Diário da Cuesta
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
A Prefeitura de Botucatu, por meio da Secretaria de Turismo, abriu as inscrições para a Feira Turística que será realizada entre os dias 4 e 14 de abril, como parte das celebrações pelos 170 anos do município. O evento reunirá artesanato local e atrações musicais na Avenida do Fórum, principal palco das festividades.
A participação é voltada para artesãos e expositores interessados em apresentar seus produtos durante a programação.
Os selecionados serão divulgados nos dias 25 e 26 de março. Posteriormente, a organização promoverá encontros nos dias 27 e 28 de março para alinhar os detalhes do evento.
Programação da Feira Turística:
04 de abril: das 18h às 22h;
05 e 06 de abril: das 14h às 22h;
07 a 10 de abril: das 18h às 22h (presença não obrigatória);
11 de abril: das 13h às 18h (presença não obrigatória) e das 18h às 22h;
12 a 14 de abril: das 14h às 22h
Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail turismo@botucatu.sp.gov.br, pelo telefone (14) 38111490 ou via WhatsApp no número (14) 99790-6691.
atrações que compõem as festividades dos 170 anos de Botucatu, promovendo a valorização da cultura e do turismo local. (Acontece Botucatu/PMB)
É o 53º livro do historiador e escritor Gesiel Júnior, Membro Correspondente das Academias de Letras de Sorocaba e Botucatu, Gesiel é colunista do Diário da Cuesta e foi fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Avaré. O homenageado, Elias de Almeida Ward, foi jornalista e radialista que marcou sua trajetória cidadã em Avaré.
Página 2
Para comemorar os 100 anos de nascimento do radialista Elias de Almeida Ward, um dos comunicadores mais importantes da história avareense, o escritor e pesquisador Gesiel Júnior escreveu “Cidadão Imprensa”, biografia publicada pela Editora Gril, cujo lançamento ocorreu, com sucesso, neste final de semana.
“Gesiel dividiu com o biografado muitos encontros festivos, políticos, sociais, condição que o faz testemunha ocular de uma vida dedicada ao bem, à elevação ética e moral, à construção de um mundo melhor deixando-nos – aos que militam na imprensa –o legado da decência, da honestidade e, marcantemente, da delicadeza no trato com todos”, afirma no prefácio o cronista José Carlos Santos Peres, que atuou na Rádio Avaré com Elias Ward, para quem o livro retrata magistralmente o perfil do chamado Cidadão Imprensa.
A obra, impressa com apoio de amigos e familiares, traz uma série
de imagens históricas e resgata aspectos da carreira do radialista, que também foi desportista, professor de contabilidade, presidente da Associação Athletica Avareense, diretor da Rádio Avaré, cerimonialista e assessor de comunicação da prefeitura.
As sessões de autógrafos ocorreram com a presença de amigos e familiares na noite de sexta-feira, 21 de março, das 19h30 às 22 horas, no Emporium Café (Rua Rio Grande do Sul, 1274) e a segunda, na manhã de sábado, 22 de março, na Livraria Criativa (Rua São Paulo, 1368). (Fonte: A Comarca)
Como definir a Felicidade?
“A felicidade é uma coisa boa E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem”
Vinicius de Morais
Se ela tem definição, acho que sempre será um sincero sentimento de plenitude que nada de palpável pode preencher.
Não é aquela sensação de possuir algo que o dinheiro compra, por que isso passa, mas uma sensação sutil que nada substitui.
Vejo amigas que se tornaram avós.
Ficam completamente maravilhadas com aquele seu pacotinho terno, envolto em panos.
Não ficaram tão embasbacadas após dar á luz a um filho seu.
Mas o netinho...Esse é o diamante caído dos céus.
Dias atrás vi uma avó que falava ao telefone com a família que vive longe.
Momento a momento vinha alguém saudá-la.
E a netinha menor brincava distraída pelos cantos da pequena casa, e nem veio cumprimentar a vovó.
Como já era de praxe, a pequena só faz o que quer e no momento que menos se espera vem mostrar algo e no seu tatibitate dos 3 anos solta uma ou duas palavrinhas.
Mesmo assim é aquele encantamento vê-la, nem que seja num momento daquele mau humor que precede o sono.
Já se despediam com muitos envios de beijos quando a pequenina surgiu do nada e gritou: “Amo você, vovó”.
A avó surpresa respondeu “eu também te amo”.
Desligou o telefone e ficou ali...sorrindo aquele sorriso bobo de quem ganhou na loteria.
