Edição 1055

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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DEXCO PODEROSA!!!

A nova aposta da Dexco para voltar a crescer: R$ 700 milhões para deixar o luxo mais perto de SP

Nova fábrica da Dexco em Botucatu (SP): a empresa quer estar mais próxima do Sudeste com seu produto premium Página 2

GRANDE CONQUISTA DE BOTUCATU

ANO IV Nº 1055 TERÇA-FEIRA , 26 DE MARÇO DE 2024
(Dexco/Divulgação)

A

nova aposta da Dexco para voltar

a crescer:

R$ 700 milhões para deixar o luxo mais perto de SP

Tradicional empresa paulista de madeiras e revestimentos está inaugurando nova fábrica de revestimentos para o mercado de luxo em Botucatu, no interior paulista

A aposta no mercado de luxo do Sudeste foi o principal propulsor de um investimento de 700

milhões de reais que a paulista Dexco está fazendo em Botucatu, a cerca de 270 quilômetros da capital de São Paulo.

A empresa é uma das líderes do setor de metais, louças, madeira e revestimentos. No ano passado, faturou 7,4 bilhões de reais.

Apesar do valor expressivo, foi uma queda de 13% na comparação com 2022. O lucro também caiu, nesse caso, 21%, e ficou em 649 milhões em 2023. A redução foi atribuída a um ano ainda conturbado pela taxa de juros, que impactou o setor de construção.

“No final de 2023, presenciamos o início da queda da taxa de juros no país, contudo, o Brasil continua com o 2° maior juro real do mundo. Essa queda lenta e gradativa ainda não foi suficiente para beneficiar o setor de materiais para construção, diretamente impactado pelos juros”, diz Antonio Joaquim de Oliveira, CEO da Dexco.

Segundo o executivo, o mercado de painéis de madeira apresentou melhora e o segmento de acabamentos, uma redução da tração de queda.

“Em suma, o período foi importante para deixarmos a empresa mais preparada para um novo cenário de mercado, após o momento super acelerado da pandemia. Estamos com uma estrutura mais resiliente para os próximos passos”.

Dentro dessa nova estrutura mais resiliente, está o novo investimento da companhia em uma nova fábrica em Botucatu. A operação, de revestimentos cerâmicos, terá duas linhas produtivas e será praticamente toda automatizada.

Como será a nova fábrica da Dexco

A nova operação terá 72.000 metros quadrados, e terá capacidade de produzir de 450.000 a 500.000 metros quadrados, por linha, por mês. Isso dá cerca de 10 milhões de metros quadrados de revestimentos por ano.

“É uma das fábricas mais modernas de revestimentos do mundo, o que nos garante algumas coisas”,

“, afirma Raul Guaragna, vice-presidente de revestimentos da empresa, em entrevista exclusiva à EXAME. “A primeira coisa é a redução no consumo de matéria-prima”.

“Como é uma fábrica muito eficiente, consegue fazer espessuras menores. No fim, além de reduzir consumo e desperdício de matéria-prima, também reduz o frete e a emissão de carbono”.

O foco da operação será em porcelanatos com acabamentos mais refinados, mirando o mercado de luxo.

“O mercado inteiro de porcelanato é de 60 milhões de metros quadrados por mês”, diz.

“Nós optamos por uma faixa de menos de 20.000 metros quadrados, com acabamentos diferenciados, que é um nicho de mercado que já atuamos com fabrica no Sul, mas que vamos ampliar agora em Botucatu”

Colocar boa parte da produção deste produto com acabamento refinado em São Paulo também tem outro objetivo: reduzir custos com frete, já que antes ele vinha, somente, da fábrica de Santa Ca-

EXPEDIENTE

tarina

“O mercado consumidor é muito forte em São Paulo, no Sudeste, Centro-Oeste cresce muito também”, diz. Precisamos estar mais próximos”.

O frete é uma questão importante também porque um dos principais destaques da nova fábrica é que as máquinas conseguirão fazer peças enormes sem encaixe. Ou seja, pés-direitos grandes poderão ser desenhados em uma única peça, sem necessidade de montagem, como um quebra-cabeça. E para carregar isso, depois, a dificuldade seria bem maior.

Qual a estrutura da Dexco hoje

A Dexco é conhecida principalmente por sua marca mais popular, a Duratex, de painéis de madeira, MDF e MDP. Em junho de 2021, mudou de nome para Dexco e deixou mais clara suas divisões de negócios: madeira e acabamentos, com material de construção.

