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Diário da Cuesta

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Grande ampliação: APAE DE BOTUCATU

Novas e modernas salas para fisioterapia, sendo que uma dessas salas é imensa, será para uso dos demais assistidos, Psicologia, Musicoterapia, fonoaudiologia, salas para os atendimentos aos autistas, sanitários, fraldarios. Página 2

A Caio, encarroçadora líder nacional no segmento de ônibus urbanos, é mais uma vez destaque no tradicional Prêmio Lótus Campeões de Vendas, idealizado pela revista Frota&Cia, sendo eleita pelo 11º ano como a “Marca de Carroceria Urbana” do ano e conquistando, pela 3ª vez, o título de “Marca de Carroceria de Ônibus”.

O Prêmio Lótus, em sua 32ª edição, reconhece fabricantes e distribuidores de veículos comerciais que se destacaram no mercado brasileiro. Há mais de 79 anos, a Caio é referência em soluções para a mobilidade, oferecendo aos operadores ônibus urbanos com o melhor custo-benefício e para os passageiros, condições dignas e seguras de transporte.

Grande ampliação: APAE DE BOTUCATU

Há um ano aproximadamente a direção do APAE de Botucatu, sentiu a necessidade de ampliar suas instalações, para poder dar um melhor atendimento aos seus assistidos e á grande procura de novos casos de autismo.

Aproveitaram o grande terreno da esquina com a Rua Mariana Raphael, aonde funcionava uma horta e começaram a construção.

Novas 15 salas e duas saletas de recepção surgiram. Práticamente acompanhei o passo a passo visto que sou vizinha ha 20 anos, com muito orgulho.

A construção ficou pronta e logo após o carnaval já começaram a funcionar.

Novas e modernas salas para fisioterapia, sendo que uma dessas salas é imensa, será para uso dos demais assistidos, Psicologia, Musicoterapia, fonoaudiologia, salas para os atendimentos aos autistas, sanitários, fraldarios.

Conta também com um consultório médico aonde atendem 2 médicas

O Apae já tem pessoal contratado e operante

Esse novo espaço veio a somar ao já existente e conhecido: um salão grande , a cozinha , o refeitório, um jardim interno, além da parte administrativa também conta com enfermaria, sala de dentista, hidroterapia, carpintaria, sala de artesanato, e as salas de aulas.

E claro, não poderia deixar de mencionar; a Loja Sol: aonde faço o meu voluntariado uma vez por semana. Como sabem, não consigo falar do Apae de Botucatu sem me emocionar.

Sou voluntária ali há 6 anos.

Sabemos que o bom funcionamento e o ótimo atendimento prestado à essa faixa da população botucatuense, só é possível graças à excelente administração que realmente se preocupa em dar o melhor de si.

Ali se respira amor, comprometimento e desenvolvimento responsável.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos

APAE: tudo começou com um sonho...

A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais surgiu do trabalho de um grupo de abnegados. Em 1969, o “Pupo”, Álvaro Line Ceriliani, fez a doação de uma área para a APAE. Em seu loteamento “Vila Sônia”, fez a doação de terreno de 11,668m2, para a construção da sede da entidade. Em 1973, a construção foi concluída em sua planta original, com 3.500m2. A planta feita pelo engenheiro Camillo Fernandes Dinucci, previa a capacidade para 300 matriculados, operando em sete blocos, mais quadra esportiva e área de recreação. Leia o histórico da APAE à página 2

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Engenheiro Camillo Fernandes

Dinucci e o sonho da APAE

“INSTITUIÇÃO MODELO Não há, caros leitores, não pode haver, em relação a obra assistencial como essa, opinião contrária ou a favor na população botucatuense. O que há é toda a cidade –una e coesa -, a tributar o seu culto a uma das realizações mais brilhantes e nobres de nossa gente: a APAE A veneração é uma decorrência natural das obras que se tornaram sagradas pela benemerência. Assim, a nossa população venera o Asilo Padre Euclides, a Casa das Meninas “Amando de Barros”, a Vila dos Meninos “Sagrada Família”, a Associação de Promoção Humana, a Creche e Berçário “Criança Feliz”, o Albergue Noturno “Governador Abreu Sodré”, a Casa da Esperança, a APAE e muitas obras assistenciais de Botucatu Essas obras são cercadas do afeto, do apreço, do carinho de todos os botucatuenses, quaisquer que sejam a condição, a classe, ou mesmo o partido político de que façam parte.

A abnegação dessas pessoas que se dedicam a esse apostolado social deve ser reconhecida. Todos esses rasgos de dedicação, todos esses brios de magnanimidade de que tem dado mostras os Mecenas da Benemerência Social em nossa cidade não passaram, não passam e não passarão desapercebidos pelos botucatuenses que se interessam pelas coisas de sua terra e pelo sofrimento de sua gente. É inútil querer negar, ou antes e melhor, nem se trata da possibilidade de se poder negar, tal é a grandiosidade dessas obras, que no seu humanismo revelam-se e ostentam-se a todos os olhos e a todas as vistas como a mostrarem a importância da ajuda ao próximo, da necessidade de darmos um pouco do que temos para minorar o sofrimento alheio. Essas obras falam por si. A APAE é uma obra que dispensa definições: ela é toda bondade, ela é amor, ela é vida Recordo-me da luta empreendida pelo Dr. Jair e Dona Lola Rodrigues Alves e pelo Dr. Camillo Fernandes Dinucci, que encabeçavam uma plêiade de idealistas a contribuir com todas as suas forças para tão salutar e meritória obra.

muita luta e muita dedicação.