Os olhos brilhantes de lágrimas fitando ainda aquela imagem que se desvanece na distância.
Pigarrei, pois me emocionei também e disfarcei olhando para outro lado.
Acho que aí reside a tão aclamada Felicidade!
Parafraseando o nosso Poetinha, me pego muitas vezes, olhando o céu azul anil, as flores Pink e brancas recém nascidas das minhas buganvilias, os passarinhos que vem chilrear em seus galhos.
Borboletas vagueando pelos vasos, ou o olhar cor de mel de puro amor da minha salsichona Mindy, respiro fundo e agradeço esses momentos de genuína felicidade.
Era uma caminhada matinal como tantas outras pela rua dos Ipês. Vez por outra, quando ele passava muito rente ao gradil, um cachorro latia mais forte e ele não sabia se era uma saudação amigável ou era para assustar mesmo. Na variedade de sons daquela manhã ele ouviu também um miado plangente, lastimoso como que pedindo socorro, uma ajudinha qualquer. Apurou o ouvido para localizar a direção e não demorou muito encontrou, atrás do murinho de uma casa abandonada, uma gatinha também abandonada à sua própria sorte. Ele recolheu o pequeno animal em suas mãos e certificou-se tratar realmente de uma gatinha de pêlo ralo, cor de ébano e bem macio, tão macio que permitia saber que estava desnutrida. Para quebrar o luto da sua pelagem, tinha no pescoço uma manchinha branca dando aparência de ser uma gravatinha borboleta.
Roque Roberto Pires de Carvalho
os livros, manuscritos e outros impressos das garras dos roedores; ela não os atacava pois só sua presença era uma forte ameaça, ameaça suficiente para espantá-los para o meio da rua. No silêncio da biblioteca, protegida por suas virtudes militares, Peô cochila com a tradicional indolência natural de sua espécie. Nas noites de muita chuva ou de muito frio a porta do quarto ficava fechada.
Era magrinha e estava magrinha como convém aos não afortunados das RND - raças não definidas. A caminhada prevista para, no mínimo, dez quarteirões ficou em apenas dois pois, a partir desse momento ele assumiu a obrigação de uma amorosa tutela - à própria sorte já estava definida. Recebeu o nome de Pelota, seria bem tratada com boa alimentação, água sempre fresquinha e bons veterinários, receberia carinhos e uma almofada de penas para ficar em lugar privilegiado da biblioteca. Ela abominava banhos mas os aceitava se fosse apenas um por mês. Aprendendo andar pela casa grande, ela sabia esconder-se quando não queria ser incomodada mas quando chegado o horário da alimentação surgia com bastante desenvoltura. Tornando-se integrante de reduzida família para ela era indiferente ser chamada de Pelota ou de Peô, dado seu pequenino porte. Dentre todos os cômodos da casa ou do quintal ela tinha preferência pela penumbra da biblioteca. Era sempre encontrada enroscada em sua almofada de penas, a cabecinha entre as patas, parecendo dormir. Sua respiração mansinha ondulava o pêlo ralo e leve. Quando ele ia à biblioteca, de soslaio ela reagia fingindo estar dormindo e continuava em sua madorna tranqüila. Para ele a gatinha era uma princesinha preguiçosa e quando necessário, tornava-se uma guerreira defendendo
Peô saia da biblioteca e encontrando a porta fechada começava raspar a madeira avisando da sua chegada; às vezes emitia miados chamativos, manhosos, pedindo carinhos e até mesmo insinuando querer um pratinho de leite ou um cobertorzinho corta-febre. Em um dia qualquer de um ano qualquer Peô morreu como morrem todos os seres vivos que habitam sob e sobre a terra, rios e oceanos. Às vezes ele sentia um vazio, parecendo estar momentaneamente esquecido de um vulto, de uma silhueta, de um passo, de um hálito de uma sombra sem forma que se destaca de outras sombras. Nesse momento quando o nada surge, a presença física inexiste, toma corpo a lembrança daquilo que muito o alegrou e de que é tão difícil ser esquecido.
A chuva fina de uma noite qualquer trouxe, em suas gotas, lágrimas de uma saudade incrível dessa inesquecível gatinha... ainda hoje ele consegue ouvir seu ronronar, percebe a leveza do seu caminhar sobre o assoalho e percebe sua presença ali por perto. O vento tornou-se forte, portas e janelas sofriam com a insistência dessa força da natureza. Pelota foi o fio terra que desarmou, acalmou, alegrou e deu um sentido inesperado para esta imorredoura saudade. Pelota... você era uma gatinha muito bonita...