seu mesmo. “Sou um cantor que assumiu o brilho, o paetê e o lamê. Gosto dessas coisas”, chegou a declarar. Ao longo da vida, o cantor mudou várias vezes de estilo, sem nunca perder o charme e a exuberância. Um documentário sobre sua trajetória – Começaria tudo outra vez, de Nelson Hoineff – fala de sua imagem e da dúvida sobre uma possível homossexualidade (que ele nunca assumiu, nem negou). Segundo o estilista responsável por seu estilo, Carlão Saade, “ele não se importava com o que diziam”. Cauby preferia falar de música, de projetos para seguir na ativa e das fãs. “Uma vez encontrei uma escondida debaixo da minha cama!”, contava, orgulhoso.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Praça da Pinacoteca Fórum das Artes

Programação

Pipas: Voo

das cores - Vento, Ventanias (SP)

mediação de leitura que convida o público a mergulhar no universo da literatura infantojuvenil, aproximando o leitor das histórias literárias e estimulando a imaginação por meio da leitura compartilhada.

Formado pela família Zeotti, de Ribeirão Preto, o coletivo Vento, Ventanias dedica-se à arte e à ciência de projetar, construir, testar e empinar pipas. O ateliê ensina as técnicas necessárias para montar os objetos voadores e estimula o uso da criatividade com papéis de várias cores e formatos variados, a exemplo de pássaros, estrelas e caretas. Com boas condições climáticas, a atividade termina com uma revoada de pipas

Estampe afeto - Unsquepensa Arte (SP)

Em uma vivência que propõe aos participantes dar uma pausa nas atribuições cotidianas para se expressar de maneira criativa, carimbos com frases são usados para estampar saquinhos de algodão. Com etapas simples, a atividade orientada pelo coletivo Unsquepensa Arte destaca o impacto de pequenas ações e ressalta a importância de ser original em um mundo cada vez mais automatizado e impessoal. No final da experiência, os objetos podem ser compartilhados ou trocados.

Concerto para La Ursa - Cia. Brasílica (SP)

DJ Fulô - DJ Fulô (SP)

Nascido em Taubaté e morador de Araraquara, o DJ e produtor já dividiu os palcos com artistas como o grupo Racionais MC’s e os rappers Djonga e Tasha & Tracie. Para embalar a pista, a apresentação mescla diversos estilos musicais, combinando brasilidades, produções autorais e a cultura das periferias com o objetivo de reforçar seus símbolos de resistência e potência.

Nos braços do povo - Inovasamba (SP)

Canções de autoria do grupo, experimentações com gêneros musicais como o maracatu e releituras de clássicos do samba e do pagode fazem parte do repertório do animado quinteto, que não costuma deixar ninguém parado em seus shows. Entre uma composição e outra, os artistas mostram números cênicos e convidam a plateia a interagir com a apresentação.

Figura conhecida do carnaval pernambucano, La Ursa é uma personagem que pede dinheiro e atormenta os foliões nas brincadeiras pelas ruas. Na apresentação de dança da Cia. Brasílica, o grupo propõe um contraponto entre o olhar turístico lançado sobre as culturas tradicionais e a sobrevivência de seus representantes. Criado em 2006 com o objetivo de resgatar e revalorizar as manifestações populares, o grupo incentiva o estudo dessa estética para formar cidadãos conscientes.

Ler para crescer: afeto, diversidade e imaginaçãoCia. Vovó Cachola (SP)

Os atores Anabrisa Tamaso e Edinho Souza, da Cia. Vovó Cachola, trabalham há quase dez anos na cena cultural de Franca e região encenando espetáculos teatrais e promovendo oficinas de artes cênicas e rodas de leitura. Uma

A casa de farinha do Gonzagão - Cia. Teatro da Investigação (SP)

Para reverenciar o cantor, compositor e multi-instrumentista pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989), um dos mais carismáticos artistas brasileiros, o espetáculo transporta os personagens de suas canções para uma casa de farinha nordestina. Ali, na cozinha do sertão, eles contam seus “causos” e, por fim, transformam a encenação em um grande arrasta-pé com música ao vivo embalado pelo repertório de Gonzagão.

LEITURA DINÂMICA

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– Cauby teve na música “Conceição” o seu despertar para a fama. Hoje é difícil imaginar a repercussão que teve o cantor com essa música por todo o Brasil, em todas as classes sociais. A partir daí, tornou-se um ídolo incomparável na então poderosa Rádio Nacional.

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– No Brasil, o rádio predominava: não havia televisão e muito menos redes sociais. Os cantores ou atuavam na poderosa Rádio Nacional, ou na Rádio Tupi ou Rádio Mayrink Veiga. Eram os referências maiores da população brasileira.

– E foi exatamente das aparições na Rádio Nacional que surgiu os primeiros contatos e a amizade e afinidade entre Cauby Peixoto e Ângela Maria, a Rainha do Rádio

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– E Cauby soube se adaptar às influências musicais ao longo do tempo. Desde a fase romântica, passando pelo sucesso popular até as tendências mais sofisticadas da música no Brasil. Sua experiência nos Estados Unidos onde foi chamado de o ”Elvis brasileiro”, até a gravação que fez de Blue Gardenia e Tenderly, num perfeito inglês, com sua voz melodiosa e cativante. Tinha orgulho de sua relação de amizade com o famoso cantor norte-americano Nat King Cole que, segundo Cauby, tinha o mesmo timbre de voz dele. Cauby Peixoto passou nas últimas décadas a ser tietado pelos cantores modernos como Caetano, Gil e, especialmente, por Chico Buarque de Holanda que fez a música Bastidores, sucesso retumbante com Cauby.

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– O espetáculo “CAUBY UMA PAIXÃO”, encenado pelo artista global DIOGO VILELA, nos dá uma amostragem da grande influência de CAUBY na vida artística brasileira. É um show teatralizado que percorre a carreira do cantor pontuada com músicas como Conceição. A Pérola e o Rubi, Molambo, Samba do Avião, Bastidores, Eu a Brisa entre outros sucessos gravados pelo artista. Sucesso total!

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