Edição 1097

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Diário
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1097 TERÇA-FEIRA , 14 DE MAIO DE 2024 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br PÁGINA 2 EDITORIAL SOLIDARIEDADE EM MEIO À TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL O SIMBOLISMO DO CAVALO
da Cuesta

EDITORIAL

Solidariedade em Meio à Tragédia no Rio Grande do Sul

O SIMBOLISMO DO CAVALO

O Rio Grande do Sul, terra de tradições e bravura, enfrenta atualmente uma das suas piores crises. A devastação causada pelas enchentes e tempestades trouxe consigo não apenas perdas materiais, mas também um profundo abalo emocional para toda a população. Em meio a essa tragédia, um símbolo emergiu com força e significado: o cavalo.

O cavalo, animal íntimo da cultura gaúcha, tornou-se mais do que uma figura emblemática. Ele personifica a resiliência do povo gaúcho diante das adversidades. Ao mesmo tempo, sua imagem carrega o peso das perdas sofridas, dos lares destruídos e das vidas ceifadas. É um testemunho silencioso da magnitude do desastre que assola nossa terra.

Neste momento crucial, é inspirador testemunhar a solidariedade que se espalha por todo o Brasil. Da região Sul ao Nordeste, do Norte ao Centro-Oeste, cidadãos se unem em um gesto de compaixão e apoio aos irmãos gaúchos. As doações de alimentos, roupas, medicamentos e recursos financeiros fluem de forma generosa, demonstrando a força da união nacional em face da adversidade.

No entanto, não podemos ignorar a morosidade e a ineficiência do setor público em lidar com a crise. É urgente que as autoridades assumam sua responsabilidade de forma ágil e eficaz, garantindo assistência às vítimas, reconstrução das áreas afetadas e implementação de medidas preventivas para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.

Enquanto isso, a marca simbólica do cavalo permanece como um lembrete constante da resiliência do povo gaúcho e da solidariedade que une toda a nação em momentos de dificuldade. Que possamos, juntos, superar essa adversidade e reconstruir o Rio Grande do Sul com ainda mais vigor e determinação.

Que a imagem do cavalo, símbolo de força e liberdade, inspire-nos a galopar rumo a um futuro melhor, onde a solidariedade e a compaixão sejam os pilares de uma sociedade mais justa e humana.

Juntos somos mais fortes. Juntos, podemos superar qualquer desafio.

#ForçaRioGrandeDoSul, #Solidariedade, #CavaloSimboloDaResiliencia A Direção.

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Diário da Cuesta 2 EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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Católicos de Botucatu são convocados a cooperar em campanha SOS pelos gaúchos

O arcebispo de Botucatu Dom Maurício Grotto de Camargo gravou mensagem pedindo ajuda para a população do Rio Grande do Sul

Gesiel Júnior

Através da Cáritas Arquidiocesana, os católicos de Botucatu e região poderão colaborar com os flagelados da tragédia climática que atinge milhares de pessoas no Rio Grande do Sul.

A Arquidiocese, em comunicados pelas redes sociais, disponibilizou uma forma prática e concreta de colaboração com a população atingida pelas inundações no território gaúcho.

“A iniciativa faz parte das ações que estão sendo realizadas em comunhão com a Diocese de Montenegro (RS), que fará a gestão das doações”, informou o vigário-geral, padre José Francisco Antunes.

Os interessados podem fazer doações em dinheiro de qualquer valor pela chave PIX CNPJ 06.118.330/0001-62. Outras informações podem ser obtidas pelo whatsapp (14) 99691-2034 (Tribuna de Botucatu).

CARAMELO: SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA!

As vezes a vida nos surpreende em situação difícil. Parece que não existe luz para dela nos tirar. Olhamos para os lados e só vemos escuridão e medo. Não existe sopro de esperança!

Então pacientemente esperamos o ciclo da vida mudar. Em silêncio elevamos nossas preces a Deus e Ele ouve! Sim, Deus ouve!

E tudo se transforma em temperança onde o amor fala mais alto! Onde a vida clama por viver e mais uma vez a fé se faz presente! Sejamos iguais ao Caramelo, símbolo de resistência

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JENIFER DE ALMEIDA DONIDA

FALANDO EM ECOLOGIA

A presente crônica foi buscar no distante ano de 1854 o nome imortal de Ernst Heinrich Phillip August Haecker (18341919), Zoólogo alemão em seu trabalho denominado de “Generelle Morphogie der Organismen” a utilização pela primeira vez da palavra Ecologia e ele assim define como “o estudo científico das interações entre os organismos (seres vivos) e seu ambiente”. Podemos registrar que Ernst Haeckel foi admirador e discípulo de Charles Robert Darwin (1809-1882), naturalista britânico Autor do livro “A origem das espécies”.

Quando ainda não se usava esse termo para demonstrar o meio ambiente, surge em 1854 a reprodução de uma das versões da suposta resposta dada pelo cacique Seattle (chefe da tribo dos Si’ahl) ao então Presidente norte-americano Franklin Pierce (1804-1869), que desejava comprar suas terras. Em suas palavras de sabedoria ancestral, silvícola guerreiro, considerado atrasado pelos homens brancos, em notável atualidade o cacique enunciava dilemas que perduram até hoje e apresentam para os quais a sociedade contemporânea começa a despertar. Seattle com sua voz alerta o Presidente para os cuidados com os rios, com as florestas, com os animais, com as árvores, com as aves, a desertificação a religiosidade sagrada para com a terra e os cuidados para com as crianças.