Hoje, a empresa tem sob seu guarda-chuva marcas como: Duratex, Durafloor, Portinari, Hydra, Ceusa e Castelatto

A empresa foi fundada em 1951. Os empresários Eudoro Villela e Nivaldo Coimbra de Ulhoa Cintra se atentaram para a oportunidade da fabricação de chapas de fibra de madeira no Brasil. Até então, o produto era apenas importado da Suécia, e criaram a operação, com ajuda de Alfredo Egydio de Souza Aranha

A primeira fábrica entrou em operação em 1954, em Jundiaí. Nos anos 1970, com a operação já mais estruturada, passaram a comprar também áreas florestais para se e metais sanitários. Foi o início da divisão de construção civil.

Hoje, conta com 11.00 funcionários e um faturamento que rodeia os 8 bilhões de reais. A queda na receita em 2023 não atrapalhou os planos de investimentos na nova fábrica porque, segundo Guaragna, a visão da companhia é no longo prazo.

“Não olhamos a curto prazo e o momento econômico, olhamos uma visão futura do investimento”, diz.

Hoje, o grande pólo cerâmico fica na região de Criciúma, em Santa Catarina. Nos últimos anos, porém, algumas empresas começaram a se movimentar para o sudeste, principalmente com o objetivo de se aproximar dos clientes finais.

“No nosso caso, vamos continuar operando com as duas fabricas em Criciúma e ampliaremos e complementaremos o portfólio com os produtos que temos hoje”

A primeira linha começa a operar em maio. A segunda, em junho. Neste ano, ainda operará em baixa produção, mas deve ganhar escala já no ano que vem. (Fonte: Exame)

DIRETOR:

Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:

Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta.com.br

Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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PERDI A VONTADE

BAHIGE FADEL

Todos devem se lembrar da famosa frase de Rui Barbosa: ‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’. Pois é. Parece que esta frase nunca deixa de ser atual. A cada minuto que passa, a gente vê ou lê ou ouve no�cias estapafúrdias. Com isso, fica pensando: De que adianta ficar malhando em ferro frio? Não adianta nada. Sai governo, entra governo, as no�cias são muito parecidas. A única diferença é que numa época a personagem é mocinho e noutra é vilão. E a gente perde a vontade de ficar comentando, dando opinião. Se na maioria dos casos nem os fatos importam, mas as versões, de que adiantam as opiniões? Dá vontade de desistir. De deixar o barco seguir conforme a correnteza.

Está di�cil entender certas coisas. Na vida, as coisas nem sempre são como 2 + 2 = 4. Os resultados são os mais diversos, dependendo das circunstâncias.E a inversão de valores? Nossa! Coisa de louco. Recentemente, um diretor do São Paulo Futebol Clube vociferou umas bobagens, após o time ser redondamente prejudicado pelo árbitro. Entre as ‘poéticas’ frases, referindo-se ao técnico do adversário, soltou: ‘Portuguesinho de m...’ Foi um deus-nos-acuda. Xenofobia! Precisa ser punido. Todo mundo se indignou com o ‘portuguesinho’. Ninguém destinou uma frase à m... Quer dizer que chamar

um português de portuguesinho não pode, mas dizer que ele é uma m..., pode. Pode? Se eu fosse processar todos aqueles que me chamam ou chamaram de turco, turquinho, beduíno, não teria tempo de viver. Aliás, no início, tentei explicar para as pessoas que turco é uma coisa, árabe é outra, mas não deu certo. Desisti. Quando vou comprar carne - cansei de esperar pela picanha prometida - os atendentes do açougue já vão falando: O que precisa hoje, turco? E eu digo o que quero e sou muito bem atendido. E explicar o que é beduíno, então? Tentei explicar que beduínos são um grupo étnico que vive nos desertos do Oriente Médio e do norte da África, mas não adiantou.E isso não me causou nenhum problema, mas chamar um português de portuguesinho - grande técnico, aliás - é xenofobia.Então, o ‘agressor’ pede desculpas, não porque se sentisse culpado, mas porque era conveniente pedir, e tudo fica bem. Não tenho mais paciência para assistir a isso.

Querem ver outro fato? Sabem quanto a Lava-Jato conseguiu que culpados devolvessem ao governo? Mais de 26 bilhões de reais. Só a Petrobrás se beneficiou com mais de seis bilhões.Só que desmantelaram a Lava-Jato, pararam de investigar casos de corrupção e libertaram os envolvidos. Agora, esses envolvidos querem a devolução do dinheiro pago. Dá para entender? Dá para aguentar isso? E o pessoal da Lava-Jato é que está sendo punido, agora. Então, a gente pergunta: O que é certo e o que é errado? E a resposta depende de um monte de coisas.E nunca haverá a verdade definitiva. Sabem de uma coisa? Vou terminr essa crônica com uma frase que costumava dizer aos mais jovens, já na minha velhice: As lutas que eu deveria lutar eu já lutei. Está na hora de vocês começarem a agir. Eu já não tenho mais idade e paciência.