O começo foi difícil. Nada era fácil e muitos eram os obstáculos. As ideias e o entusiasmo nunca faltaram. A planta original da sede da APAE eu a vi na prancheta do Dr. Camillo: era uma promessa Os planos eram muitos. A colaboração do Governo do Estado era indispensável Essa colaboração veio em parcelas, não há dúvida, mas veio Pouco a pouco, passo a passo, delineava-se a nova sede da APAE. Hoje, a APAE de Botucatu é uma realidade Modernos equipamentos estrangeiros; intercâmbio educacional com suas congêneres; métodos aprimorados de recuperação; dedicação de seus dirigentes e de suas mestras fazem da APAE uma instituição modelo A população botucatuense deve colaborar para a continuidade e engrandecimento dessa instituição. Já dissemos que em relação a essa obra assistencial não há opinião contrária ou a favor: toda a cidade, como um todo, tributa o seu culto e expressa a sua gratidão. Mas é preciso mais, muito mais. É preciso que cada botucatuense faça a sua visita à sede da APAE e dê a sua contribuição e a divulgue entre seus amigos e proclame onde possa e como possa que essa entidade assistencial não é senão uma obra de amor Só e sempre amor, nas mais variadas facetas, mas por toda a parte o amor.” (jornal “Vanguarda de Botucatu”, setembro de 1976). Eu comecei com essa crônica escrita em 1976 – há 40 Anos! – sobre a APAE e a participação do Dr. Camillo, para mostrar que a exuberante instituição modelo que hoje é a APAE, foi fruto de muito sonho,

A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais surgiu do trabalho de um grupo de abnegados Em 1969, o “Pupo”, Álvaro Line Ceriliani, fez a doação de uma área para a APAE. Em seu loteamento “Vila Sônia”, fez a doação de terreno de 11,668m2, para a construção da sede da entidade. Em 1973, a construção foi concluída em sua planta original, com 3.500m2. A planta feita pelo engenheiro Camillo Fernandes Dinucci, previa a capacidade para 300 matriculados, operando em sete blocos, mais quadra esportiva e área de recreação.

A primeira Diretoria da APAE, era composta pelo presidente William Jorge e Jair Rodrigues Alves, Álvaro de Carvalho Azanha, Walter Losi, Walter Aristides Fávero, Vanderci Gaste, Alcino de Toledo Pisa Rodrigues Alves, Jaime Burini, José Edy Carmello, Aracy dos Santos Temer, Jamil Adib Antonio. A sede foi solenemente inaugurada no aniversário de Botucatu, 14 de abril de 1972

Em abril de 2019, comecei um trabalho voluntário na APAE, justamente quando a entidade comemorava seus 50 anos. Meu trabalho era muito simples. Eles tinham aberto uma lojinha, chamada Loja Mundo, onde vendiam os artesanatos dos assistidos e das voluntárias, bem como peças de doação, como roupas e calçados. Eu ia trabalhar uma tarde por semana nessa loja, das 13.30 as 17.00 hs. Fui animada, trabalhar na equipe da Abigail Fogueral. Fiz alguns artesanatos também. Trabalhei nos Chás beneficientes, nos bingos, Festa das Nações

E sempre que me chamavam, lá estava. Com a pandemia fomos obrigados a parar, por sermos do grupo de risco. No ano passado a loja foi reaberta. E recomecei com muita animação. Recentemente tivemos a Festa das Nações que foi um enorme sucesso. Três dias de muita alegria, música, danças, várias barracas com a comida de várias nações. Estive trabalhando lá com as voluntárias, vendendo artesanato. Comecei na manhã de sábado. Cheguei lá junto com o pessoal. Fomos convocados a nos reunir no salão perto do palco, capitaneados pela Beatriz Maria Carvalho Ela começou agradecendo a Deus pelo início da festa na noite de sexta-feira que já tinha sido um sucesso, aquietando suas preocupações. Nos unimos numa grande roda de oração rezando o Pai Nosso, oração universal e devo confessar que quase não consegui orar devido a emoção e tomada por aquela energia tão forte de fé e amor. Depois uma das professoras orientou o grupo e fizemos um animado e descontraído alongamento. Eu no meio deles, tentando acompanhar os movimentos, um pouco desajeitada, mas depois de alguns minutos mais solta entrando na vibe contagiante de pura alegria. Ontem, Dia 22 , foi o Dia da Pessoa com Deficiência Mental, e esta semana comemora-se a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, quero homenagear essas pessoas especiais, que tem um cromossomo a mais: o do Amor, e todos os dias nos ensinam a sermos gratos. Continuo meu trabalho lá, só que agora vou as terças feiras, sempre com muito prazer e gratidão por fazer parte desse trabalho maravilhoso.