TEXTO QUE É UM VERDADEIRO CÂNTICO EM LOUVOR À NATUREZA !

Segundo o cacique, no teor de sua carta em resposta a essa pretensão, foi enfático na defesa de seus irmãos:

“Mas como se há de comprar e vender o céu, a terra? Tal ideia é estranha para nós. Se não possuímos a presença do ar, e o brilho da água, como se há de comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada agulha reluzente de pinheiro. Cada praia arenosa. Cada campina, cada inseto que zumbe. Tudo isso é sagrado na memória e na experiência do meu povo. Conhecemos a seiva que corre pelas árvores tal como conhecemos o sangue que corre pelas nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, as essências do prado, o calor do corpo do pônei e o homem, todos pertencem à mesma família. A água brilhante que se escoa nos ribeiros e nos rios não é somente água, mas o sangue dos nossos ancestrais. Se lhe vendermos a nossa terra, você terá de lembrar-se de que ela é sagrada. Cada reflexo que, como um fantasma aparece na límpida água dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles aplacam nossa sede, transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Por isso você deve ter para com os rios a benevolência que teria com qualquer irmão. Se lhe vendermos a nossa terra, lembre-se de que o ar é precioso. Lembre-se de que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que o sustenta. O vento que deu ao nosso avô seu primeiro alento recebe também seu último suspiro. O vento, dá aos nossos filhos o espírito da vida. Por isso, se lhe vendermos a nossa terra, você precisa mantê-la à parte, como algo sagrado, como um lugar

aonde um homem pode ir expor-se ao vento que é perfumado pelas flores do prado. Ensinará você aos seus filhos o que nós ensinamos aos nossos filhos, que a terra é nossa mãe. O que acontece à terra acontece aos filhos da terra. Isso nós sabemos. A terra não pertence ao homem. O homem pertence à terra. Todas essas coisas estão ligadas, como o sangue, que nos une a todos. O homem não tece a teia da vida; nela ele é apenas um fio. O que ele faz para a teia, fá-lo para si mesmo. Uma coisa nós sabemos: nosso Deus é também o seu Deus. A terra lhe é preciosa. E danificar a terra é desprezar o seu criador. O destino para vocês é um mistério para nós. Que acontecerá quando os búfalos tiverem sido mortos? Os cavalos selvagens domados? Que acontecerá quando todos os cantos secretos da floresta estiverem impregnados do cheiro de muitos homens, e a vista das sazonadas colinas estiver escondida pelos fios que falam? Onde estará a brenha? Desapareceu. Onde estará a águia? Desapareceu. E o que é dizer adeus ao pônei veloz e à caça, o fim do viver e o começo do sobreviver? Quando o último pele-vermelha tiver desaparecido com sua selva, e sua lembrança for apenas uma sombra de uma nuvem movendo-se sobre a pradaria, ainda estarão aqui estas praias e estas florestas? Restará ainda algo do espírito do meu povo? Nós amamos esta terra tal como o recém-nascido ama as batidas do coração de sua mãe. Por isso, se lhe vendermos a nossa terra, ame-a como nós a temos amado. Preocupe-se com ela como nós nos temos preocupado. Tenha em mente a lembrança da terra como ela for quando você a receber. Preserve a terra para todas as crianças e ame-a como Deus ama a todos nós. No encerramento da defesa o cacique Seattle realçando suas palavras prescreve: Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra para ele, tem o mesmo significado que qualquer outro, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra tudo que necessita. A terra para ele não é sua irmã, mas sua inimiga, e, quando ele a conquista, extraindo dela o que se deseja, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Tira da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa... Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto. Nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do pele-vermelha. Talvez porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda. Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou selvagem e não compreendo. O ruido parece somente insultar os ouvidos. E o que resta de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumada pelos pinheiros. Assim como nós somos parte da terra, também você é parte da terra. Esta terra é preciosa para nós e também para você. Uma coisa nós sabemos: só há um Deus. Nenhum homem, seja ele pele-vermelha ou branco, pode viver isolado. Afinal, somos todos irmãos”.

O Discurso do cacique Seattle cresceu no tempo, a partir da ampliação da consciência ecológica. Mesmo com essa consciência a Ecologia tem servido para trampolim de Ecologistas e Políticos gananciosos e inescrupulosos ! Essa carta é hoje uma peça famosa, distribuída pelo Programa de Meio Ambiente da ONU (Organização das Nações Unidas)

- Wikipédia – enciclopédia livre; -FIGUEIREDO,Carlos.Discursos Históricos Edit. Leitura, 3ª ed.2002,pg.275 -Belo Horizonte-MG- PINHEIRO, Robson. Aruanda, Edit.Casa dos Espíritos, vol.2/2023 pelo Espírito Ângelo Inácio, pg.17/21 – Contagem-MG

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