Diário da Cuesta 3

“Se bem entendi....”

JOSÉ MARIA BENEDITO LEONEL

Se bem entendi, o que ouvi foi: “se não gostou, faça meio dia...”

Foi a fala de dona Frederica que mais não disse. E ela já foi embora. Saudade.

Ora, se tá esquisito, moroso, marrento, lerdo, amargo, insonso, “faça meio dia... “

Pode? Aí já não é comigo, amigo!

A decisão é sua ou melhor, você é quem sabe.

Se tá incolor, sem encanto, sem agrado, sem toques e afetos, “faça meio dia”

Pode?

Não sei! O que sei é que no coração d ‘outro ninguém anda.

---- Mas e daí?

Eu é que sei? O que sei é que quem divide, multiplica, seja amores ou dores.

O que sei é que “quem come e guarda põe a mesa duas vezes “.

Sei também que “o amanhã nunca ninguém viu “.

O amanhã pertence a Deus e é por isso que “o seja o que Deus quisé” na verdade, é “é sempre como Deus qué”.

E assim é, “porque o risco que corre o pau, corre o machado”.

Parece que tô vendo o pai falá “que quem vai dá leva saco pra trazê” ou então, “respeito é bão e é bonito” e que o “alheio chora o dono”

Nem precisa me dizê...sei que essa prosa tá confusa, esquisita, sem sentido, sem nexo, sem lógica!

Por ora, não cobro de mim texto coerente, entendível, com reflexões de causas e efeitos.

Daí e por isso, sem entendê nada direito do que estou a ver e ouvir, escolhi por “fazer meio dia...” É um jeito de me defendê de horas vazias.

Qué ficá, fique. Meu tempo é curto e vou ouvir a Elis Regina cantando “Los Hermanos” , que trago lá do passado. Simples assim.

Diário da Cuesta 4

Momentos Felizes

PALMAS NO DOMINGO DE RAMOS

As casas da colônia eram de pau-a-pique, varas de bambu entrelaçadas davam sustentação ao barro de cor vermelha. O chão da sua casa era de terra batida e com frequência mostrava alguma umidade; colchões de palha de milho estavam sobre as camas e, quando não ocupadas, era visível sob o lençol sempre branco uma suave fofura.

A cozinha dispunha de um fogão à lenha e sobre a chapa de ferro de quatro furos era possível instalar um torrador de café. O chamado torrador de bola. A sala do café, almoço e jantar acomodava até dez pessoas daquela humilde e trabalhadora família de colonos.

Não havia luz elétrica, mas durante a noite lamparinas abastecidas com querosene espalhavam seu odor característico. Mesmo não havendo luz elétrica pendia sobre a grande mesa um fio inútil, um arremedo de abajur, passando para os moradores e eventuais visitantes a grande ilusão das luzes da cidade.

Naquela tarde ensolarada de início do outono, um temporal desabou despejando água e granizo, entrecortado de muitos raios e assustadoras trovoadas.

Uma peroba-do-campo muito alta e desgalhada, caiu fulminada sob os raios assustando os já assustados moradores. Em momentos assim, aprendidos em outras ocasiões semelhantes, os habitantes da casa acompanhados de gatos e cachorros se abrigavam embaixo da grande mesa protegidos de uma possível queda de telhas, esperando a passagem e melhoria do tempo chuvoso. O papagaio recusou-se ficar sob a mesa ao lado dos gatos. Houve acatamento ao seu direito...

Era uma família temente aos desígnios de Deus e naquela tarde em meio ao barulho de tanta chuva, pediram em voz alta a proteção de Nossa Senhora Aparecida com uma inesquecível oração que começava assim... “Oh incomparável Senhora da Conceição Aparecida....” e quando terminada essa longa prece era colocado em uma lata de goiabada vazia, algumas brasas e palmas da procissão de Ramos da qual tinham participado. Os raios foram desaparecendo do céu, o barulho dos trovões diminuíram e a grande chuva transformada em fina garoa.

Muita fé amparada na fumacinha branca que tomava conta do ambiente, devolveu ao céu o brilho vermelho do sol poente e do seu lado oposto as cores do arco-iris.

Diário da Cuesta 5
Roque Roberto Pires de Carvalho

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