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Camillo Fernandes Dinucci
Diário da Cuesta
Maria De Lourdes Camilo Souza

CAMILO FERNANDEZ DINUCCI

Derrue-se mais um pilar do arcabouço histórico de nossa cidade. O falecimento do Dr. Camilo Fernandez

Dinucci subtrai das páginas de nossa tradição um vulto exponencial em que ao homem se juntava o empresário, o engenheiro, o técnico, o profissional respeitável, reclamado aqui e alhures, pela perícia e inconteste probidade.

Dele queremos recordar, flagrantes de que participamos, num depoimento sincero de respeito e de reconhecida gratidão.

Acompanhávamos visitantes de Ribeirão Preto , às obras iniciais do vasto complexo hospitalar de Rubião , cujas terras haviam sido doadas pelo Deca de Barros , dono do “chateau” suíço , hoje desaparecido. Equilibra-vamo-nos nos alicerces já de uns três metros de altura, quando nos surgiu, em pleno domingo, roupa de trabalho, dinâmico e cordial, o Eng. Camilo Dinucci . Prontificou-se a nos detalhar os vários estágios da obra, exclusivamente a seu cargo. Foi de incrível precisão e clareza, adiantando aos visitantes: “Isto nunca será tão somente um Hospital ... Os cinqüenta sucessivos croquis que se completam dizem-nos de uma obra de milênio, destinada a um grande intento, uma Universidade, talvez...” Era o técnico que falava. O homem de larga visão.

Estivemos na reunião que precedeu à inauguração das novas instalações dos andares superiores do Orfanato “Amando de Barros”. Lá estava o casal Léo-Camilo Dinucci , dando a todos, o relatório de sua tarefa cumprida, no tocante a um plano remodelador, completo, das novas instalações dos dormitórios das crianças.

Nunca se viu, a par do conforto material, o carinho de uma obra tão humana.

Depois, veio a reforma das instalações da cozinha e refeitório do Asilo “Padre Euclides”. O que há de moderno, de confortável, de higiênico e de eficiente, plantou lá o Eng. Camilo Dinucci , secundado pela carinhosa vigilância e cuidados maternais da esposa. Sensível, humano, compreensivo e bom, lá imprimira também sua parcela pessoal de magnânima doação. A professora de São Paulo , especializada na reducação de delinqüentes queria conhecer as obras da Creche “Criança Feliz”. Para lá levou-nos o Dr. Camilo , obsequioso e cavalheiresco : “O que vão ver, é uma pálida imagem dos planos que tenho em mente para uma verdadeira creche. Já possuo a quadra completa adquirida para o futuro lar dessas crianças.” E foi-nos dado fixar um flagrante tão terno, tão natural, que nos veio a comoção a embargar-nos a voz, e amarar-nos os olhos. O Dr. Camilo inclinado no bercinho azul, equilibrando na boca do bebê, a mamadeira que caíra. Ele entendeu nosso silêncio e nos deixou uma frase significativa : “-Ele (com indicador para cima) não nos deu, a mim e à Léo, um filho, porque quis dar de montão, vinte e nove crianças desta creche!...”

Encontramo-nos, de uma feita, em visita comum, ao Dr. Adolpho Dinucci , hospitalizado na Santa Casa . A conversa derivou para turismo. Ele acabou com o assunto : “Sabe qual é o

melhor momento de uma viagem ao redor do mundo? Nós já a fizemos por diversas vezes. Mas o melhor mesmo, é quando se chega a São Paulo , a caminho de Botucatu , prelibando as delicias de um clima sem igual, de um céu que como este não há!...

Mas o Sr. Não quis ser nosso Prefeito!..” - Engana-se, Elda . Eu quis ser Prefeito aqui, para deixar para esta terra, não só a minha operosidade, mas devolver ao berço o que o berço e meu pai, me legaram...” Um longo e compreensivo silencio sedimentou o diálogo.

A última vez que conversamos foi logo após a inauguração solene do Centro Brasil-Itália . Sua voz cansada e um tanto reticente chegava-nos pelo telefone : “Gostaríamos de conhecer seu discurso, lido ontem à noite, para o Cônsul Geral da Itália. “Não era preciso pedi-lo, Dr. Já está uma cópia destinada ao Sr. E Da. Léo. Vou mandá-la e servirá por uma visita, aguardando a oportunidade de cumprimentá-los pessoalmente”.

No recado que lhe enviamos junto, consignamos “Muito mais que uma visita, vale este pequeno recado para renovar-lhes toda a estima e o profundo respeito que todos os Moscogliato lhes devem, pela vida de ambos, exemplarmente dedicada às obras de benemerência, principalmente às crianças da Creche de nossa cidade”. Nosso sentido pesar a todos os Dinucci.

(A Gazeta de Botucatu - 22/06/1979 )

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